Vocês não me conhecem; provavelmente… Mas eu sou essa moça da foto aí de cima.
Por favor, não façam nenhum pré-julgamento. Fotografias mostram apenas instantes, e esta imagem aí em cima retrata só UM momento da minha vida; não refletindo, em absoluto, a essência de quem eu sou.
Ou de quem eu fui…
Eu me chamo Ana Júlia. Estava prestes a completar 27 anos de idade e… Sim, estou completamente bêbada nesse registro; feito às 22:47 de uma sexta-feira, véspera do meu aniversário.
A fotografia foi tirada em uma festa temática, no interior do meu estado; em uma rave eletrônica sertaneja. Sim, isso existe… A música era horrível, de fato, mas os drinks eram grátis para as mulheres, até às 22h.
E tudo da melhor qualidade!
Hi-fi com vodka importada, tequila ouro, gin inglês, energético com whisky doze anos, cuba libre com rum de verdade, e… Cervejas mexicanas! De-li-ci-o-sas! É claro que, às 22:47, eu não poderia estar diferente…
Uma noitada de comemoração bem regada e alegre, que ocorria às mil maravilhas até o exato instante desta foto aí de cima. Minha última fotografia. O registro do meu derradeiro momento de inocência.
Sim. Por mais incrível que possa lhes parecer agora — e olha que eu pedi, encarecidamente, para vocês não me julgarem! —, até o momento desta foto eu sequer imaginava o quão pura eu ainda era.
Não estou falando de virgindade, pois himens nunca funcionaram como termômetros de inocência. Quando digo pureza eu quero dizer de alma. Brandura de pensamentos e de espírito.
No entanto, para conseguir explicar o que isso realmente significa, eu preciso lhes apresentar outro personagem dessa história. O verdadeiro protagonista… E que também figura na fotografia que ilustra este torto relato.
Se vocês olharem outra vez para a foto, e pararem de focar na minha calcinha, de certo irão percebê-lo. Até mesmo porque…
Eu estou montada nele.
Pagando o maior mico da minha vida, é vero… Mas reparem bem na expressão do meu rosto. E o meu rosto fica ali, um pouco acima do decote do meu vestido… Viram o tamanho do — pedi para olharem mais para cima, por favor… — meu sorriso? Notaram como a minha feição parece não conseguir conter tamanha felicidade?
E as minhas mãos? Vocês conseguem perceber o que elas estão prestes a fazer? Olhem de novo para a foto; eu espero…
(…)
Sabem o que é isso? Vou dar uma dica. Começa com a letra “O” e termina com “RGASMO”. O mais longo e intenso de toda minha vida. E aconteceu ali, bem diante de centenas de pessoas.
Ainda se fossem apenas desconhecidos… Mas aquela era a celebração do meu aniversário. Havia dezenas de amigos, colegas da pós, do trabalho… Até minha chefa estava lá!
Meu crush, também.
Foi um horror! Um horror… Todos ali em volta de mim, presenciando com assombro — alguns nem tanto — aquele show de espasmos incontroláveis. E eu sentia tanto prazer, mas tanto… Que nada mais importava! Meu corpo tremia por inteiro e cada virada, cada tranco, cada sacolejada experimentada em cima daquele touro mecânico, me deixavam ainda mais descontrolada.
E molhada.
Se a foto tivesse sido tirada dois segundos depois, já mostraria o meu seio esquerdo; pois eu simplesmente rasguei meu vestido e, com a mesma mão autora de tal ato infame, comecei a acariciá-lo, já livre das incômodas barreiras do tecido e… do pudor.
Com minha outra mão, responsável não penas por segurar na alça do dorso daquele animal dos infernos, eu fiz ainda pior… Pois, se a fotografia tardasse um pouco mais para ser batida, revelaria também o desaparecimento da própria alça.
E acho que vocês já são capazes de imaginar onde ela… digamos… “se” meteu.
O fato é que, diante de escandalosa cena, que só piorava, as coitadas das minhas amigas mais próximas não tiveram alternativa — visto o incontestável deleite dos rapazes com minha performance — a não ser tentarem me tirar dali de cima.
Na marra.
Parte delas invadiu o espaço de segurança em volta do brinquedo, enquanto as outras correram em direção ao sádico controlador daquela fera de Sodoma e Gomorra, pedindo para que ele desativasse o animal mecânico que, a essa altura, já se tornara a alma da festa.
Mesmo com o perigo iminente, as meninas fizeram de tudo para me arrancar de lá, mas minhas pernas se acoplaram àquele bicho-papão de inocência de tal maneira que, nem com os heroicos esforços empreendidos, elas obtiveram êxito.
Só quando aquela besta cessou por completo seus movimentos foi que me dei conta do que havia feito. E do estado em que me encontrava. Cabelo todo desgrenhado; vestido rasgado; peito de fora; calcinha e coxas encharcadas…
O mais entranho de tudo, no entanto, não era nem os olhares de total espanto das minhas amigas; nem o brilho de cobiça expelido pelos olhos da desejosa e crescente massa masculina que tinha se aglomerado bem diante de mim, repleta de babacas babantes…
O bizarro, mesmo, foi o que aconteceu na sequência.
Lembram-se do crush que eu falei que também estava por lá? Pois é… Ele nunca tinha me dado a menor condição. E eu já tinha deixado BEM clara a minha atração por ele. Trabalhávamos em setores distintos, porém próximos; mas todas as minhas indiretas — e até mesmo as diretas — eram sumariamente ignoradas por ele.
