Caros entrecontistas, é a hora da verdade!
Com um total de 37 contos inscritos, o Desafio “Amazônia” foi ao mesmo tempo céu e inferno — ao menos para a moderação — emulando a própria sensação de se pisar na floresta a 40°C com a umidade no topo! Se por um lado tivemos um recorde negativo de textos desclassificados, por outro tivemos uma das apurações finais mais emocionantes dos últimos tempos. No fim, porém, este desafio ficará marcado pela qualidade dos contos. Exuberância define.
Conforme previsto no regulamento, os participantes foram divididos em dois grupos. As autorias são reveladas conforme as tabelas abaixo:
Os participantes do Grupo 1 leram, comentaram e avaliaram os do Grupo 2 e vice-versa. No Grupo 1, tivemos um empate triplo no quinto lugar, tornando necessária a aplicação do critério de desempate previsto no regulamento — maior quantidade de notas mais altas.
As tabelas abaixo demonstram as notas, já desconsiderando os contos desclassificados. De acordo com o previsto, os cinco primeiros de cada grupo passaram à fase final.
A apuração final durou uma semana, com os finalistas lendo, comentando e avaliando os demais contos — algo que exige uma espécie de comprometimento e desapego que não se vê em todo lugar. Além dos próprios finalistas, outros cinco participantes realizaram todos esses passos — aquele pessoal que você tem orgulho de chamar de amigo, gente capaz de pensar nos outros antes de si mesmo — credenciando-se, assim, a votar: Fátima Heluany, Jorge Santos, Angelo Rodrigues, Pedro Paulo e Fabíola Terra. Parabéns, vocês são demais!
O resultado final, ficou assim:
Em terceiro lugar, com 59 pontos e média de 4,21, a aventura de Pi com sotaque amazônico, Macaco Guariba, de Gustavo Araujo:
“Numa tarde qualquer, topou com um guariba na janela do quarto. Reconheceu-o. Era aquele, da mancha vermelha sob o olho. Mostrava o riso arreganhado, os dentes claros contrastando com a cara barbuda. Quis chamar a mãe, mas o macaco balançou a cabeça. Era como se pedisse silêncio. Da janela, apontou a floresta. Nina não entendeu. Ele pulou para fora do quarto e guinchou num apelo. Estaria perdido? Não… Macacos não se perdem. Um convite, quem sabe? Observou-o dali, do umbral. Ele parecia mesmo aguardá-la, apontando com insistência para as árvores. Escorregou para fora também, na direção dele, tão silenciosa que nem uma aranha perceberia seus movimentos.“
Adiante. Uma antiga fotografia traz de volta uma lenda (talvez não tão lenda) sobre a rodovia Transamazônica. É esse o enredo do fantástico “BR-230“, conto de Daniel Reis que terminou o certame com 63 pontos e média de 4,50, o que lhe rendeu o segundo lugar geral!
“(Nota do Editor: nossa equipe tentou localizar, mas não encontrou nos arquivos da época quaisquer referências à competição esportiva citada).
O serviço era puxado, mas tínhamos o descanso noturno para recuperar as forças e começar de novo no outro dia o abate das castanheiras, andirobas e jacarandá, algumas dessas centenárias, com troncos largos, derrubadas a machado e corrente no trator. Depois, eram levados às serrarias, onde seriam transformados em móveis caríssimos ou portas de residências luxuosas. Para nós, naquele tempo, eram somente obstáculos à passagem do progresso.“
Por fim. O conto que arrebatou corações e mentes de todos os avaliadores. A sensível história de amizade construída nas ruínas da Fordlândia, “Do Lado Direito vinha um Sul do Oeste“, do campeão, na verdade do bicampeão, Gustavo Aquino dos Reis, com 64 pontos — apenas 1 (um) a mais do que o vice-campeão — e 4,57 de média:
“Baltazar simulou um sorriso. Candeeiro em riste, derramou sua luz pelo entorno e notou que todas as paredes do quarto estavam forradas de retratos. Aqui e acolá se destacavam fotografias de homens engravatados em poses aristocráticas e de figurões em inseparáveis apertos de mãos. Acima da cabeceira da cama, uma imagem emoldurada retratava a cena de dois rapazes diante de um automóvel. Pareciam ser amigos. E lá do outro lado do cômodo, a alguns metros de uma prateleira, uma bandeira de cor indefinida pendia em frangalhos.”
Família Reis arrasando no EC! Parabéns!
O campeão receberá em casa, na tranquilidade do lar, um exemplar autografado de “Pontos de Fuga“, de Milton Hatoum. Já o vice-campeão receberá um exemplar de “Noite de Espera“, do mesmo autor, também autografado!
Uma vez mais parabenizamos todos os participantes pela preocupação que demonstraram em dar o melhor de si, tanto na elaboração dos próprios contos, como principalmente nos comentários realizados.
Parabéns em especial àqueles que comentaram todos os contos do desafio — Anderson Prado e Padro Paulo. Orgulho e agradecimento!
Como sempre, nosso muito obrigado àqueles que dedicaram horas preciosas para analisar os contos postados. Este espaço só existe por causa de vocês, autores engajados.
A partir de agora todos os comentários estão liberados.
Até o próximo desafio!
Equipe EntreContos.
Parabéns ao pódio, á administração e, enfim a todos nós participantes! Vamos para o próximo!
Minha primeira participação em um concurso literário!
Me arrisquei, fiquei ansiosa, tive inúmeras dúvidas, me senti insegura.
Fui atendida com carinho pelo coordenador, quando expus meus entraves, fui estimulada a persistir.
Ler os contos foi uma experiência enriquecedora e agradável.
Fico feliz por ter dado nota máxima ao conto vencedor!
O único conto que arrisquei, mas não tive coragem de publicar, qual seria o autor, foi Iara. Sabia que era de Sonia Zaghueto,
Obrigada!
Oi Fabíola, que delícia o seu conto. Continue, minha querida! Você tem potencial. Um beijo!