Fez muito frio naquele ano.
O outono ainda era jovem quando a geada chegou, cobrindo com um branco fantasmagórico as montanhas e falésias que, havia pouco, brilhavam como coroas de reis antigos sob a luz de fevereiro. O inverno foi terrivelmente pior – veio com ferocidade de predador acuado, estendeu sua mortalha sobre o mundo e nos fez pensar que o sol estava morto atrás das nuvens. No horizonte, o mar se tornou uma imensidão de ondas tristes e minhas orquídeas terminaram de definhar, descoloridas. Minha vaca, a quem nunca dei nome (não batizava animais que talvez precisasse matar, num futuro de fome indesejado e temido, não obstante, possível), encolheu-se no curral e por ali ficou, emitindo mugidos lamuriosos vez ou outra. Os animais silvestres refugiaram-se nas tocas e os pássaros desaprenderam a arte do canto e do voo. Do lado de fora da janela, apenas o velho cipreste permanecia indiferente às intempéries, dobrando galhos e folhas em sopros mais fortes, mas retornando à mesma posição de imponência carrancuda assim que o vento perdia o fôlego. Do lado de dentro, só se ouvia o assovio das lufadas glaciais entrando pelas frestas do telhado, o crepitar da lenha e o ranger das madeiras dos móveis e assoalhos.
Sem motivo, tampouco vontade de colocar os pés para fora, permaneci confinado em casa, junto a Natália, Laika e às lembranças de Lenora. Natália, então com treze anos, tinha mais de mulher e menos de criança a cada dia, e começava a sentir os tédios e inquietações da vida – lia um ou dois capítulos de um livro qualquer, caminhava e esfregava as mãos às margens da lareira, preparava chá de camomila, depois de hortelã e de canela, largava as xícaras pela metade e se metia a escrever, num pequeno caderno, coisas que nunca ousei perguntar o que eram. Mas fazia tudo com ânimo de quem não quer fazer nada. Laika, a gata batizada com o nome da cachorra russa enviada ao espaço para nunca mais voltar, limitava-se a ronronar enquanto buscava novos lugares inusitados para seus cochilos. Já eu, me distraía com o rádio, tentando sintonizar alguma estação que sobrepujasse a interferência do vento e conseguisse fazer chegar alguma música ou notícia aos meus ouvidos; pitava meu cachimbo, cuidava da biblioteca, lustrando prateleiras e retirando traças e bolor das páginas, menos por amor à literatura do que por respeito à memória do meu avô, que juntara aqueles volumes e os tratara como tesouros e grande herança da família, até o dia da morte. Lenora, há dez anos me deixara com cama e alma vazias para dormir o sono eterno sob as raízes do cipreste, e, desde então, habitava meus pensamentos e era ausência com a qual não se consegue acostumar. Ausência demasiado dolorosa naquele frio, porque saudade é navalha que fica mais afiada no inverno.
Assim foi por quase dois meses.
Então, numa determinada noite, enquanto eu fumava, absorto em preocupações com os estoques de comida e lenha minguando a olhos vistos e não dando mostras de que resistiriam até a chegada da primavera, um barulho próximo à lareira me chamou a atenção. Levantei devagar, para não gerar alarde e assustar Natália, fui até lá e me deparei com uma família de camundongos estabelecendo morada atrás dos rodapés aquecidos pelo fogo. Peguei o espeto de mexer lenha e avancei para matá-los. Mas Natália observara tudo e me interpelou:
— O que está fazendo, papai? – ela perguntou, esticando o pescoço.
— Alguns camundongos entraram em casa por uma fresta qualquer. Agora, preciso matá-los, antes que nos causem problemas – respondi.
— Que crueldade! Está muito frio e vieram se abrigar, foi apenas isso. Por favor, não os mate, eu lhe imploro, papai – disse Natália, num desafio travestido de súplica.
Ela odiava ratos ainda mais do que eu, e os temia como eu jamais os temi, mas ali, naquela noite, decidiu protegê-los: não por repentino surto de compaixão pelos roedores, pensei, mas sim para testar minha autoridade, quiçá meu amor, para quebrar a monotonia do cárcere de grades brancas a que estávamos submetidos e, sobretudo, para ver até onde conseguiria me persuadir, brincando com os jogos que as mulheres gostam de jogar. Eu deveria ter exercido meu papel de responsável pela casa, ignorado o pedido, ordenado que ela fosse dormir e matado os malditos camundongos, sem qualquer hesitação ou explicação. Mas eu havia aprendido que imposições devem ser guardadas para casos extremos, pois liderança que precisa se impor à força com frequência acaba por se desgastar, perdendo respeito e legitimidade com o tempo.
— Hoje, eles buscaram abrigo – falei, encarando Natália. – Ainda esta noite, quando estivermos dormindo, buscarão alimento. Se contaminarem nossa despensa, morreremos antes de ver o sol outra vez – exagerei um pouco, tentando convencê-la. Em seguida, dei um passo resoluto na direção do buraco onde os ratos estavam escondidos.
— Não os mate, papai. Não hoje, por favor! Por favor, papai. Não hoje. Não hoje…
Natália agora chorava com olhos inocentes de criança e eu não sabia mais se era de fato um teste, uma brincadeira, não sabia mais dizer se era teatro ou se ela estava mesmo zelando pela vida daquela família de roedores desafortunados. Preferi acreditar que minha própria filha não se prestaria a uma encenação de tal natureza, apenas pelo gosto de vencer a queda de braço por um simples capricho.
— Pois bem, não vou matá-los hoje – aquiesci. – Mas amanhã os colocarei para fora, e selarei todas as frestas da casa para que não tornem a entrar. Está bem assim? – perguntei, com voz apaziguadora, enquanto Natália secava as lágrimas. – No entanto, não me responsabilizo pelas ações de Laika nessa madrugada – com o espeto de ferro, apontei para a gata que dormia debaixo da escada, num cesto de palha forrado com refugos de tecido.
— Laika é uma preguiçosa! – desdenhou Natália. – Mais fácil os ratos a comerem viva. Aposto que não se daria nem ao trabalho de acordar…
— Isso é bem verdade – concordei, sorrindo. – Agora, chega de conversa, querida. Vamos dormir – decretei, encerrando a sessão de concessões daquela noite.
Na manhã seguinte, despertei ao ouvir um grito pavoroso. Corri até o quarto da minha filha, pernas ainda desorientadas pela súbita abdução do reino onírico. Encontrei-a encostada à parede, abraçada ao travesseiro. No canto da cama, os cadáveres ensanguentados dos camundongos e, no chão, estava Laika, olhando para nós como quem diz: “jamais voltem a duvidar das minhas aptidões de caçadora, humanos miseráveis”. Acariciei os cabelos de Natália e falei, sorrindo:
— Parece que Laika não está tão velha e preguiçosa quanto pensávamos.
— Laika é uma gata boba! – esbravejou. – Não aguento mais ficar trancada aqui com ela. Não aguento mais esse inverno.
— Calma, filha – deslizei as mãos novamente por seus cabelos. – Em um mês o sol retornará, os gelos se derreterão e poderemos pescar no rio o dia inteiro. O que acha?
— Pai… eu nunca gostei de pescar no rio.
Ela disse uma daquelas coisas que não se deve dizer e, em uma frase, maculou um sem número de boas lembranças. Então, eu pensei uma daquelas coisas que a gente pensa para se arrepender no instante seguinte, um desses segredos da alma que, uma vez confessados, seja em voz alta ou na privacidade solitária da mente, voltam para nos atormentar quando menos esperamos, como um ranço de remorso e amargura nas noites insones. “Eu nunca quis ter uma menina” – foi o que me veio à cabeça. Meu olhar gritou as palavras que na boca ficaram caladas. Natália percebeu e acusou o golpe, confirmando o que, de alguma forma, sempre soube. Antes que o olhar dela também dissesse coisas que eu não queria ouvir, recolhi os ratos e os atirei pela janela, depois saí do quarto para buscar refúgio no cachimbo, no rádio e na saudade dos verões de outros tempos.