E então, como num passe de mágica, me surge o bonitinho, lá do meio daquela massa de tarados, correndo em minha direção enquanto tirava sua camisa — juro que tudo ficou em câmera lenta nessa hora! —, deixando minha noite ainda mais prazerosa diante daquele abdômen todo cheio de gominhos e um peitoral de dar inveja em qualquer adolescentezinha magrela.
Até minhas amigas aproveitaram a cena — digna de figurar na capa de algum romance de banca de jornal — apreciando a bela ‘paisagem’ a se aproximar, nitidamente preocupada comigo. Ele cobriu meu corpo seminu com a vestimenta recém-tirada e, abraçando-me com cuidadosa firmeza, puxou-me de cima daquela máquina devassa, destruidora das mais puritanas reputações.
Abriu-se um curioso clarão na plateia, formando um corredor por onde Lucas, meu crush salvador, levou-me em segurança até uma área reservada, cerca de cem metros adiante. Longe dos olhares lascivos de toda aquela gente que testemunhara meu obsceno devaneio etílico, montada no dorso de um touro mecânico responsável pela hedonista e transcendental sequência de múltiplos orgasmos — tântricos — que acabara de experimentar. E que me fizera descobrir uma parte de mim mesma que, talvez, nunca deveria ter sido descoberta, exposta…
Trazida à tona.
Lucas abriu a porta de acesso e me ajudou a entrar na pequena sala de estar, onde havia apenas uma mesinha de madeira, no centro, e um sofá de dois lugares, forrado com um tapete de couro de boi cuja textura era semelhante à pele do monstro que eu acabara de, em vão, tentar domar.
Após me colocar sentada ali, sem ter falado sequer uma única palavra até então, virou-se e, pondo fim às minhas mais perversas expectativas, afastou-se ligeiramente de onde me deixara — como se eu fosse radioativa —, caminhando de volta em direção à porta daquela saleta.
Chamei seu nome e, sentindo em meus músculos das pernas o mesmo que um explorador amazônico desavisado sentiria ao tentar atravessar um rio repleto de piranhas assassinas, coloquei-me de pé. Lucas, ainda de costas, parou diante da porta. Parecia mesmo hesitante. Quando enfim terminou de girar seu aprazível corpo de novo em minha direção, eu já estava segurando em uma das mãos a vestimenta que ele, gentilmente, havia me cedido lá fora.
Com o braço esticado, falei:
— Sua camisa, gatinho…
E os afamados peixes carnívoros de minha metáfora amazônica começaram a beliscar músculos mais altos, fervendo as águas de um rio transbordante que voltou a jorrar com força, escorrendo outra vez pelas minhas coxas de modo a me fazer agir exclusivamente por instinto. Instinto animal…
Uma fera no cio.
Mal tinha acabado de arrancar os trapos que restaram de meu vestido e, então, percebi o movimento contrário que era executado por Lucas, terminando de vestir a camisa por mim devolvida; já abotoando os últimos botões.
Por cerca de cinco segundos fiquei em pé ali parada, só de calcinha — e uma calcinha encharcada —, olhando com uma mistura de espanto e desejo para aquele rapazinho atrevidamente bem comportado, que demonstrava tamanha imunidade diante do indubitável nível de estrógeno presente no ar, refletido na total transparência da minha última peça de roupa.
Impassível.
Nem a visualização detalhada do elaborado desenho de meus pelos pubianos, nem os contornos curvilíneos de meus seios, de róseos mamilos intumescidos, e nem mesmo a involuntária pressão que eu sensualmente desferia com os dentes dianteiros sobre meu lábio inferior, o fizeram dar o próximo passo.
Ou, melhor dizendo, fizeram sim. Fizeram-no dar vários passos. Porém, para meu completo desespero, Lucas caminhou para trás, distanciando-se ainda mais de mim, até bater com as costas na porta de entrada — e saída! — daquele libidinoso ambiente.
A trágica e indesejável cena de meu crush correndo em disparada em meio à multidão de transeuntes lá de fora, fugindo de mim como o Super-Homem da criptonita — ou, quem sabe, o He-Man da She-Ra — só não foi mais impactante do que outra cena que acontecia, no mesmo instante, mais adiante.
Como se houvesse sido colocada estrategicamente de fundo naquela dramática e já clássica encenação, catalogada para sempre como “A Fuga do Crush” em minha lastimosa biografia, percebi lá atrás que o touro mecânico estava outra vez em funcionamento.
O recorte do batente da porta da saleta onde eu tinha sido abandonada pelo péla-saco do Lucas — ainda em evasão — formava uma moldura perfeita para um espantoso quadro em movimento.
Assustador, mesmo!
Pois… Montada naquele brinquedo bestial, que primava em trazer à tona o lado mais selvagem de quem, ingenuamente, se arriscasse sobre ele, estava agora ninguém mais, ninguém menos, do que minha pobre chefinha.
Ela mesma… Inclusive, já sem a parte de cima da roupa, sacolejando os seios para toda uma legião de voyeurs, lá do alto do bichão devorador de honras.
E o pior é que ela era casada… E todo mundo do trabalho sabia disso. Muitos, como eu, até conheciam o esposo dela. Um cara muito gente-boa e por quem ela era completamente apaixonada. Um homem que — jamais! — ela trairia ou magoaria; como de certo ele se sentirá ao saber o que ela estava fazendo ali, diante de todo mundo, com direito até a vários registros, perpetrados pelos diversos celulares apontados para ela enquanto dava continuidade ao indecente strip-tease…
E… Adivinhem só quem foi o ‘cavalheiro’ surgido daquela massa nojenta de lixo humano, retirando sua clássica camisa de flanela e oferecendo-a como capa protetora para a desgraçada mulher, já por inteiro exposta?
