EntreContos

Detox Literário.

[EM] Um de nós (Anderson Prado e Thiago de Castro)

1

Pés à correta distância, joelhos levemente vergados, mãos no taco e olhos na bola.

— Vai, lança! — Miguel grita, desafiador.

Pequena assim é a Vila do Carmo, onde crianças ocupam em brincadeiras infinitas as ruas de pedra.

— Lança logo! — insiste.

Do outro lado, Gustavo faz mira e atira, pretendendo-se certeiro, mas logo divisa a bola distante de seu alvo e ao alcance do taco adversário. 

Miguel, sorriso malicioso, gira o corpo e arremete.

Juntas, as crianças, entre jogadores e entusiastas, assistem o tempo de brincar acabar. O taco erra a bola, atinge o chão e se parte ao meio. Um agora é dois: metade está entre as mãos de Miguel, metade no olho esquerdo de Felipe, que tomba, oco.

2

O cortejo passa silenciando praça, ruas, casas e comércio.

— Não vos entristeçais, pois hoje um anjo vai ao encontro do Pai.

O dia amanhecera nublado e exibia sua face cinza e baixa sobre a comunidade de lápides e covas.

— Não devemos temer a morte. O Pai anseia pelos seus. E os arrebata. 

Entre os circunstantes, escapa um soluço de mãe.

— Os seus, Ele leva. Se temos algo a temer, é ao que fica.

Os céus ameaçavam uma tristeza que se insinuava forte e persistente. Alguns traziam guarda-chuvas, enquanto a maioria apenas acompanhava apática aos últimos momentos do velório que se arrastava desde a tarde anterior.

— Devemos temer é a vida. O mal existe! E não está na morte nem nos que partem.

O sermão calava entre os velhos que teimavam em não partir.

No horizonte, as chuvas se anunciavam com estrondo, enquanto o padre Ângelo tentava suplantar a fúria dos céus.

— O mal está aqui! Entre os vivos.

3

Desce queimando a dose de rabo de galo, bebida num trago, por homens no bar defronte à igreja.  Com o passar do cortejo, o clima se adensa e conversas ébrias baixam o tom. 

— Foi coisa do Cão, seu Cristóvão, tão dizendo. 

O dono do bar enxuga uns copos atrás do balcão.

— Só se o Cão tiver cara de gente, braço de gente, perna de gente e ruindade de gente.

Serviu o freguês.

— Não desmereça, foi o padre quem disse. 

Cristóvão observou o sacerdote de longe. 

— Pois, pra mim, a terra é do homem, não é de Deus nem do Diabo. 

Estendeu o copo pra mais uma dose.

— Amanhã largo a bebida e volto pra igreja.

4

Os passos bêbados confundem pés, pernas, calçadas e pedras. Tropeça em si mesmo, quase cai.

— Eita, diabo! — esbraveja.

Retoma a caminhada, já não mais sozinho sob a luz incerta da lua.

— Ôôô, quem vem lá?

Anda quando ele anda, silencia quando ele fala. Quem vem lá não quer conversa.

Abre mão da pergunta e segue em frente. A adrenalina lhe devolve parte da sobriedade e equilíbrio, mas não o bastante pra antever a estacada nas costas, logo abaixo das costelas. 

Será encontrado no terreno baldio detrás da igreja, olhos e boca ainda abertos para o último espanto, forrado de formigas, rodeado por moscas, marcado por estranhos sinais.

5

— Tome sempre depois da reza. No final de um mês, jogue a garrafa em água corrente. Entendeu?

Na Vila do Carmo, morria-se pouco e sempre de velho. Com dois corpos em uma semana, o que começara como boato no bar terminara como fato nas ruas. Alívio pro delegado, tormento pro padre, suplício pra Mãe Lourdinha.

O menino apanhou a simpatia, tossiu. 

— Tão dizendo que foi obra do Cão.

— Que tenho eu com o Cão?

— Nada, Lourdinha, nada. Mas você conhece a língua do povo.

Pouco se lhe dava. Falavam, mas quando o médico e o padre não davam conta, era suas mãos benzedeiras que procuravam.

— Pois diga ao povo que conhecem bem o endereço do terreiro. Segunda à esquerda no Caminho do Umbuzal.

6

Caim, assim o alcunharam. Um cachorro escanzelado, rueiro e sem dono, brigão com forasteiros e das crianças chegado. Era convidado, inclusive, pra uma ou outra invencionice, onde virava herói ou vilão no meio da molecada. De Cristóvão ganhava água, de Lourdinha, banho e ração, quando não abrigo do padre em tempo de chuva. 

Andava ressabiado, estranhando a todos, ladrando pro nada. Mordeu a mão de Miguel, numa dessas de cismado. 

— O cachorro endoidou ou o moleque abusou.

7

Luísa não se assustou quando o giroflex atravessou sua janela e seguiu pelo Caminho do Umbuzal. A polícia aumentou a frequência a Vila do Carmo. Quem recebia os homens era Lourdinha, pois acordara com a casa pichada: dizeres de “Bruxa” e “Demônio” atravessando a imagem de São Jorge, já gasta no portão. 

