Eis que ele chegou, o anjinho todo enrolado numa justeza de vestes, pronto para ser levada para os braços de Nosso Senhor. Não fosse aquele pacotinho caprichado e gente tão novinho que era , passaria antes pelo portal de São Pedro, mas sendo assim ,todos já sabiam que iria direto para a legião do Grande Pai e que suas asas nunca cairiam de tão inocente que era.Talvez até fosse incumbido de dar a boa- nova do nascimento do Salvador, se vivêssemos naqueles tempos em que se esperava o nascimento do Messias. De tão inocente que era, jamais ousaria brigar com Deus e desfazer a aliança celestial, pois que o anjo era protegido numa proteção inoxidável de quem nunca se feriria por motivo de desobediência. E como os corpos dos seus ancestrais, enterrados naquele pitoresco cemitério à beira mar, daquele pitoresco povoado , a cruz pós mortem nem duraria muito e logo seria levada por aquelas águas de marés altas, quando elas vêm para levá-los a uma viagem libertadora e interrogativa que somente eles tem o privilégio de sabê-la.
Caravela vai, caravela vem e aquelas caixas de cabeças vazias agora vão compreendendo o sentido da vida que certa vez pesou o peso das colunas do palácio do algoz, sustentadas por Hércules. Desta feita, já leves das andanças da lida diária e muitas vezes não pouçás, cansados da jornada ou retirados antes dela , talvez por terem outro destino, traçado sabe-se lá por quem, antes partiram para uma viagem de conhecimento porque sempre estiveram ligados àquela terra , numa capilaridade sináptica aos seus entes queridos nunca queriam outras terras ,nem por desejo ,ou mesmo por necessidade. Sorrisos, amores, lendas, banhos, mar e as intermináveis pescas seguidas de chegadas ansiosamente esperadas atemporalmente pelas esposas. Depois, vinha a alegria de trazer o peixe fresquinho para casa e ouvir a terna voz de seus filhos saltitantes festejando a sua chegada.
É que a menina fora entregue para os avós, quando nascera porque a mãe jovenzinha, fora seduzida pelo peixe boto, numa certa noite em que a lua se derramava em gravidez prata de lua cheia de muito amor pelos humanos. Pois era assim que se diziam e é assim que reza a lenda, quando não encontram o pai, o autor da barriga, ou quando este se nega assumir o seu ato de quem joga a semente em terra fértil, mesmo sabendo que dali, pode-se esperar o nascimento de um fruto. Fosse na origem do mundo antigo, dir-se- ia que a menina seria obra de Zeus. E como estamos falando de terras regionais as gentes mais antigas tem a sua sabedoria para defender o nome da vergonha diante de todos do povoado, eles criavam histórias para justificar os feitos dos humanos e até hoje muitas dessas histórias fazem parte do imaginário de alguns povos desse país. O boto largou a moça e sumiu . Ficaram somente as amarguras e o gosto travoso do amor, se é que se pode dizer que este sentimento também traz essas sensações. Mas pode até trazer, visto que muitos atribuem a ele até mesmo a interrupção de vidas, imagine o derramamento de lágrimas! Assim como as outras moças, teve que sair para a cidade grande tocar a vida pra frente e tentar esquecer aquele delicioso arroubo de partilhar a intimidade do seu corpo com alguém que não a mereceu, porque a sua inocência permitira não a maturidade para escolher o partícipe do seu primeiro momento ato de amor. E nada soube ou não quisera informar sobre o homem que lhe depositou aquela sementinha, devido à furtividade dos encontros e à proibição que ela mesma se exigia como quer proteger alguém da ira dos machos do clã. Fugiu o rapaz garboso, deixando a pobrezinha em uma tristeza inconsolável. E ficou a moça bolando de casa em casa de parentes de outras cidades vizinhas. O povo da cidade só sabia que tinha viajado para morar na casa da prima e a barriga crescia em uma aflição sufocante e ela até causava dó à tia que a acolheu, quando lhe mostrava: – Olha, tia, ele se perece com esse daqui. Isso ela dizia, ao apontar para os artistas de revistas ou dos anúncios com rapazes bonitos que fumavam cigarros ou usavam roupas de grife, dirigiam carros caros ou remavam canoas com espáduas atléticas , coitadinhos ou malvados, só Deus é capaz de fazer esse juízo de valor. E a moça seguiu, deu a criança à luz e deixando-a com a tia para que esta a levasse para os cuidados da avó, com quem a jovem mãe tinha a certeza de que a pequenina teria uma vida de verdade.
