EntreContos

Detox Literário.

Eu Quero é Ficar Sedado (Fátima Heluany)

Zav corria descalço pela grama úmida. A chuva cessara, e o azul do céu era cortado por um arco íris. O vento balançava os galhos das árvores e desmanchava os cachos loiros do cabelo da mulher que acompanhava com os olhos brilhantes o desempenho do rapaz.

Despertado por uma suave música, Zav recordou-se do sonho, enquanto braços mecânicos ajeitavam os lençóis e travesseiros do leito. Aliás, só conhecia aquele mundo vislumbrado por apresentações virtuais. Ele sempre viveu no Quadrante Alfa, somente se deslocava daquele camarote para a grande cúpula. O que se podia ver dali, através da descomunal redoma, era um exterior sempre  cinzento e nebuloso.

Depois das pandemias, veio a desvitalização genética, a alimentação inapropriada; a escassez era natural, a terra perdera a força de germinar a semente, agora com uma temperatura média de sessenta graus Celsius. As armas químicas de alto potencial degenerativo das bases moleculares deixaram o ecossistema no planeta suscetível de falência. Aconteceu aniquilamento de boa parte da civilização. Somado ao aumento das micro-convulsões sociais, pouco a pouco, o modo de vida terráqueo sofreu mudanças sistêmicas irreversíveis, a natureza vista até meados do século XXI desapareceu. Criou-se um novo modelo de organização sócio-urbana em estufas do tamanho correspondente a vinte quadras, com atmosfera e iluminação artificiais.

O Fora se tornou inadmissível como habitat, não havia água potável, somente grandes extensões expandidas dos oceanos, que foram ganhando espaço devido ao derretimento das geleiras; as espécies haviam sido extintas, a vida na Terra fora reduzida à do homem e suas invenções dentro das plataformas. O que valia era sobreviver, e nesta batalha o preço alto do existir era sob o domínio da automação.

A ciência permitiu vida longeva àqueles que se predispunham a serem capsulados numa nova formatação que melhorasse suas capacidades; transformaram-se numa espécie de humanóides, dotados de partes orgânicas e cibernéticas. Viviam armazenados em campos específicos dos centros. Estas eram as informações que lhes eram transmitidas, todo o conhecimento que acessavam.

A fala do Mentor trouxe a mente do rapaz de regresso à palestra:

— Aprendizes, todos nós somos resultantes da fecundação in vitro, em ambiente controlado e recombinação genética necessária para a função que cada um de nós tem na comunidade. Neste grupo, o nível intelectivo foi preservado e ampliado, a memória de nascença é alimentada por hologramas…

Zav era portador de capacidades superiores às do homem comum. Compunha um seleto grupo de concebidos com a finalidade específica de tornar a civilização mais equilibrada e sustentável. A convivência se restringia àquele Quadrante em que conduziam o trabalho. Sempre ordem e disciplina.

Entretanto… Algo saíra errado no crossover de Zav — pensava demais, sentia-se diferenciado, não aceitava as limitações, desejava sair da cúpula. Contestava as informações que recebera sobre o mundo do Fora, planejava confrontos. Ele foi gerado para ser pensante e sua mente investigativa impedia que fosse manipulado. Eram diversas as questões que o incomodavam: se a população de humanóides era cerca de cinco bilhões, como viveriam enclausurados, quais os recursos de que dispunham? O Mentor, que contava duzentos e trinta anos, teria vivido somente Dentro?

O jovem tentou expor a sua dificuldade em obedecer meticulosamente às regras, mas o que sempre vislumbrava era um intricado quebra-cabeça. Questionar era um risco; era explorar o desconhecido; ninguém sabia o que poderia acontecer. Os outros Pensantes mostravam-se alinhados, focados na direção pré-determinada.

— Besteira! Por que nos fariam acreditar neste mundo? — respondiam nas conversas em baixa voz; ainda aconselhavam Zav a não se desviar.

— Esteja em paz! Não existem operações secretas! Segredos perturbadores estão apenas em sua mente. — com esta resposta, o Mentor o persuadia a assumir o papel que lhe fora confiado.

A oportunidade surgiu; a imaginação é capaz de exorcizar as crenças limitadoras. As plantas da construção vieram para seu companheiro, encarregado da manutenção; às escondidas, Zav estudou o mapa, as passagens, memorizou cada detalhe. Restava encontrar a solução para os implantes cerebrais, os sensores de presença. Foi uma lida de meses, muitos sobressaltos; a segurança era prioridade naquele setor, mesmo na intimidade a vigilância era intensa dificultando os passos do rebelde.  Ele sondou os encarregados de cada setor, com mestria, captou dados úteis e acabou por obter sucesso, conseguiu desplugar todos os conectores e criar uma falsa posição que iludisse o controle. Montou um GPS com orientações de um manual antigo, organizou uma bagagem mínima com itens que acreditava necessitar no Fora, pílulas-alimento e, sobretudo, preparou o espírito para a aventura a que aspirava viver. Graças à camuflagem eletrônica, ele planejava voltar antes que notassem sua ausência…

Zav atravessou a área proibida, o Portal à frente começa, assim, a se abrir. A fresta já mostrava a luz do outro lado. Todos os seus sentidos vibraram! Não estava preparado para aquela visão!

