(O texto foi retirado a pedido do autor para a participação num concurso literário).
Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.
Ian em A Loteria da Babilônia –… | |
Alexandra Marzo em Tieta do Agreste – Jorge… | |
CARLOS HENRIQUE ALVE… em A Morte do Vampiro (Zulmira… | |
Jefersson Santana Si… em O Espírito da Cuidadora (Claud… | |
Ronaldo Brito em Sidney Muniz |
“Não sou. Quero, mas não é só isso que quero… – ele riu”
Hahaha, uma das maiores mentiras do homem. Eu ri, viu
Curti muito, o conto tem boas ideias, como esses causadores de dores vivendo dentro das pessoas, com características animalescas. Por si só já vale o conto, mas depois ainda surge uma femme fatale misteriosa, que faz o leitor ficar em suspense. O final liga todas as pontas e não imaginei que terminaria com o doutor se dando mal. De melhoria, só mesmo uma forma melhor do homem para acabar com essas criaturas. Sei lá, uma forma mais memorável. Mas entendo que o limite do desafio pode ter influenciado na simplicidade. Foi uma boa leitura, que me prendeu a atenção.
O início me deu impressão de estar diante de um daqueles contos chatos, cheios de simbolismo, linguagem regionalista rebuscada e referências a deuses desconhecidos (em tempo: nada contra deuses africanos ou de qualquer outro lugar… o que não gosto é quando o escritor faz citações sobre eles sem uma preparação prévia do leitor, como se fossem amplamente conhecidos).
Ainda bem que logo percebi que estava bem enganado.
O conto me lembrou coisas legais: Inception, James Bond (o encontro com a Théo), Deuses Americanos (tá… essa não tão legal assim). Muito bem escrito, com diálogos afiados (eu ri duas vezes com as tiradas da Théo), muita criatividade e um final de tirar o fôlego (putz, ficou parecendo sinopse da sessão da tarde! huahaua).
Destaque para as descrições do caminho até chegar ao embate final (tive que Googlar que diabos era escada Escher, mas tudo bem).
O único porém é que essa história pedia bem mais palavras para não dar esse ar corrido que deu no desfecho.
Ótimo conto.
Abraço!
5. As dores de cada um (Senhor Aspirina):
A PREMISSA tem três cabeças – o início surrealista, a surpresa de mostrar o que era a a vida normal e a intervenção novamente fantasiosa na dor de Théo, desenvolvendo-se em sequência, apesar de interligadas. O poder é bem delineado e interessante, e o preço a pagar por ele vem ao final da história. A TÉCNICA é excelente, uma das melhores deste desafio, com destaque para os diálogos, que tem um timing de filme noir. E o APRIMORAMENTO, a meu ver, seria somente de detalhes, já que a estranheza da história me agradou muito, ainda que não de uma maneira racional.
Olá, Senhor Aspirina. Tudo bem? Desejo que esteja a viver um excelente período de festas.
Começo por lhe apresentar a minha definição de conto: como lhe advém do próprio nome, em primeiro lugar um conto, conta, conta uma história, um momento, o que seja, mas destina-se a entreter e, eventualmente, a fazer pensar – ou não, pode ser simples entretenimento, não pode é ser outra coisa que não algo que conta.
De igual forma deve prender a atenção, interessar, ser claro e agradar ao receptor. Este último factor é extremamente relativo na escrita onde, contrariamente ao que sucede com a oralidade, em que podemos adequar ao ouvinte o que contamos, ao escrever vamos ser lidos por pessoas que gostam e por outras que não gostam.
Então, tentarei não levar em conta o aspecto de me agradar ou não.
Ainda para este desafio, e porque no Entrecontos se trata disso mesmo, considero, além do já referido, a adequação ao tema e também (porque estamos a ser avaliados por colegas e entre iguais e que por isso mesmo são muito mais exigentes do que enquanto apenas simples leitores que todos somos) o cuidado e brio demonstrados pelo autor, fazendo uma revisão mínima do seu trabalho.
A nota final procurará espelhar a minha percepção de todos os factores que nomeei.
…
Aquilo que mais apreciei no seu conto, foi a construção do personagem Jorge, alguém que tem o superpoder da curar os males alheios, mas nem por isso se eleva acima dos defeitos normais – orgulho, ganância, egoísmo. Muito bom. Mesmo quando cede a ser misericordioso, o que sucede, ele o faz de forma incógnita para não ser tomado por tolo nem perder a clientela. Ah! Ah! Ah! Existem muitas pessoas assim, sem superpoderes. A história está bem desenvolvida, com um início algo confuso que logo ganha sentido. E tem um ótimo desfecho. Ele cai na cilada de Theo e é tomado pelo poder da serpente de duas cabeças. Embora sejam geralmente apreciadas, não costumo gostar do excesso de referências, mas neste conto elas encaixaram muito bem. Passou um ou outro erro gramatical, mas não o suficiente para atrapalhar a leitura, nada que não lhe salte aos olhos na próxima revisão. E, como toda a moeda tem cara e coroa, também aqui o pobre Jorge se viu no final portador, não do poder de cura, mas do de espalhar a dor. E gostei imenso da frase final. Parabéns e boa sorte no desafio.
Feliz 2018!
Olá, Senhor Aspirina!
Seu conto eleva o patamar do desafio, coisa de gente grande.
Uma história muito visual, um dos inícios mais fodas do desafio, a gente fica ali na espreita tentando entender o que está acontecendo, parece muito aquelas histórias fantásticas, sua ambientação ficou incrível, na minha mente as imagens ficaram perfeitas, trouxe a tensão, a curiosidade o deleite.
Ai a história te suga para outra atmosfera, outra camada, como aquelas bonecas Russas, uma dentro da outra até chegar ao fim. Jorge é um ótimo personagem e gostaria de saber muito mais dele, do seu passado, das suas aventuras de como ele se tornou o que é… e agora do que ele será futuramente.
Eu me senti um pouco órfã da” fantasia” do inicio, acho que a mudança de narrativa causou esse efeito mais pela alta qualidade do inicio do que por uma provável queda de ritmo. Eu não esperava por esse desfecho e estou na dúvida se ele fez jus a todo o seu trabalho.
O conto é tão bom, que a gente fica até meio sem assunto pra comentar rsrs. Quando tem muitas falhas falamos pelos cotovelos, mas quando é bom assim, melhor dar os parabéns e apreciar.
Meus parabéns pela criatividade, pelo belo trabalho. De certo estará disputando o pódio!
Boa sorte no desafio!
Conto que abusa (no bom sentido) da criatividade. Ainda que possamos lembrar de Inception, a narrativa tem sua própria personalidade, afinal, o que pretende Jorge Arenas – eliminar a dor – é bem diferente do que o Sr Cobb Di Caprio no filme do Nolan. Gostei particularmente das descrições, do modo como o clima onírico domina o prólogo, dando lugar ao clima noir a partir da aparição de Theo, a reencarnação de Lauren Bacall. Claro que liguei os pontos: “o cara vai entrar na mente dela, nos sonhos dela, mas e aí? Com 2500 palavras de limite, vai ser complicado terminar o conto.” De fato, a história não termina. Como autêntica femme fatale, Theo é o ex adverso do Jorge, seu contraponto, aquela que concebe uma armadilha para que ele mergulhe, segundo entendi, em seus próprio universo fantasmagórico, repleto das dores de diversos matizes. O texto, nesse sentido, é provocante, pois em meio a uma prosa elegante, fluida e com ótimas construções, traga o leitor para a beira de um precipício. Confesso que me senti no corredor de uma casa antiga, que tinha, lá no fim, uma porta; desesperado, eu a abri, só para dar de cara com um abismo horrendo, de redemoinhos enevoados com tentáculos se projetando. Talvez seja essa a minha dor kkk Excelente trabalho. Boa sorte no desafio.