— Nem o santo respeitam mais — Cristóvão falava detrás do balcão, acompanhando o movimento. Policiais entraram no estabelecimento, um cliente murmurou. 

— Pra ela, aquilo não é santo, não. É Ogum. 

— Ogum, orixá da guerra! — um dos policiais anunciou — É o que queremos com esse vagabundo. Qualquer ajuda é bem-vinda, independente do credo.

O delegado, apesar de aparentar pacato, ansiava promoção. Espalhou homens à caça de nomes e informações. O padre firmou compromisso, Cristóvão não disse que sim ou que não, já Lourdinha consultaria seus guias aquém dos homens da lei.

Na porta de Luísa deixaram um cartão: “Qualquer suspeita, ligue 181”. No verso, o telefone pessoal do delegado. 

8

O sacerdote mirou a igreja tornada irreconhecível pelo enorme afluxo de fiéis e curiosos a ocuparem bancos, paredes lindeiras e escadaria defronte.

— Não se agitem. O bom pai conhece as necessidades de seus filhos.

Nas últimas semanas, os insucessos da polícia haviam instigado a boataria e, pela boca das beatas, o povo ouvira a promessa de que o padre poria cabo de toda aquela história.

— Não depositem sua fé nas falsas promessas, porque o inimigo é o pai da mentira. Desde o início dos tempos, ele quer nos destruir, disfarçando-se como anjo de luz. A resposta que procuram não virá de fora, mas de dentro. Atentai-vos!

A fala enigmática servia às mais variadas perguntas. Alguns descriam da polícia, outros acusavam a curandeira e, até mesmo, já havia quem apontasse o padre.

9

Lourdinha não careceu dos búzios pra consultar os guias. Em sonho, um Ogum feroz combatia sombras nas vielas da Vila do Carmo, enquanto Xangô dissipava a escuridão com raios lançados da boca. A benzedeira via tudo com assombro, até um breu tomar aquele mundo onírico e as palhas de Obaluaê farfalharem indicando algum caminho. O Orixá movia-se com lentidão, balançando seu xaxará, e o cenário à sua volta se revelou numa pequena vila, com casas de taipa e um poço, que Lourdinha reconheceu como o quintal de sua infância. 

— Preciso voltar! — Orixás e casas se dissolveram na negrura do nada, até o som de uma buzina despertá-la.

João Motorista, entregador do mercado, às vezes de Cristóvão e de outras bibocas, estava no portão, impaciente. 

— Sua boia, dona!

— Desculpa, menino. Adormeci. Aqui tá o acertado — titubeou, antes de entregar o dinheiro. — Me diga, você também faz viagem por fora?

— Pagando bem, que mal tem? — apanhou o dinheiro. 

— Dê cá seu número, que logo vou precisar de uma carona até a rodoviária. 

João Motorista passou o contato, entrou no Celta e saiu levantando poeira. 

10

Olhos opacos, corpo roto, sinais de intenção na execução; pentagrama invertido no peito, membros amarrados no arame, ventre rasgado em ato de imolação; lábios ligados por fina costura. As autoridades não atribuíram a obra ao Cão, como boa parte da comunidade, mal a notícia se espalhou a partir do córrego da Rua 5, onde encontraram o infeliz, mas era um corpo de cão, do cachorro Caim, que jazia ali, empacado nas águas. Na boca do animal, uma das simpatias de Lourdinha.

11

São Jorge Ogum desapareceu atrás da espessa tinta cinza. Junto com ele, os insultos no portão de Lourdinha. O novo detalhe é uma placa de “Aluga-se”, seguida pelo contato do corretor de imóveis, ignorante dos acontecimentos na Vila do Carmo. Ninguém toma mais o Caminho do Umbuzal, e quem o fizer, será como possível inquilino, talvez membro futuro da igreja do padre Ângelo, que agora vive lotada. Pouco cheia é a mala da benzedeira; cadinhos, roupas, o caderno de orações e poucas imagens em miniatura. No peito, aflição e alívio: pela partida, pelo regresso. Falta pouco. Em breve avisará João Motorista.

12

Do convívio diário com a grandeza e a miséria do que havia de mais humano e, contraditoriamente, mais elevado e mais vil, nasceu-lhe o amor pelo bem e o fascínio pelo mal. Por amor, deixara a cidade natal, a família e se entregara, missionário, à igreja. Por fascínio, acumulava, no baú esmaltado, a inexplicável coleção.

Padre Ângelo levantou a batina e se dobrou ao lado da cama, sentindo joelhos e costas reclamarem. Em breve, teria que encontrar outro esconderijo. Com as pontas dos dedos, alcançou uma das alças laterais e arrastou o baú.

No chão logo ao lado, o padre depositara o recorte da Tribuna, impressa na Capital e chegada tardia à vila. A matéria mais recente, e que logo se juntaria às demais, resumia as anteriores — Mortes Causam Alvoroço em Pequena Vila do Interior. Arquivou o periódico sem saber que olhos não convidados espreitavam a casa paroquial, colada no muro da rua.

