“No topo do galho mais alto,
perdida pelos coletores,
a maçã amadurece;
não por ter sido esquecida,
mas por não terem
conseguido alcançá-la.”
Σαπφώ ( VII a.C.)
Suspensas no raio de luz que invade o quarto pela fresta da janela, centenas de partículas dançam um balé aleatório sobre a velha cômoda de madeira escura que fica bem em frente à cama. Enrolada no lençol, Júlia acompanha a trajetória daqueles grãos de poeira e seu reflexo imperfeito no espelho oval do móvel, repetindo-se infinitamente, como numa dimensão alternativa.
Do banheiro, vapor e o ruído da água do chuveiro escapam pelo vão da porta entreaberta.
Júlia senta-se na beira do colchão, bem em frente ao espelho, com o sol do fim da tarde tocando o lado esquerdo do seu rosto. Ao redor dos olhos, pequenos sulcos surgem como erosões. No canto dos lábios, finas marcas de expressão – com ela, é sempre tudo à flor da pele. Pode ser hereditário, pensa.
Percebe o chuveiro sendo desligado e volta ao seu lugar, marcado entre os travesseiros.
Com uma lufada de ar, Sabrina invade o quarto, toalha enrolada na cabeça e outra ao redor do corpo ainda molhado. Em frente à cômoda, solta os cabelos longos, encaracolados, e seca-os, enquanto se admira no espelho; ao balançar as madeixas com força, propositalmente, deixa a toalha do corpo escapar; e, ao cair aos seus pés, exibe sua exuberante nudez, que Júlia admira, em todas as dimensões possíveis, pelo reflexo do seu espelho mágico.
***
– A carteira de cigarros está aí por cima? – Júlia pede.
– Nope – Sabrina responde, depois de bagunçar os cremes e maquiagens.
– Dá uma olhadinha na gaveta, então.
Sabrina tenta a gaveta da direita, na cômoda, mas está trancada.
– A outra – avisa Júlia.
Sabrina abre a gaveta da esquerda, onde encontra uma carteira de Marlboro escondida entre sutiãs, quase todos da cor creme.
Sabrina retira um cigarro de filtro amarelo e guarda a carteira de volta, no mesmo lugar. Pega um cinzeiro de vidro e o isqueiro de cima do móvel. E se joga de bruços na cama, ao lado de Júlia, entregando tudo em suas mãos.
– Você devia parar, sabia?
Júlia acende o cigarro e solta uma baforada em direção ao teto. Olha, pensativa, para Sabrina, mas não responde.
– Eu até gosto, na hora que acende – Sabrina tenta se explicar –, mas não desse cheiro que fica na roupa da gente.
Júlia graceja:
– Não tem problema, a roupa está lá, no chão da sala…
– Ah, mas a fumaça fica no cabelo, nos dedos… – Sabrina reclama. – Assim vou ter que tomar outro banho depois…
– Eu ia te dar um banho, de qualquer jeito – Júlia dá uma piscadela, marota.
Sabrina resolve pedir:
– Segura pra mim fumar?
– Pra eu fumar – corrige Júlia.
Sabrina faz beicinho, fingindo contrariedade.
– Tem certeza? – Júlia, séria.
– Pra experimentar, ué.
Júlia aproxima o cigarro entre os dedos dos lábios úmidos de Sabrina. Que traga, sem saber como, e começa a tossir.
– Viu só? Melhor nem começar… – diz Júlia.
– Mas e você? – Sabrina insiste. – Como foi que começou?
– A fumar?
– É.
– Por causa de uma pessoa bem parecida com você – Júlia faz mistério.
As duas, deitadas de costas, olham para o teto. Sabrina enrola o cabelo com os dedos, enquanto Júlia solta anéis de fumaça em direção à lâmpada, segurando o cigarro com força.
– Me diz: quando foi que você me escolheu? – Sabrina questiona Júlia, enquanto ajeita a franja caída na testa dela.
Júlia a encara com ternura.
–Você estava lá o tempo todo, me olhando daquele jeito…
– Achei que você não ia reparar em mim– diz Sabrina.
– E como não?
Júlia dá uma última tragada no cigarro e apaga o que restou no cinzeiro; num impulso, Sabrina rouba um beijo sôfrego dela, com volúpia, compartilhando a fumaça e o desejo.
***
Sentada na cama, Sabrina ajeita o sutiã com cuidado.
– Você acha que meus seios são muito pequenos?
Júlia, cansada, responde ofegante:
– Claro que não. Têm o tamanho certo.
– Os seus são tão bonitos… só acho que você podia comprar uns sutiãs mais ousados – Sabrina diz e se arrepende. – Desculpe, eu fiquei reparando na sua gaveta…
Júlia, meio contrariada com a invasão:
– Eu gosto desses, tradicionais. Me sinto mais segura com eles.
Empina os seios, colocando os dedos por baixo.
