1
Dos Objetos
Teste de gravidez
Modelo: Tira
Estado: Usado
Um teste de gravidez de farmácia carrega a ansiedade. No atraso das regras, a única certeza é a de que o exame pode ser realizado ali, no recôndito oculto de uma casa. No silêncio da espera, a bula promete precisão para detectar níveis mínimos de HCG.
Para a futura ou não mamãe, porém, importa apenas a promessa de resultados visíveis logo após a coleta da urina. No hiato do segredo, todavia, minutos têm a capacidade de se alongar como intermináveis horas.
Par de alianças
Material: Aço-cirúrgico-banhado-a-ouro
Estado: Novas
Uma aliança de aço-cirúrgico contém em si a promessa de eternidade. Infinito, imortal, posto que não amassa, que não enferruja, que assim é para sempre, de brilho perfeito. Uma noiva desavisada, talvez, no pedido do noivo incerto quanto ao amanhã, não deveria, jamais, diferenciá-las daquelas autênticas, as de ouro.
Caderno escolar
Modelo: Pautado
Estado: Em-branco
Quando um caderno em branco é aberto, um mundo inteiro se oferece escancarado, às histórias. Em seu silêncio mudo, tudo que aguarda é o ato de ser preenchido, a fim de que se cumpra sua função primeira e única, a de ser caderno, e de contar finais felizes ou mesmo aqueles que nem sempre.
Correspondência
Remetente: Faculdade
Estado: Violada/Aprovada
Um comunicado de seleção de bolsistas via correio costuma ter um prazo de entrega de dois dias. No resultado, dentro da correspondência, repousam emoções capazes de alterar os cursos, modificar os destinos.
Um anzol
Modelo: Gancho
Estado: Novo. Em-saquinho. Contendo também uma vela-de-12-anos.
Junto ao anzol se lança o desejo, o do pescador. Excitação da expectativa incerta de se conquistar a presa. No silêncio das águas, submerso, o outro lado da moeda aguarda quieto e talvez em igual expectativa. Disso, entretanto, em terra-firme jamais se virá a saber.
Chinelos
Material: Borracha.
Estado: Seminovo
Chinelos de dedo prometem a sensação de pés descalços. Liberdade em tiras, que algumas vezes, ou em muitas delas, têm a capacidade de ferir as carnes.
Batom
Modelo: Retrátil
Estado: Usado
O uso de um batom pode continuar após seu desgaste quase total com o auxílio de um pincel. Diz o imaginário popular que seu formato pode revelar, de modo certeiro, da boca o jeito, da alma os anseios e daquela que o usa os segredos.
2
Dos Animais
Peixe
Espécie: Curimba
Tamanho: Gigante
Sexo: Macho
Matusalém era muito antigo. Agigantado pela idade, sua carne dura certamente desagradaria paladares. Vivia em um jogo de esconde-esconde com um pescador teimoso, um local, como ele. Sobrevivente de longos anos naquelas bandas e águas. Eram velhos conhecidos, pescador e ele, e, embora se enganassem mutuamente, travavam disputa honesta, entrega justa de pacto não verbal e, ainda assim, pacto. Ele, peixe, adquirira a habilidade de beliscar a isca, roubá-la para si e devolver o anzol intacto às mãos de seu adversário.
Um dia travariam a derradeira batalha. Nesse dia, sabia, encararia os olhos do inimigo agradecendo ao carrasco por sua lealdade. E já sem o filtro da água nos olhos, partiria em paz, conhecendo em um vislumbre, aquele mundo imenso de terra firme.
Cachorro
Espécie: Vira-lata
Tamanho: Médio
Sexo: Fêmea
Mangaba vivia prenha. Frutos de seus passeios de fêmea não castrada, junto àquela que mais amava em sua vida de cão. Sua menina, Mariana. E não desgrudava da miúda nem quando esta, usando calçados, entrava naquela casa cheia de crianças e por lá permanecia por horas.
Horas, por vezes se parecem com dias, meses. Ainda assim, aguardava na porta. Demorava. Mas sabia, Mariana sempre retornaria.
Gostava de correr livre, andar sem coleira e de comer manga caída do pé.
Naquele dia, mal suspeitava, iria ao veterinário, e faria, de tudo, aquilo que mais odiava. Colocaria focinheira. E, para sua sorte, se tivesse tempo de ter descoberto, saberia, não tomaria injeção.
3
Dos Humanos
Franca Apolinário
Idade: 19
Sexo: Feminino
Estado civil: União estável
Profissão: Manicure
Escolaridade: Primeiro grau.
Apaixonada. Era esse o estado de Franca. Não era da Silva, mas Apolinário. No entanto, queria ser chamada assim. Da Silva.
Morando com o namorado há seis meses tinha a certeza de que a vida poderia ser boa. Viviam na casinha dos fundos do terreno da mãe daquele que agora chamava marido, mas em breve teriam a sua. Própria, de papel passado. Com quintal e um cachorro, um filhote de alguma fêmea da região. E casamento, também com papel e até sobrenome. Da Silva.
Não tinha certeza, por isso aguardava ansiosa a mudança de cor na tira molhada que segurava firme. Um dia teria muitos filhos.
Marina dos Santos
Idade: 20
Sexo: Feminino
Estado civil: Solteira
Profissão: Estudante
Escolaridade: Terceiro grau/cursando.
Sonhava em se formar. Medicina. Na falta de faculdade em sua cidade, estudava no município vizinho. Na ida, atravessava de carona na caminhonete do carteiro. Na volta, pegava ônibus. Duas horas para ir. Três para voltar. Mas compensava.
Um dia seria médica, embora, por hora, cursasse pedagogia, única cadeira existente na região. Nesse dia, realizaria seu sonho. Era só aguardar a carta liberando a bolsa para uma faculdade na capital. Acreditava. Traçava planos. Moraria com a irmã da mãe, uma tia que mal conhecera em menina durante o velório que mudaria sua vida para sempre. O de sua mãe.
