EntreContos

Detox Literário.

Seres humanos não são os únicos jogadores (Vitor de Lerbo)

A vida é uma sucessão de batalhas travadas simultaneamente. Cada ser humano tem diversas lutas internas, externas e imaginárias. Ao longo dos anos, com um pouco de sabedoria e pouca índole, você pode se tornar o grande vencedor desse certame. Afinal, se a vida é sua, nada mais justo que você seja o vencedor, a qualquer preço.

Essa mesma analogia funciona perfeitamente para desagradáveis momentos de cárcere. Quando você está preso, toda a extensão do seu livre arbítrio se resume a apenas duas escolhas: continuar preso ou fugir. Sempre escolhi a segunda opção.

Eu costumava dizer que não há prisão da qual não se pode escapar; e minha pesquisa real de amostragem comprovava isso. Isso antigamente.

Antes de abordar minhas fugas e meu momento atual, devo explicar os motivos pelos quais fui privado da liberdade mais de uma vez.

Nasci em 1920 e Dave era o meu nome. Não tenho praticamente nenhuma lembrança de meus anos de infância, o que indica que eles foram bons; os momentos ruins são marcados em nossos corações com ferro quente. Tal qual um boi que passasse a vida a ser marcado, duvido que, atualmente, meu coração tenha algum espaço livre para alguma nova marca, sem que ela fique superposta a alguma antiga.

Mas até 1929, meu coração era limpo. Foi ali, com a depressão americana, que começou a depressão de minha família. A queda da bolsa foi a queda de meu pai. Falido, ele se rendeu às bebidas, no enredo mais batido daquela década e da próxima.

Aos que hoje dizem que não há amor em meu coração, argumento que sempre amei minha mãe. Muito. E esse amor levou-a ao sofrimento. Eu tinha treze anos quando virei um homem de verdade. Digo isso porque um indivíduo que apenas assiste a mãe apanhando, de quem quer que seja, não pode ser considerado um homem. Por três anos, fui omisso. Mas aquilo deveria parar.

No início de uma manhã de Outubro, meu pai veio da rua mais sujo que as sarjetas do nosso bairro em NY. O odor de álcool anunciou sua chegada muito antes dele abrir a porta, trôpego. Mas eu estava preparado. As manhãs eram sempre sombrias quando meu pai sumia durante a noite.

Ele entrou no quarto e, por algum motivo, começou a gritar com minha mãe. Gritos, xingos e pancadas, a tríplice coroa do alcoólatra.

Abri a porta do quarto deles lentamente, e vi meu pai chutando minha mãe no chão. Extremamente entorpecido, ele se desequilibrava a cada chute, e quase caía também. Ainda assim, um garoto de treze anos não seria páreo para um adulto em boa forma como ele. Mas qualquer luta é possível quando se está armado; ainda que, nesse caso, minhas armas fossem apenas duas agulhas de tricô da minha mãe – os instrumentos responsáveis por não termos passado fome.

Chegando bem perto de suas costas, esperei que ele parasse de se mover um pouco. O choro de minha mãe me desconcentrava, mas, ao mesmo tempo, me dava forças para fazer o necessário. Quando ele parou para recuperar o fôlego, eu agi; uma estocada seca em sua nuca abriu uma fina, porém profunda perfuração. Empurrei a agulha até o final, quando ele se virou para mim.

Para minha surpresa, a ponta da agulha saía de sua boca aberta, carregando uma gosma acinzentada. Ele estava em silêncio, mas o desespero em seus olhos parecia emitir sons mais altos que os gritos histéricos da minha mãe. Antes que ela pudesse me alcançar, cravei a segunda agulha com toda a minha força no olho esquerdo de meu pai. Ele caiu logo em seguida.

Nenhum parabéns. Nenhum agradecimento. Minha mãe demonstrou sua gratidão me delatando. Foi assim que, aos treze, fui para um reformatório juvenil. Anos depois, teve início a minha vida de fugitivo.

Minha casa até podia ser um inferno, mas era um círculo bem brando comparado ao reformatório. Fui molestado, espancando e ameaçado. Para ser justo, também molestei, espanquei e ameacei. Aqui se paga, aqui se faz. O sistema só é um problema quando você não faz parte dele.

Através de favores físicos, serviços que exigiam pouco amor aos meus companheiros e uma dose de sorte, aos 16 eu estava de volta às ruas. Rodei o país pegando caronas e fui para o Oeste. A minha esperança, assim como a de grande parte da população americana, era a Califórnia.

Lá, pela única vez experimentei algo como uma vida de trabalhador comum. Trabalhei na construção da Golden Gate por um período, até quase me enforcar de tédio. Passar doze horas por dia em um trabalho que você odeia é se suicidar em parcelas. Mas como nada é por acaso, foi nas obras que conheci Julian, um chicano feio de doer.

Ele me ofereceu uns gramas de maconha que o primo dele trazia de Hermosillo, e foi ali que eu enxerguei uma verdadeira oportunidade de negócio. Dentro de pouco tempo, me tornei o chefe de um organizado esquema de venda de ervas. O momento era tão propício que meu enriquecimento chegou quase a ser injusto.

Aos 21, eu tinha uma bela casa, diversos funcionários e toda a erva que eu quisesse. O problema é que, com a bonança, vem a desconfiança. E, obviamente, minha escada rumo ao sucesso era basicamente pavimentada por cadáveres. Não demorou muito até os agentes federais baterem em minha porta, e minha nova residência passou a ser uma mansão ainda maior, localizada na ilha de Alcatraz. Aquele deveria ser meu lar para sempre.

Admito que essa fuga deu muito mais trabalho do que a do reformatório. Mas o desafio me instigava; não havia um dia sequer que eu não gastasse todos os meus minutos acordado pensando em como escapar daquela ilha. A monotonia de trabalhar lavando uniformes militares para que os heróis americanos lutassem limpinhos me ajudava a maquinar meus planos.

E não foi só nisso que essa atividade patética me ajudou. Uma luz mais forte do que aquela emanada pelo farol da ilha me atingiu durante um dia de trabalho, quatro anos após ser preso.

Durante meses, além de lavar as roupas militares, eu escondia algumas peças e as levava para a cela comigo. Semanas se passavam sem que eu roubasse nenhuma outra peça, para não levantar suspeitas. Após algum tempo, consegui juntar um fardamento completo.

31 de Julho de 1945. Ouvi dois guardas conversando sobre uma lancha do exército que atracaria na ilha mais tarde. Essa era a minha chance. Eu seria o primeiro e único homem a fugir de Alcatraz. Mas, antes disso, deveria haver uma distração.

Na hora do almoço, sentei ao lado de Rory, um troglodita que havia sido preso por tentativa de assalto a banco. Tentativa.

Rory era o responsável por levar o lixo da prisão para o depósito, diariamente. E essa vaga tinha que ser minha naquele dia.

