A casa era interessante, Daniel não podia negar. O garoto ficou deslumbrado com o cenário à sua frente. Nunca tinha visto um lugar assim, desde que nascera, a única paisagem que vira resumia em casas e prédios, diferente daquele lugar. Não achou bonito, porém. O casarão era de madeira e estava velho. Arbustos e espinhos subiam pelas paredes, o portão que fechava a propriedade era de ferro, muito pesado e estava trancado, também velho, ferrugem consumiam-no em vários pontos. O dia findava-se e o crepúsculo contribuiu para a atmosfera ficar ainda mais estranha e causar calafrios em Daniel.
— Onde vocês estavam com a cabeça quando compraram uma coisa dessa? — Daniel mexeu no cadeado e ele simplesmente se abriu, sem que precisasse de chave — Olha isso! Que bagaceira!
— Não reclame sem pelo menos ver a casa, filho. Ela pode até estar suja e malcuidada, mas você vai ver como é bonita por dentro.
O garoto olhou de soslaio para o pai, erguendo uma sobrancelha, como se dissesse “Ahan, estou vendo”.
Cláudio puxou um lado do portão cheio de trepadeiras enroscadas e Daniel puxou o outro. O homem voltou para o carro e Daniel seguiu o resto do caminho a pé, até a entrada da casa. Havia uma pequena escada que dava acesso à grande área do casarão. O chão estava forrado de poeira, deixando as pegadas do garoto. Logo sua madrasta juntou-se a ele, parados diante à porta principal.
— Não vai abrir, Daniel? — Estéfani perguntou, colocando as mãos sobre a barriga protuberante — Anda logo que sua irmã está inquieta, nunca se mexeu tanto como hoje.
Daniel colocou a mão na maçaneta da porta. Uma tontura apoderou-se dele, suas vistas turvaram e seus dedos pareciam ter perdido as forças. A madrasta continuou reclamando e ele finalmente abriu a porta, não estranhou que não estivesse trancada. Ao adentrar à sala, o cenário não melhorou muito, tudo estava empoeirado e cheio de teias de aranha, os móveis estavam cobertos por lençóis tão sujos quanto.
— Me ajude aqui, Daniel — Estéfani tentava limpar um dos sofás.
O garoto ajudou sua madrasta a se deitar e ela esticou-se. O menino pôde ver os ‘nós’ que sua irmãzinha fazia na barriga da mulher.
— E então, filho? — Cláudio entrou carregando uma grande caixa de papelão — O que achou do interior da casa? — Cláudio colocou a caixa no chão e notando a expressão de desânimo no rosto do garoto, continuou falando — Tivemos muita sorte por ter comprado essa mansão. Ela é muito antiga, do século passado acredito eu, e arrematamos por uma ninharia. Depois de lavada e com uns poucos reparos, você vai ver o quanto ela é especial. Me falaram que o antigo proprietário era um grande senhor de terras, possuía vários hectares de lavouras.
Daniel pouco se importava com o passado. Ele não estava nem um pouco satisfeito por deixar sua selva de pedras para ir viver em um buraco inabitado. Mas desde que sua madrasta engravidou, ela colocou na cabeça que iria criar seu filho em um lugar calmo e longe da violência urbana.
— Vamos acender essas velas e lampiões, logo a noite chega, e até que consigamos reparar a eletricidade, vamos ter que nos virar à moda antiga! — Cláudio tinha um sorriso tão satisfeito no rosto que Daniel acabou sentindo pena e ajudando-o a espalhar as velas pela casa. Ao olhar do garoto, aquelas velas grossas e grandes pareciam com as de cemitério, mas ele não disse nada.
Na cozinha havia um pequeno fogão a gás ao lado de uma grande fornalha a lenha. Cláudio o levara na semana anterior para que pudessem se manter até organizarem as coisas. Daniel acendeu a chama e colocou água para ferver, na intenção de preparar macarrão instantâneo para todo mundo. “Belo jantar de boas-vindas”, pensou ele.
Enquanto o garoto colocava o Miojo na água, ouviu um barulho vindo do andar de cima. Ele parou o movimento para não fazer ruídos com as embalagens plásticas e concentrou-se. O barulho repetiu-se. O som era abafado e sincronizado, semelhante a uma batida na porta.
Com o coração acelerado, Daniel subiu a escada, levando consigo uma vela colada no fundo de um prato. No segundo andar havia um longo corredor com várias portas em ambos os lados. A penúltima porta do lado esquerdo estava semiaberta e era de lá que vinha o barulho. Daniel ergueu a vela, iluminando precariamente pela fresta. Não vendo nada, entrou. O barulho parou como se nunca tivesse existido. A cortina da janela esvoaçava-se, soprando um vento leve, mas o suficiente para fazer a chama da vela dançar e causar sombras disformes na parede. Ele caminhou até a cortina, puxou-a, mas a janela estava fechada. Daniel ouviu um grito no andar de baixo, sua madrasta chamava por ele. O garoto saiu apressado do quarto, e no mesmo instante que cruzou a porta, o barulho de batida recomeçou. Ele paralisou, sentiu um arrepio gelado percorrer seu corpo. Outro grito, dessa vez seu pai o chamava.
Daniel desceu a escada e deparou-se com a cozinha tomada por fumaça.
— Pai? — Ele perguntou com a voz trêmula.
— Onde você estava, garoto? — Cláudio abanava um pano, afastando a fumaça — Olha o que você fez! Quase bota fogo na casa.
— Puxa, pai, desculpe — Daniel levou as mãos à cabeça, havia esquecido completamente do macarrão — Eu tinha ido ver do que se tratava aquele barulho.
— Que barulho? — Cláudio colocou a panela, que mais parecia ter carvão dentro, na pia e abriu a torneira.
— O senhor não ouviu?
— Não ouvi nada, Daniel.
— Deixa pra lá, então. Era coisa à toa.
— Vai ajudar Estéfani a arrumar as camas que eu cuido dessa bagunça aqui.
Daniel deu meia-volta e seguiu para onde a madrasta estava, encontrando-a em meio à uma nuvem de poeira.
— Socorre-me aqui com o lençol, filho — Daniel não gostava quando Estéfani o chamava de filho, mas estava tão perturbado pelo barulho, que nem notou, ajudando-a sem reclamar.
Naquela noite, o casal e o garoto dormiram no mesmo quarto, não havia motivos para limpar mais de um cômodo àquela hora por puro capricho. Daniel deitara-se na enorme e antiga cama com a madrasta e o pai em um colchonete no chão. Daniel relutou, mas acabou convencido pelo pai.
No meio da noite Daniel acordou. Olhos arregalados, coração acelerado. O barulho recomeçou. Ele pegou o lampião a bateria que estava ao lado da cama, calçou os chinelos e foi na direção do quarto. A porta estava fechada e ele girou a maçaneta. Estava trancada. Daniel usou mais força e as batidas aumentaram de velocidade. O garoto tremia e suas mãos estavam úmidas, mas ele queria saber o que era aquilo, precisava descobrir, algo dentro dele clamava por isso. Colocou o lampião no chão e empurrou a porta com as duas mãos. Ela abriu e ele cambaleou para dentro. Pegou o lampião erguendo-o. O quarto estava exatamente do mesmo jeito que o deixara. A cortina ainda balançava, mesmo com a janela fechada.
No canto havia uma cama de solteiro coberta por um mosqueteiro cheio de teias de aranha. Daniel seguiu o barulho, parando em frente a um armário de madeira de duas portas. Apesar de antigo, parecia bem conservado e isento de poeira. Devagar, ele ergueu a mão e tocou na chave. Um grito estridente penetrou fundo em sua cabeça, fazendo-o deixar o lampião cair. Daniel agachou-se, tapando os ouvidos e fechando os olhos, gritando. O garoto sentiu quando uma mão agarrou seu ombro.
— O que está fazendo aqui, filho? — Daniel sobressaltou-se e chorou ao ver o pai. Cláudio o abraçou e voltaram para o quarto.
Daniel sentiu vergonha e pediu desculpas ao pai por ter quebrado seu lampião. Deitou-se novamente ao lado da madrasta e não entendia por que o pai não ouviu as batidas e nem um grito tão alto quanto aquele.
***
O dia seguinte foi cheio. Cláudio e Estéfani arrancaram todos os lençóis que protegiam os velhos móveis da casa, jogando água e limpando. A parte do trabalho de Estéfani não rendia muito, já que ela parava a todo momento para se deitar um pouco. Seu bebê que sempre fora tranquilo, agora parecia dançar balé em seu ventre. Daniel ajudava como podia, sempre obediente às ordens dos dois. Desde o incidente, ele não ouviu mais nada, porém, isso não significava que ele havia se esquecido.
Na hora do almoço, que não passou de mais macarrão, Cláudio contou-lhe que iria à cidade levar Estéfani ao médico, pois estava preocupado com ela e o bebê, mas voltaria antes do anoitecer.
— Não posso ir junto? — Daniel perguntou, mesmo já sabendo a resposta.
— Poder você pode, mas não seria melhor ficar e acabar de limpar pelo menos o andar de cima para que a gente possa dormir melhor esta noite? — Daniel meneou a cabeça concordando. Quando era pequeno, passou a ter crises de sonambulismo depois da morte da mãe. Cláudio associou o episódio passado sendo a volta deste mal noturno, acreditando que Daniel estava com dificuldades psicológicas para aceitar a nova casa e também a irmã que não demoraria a chegar.
Assim que o pai e a madrasta partiram, Daniel se viu sozinho e começou a entrar em pânico. Deveria limpar tudo antes deles voltarem, mas estava com medo de entrar naquele quarto. Ele não sabia explicar o motivo, só sabia que sentia uma força muito forte quando estava lá.
Ele recomeçou a faxina pelo quarto onde passaram a noite. Arrumou a cama, colocou o colchonete que o pai dormiu sobre ela e jogou um balde de água no chão. O esforço físico ajudou a espairecer sua mente. Ele cantava distraído quando escutou batidas na madeira. Ele parou instantaneamente, segurando o cabo do rodo com força. O toc-toc ficou mais forte e ele desceu a escada quando percebeu que o barulho, desta vez, vinha do andar de baixo. Alguém batia à porta. Ele sorriu e respirou aliviado. Até que o sorriso desapareceu ao lembrar-se de que estava sozinho em um lugar estranho.
