EntreContos

Detox Literário.

Cansaço (Valéria Vianna)

Parei de ir à missa – disse. Num tom de voz baixo como se temesse ouvir-se.  O amigo estranhou: 

– Por causa daquilo? 

– Exatamente, por causa daquilo.  

– Está exagerando, homem. Deixe de escrúpulos.

– Não. Preciso de um tempo. Conectar com Deus de novo. 

– Mas fora da igreja? Dos ritos? Dos sacramentos? Não lhe parece contraditório isso?

– É contraditório. Os caminhos da transcendência às vezes passam pelo paradoxo – emendou.

Dias atrás, sentara no banco da praça exausto. Cansado de resistir a tanta insensatez. Algo se quebrara. Seu filho, por exemplo, não fazia ideia a quanto andava. No último encontro, precisou olhar com atenção, ouvir generosamente seus relatos para se convencer. 

Meu filho… – disse. 

– Pai? Entendeu o que eu falei. 

– Entendi. 

Na verdade, não. Em alguns momentos, chegou a cismar de si mesmo. De todos a sua volta. O que acontecera de tão ilógico a ponto de se rasgar o véu desse jeito. Era incapaz de responder. 

Vivera numa bolha religiosa. Projetando verdades e sonhos. Acreditava ter ao seu lado semelhantes. E mesmo em seus pecados e dores, intuía erroneamente contar com o olhar fraterno do outro. Esse, afinal, sempre fora o seu grande projeto interior: compreender.     

– Pai, precisamos admitir que estamos numa nova situação. Então, requer nova forma de atuar.   

– Sim, claro – preferindo calar-se. Fingir concordar passou a ser o seu mantra. Nova forma de calar.   

Dias mais atrás ainda, lembrava-se, conversavam animadamente falando sobre o Fla x Flu e demais notícias irrelevantes que fazem pai e filho ser o momento presente. 

E agora. 

Não o reconheço mais, pensou. Arriscaria dizer que desconhecia seu filho na amorosa decepção de um zeloso pai. Jamais levantaria a mão pra você, meu filho. Nunca lhe dei uma surra sequer – voltou a pensar.  

Preferiu o afastamento. E, depois dele – do próprio filho – depois dele, o primo, a irmã mais nova e a sobrinha que estuda em Oxford. Ligavam, não atendia. Mensagem, respondia educado, porém distante.   

– Melhor assim. Como sabe, vivi numa bolha religiosa. Acreditei, como Jonas, que a barriga da baleia era o mundo e tudo o que havia dentro dela, a razão da existência. Não é fácil, amigo, ser cuspido de proteção ilusória para cair nas areias de Nínive, da vida real… 

– Vai continuar assim? 

– Assim, como. 

– Sem rituais, sem imagens.

Preciso confessar – disse. 

Mas não quero, pensou.

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22 comentários em “Cansaço (Valéria Vianna)

  1. sergiomendessola
    11 de abril de 2020

    18. Cansaço (Gastão Lopes)

    Acreditei, como Jonas, que a barriga da baleia era o mundo e tudo o que havia dentro dela, a razão da existência.Acreditei, como Jonas, que a barriga da baleia era o mundo e tudo o que havia dentro dela, a razão da existência.

    Bom texto sobre a decadência da velhice.

    Pontuação: 3,4

    • Márcia
      24 de abril de 2020

      Parabéns pelo conto. Só fiquei curiosa em saber mais detalhes sobre o que aconteceu com o Senhor para tamanha mudança.

      Sucesso.

  2. Rafael Carvalho
    11 de abril de 2020

    Então… não consegui entender muito bem o conto em si, entendi a situação, mas não o ato que factual que foi o culminante da mesma. Mas sinto que é falha minha msmo, sinto muito.

    Sobre o texto achei bem escrito, conseguimos ver bem o personagem principal como aquele senhor de mais idade irredutível em suas ideologias.

    Gostei bastante da estrutura do textos e da forma como as linhas de dialogo o deixam fluido e de fácil leitura, fica visível o domínio de escrita por parte do autor.

    Parabéns pelo conto, boa sorte.