Quando Rory se levantou para se retirar, eu acertei um tapa bem dado na careca de um outro detento. Com a nuca vermelha, ele se virou e viu Rory, e o resto você já sabe. A pancadaria foi geral, e eu quebrei a perna de Rory apenas para garantir que o coitado não pudesse exercer seus deveres por um tempo.

O plano funcionou. Diversos presos receberam punições por conta da confusão. Me ofereci para a função de levar o lixo para fora durante o tempo de recuperação de Rory e fui quase proclamado um mártir pelos guardas. Meus anos de ótima conduta valeram a pena.

Apenas um guarda armado me acompanhou durante a tarefa. Dentro de um dos inúmeros sacos de lixo, meu fardamento militar estava guardado. Quando cheguei no depósito, vi que a lancha do exército já estava no cais. Eu deveria agir rapidamente.

Levando um saco pesado, não tive dúvidas; antes que o guarda pudesse pensar, joguei o saco em cima dele. Ele se desequilibrou e eu acertei um chute em seu queixo. Desmaiado. Desferi alguns pontapés para me certificar.

Vesti meu disfarce militar e peguei a arma do guarda. Meu trabalho não estava terminado. A lancha do exército era grande, comportava em torno de quarenta soldados. Provavelmente haveria uma contagem de pessoas quando todos embarcassem novamente, o que quer dizer que um oficial deveria nadar no Pacífico aquela tarde.

Diversos oficiais apareceram. Todos acompanhados. Até que um armário loiro, com um furo no queixo, trilhou o caminho até a lancha sozinho. Bastou uma coronhada em sua nuca para eu herdar o lugar dele. A recontagem foi feita, aparentemente o cara de furo no queixo não tinha amigos na embarcação, e após os melhores minutos da minha vida, eu estava novamente no continente americano.

Mas a sensação de liberdade dissipou-se como a névoa. Assim que atracamos, as ensurdecedoras sirenes de Alcatraz soaram. Pulei da lancha e comecei a correr, mas já era tarde. O general havia sido notificado que um detento estava em sua embarcação. Apesar de conseguir abater alguns soldados, desmaiei em algum momento da troca de tiros.

 

Não sei quanto tempo depois eu acordei. Minha dor de cabeça era excruciante. Quando abri os olhos, vi que estava em um ambiente parecido com um hospital. Ao notar que pessoas se aproximavam, eu fechava os olhos. E foi assim que descobri algumas coisas interessantes nos dias seguintes.

Por ordem crescente de relevância: Fui baleado na cabeça, mas o tiro pegou de raspão. Já o tiro na coluna pegou em cheio, e eu estava tetraplégico. O Estado, em nota oficial, declarou que eu estava morto, mantendo, assim, a lenda de que ninguém havia escapado de Alcatraz. Graças a todos esses fatos, meu cérebro estava disponível para um experimento biológico altamente arriscado. Os limites da ética não se estendem aos ratos e aos criminosos inescrupulosos, disseram os bons cientistas.

Ao que parece, apesar do inimigo em comum, os Estados Unidos e a União Soviética vinham travando certas disputas silenciosas. Uma delas era em relação à medicina. Segundo espiões americanos, os russos testavam a criação de um cão de duas cabeças. Para que, eu não sei. A única coisa que sei é que a resposta dos Estados Unidos para isso era um transplante de cérebro. Do meu cérebro.

Tudo seria mais fácil se fosse para o corpo de outra pessoa, mas a ciência preza pela dificuldade. Meu cérebro faria parte do corpo de outro animal. Não posso dizer quão reconfortante foi saber que eu seria um javali e não uma girafa. Confesso que morro de medo de altura.

Segundo os cientistas, vigiar inimigos com animais inteligentes como humanos era o próximo passo da espionagem. Genial, de fato. Esse foi meu último pensamento no meu corpo.

 

Novamente dormi, novamente acordei. Dessa vez, eu estava de barriga para baixo na maca. Assim que abri os olhos, o mundo pareceu explodir. Ouvi o som de tiros, vi pessoas mortas e um homem se aproximou de mim, tirando minhas amarras.

Ele me levantou com dificuldade e me colocou no chão. Ao invés de duas, eu tinha quatro pernas, e elas eram mais curtas que minha paciência. Eu estava completamente zonzo e minha visão era turva.

O homem, com um sobretudo e óculos de aviador, amarrou uma corrente em meu pescoço e começou a me puxar. Demorou um tempo para eu conseguir andar por conta própria, mas quase ser enforcado acelerou o processo. Aqueles que sempre me chamaram de porco selvagem estavam certos, afinal.

Ao longo do trajeto dentro do laboratório, meu captor matou várias pessoas. Quando saímos, estávamos no meio de uma floresta. O homem guardou sua arma em uma grande mala que estava próxima a uma árvore e começamos a correr.

Após alguns minutos, estávamos dentro de um jatinho. Os gritos do aviador no rádio externavam aspereza ou alegria. Em russo, dá quase na mesma.

Cá estou, fedendo e com fome. Eu, que sempre me orgulhei de fugir das prisões físicas e psicológicas que a vida me apresentou, devo agora descobrir como escapar do corpo de um javali e de captores soviéticos.

Uma coisa é certa: jamais imaginei que um desafio tão divertido pudesse existir.

52 comentários em “Seres humanos não são os únicos jogadores (Vitor de Lerbo)

  1. Bia Machado
    23 de junho de 2017

    Gente, confesso que esse começo não me fisgou. Só mais para frente, quase na metade, posso dizer que a coisa fluiu. Que o autor ou autora tem criatividade, isso não se pode negar. E depois que a coisa engrenou, acredito que foi a criatividade na narrativa das desventuras que me conquistou. Achei que o tema do desafio não estaria presente. Desde que vi essa girafa tive medo disso, mas ah, lá está o tema do desafio, rs. Que sua criativiade não termine nunca, mas que você saiba dosar melhor isso nos próximos textos, pois nesse ficou uma coisa meio que “o médico e o monstro”, sabe… Não tô reclamando, foi uma leitura deleite em grande parte dele, mas… melhor dosar, ok? Boa sorte no desafio! PS: já curiosa pra saber quem escreveu isso!

  2. Daniel Reis
    23 de junho de 2017

    (Prezado Autor: antes dos comentários, alerto que minha análise deve se restringir aos pontos que, na minha percepção, podem ser mais trabalhados, sem intenção de passar uma crítica literária, mas uma impressão de leitor. Espero que essas observações possam ajudá-lo a se aprimorar, assim com a leitura de seu conto também me ajudou. Um grande abraço).

    Seres humanos não são os únicos jogadores (George Demikhov)

    ADEQUAÇÃO AO TEMA: eis que surge um que me surpreende… ao colocar uma girafa como imagem de seu conto. Tudo bem, a imagem do desafio aparece descrita lá no final… ok.