–Você acha que já estão meio caídos? – Júlia pergunta.
Sabrina fica sem jeito de responder diretamente.
–Já disse, eu gosto deles assim…
Júlia se afasta, ao perceber a intenção de Sabrina de tocá-los.
– Agora não, meu bem, estão sensíveis – Júlia cruza os braços, quase se protegendo. –Queria que fossem como os seus, firmes, bem redondinhos…
Sabrina dá uma risada e muda de assunto:
– Que será que está passando hoje na Sessão da Tarde? – pergunta Sabrina.
– Filme, você quer dizer? Não sei, nem tenho televisão em casa. Você queria assistir?
– Não, só perguntei por curiosidade. – Sabrina tira o cigarro aceso da mão da outra e tenta dar mais uma tragada, ainda sem sucesso. Tosse. – Sempre tem umas histórias bem água com açúcar, aqueles filmes antigos que nem sei quem assiste, ainda mais dublados…
– Tem gente que gosta – responde Júlia. – Os românticos, né?
Sabrina vê a chance:
– Você acredita em romance?
Júlia vacila.
– Com homens, quero dizer.
Júlia diz, sem pensar muito:
–Eles é que não acreditam em mim…
– Ué, por quê? – Sabrina fica surpresa.
– É difícil explicar. Acho que… – Júlia se arrepende por ter falado demais. –Talvez porque eu assusto um pouco…
–Só no começo – Sabrina interrompe, percebendo o desconforto.
Muda o rumo da conversa.
– Me conta outro segredo seu.
Júlia pensa um pouco. Decide:
– OK. Vou mostrar uma coisa. Mas você não pode contar para ninguém, tudo bem?
– Prometo – Sabrina faz figa.
– Vem cá que eu mostro.
***
Júlia pega uma pequena chave, pendurada por uma correntinha no abajur ao lado da cama, e destranca a gaveta da direita na cômoda. Faz sinal para que Sabrina olhe ali dentro.
Ao se inclinar sobre a gaveta, Sabrina estranha o aroma – adocicado, intenso, meio enjoativo.
– O que é isso? –Sabrina estranha.
– Uma maçã. –explica Júlia, com simplicidade.
– E por que você guarda uma maçã na gaveta? – Sabrina pergunta, assombrada.
– Ué, tem gente que guarda flores em livros, até secarem. – Júlia, levemente sarcástica – Eu prefiro as maçãs.
Sabrina realmente não consegue entender.
– E esses papéis, aí embaixo?
Júlia percebe a tempo o que estava prestes a fazer.
–Sabia que as maçãs apodrecem de dentro para fora? – explica Júlia, sem explicar. E tranca de novo a gaveta, impulsivamente.
Algo fica no ar. Arrependimento.
– E servem para disfarçar o cheiro de cigarro no quarto.
***
Cinco e quarenta. Quase escuro lá fora. Pelo olho mágico da porta, Júlia tenta descobrir se há algum sinal de movimento no corredor. Naquele andar, um apartamento está desocupado e o outro vizinho passa o dia inteiro fora; só a mulher do 801 oferece perigo, ela que gosta tanto de deixar a porta aberta para vigiar a vida dos outros. Aparentemente, não naquele momento.
De toda forma, Júlia solta devagar a corrente pega-ladrão e gira a chave com todo o cuidado, para não fazer barulho; ao abrir a porta, deixa só o espaço necessário para que a outra possa passar por ela; mas Sabrina a puxa com força para fora do apartamento, de surpresa, com uma risada marota. Júlia ainda tenta esconder sua nudez no corredor, ao menos o que cabe em suas mãos, e implora para a outra não fazer escândalo com os vizinhos. Sabrina se diverte, ao vê-la nua, ali, exposta ao perigo. A aventura excita; e elas trocam mais um beijo na boca, agora decididamente nervoso.
O elevador chega.
Vazio.
Despedem-se.
Desce.
Sabrina passa pelo porteiro na recepção e o cumprimenta, educadamente. Parece flutuar. Ele retribui, não sem malícia, mas não se atreve a nada mais ousado do que olhar para as pernas lisas dela. Libera o portão eletrônico. Sabrina sabe que continua a ser vigiada por ele, na calçada, pela câmera de segurança. Confere o celular – tem mensagem nova. Vai ter que acelerar o passo e chegar, antes das seis, na farmácia em frente à escola de inglês. Ali, o estacionamento é mais fácil. E, principalmente, há movimento e segurança. Porque a mãe não gosta que ela fique sozinha, na rua, esperando. Ainda mais a essa hora.