Oiii. Gostei muito desse conto. Ele é muito criativo principalmente por causa do superpoder apresentado. É bem original o poder de derrotar os avatares de dor das pessoas. Também é interessante a forma como o Jorge acabou usando seu poder como uma forma de enriquecer . A personalidade dele foi bem construída. Sabe, outra coisa que achei muito interessante foi como a dor psicológica pode ser comparada a dor física, tipo a Theodora não tinha uma doença física, era algo psicológico, mas que causava sofrimentos a ela, como ela disse tinha vez que dóia até a alma. As vezes os problemas psicológicos são ignorados pela nossa sociedade. Lembro do trecho de um rap que eu gosto muito que diz: “A dor da alma parece invisível para um mundo tão insensível”. Aqueles lugares dentro da mente da Théo(aquela montanha dos amores não correspondidos e do pântano dos pensamentos suicidas) falam mais uma vez dos problemas da alma. A ideia dos avatares também foi boa porque mostra que ninguém consegue ver a dor contra a qual o outro luta e tem que lidar. E o final aberto foi muito bom também. Parabéns. Boa sorte!
Voltei hoje aqui e vi que meu comentário não está. Talvez pelo sono eu escrevi no bloco de notas e acabei não passando pra cá. Estou postando da forma como achei que tinha feito na madrugada de ontem. =)
– Enredo: 1/1 – Que bom ter sido esse o último conto a ler antes de dormir. Vou dormir boquiaberta com a narrativa, com a forma como o conto foi desenvolvido, adoro isso, essa coisa de aos poucos ir mostrando, não entregando tudo em um primeiro momento. O tom da narrativa também, visualizei como um filme noir… O começo me assustou, mas que negócio é esse de hiena? Agradeço por essa primeira confusão mental. Parabéns!
– Ritmo: 1/1 – Lido de uma vez só, mas de forma lenta, pra não perder nada.
– Personagens: 1/1 – Jorge é um personagem ímpar, que com certeza renderia outras histórias. Fica a dica.
– Emoção: 1/1 – Gostei demais. Meu preferido até agora. Mais um conto que eu gostaria de ter escrito e sei que nunca conseguirei escrever com essa capacidade toda. Total admiração.
– Adequação ao tema: 0,5/0,5 – Totalmente adequado.
– Gramática: 0,5/0,5 – Se há alguma coisa a arrumar, eu realmente não notei.
Dicas: Por favor, escreva uma versão estendida? Uma novela? Um romance com o Jorge e esse universo? O final, talvez por não querer que terminasse ali, me pareceu não muito adequado, abrupto…
Frase destaque: “Arrastou-se então por um pântano de pensamentos suicidas. Cruzou um oceano de lágrimas fractais, subiu uma montanha de amores não correspondidos, baixou até um vale de vergonhas pegajosas.”
Obs.: A somatória dos pontos colocados aqui pode não indicar a nota final, visto que após ler tudo, farei uma ponderação entre todos os contos lidos, podendo aumentar ou diminuir essa nota final por conta de estabelecer uma sequência coerente, comparando todos os contos.
Caro(a) autor(a).
Antes de tudo, interpretações do literário são versões acerca do texto, não necessariamente verdades. Além disso, o fato de não haver a intenção de construir essa ou aquela imagem no conto não significa a inexistência dela.
Boa literatura se faz assim, por camadas de significação. O conto é uma narrativa de alta qualidade, irônico (“cadáver saudável” e “Sabe, talvez seja só um panelão de chá verde com gengibre ralado e corante, pra ficar bem esquisito, mas os gringos otários vão alucinar da mesma forma”, por exemplo), alegórico (os Avatares da Dor, uma bela ideia) e metafórico.
Aliás, as muitas metáforas de largo espectro são bem construídas e não incorrem num erro comum de autores quando adotam esse tipo de metáfora, qual seja, o exagero pernóstico. Uma sequência que demonstra bem isso é “[…] pântano de pensamentos suicidas. Cruzou um oceano de lágrimas fractais, subiu uma montanha de amores não correspondidos, baixou até um vale de vergonhas pegajosas”. É bem verdade que o conceito de “exagero” e de “pernóstico” depende muito do repertório do leitor , mas em minha opinião o conto dosa bem as metáforas de longo espectro.
A narrativa pode ser entendida, inclusive, como uma alegoria, talvez involuntária, do processo de interpretação literária, em que existe a necessidade de compreender as camadas de significação para se conseguir um bom entendimento de qualquer texto literário. Um trecho que demarca bem essa extensão alegórica é “[…] Jorge penetrou uma subcamada de paradoxos e becos sem saída”: por vezes, quando nos aprofundamos na tarefa de interpretar um texto literário, nos deparamos de fato com paradoxos e becos sem saída, diante dos quais precisamos optar por uma linha de entendimento.
Em “[…] os gringos otários vão alucinar da mesma forma” o verbo, usado como transitivo direto, significa o gringos são alucinar alguém. Decerto a ideia não foi essa, e sim a de usar o verbo na sua condição pronominal (alucinar-se): “os gringos otários vão alucinar-se da mesma forma”.
Em “[…] quando com quinze por acidente viu-se transportado […]” parece haver uma falha de revisão: “quinze” o quê?
Bom trabalho, bem escrito e com belas imagens. A forma como o “superpoder” é apresentada talvez seja o ponto alto do conto. Só esperava um desfecho que estivesse a altura, tenho notado que este desafio está apostando alto na tristeza, impressiona o número de contos que li com essa linha bem evidente, passando por depressão, solidão, maus tratos e etc. Isso me preocupa em certo nível, Dr. Arenas podia dar mais umas voltas pelo entrecontos, voltas mais alegres
=====TRAMA=====
Olha… a galera está MUITO inspirada neste desafio. Cada coisa louca! Quanta ideia original!
Gostei muito de todas a suas descrições. Você introduziu o personagem Jorge com maestria, vagarosamente, durante uma das suas “sessões”. “Mostrou” muito mais do que “contou”, aquela velha regra mas que é sempre válida. Depois, introduziu um novo elemento, Théo, que foi a vilã disfarçada.
Seu conto é daqueles que foi bem escrito com 2.500 palavras, mas dadas 20 mil, teria sido ainda melhor.
Curti muito toda a ambientação etérea das mentes das pessoas. As descrições dos seus medos são incríveis. A mente de Theodore é especialmente única. A recitação dos paradoxos foi uma ideia muito bem bolada. Parabéns mesmo pela criatividade!
Achei o final interessante. Não foi um final feliz, mas foi muito bem bolado. Afinal, todo herói precisa de um vilão, certo? A única desvantagem do final que você escolheu foi que ele não fecha a história; muito pelo contrário, só amplia os horizontes. A partir daquele ponto, Jorge poderia se rebelar e se livrar daquele avatar. Théo, que o havia traído, seria uma vilã em potencial. Eu sei que toda a ideia do seu conto vai muito além de “herói” e “vilão”, como se fosse uma revistinha antiquada de quadrinhos, mas é que Théo e o seu Avatar da Dor formaram um contraponto tao interessante ao Jorge que não tive como não fazer a ligação.
=====TÉCNICA=====
Fenomenal. Sua escrita é limpa e fluida, com uma leitura muito boa. Não vi problema nenhum de digitação ou concordância, acho que a sua revisão foi perfeita. Você às vezes parece se empolgar um pouco na complexidade das suas frases, mas logo puxa de volta uma leitura mais acessível, mantendo bem o equilíbrio entre ambas.
Parabéns!