Os hologramas de estudo do passado mostrariam o quadro contemplado pelo jovem como um dia de folga no parque. Era o ambiente ideal para quem buscasse um espaço de lazer. A natureza era magnífica, nuvens densas e macias, sombras de árvores, espelhos d’ água, coretos, e campos, a perder de vista, semeados de flores multicoloridas. Seria mais uma das projeções oníricas ou o local era real? Haveria de ser a verdade já que faltavam crianças e outras espécies animais. Esta era a substancial diferença entre o passado e a atualidade, além da presença dos robôs nas mais diversas formas, das novas formas de transporte e de comunicação, da ausência de poluição e da miséria. Por que a mentira? Por que Madre iludiria os Pensantes?

Zav ia levitando em direção às habitações; penetrava no espaço e em um mundo que jamais imaginou existir. O instinto lhe dizia que aquela travessia implicava não em um engrandecimento pessoal, mas em um apagar da consciência para integrar-se ao coletivo, para enxergar a dimensão suprema. O resultado seria reavaliar toda a dimensão histórica.

Uma rapariga abordou o moço, que, no momento, já se encontrava mais refeito dos impactos da mudança de ambiente. A naturalidade com que ela se achegou foi surpreendente, livre de qualquer constrangimento. Ela era esguia e tão bela quanto as mulheres admiradas nas imagens difratadas; não estranhou a cabeça enorme do visitante, o corpo disforme de membros diminutos, a calvície e os olhos grandes, formatados para enxergar em graus diferenciados. Aliás, nem percebeu que era um ser vindo de outra esfera que aquela. Ela foi sua guia por um tempo de observação em que ia percorrendo aquele universo tão próximo e tão distante. Ele contatou outros seres que tiveram as mesmas reações de indiferença e aceitação…

Zav, então, entendeu a essência do trabalho que desenvolvia — os Hormons, as pílulas da aptidão, da alegria permanente, da alienação total, da inconsequência. Era assim que Madre dominava a população do Fora. Os do Dentro criavam os elementos necessários, as máquinas executavam o trabalho, os humanos viviam para o lazer, as cápsulas traziam a submissão…

Um laboratório em céu aberto. A curiosidade fez o Pensante retardar o regresso. Mais um tempo, mais experimentos… A jovem falara em sexo, sua curiosidade maior. Por que não? Estava no Fora mesmo. Mas, não estava pronto para aquilo. A moça ofereceu uma drágea, que ele reconheceu como Hormons. Por um instante teve dúvidas sobre o efeito no seu corpo franzino; temendo o remorso, rapidamente engoliu o comprimido. Pareceu-lhe que entrara em mutação, o poder espalhou-se por todas as entranhas. Zav vivenciou uma experiência singular, orgasmos contínuos, frêmitos, a natureza… Aquele prazer único entorpeceu-lhe a racionalidade, foi se tornando íntimo do novo e impassível reino. Desejava mais e mais…

O encantamento era renovado a cada outra atividade, a cada nova dose do Hormons: nadar, correr, jogar, competir; e o mais instigante, a comunicação, o contato com outro ser, a fuga do isolamento. Estas práticas lhe roubavam as energias para o retorno. Zav ia se estabelecendo ali, na proporção em que a ponderação se esmorecia. Não sabia mais quanto tempo era transcorrido, a exultação física o consumia. Seria difícil haver retorno.

Três andróides, vindos da cúpula por tubos despressurizados, projetavam imagens de Zav para a Madre.

— Abortar. Elemento contaminado. — proferiu a voz metálica e remota. — Aplicar o soro antimemória.

Zav perdeu-se em deleites indefiníveis, no entanto algum defeito ocorrera no crossover dele. Relances de outra linhagem o atormentavam. Entre uma pílula e outra, cristalizava-se um mito bizarro, e o cérebro enlouquecido começava a analisar a dualidade de tudo, bem e mal, certo e errado, gosto e não gosto, dominantes e dominados, sentia a vida construída dessa forma, em pares de opostos. Nestes clarões, mirava a cúpula escondida entre as nuvens e imaginava como seria estar lá. Percebia, em lampejos, que pensar é que constrói a noção de um eu, tomava consciência dialética. Até quando suportaria a rotina de prazeres? Se fosse um Pensante…

O porquê da mentira ficou evidenciado. O Dentro não precisava conhecer o Fora. O físico não poderia conscientizar sobre o espírito. Era o ritual derradeiro de uma cadeia cultural a se cumprir no nada absoluto.

 

 

“Nothing to do, nowhere to go, oh

I wanna be sedated”

(I Wanna Be Sedated – The Ramones)

Tradução: Nada para fazer, nenhum lugar para ir, oh

Eu quero ser sedado

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40 comentários em “Eu Quero é Ficar Sedado (Fátima Heluany)

  1. Leonardo Jardim
    16 de dezembro de 2016

    Minhas impressões de cada aspecto do conto:

    📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫): a ideia é boa e gera bastante reflexões, mas a execução poderia ter feito essa mensagem ficar melhor. Acho q o texto ficou muito contado e pouco mostrado. Gostaria de ter visto mais as experiências dele Fora e conhecer a tal mulher que o convenceu a ficar. O narrador me contou sobre as sensações dele, mas eu queria ter visto acontecer. A parte que ele conhece a mulher, por exemplo, e se apaixona a ponto de desistir da vida que conhecia, fico muito superficial.

    📝 Técnica (⭐⭐⭐▫▫): boa, apesar do problema de contar muito e mostrar pouco (se não estiver entendendo o que estou falando, pesquise to show/tell no Google). Fora isso, não vi nenhum outro problema que merecesse nota.

    💡 Criatividade (⭐⭐▫): esse mote de cúpulas e um mundo externo melhor é meio batido. A novidade ficou por conta de aqueles do lado de fora estarem sempre dopados.

