Soldado José ouviu o zumbido do projétil rasgando o ar, sua única reação foi fechar os olhos e aguardar o impacto, além de torcer para que o ferimento não o matasse de primeira, nem de segunda. Na verdade, não pensava em morrer, mas sabia que naquela guerra, assim como em qualquer outra, as pessoas morriam. Felizmente, tudo que ele sentiu foi uma salpicada de estilhaços de tijolo na cara, o pó penetrou na sua boca e narinas. Respirou aliviado enquanto espanava a poeira.
_Ufa. Essa não era pra mim! Pensou ele. Que acabara de vivenciar um daqueles momentos em que a vida inteira passa diante dos olhos. Só conseguiu lembrar de sua noiva que o esperava em casa, do outro lado do oceano, no Brasil. Desde que desembarcou na Itália, em outubro, percebeu o quanto os amigos, os familiares e sua noiva se tornaram importantes, de repente, tudo que mais queria era vê-los de novo. A melancolia da distância, enquanto se vive na iminência da morte, pode rasgar a alma de um homem e deixar uma cicatriz enorme.
_Será que alguém pode morrer de saudade? Pensava. Tanta coisa fazia sentido agora. Tirou do bolso um relicário com uma foto, amarelada e pálida, era Angélica, sua amada. Perdeu a conta de quantas vezes prometeu a si mesmo que, se novamente na presença daquele anjo, iria valorizar cada sorriso, cada palavra, cada detalhe e se embriagar com o perfume daqueles cabelos, nem longos, nem curtos, mas o suficiente para enroscar neles os seus dedos, como gostava de fazer. Perdeu a conta também de quantas vezes abriu aquele relicário.
O estampido de uma granada trouxe o Soldado José de volta para a realidade. Ouviu gritos, “parece que alguém não teve a mesma sorte que eu”, pensou. Em seguida o silêncio tomou o campo íngreme onde estava. Dos vinte e cinco soldados que faziam a ronda nas proximidades de Monte Castelo, apenas cinco “irmãos” haviam sobrado ali. A maioria recuou, alguns caíram inertes, provavelmente mortos.
A tropa inimiga, com a qual trocaram tiros, surgiu de forma inesperada, era em maior número, mas eles pareciam tão surpresos quanto os praças brasileiros. A surpresa foi tanta que, na primeira troca de tiros, a maior quantidade de baixas foi de soldados nazistas. A reação foi rápida e os inimigos buscaram abrigo em um barranco que ficava poucos metros do local.
A fuligem levantada pela granada, junto com poeira e terra, dificultou a visão de ambas as tropas e os tiros cessaram momentaneamente. O Soldado José, escondido atrás de uma mureta, que em tempos de paz, provavelmente, servira para apartar ovelhas ou terrenos, ou algo do tipo, olhou ao redor. Viu o Sargento Braga gesticular na direção de dois homens, que se abrigaram atrás de uma sebe, mais afastados e, consequentemente, mais expostos, dizendo que deveriam reagrupar, que ele daria cobertura.
A sua direita estava o Sargento Braga e os dois homens da sebe. A esquerda, bem mais afastado do grupo estava o Cabo Luís, um homem de pele negra e olhar frio. Luís desembarcou junto com José na Itália, fizeram amizade a bordo do General Meigs*, ainda não era Cabo e sorria um sorriso gentil. Ambos se perderam no desembarque e só voltaram a se reencontrar dois dias atrás, quase cinco meses após o início da “grande aventura”.
O Cabo Luís era o que estava melhor posicionado, era o mais distante de todos, em um local um pouco mais alto, tinha uma visão melhor do campo de batalha. Seu posicionamento também indicava outra coisa, que tentara fugir, mas por alguma razão não o fez. A opção de fuga ainda era válida, no entanto, lá estava ele, sem sorriso gentil, mas pronto para o combate.
Quando o Sargento Braga sinalizou que cobriria a retaguarda dos dois soldados da sebe, Cabo Luís estava atento. José ficou observando a comunicação sem palavras dos dois homens. Podia entender. Luís apontou para os próprios olhos e em seguida fez o número nove com as mãos, indicando a quantidade de soldados alemães logo a frente. Aparentemente, os nazistas desconheciam o número dos praças, por isso, o Sgt. Braga logo percebeu que deveria haver uma reação rápida, antes que os inimigos percebessem a vantagem.
