– Ai!
– Desculpa aí.
– Não está vendo que não dá para passar…
– Não quero passar. Só quero colocar o meu outro pé no chão.
– Deu?
– Brigada.
– Ô comandante, liga o ar aí!
– Está quebrado.
– Abram as janelas se não eu tiro a roupa. Calor do cão!
– Mas está chovendo.
– Então abre o guarda-chuva.
– Abre! Abre! Abre!
– Vai descer!
– O senhor trouxe um bote?
– Não, mas não vou ficar nesse imprensado. Prefiro ser engolido pelo rio Carioca.
– Espera a água baixar um pouco, velho.
– O trânsito está todo parado. Vou nadando e chego antes de vocês.
– Mãe, quero fazer xixi.
– Segura, moleque, que já está chegando.
– Mãe, chegando onde se a gente está parado aqui há um tempão?
– Cala a boca e não enche.
– Abre a porta agora! Vou sair!
– O senhor é quem sabe…
– Nossa… está puxando muito…
– Volta! Volta! Volta!
– É, vou esperar mais um pouquinho.
– Tudo bem aí, filho?
– Agora já estou aliviado.
– Fazer o que, né?
– Vamos levar um sambinha?
– Samba! Samba! Samba!
– “Assassinaram o camarão!”
– “Assim começou a tragédia no fundo do mar…”
– Dr. Trocador, leva na caixa!
Só cantando mesmo numa situação dessas. Aqui também tem alguns problemas parecidos, mas nada se compara à cidade grande. Mas se olharmos o quadro completo, sempre ficaremos deprimidos, deixando passar os detalhes – são as coisas simples da vida que trazem satisfação.
ótimo! já vivi situação assim um monte de vezes. Viva o Rio de Janeiro!