13

Boa parte da comunidade afluía até a igreja. No bar defronte, Cristóvão se punha a lavar copos, por força do hábito. Apenas os alcoólatras ainda frequentavam o lugar, mas iam na missa da manhã motivados a largar o vício. Cristóvão já não sentia raiva, e até pensou na conversão, em suplicar pra não minguar o negócio, seu sustento. Costumava consultar Lourdinha em momentos de crise, mas ela, que aprontava saída, já não recebia ninguém. Escorou no balcão e descansou a vista naquele mar de gente saindo do templo. Quebrou o protocolo e se serviu de uma dose.

Entre os passantes, boatos, especulações, clamores e afirmações de fé. A mãe de Luísa era alinhada com os sermões do padre e cada vez mais adepta aos trabalhos no templo. A causa dos agouros, interpretou, era a benzedeira. 

— É coisa da seita dela, sacrificar bicho!

— Cuidado com as palavras, mãe — Luísa repreendia, acompanhando a contragosto a genitora. 

— Graças a Deus vai embora. Aquela casa tinha que ser derrubada.

Entre os fiéis, João Motorista caminhava absorto. Sentiu que, da boca daquele homem santo, recebeu uma revelação, uma missão, implícita no sermão. O celular vibrou roubando sua epifania:

“Me deixa na rodoviária central, hoje, às 21h?”

Esvaziou-se num susto, gelando o corpo de cima a baixo. Apressou o passo pra buscar o carro. 

“Sim!” — respondeu.

De mala em mão, Lourdinha esperava. 

14

Rastros de poeira. No final da rua, a molecada retoma a subida e se posiciona. Cada um no seu carrinho, olhos afiados, é dada a largada:

— Um, dois, já!

— Não valeu!

O reclame vem tarde, o jeito é recuperar na descida. Em segundos estão todos vivos na corrida, o rolimã quente como o inferno. Miguel ganha a frente, a chegada é próxima, mas é interceptado por um carro de polícia, subindo a rua com alarde de sirenes. Desvia a tempo e rola no chão. O carro continua subindo pelo Caminho do Umbuzal. 

As crianças buscam acudir o amigo. 

— Machucou?

— Foi nada. Bora de novo. 

Miguel mostra o cotovelo novinho em folha. 

O veículo para no portão cinza, ainda com a placa de “Aluga-se.” Um homem de camisa e gravata, de aspecto abatido, espera. 

— O senhor é o corretor que fez a chamada?

— Eu, eu…ia receber um cliente…

— Tente se acalmar.

O homem tinha o olhar perdido de uma criança. 

— E ela estava, aquilo ali, aberto… Meu Deus. 

O corretor descambou a chorar no ombro da policial. O resto da equipe entrou com armas em punho, averiguando cômodos. A casa estava em silêncio. Na sala, uma mala desarrumada, santos espatifados, desenhos à sangue, um celular. O quarto expelia um cheiro podre. Um dos policiais abriu a porta e conferiu horrorizado. O crime tinha semelhanças com os anteriores, mas agora, era Lourdinha que ali estava.

15

— Lá? 

— Na igreja não, Miguel.

— Duvido você entrar e pegar alguma coisa. 

— Roubar é pecado. 

— Sabia. Bundão!

— Fala baixo, vão achar a gente aqui. Não quero ser o próximo a procurar. 

— E deixar alguma coisa… Uma surpresa pro padre? 

— Tá doido?

— Se você entrar, te prometo algo irrecusável. 

Miguel cochicha no ouvido do amigo, que arregala os olhos de cobiça, enfeitiçado. 

No desenrolar da brincadeira, ambos batem o pique e se escondem novamente. Miguel entrega a encomenda enrolada num pano. Orienta. 

— Não abre!

 O amigo sai com o objeto embaixo da blusa. Passado algum tempo, retorna com as mãos livres. 

— Não sei como consegui. Tá lá. 

— Onde?

— No baú.  Como sabia dele?

— Alguém te viu? 

— E sua promessa?

— Você foi visto?

— Acho que não. E a promessa?

— Calma, tudo no seu tempo. 

Alguém grita do meio da rua:

— Um, dois, três, Miguel e Gustavo. Atrás da Lata do Córrego!

— Merda, minha vez de procurar — lamenta Gustavo. 

— Eu conto, pode deixar — responde Miguel, no ouvido do amigo, que replica desencantado.

— Ué, mas a gente não tinha acabado de se esconder?

— Impressão sua. 

16

Cristóvão não cedeu aos apelos da comunidade. Reservou-se a pendurar um crucifixo atrás da mesa de bilhar, de modo que os fregueses percebessem o estabelecimento mais cristão que outrora. Pouco adiantou, o movimento era mais de policiais do que de bebuns. Caçavam João Motorista, pra espanto geral. 

— Um menino bom, trabalhador, recém convertido — a mãe de Luísa respondia da porta de casa. 

— E foragido da polícia, senhora. Qualquer informação, nos contate. 