***
De outro lado, sozinha, no quarto já escuro, Júlia apaga mais um cigarro no beiral da janela e joga a guimba no terreno baldio ao lado do prédio. Pensa em como vai se despedir de Sabrina. Antes de abotoar a camisa, apalpa por um instante o caroço que cresce no seio. Depois da confirmação nos exames, encara isso como se fosse mais uma gestação indesejada, um aborto que precisa ser feito o quanto antes. É hora de preparar um café bem forte e as seis questões que faltam da prova de Química Orgânica. A última, antes da cirurgia. E a última, do último bimestre, antes da formatura da turma de oitava série de Sabrina.
Romance entre duas jovens garotas um apartamento, falam sobre seus corpos, sobre garotos. Quando uma vai embora, a que fica sozinha em casa, se prepara mentalmente para retirada de um câncer de mama.
Uma história bonita, concisa, me manteve o tempo inteiro interessado. Tenho particularmente, interesse maior por histórias curtas, neste certame em específico tiveram diversas histórias que deveriam ter o mesmo número de palavras que este conto, mas houve muita enrolação, repetições e descrições demasiadas de personagens e cenários, o que acaba tirando todo o interesse pela história. Confesso que quando comecei a ler já fiquei com medo que fosse mais uma história que ficaria lambendo as locações e teria milhares de tentativas poéticas de descrição de cenário, mas o primeiro parágrafo teve uma diferença crucial dos outros textos ao meu ver, não foi uma tentativa, mas sim, uma descrição poética. Logo depois o texto vai ao que interessa e os diálogos curtos dão conta de contar toda a história. Ao finalizar e descobrir que a personagem tem um caroço no seio, logo volta as imagens e faz conexões com toda a história anteriormente contata.
Parabéns! Gostei muito, só acho inúteis as separações feitas pelos asteriscos. Eles empobrecem o texto. Acredito que foi pensando em dar um respiro ao leitor em cada parte, mas pelo texto ser curto não carece. Se for por conta de passagem de tempo também existiriam melhores formas dentro desse texto em específico.
Duas amantes se despedem após o encontro amoroso, uma mais jovem e outra mais madura, e depois de uma confidencia, despedem-se no corredor e uma volta para o cursinho e vida de adolescente, e a outra termina de preparar as provas pensando em seus problemas de saúde.
Conto rápido. Construção de cena muito limpa e bela. Achei que o final foi triste, posso dizer, de um modo preguiçoso. Acho que o autor tinha mais a entregar nesse final e entregou como de bandeja, uma Julia que havia se resguardado tanto. Sem mais. Um abraço
Resumo 📝 A história de uma mulher que tem um relacionamento causal com sua aluna. Se passa em uma manhã depois do sexo onde ambas conversam pelas beiradas sobre um possível relacionamento. A mulher está em conflito existência, pelo tempo e provavelmente por um câncer recém descoberto.
Enredo🧐 Gostei da história, da forma natural como foi contada, aos poucos o autor foi mostrando a personalidade e conflitos de cada personagem, aos poucos vamos entendendo se tratar de uma mulher mais velha e uma ainda adolescente. Vamos entendendo que tem algo desaprovador alí e no final vem a confirmação da idade da garota e da relação polêmica das duas.
Gostei 😁👍 Achei muito interessante a forma como o autor resolveu revelar como se dava aquela relação, como se tratava de um romance proibido e errado. Pelos gostos por filmes, pelo sutiã, pela experiência clara de uma e a curiosidade juvenil da outra. Sutil e certeira.
Não gostei🙄👎 Não lembro de nada em especial.
Impacto (😕😐😯😲🤩) 😯Apesar de já ir aos poucos entendendo sobre aquela relação, não imaginei que ela fosse professora de Sabrina. A questão sobre o câncer também explica um pouco de suas atitudes. Me surpreendeu e teve um impacto positivo.
Tema (🤦🤷🙋)🤷 Pela natureza do romance não sei se poderia ser algo romântico. Está claro um abuso, um erro. Não tenho uma opinião formada sobre esse quesito.
Destaque📌 “De outro lado, sozinha, no quarto já escuro, Júlia apaga mais um cigarro no beiral da janela e joga a guimba no terreno baldio ao lado do prédio. Pensa em como vai se despedir de Sabrina. Antes de abotoar a camisa, apalpa por um instante o caroço que cresce no seio. Depois da confirmação nos exames, encara isso como se fosse mais uma gestação indesejada, um aborto que precisa ser feito o quanto antes.”
Conclusão ( 😒🤔🙂😃😍) = 🙂 Um texto com uma escrita segura, o enredo é bem simples e complexo ao mesmo tempo é planejado e surpreende.
🗒 Resumo: professora madura se relaciona sexualmente com aluna. A menina é da oitava série, logo trata-se de pedofilia. Além disso, a professora possui um câncer de mama, que irá operar em breve.
📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫): o início é meio lento, com a já clichê cena da poeira no feixe de luz. Mas ganha força com a entrada de Sabrina. A dualidade mulher madura versus a jovem ficou bem delineada nos diálogos e o suspense da maçã segurou as pontas.