  3. Pedro Paulo
    11 de abril de 2020

    Um desentendimento leva um homem a se desconectar da realidade em que vivia, uma vez que esta se mostra irreconhecível, talvez até mesmo mentirosa. A maneira como isso se apresenta em poucas palavras, sem nunca ser plenamente descrito, mas passando a sensação de alienação que acomete o protagonista, só pode vir de uma escrita talentosa. O conto se passa em um diálogo, as memórias surgindo enquanto vamos pouco a pouco conhecendo o contexto. O final é um retorno, embora ainda sirva de final. Em certo ponto, o personagem se decide pela resignação, pelo silêncio, pela resignação… e o último trecho nos mostra que ele se ateve à decisão.

  4. Eneida Ferrari
    11 de abril de 2020

    18) Cansaço
    Homem confessa a amigo que parou de ir à missa, pois há alguns dias concluiu que vivera numa bolha religiosa. Estava em desalento pelo afastamento do filho com o qual não mais conseguia ter diálogo. Depois também se afastou do primo, da irmão e da sobrinha.
    ANÁLISE: Excelente narrativa, português claro, com frases e palavras bem cadenciadas. A história é um segmento de vida apenas, me pareceu muito curto esse segmento.

  5. Rubem Cabral
    11 de abril de 2020

    Olá, Gastão.

    Resumo da história: idoso muito religioso afasta-se da Igreja e dos seus, numa suposta tentativa de reconexão com o divino. Não fica claro a razão exata, mas pareceu-me que alguma grande decepção o fez enveredar por tal caminho, do afastamento, do desligamento social.

    É um bom conto, com potencial para mais, pareceu-me breve demais e havia tanto a explorar com este bom personagem desiludido. A escrita é boa e correta, e o texto tem tbm boa fluidez.

    Boa sorte no desafio!

  6. Catarina Cunha
    11 de abril de 2020

    Resumo — Um idoso precisa se distanciar das celebrações e dogmas religiosos para se reencontrar com a fé; ou não.

    Técnica — Boa. Ao intercalar diálogos subliminares com os pensamentos cansados, a sensação de opressão cresceu com a narrativa.

    Trama — Há claro subaproveitamento de uma ideia bacana. O tema implora por mais aprofundamento de todo esse cansaço da psique.

    Impacto — “Os caminhos da transcendência às vezes passam pelo paradoxo.” A reflexão é muito bonita.

  7. Fabio D'Oliveira
    10 de abril de 2020

    Resumo: Um velho questiona sua religiosidade. Ao duvidar, fechou-se dentro de si, envergonhado, mas cansado demais para ignorar os questionamentos incessantes.

    Olá, Gastão.

    Gostei do conto, em linhas gerais. A reflexão que você trás, de fato, é atraente para mim, então facilitou a simpatia, haha. Essas questões existenciais sempre existirão, num ponto na vida, tão certo quanto a morte, teremos que encará-las. Às vezes, mais de uma vez no decorres da existência.

    Sua escrita não é tão fácil, mas não está mal escrito. Só não é simples. Gosto da simplicidade, não costumo procurar o que é complexo nas palavras, então admito que capturou a essência da coisa depois da segunda leitura. Falha minha, ou não, questão de preferência mesmo, a leitura não foi das melhores. Mas não por falha sua, claro.

    O tema está bem aplicado. Não está somente na velhice do protagonista, mas sim no seu questionamento religioso, no envelhecimento dessa ideia, em seu desgaste. Achei excelente, na verdade.

    Enfim, é isso, uma história do cotidiano, bem executada e que dá para apreciar mesmo não sendo tão simples quanto eu gostaria!

  8. Claudinei Maximiliano
    10 de abril de 2020

    Cansaço (Gastão Lopes)
    Resumo: Um velho que sempre levou uma vida religioso, como se dentro de uma bolha, sem se importar com as coisas “mundanas”, após uma desilusão com acontecimentos relacionados à sua igreja, decidiu se afastar. No entanto, se tornou uma pessoa apática, já que durante toda a sua vida , só aprendera a ser religioso.

    Comentários: Um conto que relata o que realmente ocorre na vida das pessoas que viveram devotados à uma religião, mas após muitos anos de fé cega, percebe que tudo era uma farsa e, por conta disso, sente-se traído, enganado, e perde a razão de viver.

