A assembleia mal chegara ao fim e um murmurinho já se espalhava pelo amplo salão de eventos do Condomínio Veranópolis. Em meio ao burburinho disforme, balbúrdia geral na qual mergulhara a incrédula audiência após divulgada a notícia, apenas uma palavra podia ser distinguida das tumultuadas conversas. Acima, no segundo andar da torre, os conselheiros deliberavam, tensos.
Ao mesmo tempo, não distante do elegante residencial, o rugido gutural de feras espantava os transeuntes e quase de imediato esvaziou-se a movimentada Rua da Concórdia. Muitas vezes, ao longo dos últimos anos, tal rua fora o refúgio de moradores desesperados pelo terror espalhado pelos boatos sobre
EMANCIPAÇÃO
Emancipados de suas frias gaiolas, as feras corriam descontroladas pelas ruas. Pela primeira vez em muitos anos sentiam o ar frio da noite em suas faces caninas, fios de baba balançando ao vento cortante característico daquela época do ano.
Pela primeira vez desde a reurbanização, quando foi implantado o sistema de segurança que possibilitou a todos resgatarem um pouco da normalidade de suas vidas, uma falha no protocolo tornara realidade o pesadelo dos habitantes do Núcleo de Novalameda:
EMANCIPAÇÃO
– Que tipo de ação o protocolo de emergência prevê, Sr. Savares? – a voz soava rouca vinda do viva-voz do aparelho telefônico.
– Senhor, os procedimentos emergenciais foram todos colocados em ação, mas EMANCIPAÇÃO atinge níveis alarmantes! – choramingou Thales Savares, coordenador de segurança emergencial do Núcleo.
– Se me permitem a intromissão, acredito que exista uma última possibilidade. – a voz seca de Tiago Milharal ressoou de um dos cantos da sala, assustando a todos: sua presença na reunião havia passado despercebida até então.
O comentário arrancou risadas irônicas ao redor da mesa. Irônica também era a situação desesperadora de um Núcleo que sempre se gabou da impecável administração dos procedimentos de realinhamento de convivência. Teria essa arrogância irônica levado à irônica beira da destruição?
Uma explosão repentina na esquina Alpha anunciava a invasão do segundo nível. EMANCIPAÇÃO chegava rapidamente ao coração da cidadela, e a audiência no nobre salão do Veranópolis se transformava rapidamente numa algazarra desesperada.
Indiferente ao deboche que se seguiu às suas palavras iniciais, Milharal prosseguiu em suas palavras: “ESCLARECER. Esse é o princípio norteador de nossa sociedade. Desde o alvorecer de nossa nova civilização, nossos homens e mulheres e crianças tem sonhado dia e noite com esse ideal, mas acabam sendo acordados brutalmente de seus devaneios pelas imagens de focinhos malignos cobertos de sangue e carne”.
Os olhares satíricos acompanhavam suas palavras, o protesto preso à garganta. O que um mero Chefe de Guarda do muro externo poderia saber sobre ESCLARECER?
Enquanto isso, EMANCIPAÇÃO rapidamente se espalhava e ocupava o nível dois, agora separada por apenas 2 muros do coração da cidadela. Os influentes moradores do condomínio podiam farejar apavorados, a essa distância, o odor pútrido de carne e sangue e terror e morte que os cercava rapidamente, ameaçando toda a estrutura que haviam levado anos para construir. Nos portões do Veranópolis, a população operária desesperada implorava por entrada e abrigo. EMANCIPAÇÃO ameaçava adentrar e corroer as entranhas, sem pena, sem remorso.
Nesse momento, alguém interrompe a conversa com a voz entediada.
– Belo discurso. Tenta nos impressionar com desespero e terror, mas o que um guarda secundário tem a sugerir a esse conselho? – a voz de Leonardo Flores, coordenador geral de Núcleo, ressoou forte e intimidadora pelo recinto, como de costume. – Suponho que tenha algo a acrescentar com toda a sua, eh, experiência?
Sussurros uníssonos de concordância percorreram o salão. Thales emitiu um riso seco e sem emoção. Odiava ser contrariado no desempenho da função que tão bem executou ao longo de todos esses anos.
Enquanto isso, 25 quilômetros a leste, no Núcleo de Gideão, o mais próximo e maior parceiro comercial de Novalameda, a notícia já se espalhava como fogo pelas ruas, um fogo que causava queimaduras profundas na vontade e ânimo dos habitantes. “Se Novalameda está caindo, imagina quando chegar aqui…”. Desesperados, todos se perguntavam quanto tempo levaria até que todo o Sistema fosse completamente devastado.
O terrível som ecoava cada vez mais ensurdecedor aos ouvidos, e a discussão se inflamava proporcionalmente na assembleia.
Tiago apenas observava e aguardava calmamente. Essa característica sempre o distinguiu em situações de crise. Mesmo naquele fatídico dia, 12 anos antes, quando EMANCIPAÇÃO destruiu a vida como se conhecia e levou sua amada família, ele foi capaz de manter a calma e conduzir todos aqueles desconhecidos para um local seguro.
Apesar da arrogância dos conselheiros, seu sangue frio e seu conhecimento de campo tinham sido essenciais na construção do Núcleo, muito mais que as estratégia e diálogos intermináveis das inúmeras reuniões do conselho.
A torre do conselho, localizada no centro do condomínio, exatamente acima do salão de eventos, proporcionava uma vista privilegiada de todo o vale em que fora assentado o Núcleo.
Enquanto observava um armazém ser reduzido a poeira (EMANCIPAÇÃO, EMANCIPAÇÃO, EMANCIPAÇÃO), Tiago se dirigiu ao aparelho de telefone, sem dar atenção aos protestos indignados pela interrupção.