Na tarde daquele mesmo dia, Natália começou a tossir.
A mesma tosse que levara Lenora embora, dez invernos atrás. Desesperei-me. Plantei certezas fúnebres no peito e o único futuro que conseguia visualizar era o de cavar duas covas sob o cipreste – uma para minha filha, que certamente morreria, e outra para mim, que não teria mais porque viver depois. Dispensei a ela todos os mimos e cuidados, preparei todos os chás ao meu alcance, saí de casa em meio aos sopros que pareciam vir dos pulmões de gigantes de gelo, tirei o leite já quase empedrado nas tetas da vaca e percorri as montanhas, buscando um punhado de mentruz rasteiro que pudesse ter sobrevivido debaixo do gelo. Depois, peguei a canoa e fui até a vila dos pescadores, rezando para que o Preto Poeta pudesse me arranjar algum mel.
— Se assossegue, fazendeiro – disse ele, deslizando os dedos compridos pelas garrafas que se apinhavam por todos os cantos da choupana. – O mel nunca estraga… assim também podia ser o amor. O inverno um dia acaba… e a primavera leva embora a dor – ele recitou, com um sorriso de lua cheia estampado no rosto.
— Obrigado, Poeta – agradeci, pegando com bote de naja a garrafa que ele me estendia. – Se tudo der certo, pagarei com meu melhor lote de orquídeas. Do contrário, por favor, fique com isso – falei, pesaroso.
— O que é isso, fazendeiro?
— São os documentos da minha propriedade. Natália é minha única família: se ela não sobreviver ao inverno, eu também não sobreviverei. A casa precisará ser de alguém… e homem mais digno que você, não há.
— Devolvo quando o sol derreter o primeiro gelo – disse ele, pegando os papeis. – Mas escuta bem o que o preto vai te falar: sua filha não vai morrer, fazendeiro. Sua filha não vai morrer.
Concordei, com um menear de cabeça pouco convicto. Ao voltar e entrar em casa, tive a infeliz impressão de que era apenas questão de dias, talvez horas, para as profecias do poeta revelarem-se infundadas. Natália era muita tosse e pouca respiração, ofegava como se uma ninhada de gatos miasse dentro de si e suava e tremia, acometida pelas febres que não amainavam com nenhum banho ou compressa. Preparei infusões aprendidas num dos tesouros herdados de meu avô e ministrei com o cuidado que apenas pais cuidando de filhos enfermos podem ter. Todo tempo eu orava a um Deus em quem nunca acreditei, o mesmo Deus a quem, anos antes, eu suplicara em vão para não levar minha esposa.
— Eu vou morrer? – perguntou Natália certa vez, em meio a chiados agonizantes.
— Todos vamos morrer, querida. Mas não nesse inverno. Morreremos em outro setembro qualquer, não nesse – afirmei, tentando convencer mais a mim mesmo do que a ela.
— A mamãe está… me esperando?
— Está, claro que está – respondi, com as palavras impregnadas por imprudente alegria. – Um dia reencontraremos a mamãe, e seremos felizes como não deveríamos ter deixado de ser nesse mundo, querida. Mas isso ainda vai demorar…
Fui buscar água, com reflexões lúgubres avolumando-se no coração. A possibilidade de um pós-morte me era pouco plausível, não me inspirava elucubrações, de modo que jamais havia imaginado Lenora me aguardando do “outro lado”, numa forma espectral, angelical, ou algo que o valha. Mas, depois da pergunta de Natália, comecei a pensar nisso amiúde, ponderando se não seria melhor entregar-se de vez à morte inevitável, apressar os reencontros, ou, na pior hipótese, mergulhar no vazio da não-existência, onde não há frio, nem calor, nem fome, nem dor, nem nada.
Minha filha minguou até tornar-se pouco mais que um esqueleto de palidez sepulcral, mas resistiu, até o último dia de inverno. Naquela noite, eu, exaurido pela privação de sono, preparei uma dose de chá de mentruz e subi em direção aos quartos de dormir, para oferecê-lo a Natália. Então, apaguei. Despertei ainda segurando a xícara, deitado em minha própria cama, como há muito não fazia. A manhã estava clara de arder os olhos, lá fora os pássaros cantavam outra vez e o sol derramava um jarro de ouro líquido no mar. Laika deu um miado alegre e parou à minha soleira para lamber as patas. Do quarto de Natália, não vinha nenhuma tosse, nem qualquer outro barulho.
Temendo o pior, fui até lá, ver como ela estava.
Quando soube que Natália chegaria a nossas vidas, não comemorei como um bom pai haveria de fazer, não convidei amigos para um jantar, mesmo porque nunca tive muitos. Apenas assenti para minha amada Lenora. Não foi a reação que ela esperava, vi seu lindo sorriso morrer em seu rosto, e o brilho de seus olhos desvanecerem.
Não sei por que essas lembranças vieram de repente, enquanto caminhava hesitante até seu quarto. Meus pés descalços foram se arrastando pelo piso de madeira, o coração acelerado. Abri a porta, o quarto ainda está abrasado pelo fogo. Havia no canto esquerdo um velho armário que foi de Lenora, suas roupas ainda possuíam seu cheiro; Orquídeas. Detalhes que aos poucos foram dissipando-se, ao constatar que o leito estava vazio, a cama intocável e nenhum sinal de Natália.
Procurei em todos os lugares que ela poderia estar. Desci até o rio que ainda estava congelado, com as mais Terríveis ideias do que poderia ter acontecido. Do alto do terreno pude ouvir uma voz que se anunciava, corri aos tropeços, e encontrei Preto Poeta em frente à minha casa.
– O que lhe aflige meu amigo? – perguntou enquanto me levava pra dentro.
– Minha filha, ela desapareceu!
Ele ficou em silêncio.
– Quando ela sumiu?
– Hoje, ontem à noite, não sei… Acabei entorpecido, e quando fui reparar, não a encontrei em se leito.
– Tenha calma, vamos resolver isso.
– Onde quer que tenha ido, não deve estar longe… Talvez tenha ido até o vilarejo, ou pode estar caída em alguma terra úmida, convalescendo.
Passados alguns minutos saímos os dois em busca do paradeiro de minha filha. Preto Poeta preocupava-se demais comigo, e isto me deixando irritadiço. Precisava que me ajudasse a encontrá-la, e não de muletas.
A noite chegou, e voltamos em silêncio durante todo o trajeto.
Enquanto ele amarrava o barco, subi os pequenos degraus de pedras até minha propriedade. Ao pé da porta, sentada como uma criança perdida, ainda vestida em sua velha e grossa camisola branca, estava Natália. Ela olhou pra mim, e levantou-se com dificuldade.
– Onde você foi papai. – disse agarrada a mim. – Procurei o senhor por toda a parte! – Sem acreditar em suas palavras, e tão pouco me importar com elas. Abracei-a como a muito não fizera.
Quando ela repousava tranquilamente, Preto Poeta e eu saímos lhe ofereci um charuto que recusou educadamente. Traguei até que me sentisse revigorado. Sentados na pequena varanda olhamos para horizonte, absorto em pensamentos. Ele retirou um papel do bolso do casaco e me entregou.
– Assim que o sol derreter o primeiro gelo…
– Acho que é a primeira vez, que não ouço nenhuma rima sair de sua boca. – digo.
– Não saíram pela minha boca, mas infestam minha mente. Penso em compor uma canção. Mas temos que seu tocá-la, trará lágrimas e não sorrisos.
– Torço para que o faça. Os melhores sorrisos são aqueles que nascem logo após o cair da última lágrima, é como o verão depois do mais longo inverno.