  9. Bia Machado
    9 de abril de 2020

    Resumo: Um senhor vivendo um momento de dilema familiar e religioso.

    Desenvolvimento do Enredo: Então, aqui temos um senhor idoso no que me pareceu um conflito familiar e também religioso. O enredo não foca em uma dessas coisas, apenas, mas se alternam, em outros momentos parece se mesclar, como se uma coisa tivesse exatamente a ver com a outra, em outros momentos já não… Bem, diante de um texto meio confuso, com uma pontuação que dificultou a leitura, foi o que consegui compreender. Havia espaço para um desenvolvimento maior, seria interessante que o fizesse em um momento já fora do desafio, sem necessidade de se ater a prazos, limite etc. E revisar bem.

    Composição das personagens: Parecem ter sido construídos de forma um tanto vaga, o conto ficou curto, havia espaço para um desenvolvimento maior, do personagem principal, do filho, do amigo com quem conversa…

    Parágrafo inicial: O início do texto poderia ter ficado bom se não fosse certa confusão quanto à pontuação. Com uma organização mais bem feita nessa conversa inicial, chamaria muito mais a atenção do leitor. Penso no que poderia ser, infelizmente a pressa parece que falou mais alto…

    Esse trecho ficou filosófico e me chamou a atenção, mas infelizmente não houve um desenvolvimento, uma continuidade desse plot:

    “– Está exagerando, homem. Deixe de escrúpulos.
    – Não. Preciso de um tempo. Conectar com Deus de novo.
    – Mas fora da igreja? Dos ritos? Dos sacramentos? Não lhe parece contraditório isso?
    – É contraditório. Os caminhos da transcendência às vezes passam pelo paradoxo – emendou.”

    Finalização: Foi a parte de que mais gostei, me pareceu quase como um looping, retornando às questões filosóficas do início do texto. Achei que fosse esclarecer alguma coisa, mas acho que não… Fiquei sem entender também o porquê do título. Sim, o cansaço do homem apareceu no texto, mas poderia ter explorado mais isso e não o fez. Era para ser um baita texto reflexivo, em minha opinião. Espero que não deixe de trabalhar mais nele.

  10. angst447
    9 de abril de 2020

    RESUMO:

    Idoso mostra-se desiludido com a vida que levou até então, dizendo que viveu em uma bolha religiosa. Acreditou que a religião e os valores familiares eram o seu mundo e a razão da sua existência. Agora se vê sem a proteção ilusória, tendo de enfrentar a vida real. Não reconhece mais o filho que criou com zelo, talvez porque este agora tenha tomado uma direção diferente e o desapontado. Prefere o afastamento, do próprio filho, do primo, da irmã mais nova e da sobrinha. Ligam, mas ele não atende.
    _____________________________________

    F  Falhas de revisão  Esta é a parte que menos importa na minha avaliação. Só para constar mesmo. > – Assim, como. (faltou o ponto de interrogação) > E agora (talvez aqui também tenha um ponto de interrogação). Assim como em >Entendeu o que eu falei (?)
    I  Impacto do título Já apresenta um tom pessimista ao tema tratado.
    C  Conteúdo da história  Os diálogos apontam para uma desilusão geral em relação à vida. Uma crise existencial no final da vida. A leitura flui com facilidade e torna-se bastante breve. Personagem trabalhado de forma melancólica e quase perturbadora. O que será que aconteceu – o que foi “aquilo” que fez o idoso abandonar os ritos da igreja?
    A  Adequação ao tema  O conto aborda o tema do desafio.
    ____________________________________

    E  Erros de continuação  Não encontrei pontas soltas, já que o conto é um tanto aberto mesmo.
    M  Marcas deixadas  Um gostinho amargo pela depressão do senhor desencantado com a vida, com o filho, com a religião. E também uma ponta de curiosidade sobre o “aquilo” que afastou o idoso da igreja.
    ____________________________________

    C  Conclusão da trama ”Preciso confessar – disse. Mas não quero, pensou.” Uma coisa é o que ele pensa que precisa fazer, e outra é o que deseja. A desilusão é tamanha que ele não consegue sair da inércia, entregando-se à depressão.
    A  Aspectos quanto à originalidade do conto  o conto não aborda o tema proposto de maneira simples, mas através de um recorte da vida de um idoso. E não traz muitos elementos que expliquem as razoes da desilusão do velhinho.
    S  Sugestões  Nada a apontar, além de um pouquinho mais de pistas para compreendermos melhor o protagonista.
    A  Avaliação final  Conto que traz uma melancólica visão sobre o final da vida, com seus dissabores e desilusões. Uma vida inteira protegido por um vazio de motivos para viver é tudo o que resta.