O conto ganha força, porém, com o ótimo encerramento, com a resolução do suspense da maçã podre (câncer) e a revelação da real idade da menina. Muito mais nova do que imaginei à princípio (achei que era uma aluna da faculdade e não dá oitava série!). Isso acabou gerando um efeito surpresa no fim muito bem-vindo.
📝 Técnica (⭐⭐⭐▫▫): esse é um caso de narrativa no tempo presente que não me incomodou, como costuma acontecer às vezes. No diálogo inicial, o nome Júlia e Sabrina se repetem muito. Essa repetição acaba dando mais ares de roteiro e empobrece um pouco o texto.
Um exemplo:
*Júlia* percebe a tempo o que estava prestes a fazer.
–Sabia que as maçãs apodrecem de dentro para fora? – explica *Júlia*, sem explicar.
(Esse segundo Júlia podia ser suprimido sem afetar a compreensão do texto)
Afora isso, uma técnica madura.
🎯 Tema (⭐⭐): Sabrinesco [✔]
💡 Criatividade (⭐⭐▫): há alguns poucos clichês no conto, mas usados com personalidade.
🎭 Impacto (⭐⭐⭐⭐⭐): Uau! Que impacto! O conto parecia que ia terminar morno, mas ganhou calor no último parágrafo. E o final é o melhor lugar para aquecer um texto.
Ótima reviravolta: a menina era uma criança, então a professora é uma pedófila. Além disso, o encaixe com o câncer e a maçã foi um bom foreshadow. Enfim, ótimo encerramento.
RESUMO
Júlia e Sabrina conversam e se relacionam no quarto de Júlia, até que um segredo simbólico é revelado: uma maçã apodrecendo dentro da gaveta da cômoda. Na verdade, tratava-se de um câncer.
CONSIDERAÇÕES
Os dois personagens são bem desenhados e passam a ideia de mulheres donas de sua própria vontade, até revelar que uma delas é uma menina da oitava série (ou pelo menos foi a impressão que deixou). O final também revela que talvez a atitude de Júlia, que é professora, tenha se dado devido ao câncer de mama e que ela passou a viver com mais riscos, ou não. Entre a conversa das duas é revelado que ela fuma devido uma pessoa parecida com Sabrina, isso remete a um passado próximo, mas no final, questiona-se se isso não se trata de um momento da sua adolescência.
A história se passa na maior parte do tempo em um quarto. A menção a um “espelho mágico” não parece clara sobre do que se trata, talvez apenas uma caracterização do espelho — que evoca a história da Branca de Neve, principalmente depois ao revelar a maçã na gaveta —, mas obviamente não se trata de magia ao pé da letra. Acredito que outro ambiente explorado pela narrativa foi o relacionamento entre as duas, cheio de receios por parte de Júlia. Sensação de gangorra, Júlia passa por momentos altos e baixos de receios, até mesmo mostrando seu segredo, porém desistindo de explicá-lo, mostra o quanto se trata de um relacionamento frágil que, no final, está sentenciado ao término. Tudo isso deixa um clima leve, mas com um estranhamento constante, como um momento de intimidade compartilhada com um estranho.
A narrativa possui duas reviravoltas que mudam completamente todo seu contexto anterior: Sabrina está na oitava série; Júlia tem câncer de mama. Ambos os casos são refletidos na maçã apodrecendo, de novo evocando a ideia de Branca de Neve, cujo a maçã representa o mal da mulher mais velha e sábia (professora) que seduz a mais nova e ingênua. O diálogo entre as duas foi bem construído, apesar de haver momentos em que é possível sentir uma retração na conversação, mas isso também é uma característica da própria conversa, pois Júlia está hesitante. As duas revelações no final tonteiam, deixando a narrativa com um tom bem mais dramático do que havia se mostrado. Talvez se um desses “segredos” fossem fossem mais bem introduzidos durante a narrativa — embora a gaveta tenha sido mencionada e a maçã mostrada antes do final, isso não refletiu o significado dela —, fazendo com que o tom mais sério surgisse de forma crescente, teria sido mais interessante (somente uma sugestão).
A história se passou de maneira bem fluída, não pareceu arrastada nem rápida demais. Conseguiu um tempo preciso para a descrição dos acontecimentos.
NOTA 4,1
Resumo: Duas amantes dividem confidências num quarto, de noite, enquanto observam o tempo passar suavemente enquanto a ressaca do pós-sexo domina. Pessoas simples, comuns, Júlia com seus cigarros e Sabrina com seus sonhos.
—
História singela, escrita singela. Pura, bela e singela. Sério, a leitura fluiu de forma tão natural que me senti parte do conto, como se fosse um expectador invisível. E os personagens são tão palpáveis, reais, facilitando a imersão.