Pois é…
Lucas retornou — pelo mesmo corredor fantasticamente formado outra vez em meio à multidão — para onde há pouco havia me deixado. Minha chefa vinha ao seu lado, enrolada em flanela, com um brilho sedento nos olhos e um concupiscente sorriso no rosto, sendo amparada por ele.
Ainda assim, mesmo em meio a tão inverossímil situação, quando Lucas virou aquela delicinha de corpo para deixar de novo o recinto, eu confesso que um impulso incontrolável me fez saltar na direção dele.
Do pescoço dele.
Primeiramente, foram minhas mãos a envolver sua glote. Quando ele dobrou os joelhos, tombando no chão, iniciei uma chave de pernas que, devido à quantidade absurda de hormônios que circulavam em minha corrente sanguínea, se eu quisesse, poderia sufocá-lo até a morte entre as minhas coxas.
No entanto, tais hormônios não queriam isso. Eles clamavam, desejosos, por prazer. Satisfação sexual. Plena e absoluta. A mesma sensação que invadira meu corpo sedento quando estava sentada, com gosto, no dorso daquele animal controlado por circuitos eletrônicos que o faziam movimentar-se perversamente.
Utilizando-me de uma força que não sabia possuir, domei aquela cabeça relutante da mesma forma que cavalgara a fera lá de fora. Igual destino desferido outrora à alça de couro do dorso da besta foi dado então para o nariz de Lucas; a mais impudica das protuberâncias disponíveis no rosto do rapaz que, agora, jazia imobilizado entre minhas coxas, chafurdado em mim.
— …Mmnnnããão, Ana! Mmmnnnããão faz isso! Ele mmmmnnnnão vai permitir!
Meu tímido crush demonstrava tanto temor frente à situação exploratória na qual minha volúpia incontida o obrigava a enfrentar que eu…
— Do que é que você tá falando, Lucas? Ele quem?
… o questionei enquanto rebolava, com afinco, sobre seu rosto apavorado.
— Você… Vocês… agora sãoummmnnn… Sãoumnnm… Dele! Sóumnn… Dele!
O relaxamento dos músculos das minhas coxas, para permitir que ele falasse, custou-me o controle daquela situação. Num movimento desesperado, Lucas conseguiu livrar-se da chave de pernas e partiu em disparada, mais uma vez, para fora da sala.
Ao recobrar o equilíbrio e colocar-me de pé diante da porta — deixada escancarada pelo rapaz em recorrente fuga —, observei através do vão a mesma cena se repetindo. A única diferença era que, agora, quem estava montada no dorso do touro, lá no fundo, eram duas colegas minhas da faculdade.
Débora e Fernanda não apenas cavalgavam juntas, mas se beijavam e acariciavam seus corpos nus de maneira tão erótica e provocativa que nem mesmo a fera mecânica pôde suportar…
Em uma mutação arrebatadora, o dorso animalesco daquela máquina bacante expandiu-se. Chifres enormes surgiram em uma ponta, seguidos por uma cabeça de touro colossal, sobre a qual os cornos se arraigavam. Os corpos exímios das minhas amigas foram amparados por um par de braços humanos, repletos de músculos.
O tronco daquele ser metamorfo também se assemelhava ao tronco humano; mas era ali que terminavam tais congruências. Da cintura para baixo, o monstro voltava a apresentar traços animalescos; formando um todo que ficava mais próximo da figura mitológica de um minotauro.
Um minotauro absurdamente bem-dotado e que, com ‘aquilo’ em riste, partiu em disparada sobre a multidão, pisoteando-a sem misericórdia e traçando — ainda a segurar minhas despidas colegas de classe nos braços — uma decidida reta em direção à saleta onde eu, com crescente avidez, o aguardava.
(…)
— Ana? Ana!?
— Mmnn…
— Você tá bem, amiga?
— E-ummnnn…
— Você caiu do touro… Bateu forte com a cabeça na queda… Nós ficamos preocupadas! Tá se sentindo bem, amiga?
— Eu…
Estava na mesma sala. Trajando meu lindo vestido branco; inteirinho. Fernanda e Débora tinham trazido água. Para mim e para minha chefa, afundada no sofá, ao meu lado; praticamente em coma alcoólico.
Minha cabeça doía um pouco, talvez mais pela quantidade de bebidas ingeridas do que pela pancada recebida no tombo que minhas amigas, gêmeas e sempre igualmente vestidas, disseram que eu havia sofrido.
— Como eu vim parar aqui, meninas? — não me lembrava de nada além do sonho inusitado que tivera.
As irmãs olharam então para um canto da sala, fora do alcance do foco da única lâmpada que existia ali, posicionada bem sobre aquele peculiar sofá, forrado por uma espécie de tapete de couro bovino.
— Eu te trouxe pra cá, Aninha.
Era a voz do Lucas, que emanou da escuridão juntamente do vulto de um corpo nu a trancar por dentro a porta daquela saleta.
— Eu que trouxe todas vocês pra cá…
* * *
Uma jovem relata como ela e sua amigas foram sodomizadas por um touro mecânico em uma festa, sendo um possível devaneio ou não, mas de certo a perda da inocência.
O conto avançava bem no final com essa transformação do touro em uma espécia de demônio sádico, mas o corta clímax é esse possível devaneio.
Garota conta a história do orgasmo que teve em cima de um touro mecânico. Após o seu, outras garotas também tiveram, até descobrir que o Touro mecânico era uma criatura mágica. No fim era um delírio de um sono bêbado. Ou não.