    🎯 Tema (⭐⭐): considerei adequado ao tema, pois lembra bastante Admirável Mundo Novo.

    🎭 Impacto (⭐⭐▫▫▫): o fato do final ser muito contado tirou toda a boa emoção que poderia existir no final. A parte de preferir ficar sedado é para gerar muitas reflexões.

    ⚠️ Nota 7,0

  2. Renato Silva
    16 de dezembro de 2016

    Olá.

    Muito bom seu conto, recheado de elementos de FC. O mundo sombrio e a alta tecnologia se fizeram presentes, além da manipulação genética e de narcóticos. Gostei. Nem precisava citar a música dos Ramones. Só pelo título, ela já me veio à cabeça.

    Boa sorte.

  3. Bia Machado
    16 de dezembro de 2016

    Gostei de grande parte do texto. O final considero que trouxe uma grata surpresa, até fiquei aliviada, pensando “Ah, que bom que é isso”, rs… Porém, o conto se arrastou mais do que o necessário em alguns pontos, em minha opinião, claro. Em alguns trechos, muita explicação. Acho que o tanto que o conto se encompridou no meio poderia ter sido usado para criar parágrafos finais de maior impacto, mais elaborados. Apesar de ter gostado da explicação no final, mas as ações poderiam ter sido narradas com um pouco mais de riqueza. Enfim, gostei.

  4. Thiago de Melo
    16 de dezembro de 2016

    26. Eu quero é ficar sedado (Ana Arquia): Nota 6,0
    Amiga Ana,
    Que viagem!
    Gostei do seu texto, apesar de ter sentido um pouco de falta de falas. Sabe aquela história de texto muito “contado” e pouco “mostrado”. Imagino que seja difícil incluir falas quando a história gira em torno de um único personagem, mas, não sei como explicar muito bem. Pareceu que as coisas que estavam acontecendo eram para ser muito empolgantes (primeira vez do lado Fora, fazer o que era proibido e tal), mas eu não consegui sentir o seu personagem principal agindo de fato, parecia mais que as coisas “estavam acontecendo com ele” do que ele realmente fazendo as coisas. Dá pra entender?
    Ele saiu, daí apareceu uma mulher, de repente a mulher falou de sexo, a mulher fez sexo com o cara, de repente apareceram remedinhos que dão alegria e prazer… Daih a Madre corta o barato dele… Acho que ele foi um protagonista pouco protagonista da própria história.
    Acho que com alguns ajustes você consegue uma melhora significativa no texto.
    Boa sorte no desafio.

  5. mariasantino1
    16 de dezembro de 2016

    Olá, autor(a)!

    Que coisa, achei o seu texto recheado de divagações bacanas >>> “Percebia, em lampejos, que pensar é que constrói a noção de um eu,” , e é meio filosófico. Tem uma aura mística e é denso para o tamanho, para o número de palavras que vc usou. Me lembrou o admirável mundo novo, mas também me lembrou o fruto proibido de Adão e Eva. Gostei bastante do conto porque ele alcança o plano das ideias além das linhas.

    Boa sorte no desafio.

    Nota: 8,5

  6. Wender Lemes
    15 de dezembro de 2016

    Olá! Dividi meus comentários em três tópicos principais: estrutura (ortografia, enredo), criatividade (tanto técnica, quanto temática) e carisma (identificação com o texto):

    Estrutura: uma trama simples e bem feita, com imagens descritas com propriedade. Apesar da narrativa em terceira pessoa, a riqueza nos detalhes nos faz acompanhar o protagonista como se fosse em primeira. Não sei bem em qual punk se encaixaria, mas acredito que não esteja fora do proposto.

    Criatividade: criou um ambiente legal para um mundo funcionalista. Achei bastante convincente o fato de Zav ter seu conhecimento limitado ao que lhe cabia. Sua capacidade de sair da rotina imposta me parece mais uma falha de sua natureza que um erro dos controladores. Além de tudo, há um questionamento filosófico legal ao final, sobre o que realmente nos faz indivíduos. Seria a individualidade uma falha ou uma dádiva?

    Carisma: parabéns, conseguiu criar uma boa história, com muitos detalhes, sem se ater ao limite máximo de palavras. Conquistou este humilde leitor aqui.

    Parabéns e boa sorte.

  7. Luis Guilherme
    15 de dezembro de 2016

    Boa tarde, querido(a) amigo(a) escritor(a)!
    Primeiramente, parabéns pela participação no desafio e pelo esforço. Bom, vamos ao conto, né?
    Bom, seu conto me pareceu mais contemplativo do que enredado, quer dizer, não tem um enredo bem estabelecido, mas sim uma sucessão de ideias que seguem um fluxo principal e abordam questões metafóricas.
    A historia tem um viés interessante e conceitos que me fizeram pensar, mas no geral não me conquistou de todo. Achei que faltou aquele algo que prende.
    Mesmo assim, é um conto interessante que mostra criatividade e um poder de reflexão grandes do autor.
    Parabéns e boa sorte!

  8. Waldo Gomes
    15 de dezembro de 2016

    Interessante, bem escrito e conduzido, o personagem ZAV pode ser visto como um estreótipo, mas é legal.

    A trama meio que se perdeu um pouco ou não ficou muito clara pra mim.

    Parabéns.