E assim aconteceu, a menina foi cercada de um amor, quiçá muito mais puro e verdadeiro do que aquele amor paterno biológico que a mãe tanto sonhara para aquela que seria o rebento de sua prenhez. A avó prometeu e a assim a recebeu com braços de doação, como quem recebe um presente valioso naquela idade. Esta com a vida curtida em lágrimas de sal, na raiz da mandioca e no plantio da cana, viu o seu projeto de sonho se esvair , ao receber desta vez, o corpinho inerte. A matriarca o segurou e entre gemidos sofridos, benzederias , mantras e ungüentos, naqueles poucos metros quadrados de areia branca , sombreada por telhado de palha, suspenso sobre pau a pique, a mulher viu o anjinho suar um suor morno de quem tinha pressa de ainda ser útil para muitas outras vidas. Não sei qual foi a maior dor, se foi a do dia em que a criança adoecera de uma febre incompreensível , respiração ofegante e deixada sozinha na frieza do hospital, aos cuidados dos especialistas ou aquela daquele dia em que chegara a ambulância da cidade próxima, pois o lugar deveria logo ser ocupado por outro candidato a anjo. A avó até emagrecera de tão apegada à criança. Deixou de comer em um jejum que lhe acochava o estômago. O terço de contas brancas para as ave-marias e as azuis ,para os Pais nossos, era o objeto mais usado naquele lar . Era o amoleto que transferia a o desejo da mulher de ver aquele sorriso largo e banguela, que se derretia quando alguém lhe fazia vozinha miúda como aquelas que falamos aos bebês. E como quem quer ser aspirante de mães, num desejo que ninguém sabe compreender e nem explicar, as meninas da vila brincavam e ninavam a pequena numa satisfação maternal que até Nossa senhora desejaria para si.
Mas a ambulância do hospital da cidade próxima chegou. Os olhares ávidos de notícias baseados em fatos reais se e entreolharam e correram para afagar, para chorar ou simplesmente para matar a fome da curiosidade de saber de como estaria a menina. E naquele mesmo chão de infinito amor, assistida pelos peixes que esperavam a hora do seu cozer e pela tapioca que secava ao pratebanda da porta, o ex-anjo – porque dizem por aì que anjo não tem gênero de tão sobrecomum que é – mas sim a menina de agora, lançou o olhar de sofreguidão que saíra de febres, agonias e da decretação do último suspiro de vida. A menina nem chegara ainda a conhecer o cercadinho de areia feito em buraco no chão que serve de proteção para evitar que as crianças fujam, se percam na imensidão das areias da dunas, sejam levados pelo mar, antes da hora, ou que um bicho feroz as devore , porque saíra do controle dos pais em seus primeiros passinhos de aprendiz de caminhantes de vida.
A mulher não acreditou e cuidou e cuidou que cuidou da menina, em banhos de sol, banhos de mar, a fez conhecer a diferença entre palmeiras e coqueiros, decifrar o cheiro de cada tipo de raça de peixes do mar, que ela a menina até que chegou a se negar a degustar o ariacó , sabendo que não este não era o peixe que disseram em tentativa de escamoteação. Era tão esperta que de nada adiantava quando tentavam enganá-la, para que tivesse o alimento garantido do dia, nas birras infantis. A menina cresceu, começou a correr em brincadeiras serelepes com as amiguinhas que, hoje, quem a vê , nem acredita no episódio da ressureição. Hoje ela brinca de sereia nas areias de chantilly daquele lugar regado de mel e de ondas espumantes e sinestésicas . A pequena corre ligeiro, quando vê as gólgotas branquinhas de seus ancestrais num vai- e-vem de ondas que lambem os pezinhos de princesa. Às vezes, cai e se levanta muito rápido com medo de ser também levada, assim como os seus queridos entes. Nem sei se ela chega a pensar que aquele poderia já ter sido o fecho de sua vida, mas um dia ainda saberá histórias sobre peixe – boi, sobre mula sem cabeça , sobre monstros do mar e monstros da terra e, com certeza, a sua avó tão esperta que é, multiplicará o repertório de perigos que nos rondam, principalmente quando somos crianças, por serem elas tão frágeis e inocentes.