– Talvez você sirva para a poesia, velho amigo.
– Talvez…
– Bem, tenho que ir! Cuide-se amigo.
Com um aperto de mãos nos despedimos, observei sua figura escura se esvair, antes de descer até o barco, porém, ele se demorou diante do Cipreste. Podia jurar que fazia uma oração.
Os dias passaram e Natália parecia totalmente recuperada. Não me contou onde esteve. Não sabia, e por algum motivo acreditei. Certo dia enquanto preparava um novo plantio de orquídeas, Natália ao meu lado fez uma pergunta que de imediato não soube responder.
– Papai, porque Srta Dolores foi embora?
Dolores cuidou dela desde que nascera. Um dia foi-se, sem mais explicações.
– Não sei querida. Acho que ela precisou cuidar de si.
– Não faz sentido – ela insiste. – Ela disse que nunca me deixaria.
As noites que sucederam foram como um tormento, os sonhos eram sempre interrompidos por pesadelos e memórias que há muito não buscava. O dia em que conheci Lenora, uma jovem andarilha com sua família estranha e alegre. Quando pedi sua mão, e a roubei para mim, imaginei que estava lhe dando um destino mais feliz que andar mundo afora, praticando magias e crenças que só existiam em seu mundo. Apaguei seu brilho, lhe trouxe para uma casa isolada, uma gaiola, como ela costumava chamar. Em seus últimos suspiros, me disse duas coisas: Uma declaração e um pedido.
Nunca se arrependera de ter trocado o mundo por mim e Natália, e que eu aprendesse a amar nossa filha, tanto como a amava. Apeguei-me infinitamente a declaração, e por anos ignorei o pedido.
Despertei suado e esbaforido. Uma dor enorme no peito. Como se toda a saudade fosse multiplicada por duas. Levantei-me e fui verificar Natália.
Ela não estava em sua cama.
Quando o sol começou a banhar seus primeiros raios no horizonte, e minha língua proferir a última oração, ela pareceu. Quis chacoalhá-la e exigir respostas, mas o que fiz foi levá-la ao quarto e certificar-me que estava bem.
Enquanto velava seu sono, sentado em uma velha cadeira de balanço, uma curiosidade à muito adormecida ressurgiu. Peguei o caderno que estava sob sua escrivaninha. Abri as páginas, e fui passando uma por uma até corrê-las por entre os dedos. Não havia nada, nem mesmo uma palavra além do seu nome na primeira página. As folhas pareciam gastas como se fossem folheadas todos os dias.
No dia seguinte, desloquei-me em busca de respostas.
Dolores cuidou de Lenora desde muito jovem, quando casamos sua única exigência era que levássemos a velha senhora conosco. Quando ela partiu, assumiu a promessa de que cuidaria de sua filha com o mesmo empenho.
– O que fazer aqui, Fazendeiro? – perguntou depois que me deixou entrar. Sua voz baixa e sem qualquer sentimento. Sentei-me em uma velha poltrona e ela se pôs em outra à minha frente.
– Não sei ao certo, seu nome tem estado em minha mente nos últimos dias em perguntas que não consigo respostas. Natália questiona-me o motivo de sua partida, e não sei o que responder.
Dolores fecha os olhos, parecia sentir uma dor profunda.
– Sabe. – diz em uma voz cansada. – Seu amigo, Preto poeta há um tempo me disse que o senhor viria. E que deveria ser paciente e cuidadosa.
Suas palavras me sobressaltaram.
– Pediu-me que retirasse todo o ressentimento de meu coração, e que lhe desse as respostas que procura. Porque é uma pobre alma atormentada, que precisa de ajuda. .
Tendo dizer algo, mas ela me interrompe.
– Nunca gostei do senhor, sabe? Homem arrogante e sombrio. Levou minha menina para longe do seu povo, desenhou de sua fé. Tão egoísta que nem mesmo quis dividi-la com a própria filha. Quando morreu, vítima desse inverno… Um inverno que nunca chegou a conhecer, porque ela era do sol. Quis trazer a criança comigo, uma vez que o senhor estava tão absorto em seu luto egoísta que mal lembrava sua existência. Não me foi permitido, então, ela cresceu à sombra daquele Cipreste.
– Sei que nunca me suportou, mas agradeço pelo que fez a Natália.
– Escute bem Fazendeiro, essa será a última vez que nós veremos. Vou acatar o pedido do Poeta, e guardar meu ressentimento. A única coisa que quero, é que quando chegar a casa, visite aquela árvore. Creio que nunca mais depositou uma flor em sua sepultura.
Não soube o que responder, era verdade.
– Apenas vá. E cuide de minhas meninas. – disse chorosa.
Sai de lá, mas perturbado que entrei. Quando cheguei a casa, o sol já estava se pondo. Preto poeta dedilhava seu alaúde na varanda, notas doces e tristes.
– Como ela está? – perguntei com tremendo temor de sua resposta.
– Está onde a deixou. – tranquilizou-me.
Assenti e voltei minha atenção à velha árvore, que parecia me chamar. Seguindo meu olhar, Preto poeta colocou a mão em meus ombros.
– Acho que chegou a hora, amigo. – disse.
Suas palavras soarem como uma sentença, uma que eu parecia ter ouvido outras vezes. Um frio inexplicável apoderar-se de mim. Sigo até as longas raízes do Cipreste. Lá estava o leito eterno de Lenora. Folhas secas, e ainda úmidas preenchiam o solo. Agacho-me e vou retirando toda a sujeira ao redor. Não estava pronto para o que iria encontrar. Minhas mãos param, Lembranças dolorosas voltam e tira-me o ar, o chão. Meu corpo treme e me debulho em lágrimas.
– Vai ficar tudo bem. – diz Preto Poeta, como se estivesse vivido essa mesma situação antes.
– Como é possível? – pergunto.
– Não sei por muito tempo me perguntei a mesma coisa, mas nunca obtive resposta… Amor, magia, Deus, simplesmente é. O Cipreste e tudo que ele representa podem estar lhe dando uma chance a mais, mas temo que este tempo esteja acabando.
Volto a chorar, agora com toda a realidade se apossando de mim. Ao lado do tumulo de Lenora, havia outro.
Natália havia falecido há três Invernos, da mesma doença que matou sua mãe. Enquanto convalescia, me tranquei no quarto, absorto em minha própria dor. Quando enfim percebi o que havia acontecido era tarde demais.
Depois de assimilar tudo, sabia que precisava fazer uma escolha. Preto poeta contou-me que por duas vezes vivi esse momento de descoberta e ignorei, fugi para o interior do me ser e tranquei todas as portas para que nada entrasse ou saísse. Ele não a via, apenas sentia sua presença fortemente.
Entrei no quarto, Natália estava deitado, o olhar perdido. Sentei-me ao seu lado e acariciei seus cabelos.
– Porque está chorando papai? – perguntou sem olhar pra mim.
– Porque eu te amo. – digo.
– O senhor nunca disse que me amava. – retruca.
– É porque sou um péssimo pai. – digo a voz embargada. – Lamento tanto filha!
– Sonhei com mamãe… Ela disse que estava na hora de ir, que o senhor ficaria bem. Bobagem! Mal sabes preparar um chá.
– Olhe pra mim, filha. – imploro.
Ele vira o rosto pra mim, e é como se fosse a primeira vez que visse. Estava mais jovem que lembrava.
– Sempre vê a mamãe? – pergunto, ela acena.
– Sempre que durmo. Ela pede para que eu vá com ela. Mas… Não consigo!
– Você gostaria de ir?
Ela suspira.
– Sinto saudades, mesmo não lembrando muito dela.
– Escute minha linda, a próxima vez que sua mãe lhe chamar… Eu… Preciso que vá com ela. Ok?