  9. rsollberg
    15 de dezembro de 2016

    Eu Quero é Ficar Sedado (Ana Arquia)

    Caro (a), Ana (06)

    Primeiramente, Ana Arquia ganhou o troféu trocadilho do EC!
    Então, aqui ocorre o que tornou-se comum nesse desafio, explicar todo o universo antes de entrar propriamente na história. Particularmente, prefiro quando as informações não surgem explicitas e em blocos. Contudo, creio que isso é uma questão de preferência. A velha história do “show dont tell”.

    Pois bem, gostei da criatividade, das minucias do mundo e da tecnologia, mas não gostei da trama. Muito pelos motivos já citados. Igualmente, o personagem principal ficou prejudicado, pois há muito pouco para o leitor criar conexão, gostar ou odiar.

    Na parte gramatical o autor tem bom domínio e vocabulário amplo.
    A citação final combina bem com o conto. Usar Ramones é uma espécie de trapaça.

    Bem, espero que os colegas opinem de forma diversa. De qualquer modo, parabéns e boa sorte.

  10. Pedro Luna
    15 de dezembro de 2016

    Bom, o conto tem elementos comuns nesse tipo de história, como seres oprimidos , ordem e disciplina, ilusões de realidade criadas a partir de máquinas ou medicamentos, a vontade de se rebelar do protagonista, enfim. Isso não foi o problema, pois também usei clichê pra cacete no desafio. Só que achei o conto muito explicativo. Digo, percebe-se ações ocorrendo, mas elas não chamam muita atenção principalmente por esse caráter explicativo demais do conto, que bombardeia informações, principalmente no começo, mas de uma forma meio mecânica. E o pior de tudo é que mesmo com essa explicação toda ainda fiquei confuso em relação a Zav e ao que estava acontecendo e não entendi direito. Enfim, não gostei muito do conto. Perdão.

  11. angst447
    14 de dezembro de 2016

    Olá, autor.

    Antes de mais nada, esclareço que não levarei em conta a adequação ou não do conto ao tema proposto. Não me considero apta para tal.

    Alguns lapsos na revisão:
    arco íris > arco-íris
    Ele sempre viveu no > Ele sempre vivera no…
    o Portal à frente começa > o Portal à frente começava
    para integrar-se > para se integrar
    Atenção aos tempos verbais que estão um tanto confusos. O que aconteceu primeiro?

    Apesar de não ser um conto muito longo, requer bastante atenção para que se possa compreender a ideia central. O Fora não precisa do Dentro, o físico é separado do espírito. Ou seja, o ser prefere ficar alheio a tudo, anestesiado.

    A narrativa flui bem em algumas passagens, mas “ralenta” em outras, talvez pela inserção de explicações cabíveis que acabam por prejudicar o ritmo. Tive de reler alguns parágrafos e mesmo assim, tenho algumas dúvidas quanto a intenção do autor.

    Boa sorte!

  12. Amanda Gomez
    14 de dezembro de 2016

    Olá, Autor

    Apesar de curto, a leitura é um pouco arrasta, pelos mesmo motivos que tenho encontrado em outros contos daqui: narrativa técnica demais, onde tudo que é dito é uma explicação do que é e como é. Isso me distancia da história, queremos explicações, mas precisa dividir um pouco os questionamentos com o leitor, que se torna impassível.

    Tirando este ‘’ problema’ a história tem algum potencial, apesar de ter absorvido pouco, consegui entender a ideia central, e os dois lados desse mundo. Esqueci os nomes da maioria das coisas, mas a tecnologia apontada, as cápsulas, pílulas e etc casaram bem com o enredo e ficou verossímil.

    Não acho que está adequado ao tema, mas tudo bem, quase todos estão desta forma. 🙂

    Um bom conto,

    Boa sorte no desafio.

  13. Daniel Reis
    13 de dezembro de 2016

    Prezada Ana Arquia, seguem meus critérios:
    PREMISSA: jornada do heroi na veia, mas pendendo mais para ficção científica do que para x-punk.
    DESENVOLVIMENTO: Zav busca a fuga, mas o que ele queria mesmo era ser sedado. A motivação não bate com a ação.
    RESULTADO: A história ficou desconjuntada, a meu ver, pela diferença entre o que ele queria e o que ele conseguiu.

  14. cilasmedi
    13 de dezembro de 2016

    Micro-convulsões = micro convulsões. Sócio-urbanas = sócio urbanas. O conto perdeu a linha e o final ficou, seguramente, abstrato demais para a compreensão. Faltou um pouco de realismo, apesar de fantástico, para explicar os seres e sobre Zav e em detalhar melhor o personagem principal e os acessórios. Um pouco demais, no subentendido e subjetivo, com o tomar uma consciência dialética. Talvez não tenha entendido corretamente a mensagem e por isso não gostei. Nota 7,5.

  15. Ricardo de Lohem
    13 de dezembro de 2016

    Olá, como vai? Vamos ao conto! Um sociedade do futuro dividida entre um grupo oprimido por outro, parece até os Eloi e os Morlocks, do clássico romance de 1895, “The Time Machine”, de H.G. Wells. A história não é nada punk, é puro Sci-Fi, com características clássicas até, como o governo que quer tiranizar seus cidadãos ao máximo. O conto começa fraco e infelizmente não melhora nunca, ao contrário: vai piorando cada vez mais, e termina tudo num discurso filosófico confuso. Não deu muito certo, mas há contos piores no presente desafio. Desejo Boa Sorte.

  16. Rubem Cabral
    13 de dezembro de 2016

    Olá, Ana.