De todo modo, resolveu abrir a porta ao perceber que o visitante não desistiria. O homem que chamava era baixo, seus cabelos eram brancos e crescidos até a altura das orelhas. A barba estava longa e amarelada. Usava óculos de lentes grossas e seu nariz era grande e as narinas largas. Daniel pensou ter voltado no tempo quando reparou nas roupas do velho. Ele usava uma camisa preta, calça social e um suspensório marrom que evidenciava sua barriga saliente.
— Olá, meu jovem! — O senhor disse em tom amigável e simpático. Daniel afrouxou a pressão que exercia no cabo do rodo, relaxando um pouco — Seja bem-vindo em nossas redondezas!
— Obrigado.
— Eu sou o Zé Pequeno — O velho sorriu e Daniel esforçou-se para conter uma careta ao ver os dentes, ou melhor, os pedaços de dentes podres, pretos e malcheirosos — E você é quem?
— Daniel Escobar — Daniel apertou sua mão e logo a puxou de volta, ansioso para deixar de tocar na pele áspera e fria do homem.
— Não vai me convidar para entrar?
— É que meus pais não estão…
— Não tem problema — O velho empurrou Daniel para o lado e entrou — Imaginei como estava a situação aqui e resolvi trazer um agrado para meus novos vizinhos — Zé Pequeno entregou um embrulho que trazia debaixo do braço para o garoto.
Daniel pegou a caixa e abriu-a. Havia um pão caseiro de queijo que fez sua boca salivar.
— Obrigado — Ele sorriu sem ser preciso forçar, estava farto de macarrão.
— Por nada, menino — Zé sentou-se na poltrona, agora limpa e olhou ao redor, passando a mão gorda pela barba amarelada — Onde estão seus pais?
— Eles precisaram sair, mas logo estarão de volta — Daniel não gostou como o velho olhou para ele passando a língua fétida pelo lábio ressequido.
— Entendo. E te deixaram sozinho?
— Só por um instante, não vão demorar — O coração de Daniel estava acelerado, ele definitivamente não estava gostando do papo. O cheiro que exalava do pão era tentador, ao mesmo tempo que misturava-se ao cheiro do velho e causava ânsias.
— Você pode me dar um copo de água, menino?
— Claro.
Daniel deu a volta para não passar perto do visitante, abraçado à caixa de papelão e foi para a cozinha. Colocou o pacote sobre o fogão e pegou um copo. Encheu-o com água da pia e virou-se, dando de cara com o velho. Daniel assustou-se e deixou o copo cair. Por um segundo ficaram se encarando, a poucos centímetros um do outro. Daniel ouvia e sentia a respiração pesada do velho, quando ele sorriu mostrando a podridão de sua boca. Daniel agachou-se para juntar os cacos de vidro estilhaçados.
— Desculpe, não queria te assustar — Zé sorria.
— Tudo bem.
Abrindo bem as pernas para encaixar a barriga pesada, o velho agachou-se para ajudar Daniel a juntar os cacos.
— Não precisa, senhor. Eu arrumo isso — Daniel afastou sua mão do contato com a de Zé.
— Te ajudo, garoto — O velho falou grosso, olhando nos olhos do menino e segurando seu pulso com força — Será um prazer — O velho sorriu.
Daniel se levantou, puxando de volta a mão, cortando o dedo no vidro. Suas pernas tremiam e teimavam em desobedecê-lo, ficando estáticas no mesmo lugar. Zé Pequeno jogou os cacos de volta no chão e caminhou a passos rápidos até Daniel, agarrando-o num abraço apertado. O garoto permaneceu com os braços pendidos ao lodo do corpo, os olhos abertos, apavorados, quando ouviu o barulho novamente. Dessa vez não era da porta da frente, dessa vez vinha do andar de cima.
O velho afrouxou o abraço e fincou os dedos em seus ombros.
— Vamos comigo até minha morada, lá tenho mais pães, bolo de chocolate, balas…
— Não! — Daniel gritou, não desviando seu olhar do velho. O som de batidas ficou mais rápido e intenso. O sorriso sumiu dos lábios de Zé e a todo momento ele olhava para a escada enquanto suor pingava de sua fronte. Ele soltou Daniel.
— Eu vou te esperar, garoto. Sei que vai até mim. Todos acabam indo.
O velho correu para a porta de saída.
***
Depois de lavar todo o segundo andar, com exceção do quarto do barulho que ele não conseguiu abrir, Daniel foi caminhar um pouco. Sentia-se cansado, sua mente parecia prestes a explodir, não sabia se chorava ou se gritava, achava que estava enlouquecendo. Precisava respirar ar puro, aproveitar que estava numa fazenda, correr livre pelo pasto verde. Daniel correu até sentir que toda sua roupa encharcara-se de suor. O sol escondia-se em meio as nuvens que se ajuntavam, anunciando chuva mais tarde.
O garoto desceu uma pequena ladeira, onde descobriu um campo florido e também um lago. Os olhos do menino brilharam. Com alegria e euforia, ele não pensou duas vezes ao tirar a roupa e se jogar de cueca na água. A temperatura estava ótima e ele pôde se refrescar e nadar livremente.
Um vento intenso começou a soprar, assobiando e levantando poeira. Daniel olhou ao redor e as nuvens juntavam-se cada vez mais rápido. Ao longe ele viu relâmpagos cortando o céu. Resolveu que seria melhor deixar a água, mas quando tentou sair, sentiu alguma coisa enroscada em seu tornozelo. Nadou com força para cima, mas foi puxado para debaixo das águas. Ele só teve tempo de prender a respiração quando afundou. Ali estava escuro e ele não conseguia enxergar nada. Daniel chutou, puxando determinado o pé, porém estava preso. Bolhas escapavam de sua boca. Sentia seu pulmão ardendo, clamando por ar fresco. Ele curvou-se, levando as mãos até o tornozelo e agarrou alguma coisa fria e pegajosa, puxou. Sentiu um ardor muito grande em volta de seu pé, entretanto conseguiu se soltar e emergiu. Respirou com pressa e necessidade, não sem antes engolir grandes porções de água e sentir seu nariz ferido por dentro. Antes de correr, ele viu uma luz brilhando no fundo do lago.
Daniel empurrou a porta de entrada que balançava com o vento. Sentia frio, precisava de roupas secas. Já era noite e chegava um temporal. Preocupou-se com seu pai. Foi à cozinha e viu o pacote que o velho lhe dera sobre o fogão, sentiu fome, abriu-a. Daniel assustou-se e jogou a caixa no chão, de onde saiu várias baratas e larvas contorcendo-se. Perdeu o apetite. Pegou uma lanterna e subiu a escada devagar. Ao passar em frente a porta do quarto das batidas, ela se abriu, rangendo lentamente. Daniel parou. Tentara o dia todo abri-la e agora ela se abre sozinha. Não pôde evitar e entrou. O toc-toc recomeçou. Ele respirou fundo tentando controlar seus batimentos cardíacos para que seu coração não saísse pela boca e apontou o foco da lanterna em várias direções. O vento assobiava forte e a janela de madeira balançava em seu umbral. Daniel parou encarando o armário, segurou a lanterna perto do rosto apontando para a frente e abriu a porta.
As batidas vinham de uma menina vestida de camisola branca, cabelos longos e negros, batendo repetidamente a cabeça no fundo do armário. Daniel sentiu a boca seca e seu estômago embrulhou.
— O-ooi — Ele falou, com a voz trêmula.
A garota tinha as duas mãos sujas, apoiadas no armário e batia violentamente a testa entre elas.
— Oi, por favor — A cada palavra de Daniel, ela aumentava a intensidade das batidas. Daniel jogou o foco da lanterna na direção de seu rosto e ela virou a cabeça para ele, gritando. Seus olhos eram negros e a pele muito pálida. Havia um corte profundo em sua fronte, por onde escorria sangue.
Daniel assustou e se afastou, caminhando de costas até bater na cama e cair sentado nela. A lanterna tremia em suas mãos. O grito da garota penetrava fundo em sua mente. A menina correu sem que seus pés tocassem o chão, em direção a Daniel. Ele levou os joelhos até o peito e cerrou os dentes. A marca em seu tornozelo ardia e a menina chegou rápido, ele fechou os olhos e ela transpassou-o e se desfez como fumaça. Ele perdeu a consciência.
***
Quando abriu os olhos, Daniel viu-se no meio do vento forte, as primeiras gotas da chuva machucavam sua pele e estava escuro. Levantou-se e viu a luz de uma cabana. Encontrava-se numa plantação de capim alto e as folhas ásperas cortavam-lhe os braços. Não se lembra como fora parar ali, mas os trovões o fizeram correr. Não na direção da cabana, estava com medo, mas em sentido contrário. Não correu muito até ser agarrado pelas pernas e cair com a cara no chão.
— Que bom que você veio! — Zé Pequeno arrastou-o até sua morada.
A porta da frente abriu-se violentamente e o vento derrubou várias coisas que haviam na sala pequena e de chão batido.
— Me solta, seu velho imundo! — Apesar do esforço de Daniel, ele era apenas um moleque franzino. Acabou jogado no chão, batendo a cabeça e desacordado.
***
Daniel acordou no chão de um quarto que cheirava a mijo e a cigarro. Suas mãos estavam amarradas e sentia uma dor latente vinda da marca em seu tornozelo. A chuva caía pesada e relâmpagos eram frequentes.
— Olha, vejamos quem acordou! — Zé Pequeno estava sentado num sofá velho e bolorento com uma faca nas mãos.
— Me solta, por favor — Daniel começou a chorar e se perguntava onde estaria seu pai.
— Nada disso — O velho levantou-se e sentou-se sobre o garoto com uma perna gorda e pesada de cada lado. Ele cortou a roupa do menino, que chorava, gritava e debatia-se — Se não ficar quieto, vou te cortar com minha faca.
Foi quando o grito estridente ecoou pela cabana. Pela primeira vez, Daniel não sentiu medo. A porta da cabana não só abriu, como foi arrancada de seu umbral. Junto com o vento e a chuva, a menina de tez pálida entrou. Seus cabelos estavam jogados no rosto sangrento e ela rosnava feito um animal feroz.
Daniel viu a expressão de Zé Pequeno se transformar, e ele levantou-se rapidamente.
— Seu pequeno monstro! Como conseguiu fugir e chegar aqui? Você jamais me seguiu!