– E o senhor vai também?
– Somente se ela chamar, a mim.
– Ela vai, e eu também! Te amo papai.
– Durma meu amor, descanse.
Beijo sua testa, e observo seu rosto pela última vez. Seguro sua mão fortemente, rezo e peço perdão pelo que fiz, pelo egoísmo, por não deixa-la partir como deveria. Minha mão então fica vazia, e apenas a fria ausência de minha amada filha é sentida.
***
Levanto-me com dificuldade e me encaminho até o lavatório. O reflexo no espelho é de um homem idoso já com oitenta e tantos anos. Parei de contar. Faço a barba com cuidado que minhas mãos trêmulas permitem.
Chamo por kira, mas ela não parece, de certo, está caçando algum passarinho desavisado. Não era nem de longe lerda como Laika uma vez fora. Preparo um pequeno lanche, era a primeira semana do verão, os pássaros voltaram a cantar, e os animais a expressar seus sons. Vou até o velho cipreste que continua imponente e enigmático. Sento-me diante dele e lá permaneço por horas. De repente, ou não, a escuridão chega, e enfim vou de encontro ao desconhecido.
***
Foi acrescentada mais uma lápide sob as raízes do cipreste. O ciclo das estações encerrou-se para o enigmático fazendeiro. Seu amigo, Preto poeta, já com dedos gastos e vagarosos tocou seu alaúde. Enfim terminara a canção, que tão longamente esperou para cantar. A canção de inverno e verão, de amor e saudade, de um velho cipreste.
o conto tem uma história muito bonita, bem completa ao meu ver, a linguagem usada também foi muito bem trabalhada, as figuras de linguagem pintaram um cenário muito rico e deram emoção ao texto
Estou dividido quanto a este conto. A primeira metade traz um autor competente, que sabe usar bem as descrições e também deixar lacunas para completarmos. O ambiente claustrofóbico criado para abrigar pai e filha num cenário de inverno rigoroso ficou muito bom. A relação entre eles – e até mesmo considerando a gata Laika – foi muito bem explorada, sendo o episódio dos camundongos bastante engenhoso para que o leitor pudesse perceber o amor e a rivalidade. Ou seja, personagens bem construídos, com excelente profundidade, especialmente considerando o pequeno espaço para criação desse cenário. Habilmente, o autor oferece um gancho com várias possibilidades para a continuação: o que houve com a menina?
A segunda parte não traz um escritor tão maduro, mas é inegável que se trata de alguém com ótimo potencial. A opção por uma narração mais descritiva – em que se privilegia o contar em vez do mostrar — demonstra bem a mudança. Os erros gramaticais (ortografia, concordâncias, paralelismo verbal) também aparecem, prejudicando um pouco o fluxo de leitura. Confesso ainda que eu não esperava o rumo adotado nessa segunda parte. Apesar de tudo isso, no mérito, essa segunda parte me agradou, especialmente por conta do fim. Com um twist carpado, o segundo autor trouxe um reforço surpreendente para o significado do título – putz, a garota já estava morta. Por essa eu não esperava mesmo, e, no fim, o que marca a leitura é essa sensação de ver-se rendido.
Em suma, um ótimo conto. Com as devidas correções gramaticais, ficará ainda melhor. Parabéns aos autores.
Olha, eu não tive culpa, vejam só.. Meu colega me deu apenas: uma arvore, um inverno congelante, um família de ratos e uma família incompleta… Pensando bem, até que pode ter sido bastante coisa… Mas…
Primeiramente as desculpas. Quando terminei de concluir essa continuação, eu tinha nada mais, nada menos que quase quatro mil palavras… praticamente o dobro do que me era permitido. Me desesperei… tanto quanto soube que era este o conto que deveria concluir. Tive que lapidar tudo, e deixar o texto enxuto sem perder a essência da minha ideia, que só tive muito tempo depois de tê-lo rebebido.
Veja bem, eu sei que palavra foram engolidas, e erros foram passados adiante, constatar isso depois que enviei foi decepcionante. Parece que não tem revisão, mas teve, só que vacilei feio no ultimo momento antes de entregar. Depois de escrever do drive, passei para o word e eis que surge mais 52 palavras para retirar… Retirei elas e muito mais, como podem perceber… além de ter me rendido ao corretor do word,. É uma desculpa, eu sei… Depois dos reparos eu deveria ter lido com atenção,mas não fiz! Fazer o quê! Bola pra frente
Vamos ao conto, não sei quantas vezes o li, tentando entender o que raios passava pela cabeça do colega ao fazê-lo… Aqueles ratos eram importantes? Onde se passa esse conto? em que tempo e espaço? Qual seria o gênero? era apenas um inverno de um mundo normal, ou um inverno do tipo distópico? Perguntas e mais perguntas… acabei deixando elas um pouco de lado e fui me apegando ao Cipreste… sim, foi ali que comecei a desencanar, e ter ideias. Hoje sou praticamente especialista sobre os Cipreste, achei belos poemas e descobri curiosidades incríveis sobre ele, ate mesmo descobri que já tive uma ‘ ramificação’’ da mesma, vejam só! A árvore da vida, a madeira que foi usada na cruz de Jesus e tantas outras coisas. Foi aí que percebi que havia um misticismo nela, e me apeguei a isso até fim!
A ideia veio de uma vez, decidi que a menina estava morta, e que tudo se resumia no que havia sob as raízes do cipreste, muitas ideias tiveram que ser cortadas, muitas cenas que adorei escrever, mas no fim foi esse o resultado. Tenho certeza que não tem nada a ver com o que o autor pretendia… Até acho que ele escreveu até aquele ponto, sem saber como continuaria. ( Só uma teoria) o texto é tudo muito bem feito, escrita rebuscada e poética…Algumas citações de dar inveja. O maior desfio seria tentar me aproximar disso, sabia que o conto pertence a alguém que sabe usar as palavras, muito mais que eu. Então pelo que fiz, e me esforcei muito, sinto que meu dever foi cumprido. Mesmo com as gafes, e o surrealismo.. mesmo com um certo desleixo, não vou pedir desculpa pela ideia em si, não tive muito no que trabalhar, muitas descrições( ÓTIMAS) e pouca cenas e história para trabalhar ( é, estou insolente) Eu gostei, e ponto. rsrs Preto Poeta ❤
Espero que alguém mais tenha curtido, se não.. bem… “ Eu posso aceitar isso, e meu coração continua aberto”
Olá, caro(a) coautor(a).
Gostaria de dizer que na primeira vez que li o complemento, tão logo os contos foram liberados, fiquei com muita raiva de você.
Falta de revisão é uma coisa que me deixa doente e o seu texto está muito mal revisado. Foram muitos erros bobos que poderiam ser eliminados em uma leitura mais cuidadosa. E vamos perder pontos por isso, pode ter certeza.
Também não entendi o porquê da Dolores ter entrado na história. Todas essas revelações poderiam ser feitas pelo Preto e o conto daria menos voltas, ficaria mais enxuto.
Enfim… passado o stress inicial, acabei relendo com calma duas vezes depois. E minha opinião não mudou muito kkkkkkk. MAS… entre todas as coisas que eu teria feito diferente, tenho que admitir que dificilmente conseguiria escrever um final tão bonito quanto esse que você escreveu. Essa última frase “A canção de inverno e verão, de amor e saudade, de um velho cipreste” é excelente, e quase redime todos os lapsos anteriores.
Quase… hauhauhhua
Abraço!
O conto pareceu-me extremamente inspirado no “Corvo” de Poe, com Lenore, tomos antigos, frio dezembro e os conselhos do Preto Poeta substituindo os da ave. Eu vi tantas frases começando com pronomes oblíquos nesse desafio que começo a acreditar que está certo, com a palavra a Claudia. A segunda parte não mudou nada. Até “alaúde” teve. “Seu coração é um alaúde suspenso”, é um verso favorito de Poe, do letrista Béranger. Parabéns e boa sorte.