– Acredito que seja muito claro o caminho a se tomar. A única esperança para essa situação é convoca ELE, senhor. Acredito que seja a hora de reativarmos o
ESCLARECEDOR: MEIO HOMEM, MEIO MÁQUINA
Muito tempo havia se passado desde a última vez que ESCLARECEDOR: MEIO HOMEM, MEIO MÁQUINA fora ativado pela última vez. A simples menção de seu nome ainda causava arrepios nos habitantes do Núcleo. Não pelo que esse nome representava, mas sim pela lembrança das ocasiões em que ele havia sido necessário.
Todas as vezes em que esse nome fora convocado anteriormente, eventos de EMANCIPAÇÃO e violência e terror e destruição haviam deixado cicatrizes profundas.
– IRRESPONSÁVEL! TRAZER À TONA ESSE NOME E CAUSAR TERROR A TODOS! – a reação dos conselheiros à menção do nome foi tão trágica quanto esperada. Breno Nazzuto, conselheiro sênior, por muito pouco não teve um ataque cardíaco.
Tiago observava com interesse o modo como uma memória podia ser mais destrutiva que um fato em si. À toda a volta, EMANCIPAÇÃO se embrenhava mais e mais e ameaçava destruir a espinha dorsal do sonho do ESCLARECER, porém, o que finalmente havia disparado o gatilho do verdadeiro pânico naqueles experientes líderes foram as memórias dolorosas. “Seria a EMANCIPAÇÃO um efeito de nossa incapacidade de nos livrar do passado e encarar com coragem o presente? ”, se indagava, pensativo.
Caminharam por vários corredores até uma sala cerrada atrás de uma porta de aço com trava dupla.
— Preciso de sua autorização, chefe — disse Tiago.
— Não posso fazer isso. Sempre que ELE é acordado, cobra um preço — respondeu Thales Savares, o Coordenador de Segurança. Uma explosão irrompeu perto o suficiente para fazer seus ouvidos zumbirem e as paredes tremerem.
— Abra a porta ou estaremos mortos em alguns minutos.
— NÃO! Pelo amor que têm à sua vida, não abra — berrou Breno Nazzuto.
O velho senhor, um dos poucos dali que estava vivo na última vez que utilizaram daquele artifício — era, porém, apenas uma criança e tudo o que soube, ouviu de fontes nada confiáveis —, estava tremendo e suando muito.
Uma nova explosão ocorreu a poucos metros e Sr. Savares, ainda com certo receio, mas sem entender totalmente o pânico do idoso, aproximou-se do leitor de retina. Uma luz verde varreu os olhos assustados do conselheiro e um baque surdo anunciou que a fechadura estava destravada.
Tiago abriu as portas e observou as luzes fluorescentes se acendendo gradualmente e iluminado o inusitado aposento. Breno Nazzuto caiu de joelhos e lá ficou enquanto os demais, atraídos pela curiosidade como insetos para a luz, esticavam seus pescoços na direção da sala onde era armazenado o ESCLARECEDOR: MEIO HOMEM, MEIO MÁQUINA. E o que viram com certeza haveria de se entranhar em suas memórias como uma mancha de sangue em roupa branca e nunca mais poderia ser removido.
A sala possuía monitores por quase todas as paredes, que aos poucos iam sendo ligados, mostrando imagens arrasadoras da EMANCIPAÇÃO destruindo tudo o que eles conheciam como lar. Abaixo dos monitores, luzes multicoloridas piscavam e incontáveis fios e cabos se entrelaçavam como serpentes acasalando. O mais perturbador, porém, encontrava-se no centro do recinto para onde os fios pareciam se encaminhar: algo que um dia poderia ter sido um humano, com a pele acinzentada, cabeça careca e a cintura presa a uma base mecânica conectada aos fios oriundos das máquinas. Quando a coisa abriu os olhos vazios, perceberam que uma luz verde ocupava o local onde deveria ser sua íris. Tiago nunca tinha visto aquilo pessoalmente e, por um breve momento, vacilou no seu plano. Uma nova explosão o trouxe de volta à realidade.
— ESCLARECEDOR: MEIO HOMEM, MEIO MÁQUINA — disse ele à criatura à sua frente —, sou Tiago Milharal, Chefe da Guarda do Muro Externo do Condomínio Veranópolis. Solicito permissão para utilizar seus serviços. — Ele havia lido aquilo em algum manual enquanto vigiava o muro nos dias de tédio, período crucial no qual aprendeu muito sobre aquela máquina inusitada.
— Autorização concedida — a voz mecânica vinha de autofalantes posicionados no aposento. Os demais conselheiros observavam aquilo aterrorizados, sem a menor ideia do que poderia ser feito e qual o real efeito dos serviços do ESCLARECEDOR. Aquele tema era um grande tabu para os habitantes do condomínio.
Tiago caminhou hesitante até a figura semi-humana instalada no centro do salão e posicionou-se a poucos centímetros de distância.
— Estou pronto — disse ele. — Permita-me ESCLARECER para acabar com a EMANCIPAÇÃO.
O ESCLARECEDOR o observou com seus mortos olhos verdes por alguns segundos. Uma gota de suor escorreu pela face ansiosa do jovem rapaz, mas ele não se moveu.
— Nível de energia baixa. Necessito combustível — disse a voz da máquina pelo sistema de som enquanto a cabeça que um dia foi humana erguia-se de forma a apontar o queixo pra cima e a boca abria em medidas desproporcionais.
O Chefe da Guarda sabia o que fazer: retirou um canivete do bolso e cortou a palma da mão, deixando o sangue escorrer por um longo minuto na boca aberta da criatura. Ele ouviu alguns murmúrios daqueles que o observava, mas preferiu ignorá-los.
O ciborgue, então, fechou a boca e algumas gotas pingaram em sua face. Retornou para a posição normal, ergueu os braços e segurou a cabeça do seu interlocutor com ambas as mãos, frias como de um cadáver. Tiago sentiu uma energia sendo transmitida para seu cérebro e logo uma profusão de imagens o arremeteu. Tudo o que ocorria no condomínio e em seus arredores estava agora a seu alcance. No início ficou bastante atordoado e tentou, por instinto, libertar-se da pegada fria do ser biomecânico, mas simplesmente não conseguia. Passados alguns minutos, acostumou-se e, em mais uns instantes, já sabia como controlar tudo aquilo. Percebeu que não era capaz apenas de ver as pessoas, mas de saber o que estavam pensando e — mais ainda — falar em suas mentes.