    Então, achei o conto regular. Há uma boa ideia para o desenvolvimento de um bom texto de FC, mas há poucos elementos de x-punk e há um grande “pecado” : muito “contar” e pouco “mostrar”. Alguns diálogos também ficaram explicativos, são mensagens voltadas ao leitor: “— Aprendizes, todos nós somos resultantes da fecundação in vitro, em ambiente controlado e recombinação genética necessária para a função que cada um de nós tem na comunidade. Neste grupo, o nível intelectivo foi preservado e ampliado, a memória de nascença é alimentada por hologramas…”. O desenvolvimento de personagens também não ficou muito bom: Zav não teve muita substância para mim.

    A escrita, contudo, foi boa. Alguns nomes como “O Dentro” e “O Fora” ficaram interessantes.

    Nota: 6

  17. Fil Felix
    12 de dezembro de 2016

    GERAL

    Gostei do conto, apesar do lance da redoma ser já um velho conhecido. A ideia do Fora e Dentro, do corpo e da mente, separando os seres e um funcionando em prol do outro já é mais interessante e dá uma nova perspectiva aos clichês envolvendo fim do mundo + criação de uma redoma. O protagonista é carismático, consegui sentir empatia por ele. Quando da sua descrição, imaginava um ser mais humanoide (e que não voava). A escrita também está muito boa.

    O X DA QUESTÃO

    Seria esse o gênero de “distopia”? Tá complicado analisar a temática dos contos. As propostas tecnológicas estão ótimas, a construção da personagem principal, do sistema deste novo mundo, tanto do lado de fora quanto do de dentro, a rebeldia em querer sair, o contato com o novo, tudo muito interessante.

  18. Anorkinda Neide
    11 de dezembro de 2016

    Olá, autor(a)
    Sei lá, acho q vc é novo(a) por aqui, intuição rsrs
    Gostei da prosa, da reflexão, da metafora. Acho q vc ambientou bem as reflexões no contexto FC. mas não x-punk.
    De todo modo é um lindo texto. e faz pensar, alias, é o q vou fazer agora, viajar nas questoes aqui colocadas.
    Boa sorte ae e abraço

  19. Bruna Francielle
    10 de dezembro de 2016

    Tema: Talvez tenha faltado alguma ação, algum protesto maior, não sei.

    Pontos fortes: – escrita relativamente boa e relativamente fluída
    – Criou algo interessante, mas meio sem explicações

    Pontos fracos: Ele saiu do “Dentro” e aí? Não foi caçado, eles deixaram ele ficar no Fora ? Não entendi bem essa parte..
    – Partes confusas,descritas insuficientemente para ser possível compreender rapidamente e bem o que ocorria, como essa questão do “fora”, os de Dentro tentaram fazer algo ? Esse desentendimento gera uma frustração no leitor

  20. Marco Aurélio Saraiva
    10 de dezembro de 2016

    O caminho de Zav foi uma jornada e tanto. Achei interessante como a nossa infinita sede por satisfação é narrada no conto: uma vez dentro, queria estar fora. Uma vez fora, queria estar dentro. A música final combina muito com o texto, mas também poderia adicionar aquela do Rolling Stones: “Satisfacton”.

    Afinal, a grama do vizinho é sempre mais verde, não é?

    Também há certa reflexão sobre aquela máxima: “A ignorância é uma bênção”. Os Pensantes eram insensíveis. Sabiam demais, viam tudo como real. Os de Fora, por outro lado, viviam uma vida de alegrias e prazeres, mas nada faziam com ela. Eram vidas fúteis. Eles abriam mão do questionamento e do conhecimento para usufruir melhor dos seus vícios. No final você deixa a entender que não há um meio termo: “O Fora não precisava conhecer O Dentro”. Há quem discorde mas, de qualquer forma, dá o que pensar. E não é esse o objetivo último de todo autor?

    A leitura do conto é excelente, com algumas poucas falhas sem importância. A escrita é muito boa. Me parece que você estava mais inspirado(a) no final do que no início; a narrativa inicial é mais direta, enquanto a do final é mais carregada de filosofia e questionamentos; até uma certa pitada de poesia.

    O que me incomodou no conto foi o “contar muito e mostrar pouco”. O problema é que, para “mostrar” a história inteira de Zav você precisaria escrever muito mais do que três mil palavras, então entendo a decisão de escrever desta forma. O resultado, porém, foi um conto daqueles que parecem “livros resumidos”. Muita história pra pouco espaço.

    Destaco o trecho abaixo. Bem legal!

    “O porquê da mentira ficou evidenciado. O Dentro não precisava conhecer o Fora. O físico não poderia conscientizar sobre o espírito. Era o ritual derradeiro de uma cadeia cultural a se cumprir no nada absoluto.”

    Parabéns!

  21. Jowilton Amaral da Costa
    10 de dezembro de 2016

    Bom conto. Grande viagem. Zav é um contestador por natureza, gosta de desafios e de conhecer os mistérios da vida. Não importando se é de Dentro ou de Fora, ele quer é conhecer tudo que a vida pode oferecer, sem limitações ou regras. Boa sorte..

  22. catarinacunha2015
    9 de dezembro de 2016

    Complicado um conto que tem 24 parágrafos e só começa no 6º. São 5 preciosos gastos só com descrições ambientais, reservando pouco para desenvolver o personagem e a trama. Tem a pegada punk existencial muito bacana, mas, para mim, ficou ali nos Ramones mesmo.

  23. vitormcleite
    8 de dezembro de 2016

    Gostei do conto, mostras muita qualidade na escrita e muita técnica, a história é rica, apesar de não ter movimento, foi pena, mas apresenta uma trama interessante, deixando o leitor sempre na expetativa de aparecer algo que vai resolver a história.