Cristóvão foi curto no testemunho; solicitara os serviços do rapaz umas poucas vezes e só. O policial aprontava saída do bar quando um barulho de motor, ao longe, se aproximou numa velocidade incomum. Antecipando o perigo, não conseguiu sacar a pistola a tempo. Um Celta preto atravessou a porta do estabelecimento, prensando o homem na mesa de bilhar até colidir na parede, causando um estrondo. Perturbado, em meio aos destroços, Cristóvão reconheceu o veículo e seu piloto, ensanguentado e perfurado pelas ferragens. O cadáver, sem camisa, exibia marcações nos braços e costas, sequências infinitas de palavras interligadas: “diabolusestnobisdiabolusestnobisdiabolusestnobis”.

Era João Motorista.

Com o abalo, a haste menor do crucifixo recém pendurado despregou-se, e o Messias ficou de ponta-cabeça, num badalar invertido.

17

As obrigações dos pais estão sempre a recair sobre os filhos. Como dona Marta estivesse indisposta, coube a Luísa a limpeza da paróquia. Fosse sua mãe a vassourar, o baú teria permanecido incólume sob a cama, mas, nas mãos de Luísa, o invólucro encontrou a polícia como destino certo.

Passada a incredulidade inicial, o delegado decidiu se envolver pessoalmente na prisão. Antes de tomar o caminho da Vila, contatou a Tribuna e retardou o flagrante. Quando deixou a igreja com o padre algemado à tiracolo, o instantâneo enquadrou com perfeição os dois homens e o templo ao fundo, em captura digna de primeira página.

Nem tudo restava esclarecido. A morte da criança, por exemplo, ainda não fazia sentido. Ao que tudo indicara, havia sido um acidente, com dezenas de testemunhas. Ainda assim, era impossível explicar como que a metade desaparecida do taco partido fora parar dentro do baú do padre, que não negara a coleção de recortes, mas não soubera esclarecer a presença do macabro objeto.

Em frente à igreja, fiéis e curiosos, entre pasmos e furiosos, se reuniam. 

Destacando-se da multidão e salivando quase certeira, a mãe de Felipe, o garoto que morrera no jogo de taco, gritou:

— Monstro!

Impassível, o padre respondeu:

— Não acusem os monstros. Há algo dentro deles que não podem controlar. Temeis os inocentes, porque o inimigo é traiçoeiro. Cuidado com sua perfídia.

Às costas do sacerdote e da multidão, a porta da igreja foi fechada com estrondo pelos últimos homens da escolta do delegado. Permaneceria lacrada até que os detalhes dos crimes fossem esclarecidos.

18

Algumas portas se fecham pra não mais se abrir.

Padre Ângelo não deixou o presídio, incriminado e condenado pelos resquícios de sangue encontrados no pedaço de taco utilizado pra estocar o bêbado pelas costas e na imolação dos corpos de Caim, Mãe Lourdinha e João Motorista.

— Senhor Ângelo Dama…

— Padre, excelência.

— Padre Ângelo Damasceno, tem algo a dizer em sua defesa?

— Sim… Não temo meus juízes, também Cristo sofreu por falsos pecados, mas Deus é Pai, e em seu reino absolverá os inocentes. 

— Isso veremos, Padre, – e, voltando-se pro júri – O veredicto?

— Culpado.

As portas da igreja não mais tornaram a se abrir, inadiavelmente à espera da designação de um novo sacerdote, enquanto, pela Vila, as famílias abastadas colocaram seus imóveis à venda e, antes mesmo que os negócios se efetivassem, partiram com suas mudanças e medos, porque o que vinha do fórum pouco ecoava por ali.

— Não me contaram, vi com estes olhos que um dia a terra há de comer. Foi um acidente, meia dúzia de garotos brincando na rua.

— Mas e o Celsinho, Lourdinha, João Motorista?

— João Motorista? Acidente também, que por pouco não leva junto o Cristóvão. E pra matar o João e a Lourdinha, Padre Ângelo teria que ser dois, um pra trancar a igreja por dentro e outro pra perambular pelas ruas.

— Não sei… Se não foi o Padre, foi quem então?

— O Cão.

— O que morreu também?

— Não este. O outro…

Marta se benzeu, pediu licença e cruzou a praça. Junto às portas pesadas da igreja, tentou acender sua vela e reavivar a chama de outras tantas colocadas a cada dia das semanas anteriores.

Perto dali, Miguel se sentou às escadas que davam pra rua e olhou ao redor. Comércios vazios, ruas desertas, bancos e brinquedos ociosos na praça. Malicioso, sorriu e fez soprar um vento vadio, arteiro, destinado a fazer arruaça com as velas que Marta lutava pra deixar acesas.

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30 comentários em “[EM] Um de nós (Anderson Prado e Thiago de Castro)

  1. Nelson Freiria
    18 de setembro de 2021

    Ambientação, poxa uma história legal mas que deixou passar batido o tema do desafio

    Escrita: Muito boa, não notei erro nenhum e flui bem demais

    Enredo e considerações gerais: Acho que o humor em meio a historia ficou legal, acho que valeu mto a pena investir nos diálogos

    • thiagocastrosouza
      19 de setembro de 2021

      Nelson, obrigado pelo comentário. Honestamente, não compreendendo nem concordo com sua nota. Será que é um conto que merecia um Zero?

