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Detox Literário.

Hibisco para todos (Catarina Cunha)

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Há anos adquiri o hábito de passear nas alamedas do cemitério depois do almoço, lendo as lápides, imaginando a vida daquelas pessoas e sempre terminando meu passeio no túmulo 1672, quadra 9, lar definitivo de minha esposa, que pediu que eu  plantasse um pé de hibisco amarelo, hoje uma frondosa árvore florida. Sento na sombra e conversamos um pouco, conto como foi meu dia, como estão os nossos, e volto para casa.

Dia desses observei um menino, de uns sete ou oito anos vestindo uniforme escolar colher uma flor de minha árvore, a única do cemitério. Achei um gesto bonito. Ontem a cena se repetiu e notei que a árvore estava quase pelada de flores em plena primavera. Na terceira vez que o vi, intrigado, segui a criança para conhecer a quem ele visitava e presenteava diariamente à custa de meu hibisco. Qual não foi minha surpresa ao percebê-lo conversando animadamente, a cada dia, com um túmulo diferente. Devagar me aproximei, mas antes de emitir qualquer palavra, o menino me fulminou com um sorriso:

– Olá, senhor da árvore amarela. Tudo bem?

– Você me conhece?

– Caixa 1672, quadra 9, Estela é a sua mãe?

– Não, era a minha esposa. Meu nome é Evandro. E o seu?

– Jonas. Procuro meu pai. Acho que ele gosta de flores amarelas.

– Percebi. Mas você visita vários túmulos…

– É que eu não sei onde ele mora. Minha certidão de nascimento não tem o nome de meu pai. Fiquei sabendo um dia desses quando a professora mandou fazer uma redação sobre o dia dos pais. Minha mãe disse que eu não tinha pai. É claro que não acreditei, onde já se viu filho sem pai? Minha prima acha que sou filho de chocadeira, sei que é mentira dela porque minha mãe não é uma galinha e nem eu sou um ovo. Toda vez que o almoço tá pronto, a vizinha chega bem na hora. Minha vó sempre diz “quem é vivo sempre aparece”, e como meu pai nunca aparece, então ele está morto. Não é?

– Não sei. Talvez não dessa forma.

– De quantas formas pode se estar morto? Acho muito chato esse negócio de estar morto, então perguntei para a professora porque as pessoas morrem. Ela respondeu que é hereditário. Deve ser a doença que dá em todo mundo. No meu pai deve ter sido um hereditário muito forte porque não deu tempo de eu conhecer. Acho que ninguém conhece meu pai lá na minha rua, então ele deve ficar muito sozinho, lá no céu, sentado nas nuvens olhando para ver se eu estou me comportando direito. A primeira vez que vim aqui foi com a minha vó para eu conhecer o meu vô. Tinha uma foto na casinha e ele era branco com o cabelo preto. Minha vó é preta com o cabelo branco. Lá em casa todo mundo é preto. Não sei a quem meu avô puxou. Deve ser porque antigamente todo mundo era preto e branco ou branco e preto. Todo mundo era parado, não se mexia como a gente de hoje. Gostei muito daquela casinha. Quando o hereditário me pegar vou querer a minha casinha redonda como o casco do Leonardo, que é a tartaruga ninja que usa a máscara azul. Aí eu vou poder encontrar o meu pai, mas antes eu tenho que encontrar a casinha dele, né?

– Faz sentido. Estou vendo que você gosta muito de flor, meu rapaz.

– Eu não gosto de flor porque estou vivo. Depois que vi minha vó colocar flores para o meu vô sei que morto gosta de flor. No céu não deve nascer nada naquelas nuvens.

– Mas você não precisa colocar flor todos os dias se não as flores se acabam aqui igual nas nuvens.

– Não tinha pensado nisso, talvez seja melhor só conversar mesmo.

– Também acho. E com esse aqui você já conversou?

– Já, mas acho difícil ser o meu pai. Não percebeu que ele nasceu depois de mim?

– Distração minha, me desculpe. Em que ano mesmo você nasceu, Jonas?

– 2007. E você, Seu Evandro?

– 1807, mas isso é outra história.

– O senhor está muito bem para a idade.

– Bondade sua. Olha esta casinha aqui. A foto é de um homem muito distinto. Vamos perguntar se é o seu pai?

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50 comentários em “Hibisco para todos (Catarina Cunha)

  1. Jowilton Amaral da Costa
    14 de outubro de 2016

    Pô, gostei bastante. O moleque é sensacional, sagaz como muitos que vemos hoje em dia, mas, que ainda carrega uma bonita inocência. Texto fluido, diálogos excelentes. Gostei da surpresa sobrenatural do fim. Boa sorte.

  2. Simoni Dário
    14 de outubro de 2016

    Olá Jardineiro

    Seu conto é naturalmente sobrenatural. De início achei a fala do garoto apenas bonitinha e não crível para a idade, mas conforme a história caminha junto com os personagens, agrada e sensibiliza.

    Competente, fluido e criativo. Parabéns autor, uma agradável leitura.