  24. Leandro B.
    8 de dezembro de 2016

    Oi, Ana.

    Uma coisa que tenho percebido em alguns textos é a tendência didática das histórias. Em um ou outro trecho da narrativa, muitos autores estão incluindo informações sobre os universos que criaram quase como se estivessem formando uma enciclopédia.

    O que vou falar é um pouco clichê, mas acho a dica do “show, don’t tell” bastante pertinente. Isso porque quando essas informações começam, a narrativa meio que é quebrada.

    Aqui há uma situação interessante que, particularmente, achei um pouco incomoda. Apesar da informação apresentada ser “falsa”, no sentido em que Zav a desconstrói depois, a maneira como ela foi introduzida me pareceu muito artificial.

    Veja, o conto começou com uma bela imagem introspectiva e então a descoberta do personagem de que aquilo era apenas ilusão. Perfeito, ótima forma de se contar o que se passa neste mundo, mas então a narrativa é suspensa e se seguem explicações para contextualizar as “lembranças de Zav”:

    “Depois das pandemias, veio a desvitalização genética, a alimentação inapropriada; a escassez era natural, a terra perdera a força de germinar a semente, agora com uma temperatura média de sessenta graus Celsius. As armas químicas de alto potencial degenerativo das bases moleculares deixaram o ecossistema no planeta suscetível de falência. Aconteceu aniquilamento de boa parte da civilização. Somado ao aumento das micro-convulsões sociais, pouco a pouco, o modo de vida terráqueo sofreu mudanças sistêmicas irreversíveis, a natureza vista até meados do século XXI desapareceu. Criou-se um novo modelo de organização sócio-urbana em estufas do tamanho correspondente a vinte quadras, com atmosfera e iluminação artificiais.

    O Fora se tornou inadmissível como habitat, não havia água potável, somente grandes extensões expandidas dos oceanos, que foram ganhando espaço devido ao derretimento das geleiras; as espécies haviam sido extintas, a vida na Terra fora reduzida à do homem e suas invenções dentro das plataformas. O que valia era sobreviver, e nesta batalha o preço alto do existir era sob o domínio da automação.

    A ciência permitiu vida longeva àqueles que se predispunham a serem capsulados numa nova formatação que melhorasse suas capacidades; transformaram-se numa espécie de humanóides, dotados de partes orgânicas e cibernéticas. Viviam armazenados em campos específicos dos centros. Estas eram as informações que lhes eram transmitidas, todo o conhecimento que acessavam.”

    Parece que todo esse background, ainda que falso, está vindo “por fora da história” e não “dentro” dela.

    Claro, há quem não se incomode com esse tipo de coisa, mas realmente acho que vale o desafio de explicar esse tipo de coisa enquanto se conta a história. Como você fez depois, utilizando o Mentor.

    Sobre a temática, o controle através da felicidade artificial é um ponto interessante e bastante controverso. Achei que a história lidou bem com a questão, embora tenha achado a discussão um pouco confusa ao final. Talvez mais por uma falha minha do que por um problema no texto.

  25. Evandro Furtado
    8 de dezembro de 2016

    Gênero – Average

    Mais uma distopia com ditadores. Acho que errei o tema do desafio.

    Narrativa – Average

    Um aspecto em particular me incomodou no texto: o tempo verbal. O conto é narrado no passado quando acho que o uso do presente seria mais indicado. A história não funciona como uma tale – não encontrei tradução suficiente para essa palavra – então não tem porque dessa escolha.

    Personagens – Average

    Sinceramente, não fazem muita diferença.

    Trama – Average

    Creio que a falta de desenvolvimento tenha sido o maior pecado. Fica difícil encarar algum conflito quando ele não é bem colocado para o leitor. Precisamos acreditar na dor do personagem, e isso não acontece aqui. Tudo parece muito rápido, negativamente falando.

    Balanceamento – Very Weak

    Um conto que não se destaca em qualquer conceito e não se articula bem entre si. Parece de fato uma música do Ramones, simplista e sem sal (foi mal, não resisti).

    Resultado Final – Weak

  26. Fabio Baptista
    7 de dezembro de 2016

    É um texto fácil de ler, está bem escrito, sem erros para travar a leitura.

    Porém, acabou cometendo o mesmo “pecado” que muitos outros contos do presente certame – exagerou na construção do cenário e deixou de lado a emoção. A quase ausência de diálogos é um sinal disso. Há muita descrição do cenário, feita no modo “contar”, não “mostrar”, o que acaba impedindo o leitor de gerar empatia com os personagens. Assim, só acompanhei as desventuras de Zav, sem me importar muito com o que aconteceria ou deixaria de acontecer com ele.

    Achei o final muito filosófico e pouco conclusivo dentro do enredo.

    – nesta batalha o preço alto do existir era sob o domínio da automação
    >>> a frase é compreensível, mas há algo estranho aí. Acho que ficaria melhor “preço alto do existir foi viver sob o domínio”

    – Zav atravessou a área proibida, o Portal à frente começa, assim, a se abrir.
    >>> Trocaria esse começa por começou, para não dar impressão de mistura nos tempos verbais

    NOTA: 7,5

  27. Davenir Viganon
    7 de dezembro de 2016

    Olá Ana Arquia
    A ideia do conto é boa, também usei um personagem atormentado vivendo numa cúpula geodésica, apenas troquei toda a argumentação necessária de como Terra ficou um deserto inabitável e imaginei uma colônia em Marte. Mas falando do seu conto, que é o que importa aqui, temos Zav descobrindo o mundo como ele é, com experiências de drogas e realidade. Me lembrou “1984” ou “A Cidade e as Estrelas” mais do que alguma obra cyberpunk que já tenha lido. Espero que após o desafio retorne ao conto para trabalhar mais a ideia, colocar mais diálogos e mostrar mais o que acontece, ao invés de contar tudo.