O velho virou-se, pronto para correr, mas a menina foi mais rápida e pulou sobre suas costas. Zé arremeteu-se contra as paredes, tentando em vão, desfazer-se da menina. O grito ficou mais forte e o velho caiu de joelhos no chão. Ela saltou para perto dele e calou-se. O velho ergueu o olhar para ela e seus olhos negros o fitaram.
Zé Pequeno não conseguiu dizer mais nada, porque suas próprias mãos armadas ergueram-se e ele viu a ponta da faca chegando cada vez mais perto do seu rosto; ele gritou apavorado quando a lâmina deslizou lentamente do seu olho esquerdo para dentro do crânio, até que seu cérebro entrasse em colapso e ele caísse inerte no chão.
Daniel se sentou e a menina voltou-se em sua direção. Ele olhou-a sem encarar diretamente seus olhos e meneou a cabeça em sinal afirmativo. A menina foi perdendo ainda mais a cor, ficando transparente, até desaparecer.
Daniel deixou-se guiar pelo forte instinto e voltou para casa. A chuva transformara-se em um chuvisco fino e constante. A marca no tornozelo já não mais doía.
Pouco tempo depois, Cláudio entrou apressado pela porta, encontrando o filho dormindo no sofá da sala.
— Daniel? Você está bem? — Cláudio estava molhado e frio.
— Sim, pai. Por que demorou tanto?
— Desculpe, filho. Sei que deve ter sentido medo, mas a chuva derrubou a ponte e eu tive que voltar a pé.
***
Uma semana depois, Cláudio chegou acompanhado de Estéfani e Daniel sorriu ao conhecer a irmãzinha de cabelos negros e olhos de jabuticaba. Daniel viu também que o pai levara um jornal, e sentiu-se aliviado ao ler a notícia de que encontraram um corpo semi-decomposto em uma cabana.
Dias depois, policiais bateram à porta deles, fazendo perguntas.
— O sujeito morto era vizinho de vocês. Nunca o viram? — O policial fardado e seu ajudante tomavam nota de tudo.
— Não, senhor. Quem era ele? E o que aconteceu? — Cláudio questionou, sem notar que Daniel escondeu-se no topo da escada, escutando tudo.
— Investigando a morte dele, acabamos descobrindo que há muitos anos, ele havia matado duas crianças aqui nesta casa e jogado o corpo de uma no lago e amarrado a outra no armário, ferida ela acabou morrendo.
Cláudio fez o sinal da Cruz.
— E por que esse sujeito estava solto?
— Na verdade ele ficou preso por oito anos, mas acabou fugindo. A suspeita é de que ele tenha feito mais vítimas em outros lugares. Ele ficou foragido por quase trinta anos e acabou voltando para cá, onde tudo começou.
— E quem matou ele?
— Na verdade nem parece que foi assassinato, tá mais para um surto e o sujeito acabou suicidando-se — O policial levantou-se e agradeceu Cláudio pela conversa. O caso estava encerrado.
***
Com tudo limpo e arrumado, Daniel passou a adorar sua nova residência. Daquela estranha noite, apenas restou uma cicatriz avermelhada em volta de seu tornozelo. Conheceu vizinhos e fez novas amizades. Assim que sua irmã teve idade suficiente, passou a acompanhar Daniel para nadar no lago. Ela ficava encantada quando mergulhava e via uma luz brilhante lá no fundo.
Ótimo conto, a leitura flui bem e a história é bem criativa e desenvolvida.
Acredito destinar-se ao público juvenil, tem um lado bastante assustador (imaginei em um filme), fiquei aflita com o pavor de Daniel, que chegou e pegou, não foi se arrastando – gosto disso.
Só não curti o nome do velho. Zé Pequeno me lembrou o menino de Cidade de Deus, mas nada que tenha atrapalhado.
Desejo boa sorte!
Conto com ambientação clássica. Achei meio estranho o sujeito levar a mulher grávida pro meio do nada, com ela prestes a dar a luz. A descrição da nova casa foi ótima, dá pra sentir a velhice, o abandono do local. Entretanto, o que se sucedeu foi uma sucessão de coisas que já vimos antes, sem nenhum diferencial, na minha opinião. Os barulhos, o espírito vingativo, o velho que quando surge já sabemos que se trata de um antagonista. Elementos que podem ser usados, mas é necessário ter ao menos um detalhezinho que faça uma diferença. Eu trocaria os nomes dos personagens, pois eles não combinaram de maneira alguma. Você escreve bacana, meu caro, mas é necessário mais treinamento na hora de construir a a história. Ela aqui não é ruim, mas não teve um plus que a tornasse memorável.
Olá autor,
Bom conto. A linguagem é simples e direta, fazendo da leitura fácil. Alguns dos clichês de histórias deste gênero estão no conto, mas não atrapalham.
Quanto a narrativa, me pareceu corrida em alguns momentos. Algumas partes careciam de uma descrição mais detida, de modo a explicar e aumentar a tensão do leitor, mas não é isso que ocorre, o que faz a história passar rapidamente.
Apesar de algumas coisas retirarem a verossimilhança ( A criança indo, curiosa, rumo ao perigo iminente, sem sequer pestanejar), o conto é interessante e tem um final diferente.
Grande abraço.
Olá, entrecontista. Para este desafio me importa que o autor consiga escrever uma boa história enquanto em bom uso dos elementos de suspense e terror. Significa dizer que, para além de estar dentro do tema, o conto tem que ser escrito em amplo domínio da língua portuguesa e em uma boa condução da narrativa. Espero que o meu comentário sirva como uma crítica construtiva. Boa sorte!
Esta é uma história de vingança que não é trazida na perspectiva da vingadora. Aqui, a opção de protagonista é o jovem Daniel que acaba de se mudar, no qual o autor investiu em demonstrar um rapaz deslocado, tirado do seu habitat natural e, depois, abandonado às manifestações sobrenaturais da casa. Mesmo com o valor informativo dos primeiros parágrafos, penso que a parte com o pai e a madrasta poderiam ter sido dispensadas e simplesmente resumidas como reflexões temerosas de Daniel, já na tarefa de limpar a casa.
Na verdade, devo dizer que o conto se desenrola com muita rapidez, com a aparição estranha de Zé Pequeno – aqui aparecendo somente como antagonista, personificando o horror da pedofilia -, o pulo no rio e o encontro com a fantasma. De repente, o personagem está a mercê de Zé, novamente, e temos a cena em que a fantasma consuma sua vingança, salvando Daniel bem a tempo.
Sobre a velocidade da trama, é ótimo que a leitura flua, mas aqui foi um tanto custoso, uma vez que atropelou a coerência, como o fato de Daniel sair para tomar banho de rio logo depois de quase ser abusado. Além do mais, não há tempo para explorar o histórico criminal de Zé Pequeno, que é rapidamente repassado pelos policiais que chegam depois. Então, quando a menina aparece e coloca um fim no estuprador, sabemos que a história dela tem relação com ele, mas não há um impacto e a menção que vem depois ainda não traz peso à vingança, uma vez que ela ficou reduzida a mais uma de suas vítimas. Percebe-se que, como tudo foi no ponto de vista de Daniel, ele também não sabia mais nada disso. Por isso que talvez fosse interessante colocar mais momentos com a menina, em que ele pudesse de alguma forma compreendê-la.
O autor poderia ter levado mais tempo para construir suas personagens, cortando os momentos dos pais, que não contribuíram muito, além daquele momento final que serve como um “vivendo felizes para sempre”. O problema não é o final feliz, mas sua função é tão explícita que tira a graça que seria ver o próprio Daniel anos depois, no rio mais a irmã.
=====TRAMA=====
Essa história tem uma premissa bem clichê – a da garota que morreu em sofrimento e agora busca por vingança. A descrição visual dela é mesmo extremamente parecida com a da famosa Samara, com uma história de fundo similar. Uma das irmãs no conto, inclusive, morreu no fundo de um lago, quase mimetizando a morte no poço da garota Do Chamado.
Mas, quando os clichês são afastados, dá para notar uma história bem construída e original. O seu enredo foi bem trabalhado, com motivações claras, um vilão bem definido e um clímax interessante. A ambientação também foi bem construída.
Não há muito o que dizer sobre a sua história. Ela é linear, não impressiona muito mas também não faz o leitor dormir. Em outras palavras: é uma boa leitura, daquelas que te divertem.
Só um detalhe: a escolha de “Zé Pequeno” como nome para o pedófilo foi bem infeliz. Esse nome já faz parte do “inconsciente” brasileiro e está ligado a um personagem até engraçado, e que nada tem a ver com o que você quis passar aqui.
=====TÉCNICA=====
Dá para notar que você já está acostumado(a) a escrever, e que está trilhando o caminho na direção da excelência. Sua técnica é boa, com descrições simples e objetivas. Acho que você está na fase agora de começar a trabalhar melhor as suas frases, já que algumas são muito simplórias ou mesmo cruas. Segue algumas notas que fiz sobre a sua técnica:
1) Você repete muitos “Daniel” e “ele” durante o texto. Note o parágrafo abaixo e a quantidade de “ele” e “ela” que é repetida:
“Ele recomeçou a faxina pelo quarto onde passaram a noite. Arrumou a cama, colocou o colchonete que o pai dormiu sobre ela e jogou um balde de água no chão. O esforço físico ajudou a espairecer sua mente. Ele cantava distraído quando escutou batidas na madeira. Ele parou instantaneamente, segurando o cabo do rodo com força…”
Muitos destes “ele” poderiam simplesmente sumir, ajudando a fluidez da leitura. O mesmo se dá com os “Daniel” espalhados pelo texto.
2) A frase abaixo está confusa demais:
“…o portão que fechava a propriedade era de ferro, muito pesado e estava trancado, também velho, ferrugem consumiam-no em vários pontos…”
Acontece às vezes, quando intercalamos várias ideias em uma mesma frase, apenas separando-as por vírgula. Uma sugestão de melhoria, que deixaria a frase mais clara, seria:
“…o portão que fechava a propriedade era de ferro e estava trancado. Parecia muito pesado, e a ferrugem que o consumia em diversos pontos sugeria que era tão velho quanto a própria casa….”
3) Algumas descrições foram muito simplórias, como citei acima. Por exemplo:
“Ele não sabia explicar o motivo, só sabia que sentia uma força muito forte quando estava lá.” – Uma força muito forte? Vamos trabalhar isso aí!