Um dia salvaria vidas. Muitas.
Gladiston dos Santos
Idade – 55
Sexo – Masculino
Estado civil – Viúvo
Profissão – Padeiro
Escolaridade – Primeiro grau/incompleto.
Três meninas. Já crescidinhas, mas ainda com muito trabalho a dar pela frente. Ao enviuvar, aos 46, prometeu cuidar das três ao pé-do-ouvido da defunta. Daria estudo. Casa. Ensinaria uma a uma. Seriam boas e dignas, como fora a mãe, de quem mantinha retrato na cabeceira para beijá-la todo o santo dia. Ou quase.
Quando as meninas estivessem encaminhadas, viajaria para Aparecida a fim de agradecer à Santa, de joelhos, pela ajuda concedida. Por hora, porém, apenas planejava confessar ao padre que, ultimamente, dera para pensar em outra, mas que jamais cederia. Reclamaria da penitência, porque a culpa daquela danação era da Santa, obviamente, por ter deixado o criador levar sua Clara tão cedo e antes dele.
Gostava de pescar. E passava as horas vagas lançando iscas que, nem sempre, de uns tempos para cá, voltavam com peixe grudado nelas.
Naquela quinta-feira, não iria ao baile. Chegaria em casa tarde, pois passaria na venda. No dia seguinte seria aniversário da filha do meio, e não se permitiria decepcionar a mais festeira das três rebentas.
Maria das Dores
Idade: 9
Sexo: Feminino
Estado civil: Solteira
Profissão: Estudante
Escolaridade: Primeiro grau/cursando.
Gostava de andar descalça, para subir mais fácil nas árvores quando os meninos corressem atrás dela. Era rápida. E ágil. Teimava com a mãe e só usava calçados para ir à escola. Porque era obrigatório. Quando crescesse, sonhava em ser veterinária. E cuidaria de bicho como o tio da fazenda da Santa na qual morava e que, para sua felicidade, carregava seu nome.
Naquele dia, tinha lição. Matemática. Sua maior dificuldade. Por isso se dirigia à casa da amiga Betina, cuja avó assava bolos como nenhuma outra. E que, por ser muito protetora, fazia as lições de casa da neta e, às vezes, as da amiga também.
Antes da lição, porém, queria encontrar Mariana, que tinha uma cadelinha linda, para a qual trazia, escondida, sua coxa de frango do almoço.
Lucas Cruz
Idade: 27
Sexo: Masculino
Estado civil: Solteiro
Profissão: Carteiro
Escolaridade: Segundo grau
Esperava todos os dias. De olho no relógio. 9 horas, deixava as cartas na central da cidade vizinha e estacionava em frente à Praça da Matriz comendo os segundos com olhos e ouvidos atentos nas badaladas do sino. Não sem antes passar colônia, no pescoço, que era para Mari sentir, quando lhe desse um beijinho amigo no rosto.
Mari morena, como Marina não gostava de ser chamada, ainda não sabia, mas naquele dia, Lucas trazia no bolso uma correspondência violada. E um anel. De compromisso. Banhado à ouro e com nome e data, escritos na parte de dentro.
Aparecida (sem sobrenome)
Idade: 39 aproximadamente
Sexo: Feminino
Estado civil: Desconhecido
Profissão: Catadora de latinhas
Escolaridade: Analfabeta
Trabalhava e trabalhava. Só assim para pagar o quartinho que alugara na casa de Dona Hilda.
Aluada. Era o que ouvia dos outros, pelas costas, quando abria o saco de lixo e retirava latinhas das quais tomava o restinho, antes de voltar a atar o nó, cuidadosamente. Era caprichosa. E aluada sim. Por que não? Aluada, gritava em resposta, rindo escancarada com a dentadura frouxa. E com muito orgulho.
Naquele dia exato, comprara caderno e lápis, com borracha e apontador. Iria tomar sua primeira lição do bê-á-bá. E aprenderia a escrever a primeira palavra de sua vida. O próprio nome, sem sobrenome, finalmente estamparia um papel.
Hilda da Silva
Idade: 54
Sexo: Feminino
Estado civil: Divorciada
Profissão: Quituteira
Escolaridade: Segundo grau
Pé de valsa, assim era conhecida pelos amigos. Gostava de dançar no salão da cidade, especialmente a partir do dia em que conheceu um viúvo teimoso e para lá de sisudo que se negava a entregar seu coração por inteiro usando as filhas como desculpa.
Mãe de dois rapazes, fazia bolos para fora e alugava um dos quartos de sua casa a fim de ajudar na criação da neta que vivia com ela desde que o mais velho, Bento, desaparecera em busca de ilusões de ouro e de mulher em um Garimpo no norte do país.
O mais novo morava com a namorada em um puxadinho nos fundos de seu quintal.
Adorava bancar a professora, sonho irrealizado de menina, com toda e qualquer cobaia que por ali aparecesse.
Naquela noite, usaria batom. Cor de rosa. E iria com as unhas feitas roubar um beijo do viúvo só para vê-lo pigarrear e descobrir, de uma vez por todas, se ele a queria ou não.
Mariana dos Santos
Idade: 10
Sexo: Feminino
Estado civil: Solteira
Profissão: Estudante
Escolaridade: Primeiro grau/cursando
Mariana não tinha mãe. Mas sim um pai e duas irmãs. A mais velha, séria como o pai, um dia seria médica. A do meio, sorridente, seria mãe, pois adorava passar o dia brincando de boneca, ao contrário dela, que amava mesmo era passar a vida com sua cadelinha.