DESTAQUES:
“ela sorriu e, embora tivesse belos dentes, aquele aparentava ser um sorriso social, mera convenção, um entreabrir de lábios, sem reais alegria ou calor”
“Arrastou-se então por um pântano de pensamentos suicidas. Cruzou um oceano de lágrimas fractais, subiu uma montanha de amores não correspondidos, baixou até um vale de vergonhas pegajosas.”
Olá, sr. Aspirina (começo por dizer que achei bem bacana esse seu pseudônimo. Casa bem com a história e, obviamente, com o título). Uma bela de uma narrativa você me traz. Um conto que me pareceu muito bem cuidado e cheio de referências culturais bem interessantes. Como sou fascinado pelo gênio do Escher, você não imagina o quanto sua história me alegrou. Achei que temos referências comuns e isto gera empatia no entendimento e no gosto do conto. Coisa mais surreal e bonita, por exemplo, este parágrafo: Arrastou-se então por um pântano de pensamentos suicidas. Cruzou um oceano de lágrimas fractais, subiu uma montanha de amores não correspondidos, baixou até um vale de vergonhas pegajosas. Bem, feito isto, vamos a um ponto que me gerou incômodo. Achei que a sua narração funcionou para mim como se fosse um funil. Começa largo e vai se fechando e boca desse funil expeliu coisa demais em pouco espaço de palavras. Pareceu-me que, preso às 2500 palavras você teve que apressar muito o desfecho. Sim, no mais estreito a velocidade do que passa pelo funil aumenta. Só que nesse passar muito rápido senti perda de qualidade. Quem sabe tivesse cortado mais no meio da história e reservado mais espaço para terminar… Bem, um belo de um conto.
Conto aparentemente confuso, que necessita de uma segunda leitura para nos apercebermos do seu sentido. Vale a pena essa segunda leitura, se bem que o ritmo poderia ser melhorado, de forma a manter o interesse do leitor. A transformação no final está bem conseguida e o final em aberto satisfaz. Ele transformou-se na sua própria dor. Também gostei do nome do personagem principal.
Boa noite! Um conto muito interessante, com diversas camadas. Gosto muito de estudar os sonhos e essa parte no texto me chamou a atenção, como o personagem entra na mente das pessoas, enxergando suas dores como alegorias, totens que podem ser removidos. Há um quê de A Origem e Fronteiras do Universo, a questão dos animais e dos paradoxos. Gostei bastante das referências, como a arte do Escher e em como utilizou as escadas e as portas, saindo da pessoa alvo e entrando no próprio inconsciente. Há uma certa poesia na maneira de narrar, com parágrafos quase rimados, muito bonito. Interessante que desenvolveu todo um contexto e mitologia num curto espaço de tempo.
PQP! Agora entendi seu pseudônimo. Preciso de uma aspirina urgente pq vc me deixou com a cabeça abarrotada de ideias! Eu não acredito que vc tenha escrito um conto desses, com tamanha complexidade e beleza, em tão pouco tempo para o desafio do EC. Isso precisou de elaboração, ou vc é um gênio anônimo da literatura! Mas isso não importa, porque eu simplesmente adorei. Me prendeu desde o começo, e o desfecho foi incrível! Eu ia lendo e não ia crendo que vc estava mesmo me levando pra onde me levou. Essa história de avatar da dor é sensacional, e com certeza me mudou por dentro, de alguma forma. O desfecho arremata de forma muito inteligente a história. E talvez seja mesmo essa a explicação para este momento que o mundo atravessa. Talvez seja a Revolução dos Avatares da Dor. E a gente nem desconfia…
O enredo está bem formatado, bem estruturado. Não reparei erros de revisão. Não tenho críticas ao seu conto. Acho que já é pódio!
Eu fico de queixo caído quando leio uma trama tão complexa como essa. Acredito que minha mente não seria capaz de criar uma história assim ou, pelo menos, de finalizá-la.
Gostei muito do conto, apesar da confusão inicial. Voltei a primeira parte duas vezes, porque não queria continuar a leitura sem ter compreendido o que estava acontecendo ali. Confesso que a confusão continuou existindo e para entendê-la era realmente preciso seguir com o conto. Mas também não consigo imaginar uma melhor forma de iniciar o conto. Portanto, acho a confusão válida e, até mesmo, coerente quando você assimila a complexidade da história.
Achei a personagem Theodora até mais fantástica que o próprio doutor, assim como os hospedeiros. Inclusive, gostaria muito de ler mais sobre eles, porque a sua formação daria mote para um novo conto, quem sabe, até mesmo, um romance.
Sobre o final… um pouco corrido demais, levando em consideração toda a
descrição sofisticada da primeira parte. Não sei com quantas palavras o conto ficou, mas, quem sabe, cortando um pouquinho ali, seria possível trabalhar melhor o fim.
Parabéns!!
Olá, meu caro Senhor Aspirina, tudo bem?
O conto aborda o tema proposto pelo desafio com sucesso e um toque a mais de poesia. Ah, gostaria de chamar este texto de meu.
Não encontrei lapsos de revisão, a não ser uma crase a mais em ” à noites insones.” Para haver crase aí, teria de ocorrer concordância entre o artigo e o substantivo – às noites. No caso, o correto seria ” A noites insones”.
A linguagem é um tantinho rebuscada em alguns momentos, revelando um ritmo que se encaixa tanto em compassos como em versos. A leitura flui que é uma beleza, nem senti que já atravessava a linha de chegada.
Enfim, a narrativa prende a atenção e o desfecho surpreende. Na minha opinião, seu conto mereceria uma frase final mais impactante.
No mais, eu apreciei muito o seu trabalho.
Boa sorte!
Olá, Claudia.
Obrigado pela leitura generosa. Sim, é verdade: não existe crase aí. Eu só pensei no “cheirar a” x “cheirar à” e não atentei ao restante… Mas são muitas regrinhas!
Vou tentar limpar um pouco o texto dos excessos e palavras incomuns.
Obrigado outra vez e boas dores!
As dores de cada um (Senhor Aspirina)
Trama: Sujeito com o poder de entrar na mente das pessoas para retirar-lhes as dores -tanto físicas quanto psíquicas.
Impressões: Contaço. Nos primeiros parágrafos eu fiquei louco para criticar o conto, confuso, sem direção, numa linguagem que presava mais pela beleza do que pelo dinamismo das cenas, no entanto, ao sabermos que o protagonista estava dentro de uma mente tudo faz sentido e o que era um defeito mostrou ser algo primoroso. A narrativa segue simples no segundo ato, depois do poder nos ser apresentado, salvo algumas descrições exageradas de Théo e sua personalidade que parecia ser inverossímil, pois está ela falando francês e solta de súbito um sonoro “cacete”, depois a bipolaridade explica isso também, outra grande sacada do autor. No terceiro ato a narrativa volta àquele aspecto estranho, mas dentro da proposta do autor em nos mostrar uma mente perturbada, cheia de tristezas e experiências traumáticas.
O final, embora aceleradinho, ficou muito bom, fechando muito bem o conto.
Me restou algumas dúvidas Há um floresta e logo descreve o solo como infértil. Como assim? Aí faltou uma revisãozinha. E qual é o cheiro de noites insones?
Linguagem é escrita: É excelente. Exceto algumas construções exageradamente poéticas que tira o sequência da leitura, mas raros os casos. No todo o texto é magnifico. Queria eu ter bolado esse enredo. Rsrs.
Veredito: Um conto primoroso e bão bissurdo que daria fácil para se tornar um romance ou um livro de contos do personagem onde cada conto seria uma trama episódica e tals. Eu compraria o livro; na verdade seria o primeiro da fila para comprá-lo.
Olá, Edinaldo.
Muito obrigado pela leitura atenta e pelos elogios e críticas. Era uma floresta de árvores mortas, de galhos finos e sem folhas, só espinhos. Noites insones devem ter cheiro de suor, de lençóis embolados, de lágrimas secas… Fica à imaginação de quem lê.