Procurou um alvo em especial: Alan Rialto, o homem que liderava a EMANCIPAÇÃO. Saltou de consciência em consciência pacientemente, todas raivosas e preparadas para pôr tudo abaixo. Os conselheiros observavam o que ele via através dos monitores e ouvia o que ele era capaz de escutar pelos autofalantes. Quando finalmente encontrou o alvo, que estava localizado na sala anterior à do conselho, em meio a um caos digno das piores guerras e carregando explosivos suficientes para destruir grande parte do mundo, disse em sua mente:
— Alan Rialto, precisamos conversar.
O homem, de aparência bruta e barba por fazer, mas de grande astúcia e carisma, estranhou a voz intrusa e procurou sua origem.
— Sou Tiago Milharal, Chefe da Guarda do Condomínio. Estou em contato direto com sua mente. Pense em uma resposta e ouvirei.
— Saia da minha cabeça — gritou o líder —, ou vou explodir tudo isso! — balançou algumas bombas no ar.
Tiago resolveu usar um artifício que leu nos manuais e enviou mensagens calmantes ao subconsciente do líder da revolta armada. Em poucos segundos, ele estava mais sereno.
— Alan, você precisa interromper a EMANCIPAÇÃO — disse Tiago, então. — Destruir o condomínio não trará paz a seu povo.
— Construiremos um novo modelo sobre as cinzas — respondeu o homem através do pensamento. — A era do FEUDALISMO CONDOMINIAL chegou ao fim!
— Você está certo. Nada será como antes. — Os conselheiros se agitaram ao ouvir isso. Uns ameaçaram retirá-lo de lá, mas não tiveram coragem, já que as consequências eram desconhecidas. — Também morei muitos anos fora do condomínio. Tive mulher e filhos lá. Sei da dificuldade que é viver à margem da sociedade enquanto outros nos exploram e se banham em futilidades.
— Qual a sua proposta, meu caro? — Alan perguntou, baixando a guarda.
— Eu proponho a DEMOCRACIA. — A palavra retumbou não só na mente do líder da rebelião, mas em todas aquelas que o ESCLARECEDOR tinha contato. Até mesmo nos condomínios vizinhos, homens e mulheres foram capazes de ouvi-la.
— ISSO É UM ABSURDO! — berrou Thales Savares. — Você não pode dizer tamanha blasfêmia! — Todos os outros homens do conselho estavam tão revoltados quanto, mas ele foi o único que resolveu tomar uma atitude e interromper tudo aquilo. Encaminhou-se a passos largos para remover Tiago dali mas brecou estranhamente no meio do caminho e sentou-se no chão de pernas cruzadas. Os demais conselheiros fizeram o mesmo.
— Faremos eleições para todos os membros do conselho — Tiago continuou. — E qualquer um poderá participar. Haverá, também, concursos anuais para moradores, criando uma rotatividade, dando maiores chances de ascensão. Os recursos obtidos serão gastos tanto dentro quanto fora dos muros. E o próprio acesso será facilitado. Todos terão oportunidade de usufruir das áreas comuns.
— Está certo — disse Alan, após pensar um pouco. — Era exatamente o que almejávamos. — Refletiu por mais alguns instantes. — Juro que não esperava um aliado como você. Alguém infiltrado no conselho. É, sem dúvidas, uma grata surpresa.
— Trabalhamos pelo mesmo objetivo de formas diferente, colega — respondeu Tiago. — E o sucesso da empreitada só foi e será possível com nosso trabalho conjunto.
— Concordo com você.
— Quero que pare de explodir as coisas. Darei os acessos que você e seus colegas precisarem. Capture Leonardo Flores na Administração Geral e leve-o para seu povo. Ele está se mijando nas calças nesse momento e não reagirá. Faça o que quiser com ele.
— E os outros conselheiros?
— Fique tranquilo. Eu cuidarei deles — respondeu antes de cortar o contato com o revolucionário.
Tiago estava mantendo-se, paralelamente à conversa, na cabeça de cada um dos homens ali sentados, que pouco há tempo eram responsáveis por gerir aquele imenso complexo habitacional. Mentes fracas e fáceis de controlar com auxílio do ESCLARECEDOR. Podia entregá-los também. Seriam linchados ou coisa pior, mas tinha outros planos. Fez com que levantassem e caminhassem lentamente para os calabouços, no quinto subsolo, onde eram encarcerados os piores inimigos do Condomínio Veranópolis.
Sr. Savares iria prender a todos e trazer a chave. Tiago tinha total controle sobre ele e prazer em mantê-lo como sua principal marionete. Afinal, aquele homem arrogante era seu superior imediato e o humilhava diariamente. Dele partiu o comando que resultou na morte de sua família na última tentativa de EMANCIPAÇÃO. Nada mais justo que ele fosse o primeiro alvo de sua vingança.
— Savares — disse quando o chefe da segurança retornou com a chave dos calabouços nas mãos —, pegue esse canivete, meu caro. — Ainda conectado à máquina, ele estendeu a mão. — Tenho outras mentes para controlar e creio que o ESCLARECEDOR precisa de mais combustível. — Sorriu. — Muito, muito mais!
Bom…. se minhas contas não me enganaram, acho que este é o último conto que faltou eu comentar…. mas o que é isso?! Esse sou eu? Thales Savares?
Achei interessante a ideia de usar personagens conhecidos. Eu mesmo já me utilizei do Gustavo Araujo e do Rubem Cabral em outro desafio (no dos Pecados Capitais, na história Ponte das Almas Perdidas). Meu personagem principal dava um soco na cara do Gustavo, por pura inveja.