Estava preocupada. E quando o pai chegasse, pediria que não fosse ao baile, mas que a levasse à Fazenda Maria das Dores onde morava a amiga e havia veterinário para examinar sua bichinha que estava muito gordinha e andando com dificuldade.
Humberto Resende
Idade: 42
Sexo: Masculino
Estado civil: Casado
Profissão: Bombeiro
Escolaridade: Terceiro grau
Naquele dia 05 de novembro de 2015, o Tenente Coronel Humberto Resende retirou vários objetos da lama. Um teste de gravidez, alianças, um caderno escolar, uma correspondência violada, um anzol, chinelos, porta retrato e um batom.
Obstinado, puxou do lodaçal, com as próprias mãos, animais que se debatiam no desespero das horas em que se transformam os minutos do momento de uma morte. Entre eles, um peixe. Imenso. Apenas um entre tantos, tantos outros.
Na tentativa de encontrar sobreviventes, perdeu unhas e estribeiras, arrancando do barro os corpos que engrossaram a lista daquele obituário insano. Franca Apolinário, Marina e Gladiston dos Santos, Lucas Cruz, Hilda da Silva e Aparecida, sem sobrenome.
Enterrado com honras de Estado, o Tenente Coronel sucumbiu ao ser surpreendido pela segunda onda de lama, logo após resgatar a menina Mariana, única sobrevivente da tragédia batizada com o nome da cidade onde morava. Coincidentemente, também o seu. A seu lado, a cadelinha ainda com vida e salva pela focinheira que usava no momento da avalanche.
Não fosse a inesperada segunda onda, o Tenente ainda teria tido tempo de resgatar com vida, as meninas Maria das Dores, Betina da Silva e Mara dos Santos, irmã do meio de Mariana.
Os que acompanharam os trabalhos de resgate, juram que o herói só foi colhido pela derradeira onda por se recusar a largar a mão de Benito da Silva preso aos escombros pouco acima das três meninas.
Resende, o tenente, deixou no mundo duas filhas. Benito, por sua vez, não teve tempo para descobrir, em sete meses, teria sido pai.
Pingback: Resultados do Desafio “Experimental” | EntreContos
Show.. mesmo sem tempo não consegui parar de ler… inteligente, coerente e emocionante.
Adorei o conto, maravilhoso, emocionante , muito triste essa tragédia a que o conto se refere, quanto ao conto muito técnico, fragamentado, pouco usual essa forma de escrever, adorei, parabéns.
Te amo, mãe. 😉
Olá autor(a).
Um texto em que o experimentalismo se faz presente. Como editor até fiquei imaginando como seria a obra, com a página da esquerda contendo o verbete descritivo e a da direita o texto narrativo no formato 20 x 20. Só usaria uma linguagem mais jovem ou contemporânea, vetaria pé de valsa por exemplo e reduziria para 2/3 das palavras.
Boa sorte no desafio!
Olá, M.A.,
Obrigada por sua leitura e considerações.
Beijos
Paula Giannini
Uma história muito bem contada. Gosto como se constrói aos poucos e quando você finalmente começa a enxergar a conexão entre tudo vem a onda. Senti uma dorzinha no coração pelos personagens que você me apresentou. Senti mais ainda por seu conto se conectar a uma tragédia real. Como leitora só tenho que agradecer pelo seu trabalho maravilhoso.
Olá, Amanda,
Obrigada por sua leitura tão generosa.
Beijos
Paula Giannini
Primeiramente eu devo me desculpar pela pressa que este comentário está sendo escrito, correndo riscos de má interpretação dos contos ou erros gramaticais..
Ahhhhh eu poderia ter ido dormir sem ficar triste…O que aconteceu em Mariana me chocou a ponto de eu realmente perder a fé naqueles que regem país, não estou dizendo só os políticos, e aqui na minha cidade a solidarização não foi em enorme escala e nem o Brasil se solidarizou como deveria..
Voltando ao texto, me atingiu profundamente, causou um impacto tão positivo quanto negativo…
Excelente conto…
Olá, querido,
Obrigada pela leitura e pelo carinho.
Que bom que o conto fez você refletir.
Beijos
Paula Giannini
Trágico, triste, mas muito bem construído. Fiquei o tempo todo observando se as histórias teriam uma conexão, observando detalhes. Felizmente a conexão foi mais forte do que eu havia imaginado, ligando tudo ao “acidente” na cidade. Ótimo texto e um resgate justíssimo.
Olá, queridão,
Obrigada por sua leitura e considerações atentas e carinhosas.
Beijos
Paula Giannini
Olá, Bento.
Muito bom o conto: uma história contada por fragmentos, objetos, animais, pessoas. E quando entendemos o ocorrido ao final, feito num mosaico, quando nos afastamos e enxergamos toda a cena, tudo então faz sentido. Gostei muito! Parabéns.
Abraços e boa sorte no desafio.
Querido Rubem,
Obrigada pela leitura carinhosa.
Beijos
Paula Giannini
Muito bom conto, triste e tão próximo da realidade, li como se fossem capítulos de uma história trágica que (infelizmente) já sabia como terminaria…a descrição das vidas dos personagens, suas lutas e caminhos, trajetórias silenciadas, nossa, deu um nó aqui na garganta.
É triste, muito triste…e muito bem escrito, também.
Meus parabéns!
Oi, querida,
Obrigada pela leitura carinhosa de sempre.
Beijos
Paula Giannini
A enumeração, como recurso, funcionou muito bem nesse material. O experimentalismo está presente e é marcante, conjuga a forma e o conteúdo, com grande sucesso. Um dos melhores deste desafio, sem dúvida! Parabéns!
Querido Daniel,
Obrigada por sua leitura sempre generosa, lúcida e respeitosa.
Beijos
Paula GIannini
É um excelente conto que prima pela escrita e pelo enredo.