“Daniel deixou-se guiar pelo forte instinto e voltou para casa…” – forte instinto? Ele voltou pra casa por instinto? Ficou estranho… dava pra trabalhar melhor.
3) Há uma série de erros de concordância e de digitação que sugerem que o conto precisa de algumas revisões extras. tenho certeza que os colegas nos comentários (COF COF, FABIO BAPTISTA, COF COF) já apontaram estes problemas.
4) Muitas das suas cenas são bastante visuais e mimetizam muito as cenas clássicas de filmes de terror. Por exemplo, quando Daniel encontra a garota dentro do armário batendo a cabeça na parede, então ela vira para gritando e voa até ele, sumindo no ar como pó. É uma cena típica de filme de terror, mas em um texto ela é visual demais. Não funciona tão bem. No filme, a imagem da garota batendo a cabeça gera tensão, junto com o som que as batidas causam. Ao girar a cabeça e gritar, geralmente uma música de espanto entra em cena, o que faz o espectador pular na cadeira. Finalmente, ao sumir no ar como pó, o filme meio que se destaca pelos efeitos 3D. Um texto pede uma densidade maior. O leitor quer ver o que Daniel vê; sentir o que ele sente; saber o que ele pensa. Quem é a garota? Ela se parece com alguém que ele conhece? Quais as características dela que mais o assustam? Enfim… em um texto, dá para trabalhar muita coisa que o cinema nunca vai conseguir trabalhar.
Prezado entrecontista: a meu ver, o seu conto levou azar de ficar tão próximo a outro com ambientação muito similar – a velha casa abandonada. Além disso, mais uma história com Daniel e é estranho para mim ver de novo meu nome em personagens… quase quando alguém chama na rua e eu me viro, mesmo que seja outro Daniel. Bom, deixando de lado as divagações, o seu texto tem uma pegada infanto-juvenil ou Young Adult (o que não é demérito, ao contrário, é foco em público determinado). Eu só acho que, tecnicamente, você fez uma salada dos ingredientes do terror para adolescentes e construiu uma narrativa muito própria, ainda que não feita para mim. Boa sorte no desafio.
Boa noite! Tem um filme que gosto muito chamado Ilusões Perigosas, nele (um tanto de spoilers) um professor passa a investigar estranhos fenômenos numa casa e percebe que os moradores são mais do que parecem ser. Seu conto acabou me lembrando porque envolve espíritos e, no filme, a irmã do professor morre afogada e vive reaparecendo. A cena em que um dos espíritos no lago o segura me fez lembrar dele.
Mas voltando ao conto, trata-se de outro (na sequência, até) que envolve família se mudando pra casa nova e com eventos estranhos acontecendo, além dos vizinhos suspeitos. A narrativa é bastante fluida, muito legal ter lembrado da energia, que ainda não tinha sido instalada, dando maior realismo ao texto. Outros detalhes, como quando dormiram ou ter mostrado a gravidez da madrasta, sem ter dito com todas as palavras, também ajudaram nisso. Só que o final foi muito explicado, meio que contando sobre o espírito das meninas, não deixando muito pro leitor. Senti a falta de um pouco mais de profundidade nas personagens.
Olá,
Bem legal seu conto. Gostei, particularmente, por causa do personagem do velho (que, se eu fosse você, mudaria o nome, Zé Pequeno remete muito ao personagem do Cidade de Deus e esse que você criou definitivamente é outra pessoa). Ele ficou bem desenvolvido e suas ações nas cenas deram um destaque ao terror no conto.
Você tem um estilo bacana de narrativa. É fluida e algumas descrições grudam na nossa cabeça como chiclete.
Porém (tem sempre que ter um), acho que você poderia, em uma revisão cortar diversos trechos em que há frases com certa redundância, por exemplo: “Suas pernas tremiam e teimavam em desobedecê-lo, ficando estáticas no mesmo lugar.”
Achei estranha a reação de Daniel de voltar a limpar a casa e depois sair para fazer uma corrida e dar um mergulho, logo depois de quase ser atacado por um velho estanho e fedorento. Se isso acontece com alguém, acho que a pessoa entraria num estado de choque, ou sei lá. Pareceu que ele agiu como se nada tivesse acontecido.
Falando novamente do velho, a figura dele trouxe muito mais a sensação de terror que os fantasmas das meninas. Talvez, se você tiver a pretensão de reescrever seu conto, você pudesse trabalhar mais a participação dele na trama (minha opinião).
Uma última coisa que não me convenceu foi o corte de cena, da perda de consciência do garoto até ele acordar perto da casa do velho. Lógico que podemos supor diversas explicações para isso, mas a forma como isso foi apresentado me pareceu oportuno demais e não senti que ficou natural.
No final temos uma reviravolta bacana, com a menina assassinada salvando Daniel e reencarnando? em sua irmã, além de um toque “e viveram felizes para sempre” para fechar o enredo.
Parabéns!
Um texto ingênuo, que mostra um escritor em formação. A construção narrativa é competente, com causas e consequências bem definidas. Os personagens, contudo, são planos e esquemáticos. Não há muitos conflitos na trama, que no mais se desenrola sem obstáculos, de maneira linear. O suspense é bem construído, mas o conto não chega a assustar. Lembra mais os típicos filmes adolescentes dessa temática. De todo modo, estou seguro de que o autor tem potencial e que em breve, com um tantinho mais de prática, de leitura e escrita, estará nos surpreendendo positivamente. Boa sorte no caminho!
O conto é interessante, com uma história que vai se construindo aos poucos. A atmosfera sombria gera um desconforto em quem lê. Os horrores são múltiplos e eles se combinam muito bem. Acho que essa é a grande sacada. O velho em si e os fantasmas em si não são tão assustadores, mas, combinados, e com as histórias interligadas, cria-se um efeito bastante interessante. A única coisa que me incomodou foram os diálogos. Em diversos momentos, eles soaram um pouco irreais. Acho que os personagens poderiam falar de forma mais natural para dar mais veracidade à história. Dá forma que foi construído, pareceu um pouco robótico.
Mordred, a ideia do enredo é boa, porém carece de ajustes na sua execução. Achei o texto um tanto explicadinho, como no parágrafo que o pai explica ao filho que a mansão é muito antiga, do século passado, que foi arrematada por uma ninharia, que o antigo proprietário era um grande senhor de terras, possuía vários hectares de lavouras, ou seja, o diálogo tem a função de justificar ao leitor o motivo da compra, não soa natural. Também na passagem em que Daniel recebe o visitante e o narrador descreve o personagem na sequência, até as roupas, muito descritivo, o interessante seria inserir as descrições dos personagens, se forem interessantes à trama, aos poucos, e não jogar tudo de uma só vez, como bula de remédio. Achei estranha a frase: “Foi à cozinha e viu o pacote que o velho lhe dera sobre o fogão, sentiu fome, abriu-a. Daniel assustou-se e jogou a caixa no chão, de onde saiu várias baratas e larvas contorcendo-se. Perdeu o apetite. Pegou uma lanterna e subiu a escada devagar”. Ele se deu conta do que havia no pacote, baratas e larvas, e depois foi fazer outra coisa, não foi demonstrado o impacto da surpresa negativa ou os questionamentos a respeito do motivo do velho ter lhe dado tal caixa. Citei apenas alguns exemplos, o texto merece uma reescrita, levando-se em conta os apontamentos dos leitores aqui no desafio, afinal o objetivo desse laboratório é exatamente aprimorar a nossa escrita. Abçs.
Olá, Mordred. Gostei deste nome.
Seu conto me lembrou o filme Horror em Amityville. A ambientação é muito parecida com a do filme. Casa antiga, lago, barulhos, quartos onde aconteceram crimes, e o filme Poltergeist por conta dos vermes na comida. O conto não é atropelado, as coisas vão acontecendo e a expectativa vai aumentando a cada lance. O barulho lá em cima, o vizinho perigoso, uma mão que agarra o menino no lago. Acho legal construir um clima ao invés de simplesmente jogar os personagens num cenário (monstros, demônios, gatos, seja o que for) junto com o protagonista, e dizer para o leitor: agora vc vai sentir medo. O seu conto foi um dos poucos que soube construir o mistério para só depois introduzir as revelações.
Da parte não muito boa, como já foi dito aqui, o conto tem muitas palavras repetidas, como o nome Daniel, por exemplo. O texto tem uma cara de obra de escritor inexperiente, as soluções não são as melhores e o final é fofo. Se quer um conselho para a sua vida, aprenda que contos de terror nunca podem dar algum alívio ao leitor e, principalmente aos personagens. Um final fofo tira boa parte do medo que vc trabalhou criar. Tira o impacto do conto. Trabalha contra.
A parte dramática ficou tranquila e o terror estava espalhado por todo o conto.
Não foi um primor de escrita, mas cumpriu aquilo que o desafio propunha.
Felicidades.
Iolanda.
A história – Família se muda para uma casa antiga casa e o garoto, sozinho, tem de enfrentar um assassino. É interessante como histórias de terror trabalham a solidão infantil. Um elemento sobrenatural (lembrei da Samara de “O Chamado”) completa a trama.
A escrita – O autor possui uma boa técnica, as cenas mais detalhadas prenderam a minha atenção. Lidar com clichês é difícil, o que foi bem-feito no texto. No entanto, o conto parece apressado, deixando algumas pontas soltas – a luz no fundo do lago, o que aconteceu com a mãe de Daniel. A relação dele com a madrasta muda rapidamente também, enfim, foi difícil acompanhar tantos fragmentos. Acredito que uma revisão que traga luz para esses momentos transformaria um bom conto em excelente.
A impressão – O que era a luz no fundo do lago? Parabéns e boa sorte no desafio.
Escrita: É boa. Direta e dinâmica; às vezes dinâmica demais e isso acabou que repetiu muito o nome do personagem, o pronome “ele” apareceu em demasia, mas creio que esse seja um problema meu mesmo e não defeito do autor.
Terror: É um conto de terror feito em cima daquilo que vemos aos montes. Casa sinistra no campo, velho e criança assustadores. Eu até gosto desses elementos, frequentemente a criança e o velhos são associados à pureza, bondade e coisas boas. Quando um filme ou conto os coloca como algo ruim, nosso cérebro sofre um pequeno choque em nosso subconsciente, gerando o medo. Isso ocorre com outras coisas como músicas infantis macabras, bonecos assustadores como a Annabelle e outros elementos infantis. só achei que você não trouxe nada de novo. Isso me decepcionou. Ainda há o fato de ser uma daquelas tramas que precisam da coragem absurda de uma criança para avançar e o enredo se desenvolver. Um barulho no meio da noite numa casa sinistra e lá vai o corajoso encarar a assombração.Eu, particularmente, acho que é um recurso preguiçoso. Daria para criar algo diferente para fazer a trama seguir em frente. O próprio Daniel carece de um pouco mais de carisma.