Gostei do clima da história. A primeira parte da história está muito bem escrito, e o autor mostra-se bastante habilidoso. As personagens foram muito bem construídas psicologicamente, e ficaram vivas e realistas. O segundo autor aproveitou-se bem dessas personagens (o que não ocorreu na minha história, e me deixou meio chateado).
A revelação mostrada na segunda parte, da criança morta, não ficou surpreendente, mas se encaixou muito bem na trama, e ficou convincente.
Um bom e triste conto, com um final que me surpreendeu. A interação da dupla foi muto boa, com um mérito a mais para a segunda parte. Gostei. Boa sorte.
Esse desafio está cheio de histórias profundas e cheias de significado.
Gostei bastante do conto de vocês. Achei que a química entre os dois personagens principais foi muito, mas muito, bem construída.
Acho que Tolstoi se enganou quando disse que “Toda família feliz se parece, cada família infeliz é infeliz a seu próprio modo”. Consigo imaginar pelo menos uma centena de famílias infelizes com problemas de pai e filha exatamente como esse que vocês escreveram. E, infelizmente, com o mesmo desdobramento de só se dar conta da merda que fez depois que a sepultura já foi cavada… Aquela adolescente brilhante não poderia ter dito melhor: “Os mortos recebem mais flores do que os vivos porque o remorso é mais forte que a gratidão…” (Anne Frank)
Eu também não posso deixar de destacar a imensa, imensurável, qualidade das metáforas de vcs. Como não tem uma indicação no conto sobre o limite de cada autor que escreveu essa história, vou colar aqui algumas frases que me agradaram, e muito!
“saudade é navalha que fica mais afiada no inverno”
“liderança que precisa se impor à força com frequência acaba por se desgastar, perdendo respeito e legitimidade com o tempo.”
“— Pai… eu nunca gostei de pescar no rio.
Ela disse uma daquelas coisas que não se deve dizer e, em uma frase, maculou um sem número de boas lembranças. Então, eu pensei uma daquelas coisas que a gente pensa para se arrepender no instante seguinte, um desses segredos da alma que, uma vez confessados, seja em voz alta ou na privacidade solitária da mente, voltam para nos atormentar quando menos esperamos, como um ranço de remorso e amargura nas noites insones. “Eu nunca quis ter uma menina” – foi o que me veio à cabeça. Meu olhar gritou as palavras que na boca ficaram caladas. Natália percebeu e acusou o golpe, confirmando o que, de alguma forma, sempre soube.”
“ministrei com o cuidado que apenas pais cuidando de filhos enfermos podem ter.”
“Os melhores sorrisos são aqueles que nascem logo após o cair da última lágrima”
PUTA MERDA, gente! No final das contas, é pra ler frases e trechos assim que eu leio, oras!
Vocês estão de parabéns. O conto de vocês já fez valer o desafio pra mim. Chego a ficar impressionado com a profundidade que vcs conseguiram alcançar em um conto de apenas 4 mil palavras escrito por duas pessoas que nem sabem quem são…. demais! Meus parabéns!
Ah!, Só um detalhe. Na segunda parte do conto alguns errinhos passaram na revisão, nada de muito grave, mas vale dar um pente fino depois que o desafio terminar, pra que o conto fique na página sem esses pequenos erros atrapalhando…
*o de menos*
Simplesmente sensacional! Drama e mais uma vez o tema de senilidade/doneça mental, mas com um toque de mágica espiritual, os erros de digitação ou ortografia tornam-se “ode menos”, em meio à tanta beleza e criatividade.
Nota 9,7
Olá
O conto inicial está lindamente bem trabalhado, flui envolvendo com delicadeza, leitura daquelas que a gente não quer que acabe logo. A estética é impecável, a clareza de ideias e qualidade ortográfica tornam o conto excelente. Com o conto complementar não foi assim. Dá pra perceber a troca de autores pela qualidade orotgráfica e uma linguagem nem tão delicada, o que não tira o mérito do autor que, a meu ver, conseguiu dar um final satisfatório ao texto. Enfim, um bonito conto inicial do qual eu gostaria de ver o final trabalhado pela mão do próprio autor. Parabéns à dupla.
Abraço
Prezados Autores, segue aqui a minha avaliação:
PREMISSA: a ambientação geral do conto, assim como o desenvolvimento misterioso, prometiam uma história a la Stephen King. Mas o excesso de expressões clichês e personagens misteriosos acabou por delatar o final da história.
INTEGRAÇÃO: adequada, ainda que ligeiramente diferenciada pela escolha das palavras entre os dois autores.
CONCLUSÃO: acho que esse conto seria melhorado se houvesse mais uma rodada de revisão conjunta pelos dois autores, melhorando os diálogos e cortando alguns excessos.
Um bom conto. A segunda parte precisa de uma boa revisão, mesmo o tom melancólico do início sendo seguido, algumas falhas que passaram atravancaram um pouco a leitura. Uma boa e triste história. Boa sorte.
Um belíssimo conto, iniciado por um excelente autor! O segundo autor capturou muito bem a atmosfera e a profundidade dos personagens mas, infelizmente, não pareceu ter tanto carinho pelo conto quanto o primeiro autor. Muitos erros de concordância verbal, digitação e afins. A segunda parte precisa de muita revisão.
Ambos os autores sabem contar bem suas histórias. O primeiro autor tem o dom da escrita nas veias: escreve naturalmente, de forma limpa, tornando a leitura agradável e deixando com o que leitor inebrie-se com a sua arte. O segundo autor teve uma missão difícil de manter-se à altura do primeiro e, apesar da falta de revisão, soube manter o ritmo do conto, aprofundou-se nos personagens e fechou a história de forma muito boa (apesar de ter tornado claro o final muito antes do mesmo chegar. Acho que poderia ter feito um trabalho melhor em não deixar tão claro que Natália já estava morta, mesmo antes de revelar o fato).
É difícil imaginar um final diferente. Ele veio de forma natural. Será que o primeiro autor tinha algo diferente em mente? De qualquer forma, tirando a diferença de estilo dos dois autores, o conto é um só. Uma única história, sem transição. E uma história muito boa! A solidão do personagem principal é nítida e, após revelado o final, uma releitura do conto revela novas nuances sobre esta mesma solidão. Sua loucura é palpável.
Gostei de todos os personagens, desde o principal até o Preto Poeta. Parabéns!!
Gostei bastante! A primeira metade tá impecável! Estrutura, gramática, escrita, tudo. Gostei bastante do enredo, do clima que foi criado, e tudo mais.
Adorei a frase: “Ausência demasiado dolorosa naquele frio, porque saudade é navalha que fica mais afiada no inverno.”
A segunda parte me surpreendeu. Tem vários erros gramaticais, e isso me deixou meio com o pé atrás, pois o nível da primeira metade tinha sido muito alto. Achei que faltou uma revisão básica, que seria suficiente pra identificar alguns errinhos bobos. Um exemplo de frase com vários errinhos: “Suas palavras soarem como uma sentença, uma que eu parecia ter ouvido outras vezes. Um frio inexplicável apoderar-se de mim. Sigo até as longas raízes do Cipreste. Lá estava o leito eterno de Lenora. Folhas secas, e ainda úmidas preenchiam o solo. Agacho-me e vou retirando toda a sujeira ao redor. Não estava pronto para o que iria encontrar. Minhas mãos param, Lembranças dolorosas voltam e tira-me o ar, o chão. Meu corpo treme e me debulho em lágrimas.”
Nessa frase tem vários erros, como “soarem” – devia ser “soaram”, “apoderar-se de mim” – “apoderou-se de mim”, tem erro de vírgula também e tem uma palavra em maiúsculo no meio da frase, e por último “lembranças dolorosas voltam e tira-me o ar” – “tiram-me”.