Gosto muito da utilização da foto como a base para o texto. Gosto da maneira divertida que é contado, mas em determinado ponto do texto, ele começa a me cansar. Acho que até na metade do texto, gosto muito dele, mas as opções da história, que são surpresas do escritor, ou da escritora, acabaram por ser, para mim, chatas, foi me fazendo perder o interesse na leitura.
Eu gostava da parte onde me deixava sorrindo com os comparativos, o desenlace da foto, quando o texto começa a sair da foto, me perdeu o interesse, porque o interessante, para mim, era ver o que tudo este escritor, essa escritora, conseguiria espremer da foto. Faltou ir além. Seguir a proposta até o final. Tem muitas pessoas ali na foto, quem era o cara de verde ou o cara de chapéu. O que aconteceu com ou embaixo do guarda sol vermelho. E esse da garrafa na mão, com esse baita sorriso, porque ria tanto?
Resumo: Ana conta seus segredos de juventude, quando, numa festa temática com um touro mecânico como protagonista, é tomada pelo demônio da luxúria. Num tom extremamente onírico, nada parece fazer sentido enquanto tenta saciar seus desejos à flor da pele.
—
É um conto difícil de comentar, haha. A quantidade de emoções que ele despertou é incrível e o autor merece todo o crédito por isso. A habilidade apurada para isso está presente em cada parágrafo.
O conto está muito bem escrito. Português, narrativa, construção textual: tudo bem feito.
A questão é a história, que, carregado num tom onírico, é repleto de confusões propositais, num verdadeiro nonsense erótico. O problema, disso, é que ele escapou completamente do tema. O sabrinesco não é tão complexo assim, na verdade, ele é simples e muito mais sensual do que sexual, diferente desse conto.
Eu gosto da associação de imagens ao enredo e universo criado, como você fez no início do texto, mas a forma como você fez é um pouco frágil demais. Uma coisa é complementar, outra é depender. E a narrativa inicial depende MUITO da imagem para funcionar completamente.
Enfim, como disse, para mim é um texto difícil de comentar, pois acredito que o intuito foi confundir mesmo, foi criar situações complicadas e loucas. E isso depende unicamente de seu estilo, não sobrando espaço para críticas. O que sobra é a interpretação de cada um. Foi um conto que no geral, quando se trata da história, não me agradou tanto, mas que, ao menos, proporcionou uma leitura tranquila.
Parabéns pela criatividade! Com certeza agradará muitas pessoas!
Resumo 📝 O relato de uma mulher sobre um acontecimento inusitado. Durante uma festa no minimo diferente, montada num touro mecânico, teve a experiência (quase sexual) mais intensa de sua vida. Uma situação que a envergonha. Se deixou levar por uma onda extrema de excitação na frente de várias pessoas. Foi ‘’ socorrida’’ por um carinha que estava afim e levada até uma sala. Nesse meio tempo suas amigas e sua chefe também tiveram a mesma experiência. Em determinado momento o touro se transforma em um minotauro bem dotado que sai catando todas as mulheres e levando pra essa sala. A moça acorda, não deixando claro ao leitor se tudo foi um sonho ou real. Mesmo com a cena” pós crédito’’ essa dúvida não é sanada.
Enredo🧐 A história é bem inusitada, nonsense. Acredito que tenha sido mesmo a intenção do autor(a). Tenho dúvidas quanto ao planejamento, parece que começou imaginando uma coisa e no final ficou meio perdido. Pra compensar deixou em aberto para se livrar de maiores explicações. Ou foi o propósito mesmo, vai saber. rs
Gostei 😁👍 Gostei do começo, da expectativa de onde aquela história vai me levar, da explicação minuciosa sobre a foto. Da ligação entre a imagem e o texto.
Não gostei🙄👎 Achei a cena em que ela ataca o Crush bizarra, do tipo que dá vergonha alheia rs. Não consegui visualizar o minotauro também, ele veio rápido, se foi rápido e a gente nem sabe se existiu de fato.
Impacto (😕😐😯😲🤩) 😕 O texto não me surpreendeu e houve quebras de expectativas. Oscilou de momentos de estranheza com os de leve curiosidade.
Tema (🤦🤷🙋)🤷 Definitivamente não se enquadra no que eu acredito ser sabrinesco. Não há o romance ou um conflito amoroso satisfatório, o foco é na questão sexual crua e se estende apenas nisso até o final. Tem tons de comédia, mas, pra mim precisa ter o romance, mesmo que não fosse o foco central. o Crush não convenceu. PORÉM, CONTUDO, TODAVIA, ENTRETANTO, como o tema conta com uma barra SABRINESCO/ ERÓTICO atende SIM ao que está no regulamento, portanto dentro do tema.
Destaque📌 “Chamei seu nome e, sentindo em meus músculos das pernas o mesmo que um explorador amazônico desavisado sentiria ao tentar atravessar um rio repleto de piranhas assassinas, coloquei-me de pé. Lucas, ainda de costas, parou diante da porta. Parecia mesmo hesitante. Quando enfim terminou de girar seu aprazível corpo de novo em minha direção, eu já estava segurando em uma das mãos a vestimenta que ele, gentilmente, havia me cedido lá fora.” Essa cena prometia alguma coisa.
Conclusão ( 😒🤔🙂😃😍) = 🤔 Um texto interessante, bem narrado, mas aparentemente sem um propósito inicial/final. O desfecho não é satisfatório. Entretém, está bem escrito. Se o tema não fosse sabrinesco até que poderia ser uma comédia interessante.