    “Você teria um minuto para falar de Philip K. Dick?”
    [Eu estou indicando contos do mestre Philip K. Dick em todos os comentários.]
    Vou te indicar, “Relatório de Minorias”, que é um conto bem bacana para conhecer o gênero e o autor.

  28. Sick Mind
    6 de dezembro de 2016

    Sobre os pontos e virgulas nem vou comentar… apenas deixo isso aqui e recomendo que o autor ouça: http://anticast.com.br/2016/11/trespaginas/tres-paginas-08-a-bicicleta-a-trombeta-e-a-porta-ancestral/

  29. Sick Mind
    6 de dezembro de 2016

    Dá para perceber que o autor(a) sabe escrever, sabe o que está fazendo, aparenta ter uma quantidade boa de leitura e conhece todos os clichês de uma distopia infanto juvenil/young adult. O problema é ficar preso a esses clichês: mundo devastado fora da cidade, uma estrutura de suporte para a cidade(cúpula, redoma) que separa os locais, sistema de “castas” para separar pessoas de níveis intelectuais superiores, um herói que tem habilidades superiores e mesmo sem nenhuma necessidade se revolta contra o sistema, e por aí vai… Particularmente, acho que para aventuras cyberpunk, esse tipo de estrutura não cai bem. É como vestir uma roupa infantil em um adulto. O final não é redondo, não convence nas explicações, principalmente por deixar faltar motivações dos personagens secundários. O título não teve seu potencial explorando, pois a droga Hormons aparece apenas no final. Aldous Huxley parece ter sido a grande fonte de inspiração do conto.

  30. Eduardo Selga
    6 de dezembro de 2016

    No conto há uma série de ocorrências comuns a textos de ficção científica, inclusive presentes nesse Desafio, como a vida humana em bolhas similares a estufas, a extinção de outras espécies viventes, o lugar ideal para se viver e a alienação induzida pelo Estado (representado por Madre).

    O problema é que o tratamento dado a esses clichês não apresenta nenhum brilho, nada que os diferencie muito da abordagem média dada a eles em textos desse tipo: é o sujeito que, frente à opressão, consegue, com a força de sua individualidade, sobrepujar o nivelamento que o Estado efetiva. Inclusive, e aqui abrindo parênteses, essa igualdade à força de instrumentos tecnológicos e biológicos às vezes me parece uma analogia literária a uma ideia artificial sobre o comunismo que domina o imaginário popular no Ocidente e, hoje em particular, no Brasil. Mas é também uma relação de afinidade com a ideia do Estado em si, autoritário por natureza. Como disse em “Por um fio de memória”, a democracia, quando existe, é uma máscara. Ou uma meta a ser atingida, em larga medida utópica, na medida em que se pretende, para a democracia ser plena, que o Estado reprima seus instintos e renuncie à coação sobre os cidadãos a ele submetidos.

    Ao abordar o estereótipo literário do lugar ideal de que falei (que também é um arquétipo humano), o conto apresenta alguma similaridade com certa narrativa que se dá em torno de duas criaturas supostamente criadas pela divindade –o ser humano e o Anjo Caído–, em que pese, nessa analogia que estabeleço, o fato de o protagonista não ter sido expulso da cidade (ao contrário das duas criaturas de que falei), e sim fugido. Tanto um quanto outro pretenderiam retornar ao paraíso perdido, como é o caso do personagem.

    Em “[…] o ecossistema no planeta suscetível de falência” o correto é SUSCETÍVEL A.

    Em “o físico não poderia conscientizar sobre o espírito” o verbo, pelo contexto, é REFLEXIVO. O correto, então, é CONSCIENTIZAR-SE.

    Coesão textual: poucos erros, mas relevantes.

    Coerência narrativa: as partes dramáticas estão devidamente amarradas, e alguns erros de coesão atingiram a coerência.

    Personagens: é simples, mas bem construído.

    Enredo: é muito clichê. Talvez se o autor aproveitasse mais e melhor o aspecto arquetípico presente no texto, o conto tivesse ganhado outra dimensão e saído do óbvio.

    Linguagem: Interessante o fato de não haver “fala” do protagonista nem a narração ser dele, e seus pensamentos e atitudes serem expostos por um narrador distante. É como se ele de fato não exercesse o protagonismo. É quase uma incoerência. Não o é porque se transforma, simbolicamente, num modo de demonstrar o quanto o Estado (Madre) consegue entrar no sujeito e anulá-lo. Sob essa perspectiva o título ganha uma dimensão interessante.

  31. Pedro Teixeira
    4 de dezembro de 2016

    Mais um conto que praticamente não traz elementos “punks”, no sentido literário do termo. Há uma trama que se parece com muitas outras vistas aqui mesmo: um governo totalitário, instrumentos de dominação da mente, um rebelde. A trama até se desenvolve de forma mais satisfatória do que de outros participantes, mas a estória que se quis contar não coube no limite; o enredo carece de desenvolvimento adequado, e a narrativa acaba precisando de muitas explicações que quebram o ritmo. Acredito que numa narrativa mais longo o resultado poderia ser melhor, já que uma boa escrita o autor ou autora tem, com sentenças muito bem construídas.

