
O sol mergulhava sem pressa no horizonte, borrando de vermelho a terra ressequida, enquanto um bando de cangaceiros trotava observados atentamente por umbuzeiros desfolhados. As sandálias subiam e desciam martelando melodiosamente o solo pedregoso. Dirigiam-se à beira do Velho Chico, onde passariam a noite, nas cercanias de Paulo Afonso.
A Batalha havia sido dura. Traziam no corpo lembranças ardidas dos inimigos. À frente do grupo, formado por dez indivíduos, sete homens e três mulheres, vinha o capitão Virgulino, comandando o ritmo da marcha. No centro do chapéu uma grande nódoa rubra maculava o couro entre um signo de Salomão e uma flor de lis. “Sangue cuspido dos córneos de um ‘macaco’ da Volante! ”. Vangloriava-se.
Acamparam próximo ao rio. Lavaram-se, cearam e foram deitar. Na barraca, Maria se aconchegava a Virgulino, que se afastava.
— Deixe de chamego, Bonita! Vá dormir, daqui a pouco a puliça já tá de pé.
௫ Mais um dia de cangaço (Aspirante Francisco Ferreira de Melo)
ஒ Estrutura: Estilo excelente, onde é possível identificar que o autor encontrou sua identidade. Há um tom poético muito forte ali.
ஜ Essência: É apenas uma cena. Tão breve, tão pequena, tão fraca… O autor tem potencial para muito mais!
ஆ Egocentrismo: Gostei da leitura, mas não da estória. Achei que o trecho precisaria de muito mais elementos que o limite não permite para dar realmente certo.
ண Nota: 8.
Sempre gostei da história dos cangaceiros e tive curiosidade e você passou um pouquinho dela com seu conto. Em 150 palavras conseguiu dar conta do momento de um grupo do cangaço muito bem… até a linguagem que provavelmente lampião usava você inseriu. Parabéns
.:.
Mais um dia de cangaço (Aspirante Francisco Ferreira de Melo)
1. Temática:
2. Desenvolvimento:
3. Texto: sugestões, apenas:
1. trotava, observados, atentamente, por umbuzeiros desfolhados.
2. As sandálias subiam e desciam, martelando, melodiosamente, o solo pedregoso.
À frente do grupo, formado por dez indivíduos (sete homens e três mulheres), vinha o capitão Virgulino.
3. Vá dormir! Daqui a pouco, a puliça já tá de pé!
4. Desfecho: Frustrou a narrativa – esperava-se mais.
Tecnicamente muito bom. Outro enredo batido, contado pela boca do povo, mas válido como experimentação. Senti falta de originalidade – muitos outros já contaram essa ‘estória’.
Bom texto!
Aspirante Francisco Ferreira de Melo…. WOW! Que pseudônimo grande! Eu, particularmente, acho desaconselhável escolher um pseudônimo maior do que o título do conto. Mais um dia de cangaço, o titulo acabou sendo ofuscado pelo pseudônimo enorme.
Todavia, o autor demonstra ser um cara extremamente habilidoso, que sabe o que faz. Com um vocabulário riquíssimo, conseguiu fazer excelentes descrições e conduzir uma boa narração.
Só achei que faltou um pouco de espaço (um maior limite de palavras) para executar um final mais empolgante. A única falha que vejo aqui foi o final ameno, que acabou por destoar do resto.
A descrição é muito boa, gera expectativa e prende o leitor, mas fica-se aguardando um fato que justifique o uso de um recorte histórico e ele não vem. Esse texto seria uma ótima abertura para uma narrativa maior.
Gostei da estética do conto, em como emprega o regionalismo com maestria. Consegui ler, facilmente, na voz de um cangaceiro, com sotaque puxado e tudo. Isso é um diferencial. As referências à música também funcionaram, assim como as descrições, todas ótimas. O início é clássico, o vermelhidão do sertão, como na música Caldeirão dos Mitos, “eu vi o céu a meia noite se avermelhando num clarão”, da Elba. Mas, como nos outros comentários, acho que o final destoou um pouco, poderia ter dado continuidade a caminhada.
Tecnicamente muito bom. Outro enredo batido, contado pela boca do povo, mas válido como experimentação. Senti falta de originalidade – muitos outros já contaram essa ‘estória’.
O conto ia bem até a frase final.
Enredo regional interessánte, bem escrito e técnica impecável. Pouca criatividade.
O final não funcionou.
Boa sorte.