🗒 Resumo: jovem alcoolizada fica extremamente excitada ao brincar num touro mecânico. É salva pelo seu crush não correspondido. Depois disso, percebe que a chefe e suas amigas gêmeas também sofrem do mesmo mal e se desenrola uma trama doida com um minotauro fodedor. Até acordar descobrindo que tinha batido com a cabeça e que havia alucinado tudo aquilo.
📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫): O conto começa muito bom e extremamente magnético.
Porém, transforma-se totalmente após a “fuga do crush”. Depois dessa ótima cena, ele começa a se perder, com a chefe sofrendo o mesmo mal que ela, depois as amigas e, por fim, o minotauro. Tudo isso ficou impossível de se resolver, então o autor teve que apelar para a resolução do sonho.
Isso sempre é chato, mas nesse caso ficou bastante incoerente com a narração, pois a narradora está contando uma história no passado e já sabia que tinha sido um sonho, então algumas citações ficaram incoerentes, como ela dar um nome ao episódio da fuga do crush.
Teria sido melhor desenvolver, talvez, a homossexualidade do crush e a perda da inocência da menina que ir por esses caminhos tão tortuosos. Mas esse sou eu tentando mudar seu conto somente porque eu gostei muito dele até a metade e tinha tudo pra ser um dos meus favoritos.
📝 Técnica (⭐⭐⭐⭐▫): muito boa, boas descrições e personagens bem construídos.
🎯 Tema (⭐⭐): Sabrinesco [✔]
💡 Criatividade (⭐⭐▫): é um conto inventivo, mas não chega a ser excepcionalmente criativo.
🎭 Impacto (⭐⭐⭐▫▫): gostei muito até o meio, mas me decepcionei com o fim.
—
😏 Pitadas Sabrinescas:
▪ “himens nunca funcionaram como termômetros de inocência”
▪ “digna de figurar na capa de algum romance de banca de jornal”
RESUMO
Ana sente uma sensação de prazer descomunal ao subir em cima do touro mecânico que estava presente na comemoração de seu aniversário. Estranhamente, outras mulheres da festa acabam fazendo o mesmo e o motivo de tudo parece um pouco sinistro.
CONSIDERAÇÕES
Ana Júlia é a única personagem bem elaborada, apesar de se concentrar em uma personagem envergonhada com o ocorrido na festa. A personagem fala em alguns momentos diretamente com o leitor e utiliza-se de alguns recursos que aproximam a texto da fala. Lucas foi outro personagem chave na narrativa que é inicialmente construído como uma pessoa nobre, abnegada, mas que revela-se um arauto maligno. O que ocorreu, ou não, da forma como a história é contada, com pudor e hesitação pela protagonista, torna o final um tanto quanto ambíguo.
As ações são claras e bem posicionadas, apesar de em alguns momentos os devaneios frenéticos de Ana acabem se pondo acima das ações causando um pouco de confusão, mas nada que atrapalhe a compreensão do conto. A descrição da ambientação é pouca, mas o suficiente para imaginar o local.
A história inicia-se com um conjunto de situações de besteirol e segue assim até que em determinado momento algo anormal surge pela repetição do acontecimento com outras pessoas. Nesse momento, porém, a narrativa segue por esse lado mais cômico revelando algo obscuro ao fim de forma subjetiva. Acredito que a intenção do autor tenha sido essa. Fiquei em dúvida se a referência ao Minotauro foi apenas naquele momento para fazer alusão à forma do ser, ou se teve uma base na construção do conto.
O conto conseguiu levar de maneira muito boa os elementos do cômicos até os sombrios Para mim, esse foi o ponto forte. Conduzir um único clima já é algo bem complicado, conseguir criar uma segunda camada, como se fosse uma brisa fria em um dia ensolarado, é algo ainda mais difícil, sem parecer que foi forçado demais. A habilidade de conduzir a fluidez da narrativa foi muito boa.
NOTA 3,9
O Touro Mecânico (Paul Nash Ottah)
Conto Sabrinesco com pontos de suspense
Erótico pornográfico
Resumo
Em uma parafilia estranha Ana Júlia tem um orgasmo enquanto tenta dominar um touro mecânico na noite que antecede seu aniversário. Sonho e realidade se confundem na mente da mulher.
Comentário
A título de introdução ao meu comentário, afirmo que Ana Júlia reforça algo que minha avó dizia: “oferecem mel às formigas quando se deseja capturá-las.” As feministas aprimoraram a idéia, porém o resultado é o mesmo: “se lhe oferecem bebida grátis em um evento é/significa que o produto principal/final de consumo é você”. E Ana Júlia, embriagada, dá o espetáculo
O texto tem a Introdução separada em parágrafos diferentes, mas dá para diferenciar bem os espaços da narrativa. O desenvolvimento é arrastado e cheio de novas aberturas com todo aquele mulherio a ter um orgasmo em cima de um touro mecânico, parece mais um devaneio de um adolescente descobrindo a puberdade e mesclando suas impressões com fatores imateriais.
É um texto que viaja pelo onírico e agrega uma trama de parafilia estranha e uma atração jocosa por um jovem atlético, Lucas.
O pseudônimo, um cacófato, por si só é uma pornochanchada e mesmo o texto sendo tão explícito como é, passa do ponto.
O uso da linguagem foi adequado ao que se sugere da personalidade e idade de Ana Júlia, apesar do odioso “crush”. Não é muito crível do ponto de vista narrativo, mas passa bem. Apesar de não ser um Conto que teria minha atenção fora do Desafio, segue bem a idéia estrutural, perdendo-se apenas no final quando a personagem quer saber como foi parar na tal sala e sabe que Lucas a levou: “Era a voz do Lucas, que emanou da escuridão juntamente do vulto de um corpo nu a trancar por dentro a porta daquela saleta.” Aqui o uso de “juntamente do vulto” fala mais de proximidade, assim, fica a dúvida se é o Lucas realmente, como sugere sua resposta ou se realmente o tal touro ganhou vida.