“Onde vocês estavam com a cabeça quando compraram uma coisa dessa?” – Eu tenho 30 anos e até hoje se eu falar assim com o meu pai a porrada come na minha nuca. hehe.
Língua Portuguesa: É boa. Necessita de uma revisãozinha. Nada que estrague a obra. Eu comecei anotando algumas coisas como crases faltando e vírgulas mal colocadas, mas nada que truncou o texto, por isso nem vou citar.
Nível de interesse durante a leitura: Completo. O texto prendeu minha atenção até o final.
Veredito: Apenar de tantos clichês e de um enredo batido eu gostei bastante. Gostei mesmo e não sei por quê. Talvez seja por que foi tudo muito bem ambientado e bem construído. As cenas são boas, embora o final tenha sido docinho demais. Olha, não sei mesmo; mas o fato foi que eu gostei.
Olá autor(a)
Gostei muito do seu conto. Sua escrita eh rápida, agil e gostosa de ser acompanhada. Vc permite que o ato de escrever não seja um entrave para a compreensão do texto.
O tema escolhido por vc eh o velho tema da casa mal assombrada, com meninas de branco aparecendo. Isso já virou um estigma do terror, maas gostei de como vc deu suspense as suas cenas e especialmente,quase que supreendetentemente, conseguiu arrumar um final feliz e poético. Deu para perceber que vc sabe escrever. Não sei se terror eh a sua praia…Mas que vc sabe…sabe.
Olá! Segue abaixo o resultado da Leitura Crítica feita por mim em seu texto, com o genuíno intuito de contribuir com sua caminhada neste árduo, porém prazeroso, mundo da escrita:
GRAMÁTICA (1,5 pts) –> Sim, escrever é a arte de cortar palavras… E sem se esquecer de cuidar das que foram poupadas! Ou seja, uma boa e atenciosa revisão é FUNDAMENTAL em um texto — e não apenas para este quesito —, ainda mais em um trabalho que estará concorrendo com os de outros escritores… Por isso, recomendo entregar este texto a algum revisor para que, identificando e ressaltando os erros, lhe mostre onde deverá tomar mais cuidado durante a construção de seu próximo trabalho. Deixando o texto mais ‘clean’, a leitura irá fluir melhor e os leitores conseguirão se sentir mais próximos da história e das personagens.
CRIATIVIDADE (2 pts) –> Este é, sem a menor sombra de dúvida, o quesito MAIS IMPORTANTE de todos (e consequentemente possuidor do maior peso em sua nota final)… Realmente, a utilização de clichês não traz inovação aos textos e, somada a escolhas também não acertadas no que tange os nomes das personagens, o resultado fica aquém do desejado. Nada que melhores escolhas futuramente não resolvam estas problemáticas aqui apontadas.
ADEQUAÇÃO ao tema “Terror” (0,5 pt) –> Como estamos em um Desafio TEMÁTICO, não tem como avaliar sua obra sem levar em consideração este “pequeno” detalhe, rs! Assim sendo, mesmo eu o tendo valorizado apenas com meio ponto, ao final do somatório isso poderá representar a presença (ou não) de seu trabalho lá no pódio. Com relação a isso, o trabalho atendeu ao pedido.
EMOÇÃO (1 pt) –> Beleza! Gramática (e revisão!), criatividade (enredo), adequação ao tema… Tudo isso é importante para um bom texto. Mas, mesmo se todos os demais quesitos estiverem brilhantemente executados, e o conto não mexer de alguma forma com o leitor, ou seja, não emocioná-lo, o trabalho não estará perfeito… Claro que os problemas previamente apontados nos quesitos Revisão e Criatividade irão acabar influenciando este aqui também, principalmente com relação a escolha da utilização dos clichês (também nos nomes das personagens). Não consegui fazer a projeção necessária neste texto, capaz de me sentir satisfeito com a leitura e, infelizmente, curtir a proposta do autor. Talvez em uma próxima oportunidade!
ENREDO –> Bem batido. Não me agradou. Mas ficou clara a capacidade do autor (ou autora) de escrever e, caso atente-se às dicas aqui deixadas pelos demais colegas, executar trabalhos memoravelmente positivos. Siga firme! 😉
Parabéns e boa sorte no Desafio!
Paz e Bem!
Nota Máxima = 5,0
Sua Nota = 0,5 + 0,2 + 0,5 + 0,1 = 1,3
Olá Mordred. Consegui sentir a tensão no seu conto, mas achei que tinha demasiados clichês ( nomeadamente na descrição da casa ). Tinha também algumas vírgulas fora do sítio, especialmente no início. O desenvolvimento segue com ritmo e o final é inesperado. No entanto, segue uma fórmula excessivamente cinematográfica e parece que estamos a ver algo familiar. Não percebi a alusão ao brilho no final do conto nem a pertinência do título. Onde está a importância da marca?
Olá. Agradeço pela leitura e comentário. Então, quando o garoto entra no lago, uma outra menina faz a marca no tornozelo dele. Esta marca é a porta de entrada, o “elo” que se quebrou no corpo dele e quando a menina deixa o armário, ela “entra” no rapaz, o meio que ela tem de chegar à cabana do velho. Por isso ele diz: “— Seu pequeno monstro! Como conseguiu fugir e chegar aqui? Você jamais me seguiu!”, mas infelizmente não tive a capacidade de deixar isso claro. 😦
A irmã do lago não teve intenção de matar o rapaz, mas precisou ajudar, criando este elo. Se teve que explicar é porque não ficou bem feito, eu sei, e peço desculpas.
Os velhos clichês de sempre, mas a história é bem contada, a leitura flui bem, porém, algumas citações incomodam, por exemplo, a cena da abertura da caixa que, ao invés de pão havia baratas. E o menino diz que perdeu o apetite, essa frase só serve pra ri. E a importância da marca? Ela quase não tem importância nenhuma no conto, apesar de dar nome ao trabalho. Há muito o que ser refeito para melhorar o conto. Melhorar, de certa forma, essas escritas estranhas ao contexto, mas é um bom trabalho.
Olá, Mordred
A trama está bacana, apesar de um tanto previsível. A narrativa flui com facilidade. Senti falta de um desenvolvimento maior dos personagens. Não fez muito sentido para mim que com a mulher prestes a parir a família fosse para um lugar que oferece tantas dificuldades.
A escrita não traz grandes construções, mas também nada que comprometa.
Na construção do suspense e das cenas das aparições, foi impossível não pensar em muitas obras que trazem os mesmos elementos, como Invocação do Mal, por exemplo. Talvez colocar a menina ou outra criança que fosse visitá-lo parecendo ser um vizinho e que depois se revelasse um fantasma na cena da cabana trouxesse um impacto maior.
A ambientação está muito boa, deu para imaginar bem a casa e o lugar. É um trabalho interessante.
# A Marca (Mordred)
Autor(a), desculpe-me por não ter tempo para formatar o comentário melhor. Em caso de dúvida, é só perguntar.
📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫):
– Zé Pequeno, Escobar: esses nomes me desconectaram do conto, mais o primeiro que o segundo (melhor evitar nomes da cultura pop ou históricos se não houver relação óbvia)
– não entendi como, depois de desmaiar, ele foi parar perto da cabana
– embora um tanto batida, gostei da trama
– a menina do lago e a parte que ele mergulha lá sobraram, podia ser removida sem que algo fosse perdido: o velho teria matado apenas a menina do armário
– o final explicativo e epílogo atrapalharam o resultado final, o ideal é o leitor perceber essas coisas no tempo do conto e não no fim
📝 Técnica (⭐⭐▫▫▫):
– Cláudio puxou um lado (que Cláudio? Nunca use um nome sem explicar rapidamente quem ele é, isso só não fica confuso no início da cena qdo o personageme é o ponto de vista do conto)
– Logo *vírgula* sua madrasta juntou-se a ele
– pontuação no diálogo: Estéfani perguntou, colocando as mãos sobre a barriga protuberante *ponto* — Anda logo que sua irmã está inquieta
– diálogo explicativo: Tivemos muita sorte por ter comprado essa mansão. (…) Me falaram que o antigo proprietário era um grande senhor…
– Ao passar em frente *a* (à) porta do quarto
– Tentara o dia todo abri-la e agora ela se *abre* (abria) sozinha
– Não se *lembra* (lembrava) como fora parar ali
– Você jamais me seguiu! (Explicativo)
– dialogo final com o policial também muito explicativo para fechar a trama
🎯 Tema (⭐⭐):
– é terror, mas não senti medo
💡 Criatividade (⭐▫▫):
– muitos clichês (a menina ficou igual à do chamado e tantos outros filmes orientais)
🎭 Impacto (⭐⭐⭐▫▫):
– boa a cena na cabana, passou bastante tensão e repulsa
– o fim explicadinho e o epílogo atrapalharam o impacto
OBS.: sobre pontuação no diálogo, sugiro essa leitura: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/5330279
Boa tarde!
Então, entendi que houve um crime e que as almas desejavam vingança.Ok. Mas… infelizmente houve alguns obstáculos que me impediram de apreciar mais o seu trabalho. O uso de adjetivos em excesso forçam um pouco a barra e deixam o narrador tendencioso, ao invés de imparcial (a imparcialidade permite que o leitor retire conclusões, o que torna o texto instigante).
Não há um motivo de os três (quatro) irem parar neste local, porque uma coisa é querer algo rural para se criar os filhos, e outra é meter-se em uma casa decadente. Se posso, sugiro que você insira um engano com a corretora de imóveis, ou mesmo um negócio feito só por fotografias. Daí sim eles poderiam ter ficado nesse lugar precário, porque haviam gastando dinheiro e porque foram enganados achando que compraram algo que na verdade era outra coisa. Outro ponto é que os eventos na cabana são absurdos demais para o rapaz olhar para o fantasma e só menear com a cabeça. Ora, se ele ouvia as batidas e ficava assustado, se via o vizinho e sentia as pernas tremeram, então era pra ele ficar no mínimo em estado de choque com o que ele viu na cabana.