Mas, como disse, fui surpreendido positivamente! A reviravolta do final me tirou um “uau!” hahahaha.
Por fim, apesar da gramática e tal, o texto ficou excelente do começo ao fim! Parabéns!
Olha, infelizmente aqui me pareceu um conto que força o drama. Tudo é muito bem escrito, mas a menina morta no final não me desceu bem. Surgiu como uma opção até que previsível (eu não peguei, mas tenho ctz que leitores mais atentos levantarão essa bola), além dos rodeios que o conto dá para fazer essa revelação, como as participações de preto e a inserção de Dolores, que parece cumprir um papel fundamental para fazer o homem se dar conta das coisas, mas que ao meu ver, não faria muita falta ao conto. Enfim, é bonito, mas não gostei muito. Acho também que o Cipreste carrega um simbolismo (por ser o lar dos túmulos), mas que o conto parece tentar potencializar, a ponto de ele ser quase místico. Veja, essa técnica de criar o simbolismo em algo, o armário da dor que consome o personagem, não é ruim, mas me pareceu com muita coisa que já li e assisti (a árvore onde alguém se enforcou, a casa onde uma família morreu, o rio onde alguém se afogou. E personagens que vivem na sombra desses lugares) e por isso me incomodou e não causou o efeito da emoção. Mas digo de novo, bem escrito.
Emocionante! Me segurei para não chorar porque não estou em casa! Hahaha
O texto me pareceu bem longo, mas me mantive atenta o tempo todo. Não de um jeito muito frenético e curioso, mas de um modo calmo e cuidadoso, entrando aos poucos na história do fazendeiro, sua família e amigos.
Um dos pontos fortes do conto, pra mim, é o próprio passado de Lenora, mesmo sendo uma história tão breve. Ela poderia ser apenas uma personagem secundária qualquer, mas ao escrever a história dela, Lenora passa a ser igualmente relevante, o que faz o leitor pensar que era realmente importante para os personagens que a conheceram em vida.
Os personagens são figuras bem fortes, consegui perceber os sentimentos deles. Quando Natália sumiu pela primeira vez, pensei comigo se ela já não estava morta, mas depois esqueci a ideia.
É um texto realmente belo, tocante, e ao mesmo tempo muito singelo. Isto prova que não é preciso grandes reviravoltas ou enredos mirabolantes para escrever grandes histórias.
Para não dizer que tudo são flores: notei uns errinhos bobos de revisão na segunda parte do conto, palavras em minúsculo depois de ponto final, vocativo sem vírgula, coisas bem simples e que não atrapalharam a leitura.
Meus sinceros parabéns aos dois.
Minhas impressões de cada aspecto do conto (li inteiro, sem ter lido a primeira parte antes):
📜 Trama (⭐⭐⭐⭐▫): o início, onde o primeiro autor desfilou sua técnica, quase ficou pedante, mas não chegou a tanto. É uma história que eu sabia que ia ser boa desde o título (nomes de árvores geralmente trazem bons textos). O segundo autor manteve bem o ritmo da trama, mesmo que sem a mesma técnica e, embora em determinado momento já soubesse o fim, ainda assim foi agradável. Outro problema que posso citar é o surgimento tardio da Dolores. É uma personagem que surgiu de repente e pareceu existir só pra trama andar.
📝 Técnica (⭐⭐⭐▫▫): o primeiro trecho eu li e reli várias vezes para absorver cada palavra. Muito bom, mesmo. O segundo autor, porém tem uma técnica ainda muito imatura. Foram muitos erros bobos, tantos que uma hora desisti de continuar anotando. Os principais foram de pontuação, mais também de mudança de tempo verbal. Tudo isso melhora com o tempo e prática. Esses são os problemas que anotei antes de desistir:
▪ não a encontrei em se (seu) leito
▪ Acho que é a primeira vez *sem vírgula* que não ouço nenhuma rima sair de sua boca *sem ponto* – digo
▪ Cuide-se *vírgula* amigo
▪ porque (por que) Srta Dolores foi embora?
▪ Não sei *vírgula* querida
▪ Não faz sentido – ela insiste (insistiu).
▪ ela pareceu (apareceu)
▪ Dolores fecha (fechou) os olhos,
▪ Sabe *sem ponto* – diz (disse) em uma voz cansada
▪ Tendo (tentei) dizer algo, mas ela me interrompe (interrompeu)
▪ mas (mais) perturbado que entrei
▪ Está onde a deixou *sem ponto* – tranquilizou-me
▪ Suas palavras soarem (soaram) como uma sentença
▪ Um frio inexplicável apoderar-se (apoderou-se) de mim. Sigo (Segui) até as longas raízes do Cipreste
▪ Agacho-me (Agachei-me)
▪ Minhas mãos param (pararam), Lembranças dolorosas voltam (votaram) e tira-me (me tiraram) o ar, o chão. Meu corpo treme (tremeu) e me debulho (debulhei) em lágrimas.
💡 Criatividade (⭐▫▫): o texto até traz algumas novidades, mas acaba usando elementos de drama familiar e espiritismo que me pareceram meio batidos.
👥 Dupla (⭐▫): o segundo autor parece estar alguns degraus abaixo do primeiro na escadaria literária. Isso se refletiu nos problemas que citei da segunda parte.
🎭 Impacto (⭐⭐⭐▫▫): o texto é bonito e a Trama prende, mas a emoção do final não foi completa, pois eu já imaginava que ela estava morta.
💬 Destaque: “saudade é navalha que fica mais afiada no inverno” 😥
Olá, como vão? Vamos ao conto! Desta vez fiquei impressionado: o estilo da segunda parte é idêntico ao da primeira, a mesma conotação, o final parece mesmo o que o autor da primeira parte daria. Uma poética história envolvendo pai, mulher e filha. Um pouco lento para meu gosto, mas está como os autores quiseram, eles agiram em perfeita sincronia, está muito bem narrado, esse conto merece muito boas notas. Parabéns! Você foram muito bem, desejo para vocês muito Boa Sorte!
– Conflito: 2/3 – Não há um conflito, mas despertou meu interesse para o que viria a seguir.
– Clímax: 2/3 – Foi bem interessante o rumo que o conto tomou e considero os acontecimentos finais como um bom clímax, pois me surpreenderam.
– Estrutura: 2/3 – Poderia ser melhor. Em alguns momentos fiquei confusa e precisei voltar um pouco para confirmar algumas coisas. Alguns erros também, pela pressa ou por alguns errinhos de português mesmo perdidos na revisão, rs.
– Espaço (ambientação): 2/2 – É interessante e mostra um cenário diferente do que tenho visto até aqui. Ponto positivo por não ter exagerado na ambientação.
– Caracterização das personagens (complexidade psicológica): 3/3 – Achei todas as personagens muito bonitas, me emocionaram. Mas fiquei ao final meio que em dúvida, o homem ao final tinha mais de oitenta anos. Até que durou muito tempo para tudo o que aconteceu, e se essa idade está mesmo certa, faltou ter cuidado com essa passagem, que foi um tanto abrupta.
– Narração (Ritmo): 2/2 – Muito bonita. Umas construções poéticas, umas frases melancólicas em meio à dureza do fazendeiro. A dureza dele, aliás, era só fachada, rs.
– Diálogos: 2/2 – Não foram 100%, mas contribuíram para a narrativa, para aproximar as personagens do leitor. E em sua maioria foram carregados de emoção.
– Emoção: 2/2 – Gostei bastante! Adorei mesmo conhecer essas personagens. Os autores foram felizes ao trabalharem nessa narrativa com tanta afinidade. Não sei até onde vai a primeira parte, mas tudo está tão em sincronia que não faz diferença, ainda bem. Parabéns!