Os dois soldados detrás da sebe receberam a informação. Algo que provavelmente salvaria suas vidas. O soldado José, que ainda segurava nas mãos o relicário, também observava e copiou a mensagem. O plano ficou evidente para todos e seria executado da seguinte forma: O Sargento Braga atrairia a atenção do inimigo como se fosse cobrir a retaguarda dos irmãos, mas era apenas um embuste, uma finta, para forçar os alemães a se exporem durante a segunda carga, assim o Cabo Luís, que era um dos melhores atiradores daquela divisão, diminuiria a vantagem numérica dos adversários, os dois soldados sairiam atirando, cobrindo o Cabo Luís e buscariam cobertura na mureta do Soldado José. Em seguida, os três juntos, dariam cobertura ao recuo do Sargento Braga. O objetivo final do plano era um reagrupamento da tropa com um atirador flanqueando o inimigo, assim, um cobriria o outro. Um plano brilhante, para não dizer desesperado.
Com a mão esquerda erguida no ar, punho fechado, o Sargento Braga iniciou uma contagem enquanto revelava os dedos. No último número deu um grito e saiu atirando na direção dos alemães, mesmo ser ter nenhum deles na mira. Enquanto atirava amaldiçoava suas gerações passadas, inclusive suas mães, que nada tinham a ver com aquela guerra, aprendeu a xingar em alemão especialmente para esse tipo de situação, era a primeira vez que incluía as novas palavras ao seu vocabulário de guerra. A munição acabou e o Sargento se preparou para a segunda carga
No alto de sua posição privilegiada, o Cabo Luís disparou cinco vezes, em intervalos curtos, mas precisos. Soldado José, inerte por detrás da mureta, perdeu a conta de quantos tiros vieram do outro lado. Gritos de dor revelavam que o plano funcionou, embora com alto preço. Esticando a cabeça por cima da mureta, viu os coturnos do Sargento Braga inertes na relva. A poucos metros de distância um dos soldados da sebe também jazia estendido, mal chegou a metade do caminho. Encostado na mureta do Soldado José, botando os bofes pra fora, o outro soldado da sebe chegou incólume.
Em seguida uma saraivada de tiros foi disparada contra a posição do Cabo Luís. Não houve tiro de volta. José e o outro soldado se entreolharam, um pensamento em comum ecoava em suas mentes. O número de inimigos era maior, a morte era certa. O que restava fazer, então, era vingar os companheiros mortos. O Soldado José só se lembrou do anjo que o esperava em casa. Pediu a Deus e a seu santo padroeiro que o tirasse dessa com vida, se o fizesse…
José olhou para o relicário, segurou bem forte em suas mãos. Beijou-as. Lágrimas desceram pela sua face. O outro soldado beijava uma foto amassada que trazia no bolso, sim… ele também tinha um anjo. Secaram as lágrimas. Juntos, conferiram a carga de suas armas. Se levantaram e partiram com tudo para cima dos inimigos. Dessa vez tiros voaram com mais precisão e pareciam vir de todos os lados. O outro soldado viu o momento em que José ficava pelo caminho, nesse meio tempo já sabia que também morreria, mas não se entregaria para a escória alemã. Viu que acertou dois soldados e podia jurar que José também havia alvejado outros dois antes de tombar.
Um tiro o pegou bem na perna e bufando de ódio e dor se arrastou até o ponto culminante onde seu algoz deveria estar se protegendo, mas tudo que viu foi as costas do soldado alemão que, distante mais de trinta metros, continuava a correr. Com muita dor, levantou o rifle e fez a mira, mas antes, seus olhos esquadrinharam o ambiente, contou oito soldados mortos, um deles, o mais próximo, segurava a foto de uma menina de maria-chiquinhas. Abaixou o rifle e percebeu que todos ali deveriam ter um anjo esperando o fim dessa guerra, assim como ele tinha.
Ficou olhando o soldado alemão sumir no horizonte. Não teve coragem de atirar. Percebeu que os homens que lutavam aquela guerra eram mais parecidos que diferentes e por isso podia enxergava a imensa cicatriz que aquele soldado carregava na alma. E, assim como a dele, não sabia quando ia se curar.
*Um dos dois navios estadunidenses que conduziu os soldados brasileiros para combater na Itália. Partiu no dia 22 de setembro de 1944, com 5,239 homens.