    ASPECTOS TÉCNICOS: quatro parágrafos iniciais de meditação; depois, começa uma aventura digna de Forest Gump. Me diverti muito com a maluquice do texto, a criatividade de narrativa, a boa condução das descrições. Só achei que o enredo ficou muito “busy”, muito cheio de ocorrências. Lembrei da música do Chico Buarque: “Agora eu era heroi, e o meu cavalo só falava inglês… (…) eu enfrentava os batalhões, os alemães e seus canhões, guardava o meu bodoque e ensaiava o rock para as matinês”. Algo assim.

    EFEITO: Gangues de Nova York, ainda que ambientado na terceira década do século XX, que vira Fuga de Alcatraz e a Ilha do Dr. Moreau. E Gregor Samsa finalmente vira um javali.

  3. Wender Lemes
    22 de junho de 2017

    Olá! Para organizar melhor, dividirei minha avaliação entre aspectos técnicos (ortografia, organização, estética), aspectos subjetivos (criatividade, apelo emocional) e minha compreensão geral sobre o conto. Tentarei comentar sem conferir antes a opinião dos colegas, mantendo meu feedback o mais natural possível. Peço desculpas prévias se acabar “chovendo no molhado” em algum ponto.

    ****

    Aspectos técnicos: texto bem revisado. As passagens estão organizadas de modo a valorizar a reviravolta final – que demonstra a esperteza do narrador até no momento de descrever a própria história. Por um lado, essa organização valoriza realmente a chegada do plot twist; por outro, não senti que ele tivesse o peso que se tentou passar.

    Aspectos subjetivos: o transplante de cérebro é uma das saídas mais criativas que li até agora para a utilização do tema. O fato de ser narrado em primeira pessoa contribui com o desenvolvimento da empatia – e torna essa loucura ainda mais palpável aos olhos do leitor.

    Compreensão geral: tive a impressão de que quem escreveu o conto tem um bom conhecimento sobre Alcatraz e seus arredores, ou realizou uma pesquisa de respeito. A trama tem pontos frágeis quando se trata da fuga, no entanto, ainda que bem cobertos. Durante a leitura, eu começava a me questionar sobre um ponto, então logo vinha uma explicação para suprir a brecha, mas nem sempre a explicação era a mais crível. Um exemplo disso ocorre quando o protagonista substitui o soldado no barco. É dito que o soldado, aparentemente, não tinha amigos que percebessem a troca… enfim, é algo que relevamos em prol da narrativa, que é boa.

    Parabéns e boa sorte.

  4. Raian Moreira
    22 de junho de 2017

    A linguagem de malandro do seu texto ficou simplesmente incrível.
    Você está de parabéns, seu conto está bem escrito, a gramática perfeita, vírgulas bem aplicadas, boas construções de frases ótimas referencias.
    A fuga causou estranheza pela facilidade,mas sei que a própria limitação que o desafio impõe, prejudica nisso. Acima de tudo, seu texto é excelente.

  5. Thiago de Melo
    22 de junho de 2017

    Amigo George,
    Parabéns pelo seu texto. Gostei. Apesar de ter sentido uma guinada muito forte no meio do texto, mudando a direção que inicialmente estava traçada, gostei.
    Na minha opinião, a parte inicial foi muito bem construída e todo o conflito foi muito bem apresentado. Só achei 13 anos muito velho para que ele começasse a defender a mãe… Vai ver aos 7 anos eu já era homem e nem sabia.
    Achei que a história como um todo funciona muito bem. Como estamos no plano da ficção, vale tudo. Então, se os americanos estão tentando (e conseguindo) transplantar um cérebro humano para a cabeça de um javali, por que não? Achei interessante e aceitei de boa essa ideia. Também tive um pouco de resistência inicial à “facilidade” com que ele consegue fugir de alcatraz, mas também relevei isso, o que me ajudou a gostar bastante da sua história.
    Como eu disse no início, só achei que o drama inicial, bastante humano e intimista, foi mudando ao longo do texto, meio que sem aviso para o leitor… Do drama humano, passamos para uma história policial, para depois chegarmos a uma quase ficção científica.
    Tirando essa variação muito grande (na minha opinião, claro) gostei do conto. Parabéns!
    Um abraço

  6. Wilson Barros
    21 de junho de 2017

    A imagem e o pseudônimo , nome do cientista russo que inventou o cão bicéfalo já prenunciavam o conto mundo estranho. O humor meio gângster, como a gratidão da mãe e a mansão em alcatraz prendem a atenção, e junto com as frases bem construídas e filosóficas substituem perfeitamente a ausência de diálogos. Outro fator que contribui muito para a fluidez do conto é o estilo aventuresco. Muito bom.

  7. Lee Rodrigues
    21 de junho de 2017

    Isso é que é #VidaLoka! Shuashuashuashua

    Caro George, a introdução ficou à la Augusto Cury, mas que se costurou nos parágrafos seguintes quando se revela os conflitos familiares. Nessa camada mais densa, acabei criando uma expectativa que fora quebrada, ou melhor furada, com as agulhas de tricô. A partir daí o texto assume o absurdo, e quando eu já estava meio triste com o andamento, você vem com a maconha – da boa 😃 – e me fisga de volta, dessa vez, já esperando qualquer coisa exagerada.

    O conto já chegando ao final e eu me perguntando, onde ele vai enfiar o Javali? E nos quarenta e cinco do segundo tempo, você troca de cérebro e me faz dar risadas – mas que filho da mãe, conseguiu!

    Muitas ações tumultuadas mas a narrativa corre solta, e o absurdo me fez querer chegar até o fim para descobrir até onde você ia.

    Oww mente criativa!

  8. Fil Felix
    20 de junho de 2017

    Um conto bem escrito, com uma narrativa bastante tranquila e fluida de ler. Temos um Houdini da vida, sempre escapando dos problemas que lhe acometem. O protagonista é bem carismático e todas as suas fugas são interessantes, desde quando ataca seu pai, até passar pela prisão e chegar em Alcatraz. O autor conseguiu criar um contexto bem interessante e palpável pra ele. Perto do final, o conto meio que muda de tom e fica diferente. A fuga de Alcatraz tem ares de 007 e o transplante de cérebros, que por si só é bem legal, achei que destoou um pouco do início. Mas no geral, é um bom conto.

  9. Felipe Moreira
    20 de junho de 2017

    O conto é bem escrito, mas parece demais. É tanta coisa condensada nessa epítome de tragédias que acaba cansando. Um drama familiar que se tornou na trajetória absurda de um tipo de wolverine. Achei o enredo meio batido, história da família devastada pelas consequencias da quebra da bolsa, o pai cai no alcool e bate na esposa; o filho, mata o pai em defesa do que restava de digno em casa. Mas é justamente aí que o pesadelo começa.

    O final é por demais abrupto. Não convenceu, nem falo de verossimilhança(até porque talvez esse seja o mais livre dessas barreiras), mas de entretenimento mesmo. No entanto, é muito bem escrito, algumas sacadas legais. Quando ele descreve o comportamento do pai, usa a analogia de uma tríplice coroa, o que soa estranho, ainda que a simbologia seja antiga, não estou certo sobre a popularização do termo numa NY na transição pros anos 30.