  32. Priscila Pereira
    3 de dezembro de 2016

    Oi Ana, foi muito legal você ter citado uma música do movimento punk, veio bem a calhar… sobre o texto… não sei se entendi direito… eu particularmente achei um pouquinho chato… me desculpe… está bem escrito, mas não me conquistou…

  33. Gustavo Castro Araujo
    3 de dezembro de 2016

    Um conto intimista que reflete aspectos de nossa realidade atual. Diante de tantas discrepâncias, tantas diferenças impostas por governos de todas as cores, estamos separados entre “os de dentro” e “os de fora”. O curioso aqui é que o raciocínio se desenvolve de forma que, subitamente, um “de dentro” tem um vislumbre sobre esse maniqueísmo, sobre sua condição de marionete, questionando, ao menos num primeiro instante, a legitimidade dessa divisão. Tal não ocorre em nosso meio porque estamos cegos a ponto de nos considerarmos infalíveis. No final, diante da impossibilidade de se alterar esse cenário, resta como opção o mergulho em uma espécie de sono eterno. Melhor ficar sedado mesmo. Em nosso dia a dia, ao que parece, estamos assim, incapazes de acordar e dialogar, presos a dogmas autoimpostos. Enfim, ótimo conto, bem escrito e provocativo.

  34. Paula Giannini - palcodapalavrablog
    1 de dezembro de 2016

    Olá, Ana Arquia,

    Viver sedado é uma bela distopia. Uma metáfora até para nossa sociedade atual.
    Gostei da premissa e do desenvolvimento, mas, assim como em outros contos deste desafio, esperei que o desenvolvimento fosse além. Sua história ainda daria muito pano para manga. Pena que acabou precocemente.

    Ainda assim, gostei do que li. Não sei se é nova(o) por aqui, mas espero ver mais em outros desafios.

    Parabéns por seu texto e boa sorte no certame.

    Beijos

    Paula Giannini

  35. tatiane mara
    1 de dezembro de 2016

    Totalmente perdida nesse conto rsrsrs… desculpe.

    Tem algo aí, mas como não tem outros comentários pra ajudar, não sei dizer muito mais coisas, então vou ficar no básico.

    Não encontrei erros de português, gostei do nome ZAV e é isso. 😦

  36. Brian Oliveira Lancaster
    29 de novembro de 2016

    TREM (Temática, Reação, Estrutura, Maneirismos)
    T: Alguém aqui gosta de Ramones (já tinha sacado o título, mesmo sem a referência ao final). Então. Todo o clima é ótimo, intrigante. Mas foi mencionado apenas uma vez artefatos cibernéticos ou orgânicos e depois deixado de lado. Não tiveram mais tanta importância na trama. O ‘dentro e fora’ foram boas sacadas, mas cabem numa distopia comum de FC (e até me lembrou de um texto que escrevi em desafios passados, “Nas entranhas de Ceres”, que tem a mesma premissa). Ou seja, o tema atual ficou meio apagado. – 7,0
    R: A interação e senso da descoberta é curiosa e lembrou-me vagamente de Wall-E. É um texto bastante seguro dentro da premissa, com toques do livro 1984 e do filme Fuga do Século 23. São misturas interessantes, agradáveis, mas que exigem maior espaço de trama. Gostaria que houvesse uma consequência mais séria. Deixaram-no apenas ir e se afastaram. Mas a dualidade de quem está certo e quem está errado é excelente. – 8,5
    E: Início, meio e fim bem definidos, apesar do final permanecer em aberto. Já fiz textos assim, baseados em letras de músicas, mas nem todos foram bem-sucedidos, pois muitos desconhecem a letra original. – 8,0
    M: Faltaram algumas vírgulas em certas frases. Tirando isso, o ritmo é bom, flui bem. – 8,0
    [7,9]

  37. olisomar pires
    27 de novembro de 2016

    Bonito texto, lembrou-me um conto de Asimov sobre seres diferentes de outras dimensões se comunicando.

    Possivelmente perdi muita coisa pois não sou dado a meditações, minhas impressões são mais imediatas, mas é um conto agradável, embora a coisa “punk” esteja meio encoberta.

  38. Zé Ronaldo
    27 de novembro de 2016

    Texto de fácil leitura, move-se sozinho.
    Personagens fortes, bem construídas.
    A ideia me lembrou a de “Matrix! (bem, ao menos uma parte), mas é excepcional e foi bem trabalhada e escrita e a forma, esse é o diferencial, a maneira como isso se deu.
    A conclusão foi realizada com primor. O texto está amarradinho, bem concluso, sem arestas.

  39. Dävïd Msf
    27 de novembro de 2016

    será que ZAV não foi planejado? difícil acreditar que um ser assim tão disfuncional em relação à média surgisse escapando do controle total do sistema. não, ele era necessário, foi planejado, e colocado para existir propositalmente. era necessário para a próxima etapa…

  40. Evelyn Postali
    26 de novembro de 2016

    Oi, Ana Arquia,
    Talvez a consciência da realidade seja, para muitos, algo insuportável. Talvez o desejo de isolar-se da vida seja o desejo de muitos também. Acho que o protagonista despertou, viveu, e tão intensamente viveu que, por ser humano, desejou o irreal, desejou novamente esquecer-se do humano e de tudo o que isso implica. Será que seríamos mais felizes se estivéssemos sedados? Para mim, a consciência do real, da vida, é uma droga poderosa. Enfim…
    Gostei do conto. Gostei da linguagem.
    Parabéns pela criação.

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Informação

Publicado às 25 de novembro de 2016 por em X-Punk e marcado .
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