Inicio vagaroso e arrastado, paragrafos muitos longos. Acho que alguns acreditam q um conto cheio d detlhes e arranjos, tenha maior qualidade q um conto simples. Eu por outro lado, costumo preferir os simples, q digam pouco e falem muito. Vemos q foi bastante palavra para poucas ações aqui. No começo, bem poucas cenas, descritas com inumeras palavras. Alguns erros de portugues. Gostei do final do homem, de ele ter morrido, e de na verdade, imaginar a filha, como uma alucinação, e na verdade ela já ter morrido. Não compreendi a cena dos ratos, a cena em q ela mata os ratos. Teria isso algum significado maior pra historia ? Enfim, gostei da segunda parte da historia, achei um drama bem feito, e .. suave.
Todos os contos foram avaliados antes e depois da postagem da 2ª parte; daí a separação:
1ª PARTE: Temos aqui uma narrativa sublime. A prova de que uma história simples, quando bem contada, aquece o coração do leitor.
PIOR MOMENTO: “ (não batizava animais que talvez precisasse matar, num futuro de fome indesejado e temido, não obstante, possível)” – Esta explicação entre parênteses quebrou o ritmo da narrativa.
MELHOR MOMENTO: “O outono ainda era jovem quando a geada chegou, cobrindo com um branco fantasmagórico as montanhas e falésias que, havia pouco, brilhavam como coroas de reis antigos sob a luz de fevereiro” – Dá gosto ver um começo de conto tão denso e belo.
PASSAGEM DO BASTÃO: Passagem honrosa, com o hino nacional ao fundo.
2ªPARTE: Embora necessite de uma revisão para ser digno da primeira parte, houve adensamento da trama, fluxo bom e respeito ao significado do cipreste. Fim belíssimo.
PIOR MOMENTO: “desenhou de sua fé.” – Não entendi o que significa.
MELHOR MOMENTO: “– Está onde a deixou. – tranquilizou-me.” – O jogo de suspense foi muito inteligente. Fiquei ansiosa pelo momento em que o fazendeiro entende a morte da filha.
EFEITO DA DUPLA: Se não fosse os erros gramaticais da 2ª parte, eu não conseguiria saber onde termina um e começa outro. Logo, a dupla foi extremamente eficaz.
Domínio da escrita: ambas as partes foram bem escritas (a complementar com alguns poucos detalhes de revisão). Em relação ao estilo adotado, gostei da melancolia inerente à perda de memória do protagonista e do efeito que as lembranças produziam nele.
Criatividade: não é o primeiro conto do certame a abordar esta temática dos problemas psicológicos como solução na parte complementar, mas não seria justo julgá-lo menos criativo por tal, visto que as continuações foram todas liberadas simultaneamente. A atmosfera bucólica criada é muito própria, o que não deixa de ser um ponto de originalidade.
Unidade: em termos de unidade, as duas partes se complementaram muito bem. A deixa – da filha desaparecida – do primeiro autor não foi ignorada pelo segundo. A explicação do devaneio explica tudo muito bem, aliás.
Parabéns e boa sorte!
A primeira parte deste conto me envolveu demais. Sua narrativa tem cadência de um tecido e a construção da história é primorosa. A dor da culpa do amor está presente em toda a narrativa de uma forma que me agrada muito.
É o tipo de literatura que eu gosto.
Não sei dizer ao certo onde termina a primeira parte da narrativa, pois foi um dos poucos contos que não li antes do complemento do desafio, mas me peguei percebendo uma sutil mudança no estilo. Sobretudo no que diz respeito aos tempos verbais. Ainda assim, a segunda parte conseguiu me “arrebanhar”, especialmente no final.
O livro sem palavras e a menina já morta há anos, foi uma grande ideia e o desfecho me fez chorar.
Parabéns a ambos os escritores.
Essa história se iniciou muito bem, a escrita e o tema me pegaram de jeito, fazendo com que eu entrasse no clima invernal do conto.
A segunda metade manteve a linha e terminou de forma adequada, mas sem tanta força quanto no começo. Além disso, a grande quantidade de erros na segunda seção atrapalhou muito o resultado final.
Comentario primeira fase
Apesar de ter começado bem, com as metáforas sobre as estações, achei o texto arrastado. Muitos detalhes da vida reclusa de pai e filha e gata no inverno, sem muita importancia esta narração. Depois ela adoece e por fim, o suspense, se morreu ou nao. Embora seja um texto bem redigido, não conseguiu empolgar a leitura.
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Comentario segunda fase
O continuista inseriu à trama, mistério, revelações e surpresa, foi um presente ao leitor, embora eu considere q foi meio corrido, mas o espaço exigiu isso, creio. No fim, fiquei com um sentimento doce pela fantasminha que não queria abandonar o pai. Foi bonito. Parabens.
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União dos textos:
O encaixe ficou perfeito, nem percebendo-se onde começa a segunda parte (ainda bem q minha memoria delineou bem onde estava a divisão, senao nao a encontraria, eu acho.. rsrs) Acho q enfim, ficou bastante historia para o tamanho de um conto, mas dado o formato do desafio, o texto foi eficiente.
Abraço aos autores!
Muito bem autores, sintonia perfeita, parece até que apenas uma pessoa escreveu o conto… Uma história que caminhou em cima de uma corda bamba, de um lado genial do outro maçante… Eu sou o cara chato que não gosta de ambientações em nem copia de estilo estrangeiro ajudam a engrandecer nossa literatura, mas vá lá, os autores usam o estilo clássico, talvez até britânico, frases de efeito maravilhosas e expressões que dão uma falsa importância à narrativa (elucubrações, sepulcral, seu leito), com certeza será um dos mais bem cotados, parabéns… Para valorizar o autor e a literatura nacional temos que encontrar nosso próprio caminho, temos que deixar de ser uma caricatura de obras estrangeiras….
Analise parte 1
O autor sabe retratar com crueza uma realidade difícil. Como esse texto é verossímil! Em minha leitura, eu sentia que tudo aquilo narrado pelo personagem era verdade. A voz desse homem que conduz a história é forte e sentimos a personalidade dele através de suas palavras.
A escrita prende o leitor e tudo é bem construído: A sensação de estar enclausurado, a vida da família, o ambiente e até mesmo a maneira como as pessoas se comportam no inverno.
Também devo elogiar a habilidade do autor em empregar ritmo a sua história e conduzi-la com maestria.
Analise parte 2
O autor consegue manter o excelente trabalho iniciado. Devo elogiar a forma como ele conduziu o leitor para um incrível desfecho. A inserção da velha foi efetuada de maneira orgânica e contribuiu para toda trama do conto.
O único porém é que em certos momentos o autor usou algumas palavras rebuscadas que não combinam com o tom do texto e com a personalidade do fazendeiro, por exemplo: fúnebres, concessões, ranço e aquiesci . Percebi alguns raros erros de digitação.
Parabéns pela excelente história.
Olá, autores!
Puth tanga! Gostaria de ter curtido mais o trabalho de vcs, mas fiquei assim assim quando li o conto inteiro. O gancho é misterioso, promete e a narrativa está cheia de comparações e descrições. Achei a apresentação muito adjetivada, mas não chegou a incomodar, o que incomodou mesmo foi o excesso de descrições que faz o conto se alongar. Gostei da descoberta fantasmagórica, dos personagens principais (o pai, a filha e a gata), bem como da referência a POE (Lenora). Senti que o Preto Poeta perdeu o sotaque na complementação e a nova personagem não deu uma levantada no conto, mas não o enterrou. Gostei do conto, mas cansou, se alongou, mas teve sim sua magia e beleza.
Boa sorte no desafio.