A referência me faz pensar que o conto seja da autoria do Jefferson Lemos (que é um dos meus únicos amigos na comunidade), mas o estilo não parece o dele. Talvez seja só coincidência mesmo… Sei lá, sou meio ruim em pegar essas indiretas (sério… a filha da minha chefe deu o nome do gatinho dela de Thales, e eu demorei 3 meses para entender que o nome do gatinho era uma clara referência a mim… até então eu inocentemente imaginei que tudo fosse apenas uma grande coincidência).
Enfim… a primeira metade do conto me deixou bastante confuso. Tive que ler mais de uma vez, e mesmo assim não entendi qual era a real proposta do autor. EMANCIPAÇÃO! ESCLARECEDOR! Essas se tornaram palavras fortes, e ficou muito bom a colocação no decorrer da narração.
O segundo autor foi quem salvou verdadeiramente toda a obra. Ele conseguiu dar um sentido em toda aquela cortina de fumaça que estava ocultando os significados no início do enredo. Gostei bastante de como tudo se desenrolou. Aprecio muito contos de ficção científica, e este ficou muito bem produzido!
Achei o início semelhante ao poema “Excelsior” de Longfellow. Os nomes são humorísticos, traduções dos americanos. O estilo é muito correto, sem construções malfeitas. O conto é bom e qualquer continuação daria certo. O segundo autor escreve bem mas não parece estar muito afeito a esse estilo hollywoodiano. Mas felizmente segui os nomes americanos que fazem rir alto. De qualquer modo, ficou engraçado, criativo, embora fora dos padrões iniciais. Parabéns aos dois, e ao segundo pelo esforço extra.
Amigos autores,
Não me lembro exatamente quem foi o autor, mas acho que foi o grande Gabriel Garcia Marquez quem disse que “o escritor está sempre buscando novas formas de contar a mesma história” (ou algo assim).
Achei interessante a abordagem de vocês para tratar de um assunto que já saturou todas as notícias, todos os jornais, todas as revistas, todos os blogs, todos os posts de facebook e até todas as mesinhas do bar da esquina.
Foi legal, mas, infelizmente, pela saturação do assunto no momento em que vivemos, e também para meu gosto literário, achei que a escolha do tema me atrapalhou na apreciação da história. Estou com medo de olhar no espelho e dar de cara com mais uma versão para essa história.
Vejam, não estou criticando a capacidade narrativa de vocês, só achei que esse assunto já deu o que tinha que dar.
No início do conto fiquei com um pouco de dúvida para entender o que estava acontecendo, mas depois que saquei do que se tratava, a leitura fluiu melhor. O problema, como eu disse, é que quando percebi do que se tratava, a direção que a história iria tomar ficou meio previsível e achei que isso influenciou um pouco na qualidade.
Boa sorte no desafio.
Oi, autores!
Esse conto é diferente. Sfi-ci não é meu forte, mas curto ler algumas coisas. Gostei de como o fato de emancipação ser e não ser monstro, e do esclarecedor falar às mentes. Não sei se captei de todo, mas achei muito bom o lance de FEUDALISMO CONDOMINIAL, a organização social onde transita o texto e de imaginar algo como >>>> Saltou de consciência em consciência.
Bem, o conto é bacana, mas achei estranha a repetição de palavras com mesma terminação >>> mente, calmamente, paralelamente … e “ção”, situação, administração, destruição… Isso pertinho causa uma rima estranha e trunca a narrativa.
Não curti muito os personagens, mas entendi que o que contava mais aqui era narrar o evento em si e falar da sociedade, porém, ainda assim, os que foram apresentados poderiam ter um pouco mais de trato para não ficarem com ar secundário.
Boa sorte no desafio.
Nota: 7,5
Prezados Autores, segue aqui a minha avaliação:
PREMISSA: a temática da fantasia distópica levada ao condomínio (o primeiro autor deve estar tendo brigas com o síndico ou os vizinhos). Francamente, a ambientação é bastante convencional, com um Robocop vampirizador.
INTEGRAÇÃO: o estilo se mantém nas duas parte, sem que isso seja meritório para nenhum dos dois.
CONCLUSÃO: O destaque/ponto memorável desse conto acabou sendo o nome dos personagens. Alan Rialto, por exemplo. Eu também.
Achei este texto interessante, vendo uma mistura entre realidade e ficção. Foi um dos poucos textos que me pareceu que deveriam ter sido mais desenvolvidos, ter mais continuidade. Tenho uma dúvida, que gostava que os autores me esclarecessem, pois não sei se é um problema da escrita ou uma diferença do nosso português, bem perto do fim escreveram: “…que pouco há tempo eram responsáveis…” esse “há” está fora do sítio certo? Dou os meus parabéns para essa dupla, gostei do resultado
o conto é bastante confuso. mesmo no final não fica claro o que está acontecendo e o final também é bastante obscuro. a repetição de palavras não deixaram o texto fluido,pareceu-me forçado e fez com que a narrativa ficasse arrastada
Muito interessante este conto. Bem escrito (com algumas faltas na revisão de palavras e conjugações verbais).
Ficção científica que na primeira parte chegou mais forte, assustadora, mesmo, e na continuação seguiu um caminho meio obvio, porém no conjunto ficou muito bom.
Como não achei tão criativo, não posso avaliar como um 10.
Nota 9,0
Esse foi o texto que iniciei, então vou comentar sobre a continuação, mas sem dar nota oficialmente.
Ainda não sei quem continuou, mas já queria dar os parabéns! Gostei bastante da continuação. Confesso que eu mesmo não sabia como continuar essa maluquice toda. Ahahaha. Achei que o coautor se saiu super bem, conseguiu manter o padrão do texto, desenvolveu bem a história, e também concluiu muito bem.
Sem dúvida é um exercício muito interessante ver meus personagens agindo por conta própria e ganhando vida!
Tô ansioso pra descobrir quem é o coautor pra trocar ideia.