Acho que o que fez o texto ficar bom foi a profusão de figuras de linguagem:
“mergulhava sem pressa” – prosopopeia
“borrando de vermelho” – metáfora
“bando de cangaceiros trotava” – metonímia
“observados atentamente por umbuzeiros” – prosopopeia
“martelando melodiosamente” – metáfora
“velho chico” – antonomásia
“lembranças ardidas” – metonímia
Esse texto faria as delícias de minha professora de português. Graças ao estilo bem trabalhado ficou um texto de alta qualidade literária. Parabéns.
Amigo, acho que não entendi metade dos termos que usou o.O Mas muito boa a observação!
Fala, Aspira!
Cara, você estava “padrão” até a frase final. Ela estragou tudo. Então, pra ti fica a frase do Capitão Nascimento:
“Tira esta farda preta porque você não é caveira, é moleque!”
Brincadeirinha… Falando sério agora: Dado o excelente curso que deu ao seu conto, bem que poderia ter dado a ele um final mais “duro”, tão duro como as lutas que os cangaceiros enfrentavam. Não foste feliz. Mas, no geral, foi bem interessante.
Sucesso no desafio!
Tudo ia muito bem até a última frase. Estava muito gostoso de ler, mas aquela fala pareceu forçada ali, pra fazer referencia a música. Não o ato de Lampião, que torna o conto muito bom, mas a forma.
Fora isso, um ótimo conto, que deixa bem clara a cena e as personagens, de uma forma leve, contrastando com a realidade retratada.
Parabéns.
Caro Ferreira de Melo, seguem minhas impressões:
TEMÁTICA: o regionalismo e a mitologia do cangaço ainda dão bastante área para exploração de histórias, mesmo que exijam pesquisa e conhecimento de história, coisas que o autor demonstrou.
TÉCNICA: simples e direta, passou o recado.
TRANSCENDÊNCIA: com o fecho da narrativa, baseada na canção, acho que perdeu-se uma possibilidade de falar sobre amor/poder no cangaço, tão somente para fazer a referência à canção. Esperava que acontecesse algo mais, nesse ponto da história…
E aí, Aspirante. Tudo bem?
Um bom conto regionalista-histórico. Gostei, pois não vi nenhum assim até agora. Uma leitura gostosa de se fazer, ainda que, sendo sincero, eu estivesse esperando um pouco mais. Pela expectativa, e somente por isso, sinto que faltou algo. Mas é um bom trabalho. Bom final, também.
Grande abraço.
O micro-conto é bem descrito, isso é fato, porém fiquei esperando alguma coisa
acontecer além da caminhada e quando pareceu que ia surgir algum problema a narrativa chega ao fim de forma repentina, fazendo uma história rasa (porém bem pesquisada) com descrições profundas, o que não funcionou comigo.
Boa sorte!
Um conto lindamente árido.
Parece que foi construído especialmente para a música.
Ambientação perfeita, apesar do pequenino espaço.
É possível sentir a pesquisa, tudo é verossímil, nada é gratuito.
Todavia, queria ter visto mais história e não apenas a esnobada do Lampião. Porém, entendo perfeitamente que não era tarefa fácil fazer mais, especialmente em razão da rica atmosfera criada.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Amigo eu achei o seu conto muito bonito. Eu gostaria de saber se alguma obra te inspirou, e se sim, você poderia me dizer qual é?
A ambientação é construida com esmero, o que, no caso deste desafio, parece ser um desperdício de palavras. Somos colocados dentro do cangaço, vivemos uns poucos instantes um tanto anódinos perto da grandeza de aventuras que o cangaço representa e o conto termina. Foi como tirar doce da boca da criança.
olá, gostei muito do teu conto, que domínio da linguagem… muitos parabéns, mas pareceu-me faltar um fim ao nível do resto do texto, no entanto, muitos parabéns e desejo as maiores felicidades neste desafio. Muito bom!
Apesar de não simpatizar muito com o assunto, tenho que parabenizar o autor pelo texto muito bem escrito. Um conto com belas descrições. Parabéns!
O conto está muito bem escrito, você conseguiu me transportar para dentro da história e sentir o ambiente… Mas o final pareceu interrompido, como se o autor fosse precisar de muito mais que 150 palavras para lhe dar o devido desfecho.
Porém, senti também que há aí uma referência que não peguei, então talvez seja falha minha.
Simplesmente perfeito. Senti participar, ser um dos cangaceiros, mas não fiquei perto do capitão Virgulino porque sei do ciúme que tem da Maria Bonita. Afinal, quero viver. Parabéns!
”As sandálias subiam e desciam martelando melodiosamente o solo pedregoso.”
Esse barulho para mim é familiar. Haha.