    Parabéns pelo trabalho, George. Você escreve muito bem. Boa sorte no desafio.

  10. Lucas F. Maziero (@lfmlucas)
    17 de junho de 2017

    É um bom conto, fácil de ler e de entender, o que já é o bastante. A história, apesar de criativa, extrapolou nos acontecimentos fantasiosos, dificultando engoli-la sem sentir um certo travo. Dave é admirável pela sua audácia, e mesmo no final ele manteve o bom humor e aceitou o desafio como algo banal e divertido.

    Uma questão de gosto: não me atraio por narradores que ainda estão se desenrolando pela história, nem por personagens mortos que contam a sua (embora eu tenha gostado de Memórias Póstumas de Brás Cubas), por essa razão eu penso que este conto ficaria melhor narrado em terceira pessoa.

    Parabéns!

  11. M. A. Thompson
    15 de junho de 2017

    Olá!

    Usarei o padrão de avaliação sugerido pelo EntreContos, assim garanto o mesmo critério para todos:

    * Adequação ao tema: forçada.

    * Qualidade da escrita (gramática, pontuação): adequada.

    * Desenvolvimento de personagens, qualidade literária (figuras de linguagem, descrições, diálogos): bom.

    * Enredo (coerência, criatividade): acho que este conto funcionaria melhor se fosse encurtado. Foi uma leitura cansativa, embora seja um conto cativante quando se consegue chegar ao fim.

    De modo geral foi um bom conto e valeu a leitura.

    Parabéns e boa sorte no Desafio!

  12. Elisa Ribeiro
    13 de junho de 2017

    Olá George. Seu conto está bem narrado, li sem sobressaltos. Também não observei qualquer deslize gramatical. A narrativa linear em primeira pessoa funcionou, mas confesso que seu narrador personagem não me cativou. Aconteceram coisas demais com ele e eu acho que houve um problema de unidade no seu enredo. O episódio de Alcatraz, depois de todos os acontecimentos do início do conto, “pesou” na história. Passei a gostar do conto de verdade na hora do transplante de cérebro para o javali, ou seja, quase no final da história. Resumindo, um enredo interessante, uma história bem contada que entretanto não funcionou comigo. Boa sorte no desafio. Abraço.

  13. Cilas Medi
    13 de junho de 2017

    Como um bom conto, a ficção em alta. Bem estruturado, sem erros ortográficos, com a pontuação razoável e de fácil leitura. Atendeu corretamente o desafio, com uma fina ironia. Sacrificado em nome da literatura, até javali faz sucesso.

  14. maziveblog
    13 de junho de 2017

    A adequação do conto ao tema é meio forçada. Na verdade o texto seria melhor sem a parte em que se converte em ficção científica. Por outro lado, independentemente das circunstâncias, os javalis não estão entre os animais mais aptos para cenários de guerra.
    E também ficou por esclarecer o ano em que o protagonista conta a história. Pois se os cientistas transferiram seu cérebro para um javali em 1945 e ele ainda não consegui voltar a um corpo humano, definitivamente não é assim tao bom em fugir de prisões. É que passam 72 anos.

  15. Rubem Cabral
    12 de junho de 2017

    Olá, George.

    Resolvi adotar um padrão de avaliação. Como sugerido pelo EntreContos. Vamos lá:

    Adequação ao tema:
    O conto tem todos os elementos da imagem-tema: homem encasacado, mala, javali.

    Qualidade da escrita (gramática, pontuação):
    O conto está muito bem escrito. Não observei pontos a acertar.

    Desenvolvimento de personagens, qualidade literária (figuras de linguagem, descrições, diálogos):
    A escrita é boa, com algumas tiradas sarcásticas idem. O personagem-narrador é convincente e bem construído. Não há diálogos.

    Enredo (coerência, criatividade):
    A história foi bastante criativa, mas exige bastante suspensão de descrença. Algo como a rapidíssima ascensão do Dave no crime, por exemplo, um druglord com tenros 21…
    Houve alguns momentos também em que alguns “plot devices” deram as caras em sequência (a fuga de Alcatraz). Por exemplo, por que arriscar deixar o guarda vivo, se o Dave já tinha pavimentado sua carreira de criminoso com corpos?

    Abraços e boa sorte no desafio.

  16. Givago Domingues Thimoti
    10 de junho de 2017

    Adequação ao tema proposto: Bem adequado
    Criatividade: Altíssima
    Emoção: Foi um dos meus contos favoritos. Frases provocantes e muito bem escritas.
    Enredo: Alcatraz é um lugar que inspira muitas lendas urbanas. Por incrível que pareça, sim, pessoas tentaram escapar do mesmo jeito que o narrador-personagem. Às vezes, nem a vida é verossimilhante.
    Alguns gostaram e outros não da mudança do tom da história. Eu, particularmente, gostei da mudança. Para mim, enredo muito bom.
    Gramática: Perfeita

    PS: Para mim, um dos melhores contos.

    Parabéns!

  17. Victor Finkler Lachowski
    10 de junho de 2017

    Olá autor/a.
    Seu conto foi fantástico e muito criativo, sendo inovador e surpreendente.
    A criatividade foi o ápice, excelente estória e muito original. Parece a estória de orgiem de um personagem de HQ.
    Narrativa excelente que prende muito o leitor, não queria parar de ler, fiquei triste quando acabou, lance mais histórias com esse personagem.
    O linguajar do personagem ser condizente com sua malandragem foi muito bem feita.
    Boa sorte no desafio e nos presenteie com mais obras,
    Abraços.

  18. Jorge Santos
    9 de junho de 2017

    Quando terminei de ler este conto, a pergunta que ficou no ar foi: para quando a próxima parte. O conto está perfeito, se assim se pode chamar a este texto – mais parece um estudo para um eventual romance, o qual, a concretizar-se, antevejo o maior sucesso. A realidade e a fantasia cruzam-se de uma forma elegante, ambos levados ao extremo, e a tensão é constante, tal como deveria acontecer sempre.

  19. Evandro Furtado
    8 de junho de 2017

    Olá, autor. Sigamos com a avaliação. Trarei três aspectos que considero essenciais para o conto: Elementos de gênero (em que gênero literário o conto de encaixa e como ele trabalha/transgride/satiriza ele), Conteúdo (a história em si e como ela é construída) e Forma (a narrativa, a linguagem utilizada).

    EG: Uma autobiografia fantástica, que explora vários cenários diferentes.

    C: A história é muito interessante, sobretudo porque explora acontecimentos de forma inesperada. Isso prende o leitor, já que ele fica ponderando sobre qual será o próximo passo.

    F: A escolha da primeira pessoa faz sentido dentro do gênero e não prejudica o desenvolvimento da trama. Algumas passagens possuem uma ligeira mudança no tom da linguagem emprega e isso incomoda um pouco, mas, em termos gerais, a narrativa é bem desenvolvida.