      Ainda que de forma tênue, dependendo da interpretação, o conto toca em dois temas do desafio: o monstruoso, na figura do diabo, rondando a vila, e a do mistério, na sustentação da suspeita de quem cometeu os crimes.

      Sendo assim, meu outro conto, que você deu 8, é menos temático do que este, ao meu ver, por isso a dúvida e a indignação.

      Não sei se é sua primeira vez no EC, mas esse tipo de atitude, embora permitida, é extremamente desestimulante e desgastante para o desafio, quase anti esportiva. Além disso, o seu comentário foi tão genérico e preguiçoso em relação ao feito pelos demais participantes que aumenta ainda mais as minha má impressão sobre sua participação.

      É isso, faz parte do jogo, não é nada pessoal, mas vale a reflexão!

      Quando não gostar, falar os motivos com mais propriedade

      • Nelson Freiria
        19 de setembro de 2021

        Não, senhor. Minha primeira participação foi em 2016 e eu já comecei distribuindo 0 naquela época. Eu esclareci sobre o 0 desse conto no grupo do facebook, com mais detalhes e o erro foi meu mesmo. Sem problemas em assumir isso. Sobre o comentário mal elaborado, ele teria sido refeito, caso eu não tivesse errado conforme me expliquei no facebook. Por mim, até sugeri isso lá e expliquei sobre, minha participação deveria ser desconsiderada.

  2. Jorge Santos
    16 de setembro de 2021

    Ambientação

    Conto de suspense, quase de terror, num cenário formado por um mosaico de crendices.

    Enredo

    Achei a ideia interessante, mas o resultado final ficou aquém do esperado. Ficou confuso, faltando elegância na ligação dos blocos narrativos. O final é instigante e convida a uma releitura mais atenta.

    Escrita

    Eficaz, sem erros aparentes. Algumas ideias ficaram confusas, desconexas entre si.

    Considerações finais

    Conto com bastante potencial, mas que ficou confuso. Falta alguma elegância na ligação dos diversos blocos narrativos.

    • thiagocastrosouza
      19 de setembro de 2021

      Camarada, a palavra do campeão sempre tem peso, neste e no outro conto de minha autoria. Obrigado mesmo pelo comentário!

      De fato, trabalhar com tantos personagens e situações e correr o risco de não ligar as partes foi um risco que optamos correr.

      Grande abraço!

  3. Rubem Cabral
    15 de setembro de 2021

    Olá, Tribuna.

    Vamos à análise do conto!

    Ambientação:Muito Boa

    O conto acerta no alvo no quesito ambientação: há boas descrições do ambiente, há sensações, diálogos e muito mais, corroborando na imersão do leitor no cenário dos acontecimentos da pequena cidade.

    Enredo:Bom

    O enredo é bom, atiçando a curiosidade do leitor o tempo todo. Os acontecimentos dos crimes/acidentes(?) são muito bem descritos e espalham-se pistas falsas sobre os possíveis criminosos: o motorista, a moça que ia fugir da cidade e que vendeu tudo, etc.

    Contudo, o formato muito entrecortado torna cada bloco um pequeno desafio do leitor em se posicionar em tempo e espaço, tornando o exercício um pouco exigente.

    Escrita:Muito Boa
    A escrita é limpa e sem erros que eu tenha notado. Os diálogos são bons e naturais. A forma de escrever não compromete ou atrapalha a entrega do “produto” que é o enredo, muito pelo contrário.

    Considerações gerais:Muito Bom

    Um bom conto de mistério com doses de sobrenatural, com reviravoltas e suspeitos. Apenas o formato muito cortado foi um entrave para mim.

    Boa sorte no desafio!

    • thiagocastrosouza
      19 de setembro de 2021

      Obrigado, Rubem! Creio que, se não tivéssemos divido, a confusão seria maior.

      Valeu e parabéns pelo pódio!

  4. Priscila Pereira
    13 de setembro de 2021

    Olá, Tribuna!

    Ambientação: muito boa, cara de causo do interior.

    Enredo: misterioso. Não tenho certeza se entendi bem… Confesso que a forma que vc escolheu pra escrever não me atrai muito, meio rimado, meio estilo mestre Yoda… ( Tô muito chata hoje, Sorry!) Então, não reli procurando saber se tinha entendido bem, no final acho que o Miguel era o Cão em pessoa disfarçado, brincando com as pessoas daquela vila.

    Escrita: não posso negar que é ótima, apesar de não me agradar. Nunca gostei de cordel, nem do estilo rimado. Mas é perceptível que você escreve muito bem e com facilidade.

    Considerações gerais: o conto tem um mistério bem legal e o autor usou muito bem o suspense. Os personagens são bem estruturados e verossímeis, é um conto muito bom que calhou de não me encantar. Acontece!

    Parabéns!
    Boa sorte!
    Até mais!

    • thiagocastrosouza
      19 de setembro de 2021

      Poxa, que pena, Priscilla. Agora não entendi muito o comentário sobre o cordel. De minha parte e na do Anderson, não foi um recurso intencional, e nem considero o conto, propositalmente, “rimado”, até porque o cordel, como poesia, tem uma métrica muito bem definida e que deve ser respeitada para ser classificada como cordel. Sobre o enredo, você matou em cheio, Miguel é o Cão desde o início, sendo o responsável pelas mortes na Vila do Carmo.