O foco do enredo é o cotidiano, mostrar algo próximo do leitor, mostrar pessoas de verdade, com suas ânsias e receios. Júlia é uma mulher mais velha, professora de Sabrina, que ainda está experimentando o frescor da vida, mergulhada em sonhos, enquanto a primeira enfrenta as duras realidades que o mundo não tarda a nos revelar.
Infelizmente, ficou um pouco fora do tema, sendo algo muito mais sexual do que sensual, muita mais casual do que romântico. E o tom melancólico não ajudou na construção do clima mais mágico que o sabrinesco costuma oferecer. Não é um pecado capital, o conto em si, sozinho, é bom e funciona. Mas, oras, qual o problema em sair da zona de conforto e se esforçar um pouco mais em tentar fazer algo que se ajuste ao tema? Não sei se foi o caso, mas você se mostrou bem capaz, então imagino que seria mais coerente você tomar a decisão de não seguir a linha do tema. Mas existe a possibilidade, também, de ter uma visão diferente do tema.
Foi uma boa leitura, no final das contas. Obrigado por isso! E continue embelezando o site com sua escrita! Vamos que vamos!
Resumo: Duas mulheres conversam, numa tarde, depois de uma relação sexual. Dá para perceber que uma (Sabrina) é bem mais jovem que a outra (Júlia). Faltando pouco para escurecer, elas se despedem e Sabrina vai embora do apartamento de Júlia. No fim se descobre que Júlia está com câncer de mama e que é a professora de Química da turma de Sabrina (oitava série).
É um conto simples e que reserva para o final a explicação sobre a identidade dos personagens principais. O foco está no diálogo. Sãos as personagens, Júlia e Sabrina, que dão movimento ao conto. A história fugiu um pouco do clichê “professor” e aluno, constituindo-se na relação entre duas mulheres. A diferença de universos (devido ao espaço de idade entre elas) está muito bem marcado no diálogo e no comportamento atribuído a cada uma das personagens.
Acredito que a sua intenção, Falópio, foi de realmente dar simplicidade à narrativa, ao conto em si. Por isso eu tive a impressão de ele ser tão “rápido”. Nos primeiros parágrafos estão os períodos mais longos, mas à medida que a história se desenvolve, os períodos ficam curtos, diálogos também curtos, parágrafos com apenas uma palavra.
Acho que o dilema vivido por Júlia poderia ter sido mais aprofundado. Não entendi muito bem a relação dela com o sexo masculino, mas ela não estava mesmo com intenções de conversar sobre isso com a aluna, e como o conto se desenvolve pelos diálogos, vi-me incapaz de – como leitora – acessar este compartimento secreto da vida da professora que guarda muito mais que uma maçã na gaveta. Parabéns por essa ousadia. É arriscado, mas que o resultado ficou bem interessante. Convenceu-me.
Percebi também que você fez uma brincadeira com os nomes “Júlia” e “Sabrina”. Para dizer a verdade não gostei disso. Mas são apenas nomes. Está tudo certo. Não tenho mais a comentar sobre o conto. Boa sorte na competição.
Olá, Falópio, estou aqui encantado com a sua capacidade de me contar uma história sabrinesca e tão forte com tanta leveza. Duas mulheres que se encontram no final da tarde. A intimidade no apartamento é relatada de uma forma bem bonita. Aos poucos vou descobrindo que uma delas é bem mais jovem – erra o uso da língua, tem o corpo mais firme, não sabe fumar… Mais que jovem, trata-se aqui de uma menina no segundo bimestre da oitava série, o que significa que deve ter, no máximo, seus catorze anos. E aí entra, a questão do envolvimento proibido da professora com uma garota. Não uma qualquer, mas sua aluna. O segredo trocado com a maçã podre dentro da gaveta. E as maçãs apodrecem é por dentro, como está ocorrendo com o seio de Júlia. Um conto tenso, apesar de parecer a uma primeira leitura leve. Carregado de emoção e encanto desde o começo. Narrativa feita por alguém que demonstra profundo conhecimento do idioma e, mais ainda, da arte de encantar com histórias bonitas e tristes… Parabéns pelo belo conto. Além de bonito, surpreendente, forte e intenso.
Conta uma narração curta de Sabrina e Júlia, um casal em meio ao quarto respondendo inúmeras questões. A primeira pergunta porque essa guarda uma maçã na gaveta. Logo, sabemos que Júlia é mais velha e que Sabrina é uma provável aluna dessa.
Não compreendi a analogia da maçã, ou se isso tem alguma analogia com o que você escreveu no final do conto. Interpretação ou não, você podia ter trabalho melhor a história, dado mais vida ao conto e mais sentimento, afinal ainda que sejam mulheres ainda são seres humanos. Foi sucinto, mas mediano. Se foi a ideia, está bom.
Conta uma narração curta de Sabrina e Júlia, um casal em meio ao quarto respondendo inúmeras questões. A primeira pergunta porque essa guarda uma maçã na gaveta. Logo, sabemos que Júlia é mais velha e que Sabrina é uma provável aluna dessa.