O Soldado sem Nome (Jozefel Zanatas)
Resumo: Uma cena da batalha de Monte castelo, onde soldados brasileiros conseguem com muito custo repelir um ataque alemão, e onde um deles nota as semelhanças com seus inimigos.
Comentário: Uma história que vai direto ao ponto. Mostra o que pretende e termina. Bem feita. Tenta tirar sua força dos detalhes da ação de combate. As cenas em High Definition ficaram boas, mas não me agradam. Parece uma contradição, mas é que eu não gosto de textos que apelam para o visual, detalhes como com que mão alguém pegou alguma coisa e girou no ar lançando… etc, me cansam.
Conclusão: Um texto bem escrito que não me agrada. As cenas de ação super detalhadas estão bem feitas, mas não são do meu gosto. O final, a epifania de José acontece tão rápido que acaba contrastando com todos os detalhes das ações anteriores, parecendo que houve uma escolha ruim sobre o que deveria ser o foco da narrativa, já que aparenta ter uma mensagem a passar que fica restrita aos últimos parágrafos.
Oi, Tom. Muito agradecido pelo seu comentário. Suas criticas são muito importantes pra mim.
Abraço
Uma tropa brasileira está enfrentando os alemães durante a segunda guerra mundial, no final, eles conseguem vencer, com pesadas baixas e uma reflexão por parte do protagonista José.
Não sou muito de histórias de guerras, mas gostei da reflexão feita na conclusão. Além disso, a descrição é boa e as cenas de ação são ótimas para o ritmo da história.
Oi, Gabriel.
Fico muito feliz que tenha gostado da história. Agradeço muito pela leitura.
Abraço.
RESUMO: soldado José é um brasileiro convocado para lutar contra os nazistas. Durante a guerra, lembra-se de sua noiva e do quanto a iria valorizar ao voltar para casa. Nenhuma bala o acerta, contudo percebe que outros não têm a mesma sorte. Vê os companheiros morrerem, nazistas estão em maior número. Até que ele e “outro irmão” decidem aceitar o seu destino. Encaram de frente a batalha e ali ele percebe que todos estão no mesmo barco, no qual, distante dali, outros anjos os esperam em casa.
CONSIDERAÇÕES: é um conto sem reviravoltas, mas muito sensível. É curto, mas acho que tem o tamanho que precisa ter. Alguns detalhes me chamaram a atenção, como a contagem regressiva com os dedos surgindo. Esses detalhes me fizeram imaginar o cenário. A pontuação inicial do segundo e terceiro parágrafo podem ser descartadas. No mais, gostei do conto e, destaco, outra vez, os detalhes que me permitiram imaginar o cenário.
Boa sorte!!
Oi, Thata.
Uma surpresa boa te ver por aqui.
Muito agradecio pela leitura e pelas observações. Que bom que consegui ativar a sua imaginação. Ter você lendo e comentando essa história faz toda a diferença para mim. Como fã e como amigo.
Abração.
É interessante observar como pessoas diferentes são afetadas pela mesma história.
Como se identificam e como se sentem atraídas ou repelidas.
O conto descreve a guerra. Um lugar onde todos sao difetentes, mas carregam o mesmo medo, sonhos, familia e alguem que semote motiva a viver. Lindo… lindooo!Também tenho um conto sobre o mesmo cenário! Gostaria de envia-lo. Parabéns.Abraço.
Oi, Michele. Sou apaixonado por histórias da 2°Guerra e fiquei muito feliz que tenha gostado do meu conto. Gostaria muito de ver o seu.
Abraço.
Muito bacana a iniciativa de enviar um conto sobre a participação do Brasil na II Guerra. Gostei da ambientação, elucidativa sem parecer didática demais, com os soldados dispostos em Monte Castelo. Se não me falha a memória, a FEB demorou três meses para conquistar a região, de modo que imagino que a ação do conto se passa antes disso, em Abetaia, talvez. Bem, de todo modo, o conto consegue nos transpor para a guerra e para os dilemas que os soldados enfrentavam na hora H. Nesse aspecto, achei ótima descrição do embate em si, com a estratégia desesperada pela sobrevivência. Se posso sugerir algo é a supressão das frases ditas pelos personagens, já que tiram a naturalidade da leitura. Melhor é focar no que eles sentiam pela voz do narrador onisciente mesmo. O final já era esperado e no geral foi concebido com competência, mas creio que ficou um pouco exagerada a descrição da visão derradeira com o soldado alemão segurando a foto de alguém. De todo modo, parabenizo o autor pelo ótimo texto e desejo boa sorte no desafio.