  20. Catarina
    7 de junho de 2017

    O INÍCIO não nos prepara para o que vem em seguida: quase um século de vida contados com uma fluidez apaixonante. A TRADUÇÃO DA IMAGEM demora a aparecer, mas vem com tudo. A girafa foi a cereja no bolo.
    Tenho verdadeiro tezão por sarcasmo bem escrito, adorei suas tiradas como: “Não posso dizer quão reconfortante foi saber que eu seria um javali e não uma girafa. Confesso que morro de medo de altura.” Ou “Ao invés de duas, eu tinha quatro pernas, e elas eram mais curtas que minha paciência.”
    Essa última frase tirou a magia do conto, EFEITO cristal quebrado no fim da festa. A frase é simpática, mas saiu do contexto.

  21. Marco Aurélio Saraiva
    7 de junho de 2017

    ===TRAMA===

    Muito boa e inesperada! Muito criativa e bem bolada. Me prendeu do início ao fim. Adequação perfeita ao tema – até a mala faz sentido, já que o russo que o raptou era provavelmente um espião, que tinha que disfarçar os seus armamentos. E ele era um piloto de avião também, para justificar a roupagem! Além disso, realmente, parando para ver, o homem da imagem parece russo mesmo, rs.

    Eu diria que a fuga de alcatraz foi um misto de esperteza do personagem com sorte… o que faz muito sentido. Ele usou de inteligência, mas contou com a sorte de passar na contagem dos militares e ninguém desconfiar de um soldado que não tinham visto nunca na vida. Mas vá lá: ele acabou não fugindo da prisão, afinal.

    Muito bom!

    ===TÉCNICA===

    Muito boa. Conto bem escrito, sem erros, com leitura fluida e cheia de frases inteligentes. Gostei muito da sua técnica: uma das melhores que vi por aqui, Destaque para a frase abaixo:

    “Passar doze horas por dia em um trabalho que você odeia é se suicidar em parcelas.”

    ===SALDO===

    Muito positivo! Está entre os meus top.

  22. Priscila Pereira
    6 de junho de 2017

    Oi George, que texto divertido!!! Gostei muito. Está muito bem escrito, com ótimas tirada,( a da girafa foi sensacional!!) gostei de cara do Dave, e não tem como negar que a criatividade te pegou de jeito nesse conto né… Seu conto me agradou muito. Parabéns!!!

  23. Brian Oliveira Lancaster
    6 de junho de 2017

    EGO (Essência, Gosto, Organização)
    E: Criativo. Exige uma suspensão de descrença enorme, mas é uma boa história (de origem). O narrador consegue emular certa malandragem que transparece em suas ações. Acho que esse javali inteligente foi parar em outros contos vizinhos daqui. Tem certa mensagem subliminar nas entrelinhas e percebi que a pessoa realmente se divertiu ao escrever este texto.
    G: Curioso, sem dúvida. Não há conexão imediata devido a sucessão de eventos, mas consegue imprimir personalidade através da narração. O final foi uma indireta-direta, mas casa bem com o que vinha sendo proposto. Com mais alguns detalhes, daria uma ótima história sci-fi. Transhumanismo ganharia novo significado. Transjavalismo?
    O: Escrita eficaz, leve e bem pontuada. A imagem me fez rir, não sei bem o porquê.

  24. Luis Guilherme
    5 de junho de 2017

    Caramba, mermao, quanta criatividade!

    Boa noite! Ce ta bao? Desculpe pelos prováveis erros na escrita.. Sou péssimo em digitar no cel heheh..

    Cara, teu conto eh mto loko. No bom sentido. Adorei o enredo! Me prendeu e fiquei o tempo todo me perguntando que diabos o javali faria na historia . me surpreendi positivamente!

    A escrits ta mto boa e envolvente!

    Adorei. Parabens e boa sorte!

  25. Gustavo Araujo
    5 de junho de 2017

    Não há dúvidas de que esse é um dos contos mais criativos do desafio. Ainda que privilegie a ação, o narrador/personagem é bem construído, com ambiguidades bem interessantes. Confesso que gostei demais da primeira parte, até o trecho em que ele mata o pai violento. Isso, porém, fez com que minhas expectativas aumentassem e o que se seguiu, infelizmente não esteve à altura do que eu esperava. O drama psicológico tão bem construído na primeira parte deu lugar a uma sucessão de desdobramentos pra lá de inverossímeis. Apesar da excelente escrita, não deu para comprar a ideia da fuga de Alcatraz num barco cheio de militares, onde o controle é muito rigoroso. Até daria para suspender a descrença no lance do transplante do cérebro (como John Woo em “Face Off”), mas aí já era tarde. O que me decepcionou um tanto – apesar da criatividade latente e do final bem sacado – foi essa mudança de drama pessoal para história de pescador. Enfim, um conto muito bem escrito, fluido, bom de ler, mas que acaba se perdendo num labirinto fantasioso.

  26. Afonso Elva
    5 de junho de 2017

    O texto ficou cansativo, repetindo estruturas o tempo todo, fazendo resumos sem apresentar cenas ou diálogo intercalados que, justamente, servem para descansar um pouco o leitor, descontrair, para dar ritmo ao texto. Confesso que cheguei a me perguntar se estava mesmo lendo um conto do desafio. O tema demora muito para ser apresentado, e quando é, fica com cara de improviso sem sentido, dando ao trabalho uma heterogeneidade extremamente desagradável. A vida de um marginal, ao meu ver, é muito menos interessante do que um aviador com um javali na coleira, que deveria ser a prioridade.
    Forte abraço

  27. Antonio Stegues Batista
    5 de junho de 2017

    O texto é cheio de analogias,alguns trechos semelhantes em “O Apanhador No Campo de Centeio”, de J.D Salinger, principalmente o narrador, ” Alcatraz- Fuga Impossível”, filme de Don Siegel, e outros filmes e livros. A historia começou bem, mas depois o final ficou bizarro.

  28. Evelyn Postali
    5 de junho de 2017

    Oi, George Demikhov,
    Gramática – Sem erros. Leitura agradável. Prende o leitor até o final.
    Criatividade – É meio que um resumo da vida do personagem. Deixa margem para reflexão. Conta um pouco da História Geral. Atravessa o tempo e vira meio que uma ficção científica. No fim das contas, fiquei esperando por mais, e isso é o bom da coisa. Queria ter lido mais.
    Adequação ao tema proposto – Está adequado, ao meu ver.
    Emoção – Seu conto teve um impacto mediano na minha pessoa. Talvez porque esperasse bem mais do final, ou pelo fato de ele ficar em aberto. Isso não me incomoda, apesar de tudo.
    Enredo – Começo, meio e fim entrelaçados, e final em aberto, como eu disse. Está coerente e aceitável. Crível.
    Parabéns pelo conto!
    Boa sorte no desafio!
    Abraços!

  29. Olisomar Pires
    4 de junho de 2017

    1.Tema: Adequação presente.

