EntreContos

Detox Literário.

Outono (Ana Carolina Machado)

 

O neto observava o avô olhando pela janela de forma melancólica. O idoso parecia está perdido em suas lembranças.

-Vovô, está tudo bem?- perguntou o garoto trazendo uma manta para cobrir as pernas do avô, pois o clima estava esfriando. Aquela não era uma manta qualquer. Ela tinha sido costurada pela avó do menino quando ela ainda estava com eles. 

-Sim, sim. Estava apenas pensando.- o idoso fez uma longa pausa antes de continuar- O outono é uma estação meio triste. 

Um vento frio bateu no rosto deles como que para confirmar a afirmação. Também uma forma de anunciar que o verão estava se despedindo. 

-Acho melhor o senhor sair da janela. – disse empurrando a cadeira de rodas do avô. – Está batendo vento muito gelado. E já está na hora de se deitar. 

Era um menino dedicado na missão de cuidar do idoso. O ajudou a se deitar na cama e o cobriu com a manta. 

-O outono me faz lembrar dela.- disse quando já estava aconchegado na sua cama.

-Da vovó?

-Não, do meu primeiro amor.

Aquilo deixou o menino ainda mais curioso. Pensava que a avó tinha sido o primeiro amor dele. Ele pareceu ler seus pensamentos. 

-Amei muito a sua avó, mas teve uma pessoa antes dela. Uma bela moça da qual nunca falei para ninguém. Mas acho que chegou o momento.

O menino se aconchegou na cama perto do avô para ouvir a história. 

-Com o passar dos anos aprendi a importância de passar adiante os nossos relatos. As lembranças dela não podem sumir comigo, pois as histórias mantém as pessoas do passado vivas.

Após isso começou a contar a história que guardou tanto tempo em seu coração.

*

O verão estava chegando ao fim e sabia que logo viria o outono. Na fazenda do meu pai estávamos nos preparando para uma grande colheita. Eu era o mais velho e por causa disso carregava muita responsabilidade sobre os meus ombros. Não tive adolescência, passei de criança para adulto sem fase intermediaria. Era o braço direito do meu pai.

Era o responsável de levar nossas colheitas para vender na cidade na mais próxima, cuidar da roça e dos animais. Mas mesmo com todas essas responsabilidades tirava um tempo para ir até uma cachoeira afastada. Foi nesse lugar que passei muitos momentos bons de minha infância. Ir até lá me fazia sentir que recuperava algo que tinha perdido. Foi em uma dessas idas que a encontrei.

Ela estava sentada na margem com os pés dentro da água translúcida. Ela sorriu para mim e meus lábios se moveram correspondendo. Ela estava linda. Ela era linda. Seus cabelos eram dourados como se conservassem neles o eterno verão e tinha os olhos castanhos. Era mais baixa que eu. Usava uma flor no cabelo.

As palavras pareceram fugir naquele momento. Foi ela que começou o dialogo:

-Está uma tarde muito bonita.

Concordei com a cabeça sentindo que minha língua tinha grudado no céu da minha boca. Sentei-me do lado dela. No silêncio era como se a atração fosse aumentando. Quando tomei coragem de dizer alguma coisa ela levantou- se de repente dizendo que tinha que ir. Prometi para mim mesmo que da próxima vez diria alguma coisa. 

Enquanto a observava me chamou muito a atenção o fato dela seguir um pequeno caminho de terra que levava até uma mata fechada. Não sabia de ninguém morando para aquele lado, mas no momento pensei que talvez ela estivesse cortando caminho ou algo assim.

Perguntei para alguns conhecidos se eles sabiam algo sobre a garota. Aparentemente ninguém a conhecia. Mesmo na cidade não consegui mais informações. Voltei para a cachoeira várias vezes esperando a ver novamente, mas ela parecia ter desaparecido. Quando estava começando a achar que tinha tudo sido algum tipo de sonho a vi novamente. Ela parecia feliz em me ver também. 

-Estava com saudades. – falou ela se aproximando de mim e sem cerimônia entrando na água. Me puxou para o mergulho. Durante horas parecemos duas crianças brincando de mergulhar e de nadar. Também aproveitamos o tempo para nos conhecer melhor. 