Essas coisas pesam porque não repassa credibilidade.
No mais há a oferta de suspense e um climão palpável. O leitor quase ver o Daniel e a casa, E isso não é para qualquer um.
Queria ter gostado mais.
Boa sorte no desafio.
A narrativa se aproveita de lugares-comuns do terror, como o velho e a criança assassinada, mas não traz um brilho a esses motes. É apenas mais do mesmo, com necessidade de revisão gramatical e apresenta um dos personagens com o mesmo nome de outro, da ficção brasileira: Zé Pequeno, da obra Cidade de Deus.
Além disso, por vezes ocorre uma mudança na cadência narrativa, que fica excessivamente telegráfica ou com muitos verbos da primeira conjugação no pretérito perfeito, causado um excesso de “OU”, como em “O velho VIROU-se, pronto para correr, mas a menina foi mais rápida e PULOU sobre suas costas. Zé arremeteu-se contra as paredes, tentando em vão, desfazer-se da menina. O grito FICOU mais forte e o velho caiu de joelhos no chão. Ela SALTOU para perto dele e CALOU-se. O velho ergueu o olhar para ela e seus olhos negros o fitaram”. Há outras formas de construção que, sem tirar o tempo narrativo, não reverbera tanto. Por exemplo: “O velho VIROU-se, pronto para correr, mas a menina foi mais rápida AO PULAR sobre suas costas. Zé arremeteu-se contra as paredes, tentando em vão, desfazer-se da menina. O grito FORTALECEU-SE e o velho caiu de joelhos no chão. Ela SALTOU para perto dele e FEZ SILÊNCIO. O velho ergueu o olhar para ela e seus olhos negros o fitaram”.
O texto claramente segue o caminho do coloquialismo, mas pelo menos em um momento isso escapa e o texto fica mais erudito, o que não combina com o todo. O trecho é “Socorre-me aqui com o lençol, filho […]”. Ainda que esteja correto gramaticalmente, o coloquial não diz SOCORRE-ME e sim ME SOCORRE, mesmo que a frase tivesse que começar com pronome oblíquo.
Há problemas de pontuação, como em “Nunca tinha visto um lugar assim, desde que nascera, a única paisagem que vira resumia em casas e prédios […]”, onde também há outros problemas. Poderia ser refeita assim: “Nunca tinha visto um lugar assim. Desde que nascera, a única paisagem que vira se resumia a casas e prédios […]”.
EM “Ao adentrar à sala […]” não há CRASE, ao passo que em “O sol escondia-se em meio as nuvens que se ajuntavam […]” existe acento indicativo de CRASE.
Em “O garoto ajudou sua madrasta a se deitar e ela esticou-se” o correto seria SE ESTICOU.
O correto é MOSQUITEIRO, não MOSQUETEIRO.
Em “[…] pois estava preocupado com ela e o bebê, mas voltaria antes do anoitecer” o correto seria E COM O BEBÊ.
Em “[…] só sabia que sentia uma força muito forte quando estava lá” há um PLENONASMO em FORÇA MUITO FORTE.
Em “Foi à cozinha e viu o pacote que o velho lhe dera sobre o fogão, sentiu fome, abriu-a” o correto é ABRIU-O.
Em “Daniel assustou-se e jogou a caixa no chão, de onde saiu várias baratas e larvas contorcendo-se” o correto é DE ONDE SAÍRAM.
Caro(a) Autor(a),
Gostei dos personagens. Estão bem construídos. Mas a emoção ficou bem aquém do esperado. Não me cativou. Faltou algo. Não percebi erros muito gritantes de gramática. Acho que passaram despercebidos. Está dentro do tema, apesar da pouca emoção e dos clichês que tiraram um pouco do que poderia ter sido algo diferente. Boa sorte no desafio.
Ola, amigo, tudo bem?
Como tenho dito, esperei ansiosamente por este desafio, portanto, estou lendo os contos com bastante expectativa. Dito isto, vamos ao seu:
Senti um misto de emoçoes enquanto lia. Gostei em alguns momentos, em outros achei a historia um pouco bobinha.
O problema maior pra mim eh a falta de relaçao entre os acontecimentos, o que faz com que o enredo nao convença muito. Por exemplo: quem puxou o pé dele no lago? Faria mais sentido se fosse o ze pequeno, uma vwz que a menina nao queria feri-lo. Porem, existe o brilho no fundo do lago que continua la ao termino da historia, o q me leva a crer q na vdd era a garota tentsnfo mata-lo. Pq?
Outra coisa que ficou no ar foi a marca que o ataque deixou nele. Tambem da a entender q o ataque foi pela menina, ja que quando ela se vinga do velho, a marca deixa de doer.
E como a marca da nome ao conto, ela devia ser melhor explorada, a meu ver.
Tamvem nao entendi pq a menina atacou ele no quarto, fez ele desmaiar e de algum modo o levou ate a casa fo velho, pra depois salva-lo. Se ela podia ir ate o velho, pq precisou dele?
Entende? Esse tipo de coisa numa historia de terror começa a deixar marcas q incomodam o leitor e atrapalham no envolvimento com a historia.
Porem, como faleu no começo, tsmbrm gostei de varios pontos. Voce conta bem as Historias. O enredo eh cativante e rapido, e tem un clina natural de terror.
Enviei sem querer. Prosseguindo:
Entao, o clima de terror e suspense eh bem presente. Acho q melhorando as pontas soltas, da pra chegar num excelente conto, envolvente e curioso.
Pra concluir, quero apontar um ponto que achei q ficou muito estranho: o marido levar uma mulher gravida proxima do parto para morar numa casa totalmente suja e sem condiçoes de habitaçao me soou meio forçado, que doido faria isso?rsrs
O conto tambem apresente uns errinjos gramaticais e de revisao q ja foram apontados, portanto nao vou repetir.
Um bom conto, que merece uns ajustes na verosimilhança pra cortas as pontas soltas
Parabens e boa sorte!
Olá. Agradeço pela leitura e comentário. Então, quando o garoto entra no lago, uma outra menina faz a marca no tornozelo dele. Esta marca é a porta de entrada, o “elo” que se quebrou no corpo dele e quando a menina deixa o armário, ela “entra” no rapaz, o meio que ela tem de chegar à cabana do velho. Por isso ele diz: “— Seu pequeno monstro! Como conseguiu fugir e chegar aqui? Você jamais me seguiu!”, mas infelizmente não tive a capacidade de deixar isso claro. 😦
A irmã do lago não teve intenção de matar o rapaz, mas precisou ajudar, criando este elo. Se teve que explicar é porque não ficou bem feito, eu sei, e peço desculpas.
Quanto ao marido, o bebê ainda não estava na hora de chegar, mas a atmosfera pesada fez com que nascesse prematuramente. E o pai dele foi propositalmente um irresponsável mesmo. Não sei se tem conhecimento sobre moradias interioranas, mas é muito comum os pais deixarem os filhos sozinhos para irem à cidade, muitas vezes deixam os irmãos maiores cuidando dos menores, o que é um risco ainda maior, mas é comum.
Valeu pelos apontamentos, isso ajuda demais.
Nao precisa se desculpar! Todos estamos aprendendo e aprimorando, e meus apontamentos foram feitos com o intuito de auxiliar da forma como eu puder nesse processo.
Com essas infos a mais fica bem mais claro! Acho q vale a pena vc retrabalhar o conto apos o desafio, tem bastante potencial pra ficar ainda melhor! Se precisar de alguém pra ler, pode contar cmg!
Abraço!
Volta mais uma vez a velha casa mal-assombrada entre árvores frondosas e sombrias, bosque mais ainda; sótão e armários rangedores; velhos esquisitos. Mas o conto convence, a narrativa se desenvolve com nuanças próprias. Entretanto algumas coisas ficaram mal explicadas. Essa marca, por exemplo, ela dá título ao conto, mas não diz direito a que veio. (Apesar de A marca em seu tornozelo ardia e a menina chegou rápido.) Esta é sua primeira aparição, sem dizer de onde veio. Está mal no enredo, sem quase ou nenhuma importância. A grafia têm alguns per-calços:(Não achou bonito, porém.) Merecia uma reticência ou exclamação e não ponto final. (Puxando determinado o pé.) Esta frase está faltando alguma coisa para lhe dá um sentido melhor. (Daniel assustou-se e jogou a caixa no chão, de onde saiu várias baratas e larvas contorcendo-se. Perdeu o apetite.) Perder o apetite para uma caixa de baratas, invés de pão, é muito pouco, não é não? Essa expressão é para fazer ri ou chorar? (A chuva caía pesada e relâmpagos eram frequentes. – Parecia bem conservado e isento de poeira.) Duas frases que não caem bem nesse contexto. (A lâmina deslizou lentamente do seu olho esquerdo para dentro do crânio, até que seu cérebro entrasse em colapso e ele caísse inerte no chão.) haja licença poética, hem! Mais algumas faltas ou ausência de melhor elaboração que poderia ajudar e muito o enredo: O fantasma da menina falta ingredientes. O menino não tem idade? Senti falta desse dado. No entanto o conto foi bem contado, afora esses apontamentos, merece uma nota mediana.
Olá!
Olha, tudo o que eu poderia dizer a Fheluany já disse, copio e colo o comentario dela? rsrs
Eu gostei do conto, e gostaria de mais tempo na narração das fantasminhas, pra gerar medo, gastou muito espaço falando da casa e do quarto fechado, corta, corta e aumenta o lance no lago e no roupeiro, pra se saber q a fantasminha entrou no garoto, pq pensei q tinha apenas ‘sobrevoado’ ele hahaha
Mas é isso, é preciso ficar mais tempo com o conto na cabeça pra vc mesmo ir ajustando o enredo.
Abração e boa sorte
ENREDO: O enredo não e ruim, mas não trás grande revelações.
PERSONAGENS: Não existe uma descrição de Daniel, nada que indique a sua idade. Imagino que seja um adolescente com mais de 14 anos. Já o velho, há uma boa descrição dele. A menina se parece com a garota de, O Grito.
ESCRITA: A escrita é meio confusa, com sentidos até ingênuos em algumas ações. O autor ainda precisa praticar bastante para que fique boa, para que consiga construir frases mais elaboradas, rebuscadas, claras e lógicas, criar um tom mais maduro na narração.