    Bom desafio.
    Abraço

  3. Daniel Reis
    14 de outubro de 2016

    32. Hibisco para todos (Jardineiro)
    COMENTÁRIO GERAL (PARA TODOS OS AUTORES): Olá, Autor! Neste desafio, estou procurando fazer uma avaliação apreciativa como parte de um processo particular de aprendizagem. Espero que meu comentário possa ajudá-lo.
    O QUE EU APRENDI COM O SEU CONTO: o diálogo ágil e absurdo entre o menino e o homem conduz a história e apresenta os personagens de maneira clara e convincente – mérito do autor, sem dúvida. E a surpresa final, com um toque do inesperado, fisgam a lembrança do leitor.
    MINHA PRIMEIRA IMPRESSÃO SUBJETIVA DO SEU CONTO, EM UMA PALAVRA: Sobrenatural

  4. Pedro Luna
    13 de outubro de 2016

    Olá. Um conto simpático. Preciso dizer que o primeiro parágrafo me assustou, pois ele concentra uma penca de clichês do gênero. Graças aos céus que depois melhora.

    De primeira o diálogo me estranhou. O menino fala depressa demais. Só que depois consegui ver em minha própria existência algumas crianças assim.

    Um bom conto. Gostei da forma como você fez a revelação final. Dentro do diálogo, sem alarde. Soou natural.

  5. Fil Felix
    13 de outubro de 2016

    Se não sabe pra onde quer ir, qualquer caminho serve.

    GERAL

    Acho que seu conto tem a melhor frase/ diálogo do desafio! Me lembrou a conversa entre Alice e o Gato, sobre pra onde continuar andando. Nesse caso, pra onde continuar procurando pelo pai. Morri de rir com as respostas do garoto, ficaram incríveis! Gostei que a narrativa é curta e se apega ao que é necessário, sem perder tempo com outras informações, que deixariam a leitura mais lenta. Não há grandes construções pomposas, são até simples, mas a qualidade fica com o dinamismo. Um belo conto compacto.

    ERROR

    Agora… Caro amigo Manuel, o português. Por que você fez isso ao final? Tava tudo tão bom e você colocou o lugar mais comum de todo o desafio que é o do morto. Poderia ter acabado um parágrafo antes, ficamos afeiçoados aos personagens que não precisava explicar a origem.

  6. Bia Machado
    12 de outubro de 2016

    Tema: Totalmente adequado. E lindo, singelo. Podia ter deixado esse aqui por último, seria um texto bacana para finalizar as leituras.

    Enredo: Simples, singelo, como eu disse, mas muito bem estruturado e organizado. Uma linguagem gostosa de se ler.

    Personagens: Adoráveis. Levam muito bem a narrativa, tão bem que nem desconfiei da surpresinha no final. Isso foi muito bom!

    Emoção: Gostei muito. Leve, tratando de vida e de morte de uma forma tranquila, serena. É um conto daqueles em que pouco acontece, mas nesse pouco, quanta coisa!

    Alguns toques: Nada de toques, só um muito obrigada!

  7. Anderson Henrique
    11 de outubro de 2016

    Gostei muito do personagem infantil. Tem uns pensamentos embolados feito criança. Achei totalmente crível. A sacada final é boa também. Esperada (por conta do desafio), mas funcionou. Está bem escrito, é direto e objetivo. Funciona e deixou uma boa impressão. Sorriso de canto ao terminar de ler. 🙂

  8. Marcelo Nunes
    11 de outubro de 2016

    Bom dia Jardineiro.
    Uma leitura muito tranquila até o final do texto, o autor conseguiu manter minha atenção na trama. Com uma escrita fluída e diálogos bem posicionados. As descrições e ambientação foi dez. Gostei muito.

    Parabéns e boa sorte neste desafio.
    Abraço!

  9. Luis Guilherme
    11 de outubro de 2016

    Nossa, esse conto acabou me surpreendendo! O primeiro parágrafo não me agradou muito, achei arrastado. Mas aos poucos, me conquistou, e acabei gostando! Tenho algumas observações, como o fato de os diálogos em algum momento serem muito longos, mas isso não atrapalha o todo.
    Gostei muito da inocência das falas do menino. Especialmente a passagem: “Tinha uma foto na casinha e ele era branco com o cabelo preto. Minha vó é preta com o cabelo branco. Lá em casa todo mundo é preto. Não sei a quem meu avô puxou. Deve ser porque antigamente todo mundo era preto e branco ou branco e preto. Todo mundo era parado, não se mexia como a gente de hoje.”
    A conclusão também foi excelente, o plot twist, apesar de já meio batido e muito usado, funcionou! A história foi tão bem conduzida, e a atenção atraída em outra direção, que nem sequer passou pela minha cabeça a revelação.
    Conto curto, mas que atinge em cheio. Parabéns!