  11. Jorge Santos
    8 de abril de 2020

    Caro Gastão Lopes, devo confessar que o seu conto causou em mim, para além do cansaço, uma grande confusão. Trata de uma conversa entre dois amigos, sendo um mais velho, e da sua desilusão com a igreja. Nunca chegamos a saber a razão desse corte, tal como nunca chegamos a saber nada do conto. Confusão total. Se esse era o objectivo: parabéns… objectivo superado. Recomendo, para além disso, uma revisão do texto: começar o discurso directo sem hífen e terminá-lo como hífen é um erro crasso, na minha opinião.

  12. Paula Giannini
    7 de abril de 2020

    Olá, Autor(a),

    Tudo bem?

    Resumo: Depois de viver dentro da religião por toda uma vida, homem corta o cordão umbilical com a fé.

    Um conto curto e reflexivo. A premissa propõe uma ruptura com a religiosidade por motivo não revelado. “Parei de ir à Igreja (…) por causa daquilo.” O que é aquilo? O que aconteceu com o protagonista, a ponto de afastá-lo de seu modo de vida, até então, dentro de uma bolha de fé? Uma morte? Uma transgressão? O(a) leitor(a) não sabe, e a ele(a) são dadas poucas pistas. Se o homem está zangado com Deus, ou se revolta-se por algo, quem acompanha o texto não sabe, tampouco é convidado a saber.

    O jogo é: em certo momento o pai rompe com o seu filho (ainda que apenas em sua cabeça), assim como, metaforicamente, também desliga-se do Pai. Se pensarmos que uma das origens prováveis da palavra religião vem do latim, RELIGARE, que significa atar ou ligar com firmeza (prefixo RE + LIGARE – “atender a um chamado”), podemos, de certo modo, vislumbrar no texto, um convite para a reflexão, até certo ponto filosófica, acerta do elo do ser-humano com Deus, o que ocorre diante da proximidade de seu fim.

    Parabéns por seu trabalho.

    Beijos
    Paula Giannini

  13. Ana Carolina Machado
    7 de abril de 2020

    Oiiiii. Um conto sobre um idoso que decide parar de ir na missa aparentemente por causa de algo que o filho disse para ele e que o fez entrar em um estado de profunda reflexão . Além da missa ele se afasta do próprio filho e de outros familiares não atendendo ligações . No fim da conversa com o amigo ele fala que precisa se confessar, mas talvez devido a tudo que ocorre ele acaba decidindo que não quer. Um conto que abre margem para várias interpretações sobre o que o filho teria dito para ele e reflete sobre revelações que podem mesmo na velhice alterar o comportamento que sempre foi padrão. Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.

  14. Paulo Luís
    5 de abril de 2020

    Resumo: Dois amigos conversam sobre ir ou não ir, deixar ou não deixar de manter contato com a igreja, com a religião. Enquanto discutem sobre o flaxflu, mas não disseram o resultado; ah, falou também sobre uma filha e uma sobrinha que estudam na Oxford. Mas, no fundo, no fundo eles tinham mais coisas para perguntar, mas não perguntaram.
    Gramática: Eu acho que estava tudo certo, tanto quanto a mensagem que foi passada.
    Avaliação: Eu não me arrisco a comentar daquilo sobre coisas quem vão além de minha compreensão. O nível é altíssimo para minha vã filosofia. Se quis o escritor dizer alguma coisa, disse pra ele mesmo; esqueceu do leitor, (eu) Pra mim esse é o tipo de texto que deveria vir acompanhado de uma bula e sua posologia. Então como nada foi dito nem compreendido vou deixar o dito pelo não dito. Assim como, é indagado no final, indago eu, Assim Como?