Temos uma história triste, dramatizada por uma construção criativa de personagens mundanos. Eu só achei que ficou um tanto quanto repetitivo.
Enfim, é um ótimo trabalho.
Olá, Gustavo,
Obrigada por sua leitura e considerações.
Beijos
Paula Giannini
Infelizmente o autor entregou o plot twist no título, o impacto seria muito maior!
Estratégia interessante essa de dividir o conto sob diversas perspectivas de objetos e pessoas. A escrita é primorosa, embora tenha passado uns errinhos de revisão.
O autor teve muita habilidade em usar as palavras corretas para nos emocionar. A estrutura jogou contra, na verdade, mas daí veio a técnica para arrebatar, isso é coisa de gente grande.
Como ponto negativo, acho que o conto ficou pesado demais, com muitas palavras. A inquietação e ansiedade para chegar ao final poderia ser evitada. Portanto, acho que estrategicamente seria mais impactante um conto mais “enxugado”.
É uma boa obra, sem dúvidas. Parabéns ao autor e boa sorte no desafio!
Olá, André, obrigada por sua leitura e considerações.
Beijos
Paula Giannini
Oiii. Achei o conto muito bom, muito emocionante. A forma como ele foi dividido primeiro falando dos objetos, depois das pessoas donas dos objetos e até dos animais(aquela cena do peixe grande foi muito triste, pois mostrou que na natureza ele viveu muito tempo, mas devido a ação do homem e consequência veio a perecer em meio ao rio de lama) deixou tudo ainda mais emocionante. Fez a reflexão sobre como cada pessoa tinha uma história e sonhos antes da tragédia ocorrer e como até mesmo o menor dos objetos, principalmente na minha opinião o caderno, o anzol(pois o pescador representava toda uma família) e o teste de gravidez, tinham um peso sentimental, um significado, muito grande, todos faziam parte de histórias de vidas que foram interrompidas. Parabéns. Abraços.
Querida Ana Carolina,
Tudo bem?
Quando fui fazer a pesquisa, li sobre um pescador que se desesperou ao ver os peixes pulando às centenas para fora da água, sem oxigênio. Sem saber o que fazer, sabendo-se impotente, ele pegou um deles no colo a acarinhou.
A cena me faz chorar mesmo agora.
Não coloquei no conto, para não pesar a mão, mas lhe digo, a realidade pode ser infinitamente mais triste, mais surpreendente, mais surreal.
Obrigada por sua leitura.
Beijos
Paula Giannini
Esse conto nem precisava vir com esse final arrebatador para ser bom. Isso de contar uma história através da descrição dos personagens, gostei muito. Sobre o tema, não esperava ver algo parecido aqui. Ainda mais de um caso brasileiro. Ainda mais de um caso ainda recente, impune e que mexe muito com a população mineira e do país até hoje.
Não conhecíamos, nunca tínhamos ouvido falar ou visto antes as pessoas que morreram no acidente em Mariana e esse conto traz essa reflexão. Quantas histórias foram soterradas? Quantas histórias foram soterradas pela impunidade?
Parabéns, autor!
Boa sorte!!
Querida Thata,
Você é uma pessoa autêntica, doce e generosa.
Percebi isso na vida real e vejo aqui, em seus comentários cuidadosos.
Obrigada por sua leitura.
Beijos
Paula Giannini
Puxa… puxa…
…
…
bem, um texto extremamente bem escrito e bem bolado. Agora entendo porque ele é tão comentado no grupo do facebook, pois é realmente muito emocionante.
O experimentalismo está em desdobrar o contexto todo de um desastre nos elementos “coisas”, “animais” e “pessoas” que dele fizeram parte.
Muito bem construído, tudo muito bem arquitetado.
Apesar de um texto experimental que se encaixa no nosso desafio, poderia ser apresentado em qualquer plataforma, pois teria aceitação dos leitores.
A única sugestão que eu daria seria deixar o título apenas “a segunda onda” ou, ao menos, tirar a referência as duas Marianas de que trata, para não antecipar qualquer ideia sobre o contexto da vida real.
Parabéns!
Oi, Sabrina,
Obrigada por seu carinho de leitura, bem como por suas considerações. Sou taurina teimosa, mas vou pensar. kkkk
Beijos
Paula Giannini
Frase chave: “Quando um caderno em branco é aberto, um mundo inteiro se oferece escancarado, às histórias. “
Infelizmente o título e o pseudônimo entregaram de imediato a trama toda. Teria sido uma grande surpresa. O experimental está na intensidade dos objetos, bichos e gente. Todos dentro de um mesmo contexto e valor.
A conclusão foi muito forte e ficou aquela sensação de vazio… vazio de lama e impunidade. Parabéns.
Querida Catarina,
Você me intrigou…
Como o título entrega o conto? Mariana com s? Onda? Quantas Marianas há no mundo? Bento da Silva, meu pseudônimo é fictício, então, não foi ele quem revelou o conto antes da hora… Ou será que sim?
Você me deu um nó aqui. hahahahaha
Masssss
Adorei a nota, sua leitura e o comentário.
Beijos de sua fã.
Paula Giannini
Boa noiteee! Td bem?
Uau, sensacional! Que otima surpresa! Por um bom tempo, nao soube o que esperar do conto, ate que la.pelo finzinho me caiu a ficha, um pouco antes do plot twist, o que nao atrapalhou em nada a experiência. Muito bom!
O experimentalismo caiu muitíssimo bem, com um conto com estrutura criativa e muito fluida.
O enredo é tocante e real. Quantas vidas comuns foram brutalmente tiradas, nao eh? Nao somente Mariana me faz pensar isso, mas inúmeros desastres, como Hiroshima, por exemplo. Pessoas comuns, com suas realidades e relações, que perdem tudo em questões de segundos. É realmente tocante seu conto.
Parabens, excelente. Boa sorte!