Na verdade eu tentei a conhecer melhor, pois ela não falava muito sobre ela. O mistério sobre o porque de ninguém a conhecer continuava. Perdemos a noção do tempo.

Quando saímos da água notei que a roupa dela estava grudada em seu corpo molhado e exibia uma certa transparência na região dos seios. Aquilo fez pulsar algo em meu corpo. Desejos que ainda não tinha conhecido. Os mesmos sentimentos pareciam percorrer o corpo dela. As bochechas dela estavam coradas quando olhou na minha direção com um sorriso meio convidativo.

Aproximei-me. Minha mente não sabia o que fazer, mas meu corpo sabia. A pulsação e o desejo aumentavam a medida que meus lábios se aproximavam do dela. Ela mordiscou de leve meu lábio inferior e sorriu. Estávamos tão próximos que sentia a fragrância adocicada de seus cabelos. Me afundei temporariamente neles, com meus olhos fechados. Ela aproveitou esse momento para falar palavras que até hoje estão na minha mente:

-Espere, quero que saiba de algo antes. Não sou uma garota normal se me entregar a você não poderei mais lhe ver. Me transformarei em uma folha seca de outono. – falou sem olhar nos meus olhos. –Mas deixar de amar é deixar de existir também- disse encostando seus doces lábios nos meus e depois descendo para o meu pescoço. Fui seguindo seus movimentos. Ela conduziu minha boca até seus seios. Chupei aqueles mamilos que estavam rígidos. No começo senti-me meio estranho. Nunca tinha feito aquilo. Mas pelos gemidos dela sentia que estava fazendo o certo. Fui descendo cada vez mais com meus lábios. Seguindo o caminho até embaixo do seu umbigo até o meio de suas coxas. Queria sentir o gosto de cada parte de seu doce corpo. Guardar em minha língua o sabor da sua pele. Nos deitamos juntos as margens da cachoeira e consumamos nosso amor. Adormeci com o rosto enterrado em seus cabelos. 

Acordei sozinho. Chamei por ela de forma desesperada achando que poderia ser algum tipo de brincadeira, mesmo que em meu intimo soubesse que não era. A realidade começou a me atingir pouco a pouco como um chuva fina que logo vira tempestade. Ao meu lado encontrei uma folha linda folha seca. Ela diferente das outras era dourada e tinha o cheiro dela. 

Nunca ocorreu um outono mais triste que aquele. Prometi para mim mesmo que sempre ia guardar aquela folha.

*

O neto não acreditou muito no avô. Era uma história absurda demais para ter acontecido mesmo e parecia que faltava alguns pontos. Parecia que estava incompleta. Talvez devido ao passar do tempo e da memória o avô devia ter adicionado detalhes fantasiosos. 

-Abra a última gaveta e pegue o livro que está lá. Tem uma coisa lá dentro para você ver.- disse o avô sabendo o que o neto pensava. 

O garoto encontrou dentro da gaveta apenas um único livro antigo. Depois de o folhear encontrou uma folha seca dourada.Não sabe porque mais aproximou a folha seca do seu nariz, queria sentir o cheiro dela. Sorriu. Ela tinha um cheiro adocicado. O cheiro dela.

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22 comentários em “Outono (Ana Carolina Machado)

  1. Elisabeth Lorena Alves
    15 de setembro de 2019

    Poxa, só vi esse agora…
    Queria ter comentado enquanto era anônimo…

  2. Jowilton Amaral da Costa
    15 de setembro de 2019

    O conto narra a história de um garoto que toma conta de seu avô e acaba descobrindo que o homem teve um grande amor antes de casar com a mulher que seria a sua avó.

    Achei o conto médio. A história tem ares de lenda, um tom fantástico, mas, que não me impactou o suficiente. O autor poderia ter desenvolvido mais o conto, para causar no leitor uma aproximação maior com as personagens. Tudo aconteceu muito rápido, sem emoção. A tentativa de um clima mais melancólico também não funcionou para mim. Boa sorte no desafio.

  3. M. A. Thompson
    15 de setembro de 2019

    Olá escritor(a). Parabéns pelo seu conto.