  10. Gustavo Castro Araujo
    9 de outubro de 2016

    Se a simplicidade é o caminho para o sucesso, este conto é forte candidato ao título. Palavras certas, enredo enxuto e bons personagens compõem uma fábula interessante e com uma reviravolta – para mim – inesperada lá no final. Gostei da maneira como os diálogos foram construídos e do modo como o garoto encara morte e vida. Tudo soa natural, embora haja certa influência do fantástico. Também achei apropriada a alusão ao hibisco, fugindo do lugar comum no que se refere às flores normalmente associadas a cemitérios. Temos, assim, um campo-santo florido, bonito até, afastando-se da imagem clichê de um lugar soturno. Enfim, um bom trabalho. Parabéns.

  11. vitormcleite
    8 de outubro de 2016

    Gostei do texto, bem escrito e de fácil leitura, somente não gostei do homem ser um fantasma, mas é só a minha opinião, tudo o mais foi muito interessante, por isso muitos parabéns.

  12. Pétrya Bischoff
    5 de outubro de 2016

    Olá, Jardineiro! Primeiramente, devo atentar para a leveza do texto, todo em tons pastéis e parcos raios de sol aqui e acolá (sim, foi assim que vislumbrei o cenário). É muito complicado, para a maioria dos escritores, conseguir expressar-se enquanto um personagem infantil com tamanho esmero, sem parecer abobalhado.
    A escrita é extremamente fluída e apresenta a simplicidade necessária às abordagens do conto. A narrativa conduz o leitor com sucesso, mesmo enquanto nos diálogos, o que nem sempre ocorre. A ambientação é simples, mas eficiente. Gostei de vislumbrar essa árvore fazendo uma sombra fresca em um cemitério deserto. Gosto de passar tardes em cemitérios, e pude me imaginar nesse.
    Um conto embotado de delicadeza, simplicidade e sentimentos. Gostei muito. Parabéns e boa sorte!

  13. catarinacunha2015
    5 de outubro de 2016

    QUERO CONTINUAR LENDO? TÍTULO + 1º PARÁGRAFO:
    Um singelo passeio solitário pelo cemitério ensolarado. Sei não, veremos.

    TRAMA toda estruturada no raciocínio rápido do menino. Tem velocidade e estilo.

    AMBIENTE mais salutar e agradável do que se espera de um cemitério. Um ângulo diferente.

    EFEITO o que foi isso mesmo? Meteu o pé em todas as portas e janelas, deixando para o leitor decidir por onde vai, se fica ou fecha tudo com cadeado, super bonder e volta.

  14. Iolandinha Pinheiro
    30 de setembro de 2016

    A lógica inocente do menino é encantadora. Cada vez que eu leio um conto bom aqui fico vibrando – Este é o meu preferido, e assim já vinha com uns seis preferidos, mas acabei de encontrar o sétimo. Muito, mas muito bom. Cativante. Não há erros, só deleite, tiradas ótimas, ambientação competente e personagens que criaram vida em minha imaginação. Ah, meus enormes parabéns.

  15. Thiago Amaral
    30 de setembro de 2016

    Adorei as falas da criança

    Pequeno, mas certeiro. Meus parabéns!

    Adorei as falas do garoto tagarela, só achei meio esquisito ele falar em hereditariedade. Mas as crianças são espertas mesmo, é verdade.

    Bonita a imagem final do fantasma ajudando criança a encontrar seu pai. Ou não era fantasma?

    Menos foi mais. Bem provável que estará na minha lista.

    Obrigado!

  16. mariasantino1
    30 de setembro de 2016

    Cara, que fofo!

    Puxa eu gostei do seu conto. Tem um lance de Sexto sentido, do menininho ver gente morta. Tem leveza e beleza em poucas linhas. Gostei muito da voz da criança, porque ficou crível, nada forçado e vc capitou inocência também ( o que acho difícil). Não tenho muito pra falar, acho que poderia entrar um horário mesmo, para não parecer que o cara ainda se alimentava como gente viva.

    No mais, você está de parabéns e se arriscou aí usando poucas palavras.

    Boa sorte no desafio

  17. Gustavo Aquino Dos Reis
    30 de setembro de 2016

    Conto curto e direto.

    Escrita impoluta, com um fluxo certeiro e sem extravagâncias ( 😦 ).

    A história cativa, porém é facilmente esquecida diante de outros trabalhos com enredos mais elaborados. Acredito que o autor tinha sincera competência para estender a narrativa, valendo-se assim do uso das 1.500 palavras.

    Infelizmente, não fez.

    Uma pena para nós, leitores.

    Grande abraço e obrigado pelo trabalho.

  18. Maria Flora
    30 de setembro de 2016

    Adorei esta história! O menino é cativante. Conseguimos ver ele, todo animado falando sem parar. Um personagem real! A narrativa flui de maneira tranquila, com todos os elementos; ambiente, pessoas e sentimentos. E o uso da flor como símbolo do encontro entre os personagens é muito bonito. Meus parabéns!