  15. cgls9
    3 de abril de 2020

    UM CONTO DIFÍCIL DE RESUMIR. O narrador está em conflito com o mundo, com as pessoas próximas e talvez , com ele mesmo. Parou de ir a missa, embora, afirme que vivia numa bolha religiosa… agora, porém… Faz opção pelo isolamento e deseja se confessar.

    Considerações: Mil perdões, mas não entendi seu conto direito. Captei toda angústia do personagem narrador, mas, não passou disso, estou confuso, me ajude…

  16. Fernando Cyrino
    1 de abril de 2020

    Olá, Gastão Lopes, cá estou eu lendo, relendo e trilendo a sua história. Que bonita ela ficou. O velho que um dia se vê fora da “nova realidade”, que passa a não mais entender o que pensa a outra geração. Que se sente vomitado pela baleia, dentro da qual vivia protegido em suas crenças e visão de mundo. E agora melhor fazer-se de desentendido. Um conto de gente grande. De quem tem o domínio da palavra e, mais ainda, da concisão e aí funcionou bem legal o fato de que o nosso herói resolveu se calar, a mentira de estar concordando, e no seu conto você diz exatamente o que é preciso ser falado para se entender a história. Bacana isto. Como sou prolixo, admiro demais quem tem esse dom da medida certa, na qual o menos é mais, sempre. Bem, acho que é por aí, triste, profundo, bem escrito (muito), conciso e belo. Tiro uma frase que ficou perfeita: “Os caminhos da transcendência às vezes passam pelo paradoxo”. Nada mais a dizer, parabéns.

  17. Cilas Medi
    30 de março de 2020

    Olá Gastão Lopes.
    Como costuma acontecer, reminiscências e um modo de dar atenção, fingindo para todos que compreende o que sequer entendeu. Cansado da liturgia religiosa.
    A velhice faz o encontro do paradoxo, nesse sentido de ter e não querer, ser e não compactuar com a vida, deixando que assim continue na ilusão religiosa.
    Um conto quase senil, sem muito conteúdo, sem chamar a atenção, sem provocar reação maior para elogiar e guardar uma boa nota.
    Pelo menos, um elogio ou uma maior satisfação.
    Não consegui.
    Boa sorte no desafio.

  18. Inês Montenegro
    26 de março de 2020

    Um idoso afasta-se da bolha que conhece – os ritos religiosos – e da família, alegando cansaço. Julgo que as motivações não ficaram inteiramente claras, podendo ter sido mais desenvolvidas. O mesmo – necessidade de desenvolvimento – se pode dizer em relação à construção de personagens e à narrativa. Esta última carece, ademais, de uma revisão, em particular no que respeita à pontuação (o mais evidente tratou-se de uma interrogativa com ponto final em vez de ponto de interrogação) e aos travessões dos diálogos que se encontram em falta.

  19. Fheluany Nogueira
    26 de março de 2020

    Um idoso conversa com o amigo sobre seu afastamento da igreja, mas sem esclarecer o motivo para o leitor. Em pensamentos, relembra alguns conflitos com o filho e termina confirmando seu isolamento espiritual.

    Texto que aborda os sentimentos de alguém desanimado, seja lá qual for o motivo. É sintético, bem escrito, com leitura fluida e intrigante, porque, basicamente apresenta apenas a conversas, com o amigo e com o filho, sem esclarecer nada além do que há no título: cansaço. Não chega a emocionar, não há reviravolta, não há conflito definido, apenas uma decisão inexplicada.

    Parabéns e boa sorte. Abraço!

  20. Andre Brizola
    25 de março de 2020

    Olá, Gastão! Acredito que há mais em seu conto do que consegui captar. Gosto dos diálogos, mas há uma certa confusão nos personagens, e isso acabou me desviando do contexto geral. A crítica à bolha religiosa é um tema recorrente na arte, tanto “indo quanto vindo”, e gostei do tratamento aqui. Mas, reforçando, achei um tanto caótica a forma como foi apresentado.
    É isso. Boa sorte no desafio!

  21. ANNUNZIATA CAPASSO DE FILIPPIS
    22 de março de 2020

    Uma crise religiosa ou numa crise existencial? Ou ambas? Ou uma crise generacional? Do ponto de vista literário, nada a comentar. Correto.

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Publicado às 22 de março de 2020 por em Envelhecer, Envelhecer - Grupo 2 e marcado .
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