    TÍTULO: Outono

    GÊNERO:
    [ X ] Sabrinesco (erótico)

    RESUMO: Um menino que está cuidando do avô ouve histórias sobre um primeiro amor e estranha por não ter sido a avó. O conto é sobre este primeiro amor do avô, uma moça misteriosa que ele conheceu em uma cachoeira da fazenda e após terem feito amor a moça se transformou em uma folha seca.

    ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA: Erro de concordância em “as histórias mantém”, faltou acento em “dialogo”, ausência de vírgula em “Na verdade”, uso equivocado do porque junto e sem acento, “um chuva fina”, “Ela diferente das outras era dourada e tinha o cheiro dela.”, falta de espaço após ponto.

    O QUE ACHEI DA HISTÓRIA:
    Foi o melhor conto da categoria e só lamento a coleção de deslizes ortográficos e gramaticais.
    A ideia da moça que vira folha foi interessante porque no final, quando o neto procura a folha entre as páginas do livro, tanto pode ser um ser mítico que se transformou como uma folha que o sujeito achou ao acordar e assumiu que seria ela. Fugiu ao lugar comum e não foi tão previsível quanto os outros sabrinescos da série C. Parabéns!

    Desejo sorte e torça por mim também. 🙂

    Abçs.

  4. Adauri Jose Santos Santos
    12 de setembro de 2019

    Resumo: Um senhor de idade avançada é visto pelo neto olhando através da janela de forma melancólica, questionado pelo garoto começa a contar a estória do grande amor da sua vida. Segundo o idoso, a tal mulher que ele amou se transformou em uma folha. Folha esta que o garoto retira de um livro antigo pertencente ao avô.
    Considerações: É uma estória legal, mas acho que fugiu um pouco do tema, apesar da cena de sexo. Não sou expert em sabrinesco, mas achei que faltou um pouco mais de romance. A gente não sabe o que faz a mulher se transformar em folha, se há uma maldição, feitiço ou algo assim. Tem alguns problemas de revisão. Boa sorte no desafio.

  5. Rafael Penha
    12 de setembro de 2019

    RESUMO: Um neto ao cuidar do avô ouve dele a história de seu primeiro amor, uma estranha menina que da mesma forma que apareceu, se foi, e ao final, continua ara sempre perto de seu amado.

    COMENTÁRIOS: O conto começa de uma forma tão doce e inocente que mal acreditei que se tratava de um sabrinesco. Porém, o velho começa a contar a história de seu amor e logo chega ao tema. O amor entre os personagens é mostrado de forma tenra, tanto que achei estranha a premissa; um avô narrando uma história sexual sua para seu neto. Apesar de um pouco amenizada no fim, achei a narração um pouco descabida para uma história entre avô e neto, arranhando o que na minha opinião é um pilar de qualquer história: a verossimilhança.
    Ao contrário de muitos dos que li, neste conto há uma ternura, um amor entre os enamorados e não apenas o sexo carnal descrito. Aqui, parece que a mão da “putaria” se conteve após um pequeno esgar, o que também frustrou o erotismo inerente ao tema, que poderia ser mais estendido (apesar da estranheza do avô e neto)
    Quanto à gramática e à escrita, não tropecei em nada que impedisse a fluência da leitura, que aliás, é bem conduzida, descrita de forma fluida, num tom agradável em sua simplicidade e ao mesmo tempo, profundidade.
    A meu ver, poderia dar uma aumentada na história entre o jovem e a misteriosa mulher, desenvolver um pouco mais para justificar aquele amor que transcendeu o tempo.
    Um grande abraço.

  6. Fabio
    11 de setembro de 2019

    Outono

    Resumo: Durante uma conversa com o neto, o avô revela que teve uma grande paixão em sua vida. Trata-se da mulher que mais amou. Esta mulher não fora sua esposa, mas, ele guardava por ela um profundo sentimento.

    Ponto Forte: A relação do neto com o avô parece mais relevante do que a história de amor contada.

    Ponto fraco: O texto segue a politica do Sabrinesco. Sinto que faltou cenas detalhadas que pudessem dar um toque mais apimentado nesta relação.