    2. Criatividade: Muito boa. Sujeito tem vida corrida, é preso por assassinato, foge, vira traficante, é preso, foge e tem seu cérebro transplantado para corpo de javali.

    3. Enredo: Como são “´várias” vidas num curto espaço, a coisa ficou com uma impressão de ser um resumo. Uma preparação para a estória que viria a seguir, a grande fuga do corpo do javali.

    Obviamente, as licenças literárias são usadas e abusadas no conto, o que é muito bom, pois tudo é possível no mundo de fantasia.

    4. Escrita: Não notei erros graves. O estilo é leve e agradável. A leitura flui tranquilamente.

    5. Impacto: Médio.

    Como disse, em minha opinião temos a apresentação de dados do personagem, não uma estória propriamente dita, esta viria ou virá a seguir, é uma introdução muito boa, diria excelente, mas em termos de conto não senti que respondesse 100%.

  30. Fernando Cyrino
    4 de junho de 2017

    Uau. Que viagem mais fantástica, aliás, que viagens mais fantásticas pois que foram várias, você acabou de me propiciar, amigo/amiga. Um autêntico passeio pela maionese. Isto tudo para dizer que gostei demais do seu conto. Redação muito bacana, sem erros aparentes, apresenta um cuidado bem legal com as palavras. Um enredo bem concatenado que foi me prendendo até chegar à nossa foto do Javali com cérebro humano sendo sequestrado pelo espião russo. Bacana. parabéns.

  31. Iolandinha Pinheiro
    4 de junho de 2017

    Não foi o conto preferido, mas, seguramente o mais interessante que li até agora. No começo pensei numa ambientação de Mario Puzo e num anti- herói de Charles Dickens, mas depois de tantas desventuras, a história mergulhou numa espécie medicina Deep Web que eu já conhecia e que me dá agonias quando tento assistir. A sua gramática é tranquila, a adequação foi feita, a sua criatividade foi nota 1000, a história desliza. O seu narrador, mesmo sendo um grandessíssimo FDP, tem carisma e sua história fisga qualquer pessoa. O único porém do seu conto foi o final pífio que teve um efeito desestimulante (não quero escrever broxante porque é feio, sabe?) em mim. Acho que foi a pressa, ou talvez o autor tenha se enchido de escrever tantas emoções, aventuras, pirações. Fazendo a média, vc fica com nota boa. Abraços, menino.

  32. Claudia Roberta Angst
    3 de junho de 2017

    Olá, autor, tudo bem?
    O título é interessante, mas não revela nada sobre o que virá a seguir, o que é bom. Adoro surpresas.
    O tema proposto pelo desafio foi abordado na sua totalidade, mesmo que a coisa toda tenha acontecido no segundo tempo do jogo.
    Não encontrei lapsos na sua revisão, muito provavelmente porque me distrai tanto com a leitura que me desapeguei desses detalhes técnicos. Muito bom o ritmo do seu texto. O tom bem humorado empregado pelo narrador faz a história ser digerida com prazer. Posso dizer que me diverti com esse gibi, opa, com esse conto.
    Boa sorte!

  33. juliana calafange da costa ribeiro
    3 de junho de 2017

    George! O melhor conto que li até agora! Gostei desde o começo, com sua narrativa fluida e veloz, fui me envolvendo na história sem conseguir parar de ler. Apesar da predominância do humor sarcástico, seu personagem é bem construído, o que faz o leitor se envolver ainda mais na trama. E que trama! Muito criativa. Eu confesso que até o 2º terço do conto fiquei com medo que vc não cumprisse a adequação ao tema. Mas vc fez isso de forma surpreendente no final. Um final aberto, ainda assim, ou talvez por isso mesmo, genial. Gostei muito, sério candidato ao pódio! Parabéns!

  34. Fheluany Nogueira
    3 de junho de 2017

    Este conto me levou a várias pesquisas e uma publicada na revista Psychological Science indica que a literatura do absurdo estimula o nosso cérebro, então, obrigada pelo exercício. Gostei. Protagonista muito bem construído como anti-herói, ambientação bastante adequada ao tema, assunto e estilo amarradinhos.

    É uma narrativa singular e divertida. A leitura é fluente e mantém a atenção; poucos entraves estruturais ou gramaticais, a falta de uma crase, um pronome átono iniciando frase e um foco narrativo ambíguo no primeiro parágrafo.

    Algumas palavras repetidas e a extensão das primeiras partes em detrimento de maiores detalhes da experiência com o cérebro diminuíram a força de impacto da trama e foi só neste desfecho que pudemos entender o título e o pseudônimo, é lógico consultando o Dr. Google.

    Parabéns pela participação. Abraços. É um dos meus favoritos, principalmente pela originalidade no aproveitamento da imagem-tema, pela ação repleta de reviravoltas e o tom de humor-negro, de ironia.

  35. Roselaine Hahn
    1 de junho de 2017

    Ah, e uma das melhores imagens do desafio. Fiquei intrigada com a foto da girafa, mas depois fez todo o sentido: “Confesso que morro de medo de altura”. Rsrsrs

  36. Roselaine Hahn
    1 de junho de 2017

    Olá George, o início do seu conto me lembrou o início de Deuses Americanos do Neil Gaiman, já leu? Se não leu, corre, garanto que vai gostar. Eu também gostei. Do seu conto. Achei muito convincente a psiquê do jovem delinquente, o humor quase negro, um cara funcionando no automático, como um porco selvagem mesmo. Frases secas, tiros certeiros:” Os gritos do aviador no rádio externavam aspereza ou alegria. Em russo, dá quase na mesma”. Não entrarei em questões de verossimilhança dos fatos narrados em Alcatraz, o que vale é a criatividade do autor, e porque tb. me remeteu ao livro e ao filme Papillon, que conta a história da fuga da Ilha do Diabo. Quanto ao javali, ele demorou a entrar em cena, ficou como coadjuvante na história. A parte final, do experimento científico foi uma grande viagem do autor e acho que poderia ter uma amplitude maior no texto. No mais, correr para o abraço! Go ahead.

  37. Sick Mind
    31 de maio de 2017

    É um conto interessante, divertido. A leitura é bem fácil, a trama sofre mudanças com frequência, o que talvez não seja ideal para um concurso limitado a 2.000 palavras, mas foi uma boa tentativa.
    Por mais que algumas cenas não sejam críveis, o enredo tem um certo poder de manter a atenção do leitor. Mas quando a história chega ao transplante de cérebro… só digo que o Dr. Sergio Canavero tem mto a aprender com o autor(a) desse conto. Inclusive, ter baseado a adequação ao tema dessa maneira, foi bem inusitado.