TERROR: O terror e superficial. A imagem da menina como eu disse, não é novidade e pouco assusta. É um terror fraco, precisa um pouco mais de imaginação. Com o tempo e a prática, vc chega lá. Boa sorte.
Você tem uma coisa bem legal. Sabe ir contando a história. Uma maneira interessante de nos colocar dentro da trama. Parabéns. Agora, senti muitas faltas no seu enredo, Mordred. Sabe, no meu jeito de perceber, as coisas não ficam bem fechadas. Parece que a porta do armário no qual a menininha assassinada ficou presa perdeu mesmo a tranca. Ou o portão da mansão, que nem necessitava de chave, deixou escapar coisas que me fizessem entender melhor a sua narrativa. Achei também que o nosso menino protagonista agia de maneira meio estranha, tem horas que formas bem adultas, em outros momentos tal qual um simples garotinho franzino, como você mesmo me disse que ele era, quando foi atacado por Zé Pequeno. Também estranhei o fato de o pai ter comprado a casa e eles terem se mudado assim direto para ela, sem nem a terem mandado limpar. Bem, talvez seja normal isto tudo em um conto de terror (é que, confesso aqui, não entendo muito deles e por isto talvez seja mesmo melhor você relevar esses meus comentários). Bem, isto dito, sinto que a sua história ficou me devendo, apesar de que ela se encaixa perfeitamente no tema. Tem muito terror aí dentro. Grande abraço.
Enredo e criatividade – Um caso clássico de vítima de violência que assombra casa antiga. Ficou muito boa a ideia de uma assombração ajudar a outra para que conseguissem vingança, no caso da marca ser um portal para a saída da menina do armário. O conto é interessante, a leitura foi fluida e agradável, mas há muitas inconsistências no conjunto: idade do garoto, ficar sozinho um dia inteiro e trabalhando duro, cozinhar para os adultos, o modo como o macarrão se queimou e mesmo a mudança da família com a gravidez adiantada e o estado da casa.
Terror e emoção – A imagem e o comportamento das meninas-fantasmas ficaram interessantes. Acho que o conto está bem enquadrado no tema, gerou medo pelo que poderia acontecer com o garoto.
Escrita e revisão – Alguns deslizes que pedem revisão, já comentados.
Olá,
O conto se aproveita do clássico casarão abandonado e é contado com competência, numa leitura fácil e ágil. Sem grandes problemas. Apesar de não trazer nenhuma novidade, a ideia já foi usada em outros filmes e histórias, o conto traz um clima bom de terror.
Realmente a marca da qual se refere o título não ficou bem explicitada na narrativa, o que me causa um desentendimento: a menina que fez a marca no tornozelo queria realmente afogá-lo ou só fazer a marca?
No mais, muito bom.
Bem legal o conto, mas ele parece compacto demais, entende?
Imagino que isso tenha relação com o limite de palavras do desafio, talvez se as coisas tivessem mais tempo para se desenvolver, o texto seria mais forte. Por exemplo, o conto chama “A Marca” e, de fato, o protagonista é marcado em um momento da trama, mas a falta de explicação disso (que eu só entendi depois de ler um comentário à parte do conto) faz com que fique meio jogado, ainda mais por ter relação com o clímax (de novo, só entendi depois de ler uma nota fora do texto em si).
Achei o ritmo do trabalho legal, mas acho que deveria nos ser mostrado mais e contado menos. Dá um ar mais legal para a história, ainda mais para uma de terror, onde o público precisa entrar de cabeça na trama.
Um bom texto, mas com alguns defeitos. De qualquer forma, parabéns.
🙂
Senti falta de um pouco de show don’t tell, especialmente no começo onde há bastante descrições, como a do casarão, dos sentimentos de Daniel, como são os barulhos, etc.
“Enquanto o garoto colocava o Miojo na água”, olha, já fiz mtos Miojos nessa vida e a água de nenhum deles evaporou tão rápido assim a ponto de ‘quase incendiar a casa’, pois Daniel apenas subiu um lance de escadas e foi até um quarto… É uma cena rápida, então concluo que isso foi obra dos fantasmas que queriam queimar aquele Miojo.
O texto, na minha opinião, preciso de uns ajustes, como cortar ou refazer certas observações do narrador. Uma frase, por exemplo, que deveria ser cortada pela metade é essa “Ali estava escuro e ele não conseguia enxergar nada”. Se Daniel conseguisse enxergar no escuro, seria estranho. Ou então, nesse outro momento “os pedaços de dentes podres, pretos e malcheirosos”, apenas ‘podre’ já caracterizaria a boca de Zé Pequeno tranquilamente. Ou então aqui com “tom amigável e simpático”, onde os dois adjetivos parecem ter o mesmo sentido de caracterização do tom de fala.
Esse momento “Daniel deixou-se guiar pelo forte instinto e voltou para casa.” foi um deus ex machina para encontrar o caminho de volta? Se eles eram vizinhos, imagino que haveria uma trilha comum que passasse em frente a propriedade dos dois…
Não captei erros gramaticais durante a leitura. Achei que, apesar de alguns excessos, o(a) autor(a) tem um bom ritmo, uma boa imaginação, só bastou ordenar melhor os acontecimentos, pois perceba que Daniel não precisou fazer nada para a história acontecer e se resolver, já que é o fantasma quem derrota Zé Pequeno. Já quanto ao tema, achei perfeitamente bem inserido na proposta do desafio, gostei da ideia da menina morta no armário que fica batendo com a cabeça e do outro no fundo do lago.
Salve, Mordred!
Cara, a primeira impressão concreta que tive do conto foi a de que você não conseguiu contar tudo que havia planejado inicialmente. Provavelmente teve que encurtar alguma coisa pra ficar dentro do limite. Digo isso porque fiquei com a impressão de que algumas coisas que prometiam um desenrolar mais cuidadoso ficaram muito apressadas, como a cena da marca. Eu sinceramente não entendi de primeira, e consegui captar o sentido daquilo apenas na sua explicação num dos comentários.
Por outro lado, achei que é um contos que mais focou no terror. Muitos elementos clássicos do gênero aparecem aqui e ali, e todas as cenas dentro da casa ficaram bem legais.
Não costumo me incomodar com erros gramaticais mais corriqueiros, só em casos mais gritantes. E não encontrei nenhum muito grave aqui, de modo que a leitura fluiu legal.
É isso! Boa sorte no desafio!
O conto é formado por clichês: mansarda antiga em meio ao campo, barulhos estranhos que apenas uma pessoa escuta e, como não poderia deixar de ser, uma chuva forte, relâmpagos, enquanto se desenrola o clímax. Contudo vou dizer que, dependendo do caso, o clichê não parece mal, como foi neste conto (pelo menos a madrasta não é uma megera).
Começamos o conto constatando que Daniel desgostou da nova morada, em oposição ao entusiasmo do pai e da madrasta. A mansarda está suja (essa parte poderia ter fugido do clichê, uma vez que os há em abundância, mesmo porque:
“Na cozinha havia um pequeno fogão a gás ao lado de uma grande fornalha a lenha. Cláudio o levara na semana anterior para que pudessem se manter até organizarem as coisas.”
Se Cláudio havia estado anteriormente ali, poderia muito bem ter providenciado a limpeza.
Há uma explicação, algum termo técnico que desconheço, mas vou tentar explicar de modo tosco como entendo a coisa: quase sempre, para que a trama tenha sequência, é preciso que alguma parte esteja mal explicada, ou em discordância, pois se a casa já estivesse limpa, o clima sombrio originado de casa antiga + sujeira não existiria, Daniel não precisaria ficar em casa para limpá-la e assim todo o acontecimento posterior simplesmente seria inexistente. Claro, há outros modos de dar sequência aos acontecimentos.
Bem, o conto está escrito de forma regular, as cenas narradas não oferecem grande impacto, salvo a do velho fazendo uma visita ao menino: essa parte ficou interessante, pois num primeiro momento não sabemos se se trata de um fantasma ou de um mortal. E a promessa de algo sinistro mais à frente, encetada pelas palavras do velho: “— Eu vou te esperar, garoto. Sei que vai até mim. Todos acabam indo.” Assim o interesse se manteve.
Mas as demais cenas, a menina fantasma batendo a testa no armário, o ser luminoso que agarra o tornozelo de Daniel e, por fim, o embate deste com o velho, surtiram pouco efeito.
A cena de Daniel mergulhando com a irmãzinha no lago conferiu ao conto um bom fechamento.
Parabéns!
T (tema) – O conto está dentro do tema proposto pelo desafio. .
E (estilo) – O tipo de terror aqui me fez pensar nos primeiros livros de Carlos Zafon, uma literatura mais direcionada a um público bem jovem. A linguagem é clara, sem muitas elaborações, mas funciona.
R (revisão) – Se algum erro passou, eu não percebi.
:
R (ritmo) – O ritmo da narrativa é bom, não senti cansaço ao ler.
O (óbvio ou não) – Algumas coisas foram explicadas demais, nem precisava. Talvez fosse interessante ignorar a questão dos anos que o velho ficou foragido. Quando se fornece dados precisos, corre-se o risco de cair em alguma contradição de cálculos. A questão da marca (que seria o ponto principal já que está no título) não ficou óbvia e, não sei se por pura distração da minha parte, passa sem chamar a atenção. Depois de ler os comentários e suas explicações, entendi o que quis dizer.
R (restou) – Uma boa sensação como depois de ler um gibi. Higiene mental. Gostei.
Boa sorte!
Olá, Mordred. Vou começar quase pelo final do seu conto porque essa foi a parte que ficou mal explicada. Repare na forma que você utiliza para as explicações dadas pelo polícia, não está bem. Ele começa por afirmar que “investigando” a morte do tal Zé, eles descobriram que o sujeito havia morto (e como o havia feito) duas crianças naquele local. Repare, Mordred, qualquer leitor, eu incluída, se interroga imediatamente: “como eles descobriram isso?”, depois você explica que o homem esteve até preso pelo facto e andou fugido. Então o que está mal? é que, investigando, eles não descobriram nada disso, porque já o sabiam, o que eles descobriram foi quem era o morto. E, na sequência, a polícia achar que uma faca enterrada olho adentro até ao cérebro se trata de um suicídio… bem, talvez até seja possível que alguém se suicide assim, não sei, mas decerto a polícia eliminará qualquer outra possibilidade antes de chagar a semelhante conclusão,que mais parece um cair de braços; não se encontra qualquer pista, carimba-se de suicídio. mesmo com a porta de entrada arrancada pelos gonzos!