  19. Phillip Klem
    28 de setembro de 2016

    Boa Noite Jardineiro.
    Apesar de a maioria ter apontado que o menino fala demais, essa foi justamente a parte que eu mais gostei.
    O final está muito bom, a revelação não chega a chocar mas encaixa-se com sutileza no conto. O protagonista não está muito profundo, mas a história também não pede por isso.
    Agora, o menino é a estrela.
    A simplicidade e ingenuidade com a qual ele fala me fez conectar com ele imediatamente. E a busca pelo pai, por identidade, por alguém em quem se espelhar. Gosto deste tipo de conflito interno infantil.
    Meus parabéns por ter conseguido desenvolver tão bem um personagem em um conto tão curto.
    Boa sorte!

  20. Davenir Viganon
    28 de setembro de 2016

    Olá jardineiro
    O título faz referência a atitude do menino de distribuir as flores. O mistério inicial do conto, que não é respondido diretamente, mas com uma outra revelação. Excelente escolha.
    O ritmo de leitura é ótimo, o texto curto dispensou todo o gesso, tornando o leve, a ponto de voar. O não-dito é o que mais me atraiu na estoria, principalmente pelas possibilidades que brincam com a realidade. Philip K. Dick faz isso em alguns contos onde o protagonista é apenas parte do sonho de outro. Mas diferente dessas estórias, aqui você deixa esse mar de possibilidades e minha carga de leitura me fez completar deste modo e outros podem fazer o mesmo, se fizerem uma leitura aguçada ou podem voar, sem se preocupar procurar um chão para pisar.
    A estória é simples e a ambientação fazem seu papel de não atrapalhar essa coisa multifacetada do conto.
    Gostei bastante.
    Um abraço.

  21. Fheluany Nogueira
    27 de setembro de 2016

    O conto está repleto de simbologia, o Hibisco se destaca não só pela beleza da forma, mas também pelos significados diversos que vão desde beleza delicada, virtude, feminilidade, suavidade; conhecido como a flor de Ísis, protetora da Natureza e da magia, relacionada também a maternidade e fertilidade, e como deusa da simplicidade, protetora dos mortos e das crianças de quem “todos os começos” surgiram.

    O amarelo é cor que carrega grande energia. A parte mais quente do fogo é o segmento amarelado da chama. O amarelo, também, desperta novas esperanças para quem está em busca da cura. Portanto, o autor(a) acertou muito bem com a escolha feita.

    O diálogo entre o menino e o velho e a procura pelo pai, se não peculiares, ficaram emocionantes, ternos, enriquecidos com símbolos. Não é necessário que fique claro se ali estão dois seres vivos, dois fantasmas, ou um vivente e uma alma perdida; quero crer que a data de nascimento do velho é mesmo uma forma brincalhona de continuar a conversa e alimentar a imaginação do garoto. Significativo na trama é o mistério.

    Gostei da história, achei as ideias do menino um tanto ingênuas para a idade apresentada, mas o conjunto ficou muito bom. Linguagem cativante e correta. Obrigada pela leitura agradável e parabéns pela participação. Abraços.

    • Anorkinda Neide
      27 de setembro de 2016

      oi Fhelluany.. so q tem um detalhe q esqueci de dizer em meu comentário, qt ao homem ser fantasma ou não.. tem uma dica, eu acho..
      qd o menino pergunta se a mulher é mãe do homem q conversa com ele.
      pq o guri pergunta isso? acredito q pela data no tumulo da mulher 😉

      • Fheluany Nogueira
        30 de setembro de 2016

        Tem razão, Anorkinda. É uma dica bem sutil. Obrigada.

  22. Gilson Raimundo
    26 de setembro de 2016

    Muito bom, singelo, simples de enredo repetido, um dialogo caloroso entre o menino e o fantasma, teve uma dose peculiar de humor nas falas infantis, um texto gostoso de ler, até relaxante.

  23. Felipe T.S
    25 de setembro de 2016

    Gostei muito.

    Bem escrito, narrativa limpa sem enfeites e com personagens muito bem desenvolvidos. É um conto sutil, que ao mesmo tempo que pode soar previsível, abre espaço para questionamentos, devido a minuciosa construção da trama. Muito legal a ideia de logo no início deixar claro que o personagem conversava com a esposa morta e os indícios sobre ele estar vivo no início do texto (plantar a árvore, almoçar, sair para passear e depois voltar para casa), pois na sequência, quando ele começa a cv com o menino, a primeira ideia que surgi é de que o pequeno é um fantasma. Mas aos pouco a dúvida reina novamente e o final, responde, sem responder. Uma boa sacada.

    Enfim, texto curto, mas muito bem construído. Parabéns autor!!!

  24. Amanda Gomez
    25 de setembro de 2016

    Olá,

    Ah, gostei do conto, sobretudo, do menino tagarela, com ótimas tiradas. Certamente eu colocaria Post it nos diálogos dele, que são de uma esperteza e ingenuidade ao mesmo tempo, que me deixou encantanda. O hereditário, a tartaruga com a fita azul ( quem nunca?) Os vivos sempre aparecem…. A parte do filho de chocadeira foi engraçadinho também.