Não compreendi a analogia da maçã, ou se isso tem alguma analogia com o que você escreveu no final do conto. Interpretação ou não, você podia ter trabalho melhor a história, dado mais vida ao conto e mais sentimento, afinal ainda que sejam mulheres ainda são seres humanos. Foi sucinto, mas mediano. Se foi a ideia, está bom.
Love in the Afternoon (Falópio)
Conto sabrinesco – homo-erótico
Resumo: Duas mulheres se encontram no quarto, trocam algumas confidências, falam de si mesmas e se relacionam sexualmente. A mais velha sabe que está doente e que o relacionamento está no fim, porque já corrige as provas do último semestre da turma da outra, sua aluna.
Comentário
Interessante esse Falópio narrador, seria ele a tuba uterina esquerda ou direita?
O Conto é um recorte de um encontro vespertino e secreto entre professora e aluna, que têm nome de romance de banca: Júlia e Sabrina.
É um texto sem pretensão. Introdução simples, sem relação com o conflito e desligada do desenvolvimento. Clímax abortado e o conflito é ético e simples, detectável somente quando a solução do conto acontece: “É hora de preparar um café bem forte e as seis questões que faltam da prova de Química Orgânica. A última, antes da cirurgia. E a última, do último bimestre, antes da formatura da turma de oitava série de Sabrina.”
Boa sorte, Falópio.
Olá, Falópio, boa sorte no desafio. Eis minhas impressões sobre seu conto.
Resumo: Duas jovens conversam, (uma adolescente, a outra um pouco mais velha? Professora e aluna?) a sós em um quarto em um fim de tarde. A conversa é impregnada de sensualidade entre duas mulheres enamoradas. Após uma delas ir embora, a outra revela a intimidade de um nódulo no seio, preste a se submeter a cirurgia.
Gramática: Difícil encontrar deficiências gramaticais para quem sabe fazer uma bela prosa poética. Se há algum erro pra mim ficou imperceptível.
Comentário crítico: Um conto singelo. Despretensioso, mas que passa a ideia com sutileza e graça. Uma prosa poética na linguagem e nas nuances do enredo. Duas jovens amantes que se sabem pelos gestos repletos de sensualidade e malícia. Um conto sabrinesco: autêntico e original.
Um começo impactante, um desenvolvimento “enjoadinho”, e um final desconcertante. Só na última cena deciframos o por que do “enjoo” na segunda cena: Sabrina é uma adolescente e, na perspectiva realista da narrativa, seu relacionamento com a madura Julia só pode ser cansativo como o conto retrata.
Soou-me como um filme francês. Hiper realista e incômodo. Meu palpite é de que não deve vai agradar muito por aqui.
Não entendi o porque do título em inglês. Para mim, Amor à tarde soaria melhor.
Pela qualidade da escrita e pelo impacto, um conto que se destaca.
Abraço.
A história de uma dia na vida de um casal, Júlia e Sabrina, que refletem sobre a vida depois do sexo. Elas conversam sobre várias coisas até que Sabrina precisa ir. Descobre-se, ao final, a diferença de idade.
Acho que a grande qualidade do conto é justamente o plot twist no final que transforma uma história ordinária em algo a ser analisado com maior profundidade. Permite ao autor voltar na trama e compreender as inseguranças de Sabrina e porque ela fala do jeito que fala. A primeira leitura é normal, e o leitor ignora tais nuances, diante da compreensão do final, esses detalhes ganham força e tornam o conto melhor. Tudo isso só é possível, no entanto, justamente porque a revelação vem no final.
O texto é fluido e a leitura é gostosa. Não é um conto com muitas surpresas, nem grandes acontecimentos, mas achei bonito. Achei que acabou de maneira um pouco abrupta e muitas coisas ficaram no ar, como o conteúdo da gaveta trancada, o motivo daquela maça ali… Não consegui entender direito. Fiquei um pouco incomodada com a utilização exagerada de verbos dicendi com explicações após as falas, o que pesou e cansou um pouco a leitura. Destaco essa parte: “Algo fica no ar. Arrependimento”, gostei. Parabéns.
Boa tarde, amigo. Tudo bem?
Conto número 29 (estou lendo em ordem de postagem)
Pra começar, devo dizer que não sei ainda quais contos devo ler, mas como quer ler todos, dessa vez, vou comentar todos do mesmo modo, como se fossem do meu grupo de leitura.
Vamos lá:
Resumo: história de amor entre duas adolescentes, numa tarde. A história é toda construída sobre a conversa das duas. Ao fim, descobrimos o segredo de Julia: a garota tem cancer da mama.
Comentário:
Um conto muito gostoso de ler, praticamente todo em diálogo entre as duas personagens. Os diálogos são bem construídos, tornando toda a situação vívida e interessante. Você conseguiu passar muito bem a personalidade, vivências e um pouco das crenças de cada uma em pouco espaço. Muito bem!