      Grande abraço!

  5. ALINE CARVALHO
    12 de setembro de 2021

    Ambientação: Excelente ambientação, rica em detalhes…

    Enredo: Texto longo, cheio de suspense, que só se revela no final..

    Escrita: Excelente escrita, não encontrei erros

    Considerações gerais Conto criativo, gostei!

  6. Victor O. de Faria
    11 de setembro de 2021

    Ambientação: Interessante. Começa meio caótico, mas os pontos vão se interligando, o que é bem criativo. Temos um monstro, quase realidades alternativas e um pouco de detetive. Ainda bem que o autor não sobrecarregou o texto de informações. Um contexto bem cotidiano, mas que atrai pelo suspense.
    Enredo: Temos uma cidadezinha e seus causos. Temos um “quem é o culpado” e “com que arma”. Pareceu um conto inspirado em jogos de tabuleiro. Como disse acima, o início é confuso, mas recompensa na conclusão.
    Escrita: Uma ou outra troca de tempo verbal incomodou um pouco, mas não tirou o brilho da escrita simples e eficiente.
    Considerações gerais: Um texto com muitos méritos, que talvez alguns achem insuficiente, mas que atrai justamente pela sua estranheza e seu curioso quebra-cabeça de capítulos.

    • thiagocastrosouza
      19 de setembro de 2021

      Valeu, camarada! Apreciei muito seu conto também!

  7. Simone lopes mattos
    3 de setembro de 2021

    Ambientação: capítulos curtos apresentam com competência diferentes ambientes. A descrição é suficiente para o leitor. O sorriso malicioso do Miguel fica marcado no primeiro, depois o menino é vítima de um cachorro. Cães reconhecem o mal. Depois retomado no último capítulo. Ou seja, pistas são plantadas no decorrer da narrativa. Os crimes prosseguem e o ambiente de horror é sentido pelo leitor. Achei excelente a economia de palavras. Foi dito o necessário. E o capítulo 4 traz mais uma morte, assassinato. E outra. O inimigo é mesmo traiçoeiro. E a malicioso de Miguel está mostrada novamente no final.
    Enredo: recortado para facilitar o entendimento da trama, mas muito bem costurado.
    Escrita: econômica e correta.
    Considerações finais: uma história sobrenatural. O mal habitando um menino. Armadilhas para vingança e controle das forças opostas. Muito bem escrito. Parabéns

  8. Bruno Tavares
    1 de setembro de 2021

    Ambientação: O autor cria um cenário bem típico de algo que me lembrou o cangaço ou uma Cidade pequena de interior. Elementos e personagens bem característicos, com a religião fortemente presente.

    Enredo: Gostei do enredo com personalidades bem desenvolvidas para cada personagem. Suas histórias e mistérios que cada um carrega, envolvendo os acontecimentos e a culpa de Miguel e do Padre na trama.

    Escrita: Não percebi erros. Achei muito bem escrito e fluida.

    Considerações gerais: Não é um tipo de leitura que me atrai muito, pois nós brasileiros sempre tendemos a escrever a respeito de histórias envolvendo Cidades do interior, tramoias, fofocagem, ladroagem e traição. Isso é meio que ‘cultural’ no pensamento coletivo de quem vai escrever sobre terras tupiniquins; tudo bem com isso, mas eu curto mais histórias que mecham com a imaginação e distopias. Ainda assim, é um conto muito bem escrito e com uma história bacana.

  9. Antonio Stegues Batista
    23 de agosto de 2021

    Um de nós

    Ambientação= Coerente com a história. Criativa, verossímil.

    Enredo= Excelente= Uma mistura de magia negra, terror/fantasia/ policial

    Escrita= Excelente, conexões verbais criativas. Cada parágrafo, ou período, bem costurado, fazendo suas interligações através do tempo.

    Considerações Gerais= Desde o início o Cão já fazia suas estripulias. Me lembrei da música de Os Incríveis; Um Capeta em Forma de Guri. Gostei do conto, achei uma ideia bem concluída. Acho que ficou completo, sem pontas soltas, apesar de alguns pontos sugerir confusão. Há que ter atenção na leitura.

    • thiagocastrosouza
      19 de setembro de 2021

      Antônio, sempre te acho casca grossa na análise. Feliz que esse conto te atingiu!

      Grande abraço!

  10. Felipe Lomar
    22 de agosto de 2021

    Ambientação: você construiu uma cidade de interior muito bem feita. Há as crianças, o cão de rua, o bêbado, o povo supersticioso que liga tudo de diferente ao diabo, as pessoas de religião de matriz africana que sofrem preconceito. Fosse meu o texto, Não mexeria uma vírgula nesse aspecto.
    Enredo: uma bela história de mistério, que prende o leitor na expectativa de resolver o caso. No final, o caso não é resolvido pelo policial, mas o leitor pode constatar a solução.
    Escrita: praticamente impecável. Abrilhanta e adorna a história com ritmo e vocabulário. A única coisa é ter essa divisão em capítulos, que quebra um pouco o gênero do conto.
    Considerações finais: um dos textos mais interessantes da minha lista. Meus parabéns.