Todos os contos foram avaliados antes e depois da postagem da 2ª parte; daí a separação:
1ª PARTE:O texto enrola muito, faz muito suspense sem dar consistência aos personagem e à trama.
PIOR MOMENTO: “Teria essa arrogância irônica levado à irônica beira da destruição? – Que ironia: a repetição da palavra “irônica” não conseguiu dar um sentido irônico à frase.
MELHOR MOMENTO: “Seria a EMANCIPAÇÃO um efeito de nossa incapacidade de nos livrar do passado e encarar com coragem o presente? ” – Nas entrelinhas o medo de ser atacado pela liberdade. Gostei muito.
PASSAGEM DO BASTÃO: Jogou o bastão da linha de partida e acertou a cabeça do parceiro. Deixou, praticamente, para ele escrever o conto.
2ªPARTE: Houve uma melhora substancial, mas não consegui me envolver com o texto. Precisei ler 3 vezes.
PIOR MOMENTO: Se eram as “Mentes fracas e fáceis de controlar com auxílio do ESCLARECEDOR” para que lança-los aos calabouços?
MELHOR MOMENTO: “Também morei muitos anos fora do condomínio. Tive mulher e filhos lá. Sei da dificuldade que é viver à margem da sociedade enquanto outros nos exploram e se banham em futilidades.” – A conotação social, luta de classes deu um clima mais favorável à leitura e racionalidade.
EFEITO DA DUPLA: Ficou um conto travado, não fluiu bem.
Mais um conto que não me conquistou. O início me pareceu interessante, aliás, todo o exercício de criação para esse conto parecia muito promissor pelos seus detalhes. O que me levou no início foi justamente a curiosidade de saber onde tudo aquilo ia dar. Mas a leitura começou a se arrastar e confesso que fui perdendo o interesse, não vendo a hora de finalizar a leitura. Os nomes próprios escritos com sobrenome por várias vezes eu achei estranho, não ficou natural. A princípio, parece que o segundo autor seguiu no mesmo ritmo do primeiro. Achei a repetição dos termos em negrito e caixa alta cansativa. Para mim não funcionou.
Muito bom! A primeira parte cliou um clima perfeito de mistério, além de conceitos-chave interessantes e abertos o suficiente para que a continuação pudesse surpreender e brincar bastante.
Ambas as partes tiveram uma escrita fluida e prazerosa de ler. Resultou em um conto bem estranho e atípico. Parabéns!
Infelizmente não gostei. Esteticamente, o Emancipação em negrito causou um efeito não muito legal. Ela inicialmente é tratada como uma fera, mas eu já esperava que na verdade fosse algo como uma revolução contra os moradores do condomínio. No entanto, até chegar a isso o conto apresenta vários detalhes do nada, como o esclarecedor, e que deixam tudo confuso, você nem sabe mesmo em que espécie de sociedade e tempo se passa o conto. No fim, convenientemente Tiago tem acesso a máquina, e tem um passado que deseja vingar. Convence o revolucionário com muita facilidade e passa a botar em prática seu desejo meio torto de justiça. Enfim, achei muito salada mista. Desculpas ao autor (a).
Para este desafio, adotei o critério T.R.E.T.A (Título – Revisão – Erros de Continuação – Trama –Aderência)
T – Título de uma só palavra, mas repetido várias vezes no conto.
R – Acho que não escapou quase nada à revisão. Os autores mantiveram o padrão inicial – estilo próprio com palavras destacadas.
E – As duas partes do conto estão em sintonia. Não encontrei quebra de ritmo ou conflito de estilos. Considero que o objetivo do certame foi atingido.
T – A trama baseia-se em Ficção Científica e eu não consigo gostar disso, sinto muito. No entanto, pelo que pude notar, a narrativa foi bem desenvolvida e agradará de cheio a muitos leitores. Confesso que me perdi várias vezes e não voltei atrás para pegar o fio da meada. Não adiantaria, pois tenho forte resistência a esses elementos de FC. Falha minha, portanto nem vou considerar esse ponto ao avaliar o conto.
A – Como disse, FC não me agrada e assim não consigo me ligar à leitura. Já os aficionados pelo gênero, delirarão com certeza. Para mim, foi um tanto desgastante seguir com a análise. O ritmo me pareceu bem adequado ao que se propôs o primeiro autor. Sendo assim, a atenção de muitos será conquistada.
🙂
Uma fantasia distópica que serve de mote para crítica social. O condomínio Veranópolis é um microcosmo de nossa sociedade atual e, pelo que entendi, se trata de um bastião onde os mais favorecidos tentam manter seus privilégios, refutando a emancipação pela ação do esclarecedor. Embora a ideia seja interessante e a proposta, corajosa, creio que o texto pecou pela prolixidade, como se o autor, em especial o primeiro, estivesse mais preocupado em passar o recado do que em construir personagens. A arte, aqui, é o conto e não seus protagonistas. Enquanto válida como peça crítica, peca como peça literária, já que não cativa em momento algum. Não é necessariamente um entretenimento, mas sim um panfleto bem executado. O lado positivo é que a união de autores resultou num conto uniforme — a emenda é invisível, o que mostra esmero do autor que complementou em emular o estilo inicial. Sob esse aspecto, estão de parabéns, ainda que o texto esteja longe de encantar.
O conto segue uma linha de distopia. Narração tem um toque muito subjetivo , combinando palavras e ideologias, emancipação que significa libertação, independência, porém no conto, a liberdade sempre é a ameaça que se deve combater através do “esclarecedor” que significa compreensível… interessante que nas mãos de ser que é metade maquina e a outra metade humana, é que está a salvação. Um conto de analogia, onde o assunto principal é a Democracia. A continuação do conto manteve o ritmo. NOTA:8
Olá
Conto difícil de ler, não prendeu a minha atenção e torci para que terminasse logo. Desculpem-me os autores, mas não consegui conectar com o enredo, sendo que entendo que o texto complementar está um pouco melhor que o inicial, dando um desfecho até interessante para a história. A Falha aqui é minha porque o tema escolhido não me agrada, então outros certamente se identificarão. No mais, desejo sorte no desafio.