Olá, Querido,
Tudo bem?
Obrigada por seu comentário empolgado e carinhoso.
Fiquei muito feliz quando li.
Beijos
Paula Giannini
Olá!
Mais um texto que nos arrebata nos momentos finais e nos faz perguntar : como eu não percebi que era isso?
O texto é como uma revista, aquelas em que aparece a foto de alguém e logo mais abaixo a descrição da pessoa e um pouco de sua história, conforme fui lendo, isso foi cansando, pois é uma apresentação de vários personagens e eu ia me esquecendo de um assim que outro aparecia, esse começo é uma longa introdução, só que cheia de significados escondidos que só entendemos quando chegarmos ao fim.
Quando fui notando as linhas se juntando , as histórias se cruzando comecei a ficar mais atenta por que sabia ou pelo esperava, um desfecho daqueles que cai como uma luva, e veio.
A referência a tragédia de Mariana que hoje cai no esquecimento foi muito profundo. A cena do pescador pescando esses corpos, essas vida, dessas histórias interrompidas foi muito triste e real…real demais.
O seu conto foi como essa onda, pegou os desavisados e até os mais atentos. Belíssimo trabalho, parabéns!
Boa sorte no desafio.
Querida Amanda,
Obrigada pelo carinho de sua leitura, sempre tão atenciosa e generosa.
Beijos
Paula Giannini
Fala, Bento!
Antes de tudo, em relação a estrutura, experiência pura, muito legal você desenvolver a história através dos objetos e animais pois todos eles carregam essas cargas. Eles tem vida (não no sentido de a Bela e a fera,rs), tem razão de existir, cumprindo suas missões e resistindo aos desvios de objetivo.
No desenvolver do relato, aos poucos vamos ligando os pontos, cada relação feita e descoberta realizada funciona como um biscoito lançado, no melhor estilo reforço positivo, para seguir adiante. Os personagens, sem exceção, são ótimos. Apesar do curto espaço para uma apresentação, eles possuem características, anseios, objetivos e personalidade singular, não demora muito e estamos plenamente confortáveis com suas existências. São principalmente criveis.
Quando tudo se conecta nesse pequeno microcosmo dessa diminuta cidade ficamos felizes, porém, essa felicidade dura pouco.
O último paragrafo literalmente joga por terra tudo, desfazendo todas as sensações anteriormente despertadas, forçando na base do choque novos sentimentos. Revolta, procura de culpados, dor e por útlimo uma melancolia sem fim.
Um conto triste, mas lindíssimo.
A escrita é impecável, precisa! Direta onde tem que ser, elaborada quando necessária e dramática na medida certa.
O título é excepcional e revela a genialidade do plano do autor.
Com todo respeito, é um conto que não deveria existir, com histórias que não deveriam cessar, com sensações que não precisavam ser despertadas. Mas, cest la vie!
Certamente o meu preferido desse desafio.
Um beijo grande pela sua competência e, especialmente, por sua sensibilidade.
Parabéns
Olá, querido,
Obrigada por se debruçar com minúcia, respeito e generosidade sobre o meu continho.
Feliz por agradar seu paladar literário.
Beijos
Paula Giannini
Salve, Bento!
O começo nos dá a falsa ideia de que o conto é, na verdade, um compêndio de diversos minicontos. Mas aos poucos eles vão se entrelaçando, fazendo alusões aos personagens dos minicontos já lidos, e aumentando nosso interesse a cada reinício. Muito criativo.
Enredo que mistura o cotidiano com o lastimável episódio do desastre da barragem em Mariana-MG. Mais do que uma crítica, mas a realidade nua e crua do que ocorreu, embalada na forma de conto. Poderia ter ficado piegas. Mas não ficou. Achei que o tom da crítica foi muito bem dosado.
Um dos contos que mais gostei desse certame!
É isso! Boa sorte no desafio!
Oi, querido,
Obrigada pela leitura e comentário generoso. 😉
Beijos
Paula Giannini
Conto muito longo com a mesma apresentação durante a maior parte das linhas, com as cansativas (para os leitores) apresentações. O desenlace é bom, ainda que curto. A história poderia ter sido arranjada de uma outra forma. Fica com nota bem positiva, graças à parte final.
Olá, Luís,
Obrigada por dividir comigo suas impressões de leitura.
Beijos
Paula Giannini
Este texto choca pela crueza do desfecho, completamente inesperado (sobretudo para quem, distraído como sou, não prestou atenção ao título). A surpresa é sempre bom vinda em literatura, mesmo aquela que incomoda, como é o caso deste conto. O autor está de parabéns.
Querido Jorge,
Obrigada pelo carinho da leitura.
Beijos
Paula Giannini
Olá, autor/autora. Não me sinto em condições de fazer comentários muito técnicos
dessa vez. Então tentei passar as minhas impressões de leitura, da forma como senti assim que a terminei. Desde já, parabenizo por ter participado!
Então, vamos ao que interessa!
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Chorei, chorei, chorei muito. Quando li “onda” e “Marianas”, já sabia do que se
tratava. Enquanto fui lendo, já percebi o plot. Mas isso não tirou o “gosto” da leitura. Um gosto amargo, mas sensível, doce, nostálgico, porque chorei tanto com essa tragédia, mesmo daqui de longe. Não foi fácil ler sabendo que tudo não se acabaria bem. Emoção define, não tenho mais o que dizer. Pra mim não foi cansativo, de forma alguma, porque me enredou. Parabéns.
Oi, Bianca,
Feliz com seu comentário, com sua leitura sensível e mais, de quem entende do que faz. 😉
Beijos
Paula Giannini
Maldito. Me fez chorar que nem uma criança agora. Isso foi, simplesmente, genial. Apresentou coisas, e bichos, e gentes. Sim, gentes. Com suas vidas ordinárias, e história não exatamente especiais. Mas, especiais demais pra se perder. Esse conto não é só uma obra de arte, mas uma lição de vida. Ensina a valorizar tudo o que parece desimportante. Porque, no final, tudo tem sua importância, tudo tem um valor. E a gente só percebe isso quando perde.