    Comentário geral: (Perdoe-me se eu for analítico demais). O texto carece de cenas para o enredo sabrinesco. Parece uma história romântica que poderia ser melhor aproveitada em outros aspectos. Aliás, é linda, tem detalhes muito bons. Explorar a relação de cuidado do neto com o seu avô é uma grande jogada. Estas relações estão cada vez mais distantes por causa dos caminhos que a juventude vem tomando e, da falta de tempo que se tem com pessoas de mais idade.

  7. Miquéias Dell'Orti
    10 de setembro de 2019

    RESUMO

    Um velho conta ao neto sobre sua paixão. Ele dá detalhes de quando a conheceu, ainda jovem, em uma cachoeira que gostava de frequentar. Quando se conheceram ela estava sentada nas margens do rio e ele, tímido, não conseguiu puxar assunto, apesar de ser abordado por ela.

    Ele perguntou por ela na cidade, sem sucesso, mas encontrou-a novamente em uma nova ida à cachoeira. Dessa vez, ela o abordou e disse estar feliz em vê-lo de novo. Eles então nadaram juntos e se conheceram melhor. Até que acabaram se beijando.

    Porém, após o beijo, ela confessou que não era uma pessoa normal e que se amasse e fosse amada por alguém se tornaria uma folha seca. Mesmo assim ela cedeu e eles ficaram juntos. Ele adormeceu abraçado a ela e acordou sozinho. Tenta chamá-la, procurá-la, mas não a encontrou nunca mais.

    Após contar a história, o avô, sabendo que o neto não acreditou nele, pede que pegue um livro antigo na gaveta. O rapaz pega o livro e encontra uma folha seca no meio das páginas. Uma folha com o mesmo cheiro da garota da história do avô.

    MINHA OPINIÃO

    Um conto meio bizarro e bonito ao mesmo tempo. Tem o toque singelo do avô e a sua história de amor fantástico, confirmada pela folha sexa encontrada no livro pelo neto e narrada com certa sensibilidade. Mas, em contrapartida, as cenas da história contada pelo avô, com todos aqueles detalhes, me pareceram meio deslocadas.

    Não sei se um avô contaria com tantos detalhes, digamos, sórdidos, a relação que teve com a guria do seu conto.

    Se você tivesse começado já pelo relato dele, talvez ficasse melhor. Ou quem sabe em vez do neto ele estar confidenciando isso a um velho amigo.

    Enfim, de qualquer forma, é um bom trabalho.

    Parabéns

  8. jetonon
    10 de setembro de 2019

    O avô conta ao seu neto o grande amor que teve por uma garota de cabelos dourados que depois de transarem s transforma em uma folha seca.

  9. Gustavo Aquino Dos Reis
    10 de setembro de 2019

    Resumo “Outono”: Avô conta para o neto uma história de seu passado; um evento fantástico em que ele conheceu um ser maravilhoso em forma de mulher e se apaixonara perdidamente. Ambos se entregam a um momento de afeto nas águas da cachoeira e, depois disso, tudo se torna uma saudade.

    Considerações: É uma historia bonita e até empolga um pouco com todo o mistério. Porém, quando tudo nos é revelado, o desfecho não corresponde a todo o hype. Algumas descrições me pareceram muito bem-feitas, no entanto achei que faltou mais capricho para o enredo.

  10. Tiago Volpato
    10 de setembro de 2019

    Resumo

    Um senhor sente que está próximo de abraçar o capeta e resolve contar suas aventuras sexuais para o seu neto. Na verdade foi só uma, quando ele conheceu uma beldade misteriosa na beira do rio e passou o sal nela (fez sexo, não jogou cloreto de sódio nela). Depois do ato ela vira uma folha.
    Além de ouvir a descrição detalhada do avô fazendo sexo, o cara ainda vai ter que viver com o fato de que se a beldade não tivesse virado folha, seu avô nunca teria casado com sua avó, logo, ele nunca teria nascido. Preciso anotar essa para trolar meus netos futuros.

    Comentários

    História bem escrita. Não gostei muito do enredo, é só um romance sobrenatural que não deu certo, faltou alguma coisa pra chamar minha atenção. Percebi alguns erros que sempre dão aquela esquivada marota da revisão, mas nada que comprometa o desenrolar da história.
    O texto está bem feito, mas na minha opinião, que provavelmente não vale de nada, é só mais um texto. Faltou aquela explosão de criatividade que nos traz a alegria de degustar um texto.