Abraços
A tensão e o conflito são muito bem realizados. Esse conflito é percebido até mesmo na escrita aonde é feita uma descrição do que é selvagem e também da construção central. O autor sabe brincar com o significado das palavras e também faz bom uso da repetição. Este recurso quando bem utilizado soa como um alarme na mente do leitor e contribui para o aumento da inquietação.
Na primeira parte o clima de tensão é constante e a expectativa é sempre alta. Imaginamos como se originou esse universo e como irá terminar a história. A inserção do homem maquina é um ponto muito acertado e ela foi bem desenvolvido pelo autor. A linguagem utilizada na voz do homem máquina é algo que merece destaque.
Na segunda parte e principalmente nos trechos finais, eu senti o texto morno e senti falta do mesmo clima de tensão do inicio.
Parabéns pelo trabalho.
Olá, como vão? Vamos ao conto! Uma fascinante fantasia distópica passada em um condomínio de classe alta que sofre a ameaça de um evento misterioso chamado “EMANCIPAÇÃO”. O autor da segunda parte interpretou EMANCIPAÇÃO como uma tentativa de revolução político-social, uma invasão por parte dos menos favorecidos, mas não parece ser bem essa isso que era EMANCIPAÇÃO, o autor primeiro tinha outra ideia em mente, pois se falou em animais selvagens andando pelas ruas, e não parecia ser uma metáfora. Teria sido mais rico se tivesse sido mantido a abertura para mais possibilidades na parte 2, não restringindo EMANCIPAÇÃO a uma coisa só. Aliás, devo mencionar de colocar EMANCIPAÇÃO o tempo todo em caixa alta foi um recurso muito irritante, chegou uma hora que eu não aguentava mais de tanta EMANCIPAÇÃO. O conto terá sua nota diminuída em pelo menos um décimo de ponto por causa da maldita palavrinha(vrona) EMANCIPAÇÃO. Por favor, nunca mais faça isso de novo, eu lhe peço. A história é inteligente e tem humor sutil, uma da melhores deste desafio. A parceria parece que funcionou bem, as duas metades do conto estão bem harmônicas. Parabéns, desejo para vocês muito Boa Sorte!
Bom conto. Foi bem ambientado. Confesso que esperava um fim com mais ação e carnificina, principalmente pelo suspense proposto em relação ao Esclarecedor, meio homem meio máquina, um ser que se alimentava de sangue. Talvez tenha sido uma metáfora que não entendi bem. Devo também admitir que no início imaginei que a emancipação fosse composta de animais de verdade, e não de humanos que viviam fora da proteção do Esclarecer. O texto levado para um final mais político do que de ação me tirou um pouco da empolgação, mas, gostei. As duas narrativas têm uma boa liga, o que, para mim, ganha pontos. O final nos remete a imaginar uma nova ditadura, ao contrário do sugerido, uma democracia. O que nos faz pensar na velha máxima que o poder corrompe. Boa sorte.
Complemento: upgrade
A primeira parte, apesar de muito bem escrita, teve uma trama um pouco confusa. Talvez, isso tenha se dado para que o segundo autor pudesse trabalhar o texto com maior liberdade, então é compreensível. De fato, o segundo autor trouxe uma trama mais consistente, sem mudar muito o tom empregado na primeira parte. Os personagens também foram bem desenvolvidos e pontas soltas amarradas. Ainda assim, a história, no geral, ficou fraca, sem grandes reviravoltas ou arcos dramáticos.
No início, pensei se tratar de um condomínio comum, nos dias de hoje, cercado por um bando de animais (o texto cita faces caninas, então eu levei ao pé da letra). Depois a situação se descortina, e percebemos que se trata de pessoas buscando emancipação e que a história muito provavelmente se passa no futuro, ou então em outra realidade.
A estética da narrativa, apesar de bem criativa, não me agradou, pois a leitura ficou travada, eu tinha que reler a frase com as palavras
DESTACADAS
mais de uma vez para procurar o sentido completo da mensagem.
Gostei muito do personagem (personagem? haha) ESCLAREDOR. Achei interessante como as coisas se sucederam a fim de parar a EMANCIPAÇÃO.
É um texto diferente, bacana, mas não me empolgou muito.
Domínio da escrita: ambas as partes deste conto foram revisadas suficientemente bem para proporcionar uma leitura fluida, sem percalços. Gostei especialmente do suspense criado no início, da ambientação um terço fantástica, um terço F.C., um terço “Shingeki no Kyojin”.
Criatividade: foram propostos elementos muito peculiares no princípio do texto (as bestas da emancipação e o esclarecedor, basicamente), que só viriam a ser bem aproveitados se o segundo autor tivesse a predileção pelo fantástico e pela F.C., o que, posso estar enganado, não acho que foi o caso. Senti como se o coautor estivesse saindo de sua zona de conforto para continuar o conto da melhor maneira possível. Penso que não tenha sido uma saída tão criativa quanto o início permitia, mas não deixa de ter méritos.
Unidade: um ponto que me decepcionou, realmente, foi a desconstrução da temerosa emancipação. Quando vi as “feras descontroladas, com sua faces caninas salivantes” transformadas em simples pessoas, foi uma frustração. No todo, é um bom conto – que poderia ser melhor.
Parabéns e boa sorte!
Nossa, que confuso!!
Se eu pudesse definir o conto em uma palavra seria: Mirabolante.
Não vou dizer que capitei a intenção dos dois autores… ficou claro que um pensou uma coisa e o outro, algo bem diferente.
Quando comecei a leitura, eu imaginei uma reunião de condomínio onde os cachorros dos moradores estariam livres pra andar pelo condomínio… Será que isso tem alguma lógica ou eu mergulhei na ‘’doideira’’ do conto? NÃO SEI.