    • thiagocastrosouza
      19 de setembro de 2021

      Obrigado Felipe! Cara, dei negativo no seu comentário sem querer, desculpe! Corrijo depois.

      Feliz pelo seu comentário!

  11. Jowilton Amaral da Costa
    22 de agosto de 2021

    Ambientação: A ambientação está boa. Conseguimos nos situar em uma cidade pequena, onde todos se conhecem e o falatório rola solto.

    Enredo: O enredo é razoável. Uma combinação de conto policial com sobrenatural. Após a morte de um garoto de forma peculiar, começam a surgir rumores que o diabo está agindo na cidade. Outras mortes acontecem e o mistério aumenta. Achei que o conto tem muitos personagens, e não tem um protagonista definido, talvez o padre. A trama se enrola um pouco, a meu ver, quando começa a morrer mais gente. No final entendemos que Miguel, um garoto, é quem é o responsável pelas mortes e tudo indica que ele é o Cão. No entanto, Miguel aparece muito pouco na história. A parte sobre ele, no início e no meio do conto, quando Gustavo vai até a igreja, meio que hipnotizado, para, sem saber, incriminar o padre, na minha opinião, não foi suficiente para que eu criasse algum sentimento pelo personagem.

    Técnica: A técnica é muito boa. O conto está bem escrito. A separação em cenas curtas foi bem feita. Não percebi qualquer tipo de erro e a leitura fluiu bem.

    Considerações gerais:

    • thiagocastrosouza
      19 de setembro de 2021

      Valeu Jowilton. Tentei deixar Miguel à espreita de algumas mortes. Ele é mordido pelo cachorro que depois aparece morto, brinca no rolimã antes de encontrarem Dona Lourdes e enfeitiça o amigo para hipnotizar o padre. De fato, ele é pouco explorado como personagem. O foco do conto está no mistério mais do que nos personagens, o que pode, naturalmente, ser interpretado como ponto negativo.

      Valeu camarada!

  12. MARCIO VALLE PEREIRA CALDAS
    21 de agosto de 2021

    Ambientação: Não somente os locais da vila, mas os regionalismos, as brincadeiras e os personagens transportam o leitor instantaneamente para uma cidade do interior de nosso país.

    Enredo: A trama, que deveria ser pesada pela série de mortes, é levada de maneira leve através dos diálogos de personagens entre os crimes. A separação do conto por capítulos, sempre mudando a direção da história ajuda e muito a dar essa leveza e aguça a curiosidade do leitor rumo ao desfecho.

    Escrita: Além do domínio da língua culta, a linguagem é repleta de regionalismos, principalmente nos diálogos existentes, o que enriquece o texto.

    Considerações gerais: Muito bom. A separação por capítulos dá ritmo ao conto e ajuda na trama. A ambientação e os diálogos formam um mural de recortes que faz o leitor ficar sedento em encontrar o desfecho surpreendente.

  13. Ana Maria Monteiro
    19 de agosto de 2021

    Olá, Tribuna.

    Vou comentar seguindo as orientações do regulamento:

    Ambientação: Boa. Consegue-se perceber o pulsar da aldeia, do tipo de pessoas.

    Enredo: Muito bom, muito bem construído.

    Escrita: Excelente.

    Considerações gerais: Este foi o último conto que li, desta primeira lista que me foi atribuída e é, de longe, o melhor de todos. Você está de parabéns, sabe proporcionar o prazer de uma boa leitura. Ainda que eu não tenha percebido como se estabelecia um elo entre o padre e Miguel, isso não me preocupou particularmente, pois toda a história é convincente, além de inteligente e muito bem conduzida. Gostei muito.

    Parabéns e boa sorte no desafio

    • thiagocastrosouza
      19 de setembro de 2021

      Obrigado Ana Maria, seu comentário foi um presente!

  14. Felipe Melo
    17 de agosto de 2021

    Ambientação: Excelente ambientação. Nada sobrando, nada faltando. Começou o texto com um choque e manteve o mistério até o final, quando houve outro choque.

    Enredo: O enredo foi na mesma linha. Rico em detalhes e instigante. O formato da apresentação também combinou muito bem com a ideia principal.

    Escrita: A escrita está excelente, o ritmo suave, agradável e levemente cômico, e a separação dos trechos foi muito criativa.

    Considerações gerais: Em linhas gerais, me agradou muito a leitura, do inicio ao fim, em todos os sentidos.

  15. Fabio D'Oliveira
    16 de agosto de 2021

    Olá, Tribuna!

    Lembrando que é apenas uma opinião, certo?

    AMBIENTAÇÃO

    Razoável.

    O segundo ato é a melhor cena. Visual e forte, cumpriu perfeitamente com a proposta. Cemitérios sempre me atraíram, inclusive.

    Em outros pontos, porém, a construção do ambiente é mais fraca. A Vila de Carmo, por exemplo, permaneceu na neblina, para mim.

    ENREDO

    Interessante.