Fiquei com a impressão de que a Júlia é bem mais mais velha que a Sabrina, ou não?
Gostei, particularmente, da questão do segredo da Júlia. Na verdade, o segredo tava abaixo da maçã, né? Imagino que os papéis eram os exames dela. Talvez, ela tenha decidido contar a verdade ali, mas mudou de ideia e inventou o negócio de guardar a maçã.
Achei bem legal a analogia que você fez, de que a maçã apodrece de dentro pra fora. Me pareceu que ela se referia à própria doença.
Também foi legal a maneira como ela se referiu aos seios que não era mais tão jovens, algo assim. Meio que falando indiretamente do que crescia dentro deles.
Enfim, um conto cheio de beleza e metáforas, conduzido por ótimo diálogos, que tornam as personagens carismáticas.
Além disso, a escrita é muito boa tecnicamente.
Só não achei que fosse necessário o título em inglês. Obviamente isso não atrapalha em nada, só to comentando.
parabéns e boa sorte!
Love in the afternoon
Em seu quarto, Júlia está na cama aguardando que Sabrina termine seu banho. Ela termina e exibe seu corpo nu. Júlia pede a ela que pegue seu masso de cigarro, sendo repreendida por sua jovem amante (“devia parar, sabia”). Sabrina diz não gostar do cheiro que fica na roupa, nos cabelos, mas pede para experimentar – tosse, não consegue fumar. Ela pergunta como Júlia a escolheu, diz que pensava que ela não repararia nela. As duas se beijam com volúpia e há um corte. Enquanto Sabrina se veste, ela pergunta se Júlia acha seus seios pequenos. Ouve, de resposta, que eles têm o tamanho certo. Sabrina diz que os de Júlia são bonitos, mas que ela deveria comprar sutiãs menos tradicionais, mais ousados. Júlia afirma gostar daqueles modelos, se sente segura. Depois de outro corte, Júlia mostra a Sabrina uma pequena caixa, na gaveta, com uma maçã dentro. Ela diz que enquanto há quem guarde flores dentro de um livro, ela guarda uma maçã, que é uma fruta que apodrece de dentro para fora. Corte. Júlia confirma pelo olho mágico se não há ninguém no corredor do prédio. Está vazio. Sabrina sai e puxa Júlia, nua para junto dela. A aventura as excita. O elevador chega e Sabrina vai embora. Ela irá esperar a mãe em uma farmácia perto de uma escola de inglês. Entendemos que a jovem amante usa a aula para encontrar Júlia. Corte. Júlia, no quarto escuro, apalpa o nódulo no seio. Vai preparar um café para preparar a última prova do bimestre, para a turma de Sabrina, antes da cirurgia.
Texto bem redigido, permeado por um erotismo sutil e de muita elegância. É uma narrativa lenta, com as personagens se desvelando pelos diálogos, em uma cena bem corriqueira: a intimidade em um encontro de amantes. O autor homenageia o sabrinesco batizando as personagens de Júlia e Sabrina – faltou a Bianca, quem sabe não é a mulher que iniciou Júlia no vício do tabaco? Ainda que seja uma narrativa de pouca ação, há revelações no final, que é a confirmação de elementos cuidadosamente introduzidos ao longo do texto. Ou seja, é um texto muito bem amarrado, mostrando que o autor é um excelente contador de histórias.
Não considero o texto como um clássico sabrinesco. Há elementos do gênero ali, mas acredito que faltou um pouco do açúcar dos livros – e por mais que uma flexibilidade seja válida, além da modernização dos temas, acredito que o “açúcar”, mais do que a “pimenta”, seja elemento fundamental do sabrinesco. Como leitor, particularmente, não sinto falta. De verdade, até gosto mais assim. Mas é um critério que estou adotando com os outros contos.
Originalidade: 5
Domínio da escrita: 5
Adequação ao tema: 3
Narrativa: 5
Desenvolvimento de personagens: 5
Enredo: 4
Total: 4,5
Sinopse: A fumaça de cigarro expelida por Júlia incomoda Sabrina ao lado da cama. Após uma noite quente, ambas conversam. A diferença de idade parece provocar alguns atritos, frases que se encurtam ante que os significados fiquem aparentes demais. No fim da noite, as duas mulheres voltam a sua rotina.
Comentários: O casal é bem simpático, e apesar da diferença de idade, vi muita cumplicidade e afetividade na forma de tratamento. O erotismo aqui ficou em segundo lugar, o autor optou por desenvolver a relação lésbica entre as duas. Uma professora e sua aluna, um amor proibido por questões éticas, o que nunca impediu de acontecer na vida real. O autor deve estudar quando usar maiúscula e minúsculas após o travessão nos diálogos.