Ooooooooooooooooooooooooooooooooooutstanding!!!
Querido Evandro,
Você não sabe como o seu Ooooooooooooooooooooooooooooooooooutstanding!!! é esperado por mim.
Obrigada!!!!!!
Beijos
Paula Giannini
Olá, querido autor!
Já ia reclamar da quantidade de personagens quando ao chegar ao fim do texto descobri a importância de cada um deles na tragédia recente.
Suas vidas entrelaçadas, seus pequenos dramas pessoais e a lama enterrando o resto da vida de tantos.
Achei interessante falar um pouco da vida de cada um, assim gerou o envolvimento necessário do leitor para que posteriormente pudesse lamentar a tragédia com sentimento real.
Gostei do formato criativo para falar do que geralmente se vê em noticiários da tv.
Um conto muito bom, parabéns e sucesso.
Querida Iolanda,
O que dizer a você? Não há o quê.
Você coloca amor em suas leituras e é isto.
Obrigada.
Beijos
Paula Giannini
Tenho que dizer que até chegar no tenente eu já estava me cansando com a leitura. Então, chega a conclusão e tudo fez sentido. Uma boa ideia essa. O conto está bem escrito, a narativa é simples, descritiva, sem muitos floreios. A história ser baseada em fatos reais acrescentou bastante no impacto final. Boa sorte no desafio.
Querido Jowilton,
Obrigada por sua leitura e comentário.
Beijos
Paula Giannini
Caro Autor, alinhada com a proposta do desafio, estou “experimentando” uma forma diferente de tecer os comentários: concisa, objetiva, sem firulas, e seguindo os aspectos de avaliação de acordo com a técnica literária do “joelhaço” desenvolvida pelo meu conterrâneo, o Analista de Bagé:
. Escrita: Tocante;
. Enredo: Tragicamente orquestrado;
. Adequação ao tema: Tragicamente encaixado;
. Emoção: “Liberdade em tiras, que algumas vezes, ou em muitas delas, têm a capacidade de ferir as carnes”.
. Criatividade: Alta. O modelo “Tira” do teste de gravidez, no 1o parágrafo, causa um estranhamento com as tiras do chinelo da imagem do texto.
. Nota: Mais do que vc. imagina. Parabéns!
PS.: Considerei positivo o efeito do “estranhamento”.
Querida Rose,
Obrigada por seu amor de leitura.
Saiba que fiquei muito feliz com o seu estranhamento. 😉
Beijos
Paula Giannini
Que coisa fantástica, emocionante essa forma de narrar uma tragédia anunciada. O autor me passou uma emoção tamanha que no final não pude conter as lágrimas ao me lembrar da tragédia da cidade de Mariana. Mais trágico ainda é me lembrar que estive, há uns 5 anos atrás tão próximo dessa cidade mas por preguiça peguei um ônibus em Ouro Preto e vim direto para minha cidade sem conhecer Mariana.
Tenho certeza que seu conto estará entre os melhores,
Parabéns
Querido José Américo,
Obrigada por sua leitura e carinho.
Fico emocionada ao saber que meu texto tocou você de alguma forma.
Beijos
Paula Giannini
Olá Bento,
Você me fez chorar…
Seu texto é interessante e instigante, me prendeu, não achei cansativo, saboreei cada peça que ia se encaixando e já sabendo do que se tratava pelo título, já estava me preparando, mas mesmo assim me emocionei no final e olha que isso é difícil. Parabéns! Experimental e muito bem escrito.
Boa sorte!!
Querida amiga,
Obrigada por seu amor de leitura.
Beijos
Paula Giannini
Olá, autor(a),
Tudo bem?
O que faz de um texto de literatura, Arte? Uma história cativante? A busca pela trama perfeita? A linguagem e o modo como ela conduz a narrativa? Um enredo cheio de pontos de virada, altos e baixos, clímax? A catarse? Aquele ponto intuitivo e preciso, quando o(a) autor(a) conduz seu leitor através da empatia com o objeto narrado? Ou tudo isso junto? Ou nada do que foi dito?
Jamais saberemos e, creio, é essa a resposta que cada um de nós aqui busca como escritores.
Neste texto temos a desconstrução. Mais que isso, um desfilar aparentemente aleatório de objetos, personagens que, ao final da narrativa, se amarram em uma trama. Um enredo que nos fala de uma triste página de nossa história brasileira. Pergunto-me se quem é de outro país entenderia o episódio Mariana. Talvez não. Porém a história, como a entendo, poderia fechar-se aqui com qualquer outra tragédia. Momentos da humanidade quando tudo se acaba em um piscar de olhos. Me ocorre Hiroshima, uma bomba que interrompeu histórias de vida como as aqui (entre)mostradas.
Ainda sobre esse desfilar de personagens e objetos, materiais para a construção de uma trama, acho interessante imaginar que a história propriamente dita se construirá para cada um dos leitores de uma forma diferente. Com palavras ou mesmo sem elas. Uma espécie de des(história), como em “Vende-se: sapatinhos de bebê nunca usados”. Cada um faz da frase o que bem entende. Assim, aqui, o quebra-cabeças montado por mim será um, pelo(a) autor(a) outro, e, por cada um dos leitores, um outro ainda.
Parabéns.
Sorte no desafio.
Beijos
Paula Giannini
A escrita é perfeita, conduzindo o leitor a partir de objetos tão comuns e que, nessa banalidade, carregam tantas histórias e significados. Na verdade, o seu texto me emocionou e eu não vou conseguir realizar uma análise técnica.