Vou anotar cada palavra. Agradeço pelos apontamento e elogios.
Abraço
O SOLDADO SEM NOME
RESUMO: José é um soldado brasileiro que foi enviado para provavelmente a segunda guerra mundial. Ansiando voltar para casa faz o possível para resistir aos horrores da guerra.
COMENTÁRIO: Muito bem escrito e sem muitos erros. Reflexão interessante, muito bom! Importante elogiar a escolha de nomes brasileiros na estória.
Oi, Laryssa.
Agradeço muito por ter lido essa história. E fico muito feliz que tenha gostado. É interassante observar como pessoas diferentes são afetadas pela mesma história.
Abraço.
1. Resumo
“O Soldado sem nome” é um conto que versa sobre um praça brasileiro e as ações de sua tropa no campo de batalha, na Itália.
2. Impacto
O impacto foi mediano. Acho bastante difícil, ao terminar a leitura, não se sentir tocado com o desfecho da história. Contudo, não há uma regularidade nessa pegada. Na verdade, a sensação que tive é que esse ponto ficou restrito à introdução e à conclusão do conto, quase sendo encaixados. Há uma clara conexão entre essas partes, mas me pareceu desconexo do desenvolvimento. É quase como se tivéssemos dois contos em um, com uma conexão entre eles fraca.
3. Enredo
Como apontei acima, o enredo sofre com a irregularidade. No desenvolvimento, especialmente as partes dos confrontos entre os praças brasileiros e os soldados nazistas, achei as descrições confusas, corridas e repetitivas.
Também achei o desfecho corrido, com um ar de conclusão “quase forçada”. Não sei, talvez isso ocorra por ser um desfecho um tanto comum por vezes; reconhecer no inimigo as mesmas coisas que você defende (não o lado político ideológico da guerra, mas sim o lado da vida comum). Mas ali, naquele contexto, me parece pouco provável que José não pensaria na sua família, e não no alemão e a respectiva família
4. Gramática
Erros gramaticais de concordância, vírgulas.
5. Pontos Positivos/Negativos
– Conto corrido
– Desenvolvimento estranho
– Erros gramaticais
Bom dia/tarde/noite, amigo (a). Tudo bem por ai?
Pra começar, devo dizer que estou lendo todos os contos, em ordem, sem saber a qual série pertence. Assim, todos meus comentários vão seguir um padrão.
Também, como padrão, parabenizo pelo esforço e desafio!
Vamos lá:
Tema identificado: guerra, drama
Resumo: um encontro no campo de batalha entre nazistas e brasileiros nos faz refletir sobre os horrores da guerra. Em meio às estratégias brasileiras, um homem percebe que o inimigo também é humano, também sente a dor da saudade, e deixa o inimigo fugir.
Comentário: cara, um conto de muitíssimo bom gosto e excelente mensagem. Essa mensagem me atinge em cheio, pq acho a guerra acoisa mais repugenante e detestável imaginável. É tipo o mal supremo da humanidade. Seu conto acaba se mostrando, inesperadamente, um emocionante e reflexivo relato. Vamos por partes.
Devo dizer que o conto me conquistou mais no final. Durante todo o transcorrer, por mais que você tenha bastante conhecimento de estrategia militar, o que tornou o conto bastante visual e interessante, não tinha grandes atrativos que tornassem o conto memorável. Porém, o desfecho me arrebatou totalmente, e me emocionou muito.
Como disse, suas descrições são ótimas. Eu consegui ver toda a história como se assistisse um filme de guerra. As ações, o diálogo visual, a tensão da situação, tudo ficou muito claro e bem definido. A estratégia também foi bem elaborada, me senti vendo um filme ou jogo de guerra. Isso é um tipo de conto que eu não conseguiria escrever, pois não tenho essa visão espacial que você tem pra montar o campo de batalha.