Inverosímil demais.
Esperava que a madrasta tivesse um papel mais ativo na história (o arquétipo das madrastas, não é?), mas não teve. Então, porquê madrasta? apenas para explicar os ataques de sonambulismo do menino? não precisava ir tão longe. Respeito a sua escolha, apenas acho que ela desilude um pouco porque,num conto de terror, marcar a presença duma madrasta, faz o leitor esperar algo dela, algo que até pode ser surpreendentemente bom, mas algo. Não aconteceu.
Não sinta moléstia nestes meus reparos pois eles visam exclusivamente ajudá-lo, chamando a sua atenção para as partes em que o conto perde peso em lugar de o ganhar.
Também notei umas vírgulas deslocadas e crases mal colocadas, mas isso não merece referência.O que merece referência e ainda não foi apontado são estas frases: “pacote que o velho lhe dera sobre o fogão, sentiu fome, abriu-a.” teria que ser abriu-o, é certo que no parágrafo seguinte o pacote ganha o nome de caixa e passa a feminino, mas no momento em que se abriu era pacote, masculino, “abriu-o” era a palavra certa; “Daniel assustou-se e jogou a caixa no chão, de onde saiu várias baratas e larvas contorcendo-se.”, esta frase fica confusa, afinal, de onde saíram as baratas e larvas? da caixa? do chão? penso que terá sido da caixa, mas para esse efeito teria que usar o plural “saíram”. Mesmo saídas do chão, ficaria melhor o plural, mas nesse caso o singular já seria aceitável. Não é um detalhe importante para a história, é certo, mas se você entendeu usá-lo, deveria ter sido mais claro quanto à origem das baratas e larvas.
Quanto ao resto, a história está boa. Gostei das meninas, achei a menina do armário bem mais aterrorizante que a outra, gostei que criasse uma “porta”, a marca, para estabelecer a possibilidade de ligação entre elas. Achei que atende ao tema proposto.
O que eu disse parece muito, mas é pouco. Uma “lavadela” nesses pormenores e encontramos um conto revigorado e cheio de força.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Olá Autor(a),
Tudo bem?
Seu conto me lembrou os trabalho da Coleção Vagalume. Um texto que, embora de terror, poderia perfeitamente se encaixar nas aventuras voltadas para o público jovem, leitores da famosa coleção.
Com narrativa em terceira pessoa, o texto alude a alguns arquétipos dos filmes do terror clássico. O casarão, o vizinho suspeito, uma família que se muda para uma nova casa, uma menina aterrorizante dentro de um guarda roupas. Elementos corretos para uma premissa bem interessante, a de um assassino impune, que, ao tentar realizar mais um de seus crimes, é punido por uma das vítimas já morta.
Gosto de tudo isso.
Mas, se me permite, gostaria de falar aqui sobre a solução encontrada com a menina do armário surgindo na casa de seu assassino para salvar o menino. Não há problema algum com essa solução. Ao contrário, ela é muito boa. Cheguei a pensar que a menina fosse, mis tarde, a irmãzinha recém nascida do menino, com seus olhos de jabuticaba.
No entanto, a solução aos olhos do leitor (ao menos assim foi comigo), pode parecer ter surgido um tanto abruptamente. Como uma espécie de Deus ex machina, a menina parece surgir do nada na casa do velho, a fim de ajudar o autor a solucionar o texto. Sei que isso não aconteceu e suspeito que essa sensação tenha ficado devido à necessidade do autor de entregar o trabalho dentro do prazo do desafio. Mas essa é apenas a minha impressão. Estou aqui para aprender com você e com todos os outros.
Parabéns
Desejo-lhe sorte no desafio.
Beijos
Paula Giannini
Olá. Agradeço pela leitura e comentário. Então, a menina não apareceu “do nada”. Houve uma razão, só que eu não tive a capacidade de deixar isto claro no texto. Quando o garoto entra no lago, uma outra menina faz uma marca no tornozelo dele. Esta marca é a porta de entrada, o “elo” que se quebrou no corpo dele e quando a menina deixa o armário, ela “entra” no rapaz, o meio que ela tem de chegar à cabana do velho. Por isso ele diz: “— Seu pequeno monstro! Como conseguiu fugir e chegar aqui? Você jamais me seguiu!”, mas não sei porque insisto em não deixar as coisas explícitas, não sei porque essa mania de não escancarar os detalhes 😦 Preciso aprender a controlar melhor essa parte.
Não associo minha falta de competência com o curto prazo para o desafio. Claro que não há tempo para deixar o texto descansar para uma revisão, mas se houve necessidade de explicação, é realmente porque ficou mal feito.
Curto muito a série Vaga-Lume 😛
“Cheguei a pensar que a menina fosse, mis tarde, a irmãzinha recém nascida do menino, com seus olhos de jabuticaba” – lol 😉
Só de ter tido a coragem de participar aqui, já me senti feliz hehehe
Valeu.
Oi, querido(a), então… Gostei e entendi. Minhas reflexões são só sobre pontos nos quais todos nós precisamos nos ater, para melhorar mais e mais a cada dia! Parabéns por participar e continue sempre. 😉
Um conto bem escrito, mas que não vai além dos clichês.
A parte técnica foi muito bem trabalhada. Na gramática, só notei um possível problema em “ferrugem consumiam-no em vários pontos” (trocaria por “a ferrugem o consumia”). A narrativa é muito clara, descrevendo muito bem todas as cenas sem travar ou deixar dúvidas em nenhum ponto.
– Zé Pequeno
>>> trocaria esse nome. Impossível não se lembrar de “ziminino não é mais Dadinho, ziminino agora é Zé Pequeno” e o épico “Dadinho é o caralho, meu nome agora é Zé Pequeno, porra!”
A trama, porém, acabou ficando muito rasa, totalmente escorada nos clichês do gênero, sem qualquer tentativa de ambientação e sem sequer uma amarração mais criativa entre os elementos: estava lá a casa mal-assombrada, o quarto misterioso, o barulho que ninguém ouve além da criança que acaba ficando sozinha na casa (pais bastante responsáveis, hein? huahuahua), a menina fantasmagórica dos filmes japoneses (aliás… clichê ou não, essa cena da menina no armário certamente figura entre as mais assustadoras do desafio), o lago, o mendigo misterioso que bate á porta, a cabana “da bruxa”, etc.
Até pensei que no último parágrafo poderia vir uma surpresa, mas o finalzinho de filme da Disney acabou com minhas esperanças. 😦
Abraço!
Impacto sobre o eu-leitor: alto.
Narrativa/enredo: mansão com histórico de violência é assombrada por uma das vítimas do velho que se chamava Zé Pequeno (nome infeliz para o contexto).
Escrita: boa. Não notei erros que travassem a leitura, a qual se mostrou fluida.
Construção: o garoto não conseguiu conquistar minha empatia em função das típicas reclamações adolescentes. Por outro lado a suspensaõ da descrença ficou seriamente prejudicada com os pais deixando um jovenzinho só numa casa nova e lúgubre. Exceto se ele tivesse uns 17 anos, mas no próprio relato ele disse ter sido dominado pelo velho por ser um moleque franzino. Velho que já deveria ter uns 70 anos, pois passou 30 anos foragido, mais 8 anos presos, só aí já dá quase 40 anos.
A descrição da assombração ficou boa, bem como a morte do velho.
É isso. A idéia não é nova, mas sempre rende alguns sustos. Ponto positivo pelo terror sobrenatural.
Uma dúvida: o título se refere à marca no tornozelo ou passou algo que eu não vi ?
Olá. Agradeço pela leitura e comentário.
Então, errei feio neste ponto. Infelizmente não consegui passar o que queria. A marca no tornozelo do rapaz foi a “porta”, o elo quebrado para que a menina do armário pudesse entrar nele e poder finalmente sair da casa onde seu espírito ficou preso para se vingar do velho. A irmã do lago não teve intenção de matar o rapaz, mas precisou ajudar, criando este elo. Se teve que explicar é porque não ficou bem feito, eu sei 😦 Você diz a verdade, e eu rogo seu perdão. 😛 Mas tudo bem, vou tentando, um dia aprendo… ou não
Obrigado pelo esclarecimento. Agora ficou mais claro mesmo. Reli o conto depois da explicação.
Todos aprendemos aqui.
Boa sorte.
Vejo um texto raso, relato ingênuo. E o desfecho, seguindo todo o restante, inocente, pueril. A narrativa é clara, plana, não há construção de suspense. Alguns poucos deslizes na linguagem, trabalho para uma rápida revisão. O teor da narrativa é muito bom, a ideia é boa. Se houver uma análise mais detalhada, um “cortar e acrescentar”, uma elaboração mais cuidada, mais demorada, o conto ficará espetacular. O autor tem habilidade com a construção da ideia, a estrutura é muito boa. Basta uma lapidação da narrativa, descrições com impressões menos planas, colocações temporais mais lógicas.
Caro(a) Mordred, vamos em frente. Caminhemos juntos…
Boa sorte no desafio!
Abraços…
Ola, Mordred,
gostei do conto. Ambientação clássica de casa abandonada que volta a ser ocupada por uma família disfuncional (que deixa um filho pequeno sozinho e se manda pra fazer coisas na cidade).
Não consegui localizar o menino em uma faixa de idade, se muito jovem ou mais crescido. Também achei estranho ele toda hora deixar cair coisas de suas mãos. E de desmaiar toda hora.
O clima é bom e a redação, a despeito de alguns deslizes (mosqueteiro, quando deveria ser mosquiteiro, por exemplo), não tem problemas muito sérios.
A trama move-se por entre sustos que se revelam sem perigo e perigos de fato. Há momentos demais onde Daniel surge (aparece) em lugares diferentes de onde estava sem boas explicações, onde se diz “ele estava ali sem saber o motivo”, mas tudo bem também.
A trama se movimenta em três núcleos (a casa, em si, não é relevante, dado que ela não é o agente da trama): o lago, o velho e a menina no armário.
O lago e a menina no armário estão ligadas pelo velho, mas, curiosamente, enquanto uma das meninas (a do lago) tenta matá-lo por afogamento, a outra o salva das mãos do velho, num momento de antagonismos sem explicações.
Acredito que com ajustes e mais tonicidade construtiva o conto fique ainda mais legal.
Boa sorte, Mordred, e obrigado por nos deixar conhecer seu conto.