Outro ponto a se considerar é se as duas mulheres que se beijam são irmãs, como aparece ao final do texto: “As irmãs olharam então para um canto da sala”, ou não, afinal elas se beijam em cima do touro.
Ponto positivo para a descrição do ser metamorfo. Muito bem delineada e concreta, lendo dá para perceber com exatidão o animismo se concretizar quando as duas mulheres se acariciam sobre ele. É assustador e patusco, desnecessário até tanta agressividade descritiva, porém ainda assim é acertada.
Resumo: Um jovem mulher comemora seu aniversário numa festa. Ao brincar em um touro mecânico, sente-se excitada e tem orgasmos na frente de todos os conhecidos. Após ser levada para uma sala pelo cara do trabalho que ela está afim, o touro mecânico toma forma de minotauro e parte em sua direção. Ela acorda, aparentemente bateu com a cabeça no chão e ficou desacordada, ao tempo que o cara que ela gosta fecha a porta da salinha.
Caramba! Que conto é este que eu não consigo parar de rir? Muito engraçado! (hahahahahahhaaha) Que doidera! Para começar com esse pseudônimo hilário! (hahahahahahahahhaha) Enfim, é um conto bem divertido, que contempla o tema ao mesmo tempo que foge (totalmente) da linha do clichê. Um touro mecânico! (ahhahahahahah) Que depois se transforma em um minotauro. Eu jamais poderia imaginar! Bem, tudo bem que tudo pareceu ser por causa da bancada que a personagem principal levou na cabeça, mas essa coisa do fantástico ficou bem legal. Gostei da forma como a narrativa em primeira pessoa foi encaminhada. Gostei da comunicação da narradora-personagem com o leitor, achei esse humor bem interessante.
Enfim, parabéns! Bem divertido!
Olá, Paul, que história mais legal você me trouxe. Ri muito desse touro mecânico especializado em destruir reputações femininas. A moça que, véspera do seu aniversário, vai à festa do interior, bebe bastante e vai se divertir montando no brinquedo chamado de touro mecânico. Excita-se e acaba tendo múltiplos orgasmos sobre a máquina. É salva da cena arrebatadora e louca pelo rapaz pelo qual se sente atraída. Em seguida sua chefe e amigas montam o touro e também são salvas pelo mesmo cara. A surpresa do final é que tudo não passara de um sonho provocado pela queda do bicho e pelo álcool. Um enredo bem legal e uma maneira ótima de contar a história. Você domina profundamente a arte da escrita. Muito humor e a surpresa do fechamento do conto. Ficou excelente o desfecho. Aliás, excelente eu achei todo o conto. Parabéns.
Ana estava em sua festa de aniversário no touro mecânico quando começou a sentir prazer montando na máquina. Uma série de acontecimentos surreais acontecem e ela descobre estar sonhando.
Dei risada a maior parte do conto, mas me perguntei o que raios estava acontecendo quando você não escreveu mais nada. Foi muito criativo, não vejo mais um touro da mesma forma depois desse conto. Bem engraçado.
Olá, Paulo Nash Ottah, boa sorte no desafio. Eis minhas impressões sobre seu conto.
Resumo: Mulher comemora seu aniversário com uma festa temática. Onde um touro mecânico é a atração principal. Quando a aniversariante, embriagada, resolve montá-lo. E passa por vexame ao se empolgar e passar a sentir orgasmos múltiplos sobre o “brinquedo” para deleite da plateia que assiste a performance assoberbada.
Gramática: Leitura correta, sem atropelos nem erros. Flui livremente. Nada perceptível na minha leitura.
Comentário crítico: Um conto que nos tira o fôlego de tão dinâmica sua narrativa. Além de impactante pelo cenário em que é apresentado, quanto pelo teor erótico do enredo. E juro não saber que o tema sabrinesco seria tudo isso. Embora tenha achado o desfecho pouco decepcionante, pois tudo não passou de um devaneio alcoólico. Se a natureza dos acontecidos houvesse prevalecido o conto teria mais sustança como enredo, acredito eu. Entretanto, em nada tira o mérito do trabalho. Além do que, não é dever do autor ditar o óbvio para o leitor.
Boa tarde, amigo. Tudo bem?
Conto número 41 (estou lendo em ordem de postagem)
Pra começar, devo dizer que não sei ainda quais contos devo ler, mas como quer ler todos, dessa vez, vou comentar todos do mesmo modo, como se fossem do meu grupo de leitura.
Vamos lá:
Resumo: menina se descontrola no touro mecanico, tem um orgasmo na frente de todo mundo. A situação se repete com varias minas, até que descobrimos que o touro é uma espécie de minotauro sexual. No fim, tudo não passara de um sonho (ou não?)
Comentário: caraca, que conto insano uahahahahua. Gostei!
O conto passa por várias mudanças bruscas de enredo, e dificilmente dá pra prever o que vem adiante. A primeira surpresa vem logo ao começo, com o espetacular orgasmo da garota na frente de amigos e família. Logo depois, com a chefe dela passando pela mesma situação. Quando ela tenta forçar o Lucas a transar, achei que fosse rolar um estupro, porém, a situação fica ainda mais insana e aparece um minotauro taradão hahaauaau. Como se não bastasse, tudo era um sonho, mas o final deixa em aberto se o minotauro realmente existia ou não.