Logo depois a ideia passou pra uma distopia, ou mesmo um terror gore… Onde monstros caninos dominaram esse lugar e as pessoas viviam trancadas dentro deste tal ‘’ Núcleo’’… Mesmo assim, continuei totalmente leiga na história. A palavra EMANCIPAÇÃO aparece tantas vezes, e nenhum momento, pelo menos pra mim, ela é explicada de fato… E isto me deixou irritada toda vez que eu via ela lá, berrante e esverdeada com letras garrafais.
Outra teoria é a questão de um mundo devastado… tem esse condomínio. Onde havia uma pirâmide, e os que estavam abaixo dela estavam se rebelando… Err.
Eu estou em dúvida, se quem criou o Meio homem, meio Máquina foi o primeiro ou o segundo autor… O que posso dizer, é que se o primeiro texto estava confuso, o segundo não melhorou em nada nesse quesito. Achei as descrições confusas, como se o autor não tivesse elas nítidas em mente, as soluções foram mirabolantes…e o final aberto… complicado. Já que o conto em é um emaranhado de ideias jogadas sem real aprofundamento.
Foi uma leitura um pouco arrastada, talvez tenha sido culpa de minha pequena ressaca depois de ler dois contos anteriores. A dupla não combinou muito… Parece duas histórias paralelas.
Bem, resumindo… O conto não funcionou para mim. Mas parabenizo os autores, eu não saberia o que fazer neste conto, muito complexo… Sci-fi com distopia e terror… não sei classificar o gênero.
Fiquei um pouco intrigada, pensando que, talvez, o conto fizesse parte de um romance ou coletânea pré-existente do mesmo autor.
Gostei muito.
A primeira parte tem uma forte veia crítica à sociedade em que vivemos e a um dos possíveis futuros da humanidade. Gostei da organização das palavras no papel, transformando algumas partes, quase em um conto concreto. Quase dá para ouvir os gritos. Emancipação, Emancipação, Emancipação… Com a fonte crescend a cada linha. Também utilizo esse tipo de artifício às vezes, gosto muito da sensoriedade que dá ao trabalho.
A segunda parte, segue por uma linha de ficção científica e não fica atrás no que toca a qualidade do texto. Ambas as partes prendem a atenção do leitor, causando expectativa.
O final é ótimo.
Parabéns aos dois autores.
Olha, me prendi bastante ao conto, pois a curiosidade sobre o q é Emancipação fez isso. RS’ Achei bem legal a palavra sempre destacada. Achei que o fim foi uma ideia muito simples, pra um começo tão elaborado. Decaiu. Um conto sem imagem e pelo enredo, já vi q o autor principal pareceu ter feito questão de deixar uma espécie de pepino kkk’ Poucas referencias sobre o que seria a tal d Emancipação, a outra pessoa tve q se virar, mas confesso q esperava algo diferente na continuação, e não algo comum (democracia, luta d classes.. e sinonimos q já estão mais do que batidos) . Pois o diferente estava presente e foi o q me prendeu a história. Tbm gostei do Esclarecedor, meio homem meio máquina. não tanto em como ele foi apresentado, mas da ideia dele. O mundo ai pareceu algo distópico. Bem, achei criativo a ideia e parte da execução. Parabéns
Gostei do tom irônico relacionado aos condomínios, esclarecimento e democracia.
Achei “Emancipação” um nome (e um conceito) bem interessante para os antagonistas citados no texto. Porém, na primeira parte, os integrantes desse grupo são citados como animais, “com focinhos cobertos de sangue” e tal.No final, todavia, o líder do movimento é apresentado como uma pessoa comum, apesar de abrutalhada. Acho que houve um descompasso aí.
No mais, um bom conto.
Contos assim não costumam me agradar mas este foi muito bem executado, então agradou bastante. As metáforas deste tipo de texto, óbvias e em negrito, sempre me incomodaram; mas isso é opinião pessoal.
A transição entre um autor e outro foi suave; imperceptível. Ambos escrevem muito bem e executaram muito bem as suas partes. No final, porém, deu para notar a diferença entre os dois: o primeiro abordava a questão da EMANCIPAÇÃO de forma mais abstrata, na forma de uma besta de forma desconhecida, solta e sedenta por sangue, enquanto o ESCLARECIMENTO era uma incógnita, algo a ser empregado mas que não era fato concreto. O segundo autor, por outro lado, tratou a EMANCIPAÇÃO como uma revolução do povo (concretizou a metáfora) e o ESCLARECIMENTO como a DEMOCRACIA.
Gostei como que, apesar da solução ser a DEMOCRACIA, as mentes das pessoas ainda eram controladas por algo. É a ideia de que não há como fugir de forma completa deste tipo de controle. Também gostei da forma como a EMANCIPAÇÃO foi tratada no início do conto: como uma fera, devoradora de carne, violenta, incontrolável. A queda da bastilha, all over again.
Não sei se o primeiro autor ficou muito feliz com o segundo autor concretizando as suas metáforas desta forma mas, de qualquer forma, facilitou a leitura. Concluindo, ainda acho este tipo de conto muito forçado. O autor coloca a mensagem do texto acima da construção de personagens ou mesmo da manutenção da atenção do leitor, e acaba usando esta mesma mensagem como desculpa para não trabalhar bem estes aspectos.