    É é apenas isso, uma conversa, que apesar da excentricidade torna-se banal, tamanha a maturidade com que é descrita.

    Mesmo sendo curtinho, deu tempo pra imaginar algumas coisas, ele sendo o pai do garoto, o garoto sendo um fantasma, mas você optou pelo mais simples, digamos assim.

    Resumiria o conto como uma conversa sincera e cativante, e o pesar pelo homem que ficou preso nesse plano, enquanto sua amada seguiu para sabe se lá…onde os espíritos seguem.

    Parabéns, pelo conto.

  25. Pedro Teixeira
    25 de setembro de 2016

    Olá, Jardineiro! Gostei do conto. É calcado no diálogo, com duas vozes muito bem desenvolvidas. A construção do menino é o grande destaque da estória, é o tipo de personagem que salta do texto e parece estar conversando com a gente, com suas ótimas tiradas e uma inocência que convence. O final foi um pouco clichê, mas funcionou bem aqui. O texto é limpo, conciso e proporciona uma leitura prazerosa. Um bom conto. Parabéns e boa sorte no desafio!

    • Anorkinda Neide
      26 de setembro de 2016

      gente, q bacana! eu sempre vi arbusto, de repente qt mias velho o arbusto vai ficando mais robusto? hehe

      • Jardineiro
        28 de setembro de 2016

        Exatamente. Em minha profissão os hibiscos nascem para serem arbustos com ambição de trepadeiras, que, com muita dedicação do jardineiro, atingem o esplendor de uma robusta árvore, mas sempre com suas flores acessíveis até por uma criança. Agradeço a todos tanto interesse despertado por minha humilde profissão.

  26. mhs1971
    24 de setembro de 2016

    Olá
    Como vai?
    Considerei seu conto bom de se ler, casual e leve. Poderia dizer até descompromissado para os minutinhos apressados de um intervalo.
    Alguns diálogos pareceram um pouco extensos, principalmente a do menino. Mas não foge do propósito de criança faladeira, não é?
    E acho que é essa a graça de ser ler algo assim.
    Acredito que quem já lidou com crianças ou teve as suas, sabe o que é ter contato com coisas singelas. No que se diz em escritos, não foge essa percepção da singelez das coisas simples bem escritas..
    Um bom conto e boa sorte em sua participação.

  27. Claudia Roberta Angst
    23 de setembro de 2016

    Olá, autor!

    Na casa da minha infância, havia um pé de hibiscos de folhas rajadas e flores vernelhas. Não, espera! Não era um pé de nada, nem árvore, era um arbusto.
    Nome Científico: Hibiscus rosa-sinensis
    Nomes Populares: Hibisco, Graxa-de-estudante, Hibisco-da-china, Hibisco-tropical, Mimo-de-vênus
    Categoria: Arbustos, Arbustos Tropicais, Cercas Vivas, Flores Perenes
    Nunca vi um arbusto de hibiscos em um cemitério, mas… seria bonito isso, só que não daria a sombra que o narrador descreveu.
    Isso foi só para não dizer que não falei em flores…

    O tema proposto pelo desafio está bem defendido aqui.

    O conto é muito bonitinho, gostoso de ler e as tiradas do menino são ótimas. Hereditariedade no lugar da morte e “só ser vivo quem aparece” me fizeram sorrir.

    A narrativa é do tipo que me faz pensar no que dizia um amigo – a brincadeira é boa quando é curta. Está na medida, sem cansar o leitor com voltas e reviravoltas. O ritmo é constante e agilizado pelo diálogo entre os dois personagens. É uma trama simples, delicada e passa bem o seu recado.

    Boa sorte!

  28. José Geraldo Gouvêa
    23 de setembro de 2016

    Bom, vamos lá. Minhas duas principais observações já foram observadas:

    Use outra planta em vez de hibisco
    O garoto está falando muito, ele precisa ficar mais conciso

    Ademais delas:

    Como O Sexto Sentido ficou famoso com o plot twist do fantasma vivo, eu acho que você poderia fazer a atratividade do texto ir por outro lado, e usar essa carta mais cedo. Talvez a reviravolta mais interessante seria se o menino fosse o fantasma em busca do pai. Talvez um pouco mais de história para o protagonista (ele ainda não foi se encontrar com a amanda porque ele se matou).

    No geral gostei do texto, que não chegou a recair na pieguice.

  29. Brian Oliveira Lancaster
    23 de setembro de 2016

    VERME (Versão, Método)
    VER: Texto bastante singelo em sua construção. Traz melancolia na medida certa e clima urbano contemporâneo. Os diálogos convencem e nota-se a troca de atitudes e “vozes” no decorrer da leitura. Excelente.
    ME: História curta, com gostinho de quero mais e um ponto de interrogação gigantesco ao final. O senhor de 200 anos era um fantasma? Gostei das ótimas ponderações do garoto e sua lógica irrefutável. “Quem é vivo sempre aparece”. Não vou esquecer essa tão cedo.