Tão necessário dar o nome daqueles atropelados pela lama da história. Um texto importante, mesmo: não podemos esquecer de Mariana. E que os culpados paguem. De um jeito ou outro, paguem. Parabéns e boa sorte no desafio.
Querida Mariana,
Obrigada por sua leitura e carinho.
Realmente a impunidade parece ser nome e sobrenome em nosso país. Agora esse incêndio aqui em são Paulo. Nunca há culpados, eles nunca aparecem…
Beijos
Paula Giannini
Ler esse conto foi mergulhar num mar de tristeza, porque vai devagar até o fim e no fim, somos levados pela onda, morrendo um pouco também junto com o Tenente Coronel. Você foi muito cruel ao me fazer chorar no final do conto nesse domingo de Páscoa. Eu, aqui, esperando a família se aprontar para o almoço comemorativo. Não é fácil. A escrita em partes, como peças de um quebra-cabeça foi um primor. Vai se juntando tudo e vai ligando tudo à medida que se vai lendo. Eu fui me preparando para um final e, não deu outra. Lá estava ele. Soberbo. Um final de arrepiar, de fazer chorar. Sacanagem – no bom sentido da coisa. A vida é muito curta. Vou largar essas leituras e curtir a companhia. Fui!
Olá, Minha querida amiga,
Obrigada por seu carinho e por compartilhar comigo suas emoções e sensações.
A vida real por ser bem mais triste que a ficção. Tantas vidas interrompidas, não é? Beijos de sua fã.
Paula Giannini
Olá Bento. Quanta angústia me provocou! Fui lendo o desenrolar (uma fórmula bem experimental!) das apresentações que lentamente iam tecendo e mostrando os laços que uniam todos os intervenientes – desde os humanos, aos objectos, passando pelos animais. A história não nos é contada, conta-se (não sei dizê-lo de outra forma). E nem sei se é bonita, mas tem momentos de grande beleza, como este “Um dia travariam a derradeira batalha. Nesse dia, sabia, encararia os olhos do inimigo agradecendo ao carrasco por sua lealdade. E já sem o filtro da água nos olhos, partiria em paz, conhecendo em um vislumbre, aquele mundo imenso de terra firme.” Lindo, isto, lindo. E a imprevisibilidade da vida, no final, a roubar o futuro a tudo e todos e a deixar o leitor com um nó na garganta. Gostei imenso. Parabéns e boa sorte no desafio.
Olá, Ana,
Obrigada por sua leitura. Fico feliz em agradar o seu “refinado paladar”. Sou sua fã.
😉
Beijos
Paula GIannini
PONTOS POSITIVOS = O final apoteótico (e triste) da história, baseada infelizmente em fatos reais. Foi bem legal o fechamento do conto, juntando todos os pedaços pré-narrados e misturando-os de forma a revirá-los, literal e tragicamente. Parabéns pela boa ideia!
PONTOS NEGATIVOS = O tamanho do texto. Devido ao formato (experimental), todas as apresentações das personagens (futuramente ressurgidas e justificadas) ficam com o mesmo jeitão e, com o passar do tempo, a leitura vai se tornando repetitiva e cansando o leitor menos disposto a saborear cada escama de seu filé de peixe com calda de metais pesados.
IMPRESSÕES PESSOAIS = Sabia que haveria uma surpresa no final; e houve. Embora com uma preparação (bem) alongada, que em determinados momentos deixava a leitura um pouco enfadonha, principalmente por seguir sempre um mesmo formato na apresentação das personagens, o final consegue emocionar e causa o impacto necessário para salvar o trabalho.
SUGESTÕES PERTINENTES = Manter apenas as melhores “ondas” na história (algumas das que antecedem o final revelador da tragédia), cortando as marolinhas menos significativas.
Boa sorte no Desafio!
Olá, Ricardo,
Obrigada por sua minúcia de sempre ao ler e avaliar os contos.
Beijos
Paula Giannini
É um bom retrato, bem escrito e com boas construções. Cumpre também com o tema e tem algum valor como imagem da tragédia que aconteceu. Porém, é cansativo. Talvez se o tema central fosse evocado de um jeito mais claro logo no início, as descrições seguintes ganhariam mais carga emocional e provavelmente ficariam menos entediantes.
Olá, Higor,
Obrigada por sua leitura e considerações.
Beijos
Paula Giannini
Gostei. Já havia lido textos com esse formato e sabia o que esperar, mas a revelação do cenário realmente surpreendeu, achei uma ótima sacada. Infelizmente pareceu-me que o autor não foi hábil o bastante para fazer com que os personagens despertassem no leitor a tão carecida empatia (principalmente face à associação à tragédia histórica). É um conto, é experimental. Boa sorte.
Olá, Cirineu,
Obrigada pela leitura.
Beijos
Paula Giannini
O conto retrata a tragédia em Mariana, Minas Gerais. A apresentação de algumas das vítimas, perfil social e a descrição de um resgate, tudo muito bem escrito.A estrutura ficou lega. É uma história triste e é só. Boa sorte
Olá, Antônio,
Obrigada por sua leitura em meu conto triste.
Mas não é só não, tá? rsrsrs Precisamos sempre lembrar do que houve, para que não se repita. Arte também serve para isso. Denúncia.
Beijos e até o próximo desafio.
Paula Giannini
Olá, Bento,
conto bem construído e bem amarrado em retalhos de uma desgraça.
Quando comecei a ler imaginei que pudesse não ser amarrado como foi, o que me decepcionaria. Não foi assim, e os pedaços foram se juntando numa estrutura lógica que culminou no heroísmo do bombeiro.
Resgate de uma tristeza que não pode ser esquecida.
Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.
Olá, Ângelo,
Obrigada por seu carinho ao ler meu conto.