  11. Cicero Gilmar lopes
    6 de setembro de 2019

    Resumo: É outono e o avô confidencia ao menino, seu neto as memórias de um amor, vivido no verão de sua existência. Um encontro numa cachoeira com uma mulher bela e misteriosa que se transformou em uma folha seca depois que eles consumaram o amor. E como prova, o velho guarda essa folha que ainda tem o cheiro dela.

    Considerações: é um conto nostálgico, as estações pontuam as fases da vida, toda a glória do verão, a juventude, o sonho fantástico; depois o outono e as folhas caindo das árvores para formar a base de um novo começo, a primavera, o renascimento, promessas de sementes e flores e finalmente, o inverno, tempo de resguardo. O que mais precisa ser dito? A vida é essa sequência de estações com uma “trepada” no meio.

  12. Gustavo Araujo
    5 de setembro de 2019

    Resumo: avô conta ao neto a história de quando se apaixonou por uma garota misteriosa, que acabou transformada em uma folha seca depois que fizeram amor.

    Impressões: é um conto simples mas que revela bastante sensibilidade. O enredo é curto, direto e de certa forma previsível. Tem uma pegada interessante para o universo infanto-juvenil (apesar da cena de sexo um tanto explícita para essa faixa etária). Mesmo sabendo como tudo vai terminar, a leitura flui bem, dada a prosa envolvente. Claro, a história poderia ser mais desenvolvida, os personagens poderiam ser mais aprofundados, mas há que se respeitar a opção do(a) autor(a) pela simplicidade. A questão é que pela habilidade demonstrada na escrita, certamente a história se tornaria mais instigante se houvesse outros elementos, mas, para ser franco, já estou divagando, rs É que a analogia da velhice com as folhas de outono ficou tão bacana que eu queria ver outros elementos desse tipo na história. Por exemplo, esse pendor espiritual da garota, sua relação com a natureza, o fato de sumir e voltar, creio que são aspectos que mereciam mais atenção.

    Notei alguns erros de digitação, mas nada que prejudicasse o andamento da leitura. Enfim, um bom conto, mas que poderia ser mais desenvolvido. Parabéns e boa sorte no desafio.

  13. Luis Guilherme Banzi Florido
    5 de setembro de 2019

    Boa tarde, amigo. Tudo bem?

    Conto número 44 (estou lendo em ordem de postagem)
    Pra começar, devo dizer que não sei ainda quais contos devo ler, mas como quer ler todos, dessa vez, vou comentar todos do mesmo modo, como se fossem do meu grupo de leitura.

    Vamos lá:

    Resumo: avô conta para o neto a história de seu primeiro amor: uma menina que vira folha de outono ao se entregar a alguém. O neto duvida do avo, mas vê a folha e sente o cheiro da garota, e passa a acreditar na história.

    Comentário:

    Você tem uma bela história de amor, aqui! Gostei bastante dos momentos vividos entre o vovô e a menina.

    A forma como a história foi retratada também foi singela e gostosa de ler.

    No começo, quando o velho olha pela janela, e descobrimos que a avó já morreu, imaginei que fosse uma história sobre ela. Foi um boa surpresa saber que não se trataria disso, de uma história de amor comum.

    Apesar de não ser algo exatamente novo, a história do avo com a garota foi bem legal. Me pareceu passar uma mensagem interessante: viva o agora, ame, não fique pensando no amanhã e nas consequências. Os dois viveram de firma intensa aquele instante, ao ponto de o velhinho jamais esquecer aquele único momento de amor.

    Também fiquei bem curioso sobre a natureza da menina. Que tipo de criatura ela seria? Alguma criatura fantástica, de uma espécie fadada a jamais amar? Um tipo de espécie amaldiçoada, sei lá. Se for o caso, ela decidiu quebrar a maldição, encarando seu destino.

    Enfim, gostei.

    Sobre a escrita, tenho algumas ressalvas. O conto pareceu carecer de uma revisão melhor, e alguns trechos ficaram um pouco estranhos, como: “a conhecer”, acho que ficaria melhor “conhecê-la”. Em “pois ela não falava muito sobre ela”, acho que poderia trocar o segundo “ela” por “si”.