Particularmente gosto muito desse tipo de história, então me agradou bastante.
A linguagem descontraída e informal também me pareceu bastante adequada ao enredo, causando uma boa impressão na leitura. Foi gostoso e divertido ler o conto, do início ao fim.
Esse conto me lembrou um pouco o conto do Solberg do desafio passado, então eu diria que esse é dele, também heheheh.
Enfim, gostei bastante. A escrita também é segura e utiliza bem o artifício da informalidade como recurso literário, agregando valor ao enredo.
Parabéns e boa sorte!
A história de uma mulher que tem um orgasmo em cima de um touro mecânico. A máquina, aliás, parece provocar isso em outras mulheres do recinto. Descobre-se, ao final, que tudo não passou de um sonho.
A história é bastante criativa, admito isso. No entanto, senti falta de algo para além da comédia proposta.A impressão é que o conto foi o melhor que pôde ser dentro daquilo que se propôs. A decisão de dar, ao final, a ideia de que tudo não passou de um sono também prejudicou. Me parece um final demasiadamente preguiçoso.
Um conto bem divertido, altamente movimentado. Você realmente sabe contar uma história e manter o interesse do leitor. Meu destaque vai para a forma como você finalizou o conto. Depois de uma espécie de anticlímax, com a revelação de ter sido a orgia narrada apenas um sonho da protagonista, eis que surge Lucas e a hipótese de uma big festa na saletinha onde as quatro moçoilas descansavam. Nota máxima!
Parabéns pelo trabalho! Um abraço,
kkkkk muito bom. A foto e o pseudônimo me deixaram com medo de ler, mas achei muito bom, bem escrito, divertido. Fiquei até aliviada quando vi que não tinha realmente acontecido nada daquilo. Parabéns pelo conto.
O touro indomável
Ana Júlia, em seu aniversário de 27 anos, festeja em uma rave eletrônica sertaneja. Ao subir em um touro mecânico, porém, ela tem um orgasmo forte e incontrolável, rasgando suas roupas e se tocando em público. Seu crush, Lucas, a resgata no momento de irracionalidade mas, alvo de seu desejo, ignora Ana Júlia. O touro segue “montado” por outras mulheres, colegas de trabalho e, inclusive, sua chefe, sempre com o mesmo efeito avassalador. Então, o touro se transforma em um minotauro excitado e parece estar interessado em um grande bacanal com as mulheres que o montaram. Ana Júlia acorda e descobre que estava sonhando. Ou não?
Texto bem escrito, o autor tem um bom domínio da narrativa que constrói. Gostei muito da ideia de partir da fotografia para construir a história. Não é a invenção da roda, mas é um recurso bem interessante. Extrapola a imagem como mera “ilustração” do texto. Eu, que opto por não enviar imagens com meu texto, fiquei feliz de ver um uso tão criativo.
Não acho a história sabrinesca. É erótica, sem dúvidas, mas não tem romantismo. Me lembrou muito o trabalho do Milo Manara, principalmente o livro “Click”. Acho que é uma história com potencial para agradar muitos leitores, inclusive por recorrer ao clichê “era sonho/ ou não?”. O que é ótimo: autores precisam de público leitor e o autor do texto tem potencial para construir o seu. Mas, repito, nos meus critérios, fugiu do sabrinesco.
Originalidade: 4
Domínio da escrita: 5
Adequação ao tema: 3
Narrativa: 4
Desenvolvimento de personagens: 4
Enredo: 4
Total: 4
Touro Mecânico
Resumo:
Mulher vai a uma festa rave comemorar o aniversário com amigos. Lá, ela se empolga em cima de um touro mecânico. Por fim o touro se transforma, revelando ser um minotauro, tarado.
Comentário:
Achei o início do conto bem chato, aliás, até a metade, descrições de uma alucinação erótica, sem originalidade. Descrições de uma festa regada a drogas e bebidas. Mas o final me surpreendeu. Achei o conto uma alegoria da realidade a festas onde as pessoas se consomem em drogas, a bebida alcoólica sendo uma delas, e sexo sem medida. Até a protagonista se refere a “lixo humano”, o pior que ela está no meio. Poderia ser uma festa comum, sem drogas, sem sexo, sem pecados, mas o minotauro gosta da perversão, acho que ele pune as mulheres por isso, por soltar suas fantasias, ou por tentar contê-las, não sei. Um psicanalista faria uma análise melhor dessa alegoria.
Acho que a foto do conto foi manipulada, a mulher deve estar segurando a alça para não cair e sobre a mão foi desenhada a calcinha. Nada contra, apenas uma constatação, uma observação. Achei algumas frases chatas, desnecessária, que só serviram par dar extensão ao texto. De qualquer forma, esse é um recurso que qualquer autor tem que usar, seja bom ou não. Enfim, achei um bom conto, apesar disso e daquilo…
RESUMO: Ana Júlia se divertiu para além do esperado em cima de um touro mecânico que, não muito tarde, pode ser percebido como um místico totem sexual, que não fez só a festa de Ana Júlia, mas de outras mulheres presentes, sob a vigilância zelosa e ágil do belíssimo Lucas. Ao fim, o touro confirma sua natureza “especial” ao se revelar uma espécie de minotauro – bem-dotado, claro –, e Ana Júlia acorda dessa situação para se encontrar em um outro lugar. Estão com ela suas amigas e a chefe… e Lucas.