Agora a menina já, sereia., recebe presentes da irmã mais velha que já se casara na cidade grande e fizera a sua família agora com um pai presente, sabe-se lá, até quando.Talvez seja para sempre. A seria de agora corre lépida, para não ter ainda aquele desfecho da viagem libertadora de quem já vivera demais ou de menos, depende de quem se fala, feita em um nado embolado naquelas águas por ela ainda desconhecidas. Ela corre e sorri, sorri e corre em piruetas para lá piruetas para cá, roda, roda em cirandas e gritinhos que ora se confunde com medo , ora com felicidade em um misto de descobertas de sabores , explosões de alegria e esperança , pois ainda quer encantar os seus convives com o seu canto alegre de criança feliz como aquelas outras que vivem naquele lugar, até que cheguem os seus desejos de sereia moça que vive a encantar os viajantes que passam por aquele lugar.
Uma criança fica doente e acaba virando sereia
Olá, Claraliz! Bem, vamos lá. Me perdoe pelo meu comentário deficiente, pois eu não compreendi muito bem seu texto. A meu ver se trata de uma mistura de mitologias, indo desde aspectos cristãos, passando pelos gregos até o nosso folclore. As referencias foram claras, entretanto ficavam inextricáveis demasiado, em suma acredito que as “obras” homenageadas foram justamente estar mitologias. Bem o que realmente me incomodou fora a redação: encontrei muitos erros de pontuação, algumas palavras escritas erradas e muita redundância, isso atrelado ao enredo confuso deixou a leitura muito travada dificultando a compreensão. Boa sorte!
Regionalismos e fluxo do pensamento são vídeos na prosa poética.
Resumo: Referências à lendas do folklore brasileiro, como a sereia Iara e boto rosa, com menção de outras mitologias europeias, onde a menina/Iara é um “anjinho”, que quase morre afogada quando criança, e segue a vida, como na lenda, mas sem peixeis salvadores ou cauda em vez de pernas.
Comentário: Ideia bacana! Achei meio cansativo e monótono o texto. Talvez seja interessante acrescentar uma fala ou duas, parágrafos mais curtos, pra deixar a leitura mais dinâmica.
13. O anjinho que virou sereia (Claraliz Almodova)
Original: Boto, Sereia(?)
Resumo: Menina nascida do amor proibido entre a mãe nova e o boto, entregue à avó, adoece e morre (?). Mas o amor da avó a transforma em menina sereia, e pelo que entendi, pensa que sua mãe é a irmã mais velha.
Comentário: Um texto bastante lírico e truncado, com uma narrativa rarefeita e tênue, apesar de muito poética. Particularmente, foi bastante difícil seguir a história ou ter certeza de tê-la compreendido. É como a obra de arte, que a gente vê na parede, acha até bonita, mas não entende. Prejudicou a análise também não identificar qual seria a obra original para elaboração da fanfic.
Olá, Claraliz.
Resumo da história: acompanhamos a história de uma menina filha-do-boto, isto é, filha de mãe solteira segundo o folclore da região amazônica. A criança foi criada pelos avós e quase morreu quando pequena, recuperando-se milagrosamente. Cresceu na comunidade ribeirinha, comendo peixes e escutando as histórias do lugar. Hoje, menina-sereia, brinca até o dia em que encantará outros com os poderes que certamente herdou do pai.
Análise do conto:
a. criatividade. 2/5 – fazer uma fanfic de um mito do folclore é um tanto estranho, em minha modesta opinião.
b. personagens. 3/5 – a menina e sua avó foram razoavelmente desenvolvidas.
c. escrita. 3/5 – a escrita namora com prosa poética e com regionalismo, mas também tem seus tropeções na pontuação e em algumas trocas de letras.
d. adequação ao tema. 3/5 – achei que fanfic de um mito do folclore nacional não é exatamente fanfic, que é sempre feito a partir de uma obra: livro, filme, quadrinhos, etc.
e. enredo. 2/5 – o enredo é muito confuso: o início dá a entender que a menina está morta, depois fala da mãe e da doença da criança, não deixando muito claro que ela sobreviveu. O conto é bonito por causa do lirismo e do regionalismo, mas a história é confusa devido a maneira que é contada.
Boa sorte no desafio e abraços!
O anjinho que virou sereia (Claraliz Almodova)
Fala, Claraliz.
Resumo: A história de um pequeno anjo, uma criança abandonada pelo pai e acolhida pela família. A morte e uma ressurreição como outro mito.