  30. Anorkinda Neide
    23 de setembro de 2016

    Olá, jardineiro..,
    O conto é uma graça, o menininho é cativante, talvez ele tenha falado um pouquinho demais, mas foi um pequeno exagero, as conclusões dele são ótimas e cheias da inocência infantil.
    Fiquei com dó do homem, se ele está morto pq não foi encontrar-se com a esposa né? há mais desencontros no além do q supõe nossa fã filosofia!
    Uma estranheza, o hibisco é um arbusto, mas não é uma árvore, com aquele tronco grosso, sabe? e como esta escrito parece uma árvore no modelo tradicional hehe
    É isso, gostei muito desta leitura.
    Abraços

  31. Fabio Baptista
    22 de setembro de 2016

    Mais encontros aleatórios pelos cemitérios da vida! E mais diálogos entre fantasmas…

    A fórmula já está saturada dentro do desafio e os pontos de criatividade se perdem.

    Exceto a pista que vai fazer todo sentido depois, sobre ele ter plantado a árvore e uma certa curiosidade sobre o que o menino fazia com as flores, o conto não tem muitos atrativos até quase o final.

    A revelação, porém, é feita de um modo muito bacana, que ficou impactante sem forçar a barra.

    Bom conto, salvo pelo gongo.

    Abraço!

  32. Evandro Furtado
    21 de setembro de 2016

    Fluídez – Good

    O texto é bastante cadenciado e a leitura corre de maneira natural. Não há problemas com a ortografia ou a sintaxe. O único destaque vai para algumas mudanças de tempo verbal em um curto pedaço de tempo que são desnecessárias.

    Personagens – Outstanding

    Evandro – meu xará. Espírito ancestral que vaga pelo cemitério conversando com os vivos. Alguma coisa o prende ao plano terreno, talvez o próprio hibisco. Quando vivo, tinha uma paixão imensurável pela esposo. Morto, nuances desse amor permanecem.
    Jonas – menino inocente, orfão de pai. Vem de família simples, poucas oportunidades na vida. Vive em uma redoma de inocência, provavelmente criada pela família para protegê-lo do ambiente hostil no qual habita.

    Trama – Outstanding

    Apesar de simples, a história consegue encantar. A reviravolta final é muito bem construída e nada forçada. Gostei da pista sutil que o autor deixou – a árvore plantada que cresceu, eu não havia percebido de primeira então lembrei que árvores demoram décadas para crescer – fazendo a ponte para esse final. O conflito e a missão do garoto também são aspectos interessantes bem desenvolvidos pelo autor.

    Verossimilhança (Personagens + Trama) – Outstanding

    Estilo – Outstanding

    O desenvolvimento é bem bacana, contado, primeiro, sob a perspectiva do espírito a partir de uma narrativa em primeira pessoa e depois por meio dos diálogos. A linguagem atribuída é Jonas é muito bem empregada, dando a ele uma natureza infatil e inocente bastante peculiar que entra, naturalmente, em contraste com a experiência de Evandro. A ambientação também é muito bem feita. Apesar de estar em um cemítério, o conto não é nada mórbido, muito pelo contrário, me parece bem colorido e alegre.

    Efeito Catártico – Good

    O conto me encantou com sua simplicidade. Nada que seja espetacular, mas bastante decente naquilo que se propõe. Consegue desenvolver o que quer no curto espaço de tempo, insere informações vitais em seu interior sem ficar enrolando, e consegue um impacto bacana no final, impulsionado, sobretudo, pela plot twist empregada.

    Resultado Final – Very Good

    • Jardineiro
      29 de setembro de 2016

      Na boa, na hora de escolher o nome do personagem só pensei em você. Depois tento explicar.

  33. Paula Giannini - palcodapalavrablog
    20 de setembro de 2016

    Olá, Jardineiro,
    Ou será Jardineira?

    Gostei muito do seu conto e olha que li pensando, ah, vai ser algo piegas. Que nada. Me emocionou muito e na medida certa.

    Parabéns pela fluência, pela leveza e pelo tema escolhido.

    A criança é perfeita em suas divagações profundas e infantis.

    Parabéns e boa sorte no desfio.

  34. Ricardo Gnecco Falco
    20 de setembro de 2016

    Olá, autor(a)!
    Vou utilizar o método “3 EUS” para tecer os comentários referentes ao seu texto.
    – São eles:

    EU LEITOR (o mais importante!) –> Bem, encontrei aqui um conto que me dividiu. Estava já pensando “que chatooooo… Um moleque mala que não cala a boca; uns diálogos nada a ver, inverossímeis, forçados…”. Então, chega o final. Abrupto, marcante, dúbio e, por isso mesmo, revelador. Exatamente como o final de uma narrativa curta tem de ser. Pronto. Eram duas almas penadas viajando em seus pensamentos e ações pós-mortem. Aí, de repente, o conto ficou bom. Estranho isso, né? Enfim… Levou nota 7 de mim, pela ótima sacada e pelo final P-E-R-F-E-I-T-O. Parabéns!