Eu quis realmente fazer o início do conto difícil, para dar uma sensação de “que diabos tá acontecendo aqui?”. As coisas se esclarecem logo, feito você pôde notar.
Obrigado outra vez e boas dores!
Suas explicações fazem todo sentido. Faltou um olhar mais apurado meu, sobretudo quanto à floresta.
Você tem um grande personagem nas mãos. Daria pra fazer inúmeras aventuras com ele.
Olá Senhor Aspirina
Ainda não li a maioria dos contos. Mas posso já dar o seu como um dos favoritos?
Criativo, fantástico e muito bem escrito.
Adorei a referência ao paradoxo da omnipotência de Deus. Ao contrário de outros comentários, não me incomodou o inicio. Repleto de mistério mas não demorou a oferecer um melhor entendimento ao leitor.
A sua escrita é rebuscada sem ser pretensiosa. O final foi a cereja no topo do bolo. O doutor, habituado a lidar com dores físicas, acaba enfrentando um outro tipo de dor completamente diferente.
Um conto que merecia ultrapassar as fronteiras do Entrecontos. Parabéns! 🙂
Olá, João.
Muito obrigado pela leitura generosa. Fico feliz que tenha gostado.
Abraços e boas dores!
É um texto sofisticado, repleto de referências e citações. O mundo dos sonhos aqui é retratado é vasto material para o estudo da mente humana. Gosto de personagens como o do texto: possui defeitos, não é irreal. Com um poder desses, quem seria santo de não tirar nenhuma espécie de proveito? Por fim, a conclusão é triste, mas condiz com o restante do texto.
Olá, Mariana.
Relendo notei que pesei um pouco a mão. A versão com mais palavras está mais equilibrada.
Obrigado e boas dores!
Superpoder: remover a dor e os avatares através procedimentos e armas mentais desenvolvidos pelo protagonista. Os avatares vivem da dor que eles mesmos produzem, são criações da consciência do hospedeiro. Ao final, há uma reviravolta decorrente da traição: o doutor vai plantar a dor ao invés de removê-la.
Enredo e criatividade: uma trama bastante interessante, no início um pouco confusa, até que entendemos que se trata do ambiente do limbo-consciência. Daí as coisas vão se esclarecendo, ganhando forma em estilo bem peculiar. Personagens bem construídas, alusões filosóficas, culturais e artísticas, contexto original e desfecho surpreendente.
Estilo sofisticado com citações em palavras estrangeiras e referências diversas, que o enriquecem, mas dificultam a leitura e compreensão. A linguagem é grandiloquente, são bem pequenos os deslizes gramaticais, apenas estranhei: “Você já a (o “a” está sobrando?) deu o suficiente de você mesma (…) De se seguir adiante.” (o “se” está sobrando?); “ele então esticou o braço e a(LHE?) ofereceu a mão”; “cheirava à noites insones”(a crase é dispensável?).
Apreciação: Gostei muito da premissa e ainda mais da execução. Parabéns pelo trabalho! Abraços.
Olá, Fleluany.
O início do conto foi propositalmente difícil. Eu gosto de quebra-cabeças, então costumo ir entregando a trama aos poucos. É como eu gosto de ler também.
Quanto às correções, sei que a crase em “cheirar à” é para diferenciar de “cheirar a”. Por exemplo: Maria cheira a flor x Maria cheira à flor. No primeiro descrevemos a ação de Maria, no segundo, que ela tem cheiro de flor. “Você já a…” = “Você já deu a ela…”. Quanto aos outros itens, eu não tenho certeza, teria que dar uma consultada sobre o uso de pronomes oblíquos. Talvez você esteja certa!
Obrigado pela leitura generosa e boas dores.
Olá, Senhor Aspirina!
Tudo bem?
Gostei do conto. Geralmente, o tema psiquê me interessa muito. A forma como você abordou o assunto foi muito interessante e abriu um enorme leque. Espero que o senhor (ou senhora) considere, seriamente, a possibilidade de escrever um livro sobre Jorge, o expurgador de dores.
A única coisa que achei negativa sobre o seu conto seja o início um tanto truncado e confuso. Não nego que foi um pouco difícil evoluir a leitura.
Parabéns e boa sorte!
Olá, Givago.
Obrigado pela leitura generosa. Eu gosto de escrever contos com certo esquema de quebra-cabeças, gosto de entregar a trama aos poucos, de atiçar a curiosidade. Por exemplo, nos primeiros minutos de “Matrix” não entendemos nada, tudo parece absurdo. Até a cena depois da pílula, quando Neo descobre que a Matrix é uma simulação da realidade. Meu texto modesto não é tão complexo, mas segue um esquema semelhante.
Obrigado outra vez e boas dores.
Oi,
Adorei a história.
A forma como você ambienta e descreve o local-limbo-consciência onde o doutor está ficou demais.
Gosto de contos assim, que vão mostrando aos poucos para gente. As coisas vão se resolvendo um pouco de cada vez.
Sua escrita tem um estilo bastante particular, da qual gostei muito.
A personalidade afetada de Theodora ficou bem construída, a personagem mostra a que veio. Só achei que a relação dela com o doutor Arenas podia ser mais trabalhada, mas isso não diminuiu meu gosto pela narrativa 🙂
Por fim, achei interessantíssimo o contexto que permeia a história, com a temática da depressão e de outros transtornos mentais que se manifestam das formas mais traiçoeiras e estranhas.
Um belo trabalho. Parabéns.
Olá, Miquéias.
Obrigado pela leitura generosa. A Théo fica melhor desenvolvida no conto com mais palavras, com 2500 foi só o que eu consegui fazer… 😦
Obrigado outra vez e boas dores!
Olá, Sr. Aspirina. Belíssimo conto. Confesso que achei muito confuso no início, talvez pelo fato de eu não saber o significado de certas palavras. Aliás, a escrita é complexa, lenta e cansativa, se o leitor não está realmente atento não vai muito longe. Apesar disso, achei excelente a ideia do superpoder de curar a dor. É um bom conto, e sugiro que futuramente comece um livro. Senti que foi muita informação para pouco espaço. Parabéns e boa sorte.
Olá, Estela.
No começo eu quis esconder o que estava acontecendo, atirando o leitor dentro da “cena” do subconsciente. Acho que fica tudo claro quando o doutor desperta do transe: ele estava na mente de uma mulher de ascendência africana que estava muito doente (com câncer?).
Vou tentar rever o texto e “limar” algumas expressões de difícil compreensão.
Obrigado pela leitura generosa e boas dores.
Senhor Aspirina, Saudações
A criatividade para desvendar e tratar os medos das pessoas torna o trabalho uma joia rara de escrita literária. O começo do texto é impactante com a cena das hienas. A única ressalva que faço é a prolixidade do trabalho, ms na técnica da escrita, vocabulário, diálogos e impacto narrativo causado pelo poder de Jorge e a soturna Theodora são digna de elogios.
Parabéns pelo trabalho!
Olá, Hércules.
Muito obrigado pela leitura generosa! Abraços e boas dores!
Mas que conto bárbaro! Nem estava gostando do começo com a mulher hiena e o exterminador, mas a partir do momento (logo em seguida) em que ocorreu a explicação dos fatos, eu peguei minha pipoca e fiquei me deliciando com cada cena que surgia em minha cabeça a partir da sua condução da história. Tenho lido contos muitos bons, mas o seu texto me levou para outros níveis de prazer.
Seu texto é muito bem escrito, sua história é criativa e interessante, o desenrolar é envolvente, os personagens são o recheio do churros. Que personagens! O Jorge é pura sedução, elegância, cultura, charme. Estava quase me apaixonando por ele aí chegou a Théo, aquela traidora, rs.