Inicialmente cumpre ressaltar que esse foi o primeiro texto do certame em que não identifiquei a obra original. Busquei por “Almodôvar”, a pequena sereia, os anjos do Win Wenders, obras sobre, boto e mistura de mitologia, mas infelizmente não encontrei nada.
A história em si me pareceu bem interessante. A mudança de anjo para a sereia, e ainda, misturando a lenda do boto. Há igualmente um sincretismo que funcionou e casou muito bem com o relato. Os personagens ficaram muito genéricos, tornado-se assim difícil criar empatia com sua jornada.
Na parte técnica…Bem, vamos lá. Acho que faltou revisão e tempo de maturação para esse texto. Em alguns momentos é perceptível que o autor tem talento para coisa, porém, em outros, também é de fácil constatação a pressa da coisa toda. Algumas grafias equivocadas “amoleto”, vírgulas soltas, sem espaçamento. Aparentemente, ocorreu uma falta de cuidado, ou um envio na última hora. Logo, penso que poderia ser melhor explorada, usando inclusive um pouco mais de espaço.
Enfim, parabéns e boa sorte
Resumo
Menina jovem engravida e deixa o bebê aos cuidados da avó. O bebê adoece e a avó cuida da com tanto esmero que ela sobrevive como se tivesse renascido e se torna uma criança saudável.
Comentário
Bonita a mensagem do seu conto, muito bem apresentada a relação afetiva entre a avó e a neta. Uma história de superação, renascimento. Parabéns.
Achei o início do seu texto um pouco longo e confuso, com muita informação não coesa no primeiro parágrafo. Faltou respiro, sobrou informação. Mas, a partir daí a narrativa se torna mais fluida e interessante.
Não consegui compreender qual a obra que deu origem ao conto. Seria a lenda do boto? Já vi filmes sobre sereias, mas não identifiquei nenhum em seu conto. Uma pena.
Encontrei poucos deslizes gramaticais que teriam sido resolvidos com uma revisão um pouco mais cuidadosa. Exemplos: “Eis que ele chegou, o anjinho todo enrolado numa justeza de vestes, pronto para ser levada (levado) para os braços de Nosso Senhor“ e “Não fosse aquele pacotinho caprichado e gente tão novinho que era”
Agora a menina já, (tirara a vírgula) sereia. (sobrou um ponto),
Gostei bastante do título. O desfecho é bastante criativo e encerrou muito bem o seu conto.
Jovem “vítima” do boto sedutor vive as desventuras de esconder sua gravidez. Espelhado em Cobra Norato do Raul Bopp? Foi o máximo que consegui decifrar do FanFic espelhado.
Gramática: Alguns descuidos na digitação, uma crase desnecessária, e um trema que não é mais usado; (amoleto amuleto) – além de alguns parágrafos um tanto longo, prejudicando a fluidez da narrativa. Mas nada que uma revisão mais atenta não resolva.
Comentário Crítico: É um conto de linguagem singela, até onírica. Espelhado no folclore brasileiro de Raul Bopp? Embora, em alguns momentos da narrativa aconteça certo desnorteio, com o linguajar mais próximo do coloquial. Abandonando o enredo lúdico em detrimento de expressões explicativas. Outro dado que atrapalhou o enredo é que a princípio o ambiente parece corresponder a uma aldeia ribeirinha, haja vista a citação do Boto, (o que vem a dá um quê do folclore amazônico), mas depois as situações passam à beira mar com alusão a sereias e etc. (Mesmo que o título faça alusão à sereia, mas que não dá sustentação ao enredo. E o autor(a) introduz muitos conceitos próprios, não tendo nada a ver com a narrativa em si. O enredo, fica mais preso em contar os modos de ser dos personagens do que um enredo com meio, começo e fim. Mas um trabalho que se sobressai pelo gostinho lúdico que propõe.
Olá. Presumo que este conto tenha sido um Fanfic da pequena sereia, porque não consegui descortinar outra referência. Nele, uma jovem tem uma filha de pai incógnito, que nasce com problemas e se transforma em sereia.
O conto é muito confuso e esta foi a ideia com que fiquei da sua leitura. Creio que deveria ter simplificado a escrita sem prejudicar a beleza do texto. Por outro lado, encontrei alguns erros que se foram agravando no decorrer do texto. Isto é bastante grave: independentemente do tipo de publicação, a revisão é essencial.