  38. Leo Jardim
    31 de maio de 2017

    Seres humanos não são os únicos jogadores (George Demikhov)

    Minhas impressões de cada aspecto do conto:

    📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫): inventiva, um cara que está acostumado a fugir (embora a história só nos conte mesmo duas de suas fugas) acaba ficando numa situação um tanto surreal: preso com a mente em um corpo de javali. A trama da fuga de Alcatraz está um pouco forçada mesmo ele, no fim, tendo sido capturado. O fim, a transfusão da mente dele para o javali, ficou um tanto explicativa demais e muito contada, sem emoção. Acho que poderia ter distribuído melhor o espaço do conto deixando mais para o final e resumindo mais a fuga.

    📝 Técnica (⭐⭐⭐▫▫): uma boa narração em primeira pessoa, passa confiança como se o personagem realmente existisse e estivesse nos contando a história.

    💡 Criatividade (⭐⭐⭐): um fugitivo preso no corpo de um javali é, sem dúvidas, uma ideia criativa.

    🎯 Tema (⭐⭐): a imagem-tema surge no final: um aviador russo e nosso protagonista.

    🎭 Impacto (⭐⭐⭐▫▫): acho que faltou só caprichar um pouquinho mais na parte final, após a transfusão de cérebro. Investir a história ali teria sido mais divertido. Se o objetivo do autor foi deixar a transfusão como uma reviravolta, não funcionou muito bem, porque adiantou bem antes que isso aconteceria. Apesar desses pontos de melhoria que estou citando, é uma boa história, só que poderia ficar melhor.

  39. Jowilton Amaral da Costa
    31 de maio de 2017

    Um bom conto. Divertido e bem narrado. A trama é muito doida, mas, nos deixa ligados no texto. No final, com o tal transplante de cérebro, fiquei meio desanimado. No geral, é um bom conto. Boa sorte.

  40. Gilson Raimundo
    30 de maio de 2017

    Achei que principalmente no início do conto algumas palavras foram repetidas. Aqui se paga, aqui se faz. Acho que está expressão quer dizer que ele achava que estava pagando por algo que não fez, então pq não fazer? O autor tem uma história agitada que não se apega a reviravoltas, elas estão presentes mas não são totalmente exploradas, falta valorizá-las um pouco mais. O cara é cheio de aventuras o que se cria bastante arestas, parece o Forest Gump. O que mais importa é como ele foi levado até à troca de cérebro e as preparações para chegar nessa parte voltaram até o nascimento do rapaz, demoraram um pouco.

  41. Neusa Maria Fontolan
    29 de maio de 2017

    Eita, mas que doideira a vida deste rapaz!
    O conto está bem escrito, apesar das cenas exageradas me prendeu até o fim, e sem duvidar do que estava escrito, considero isso uma coisa muito boa.
    Meus parabéns
    Sucesso no desafio

  42. Paula Giannini - palcodapalavrablog
    28 de maio de 2017

    Olá, George,
    Tudo bem?
    Seu conto lembra o clima dos filmes tipo “007”. Só que aqui o protagonista perspicaz é o anti-herói. Ações mirabolantes se desenrolam em um frenético ritmo, quase de tirar o fôlego.
    Gostei do estilo, da narrativa, do excelente uso da gramática e da história.
    Creio, porém, que este conto daria um ótimo romance. Você presenteia o leitor com uma série bem grande de tramas e sub tramas e, olhando o texto como um todo, vejo pelo menos dois enredos distintos formando um mesmo trabalho. O primeiro vai até o momento em que o protagonista entra em Alcatraz. O segundo começa exatamente nesse ponto.
    Eu arriscaria, ainda, uma terceira divisão. A trama do cérebro humano sendo transplantado no corpo de um animal. Essa terceira parte é, para mim, o ponto alto e o verdadeiro mote de sua criação. Uma história de ficção científica no melhor do estilo absurdo, além de muito criativa. Além de ser o ponto que realmente representa o desafio. Fiquei com a impressão de que todo o resto (embora muito bom) fosse pura alegoria. Uma introdução (muito bem feita – porém longa) do que viria adiante, a cereja do bolo. Mas, pensando bem, a cereja é bem menor que um bolo, não é? E essa é somente o meu ponto de vista.
    Sua ver é ótima.
    Parabéns por seu trabalho e boa sorte no desafio.
    Beijos
    Paula Giannini

  43. Milton Meier Junior
    28 de maio de 2017

    me diverti com o conto. tem umas tiradas ótimas. muito bem escrito e de fácil leitura. as coisas se desenrolam com muita rapidez, com certeza se o autor tivesse mais espaço poderia desenvolver certas passagens, mas isso não interfere em nada. uma história muito bem contada, com uma ótima reviravolta e um humor que permeia todo o texto. parabéns!

  44. Sabrina Dalbelo
    27 de maio de 2017

    Olá autor(a),

    Gostei do teu conto. Ele dá uma reviravolta e tanto, hein?!
    Para mim, ele é composto de duas partes: a primeira narra com bastante propriedade a vida de uma pessoa que acabou sucumbindo às consequências da violência e do abandono familiar; a segunda é sobre um experimento médico muitíssimo peculiar.
    Ambas foram muito bem narradas, pois a leitura fluiu e tudo estava descrito de forma a criar a vontade de continuar a leitura.
    Os termos escolhidos foram muito felizes e a leitura foi divertida e interessante.
    O que me incomodou um pouquinho foi a rápida transposição – principalmente tendo em vista que tudo vinha sendo muito bem alinhavado – da cabeça do homem para a do javali. Foi muito rápida a ação de, após a cirurgia, o protagonista já participar de batalhas com o guerreiro soviético.
    Repito, foi tudo bem narrado e muito criativo.
    Grande abraço,

  45. Ricardo Gnecco Falco
    26 de maio de 2017

    Olá autor/autora! 🙂
    Obrigado por me presentear com a sua criação,
    permitindo-me ampliar meus horizontes literários e,
    assim, favorecendo meu próprio crescimento enquanto
    criativa criatura criadora! Gratidão! 😉
    Seguindo a sugestão de nosso Anfitrião, moderador e
    administrador deste Certame, avaliarei seu trabalho — e
    todos os demais — conforme o mesmo padrão, que segue
    abaixo, ao final.
    Desde já, desejo-lhe boa sorte no Desafio e um longo e
    próspero caminhar nesta prazerosa ‘labuta’ que é a arte
    da escrita!

    Grande abraço,

    Paz e Bem!

    *************************************************
    Avaliação da Obra:

    – GRAMÁTICA
    Muito boa! Não percebi nada que me incomodasse. Parabéns!

    – CRIATIVIDADE
    Um ‘samba-do-afrodescendente-doido’, rs! Vida loca a desse protagonista, hein? Mas, como parece que o autor tem ciência da inverossimilhança da história criada, o leitor simplesmente se permite embarcar nesta atribulada jornada e, ao final, se diverte bastante. 😉

    – ADEQUAÇÃO AO TEMA PROPOSTO
    100%. Temos javali (com cérebro humano), roupas de aviador (russo!), mala e até corrente.