Nota: 7
Complemento: mesmo nível
Esse era um dos textos que eu queria continuar, tinha várias ideias, bem diferentes das empregadas, devo admitir. A primeira parte, sob meu olhar, foi perfeitamente desenvolvida. A segunda seguiu bem o ritmo, com alguns probleminhas leves. O mais visível foi a falta de uma revisão mais profunda, inúmeros erros de ortografia passaram. Os personagens, no entanto, foram muito bem desenvolvidos. Senti que o plot twist, apesar de interessante, não foi muito bem realizado: faltaram elementos que dessem pistas sobre ele anteriormente. Como não aconteceram, pareceu-me um pouco exagerado.
Para este desafio, adotei o critério T.R.E.T.A (Título – Revisão – Erros de Continuação – Trama –Aderência)
T – O título é mais poético do que objetivo. Combina com a proposta do conto.
R – Da metade para o final, os lapsos de revisão tornaram-se mais frequentes. Desatenção aos detalhes, pressa talvez.
os papeis > os papéis
que foi de Lenora > que fora (havia sido) de Leonora
a cama intocável > a cama intocada
em se leito > em SEU leito
por toda a parte! > por toda parte
Preto Poeta e eu saímos lhe ofereci um charuto > Faltou uma pontuação que desse sentido à frase
olhamos para horizonte > olhamos para O horizonte
Mas temos que seu tocá-la > Mas temo que se eu tocá-la
Papai, porque Srta Dolores foi embora? > Papai, por que Srta. Dolores foi embora?
tanto como a amava > tanto quanto a amava
uma curiosidade à muito adormecida > uma curiosidade há muito adormecida
O que fazer aqui, Fazendeiro? > O que VEIO fazer aqui…
desenhou de sua fé. > desdenhou de sua fé
Há outros erros, mas seria tedioso ficar elencando-os aqui. Cuidado com a pontuação, sobretudo com as vírgulas que estão desconectadas, o que prejudica o entendimento do texto.
E – Apesar dos erros encontrados, não há falhas no que concerne à continuação do conto. Não entendi muito bem a razão de ser da personagem Dolores, mas não atrapalhou a trama. As partes encaixaram-se de um modo plausível. O conto em dupla, portanto, atendeu ao propósito do certame.
T – A trama revela sensibilidade, abordando a relação pai e filha à sombra do cipreste e das lembranças. A narrativa flui de forma delicada, mas com ritmo próprio, sem entraves. Há um tom melancólico, sobrenatural que permeia as palavras e combina muito bem com a história narrada.
A – Embora seja um conto mais voltado aos sentimentos e lembranças do que à ação, consegue prender a atenção, pois o leitor anseia por descobrir o que virá a seguir. Ou mesmo o mistério que circunda a morte ou não de Natália traz um clima de suspense que cativa. Alguns momentos arrastam-se, é verdade, mas nada que faça da leitura um martírio.
🙂
(Parte um) Um conto bem escrito, cativante e com um enredo bom, que instiga a continuação da leitura. Gostei de como o clima ao redor dos personagens foi desenvolvido e da forma como o relacionamento do pai e da filha foi retratado. Pareceu bem real. A continuação pode ser muito boa ou muito ruim, vai depender de como trabalharem. Está muito bom, de verdade. Espero que não o estraguem.
(Parte dois) Não sei bem se tem a ver com o que temi na última frase do parágrafo acima, mas não me cativou. Inclusive, essa segunda parte necessita de uma revisão e um pouco mais de cuidado. A ideia por trás da narrativa é boa; o homem vê a filha mesmo estando morta, porque acredita que cuidar dela é uma redenção pelas coisas ruins que fez, e então vem a revelação e o choque. Muito bom para ser seguido, mas precisa ser escrito com cautela. Aqui faltou um pouco de refinamento nas descrições. A história trilha um caminho pedregoso e a narrativa passa por alguns altos (mas nem tanto) e muitos baixos, destoando da cadencia da primeira parte, que é marcante pelo sentimentalismo que cresce ao passo que o enredo avança. Faltou a fusão das narrativas e por isso me decepcionou um pouco.
De qualquer forma, merece os parabéns!
Boa sorte!
o Conto segue a tendencia da estação do ano em que se passa. Inverno. E a estação aqui é o tema. O inverno reina tanto no ambiente como no interior de cada personagem. O Verão é aguardado para derreter não apenas a neve, mas tbm para quebrar o gelo de sentimentos em que há do Pai pela filha. O cipreste representa o simbolo da morte… porém seu simbolismo remete a longevidade, e imortalidade também. Faltou um pouco o autor explorar mais esse gelo entre pai e filho. Entretanto o texto é bom. NOTA:8
A primeira parte do conto é de uma leveza incrível, emocionante. Gostei do complemento, mas é possível perceber que algo mudou, como é difícil explicar isso. Algumas duplas tem se saído bem no desafio, outras, nem tanto. Acho que essa dupla quase chegou lá. As duas partes são muito boas, mas não são aglutinadoras, eu vi duas histórias distintas. A poesia voou livre em ambos os autores: Ponto positivo.
CAMARGO (Cadência, Marcação, Gosto) – 1ª leitura
JUNIOR (Junção, Interpretação, Originalidade) – 2ª leitura
– Sob as Raízes do Cipreste (Fazendeiro)
CA: Desenvolvimento excelente e cativante. Um cotidiano bem explorado, com ares de interior, focado em apenas um cenário. – 9,0
MAR: O início é um pouquinho travado, mas depois que captamos a atmosfera geral, o contexto se desenrola facilmente. É um enredo simples, porém, cativa. Algumas construções mais poéticas, bem como o poema propriamente dito, se encaixaram perfeitamente. – 8,5
GO: Gostei, mas foi maldade deixar um gancho desses. Espero que o próximo consiga ser criativo para sair do óbvio. Espero que ainda mantenha esse tom nostálgico e melancólico. – 9,0
[8,8]
JUN: A troca é um tanto nítida, devido à inconstância dos tempos verbais e certos errinhos despercebidos na revisão. Mas o segundo autor se esforçou em manter a mesma atmosfera, e isso conta muito. – 8,0
I: O desfecho até era um pouco esperado, mas foi feito de forma diferente do habitual, e isso foi um ponto positivo. Como crítica construtiva, sugiro enxugar a sucessão de eventos e focar mais nas sensações, que foram o ponto alto. Mas existem alguns “vai e vens” desnecessários, que poderiam ser preenchidos com mais detalhes dos “poderes” da árvore antiga. – 7,0
OR: Destaco a figura presente do poeta e a amargura do protagonista (que muda um pouco de tom no meio, mas volta a se comportar de acordo perto do final). Um cotidiano nitidamente fantástico. Tem seus méritos, mas ainda faltou alguns degraus para “chegar lá”. – 8,0
[7,6]
Final: 8,2
Olá autores!
Um conto muito envolvente, com uma boa dose de melancolia.
Há alguns errinhos aqui e ali… nada grave.
O clímax da trama é bom, mas achei que a descoberta da filha morta entrou meio de sola no negócio, assim como a srta Dolores. Por conta dessa personagem (que aparece do nada) a história acaba ficando um tanto longa demais.
Fora isso, tudo muito bom!
então amigos, eu achei um pouco difícil de entender a segunda parte (quem sou eu para falar isso…) mas eu realmente vi uma pequena dificuldade está certo que as vezes, as vezes, demoro um pouco.
E agora tenho uma critica um pouco chata, no texto você um “Mas” ao invés de um “Mais”..
Abração amigos
Olá. A forma que vocês contaram uma estória tão simples e batida foi emocionante e envolvente. O fazendeiro ficou bem desenvolvido e o clima do drama fcou bom, sem ser forçado e tudo isso jogado num tempo impreciso. Não saberia dizer em que parte os dois escritores “passaram o bastão” de tão sincronizado que foi. O conto ficou coeso e com um final muito bonito. Parabéns aos dois.