RESUMO
Menina, fruto do relacionamento de uma jovem com o “boto”, quase morre logo ao nascer, mas é entregue para os avós. Fica muito h e sua morte é quase certa, quando reage e sua avó cuida com muito amor e carino, lhe dedicando tempo e atenção extremada. A menina cresce recebe presentes da mãe, que conhece como sua irmã mais velha, já casada na cidade grande e com família formada. A menina que quase virou um anjinho torna-se aos poucos uma menina com destino de sereia.
AVALIAÇÃO
Não consegui atinar em que obra (livro, filme, música) esse conto se baseou. Parece-me que há mais de uma referência trabalhada no texto. Algo a ver com a história das navegações, mitologia, talvez, e a lenda do boto.
O conto prima pela densidade do enredo. Nota-se um quê diferenciado na linguagem empregada.Também há um toque de poesia na construção da narrativa. Um emaranhado de imagens que instiga a curiosidade a cada linha lida. Intuo que o fio condutor da trama esteja mais evidente do que sou capaz agora de enxergar.
Ocorreram algumas falhas de revisão, mas nada que atrapalhe a leitura.
O conto pareceu-me de tamanho um pouco menor do que os demais textos que li neste desafio, embora a sua leitura exija bastante atenção.
Sinto que estou falhando ao avaliar este conto e já peço desculpas por isso.
Boa sorte no desafio e que o anjinho-sereia te proteja.
Que conto formidável. Que riqueza de detalhes! Queria eu entrar, avançar nas profundezas do mares com esta menina sereia. Ainda mais eu que posso tê-la a meu lado na terra. Talvez lá mito longe, na junção do mar com o horizonte, sim. Do horizonte onde a prazer temporal e espiritual sera da felicidade as sua fonte.
Aí sim, com esta sereia, Clara, rara, Claraliz
eu seria dos Tristões o mais feliz
O bebê nasceu frágil, em uma aldeia de pescadores e foi entregue à avó, porque a mãe, muito jovem fora seduzida pelo boto. A menina cresceu cercada de amor e cuidados; agora já é uma sereia, pronta para encantar viajantes.
A narrativa não me conquistou, muito linear, independente do que estava acontecendo na narrativa, o tom era o mesmo, meio didático, pouca emoção. Não sei avaliar a adequação ao tema, pois não consegui identificar a referência do texto: lendas folclóricas brasileiras? O filme ELE, O BOTO, fantasia e romance, sobre a lenda amazônica do boto. E a sereia? É uma citação do folclore ou apenas a metáfora de mulher bonita e sedutora?
A leitura não me animou, mesmo conseguindo visualizar com precisão os diferentes cenários, o destino da filha amarrado ao da mãe, a mesmice da vida em comunidades pequenas e pobres. Esse final, tem maior apelo emocional, como se aquilo que estava represado aparecesse de uma vez.
Parabéns pelo texto e boa sorte no desafio. Abraço.
Em minhas pesquisas, não encontrei uma obra em específico a qual pertença esse universo fanfic, mas achi que a ideia da autora é de peregrinação pelo universo do folclore brasileiro e suas lendas, em especial a do boto cor de rosa e da sereia Iara.
Partindo da premissa acima, a obra é interessante unindo e os significados ocultos do boto e da sereia. Consegue levar o leitor para esse universo.
Porém, seus enormes parágrafos tornam o texto cansativo e, por vezes, difícil de entender. Logo no início, a falta de pontuação chama atenção.
No mais, atrai a atenção do leitor durante a leitura pelo vocabulário e pela descrição dos acontecimentos, mas não traz muita densidade ou profundidade. Não impacta o leitor.
Nota: 3
Garota engravida de pai desconhecido e passa a morar com vários parentes de diferentes regiões. Acaba criando a filha com a avó, que acolhe a neta como um presente. Ao fim, a criança cresce bastante feliz e vivente, apesar do risco de morte que passou. Recebe presentes da mãe, que agora constituiu família com um homem, e que acredita ser sua irmã mais velha.
Achei o conto um tanto obscuro, em partes difícil de entender. Talvez o maior obstáculo aqui seja o uso da linguagem. Você não mostrou muito domínio das ferramentas. Vírgulas, parágrafos enormes, concordância… pode ser que uma revisão mais apurada resolvesse essa questão.
Não entendi algumas sentenças, principalmente nos dois primeiros parágrafos.
Uma pena, porque tem várias coisas interessantes aqui. A narração, apesar dos problemas que comentei acima, tem algumas originalidades, uma certa poesia e sabedoria, que acho que uma mão mais experiente conseguirá passar melhor.