Notas de Contra-analógico:
– A Bruxa: 1,0
– A Hora Certa de Dizer “Eu te Amo”: 4,5
– A Obradora e a Onça: 3,5
– Às Cegas: 3,8
– As Lobas do Homem: 3,0
– De Forma Natural: 2,0
– Espectros da Salvação: 3,5
– Folhas de Outono: 2,0
– Humanidade: 4,0
– Love in the Afternoon: 3,0
– Neo: 2,5
– O Buquê Jamais Recebido: 2,5
– O Dia Em Que a Terra Não Parou: 1,0
– O Touro Mecânico: 2,0
– Poá: 2,0
– Rosas Roubadas: 1,5
– Show Time: 5,0
– Sob um Céu de Vigilância: 4,0
Contos Favoritos
Melhor técnica: A Hora Certa de Dizer “Eu te Amo”
Mais criativo: Show Time
Mais impactante: Show Time
Melhor conto: Show Time
Love In The Afternoon
Resumo:
Duas garotas são namoradas, uma delas descobre que tem câncer de mama, mas esconde da companheira. Uma história curta, consequentemente um resumo curto.
Comentário:
O enredo é simples, sem grandes ações, sem complicações. O autor optou por uma história curta, onde as ações se interrompem de repente e não se sabe o que vem a seguir. Parece que ficou faltando alguma coisa. Achei o mote muito simples, sem grandes pretensões, pequeno e frágil. O autor escreve bem, mas a história não impressionou, até as personagens ficam perdidas no enredo. Outros detalhes, como a maçã, apodrecendo na gaveta, parece fazer alusão de alguma coisa que não se materializa na história, muito menos no raciocínio do leitor..
RESUMO: Júlia e Sabrina veem acabar mais uma tarde de romance.
COMENTÁRIO: Escrevi o resumo em uma única linha de propósito. Com isso, quis demonstrar que o conto não passa muito mais do que isso, o que não é um problema. O que é mais de interessante na leitura fica com a personagem Júlia, cuja metáfora envolvendo a maçã e o seu tumor é interessante, mas, como ficamos sabendo dele nas últimas linhas, não tem tanto impacto e desenvolvimento quanto seria importante para fazer do conto algo mais envolvente. Outra revelação pertinente é, pelo que entendi, a outra relação entre Júlia e Sabrina, professora e aluna, acrescentando uma dimensão a mais em sua relação que talvez fosse interessante de se explorar antes, mas que não chega perto de ser um conflito motivador no enredo. Dessa forma, o conto fica mesmo resumido às conversas entre duas amantes. Os diálogos, orgânicos e bem escritos, envolvem e estruturam uma relação bem desenvolvida entre as personagens. Em contrapartida, ao fim da leitura o conto resta sem um grande impacto, dando um senso de despropósito ao que se leu, ainda que as personagens tenham sido bem assimiladas. Boa sorte!
Resumo: uma cena entre duas garotas que têm um caso, Júlia e Sabrina. Esta é apenas uma menina, já a outra, mais velha, esconde um câncer no seio.
Impressões: o conto é aparentemente simples. Júlia e Sabrina — os nomes sabrinescos clássicos — têm uma relação amorosa em que a última parece nutrir certa adoração pela primeira. Tanto que Sabrina se preocupa com a saúde da Sabrina, com seu estado de espírito, com a decadência que parece se aproximar do corpo dela. Daí a censura ao cigarro, aos sutiãs mais tradicionais. Num instante, Júlia parecer querer confessar um segredo — algo que, no final, saberemos ser um câncer no seio — aludindo a uma metáfora com uma maçã. Arrepende-se a tempo e Sabrina, talvez um tanto ingênua devido à idade, acaba deixando isso de lado. No fim, quando se revela ao leitor esse segredo terrível, a conversa que ambas tiveram faz mais sentido, ganha novas cores. E o melhor é que essa tragédia anunciada ao final não resvala na pieguice ou no apelo fácil ao choro. Antes, demonstra a força de Júlia em levar adiante sua vida, sua paixão, seu apego à juventude, que tem em Sabrina seu reflexo maior. Não sabemos o desfecho que isso terá, mas essa informação é de todo irrelevante para a história.
Como oportunidade de melhoria no texto eu apontaria a maneira como os diálogos foram concebidos. Não aprecio muito esse estilo “falou fulana-respondeu cicrana”; creio que travam a leitura e tiram a naturalidade da conversa. Mas, enfim, é só minha opinião. No mais, o texto é simples mas contém uma mensagem de força. Espero que outros leitores possam perceber essa sutileza.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Uma professora com câncer tem um caso com sua aluna da oitava série.
Repito as mesmas perguntas que fiz em outro conto: Qual é o objetivo do autor(a) com um texto destes? Que quer dizer com isto?Que imagem quer passar? Que impulsos quer causar no leitor? Que inspirações e aspirações? Mais um trabalho oco.