Para resumir, eu AMEI o seu conto. A única coisa que eu mudaria seria o final meia boca da cobra grávida de duas cabeças. Achei que o conto merecia uma final megapower e fiquei um tanto frustrada. Mas ainda assim o seu texto continua sendo o top 1 da minha avaliação, vamos ver se encontrarei outros de que goste mais.
Adorei as palavras estrangeiras, as referências psicológicas, artísticas, culturais, acho que isso enriquece o texto. Felizmente eu já conhecia as suas referências e as achei super pertinentes, se não as conhecesse, pesquisaria, porque não me aborreço em aprender coisas novas.
Enfim. Sorte e felicidade. Beijos.
Iolanda
Olá, Iolandinha.
Obrigado pela leitura generosa. O final ficou um tanto apressado, realmente.O início foi misterioso pq tive a intenção de esconder a trama e esclarecer aos poucos depois.
Obrigado outra vez! Abraços e boas dores.
# As dores de cada um (Senhor Aspirina)
📜 Trama (⭐⭐⭐⭐▫):
– muito boa e complexa
– fiquei impressionado como o autor conseguiu fazer tanto com tão poucas palavras: apresentou o poder num caso de uso, mostrou o personagem, a mocinha, contou a origem do dom e encerrou a trama com praticamente todas as pontas amarradas; parabéns por isso
– essa técnica de fazer caber muito em pouco exige algumas ferramentas que aqui me incomodaram um pouco, como o infodump (excesso de informação em pouco espaço), diálogos explicativos e as explicações tardias; o autor fez isso com técnica refinada, mas mesmo assim ficou aparente
– Theodora é uma personagem fascinante, muito bem construída; quem não cairia numa armadilha assim…
– sobre o “golpe” no fim, achei que o trabalho foi bastante bem feito, dada a complexidade da trama e o curto espaço
📝 Técnica (⭐⭐⭐⭐⭐):
– muito boa, profissional
– o autor demonstra domínio das principais ferramentas da linguagem
– a descrição dos olhos da Théo, por exemplo, ficou muito boa, apesar de ser uma gordurinha; uma prova de que, com moderação, a gordura aumenta o sabor da leitura
– a própria construção das personagens e dos mundos oníricos também são destaques positivos
💡 Criatividade (⭐⭐▫):
– entrar em sonhos para resolver problemas físicos não é um tema novo, mas o conto o aborda com personalidade
🎯 Tema (⭐⭐):
– poder de tratar enfermidades através do mundo dos sonhos (✔)
🎭 Impacto (⭐⭐⭐⭐▫):
– achei o texto excelente, o melhor que li até agora (não foram muitos, é verdade, mas creio que continuará entre meus melhores até o fim)
– conta uma trama complexa, com uma personagem apaixonante e fecha todas as pontas de maneira satisfatória; não é um texto de arrancar lágrimas ou explodir cabeças, mas é externamente eficiente (e nem um pouco burocrático 😁)
Olá, Leo.
Obrigado pela leitura atenciosa! Realmente, tive que cortar mais de 500 palavras e isso teve consequências.
Na verdade, o cenário de trabalho de doutor é o subconsciente. Não são exatamente sonhos, embora a ambientação os lembre mesmo.
Gostaria de ter desenvolvido melhor a Théo, expor melhor os conflitos de sua personalidade, etc.
Abraços e boas dores!
O conto tem uma trama inteligente e envolvente. Alegorias bacanas. No começo, psicodélico fantástico, pensei ser uma viagem de ácido ou pesadelo. Mas a aterrisagem causou um efeito difícil de escrever: o impacto da realidade com o “cortem a morfina” no lugar de “acordou”.
Um pouco longo e detalhista para poucos acontecimentos, questão de gosto.
O desfecho foi inesperado, o que é muito bom.
OBS: “Por três dias seguidos Jorge apenas conseguiu deixar recados que nunca foram retornados. Passada quase uma semana, quando já havia parado de insistir, ela finalmente ligou.” – Se ela nunca retornou como ligou depois de uma semana? Isso é apenas um detalhe insignificante, mas me incomoda como leitora.
Olá, Catarina.
Obrigado pela leitura generosa. Na frase que você destacou eu quis dizer que ele tentou e não conseguiu falar com Théo por três dias. Uma semana depois do encontro, ela finalmente ligou. Acho que vou rever, para não soar confusa.
Obrigado outra vez e boas dores!
Olá Senhor Aspirina,
Seu conto é bem legal e traz uma premissa pouco explorada .
1- Tema: Se adequa aos parâmetros do desafio, sendo um superpoder bem místico e introspectivo.
2- Gramática: Rebuscada, mas direta. Nenhum erro que me incomode.
3- Estilo – A história é contada de forma um pouco misteriosa no início, e aos poucos entrega a habilidade do protagonista. Segue interessante, mas senti uma pequena barriga no meio.
4- Roteiro/ Narrativa – O texto é bem construído e a narrativa flui bem, até chegar à conversa com Theo. Achei o diálogo um pouco fraco. Mesmo sabendo da intenção da personagem falar como matraca, confiante e soberba, a fala dela não me parece condizer com a mulher de garbo e elegância que foi descrita. O protagonista, apesar de se adiantar, mal fala, pois a mulher toma toda a atitude e se joga. Achei que um homem como ele poderia desconfiar. Enfim, achei que o protagonista não foi bem desenvolvido, e Theo, muito diferente do esperado de uma dama refinada. O final, achei um pouco sem propósito. Não foi mostrado em momento nenhum que ele teria um inimigo que queria se apossar dele. Achei um pouco fora de contexto.
5- Resumo: Um bom conto, com uma idéia muito interessante e inovadora. Me parece que carece de um melhor desenvolvimento de personagens, mas a ambientação e a descrição dos poderes do protagonistas estão excelentes.
Grande abraço!
Olá, Rafael.
Obrigado pela leitura atenciosa. O conto ficou com um final apressado e algumas coisas não ficaram muito claras. Quando pronto o texto tinha 3056 palavras e tive que cortar bastante para caber no limite de 2500.
Vejamos, a Théo tem Transtorno Bipolar. Isso significa que tem episódios de mania, quando fala muito e interage de forma entusiástica, e outros depressivos, quando não quer ver ou falar com ninguém. Na festa ela estava num momento de euforia e no dia seguinte num depressivo. Daí o comportamento que não casou bem com seu status social.
O final, creio que por eu ter cortado tanto, não deixou passar bem a questão do Avatar da Dor de Théo. Os avatares são projeções dos hospedeiros. Gente inteligente/complexa tem avatares idem. Talvez a dor na alma da depressão seja maior que dores físicas, etc.
Enfim, ao explicar tanto aqui ficou claro que meu final precisa ser revisado…
Obrigado outra vez! Boas dores.
Salve, Sr. Aspirina!
Acho que o termo mais apropriado ao seu conto é elegante. Um texto rico de referências, com uma direção claramente definida e um distanciamento do maniqueísmo que o tema poderia inspirar.
Gostei muito do protagonista. Extremamente bem delineado dentro de seu espaço, e com um superpoder muito criativo. Gostaria de chamar a atenção também para o enredo bem sacado e ambientado.
Achei que as duas primeiras partes do conto, a primeira paciente e a festa, foram conduzidas com maestria, enquanto que o desfecho, embora adequado à trama, tenha me parecido um tanto quando curto e apressado. O embate no início, com a mulher-hiena, é muito mais rico e detalhado que o confronto final. Era o ápice do conto, e acabou muito rápido. Acredito que isso se deva à limitação do desafio, mas mesmo assim, me deixou decepcionado.