Sobre a escrita, existem diversos erros gramaticais que poderiam ser revisados, especialmente na pontuação. Esse acho que é o ponto mais fraco do conto. Acho que ele merece uma revisão completa e um retrabalho de pontuação, pois é um conto realmente bom. Além disso, existem errinhos como “a direita/esquerda”, que deveria ser “à direita”.
Como havia dito, o conto já estava bom, bem gostoso de ler. Mas faltava algo marcante. E então, numa jogada totalmente inesperada, você trouxe um final incrível e muito emocionante. Até chorei no último parágrafo. Pq a guerra é isso: você incita o ódio, cria uma imagem de monstro do inimigo, e coloca pessoas iguais para lutar por motivos esdrúxulos, se matando sem nem saber o pq. Você humanizou o inimigo. O Cabo viu um ser humano correndo, e percebeu que ele tbm tinha anjos esperando em casa. Não havia pq matá-lo. Uma mensagem incrível.
Bom, é isso. Um conto bom, mas que parecia sem muitas pretensões, mas com um desfecho incrível. Porém, como falei, a parte gramatical dá uma atrapalhada, e merece um trabalho mais apurado.
Parabéns e boa sorte!
Putz, Luiz. Fiquei emocionado com o seu comentário. E fico muito feliz que gostou da história. Lamento pelos erros gramaticais, jurava que pra mim estava tudo certo. É uma falha que preciso corrigir.
Agradeço o conselho.
Abraço
Olá, autor!
Gostei do conto. A história é bem interessante e as cenas de ação são muito verossímeis. O conto tem uma moral no fim que é válida e faz pensar. A revisão é boa, só não sei se foi descuido ou se é uma nova modalidade marcar os diálogos com underline ao invés do travessão…
No mais, um bom trabalho. Parabéns e boa sorte!
Agradeço, Priscila. Sinceramente nunca tinha reparado isso até esse exato momento. Até parei tudo e fui conferir alguns livros e é verdade, ele usam travessão e não undeline😱…
Todos os meus textos estão com undeline. Todos os textos da vida…
Pensei que fosse uma nova tendência… rsrsrsrs que bom que pude ajudar😉
O SOLDADO SEM NOME
Resumo: Os escritos relata a passagem do soldado José na 2ª guerra mundial, juntamente com alguns companheiros. Diante da situação que se encontra lembra da sua amada deixada no Brasil e consegue perceber que ele não é o único que deixou seus entes queridos para estarem ali. Chega a deixar de atirar no inimigo por conta dessa visão que o faz solidário, principalmente quando vê pessoas do seu lado serem baixadas.
Comentários: O enredo é muito bom, traz uma conotação à vida, apesar da situação de guerra. Gostei!
Correções: — … e por isso podia enxergava a imensa cicatriz… Não seria: … e por isso podia enxergar a imensa cicatriz…
Oii, Jetonon.
Agradeço o comentário.
Quando à correção… oops..
Olá, Jozefel.
Resumo do conto: acompanhamos o soldado José e seus companheiros pracinhas na batalha de Monte Castelo na 2a Guerra. Após vários embates, algumas baixas: o Sargento Braga morreu e José foi baleado por um alemão. Em seus últimos instantes José pensa na inutilidade da guerra e tem empatia pelo soldado alemão, desistindo de atirar.
Considerações: o conto é bem escrito, mas apesenta algumas falhas ao separar diálogos de narrações e ao grafar pensamentos como diálogos. O travessão serve para introduzir diálogos e, normalmente, é separado da narração por hífen, salto de linha, etc. O enredo é quase que somente um instantâneo da batalha, apresentando muito rapidamente alguns novos personagens (o sargento, o cabo, etc.), mas não acrescentando muito, pois faltaram detalhes e “cor” aos personagens, dos quais não chegamos a criar uma imagem mental.
Nota: 6 (0 a 10)
Boa sorte no desafio!
Oi, Rubem.
Agradeço muito a crítica produtiva. Mas você se confundiu. O Soldado José morre no meio do caminho. Embora eu tenha descrevido essa cena de foa mais sutil mesmo.
Abraço.
Gostei muito do seu conto. Uma história muito boa, um texto fluido e bem escrito. Parabéns.
Obs: esta não é uma leitura obrigatória para mim neste desafio, por isso não há resumo. É apenas a minha breve impressão sobre o texto.
Oi, Fernanda.
Agradeço muito a sua disposição e me sinto lisongeado. Fiquei muito feliz cpm o seu feedback.