    EU ESCRITOR (o mais chato!) –> A parte narrada está perfeita. Os diálogos (até chegarmos no desfecho do conto), não… Só que, como o EU LEITOR escreveu acima, todas as inconsistências encontradas nos diálogos explodem em um final aberto que lacra a história como um caixão de prata. Parabéns.

    EU EDITOR (o lado negro da Força) –> Em dúvida… Vamos esperar as demais opiniões sobre a obra. 😉

    Boa sorte,
    Paz e Bem!

  35. Wender Lemes
    20 de setembro de 2016

    Olá! Que criança falante, não? Um conto muito curto e carregado com esse tom de fantasia e de melancolia disfarçada. Foi uma espécie de soco no estômago ler que havia, supostamente, uma criança mais jovem que o menino Jonas enterrada ali – acredito que a emoção tenha sido trabalhada de forma mais natural, intuitiva, nesse trecho. A técnica é precisa e o final desconstrói toda a ideia de realidade comum, o que funcionou positivamente para mim. Parabéns e boa sorte.

  36. Leda Spenassatto
    19 de setembro de 2016

    Seu texto é de uma simplicidade cotidiana recorrente, no entanto, foi narrado de uma forma espetacular, amei.
    É uma história singela, presente no cotidiano de muitas crianças. Não ter pai, ser filho de chocadeira, presença de bullyn e a introspectividade de ser diferente são causas corriqueiras nas sociedades brasileiras.
    Adoro contos com desfechos que me fazem refletir. O seu texto no final abre duas ou mais vertentes, dependendo da interpretação do leitor, o que eu particularmente acho bárbaro.
    Boa Sorte!

  37. Adolf
    18 de setembro de 2016

    Olá! Tudo bem? Gostei dos dois personagens, mas o garoto em particular! Ele chega a ser hilário como fala tão depressa! Sua narrativa é muito boa e fluída e quando percebi já havia encerrado a leitura. E o final me fez franzir a testa. Então, o Evandro é também um fantasma? Haha
    Boa sorte!

  38. Taty
    18 de setembro de 2016

    Que história mais meiga, dá vontade abraçar o menino, o fantasma e sair pra procurar o pai do Jonas junto.

    Gostei da maneira direta e curta das coisas. Muito boa a apresentação e ambientação.

    Bom conto.

  39. Evelyn
    18 de setembro de 2016

    Oi, Jardineiro,
    Já está junto dos três contos principais desse desafio. Pela simplicidade – muito embora eu tenha duvidado do menino com relação a tanta profundidade de mundo. Mas vale, não é? O questionamento sobre as coisas. Está muito bem escrito e a leitura é fácil, sem desmerecer a linguagem.
    Parabéns.
    Abraço!

  40. Olisomar Pires
    18 de setembro de 2016

    Um belo texto, simples e ao mesmo tempo amplo para interpretações, como sugeriu outro comentarista.

    Algumas pontas soltas somente se justificariam com uma interpretação vastíssima, por exemplo, o garoto sozinho no cemitério indica que ele moraria próximo ou seria também um fantasma; Apesar da aparente inteligência verbal do menino, ele não capta que o outro tem mais 200 anos de idade, pode ser que tenha fingido, nesse caso ele não poderia não saber que também está numa situação especial, enfim, tem algo que não bate, são variáveis demais.

    Para o leitor comum ( eu incluído, pois realmente o sou), não temos por hábito destrinchar o texto buscando hipóteses ou artimanhas psicológicas, nesse caso, o texto é bonito com seu sentido à primeira vista: um garoto em busca do túmulo do pai que vê e fala com fantasmas camaradas (ou não).

    Boa sorte.

  41. Priscila Pereira
    18 de setembro de 2016

    Oi jardineiro, eu amei o seu conto!! Ficou tão doce e singelo, sem grandes pretensões, fugiu do horror e embarcou em um cotidiano ameno e cativante. Gostei muito das falas do Jonas, pude até visualizar um menininho tagarela. Eu, como leitora, não acho que o Evandro era um fantasma, acho que ele estava só brincando com o menino. Para mim faz mais sentido. Gostei demais. Parabéns e muito boa sorte pra você!

  42. Eduardo Selga
    18 de setembro de 2016

    Os eventos que numa narrativa qualquer não são de alguma forma citados, existem? Até que ponto é razoável supor ocorrências de modo que a narrativa tenha o famoso “sentido completo”? Aliás, uma narrativa precisa fazer sentido, no sentido lógico e cartesiano do termo? É comum, por exemplo, nos depararmos com textos que garantem que Capitu traiu Bentinho em Dom Casmurro, bem como há textos que pretendem garantir exatamente o inverso. No entanto, no romance citado não há o evento que torne a traição um fato cabal (ele é sugerido por um narrador suspeito), de modo que condenar a personagem passa muito por suposição e valores morais do leitor. Portanto, se a traição não acontece como fato narrativo, eu posso dizer que ela aconteceu supostamente? Mas como assim, “supostamente”? Seria uma traição que não está na estória, mas faz parte dela?