Beijos
Paula Giannini
Bonita maneira de construir uma história. Vários retalhos espalhados (personagens), cada um com sua estampa – floral, infantil, risca-de-giz, animal, xadrez, poá – e que, ao final, juntam-se numa mesma colcha. Fazem parte do mesmo infortúnio.
Texto muito bem escrito, criativo, inteligente. O autor, com muito cuidado e mestria, manteve um liame lógico entre todos os “pedaços” da narrativa.
Parabéns, Bento da Silva! Obrigada pelo presente!
Boa sorte no desafio!
Abraços…
Olá, Regina,
Obrigada por seu carinho e comentários sempre gentis e sensíveis.
Parabéns, também, por seu belíssimo conto.
Beijos
Paula Giannini
Interessante o jogo de imagens que requer o encaixe de todos os dados, elementos separados como se estivessem em um catálogo. Ao final da narrativa,consegui juntar as peças e compreender o drama apresentado. Linguagem limpa, clara, sem artifícios desnecessários. A perda revelada em seus aspectos mais banais. São detalhes como um caderno, um anzol ou uma aliança que tornam tudo tão cruel. Gostei da forma como o tema foi abordado. Experimento aprovado.
Olá, Cláudia,
Obrigada por seu carinho de sempre. Você sempre me descobre e isso me deixa orgulhosa, pois sou sua fã. rsrsrsr
Beijos
Paula Giannini
Mais um conto que usa a estratégia de vários recortes como peças de quebra-cabeça, evoluindo a história aos poucos dentro de cada elemento. Confesso que pouco depois da metade eu comecei a me entediar, sentindo que a coisa não andava, que já estava demorando para que tudo se interligasse.
Daí veio esse magnífico último parágrafo. Não que ele tenha juntado tudo, explicado, montado o tal quebra-cabeça. Na verdade ele me deixou com a sensação de inacabado, de fim abrupto, de descontinuidade. Tudo que normalmente é prejudicial num conto, aqui funcionou perfeitamente, pois deu o tom da tragédia, um lodaçal inexorável arrasando com tudo, interrompendo vidas de modo totalmente inesperado, sem dar tempo para despedidas ou últimos encontros.
Na parte técnica, algumas vírgulas sobraram, mas nada que tenha me incomodado muito.
Gostei!
Abraço.
Olá, Fábio,
Em primeiro lugar, parabéns por seu belo conto no desafio.
Obrigada por seus comentário e por me fazer refletir um pouco sobre o trabalho.
Beijos
Paula GIannini
Flaches de cotidianos objetos, animais e humanos. Tudo isso para descrever com toda sua dignidade uma tragédia anunciada e covarde. Um belo recorte, o suficiente para retratar, as dores de uma população. Embora eu tenha percebido o trabalho mais para um documento/relato de uma testemunha ocular dos fatos de tão verossímil e angustiada descrição, ficando um pouco aquém de uma linguagem experimental. Valendo mais pela denúncia da cruel tragédia. Daria um belíssimo filme/documentário, usando do conto como roteiro originalíssimo.
Olá, Paulo,
Obrigada por sua leitura e comentário.
Beijos
Paula Giannini
Fui lendo o texto como quem vê uma revista ilustrada, legendada e tentando imaginar onde ia dar. Ao final, uma emocionante e triste surpresa, sobretudo para a mineira que sou: todos os elementos da lista — objetos, animais e humanos, retirados da lama, mortos. Todos conotavam uma expectativa para o futuro, que se rompeu com a barragem de rejeitos de mineração, considerado o desastre industrial que causou maior impacto ambiental.Parabéns pela ideia. Boa sorte no desafio. Abraço!
Olá, Fátima,
Tudo bem?
Espero que você esteja melhor de saúde.
Obrigada por seu carinho de ler e comentar, mesmo em um momento conturbado da vida.
😉
Beijos
Paula GIannini
Este é um texto que lembra um quebra-cabeças em que o sentido só se completa ao final, um quadro tenebroso de tragédia, de vidas desperdiçadas e que nos cala na alma, um arrepio de dor, um sentimento que sofre a catarse final ao ver as vidas que nunca transbordaram, amadureceram, sonhos que nunca se concretizaram. Um manejo eficiente da gramática, dos elementos que desemboca em um final contundente. Parabéns ao autor. Maestria e Gênio em uma pequena obra-prima.
Olá, Sandra,
Obrigada por seu carinho de sempre. Você é muito generosa comigo, toda vez.
😉
Beijos
Paula Giannini
Olá, Bento da Silva, esta história, acho que seja importante que saiba, tem o poder de mexer profundamente comigo. Não faço ideia de sua naturalidade, mas para ter escrito sobre essa tragédia, creio se tratar de um conterrâneo mineiro. Pois é, essa calamidade imensa nos entristece a todos, mas mais ainda a nós que somos da terra. Comigo eu creio que um tanto mais, eis que a minha vida profissional toda foi na área de mineração. Só na Vale (uma das donas da empresa onde tudo aconteceu) trabalhei por mais de 37 anos e, depois de aposentado ainda presto serviços como consultor em mineradoras pelo Brasil afora. Conheço gente das duas bandas. Dirigentes e gerentes de uma banda e morador que perdeu tudo da outra parte. Bem, chega de falar disto. Acontece que sua história é muito boa. Esse jeito de contar como se fossem uma série de fotografias ficou bem legal. O conto me passa a impressão de ser um belo de um álbum de retratos. O final mais do que trágico fechou muito bem tudo o que você veio me contando ao longo da sua história em fotografias com uma descrição das vidas que se ocultavam por trás delas.
Olá, Fernando,
Obrigada por seu carinho e por compartilhar comigo um pouquinho de sua vida e emoções.
Pensei justamente em um álbum de fotos aos escrever.
😉
Beijos
Paula GIannini