Em tempo, quando da citação às escadas de Escher, não sei por qual motivo associei às escadas de Leonardo, do castelo de Chambord, que se entrelaçam quase como o DNA. Tinha achado genial a sacada! Depois que me toquei que havia confundido as referências. A opção pelas de Escher, entretanto, fazem muito mais sentido para o enredo!
É isso! Boa sorte no desafio!
Olá, André.
Obrigado pela leitura atenciosa. Sim, o final está apressado. O conto quando pronto chegou a 3056 palavras e tive que editar um bocado para chegar a exatamente 2500. Enfim, se eu tiver a oportunidade, apresento depois a versão maior.
Obrigado outra vez e boas dores!
Olá, Senhor Aspirina!
Gostei muito do seu conto.
Maravilha seria se pudéssemos mesmo tirar a dor (física ou psicológica) de alguém, independente mesmo da cura.
Interessante lembrar das escadarias sem fim de Escher. Sou fã.
O texto apresenta citações e referências muito pertinentes mas, alguém com pouca bagagem teria mais dificuldade na leitura.
Parabéns!
Jorge usava seu superpoder para ganhar dinheiro até que, pela grande quantia que já havia recebido, resolve tirar a dor de pacientes em hospitais públicos.
Entendi que o dinheiro, no início, era essencial. Por fim, já não lhe era o principal.
Sei que por vezes só 2.500 palavras já não sejam mais suficientes.
Obrigada por escrever.
Olá, Sigridi.
Obrigado pela leitura! Sim, é verdade que alguns leitores terão experiências mais ricas, conforme sua bagagem. Talvez eu tenha exagerado um pouco aqui e ali… Mea culpa!
Quisera ter umas 5000 palavras e acho que o produto final ficaria mais palatável.
De novo, muito agradecido pela leitura generosa e boas dores!
Gostei bastante do conto. A ideia do poder foi bem original e a história foi construída com maestria. Algumas descrições me incomodaram, mas nada que tire o brilho dessa história com uma conclusão que deixa o leitor de queixo caído. Parabenizo o autor.
Olá, Felipe.
Têm umas coisinhas que soaram meio estranhas e que vou rever: lágrimas glaciais, por exemplo, achei estranho depois.
Agradecido pela leitura generosa.
Abraços e boas dores.
Olá Senhor Aspirina. (adorei o pseudônimo)
Belo poder esse, não? O de curar a dor.
Ao contrário do suposto em que não devemos cobrar por um dom dado por Deus, ainda mais o de cura, Jorge aproveitou bem o dom que tinha e enricou.
Acompanhamos , muito bem por sinal, a sua trajetória até ele cair na armadilha do demônio da dor (ou seria o demônio da sedução? Ou os dois juntos?) Théo enganou ele direitinho, mas se pondo no lugar dela, uma pessoa com uma dor crônica faria qualquer coisa para aliviar essa dor. Enfim, é um bom texto.
Parabéns e obrigada por escrever.
Olá, Neusa.
Sim, sim, você captou direitinho os detalhes do enredo! 🙂
Obrigado pela leitura generosa e boas dores!
Nada de dores, nem as boas 🙂
Conto maneiro sobre viagem na mente do outro pra arrancar algum tipo de problema. O texto mesmo já é uma viagem. Legal até a tampa. Só fiquei meio caído com o final, a armadilha ficou meio forçado demais pra um cara safo como o Doc, já era pra ter se ligado que um dia arranjaria problemas. No mais é um conto bem feito, coisa que nem em mil anos consigo escrever, mas sei reconhecer o mérito do outro.
Olá, Arnaldo.
Sacumé: às vezes o muito malandro pode se dar mal, rs.
Obrigado pela leitura generosa. E boas dores!
Olá, Autor(a),
Tudo bem?
Seu conto é extremamente interessante. Uma mistura de fluxo de consciência, com FC e até teoria da psicanálise.
Costumo pensar que citações e referências devem funcionar como camadas em um texto. Se o leitor tem a bagagem necessária para aproveitar uma determinada camada, ótimo. Se não, é preciso que o conto funcione dentro de um universo próprio e independente que permita com que, ao ser lido pelo tal leitor sem a tal bagagem, ele funcione de forma plena.
Acredito que sua história funcione em ambos os casos.
Quanto ao conto em si, o ponto alto, ao menos para mim, são as alusões aos avatares. Logo no início, ao nos apresentar a hiena, o autor os faz deslizando a narrativa entre mundos. Assim, o mote principal da história é entregue aos poucos e não de uma vez, deixando o leitor em dúvida se tal animal se tratava de uma alucinação, mundo paralelo ou, no caso, uma espécie de manifestação do subconsciente deprimido da paciente.
É interessante notar que, talvez funcionando como mais uma camada dentro de sua criação, a depressão realmente se manifesta de formas que poderiam, de fato e na vida real, ser representadas por estas figuras antropomorfas.
Outro ponto alto é o destino de seu protagonista. O veneno é a crua e vice-versa.
Um conto que tem fôlego, certamente, para uma narrativa mais longa. Um romance, quem sabe.
Parabéns.
Desejo-lhe sorte no desafio.
Beijos
Paula Giannini
Olá, Paula Giannini CMXLIII.
Muito grato pela leitura generosa. Em verdade, Jorge costumava livrar as pessoas de dores físicas, a mãe tinha enxaquecas em salvas, a sra. Namunyak teria câncer (tomava morfina)… Talvez o grande erro do doutor foi subestimar a “dor da alma”, que corroí toda alegria e que escurece toda a luz.
Assim que eu tiver mais tempo, gostaria sim, de alongar a história.
Obrigado e boas dores.
Boa tardeee, tudo bem por ai?
Caramba, que conto interessante! Super maneiro!
Gostei muito, mesmo.
Vamos lá:
O começo parecia confuso, mas rapidamente tudo se esclareceu, e de uma forma muito interessante. Gostei bastanteda ambientação interna das pessoas, suas angustias, medos e dores. Toda a alegoria que você usou pra representá-las foi o ponto alto do conto. Me lembrou um pouquinho, de alguma forma, o conto da árvore da vida.
O superpoder é super criativo e inovador. E o melhor: tá absolutamente encaixado no enredo. Não soa como algo colocado à força ali, mas permeia muito bem todo o conto.
A escrita também está muito boa. Não notei erros gramaticais importantes. A forma de escrita é boa e fluida.
O fim também é excelente. O superpoder acabou sendo uma armadilha pra ele mesmo, né?
Enfim, excelente conto. Parabéns!
Ah, já ia esquecendo: amei os avatares e os ambientes, tanto que gostaria de ler mais, algo como um compilado dos trabalhos do Jorge, pra conhecer outros mundos e avatares, rsrs.
Olá, Luis.
Agradecido pelas palavras de incentivo! Gostaria mesmo de ampliar o conto com mais visitas ao mundos dos avatares.
Abraços e boas dores!
Olá, Senhor Aspirina.
Então, gostei bastante do conto. Jorge Arenas é alguém capaz de penetrar na mente das pessoas e localizar e remover seus “avatares da dor”.
Achei a escrita muito boa, com algumas metáforas bem bacanas e descrições ricas. Gostei em especial das descrições da Théo e a comparação dos olhos com um poço.
Vi um monte de referências espalhadas pelo texto: William Blake, Escher, etc. Os diálogos ficaram bons e as personagens, em especial a Théo, bem desenhadas.
O final ficou um pouco seco, penso que teria sido melhor esticá-lo um pouco mais.
Abraços e boa sorte no desafio.
Olá, Rubem.
Obrigado pela leitura! Sinto, eu tive que correr um pouco no final, 2500 palavras é um mundo para alguns, mas para mim é um “dedal”, haha.
Abraços e boas dores.