    Enfim, não vou ficar me atendo muito a isso, mas acho que valeria a pena dar uma repassada no conto, dando uma verificada em alguns trechos, para deixar o conto ainda melhor.

    Outro ponto que levanto é o trecho:

    “chupei aqueles mamilos”.

    Achei que soou deslocado, que ficou meio grosseiro. Talvez na preocupação de se adequar bem ao sabrinesco, o autor tenha usado desse artifício, mas acho que essas cenas soam melhores com metáforas, sem ser tão direto. Principalmente se pensarmos que é um avô contando uma história pra um neto. Não consigo visualizar a cena do vovô olhandi pro neto e dizendo “chupei aqueles mamilos” kkkkkk

    Para finalizar, gostei das descrições e ambientações do conto, que é bem visual e vívido.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

  14. Jorge Santos
    2 de setembro de 2019

    Resumo: Avô ao neto encontro erótico que tivera na juventude, do qual ficou apenas uma folha com o cheiro da mulher. Neto é atraído para livro onde encontra essa mesma folha.
    Comentário: Conto lento, com justa adequação ao tema. As descrições são adequadas, o texto consegue prender o leitor. No entanto, é algo incoerente se pensarmos no tipo de linguagem que o avô tem com o neto. Aqui perdi algum interesse. O autor podia ter encontrado outro expediente menos forçado para contar a história.

  15. Fernanda Caleffi Barbetta
    30 de agosto de 2019

    A história é bonita, mas achei estranho o avô escolher o neto, ainda menino, para ser a pessoa a ouvir a sua história, um tanto ‘apimentada’, há tanto tempo guardada. Alguns erros de português que poderiam ser resolvidos com uma revisão mais atenta, assim como a repetição de pronomes desnecessários. Boa sorte.

  16. Lucas Cassule
    23 de agosto de 2019

    Um breve relato sobre a aventura inusitada do seu avô, uma confissão sobre o grande amor da vida do mesmo.

    os avôs são os melhores contistas!

  17. Vladmir Campos Leão
    20 de agosto de 2019

    Um homem idoso conta ao seu neto sobre um amor um tanto difícil de acreditar, de quando ele era ainda bem jovem.

    Minhas impressões:
    1ª – O escritor não me pareceu ter tomado o cuidado de dar à voz do avô um estilo próprio. E uma vez que o idoso se tornou narrador de uma parte do conto, seria preciso dar a ele uma forma própria de contar aquele momento tão especial de sua vida. Então, por não existir essa peculiaridade descritiva, o texto me pareceu muito uniforme do começo ao fim, e por isso perdeu a chance de encantar mais o leitor.
    2ª – Não vejo motivo para “prometer a si mesmo” guardar aquela folha. Uma promessa tem a possibilidade de existir, ou de ser feita. Mas já que aquele objeto vinha de alguém tão especial, tão fantástica e significativa, era obrigatório, impreterível, conservá-lo.

  18. Luciana Merley
    19 de agosto de 2019

    Um avô conta a seu neto a história da sua juventude em que conhece uma garota na cachoeira e sentem-se atraídos um pelo outro. Após uma relação sexual, a garota desaparece deixando uma folha seca no lugar.

    Gramática – “Ao meu lado encontrei uma folha linda folha seca.” repetição. E mais algumas melhorias sintáticas poderiam ser feitas.

    Sobre o texto –
    – Desculpe-me mas a história não me parece nem um pouco verossímil. É difícil para o leitor encarar uma narrativa em que um avô conta a seu neto (o neto era uma criança?) detalhes tão íntimos, com cenas altamente eróticas como as que você descreve no texto. Eu particularmente tenho asco por narrativas envolvendo sexo explícito e crianças-adolescentes, principalmente quando a intenção é romantizar a relação erótica. Bom, mas essa é minha opinião. O início pareceu bem bacana, muito singelo, e talvez se você continuasse a contar as lembranças com cuidado para não usar palavras eróticas (deixando o leitor entender que o avô viveu aquelas cenas, mas não explicitando ao neto, ou seja, deixar implícito no texto) teria sido melhor. Você poderia também deixar que o neto participe da conversa, perguntando, se surpreendendo…
    – “Um vento frio bateu no rosto deles como que para confirmar a afirmação.” Essa é uma explicação desnecessária. Bastaria dizer “O outono é uma estação meio triste. — disse enquanto um vento frio tocava-lhe o rosto”.