CAMARGO (Cadência, Marcação, Gosto) – 1ª leitura
JUNIOR (Junção, Interpretação, Originalidade) – 2ª leitura
– Emancipação (Glac Saro)
CA: Genial! Um pouco confuso, mas genial. Parece que há duas histórias rolando de forma separada. Mas deu para notar que o autor(a) pegou o caminho obscuro do Surreal + Insólito, com leves pitadas de humor aqui e ali. – 9,0
MAR: A história corre bem e a formatação das palavras combina de maneira excelente ao contexto. É complicado engatar a primeira, mas depois que entramos no bonde do circo criado, só paramos na última linha. – 9,0
GO: Gosto quando a criatividade está aliada a uma boa história. Aqui, as questões surreais assumem tamanha importância que, infelizmente, alguns se perderão no meio do caminho. Eu, particularmente, gostei da ousadia. Mas não é pra todos. – 8,5
[8,8]
JUN: Continua na mesma pegada de um Douglas Adams sombrio, com atmosfera ainda surreal. Texto interessantíssimo do ponto de vista estético e linguístico, como um todo. – 9,0
I: “Coisificar” as coisas, neste caso, as palavras, foi bastante inusitado. Ainda conseguiram aplicar uma pitada de referência à Maria, de Metropolis, com seus toques de “arte profana”. O final fechou com chave de ouro. – 9,0
OR: Bastante intrigante e original. Tem certo clima de steampunk aliado à distopia que se sobressai no contexto, sutil. – 9,0
[9,0]
Final: 8,9
Me corrija se eu estiver errado, mas EMANCIPAÇÃO não era um ser e sim uma rebelião dentro de um “condomínio”, que imagino ser numa tentativa de se liberdade ou acabar com os que os controlavam?
Esclarecedor:Meio Homem Meio Maquina seria a suprema arma contra contra as outras emancipações?
Abração amigos.
Olá. Um conto bem interessante, o mundo futurista tem uma pegada bem satírica com instituições (governo, revolução, democracia). O continuador procurou manter o tom e a escrita ficou visivelmente diferente mas consistente. O conto de forma geral me fez lembrar “A revolução dos bichos” do Orwell, ao menos a mensagem é a mesma: o poder corrompe até quem se propõe libertador). Conhecendo o livro, eu esperava algo diferente e não gostei do final ser o mesmo.
Comentário primeira fase
Achei meio confuso, parece q lobisomens soltaram-se,buscando sua emancipação… rsrs será isso? gostei dos personagens, dos nomes deles tb. É um bom começo de história, pena que ela precisa do complemento para que eu possa entendê-la.
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Comentário segunda fase:
Gostei. achei que encaixou bem com a primeira parte, gostei do esclarecedor e do sangue . Agora, kd os lobisomens? A luta mudou de monstros presos em jaulas para o povo sedento por democracia. Dae isso fugiu do tema proposto pelo primeiro colega, não?
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União dos textos:
O texto em si combinou, a linguagem está boa, mas deu um problema no enredo. Isso foi uma pena mesmo, gigante!
Boa sorte aos autores, Abraços
Imitando descaradamente nosso amigo Brian, utilizarei a avaliação TATU, onde:
TÉCNICA: bom uso da gramática, figuras de linguagem, fluidez narrativa, etc;
ATENÇÃO: quanto o texto conseguiu prender minha atenção;
TRAMA: enredo, personagens, viradas, ganchos, etc.;
UNIDADE: quanto o texto pareceu escrito por um único autor;
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Conto: Emancipação
TÉCNICA: * * *
A primeira parte não está ruim, mas a leitura é travada. Os nomes complicados, repetições e constantes destaques das palavras, prejudica muito no aspecto fluidez.
Já no complemento, há uma nítida melhora de qualidade, as coisas se tornam bem mais claras e a mesma história fica muito mais interessante (prova de que o mais importante é o jeito que se conta, e não necessariamente o que se conta).
– murmurinho / burburinho
>>> teria usado apenas o “burburinho” e evitado a repetição próxima
– risadas irônicas / arrogância irônica / levado à irônica
>>> imagino que tenha sido proposital, mais foi muita ironia para um parágrafo só.
– Indiferente ao deboche que se seguiu às suas palavras iniciais, Milharal prosseguiu em suas palavras
>>> palavras / palavras, com muita proximidade
– muito mais que as estratégia e diálogos
>>> acredito até que esteja certo, mas parece errado (concordância). Seria melhor evitar.
– situação é convoca ELE, senhor
>>> convocaR
– Muito tempo havia se passado desde a última vez que ESCLARECEDOR: MEIO HOMEM, MEIO MÁQUINA fora ativado pela última vez
>>> última vez / última vez
– Ele está se mijando nas calças nesse momento e não reagirá
>>> kkkkkkkkk
– que pouco há tempo eram
>>> inverteu o há e o pouco
ATENÇÃO: * * *
Se não fosse o desafio, eu teria largado o conto em poucos parágrafos.
O complemento melhora bastante.
TRAMA: * * *
Achei interessante essa alegoria da revolução no condomínio. Lembrou um pouco jogos vorazes, fiquei imaginando aquele lance dos distritos e tal.
Acredito que o segundo autor poderia ter ousado mais nas piadas quando fez referências às coisas típicas de condomínio (acesso às áreas livres, sorteio, etc.).
Da mesma forma, pensei que o conto se encerraria com uma referência desse tipo… sugerir que a tortura do Savares fosse se tornar mediador de todas as futuras reuniões de condomínio, sei lá.
Esse “sangre até morrer” foi uma saída muito fácil e sem muito impacto, na minha opinião.
UNIDADE: * * * * *
É perceptível a troca de autor, mas apenas pela técnica (melhorada). Todos os elementos permanecem.
NOTA FINAL: 7
Murmurinho ou burburinho, eis a questão? O pessoal gosta muito de palavras pomposas como gutural, eu acho de muito feia. Podemos observar claramente dois contos, o primeiro intimista, mostra EMANCIPAÇÃO como um acontecimento que vem como feras caninas, algo de dentro para fora, depois EMANCIPAÇÃO se torna uma guerra com lidere e tudo, esta mistura não casou bem. O segundo texto foi bem dinâmico, apresentou um ciborgue cyberpunk enquanto o primeiro cativava pela curiosidade, este segundo autor poderia ser aquele que escreveu a primeira parte de Cérebro Humano Perfeito.
Até o segundo terço do conto, lembrei-me do mestre Asimov: a trama, os conceitos, o futuro… Aí o negocio desandou quando explicitou a DEMOCRACIA. Perdeu o misterio e a graça. Mas o texto é muito bom, divertido e contagiante. Tem muito potencial para um best seller ficcional. Parabens aos autores.