    – EMOÇÃO
    Boa. Quando o leitor se permite entrar (e o convite do/a autor/a é bem aceito) no campo do inverossímil de boa, fica tudo mais interessante e gostoso. Uma história boa exatamente por se permitir a não se levar a sério. O que, de jeito algum, significa qualquer descrédito para o bom trabalho feito aqui.

    – ENREDO
    Em um momento de extremo tédio, o Destino decide traçar, com caneta néon, o caminho de Dave na Terra, que terá uma vida (e uma ‘morte’) bem agitada.

    *************************************************

  46. Pedro Luna
    25 de maio de 2017

    Olá, apesar de ter gostado da leitura, é preciso dizer que é um conto cheio de altos e baixos.

    O início, com o tom de mensagem de livro de auto ajuda já começa desagradando, mas aí a trama começa e soa interessante. Após isso, vem a cena com o pai que me incomodou com o exagero da agulha perfurada na nuca e saindo do outro lado, era uma agulha ou uma espada? Mas blz, digamos que seja possível, segui em frente.

    E aí, mais uma vez o conto dá uma caída com o desenrolar das coisas. O cidadão vira um chefão das drogas mas essa parte é resumida demais, o que dá certa irritação, como se eu tivesse lendo um relato rápido da vida de alguém. Por fim, chegamos a prisão e aí tudo melhora. O conto se assume como exagerado e segue sem medo essa linha, chegando até a experiências de espionagem e guerra. Que vida a do sujeito. kkk

    Bom, o saldo é positivo. Apesar de apressado em alguns momentos, é um bom conto exagerado que é lido sem problemas devido a escrita limpa, e com um personagem cheio de defeitos e qualidades, que prende a atenção.

  47. Andreza Araujo
    24 de maio de 2017

    A parte do conto que mais me impressionou foi a própria narrativa. Foi muito fácil acompanhar a história, mergulhar em cada momento da vida do fugitivo. O título entrega um pouco a história, me fez pensar que alguém “viveria” na pele do javali, o que foi reafirmado (na minha cabeça) quando o narrador fala em prisão (logo no início do conto), mas ao chegar no final do texto, já nem lembrava mais desta minha conclusão precoce.

    Achei um pouco enfadonha a cena do assassinato do pai por causa de tantos detalhes, mas nada que tenha me feito revirar os olhos. De resto, adorei o ritmo e os detalhes sobre os locais onde ele esteve, deixou o texto mais rico e verossímil. Apenas o final foge um pouco disto, por se tratar de algo fantasioso, mas não digo isto de um modo ruim, muito pelo contrário, pois foi algo inesperado. Certamente um bom conto e que cumpriu o desafio proposto.

  48. Ana Monteiro
    24 de maio de 2017

    Olá George. Boa! Boa! É o que dá vontade de dizer. Já agora: tem a certeza de não ter excedido as 2000 palavras? seu conto é bem grande. Mas também tem tanto enredo que talvez isso dê a sensação de ser maior do que é.no entanto,lê-se de um trago. É uma história rica, com um personagem fortíssimo que reforça a sua imensa presenças com frases verdadeiramente antológicas. A gramática e uso da língua estão irrepreensíveis e a leitura flui com leveza e naturalidade,permitindo entrar na história e esquecer o que nos rodeia. Mais emoção e enredo não se poderia pedir. Parabéns pelo excelente trabalho. Boa sorte.

  49. Anorkinda Neide
    23 de maio de 2017

    Nossa mãezinha.. que vida agitada.
    Apesar dos exageros, tudo isso na vida de uma só pessoa? tá certo q existe, ao é esta a questao mas de q é pouco espaço e entao tudo vai atropelando a gente. Mas como ia dizendo apesar dos exageros a historia seguiu uma linha coerente, até mesmo na fuga, como vc explicou no comentario ao Fabio.
    Agora a experiência com o cérebro foi demais! kkk nao se se pro ruim ou a comicidade ganha pontos, tô em dúvida, ri muito nesta frase aqui: ‘Tudo seria mais fácil se fosse para o corpo de outra pessoa, mas a ciência preza pela dificuldade. Meu cérebro faria parte do corpo de outro animal. Não posso dizer quão reconfortante foi saber que eu seria um javali e não uma girafa. ‘
    E dae finalmente, aparece a imagem de nosso desafio com o soldado russo, vou dizer q isso foi legal.. haha
    Então eu to aqui pensando q pro seu estilo, pra sua proposta, pra sua irreverência, o conto está muito bem, sim. Um texto bom tb. Parabéns.
    Abração

  50. Fabio Baptista
    21 de maio de 2017

    O conto está bem escrito – gramática perfeita, vírgulas bem aplicadas, boas construções de frases e boas sacadas em momentos oportunos. Esses fatores fazem a história fluir sem entraves, o que é ótimo e garante boa nota.

    A trama, porém, acabou me desagradando. Enquanto estava a história de um anti-herói badass que fugia das prisões, eu estava gostando. Quando entrou no detalhe da fuga de Alcatraz, a falta de verossimilhança me incomodou. O segmento final então… foi aquela surpresa, mas não num bom sentido.

    Não se pode dizer que não foi criativo, mas achei que destoou muito.

    – Aqui se paga, aqui se faz
    >>> essa inversão ficou bacana

    – Passar doze horas por dia em um trabalho que você odeia é se suicidar em parcelas.
    >>> Essa frase ficou bem Bukowski

    – vi que a lancha do exército já estava no cais
    >>> não consigo imaginar o que essa lancha foi fazer aí, mas tudo bem… kkkkkkkk

    – aparentemente o cara de furo no queixo não tinha amigos na embarcação
    >>> outro Deus-Ex em ação

    – Em russo, dá quase na mesma.
    >>> outra boa sacada

    Abraço!

    • G. Demikhov
      21 de maio de 2017

      Olá, Fabio!

      Muito obrigado pelo comentário detalhado!

      Em relação à fuga de Alcatraz, mais por curiosidade mesmo, para escrever essa parte fiquei preocupado justamente com a falta de verossimilhança. Fiz uma pesquisa e acabei unindo duas tentativas reais de fuga que não deram certo – uma em que o preso junta todo o fardamento e entra na lancha do exército e outra que dois presos dominam um guarda ao carregarem o lixo para fora. Creio que essa lancha do exército vá até lá justamente para despachar os materiais que os detentos devem lavar.

      De qualquer forma, deixo aqui o link com uma lista de tentativas pra galera se divertir, já que algumas são bem cômicas:

      http://mundoestranho.abril.com.br/historia/quais-foram-as-tentativas-de-fuga-mais-espetaculares-de-alcatraz/

      Abraço e boa sorte no desafio!

      • Fabio Baptista
        23 de maio de 2017

        É aquela história: “ao contrário da ficção, a realidade não tem obrigação de parecer verossímil” hauahuahu.

        Dei uma olhada no link, realmente a galera tem bastante criatividade para fugir da cadeia rsrs.

        Abração!

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Informação

Publicado às 20 de maio de 2017 por em Imagem - 2017 e marcado .