Acho que você, com mais treino, pode escrever coisas muito boas.
RESUMO: Uma vez um anjo no céu e agora uma menininha querida na terra. Ela adoece, mas convalesce e cresce para ser sereia, primeiro uma criança e depois uma moça.
COMENTÁRIO: Confesso que não consegui identificar qual obra está sendo homenageada aqui, mas isso é por completo desconhecimento meu, então não contará na nota. Do restante da avaliação do texto posso falar mais amplamente. A estrutura do texto dificulta a leitura, com os parágrafos sendo muito longos e densos, as informações ordenadas de um modo que se prolonga demais e que logo se perde o fio da meada do que se queria originalmente tratar. Essa dificuldade se assomou à outra, pois as vírgulas, em boa parte, ficaram espaçadas entre as palavras, quando o espaço é somente para a palavra que a sucede. É uma besteira, mas que junto do outro problema acaba distraindo. Saindo da escrita, há a narrativa a se considerar, e a isso tenho minhas críticas também. O conto parece se alterar abruptamente no terceiro parágrafo, pois os dois primeiros falam de Deus e, aparentemente, do reino onde vivem os homens e, depois, sem aviso, vamos para o nascimento da menina, havendo aí um longo parágrafo em que se lê sobre a sua mãe para depois focarmos na criação que a vó dá à menina. Parece que houve uma dificuldade de escolher o que era importante de se narrar, de modo que aconteceram esses excessos, como o parágrafo da mãe e a explicação sobre filhos de boto e como a criança acabou com a avó. Isso acabou distraindo, não informando. Ao longo do conto parece haver uma sugestão que a menina é aquele anjo que abre o conto, mas isso nunca é completamente afirmado ou sugerido com mais força, não há uma consolidação dessa ligação e então os dois primeiros parágrafos ficam soltos, com a narrativa parecendo meio solta e caótica, a doença sendo o momento em que parece haver estabelecida uma cronologia dos fatos. Com a recuperação, a criança volta a brincar, cresce e o conto parece acabar sem conclusão. Na verdade, não há o que concluir, pois não há um conflito que faça o leitor se perguntar “o que vai acontecer agora?” e como o conto não se detém em uma perspectiva e não desenvolve seus personagens, é difícil querer saber o que vai acontecer em seguida. O conto acaba e é isso.
Em suma, faltou ter um cuidado maior para não deixar o texto confuso, com uma narrativa decidida em torno de uma estória mais bem delineada e com personagens desenvolvidos.
Boa sorte!
Resumo:
Mãe se vê obrigada a entregar o filho à criação da avó. A criança adoece e falece, mas ressuscita.
Avaliação:
(Autor, não leia o presente comentário como crítica literária, pois se trata apenas de uma justificativa para a nota que irei atribuir ao texto.)
O texto é muito delicado. As primeiras linhas são belíssimas.
O autor pode aperfeiçoar seu domínio da língua e das técnicas de narração. Sugiro seguir escrevendo, lendo e participando de desafios para continuar se aperfeiçoando.
O texto possui muitos erros de revisão. Sugiro ao autor entregar a um revisor ou leitor beta competente.
No contexto do desafio, não me ficou claro de qual ficção (“fic”) o autor seria fã (“fan”), de modo a justificar sua “fanfic”.
Parabéns pelo texto e boa sorte no desafio!
RESUMO:
Moça engravida do “boto” e deixa a filha com a avó.
A criança fia doente e quase morre. No final conhece a irmã mais velha.
COMENTÁRIO:
Minha sintonia com esse texto foi bem baixa, simplesmente não funcionou.
Há alguns detalhes de revisão que podem e devem ser melhorados, coisas simples como espaçamento entre a palavra e a vírgula.
Há também uma repetição de ideias e palavras mal encadeadas, por exemplo: “pesou o peso”, “protegido numa proteção”, “aquela daquele”.
Também não consegui absorver as ideias, a sequência de eventos, não sei nem dizer se o que entendi (resumo) era isso ou não.
Talvez colocar nomes nos personagens ajudasse a deixar as situações mais compreensíveis.
E o tema também ficou bastante deslocado.
NOTA: 2
Isso é uma fanfic? O autor é fan de quem? Não ficou claro que seja uma fanfic. Acho que esse conto deveria ser classificado. Sereias são personagens mitológicos. Falar sobre sereias não conta como fanfic. O herói da fanfic tem que ser um herói criado por um autor moderno, do cinema ou dos quadrinhos.