Caro(a) autor(a),
Esse texto é cheio de referências. Gosto disso. Porque, enquanto se lê, vai se lembrando de outras coisas. Nem todos conseguem fazer isso: colocar as referências dentro do texto de uma forma caprichosa e entrelaçada tão bem que a leitura vai fluindo e vamos construindo outros textos a partir dele, sem nos darmos por conta. Gostei da primeira parte, onde construiu o personagem e o universo onde ele atua – microcosmo/macrocosmo, ou microverso e macroverso, como queira. Eu só acho que seu microverso seria nanoverso porque implica em ir muito mais para dentro. Com relação à escrita, encontrei algumas pouquíssimas falhas de construção. Nada muito comprometedor. Gostei da maneira como construiu a história de Jorge, que não é nada heroico nem altruísta, e de como deu a ele um final, surpreendendo na leitura. Quando li a pergunta – qual é o seu veneno? – saquei que ele sucumbiria aos encantos de Théo e, depois, confirmei, porque, não só sucumbiu aos encantos da mulher, como caiu na cilada das serpentes. Confesso que gostaria de ler mais aventuras de Jorge nos microuniversos alheios, porque ele é um médico muito peculiar. Está dentro do tema. O personagem tem um superpoder, o da cura.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Olá, Evelyn.
Obrigado pela leitura! Poderia me passar algumas falhas que você tenha observado?
Obrigado outra vez e boas dores.
Lembre de me chamar depois do desafio para eu apontar com mais detalhe, mas não é nada muito tenebroso, não. Baci!
Jorge tinha o superpoder de eliminar a dor (física ou psicológica). Conseguia adentrar o inconsciente das pessoas, extirpar os medos sempre representados por animais.
De início, confesso que me interessei ainda mais pelo texto quando li: “sempre no sentido oposto dos ventos em que navegavam os auditores fiscais.” Isso é muito pessoal. O uso do cachimbo deixa a boca torta, fazer o quê?!
Texto primoroso, enredo muito bem construído. A escrita é esplêndida, precisa, clara. O uso de palavras estrangeiras não atrapalhou o entendimento. O autor tem total domínio de linguagem. Narrativa bem arrematada, estrutura perfeita. Muita criatividade. O leitor é fisgado pela ideia inteligente.
Será que a Théo não foi uma criação da máfia da indústria farmacêutica?! Parece piada, mas pensei nisso. Senhor Aspirina, de qual laboratório o senhor veio?!
Parabéns pelo conto!
Boa sorte!
Olá, Regina.
Muito obrigado pela leitura e pelos elogios. Acho que a Théo apenas se cansou do mal que a afligia. Ora, sou da Bayer, é claro.
Abraços e boas dores.
Boas dores é ótimo!!!!!!!!!! Ainda mais na minha idade……….. kkkkkkkkkkkk
Super poder: tirar a dor
Oi Sr Aspirina, gostei muito do seu conto!
Muito inteligente, bem escrito e bem revisado, intrigante e instigante. Um caçador da dor ser ludibriado por ela, muito interessante… Não há quem nunca tenha sido visitado por esses avatares e com certeza faríamos de tudo para nos livrarmos dela. O final aberto permite muitas interpretações, a minha é que a dor conseguiu reverter o poder dele e de agora diante ele iria espalhar a dor e não aniquilá-la. Não sei se está certa essa interpretação, mas foi o que intérprete… Um ótimo conto! Parabéns e boa sorte!!
Olá, Priscila.
Obrigado pela leitura! A sua interpretação está perfeita: Théo havia secretamente entregue Jorge aos avatares da dor. Jorge passará a ser um Arauto da Dor, levará dor ao invés de retirá-la.
Abraços e boas dores.
Dor boa é dor morta!! Kkkk
Oi, Senhor Aspirina!
Um pseudônimo “inocente” para um escritor tão inteligente e refinado.
Lembrei do Didi Mocó Sonrisal Colesterol Novalgino Mufumbo rsrs (bom, nada a ver, pero…).
Seu conto nos traz o super poderoso Jorge, que embrenhando-se nas profundezas abissais da origem da dor consegue aniquilá-las – e note, tudo isso com muito talento, criatividade e maestria.
Daí surge a personagem misteriosa – Théo -, que não estava na festa por acaso, é claro.
Será – penso – que o envolvimento sentimental/sexual teria “mexido” com o poder do doutor?
Por que foi levado tão ingenuamente, sem perceber ser instrumento de um plano egoísta?
Interessante demais essa mistura de possíveis e improváveis poderes psicológicos, ainda mais narrados de forma assim tão brilhante.
Sei que há vários elementos no conto que vêm de outras histórias, mas olha, gostaria de ver uma versão alongada do seu conto.
Até agora o melhor conto, sem dúvida.
Meus parabéns e boa sorte!
Olá, Renata.
Obrigado pela leitura. Penso que o avatar de uma mulher inteligentíssima e culta seria também um avatar muito esperto, visto que ele era em parte a Théo também. Talvez o erro de Jorge foi ser confiante demais em seus poderes, ter subestimado os avatares da dor.
Obrigado pelas palavras de estímulo. Fiquei muito contente! Também admiro o seu trabalho.
Abraços e boas dores pra você!
A princípio tive a sensação de ainda está no desafio terror, visto tanto mistério e estranheza com relação à criatura do casebre. (Só do meio pro fim me caiu a ficha de que o personagem infiltrava-se na mente de seus pacientes no propósito de curá-las de suas mazelas). O que tem sido a própria tendência deste desafio, pois a maioria dos contos, até agora apresentados, tem demonstrado forte propensão ao sobrenatural, como se os superpoderes só subsistam e consistam neste tema. Quanto ao conto, Sr. Aspirina, (Eu tenho um cachorrinho que atende por Dipirona, ks, ks, ks…) é um conto muito bem elaborado. Um enredo consistente e muito bem desenvolvido. Um enredo bem composto, criativo e sem perder o ritmo desenvolve a trama com maestria. Embora tenha achado-o um pouco longo, mas não é coisa tão grave. O conto é forte. Com uma redação primorosa; limpa e objetiva no que diz respeito sua forma redacional; adequadamente bem escrita e em concordância com a norma gramatical. Exceção feita às citações de estrangeirismos. É sempre bom clarear para o leitor, como reclamou o colega Antônio, pois nem sempre temos um computador em mãos para nos dar uma tradução, mesmo que precária. Afinal, (Qual é o seu veneno?) enfim, respeitar o leitor é sempre bom. Aliás, o que significa “Microverso”, será um universo pequeno? Existe universo pequeno? Também houve um lapso de digitação, onde ficou repetida uma frase “de um conhecido de um conhecido”. No mais, seu conto é belíssimo e muito bem realizado. Boa Sorte.
Olá, Paulo.
Obrigado pela leitura. Não tive intenção de inserir muitos estrangeirismos. Alguns já fazem parte do vocabulário comum: jet lag, noir, blasé, loop, etc.
Microverso é um universo pequeno. Existem (?) universos pequenos em teoria, os chamados pocket universes. A frase que diz “de um conhecido de um conhecido” não tem erro: eu queria dizer que Jorge foi à festa convidado por um conhecido de outro conhecido, ou seja, que ele não tinha muito contato com as pessoas desta festa, visto inclusive que ele não sabia quem era o anfitrião.
Quanto à frase em francês, eu realmente deveria tê-la traduzido!
Obrigado outra vez e boas dores para você!
Olá Senhor Aspirina. Parabéns pelo seu texto. É realmente interessante, explorando o psicológico. Um personagem interessante, com um superpoder mais interessante e criativo ainda: retirar a dor das pessoas.
O título combinou perfeitamente com o texto, assim como a imagem. Porém, eu acharia ainda melhor se fosse uma imagem de uma obra surrealista. Mas isso não importa.
O jeito que usou para representar a dor, o medo das pessoas foi impressionante. É o que a pessoa tem medo (aranhas, hienas, cobras, etc) com seu rosto, atormentando sua mente.