COMENTÁRIO: A avaliação tocará o conto em duas dimensões: a escrita; a adequação ao tema. O recurso à primeira pessoa funcionou muito bem ao acrescentar um tom de diálogo confessionário que fez a história parecer um segredo contado, um enredo cuidadosamente ordenado para fazer o leitor (ou ouvinte, pois realmente parece uma conversa) querer saber mais e, principalmente, entender que “sempre tem mais”, que a história pode ficar ainda mais sensual e chocante. Acrescentando nesse efeito, os parágrafos de uma só linha se encaixaram muito bem, ritmando a leitura como se a narradora personagem estivesse acrescentando comentários sobre a sua própria experiência.
Em contrapartida, o conto por si só pareceu deslocado e mal desenvolvido, demasiado consumido pelo intento de chocar e mostrar o próximo nível da situação estrambólica, recorrendo ao surreal ou ao sexual para tanto. Temos a protagonista sufocando o crush com a boceta e o minotauro mecânico se erguendo de seu posto. Não cobro de nenhum conto que se atenha à realidade, mas, não deixo passar da avaliação elementos cuja presença pareceu mais uma tentativa de chocar do que de fato acrescentam à leitura. Ao mesmo tempo, a pretensão humorística do enredo é evidente e na maioria do tempo acertada, em que contribui a escrita em primeira pessoa.
Ou seja, faltou alguma consistência em relação ao rumo e desfecho. Com a aparição de Lucas no final, não se tem certeza se tudo foi um sonho ou se o crush teve algum envolvimento direto com tudo o que ocorria. Ao mesmo tempo, o tema sabrinesco pressupõe romance com direito a erotismo, enquanto aqui se apelou ao opcional e esqueceu-se o obrigatório, o que, com a falta de cadência narrativa pela constante tentativa de elevar o surreal, fez da leitura um pouco cansativa, apesar da ótima escrita.
Boa sorte!
Sinopse: Muitas vezes, as pessoas necessitam de álcool para se sentirem livres das convenções sociais, se darem a chance de experimentar o gozo. É numa rave que Ana se torna o centro das atenções e consegue provocar uma das cenas mais excitante das baladas: gozar em cima de um touro mecânico. O que Ana não esperava, é que esse fato iria marcar sua vida de um modo diferente.
Comentário: O conto traz uma experiência bem peculiar: uma mulher chegar ao orgasmo em cima de um touro mecânico. Parabenizo ao autor pela criatividade. O clima de realismo mágico também foi cativante. A narrativa é bem-humorada e mostra o quanto podemos ficar desarrazoados em favor da bebida. Realmente, virgindade não significa pureza! O fim é que me incomodou: Teria Lucas levado as mulheres para aquele quarto para um sexo grupal consentido ou ele as levou para lá com o intuito de abusá-las? O final em aberto me deixou confuso.
Notas de Contra-analógico:
– A Bruxa: 1,0
– A Hora Certa de Dizer “Eu te Amo”: 4,5
– A Obradora e a Onça: 3,5
– Às Cegas: 3,8
– As Lobas do Homem: 3,0
– De Forma Natural: 2,0
– Espectros da Salvação: 3,5
– Folhas de Outono: 2,0
– Humanidade: 4,0
– Love in the Afternoon: 3,0
– Neo: 2,5
– O Buquê Jamais Recebido: 2,5
– O Dia Em Que a Terra Não Parou: 1,0
– O Touro Mecânico: 2,0
– Poá: 2,0
– Rosas Roubadas: 1,5
– Show Time: 5,0
– Sob um Céu de Vigilância: 4,0
Contos Favoritos
Melhor técnica: A Hora Certa de Dizer “Eu te Amo”
Mais criativo: Show Time
Mais impactante: Show Time
Melhor conto: Show Time
Ana enche a cara numa festa e caí do touro mecânico. Desacordada, sonha com putarias diversas, inclusive transformando o touro num minotauro. Ao final, acordada, aparentemente Lucas, um cara que ela gosta, reuniu mulheres para uma suruba numa espécie de quarto/sala.
Foi bacana o uso direto da foto explicitamente dentro do conto, mas só isso. De resto é um conto bem bobinho.
Resumo: garota que monta um touro mecânico se excita com a experiência e acaba num quarto com um cara de quem é a fim, chamado Lucas. Esse cara a abandona na hora H e prefere se arriscar com a chefe da narradora, que também está no touro. A garota se revolta, ataca o cara, que se desvencilha. Depois, duas colegas dela estão se curtindo no touro, que se transforma num ser vivo e acaba transando com as duas. No fim, porém, tudo não passava de um sonho da narradora. Todas estão no quartinho, para onde Lucas as levou, prometendo uma noite inesquecível.
Impressões: ainda que com passagens engraçadadas, não curti muito esse conto. O início me despertou o interesse, apesar do clichê da “garota-bêbada-que-quer-transar-geral”, mas depois a narrativa caiu numa mesmice. O estilo adotado na narrativa misturou ironia e descrições típicas do velho fórum “Ele & Ela”, mas com um resultado não muito inspirado. Fiquei com a impressão de que o autor encontrou a imagem na web, achou interessante e construiu a história a partir dela, criando as situações sem pensar muito, já que tudo se sucede sem muita conexão, com as cenas colocadas a esmo, com o sexo apresentado de forma gratuita. O final não foi diferente, já que apelou ao rei dos deus ex: era tudo um sonho, um devaneio. Há, por outro lado, trechos que se destacam positivamente, o que permite deduzir que o autor escreve muito bem. Contudo o caminho escolhido, da ironia, do escracho e do sexo non sense acabaram comprometendo a experiência de leitura. Enfim, um texto que não me cativou. Espero que outros possam gostar. Um abraço e boa sorte no desafio.