    A narrativa é o narrado, apenas. O que não está citado, explícita ou implicitamente, não faz parte dela, ainda que queiramos incluir isso ou aquilo.

    Faço o preâmbulo porque este conto é do tipo que acaba mas não termina, e evidentemente é proposital. Mas não se trata de um conto incompleto, no sentido de que aquilo não está indicado não deve ser suposto como se fora uma parte oculta. Ao fim da narrativa, a questão levantada pelo personagem (“Vamos perguntar se é o seu pai?”) haverá de ser respondida (ou não) pelo leitor, porém será uma convicção dele, como quem tem certeza da culpa de Capitu, mas que é impossível provar.

    “Quem é vivo sempre aparece” é uma frase muito emblemática no conto, pois sintetiza uma impressão que pode ficar muito nítida, a depender do leitor: o protagonista é uma aparição, e talvez o menino também o seja. O elemento que indica a primeira hipótese de modo flagrante é o fato de o protagonista afirmar que nasceu de 1807.

    Flagrante? Pode não ser. O protagonista pode perfeitamente estar sendo jocoso com a criança, entrando em seu universo claramente infantil. Essa possibilidade, a brincadeira, a interação entre os universos, talvez esteja representada na frase que segue a informação da data: “[…]mas isso é outra história”. Sim, outra, não a do protagonista, e sim a que ele imagina para conversar com o menino.

    O menino também pode ser um fantasma. O motivo para essa suspeita é que o comportamento dele parece repetitivo, ele sempre faz a mesmo gesto todos os dias, o que é uma caraterística relativamente comum em narrativas dedicadas a fantasmas, escritas ou orais. Isso, no entanto, não explica grande coisa: pessoas de carne e osso também podem ser maníacas.

    Se considerarmos ambos os personagens aparições -uma ideia que particularmente me seduz-, é perfeitamente factível afirmar que o pé de hibisco e o cemitério também sejam imateriais, ou seja, serem projeções da mente do protagonista, pois é a partir dele que a planta existe no túmulo, e que tudo é narrado.

    São conjecturas, é importante ressaltar, mesmo porque o conto permite poucas afirmações.

    O fato de o menino conhecer o endereço do túmulo da esposa do protagonista me sugere duas coisas: em primeiro lugar, são pai e filho. E aí a diferença de anos (1807 e 2007) não é exatamente um obstáculo, na medida em que esses laços podem ter se dado em épocas distintas, por meio da reencarnações (para quem acata a doutrina espírita). Uma segunda possibilidade é ambos serem, na verdade, uma mesma pessoa. Ou seja, o menino seria a infância do protagonista.

    Toda vez em que se pretende retratar um universo linguístico que possui particularidades, como o sertanejo e o infantil, por exemplo, o autor se depara com um dilema: se oralizar em demasia o texto, corre-se o risco de o leitor recebê-lo como uma tentativa pedante de copiar o real, ou simplesmente entender que trata-se de um erro; se não tenta entrar nessas particularidades, pode soar falso.

    Aqui, o(a) autor(a) optou por uma representação linguística negociada. Ao mesmo tempo em que o pensamento do menino é pueril (como em “É que eu não sei onde ele mora”, referindo-se ao túmulo do pai), há uma articulação bastante madura entre as ideias, com períodos bastante longos. Pode-se supor que o(a) autor(a) “adulteceu” a linguagem nesse ponto, de modo a evitar uma má recepção textual. Pode ser, no entanto, outra coisa: a demonstração de que menino e adulto são, como eu disse, duas etapas de um mesmo personagem.

    A força desses personagens está, no conto em questão, exatamente no fato de serem abertos, de permitirem amplas interpretações, como em todo o enredo. Se o(a) autor(a) cometesse o equívoco de penetrar em detalhes, nas psiques, essa amplitude ficaria menor, e o leitor conjecturaria menos. Não teríamos, ao contrário do que ocorre, várias narrativas possíveis dentro de um conto.

    Encontrei problemas mínimos, relativos ao uso da vírgula, como em “minha prima acha que sou filho de chocadeira, sei que é mentira dela porque minha mãe não é uma galinha e nem eu sou um ovo”, em que após CHOCADEIRA o ideal seria um ponto ou ponto e vírgula.

    Em coerência narrativa, personagem, enredo e linguagem o conto é praticamente perfeito; em coesão, falhas pontuais.

  43. Ricardo de Lohem
    17 de setembro de 2016

    Olá, como vai? Vamos ao seu conto! História curta e direta, com certa crítica social, e um desfecho com um plot twist desinteressante: “Oh! ele é um fantasma,” não me impressionou, faltou alguma coisa. Pode parecer um paradoxo, mas a verdade é que, apesar de uma surpresa no desfecho ser muito importante numa história curta, esse não deve ser seu único atrativo, ou a história pode terminar com uma sensação de vazio. Faltou o conto ser mais atraente antes da surpresa do desfecho. Corretinha, mas sem atrativos. Desejo Boa Sorte no Desafio.

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Publicado às 17 de setembro de 2016 por em Retrô Cemitérios e marcado .
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