    O fator mais chamativo do conto é o mistério constante. Alguns técnicas usadas para confundir o leitor são excelentes e funcionaram muito bem. Suspeitava que Miguel era o Cão, um demônio-arteiro, e parece que acertei. Gostei bastante do desfecho.

    Os personagens não são sólidos e parecem uma caricatura da profissão, de fato, mas acho que isso é uma consequência por ter escolhido criar tantas personas num conto curto. Já é difícil desenvolver dois personagens em contos, imagina seis ou oito?

    ESCRITA

    Boa.

    Em alguns momentos, estranhei algumas construções de frases, mas parece que o conto é obra de algum autor lusitano. A única coisa que realmente me incomodou foram as trocas do tempo verbal, variando de passado para presente em alguns momentos. Acho que cabia uma revisão maior, nesse sentido.

    CONSIDERAÇÕES GERAIS

    Bom.

    Eu gostei, em linhas gerais.

    Não consegui identificar o tema por completo: não parece um conto policial, mas também não parece ser um conto de monstro. Apesar disso, tem o mistério a ser solucionado e o suposto demônio. Vou ficar em cima do muro, dessa vez.

    Gostei bastante da imagem, aliás!

    • thiagocastrosouza
      19 de setembro de 2021

      Fabio, seu comentário sintetiza muitas dúvidas e críticas feitas ao conto. Felizmente, nos aspectos positivos, o conto lhe agradou.

      Grande abraço!

  16. Angelo Rodrigues
    13 de agosto de 2021

    2 – Um de Nós

    Ambientação:
    Boa ambientação. Cidade do interior, por suposto, onde os estereótipos grassam: o padre, o policial, os medos, as rezas, o Diabo. Uma construção apropriada para o destino que o autor pretendia dar com conto.

    Enredo:
    O medo toma uma pequena localidade. Os crimes acontecem e são sucessivos. Logo se descobre o culpado (?). O Cão ataca novamente.

    Escrita:
    Escrita bem elegante, com termos bastante apropriados para o tema. Tudo conspira em favor de um bom conto.

    Considerações Gerais:
    Como firmei acima, um bom conto. Implico aqui com a ideia do Chico Picadinho. O conto é permanentemente quebrado por tópicos que se movem, o que não parece ajudar, funcionando como um corte nos quadros de sequências. Não imaginei que precisasse de tanto. O desenvolvimento mais coeso e linear, acredito, seria mais apropriado.
    Embora haja a presença de policiais, creio que o conto não se fixou de maneira enfática no tema “Policial”. Talvez não precisasse, é fluida a ideia. Mas também é fato que o conto transitou profundamente sobre as questões de costumes, medos e, muitas vezes, na recursividade religiosa do interior.
    Um conto muito bom de ler.

    • thiagocastrosouza
      19 de setembro de 2021

      Obrigado, Ângelo! De fato, o conto transita entre o policial e o monstruoso. Dividir em capítulos curtos foi a estratégia que encontramos para pular de um local ao outro no desenrolar do enredo. Um risco que reconheço.

      Grande abraço!

  17. maquiammateussilveira
    12 de agosto de 2021

    Ambientação: Para um espaço tão curto, é impressionante como os quesitos da literatura policial estão todos aqui: os suspeitos, as pistas nas entrelinhas, o suspense, as descrições macabras. A Vila do Carmo é criada com dinamismo, fazendo o leitor captar o cenário enquanto transcorre a ação. Além disso, a abordagem da intolerância religiosa localiza o conto no contexto social.

    Enredo: O texto é ágil ao apresentar os muitos personagens a partir de ações e falas características. em vez de descrevê-los. Contudo, em alguns momentos, é difícil lembrar quem são alguns personagens. Exemplos disso são Luísa e Marta. Acho que, ao final da leitura, alguns pontos ficaram soltos. Valeria aprofundá-los, já que esse texto rende, com certeza, material para uma narrativa longa.

    Escrita: O ritmo do texto se mantém do início ao fim, intercalando frases médias e curtas, com criações de imagens interessantes, que não deixam o texto se tornar enfadonho. Meu trecho preferido é na cena da segunda morte: “Anda quando ele anda, silencia quando ele fala. Quem vem lá não quer conversa”. Medooo!

    Considerações gerais: O título poderia ser menos genérico, ainda mais se comparado à eficiência das cenas que dominam o conto.

  18. Kelly Hatanaka
    9 de agosto de 2021

    Ambientação:
    Bem feita. É fácil se sentir nas cenas, numa cidade pequena, um povoado pacato em que todos se conhecem.

    Enredo:
    Personagens muito bem desenhados, fácil torcer por eles, muito fácil desconfiar do padre. Gostei muito do monstro, super assustador. Uma história muito bem contada, cheia de ação. Excelente!

    Escrita:
    A estrutura quebrada em pequenos pedaços poderia tornar a leitura cansativa, mas não é o que acontece: o texto ganhou dinamismo. A escrita é excelente, correta, clara.

    Considerações gerais:
    Uma ótima história, bem amarrada e gostosa de ler.

    Boa sorte!

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Publicado às 9 de agosto de 2021 por em EntreMundos - Monstruoso Mistério Aternativo e marcado , .
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