Abraço.
Resumo: Durante a 2ª G.M., José é enviado para combater na Itália. A história se passa durante uma batalha, em que José perde todos os seus aliados. Além dele, outros guerreiros tinham fotos de pessoas de quem gostavam. Perceber que os inimigos eram mais parecidos com ele do que ele imaginava o impediu de matar seu próprio algoz.
Análise: Confesso que achei que seu conto seria chato devido ao nome. Mas sua narrativa me surpreendeu, e eu, que geralmente detesto histórias sobre a 2ªG.M. apreciei a sua. Você focou em algo que ninguém foca: a participação dos brasileiros na Guerra, e criou uma situação interessante e fora do lugar comum. Sua ambientação foi boa, pude imaginar o cenário de guerra. Soube incluir os pensamentos e a progressão da linha de raciocínio do José na trama. O personagem evoluiu internamente. Fechou a história muito bem com a compreensão final de José e a compaixão que ele demonstrou. Parabéns!
Oi, Bruna.
Que legal que consegui surpreender você. Fiquei muito feliz com o seu feedback. Só um detalhe, você deixou passar, talvez por uma falha narrativa minha, preciso rever isso. Mas o Soldado José morre antes do final. Quem tem a explanação quando se depara com o inimigo em fuga é justamente o soldade que não tinha nome.
Agradeço muito pelas palavraa.
Abraço.
Praças brasileiros desembarcam em Monte Castelo e desenvolvem artimanha para derrotar nazistas.
O conto que remonta uma guerra prende a atenção assim como os contos sobre boxe ou sobre caçadas. A vertente histórico-jornalística apreende grande parte da história e, se não sou grande conhecedor da atuação brasileira em Monte Castelo, afirmo que a maneira de expor as situações foi bem referencial e preocupada com o realismo, visto que a citação do navio em questão não me deixa mentir. Interessante saber que estes soldados combateram os nazistas, algo que literatura sobre guerras sempre traz, segredos sobre confrontos deste tipo, fazendo-nos refletir sobre nosso passado e presente e dando entendimento sobre nossa história. Embora considere enriquecedora a premissa, as passagens do conto demonstram um tanto de animosidade, os cenários não foram muito bem detalhados e gostaria de ver mais diálogos de impacto entre os praças. Por exemplo, quando o soldado grita coisas em alemão, pq não colocar estas palavras nos diálogos? Ficaria mais envolvente, recomendo o vídeo do Fábio Baptista no canal do YouTube do Entrecontos sobre as diferenças de contar e mostrar. Um quadro emocionante desenvolve-se ao final da natrativa quando, ao demonstrar que os homens ali presentes estavam, na verdade, todos no mesmo barco, o conto tranforma-se bastante e apresenta carga filosófica e rica de interpretacoes. É isso, parabéns pelo trabalho.
Olá, Felipe.
Fiquei muito feliz com as suas observações. Achei todas muito acertadas. Vou seguir seu conselho e assistir ao vídeo do canal.
Agradeço muito pelo tempo que dedicou à leitura da história. Realmente, fez toda a diferença pra mim.
Abraço.
Soldados brasileiros tentam uma ataque desesperados contra uma tropa alemã em Monte Castelo.
O conto traz uma escrita clara e um tema interessante. Fiquei pensando se é uma espécie de prequel dos filmes com o personagem Zé do Caixão, por causa do pseudônimo e do soldado José. Achei o tom da narrativa um tanto ingênuo em alguns momentos, e esse estilo de estória estruturada para evocar emoções em certos pontos da trama não faz muito minha cabeça. O começo é muito bom, mas depois senti falta de mais tensão e de uma conclusão menos óbvia, além de uma maior riqueza na descrição do ambiente, sensações e sentimentos. No entanto, é um trabalho interessante.
Pedro, fiquei muito feliz lendo seus comentários. Realmente sou um grande fã de histórias da 2° G.M. e principalmente da atuação do Brasil nela. Assim como sou um grande fã da obra de José Mojica Marins. E fiquei mais feliz ainda quando vi que você tem algum conhecimento sobre isso. De fato poderia muito bem ser um prequel da história do Zé do Caixão. Já que a história dele também está associada à guerra.
Pode parecer pouco, mas o seu comentário fez toda a diferença pra mim.
Grande abraço.