    Espero ter contribuído um pouco. Um abraço.

  19. Vanessa Honorato
    18 de agosto de 2019

    Um velho que não apagou de sua memória o primeiro amor, o mais importante, talvez pq foi incompleto. Perguntei-me qual idade teria o neto para ouvir este relato de seu avô. No início imaginei-o como uma criancinha de nove anos,mas para ouvir confissões calientes do avô, deve ser mais velho. Um romance bonitinho, com uma pitada de fantasia. Quem seria esta que, ao amar, transformou-se em uma folha de outono?
    Abraços.

  20. Emanuel Maurin
    17 de agosto de 2019

    Olá.
    Um senhor conta ao neto um romance que teve na juventude na qual a mulher de sua vida era impedida de o amar, pois caso eles se amassem ele se transformaria numa folha seca e foi o que aconteceu. O Avo quando terminou de contar a história ao neto mostrou a folha seca em que sua amada avia se transformado.

    Vou dar-lhe algumas dicas por causa da grandeza de seu conto. Caso não aceite compreenderei. Achei que o menino é muito novo para seu avô falar sobre sexo daquela forma com ele. Uma sugestão: você poderia aumentar a idade dele, tipo uns 18 anos. Outra coisa que notei e que tento largar de fazer, o que é difícil por causa do vício de linguagem é o gerúndio, isso destrói seu texto. “estava esfriando.” Você poderia dizer que “esfriava”, fica mais agradável de ler. Você também repete muito a palavra “estava” no texto, isso empobrece a obra. Sua narrativa é ótima, adorei ler, é suave e bem explicativa. Parabéns pela genialidade.

  21. Claudinei Novais
    16 de agosto de 2019

    RESUMO: O neto observa o avô de forma melancólica enquanto o velho olhava a paisagem lá fora. Estava frio e o garoto trouxe uma manta para aquecer as pernas do avô. O neto era um garoto dedicado ao cuidado do avô e quando o levou para a cama, o velho lhe confidenciou que havia tido um primeiro amor antes de sua avó. O garoto ficou chocado. Imaginava que ele só havia amado a mulher e até então não sabia desse outro amor antigo. O velho seguiu contando ao neto como ele havia conhecido seu primeiro amor e o que havia rolado entre eles. O garoto ouve tudo, incrédulo, mas ao fim, ao pedido do avô, apanha um livro antigo na gaveta do móvel e encontra uma folha dourada, velha, dentro dele, confirmando a história contada pelo avô.

    CONSIDERAÇÕES: A narração começa na terceira pessoa, mas na parte seguinte vai para a primeira pessoa, o que causa certa dificuldade na leitura e impede uma leitura fluida. Logo percebe-se tratar do relato do avô. Bom conto, mas aborda o tema sabrinesco de forma bastante sutil, quase romântica. De qualquer forma, conto muito bem escrito, com uma linguagem bastante agradável.

  22. Evelyn Postali
    8 de agosto de 2019

    Caro(a) escritor(a)…
    Resumo: Avô conta ao neto um amor jamais esquecido, vivido na juventude.
    Tem um elemento fantástico, aqui. Linhagem perfeita, sem erros de escrita ou construção frasal. Sem repetição de ideias ou descrições cansativas.
    É um conto muito bom! Porém, não o enquadraria em ‘sabrinesco’ ou chick lit, ou o que quer que esse desafio tenha apontado. É uma história que mais parece um relato, não há um conflito visível, não há uma trama e a personagem, no meu entendimento, deveria ser feminina. Talvez ele coubesse em outro tipo de desafio. A cena, que deveria ter algum tempero, foi romântica e discreta. Gostei muito dessa narrativa.
    Boa sorte no desafio.

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Publicado às 1 de agosto de 2019 por em Liga 2019 - Rodada 3, R3 - Série C e marcado .
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