Uma trama interessante, o personagem principal aproveitava seu poder de curar a dor para enriquecer (e, em raros casos, para ajudar pessoas em hospitais públicos, em um ato de altruísmo). Com isso, levava uma vida boa.
Mas ele foi traído pela mulher que se apaixonara (isso me leva a pensar que o autor tem uma visão negativa do amor, mas pode ser somente uma teoria), e quando foi na mente dela para livra-la da dor, foi aprisionado. Seu poder virou sua fraqueza. Usar o que ele falava para aqueles que expulsava foi uma ótima ideia. Dá a ideia de que o que ele fez com os medos voltou para si. O final está muito longe de ser um final feliz.
É um bom texto, com uma trama bem elaborada, agoniante, com um bom uso da gramática.
Mas eu realmente espero que tenha uma continuação. Terminar dessa maneira? É agoniante demais, haha.
O uso de termos mais técnicos, apesar de mostrar que o autor tem o domínio do tema que escreve, deixa a leitura muito complicada para os leigos.
Muito bom. No início pode ter sido um pouco confuso, mas foi um bom texto.
Meus parabéns e boa sorte!
Olá, Bianca.
Obrigado pela leitura! Não, eu confio e acredito no amor, embora tenha escrito algo sobre uma traição. Em verdade, faltou-me espaço para desenvolver mais a Théo. Ela viva a dolorosa depressão há muitos anos e não a suportava mais. Trocar a dor por um romance que mal começara não lhe pareceu tão ruim.
Abraços e boas dores!
Olá, entrecontista. Para este desafio me importa que o autor consiga escrever uma boa história enquanto adequada ao tema do certame. Significa dizer que, para além de estar dentro do tema, o conto tem que ser escrito em amplo domínio da língua portuguesa e em uma boa condução da narrativa. Espero que o meu comentário sirva como uma crítica construtiva. Boa sorte!
Antes deste desafio começar, um dos entrecontistas publicou no grupo, abrindo espaço para mandarmos sugestões de temas. Eu repeti a sugestão que dei depois do desafio comédia: “jornada no subconsciente”. Devo assumir que, caso essa sugestão se concretizasse, eu certamente já não ganharia, dado que o Senhor estaria participando. Muito bem, vamos ao conto.
Em primeiro lugar, tomo como acertada a decisão de iniciar o conto sem se preocupar em nos situar sobre quem é a personagem ou o seu poder, dando preferência a nos deixar descobrir ao longo da situação que acompanhamos logo no começo. Nesse ponto, devo parabenizar o autor pela atenção às descrições. As dores ficam muito bem representadas nos ambientes criados e, mais do que isso, ficam personificadas, criando imagens fantásticas que chocam e dão várias possibilidades à história. Com a escrita competente e a natureza episódica dessa primeira situação, já ficamos esperando pelos próximos encontros do Doutor, curiosos para saber o que mais o autor nos apresentará.
Quando conhecemos Théo, esta é a nossa expectativa inicial, mas então o autor a aumenta, tendo construído uma tensão sexual entre os dois que nos faz ter uma segunda ansiedade: eles vão ficar juntos? Enfim, o que provoca o reencontro acaba sendo uma doença, a qual o Doutor se propõe a resolver, encaminhando, assim, o protagonista a encontro das duas situações pelas quais esperamos: a próxima dor com que ele lidará e a sua possível relação com Théo. Tudo é feito com uma escrita ágil, que enquanto encaminha a história, também define as prioridades narrativas e desenvolve as personagens. Enquanto outros contistas passaram a maioria do conto explicando e citando casos que demonstram o poder da personagem, aqui o autor soube nos apresentar o protagonista sem fazer a história ser sobre ele e o seu poder.
A conclusão me deixou desapontado, mas só porque me deixou ansioso. Sugiro que expanda a história. Embora sirva como final, vejo-me atraído o suficiente para querer ler sobre como o Doutor vai se livrar dessa nova posição de “Arauto da Dor”. Embora não conte a história de um super-herói, há um teor quadrinesco na personagem e na história. Eu gostaria de ver mais sobre isso, mais é só um anseio meu.
Olá, Pedro Paulo.
Obrigado pela leitura. Sim, eu gostaria de ter alongado mais a história, de justificar e explicar mais coisas, em especial o final, que ficou um tanto truncado.
Obrigado outra vez!
Abraços e boas dores!
Pontos positivos: escrita muito firme, elegante e envolvente. Realmente um prazer de leitura. personagens bem construídos e empáticos. Enredo completo e singular.
Pontos negativos: A primeira parte do texto possui uma criação excelente que não foi acompanhada pelas demais partes. Algo se perdeu nessa transição.
Impressões pessoais: ótimo conto sobre fantasia fantástica que se casa bem com a realidade do “curador” e seu poder. As descrições das dores transformadas em animais representando os medos dos pacientes ficaram muito boas e nos atiçam a curiosidade, torci para que houvesse mais pacientes, apenas para ver a criatividade do autor.
Sugestões pertinentes: prolongue esse conto na primeira oportunidade e nos deixe ler.
E assim por diante: o conto deixa uma sensação de injustiça mesmo: “— Não. Nunca é. Nunca foi.”
Parabéns.
Olá, Olisomar.
Muito agradecido pela leitura! É verdade: a pegada meio surreal do início não se mantém no restante do conto, mas pensei que nem todos teriam a paciência de ler algo longo e difícil de se entender. Escrevi a primeira parte propositalmente mais obscura, para o leitor ir entendendo o que se passava aos poucos.
De novo, obrigado!
Um abraço e boas dores!
O protagonista tem o poder de penetrar na mente das pessoas para encontrar suas dores, seus males, como criaturas psicomorfas, e matá-las, extirpa-las do corpo enfermo, como se seres vivos fossem. O texto foi bem construído, mas tem algumas frases e palavras incomuns, que não entendi. O leitor não é obrigado a saber de tudo, nem outra língua que não seja o português.A não compreensão total do texto, é um ponto negativo. (Será que sou burro demais?) Não entendi o que é uma escada de Escher e outras frases me soaram estranhas. A ideia é boa, mas acho que não foi bem explorada. Boa sorte.
Olá, Antonio.
Muito agradecido pela leitura! Em verdade, não tive intenção de tornar o texto difícil, apenas brinquei com algumas metáforas e não usei de dicionário ou algo do tipo para escrever. Quanto à frase em francês, sim, ficaria melhor que eu a houvesse traduzido, mas meu conto já tinha exatas 2500 palavras, então eu teria que cortar algo para encaixar a tradução. Sinto por isso!
Abraços e boas dores!
Olá. Esqueci de mostrar as escadas de Escher.
Abraços.
Caro Senhor Aspirina,
gostei do seu conto. Bem urdido me foi conduzindo até o final.
Em princípio um pouco solto, achei, sem dizer a direção que tomaria, mas, bem direcionado, foi conduzindo a um diálogo límbico entre o “doutor” e a dor representada pelos elementos de medo dos pacientes. Interessante.
A ideia de “comer” a dor, a morte etc não é nova – não há demérito nisso -, mas seu conto transita bem em seu desenvolvimento. Parabéns.
Achei-o um pouco alongado desnecessariamente, mas talvez isso decorra da minha expectativa de passear menos pelas palavras e esperar uma ação acontecer, pulando etapas; mas isso não prejudicou, creio, o desenvolvimento do conto.
Parabéns pelo conto.
Olá, Angelo.
Muito agradecido pela leitura. Em verdade, desejava alongar mais, para esclarecer melhor alguns pontos e desenvolver melhor a relação entre Jorge e a Théo, mas talvez assim ultrapassaria os bons limites de um conto.
Obrigado e boas dores!