Olha, estava achando incrível, pois não é o meu tipo de texto preferido, mas estava lendo completamente atento, devido a qualidade. Porém, acabou do nada, e no fim fiquei a ver navios. Tudo bem ter um fim abrupto, mas do jeito que está, parece que o texto apresentado era parte da página de um livro. Cadê o restante? Finais abruptos só funcionam se deixar o leitor pensando em algo, em alguma mensagem oculta. No caso aqui, o leitor não fica pensando em nada, pois a trama até ali não permitiu isso. Por isso, não posso dizer que adorei.
O texto está bem escrito e ambientado, mas parece o pedaço de uma obra maior. Um microconto deve fechar-se em si mesmo com início meio e fim, sem dar qualquer espaço a possíveis complementações. Boa sorte!
Fluídez – 9.9/10 – lá no comecinho cabia uma vírgula depois trotava, fora isso tudo OK;
Estilo – 10/10 – pegada histórica com tom de humor, ou seria o contrário;
Verossimilhança – 10/10 – do meio pra frente comecei a puxar o sotaque, tamanha a precisão da narrativa;
Efeito Catártico – 10/10 – pegou toda a essência do Nordeste, pelo menos daquilo que conheço de meus avós.
Gosto muito das histórias de cangaceiros e dos filmes, é claro! Esse conto foi bem escrito e o final também foi bom, talvez uma premonição de Lampião.
Que pena.
Me animei com a temática, afinal sou nordestino da Bahia (onde transcorre a trama), porém acabei decepcionado.
Faltou um conflito, uma trama. Parece apenas uma passagem sem importância nas andanças de Lampião.
Boa sorte.
Ué.. acabou? Fiquei com aquela cara de “cadê o resto?”
Sim, eu sei que os microcontos costumam ser “retratos” de um momento mas… este momento em especial não me apeteceu. Não tem nada de mais. É de época mas não retrata nada de muito cativante ou diferente.
A escrita está razoável. Na verdade está muito boa, mas os termos fora de época me incomodaram um pouco. Especialmente o “puliça”, rs rs rs.
Boa sorte!
Minhas impressões de cada aspecto do conto antes de ler os demais comentários:
📜 História (⭐⭐▫): uma boa história do cangaço com todos os elementos que essas costumam ter, mas parece uma cena de história maior.
📝 Técnica (⭐⭐⭐): muito boa, excelente regionalismo.
💡 Criatividade (⭐▫▫): não é um assunto novo, nem mesmo os personagens são.
🎭 Impacto (⭐⭐▫): gostei do texto, gosto de regionalismos, mas a trama lenta impediu de gostar ainda mais.
Excelente conto! Certamente terminará o desafio entre os melhores! Chamo atenção para o uso das figuras de linguagem que o autor usou com maestria. Em muitos dos contos que eu li aqui no desafio a tentativa frustrada de usar essas figuras acabavam estragando o texto. Aqui, ao contrário, as figuras são geniais, extremamente bem colocadas, e estão ali na medida certa.
Parabéns! Estou na torcida!
O cabra macho nega fogo no final? Ou apenas um macho que no meio de uma guerra não pensa em outra coisa a não ser derrotar o exército inimigo? Não sei se era a intenção, conheço o básico da história do Virgulino, mas me diverti com o conto. “Sangue cuspido dos córneos de um macaco da volante”…vangloriou-se “machamente” e o gozo com a derrota do inimigo foi suficiente. A narração da cena foi muito boa. Parabéns!
Bom desafio!
INÍCIO muito bom. FILTRO de quem tem prática em contar grandes histórias com ESTILO marcante. A TRAMA ficou pequena diante de PERSONAGENS tão fortes. FIM da cena. Eu esperava mais.
Cresci com essas histórias de Lampião e Maria Bonita e sorri já quando li o título. O final, que manda Maria Bonita dormir e não acordar, deu um desfecho interessante. Merece elogios, com certeza.
Olá, Aspirante!
O conto é potente. Bem escrito, com boas descrições e feito de forma imersiva. Senti-me na situação e gostei dessa sensação. No entanto, o enredo deixou a desejar. Foi bem escrito, mas monótono. Como o Gustavo falou, parece muito mais uma homenagem.
De qualquer forma, é bem escrito.
Parabéns e boa sorte!
Oxente!
Seu texto é bonito e tem uma força narrativa como poucos deste desafio. Agradabilíssimo, fácil de ler e ambientação imediata. Não sei se houve alguma alusão a fogo com o uso da palavra chamego no finalzinho, que vai brincar com o a alcunha Lampião, ou seja, que ele negou fogo para Maria Bonita porque, na verdade, não era fogoso com mulheres.
http://brasil.estadao.com.br/blogs/radar-pop/cangaceiro-lampiao-era-gay-diz-nova-briografia/
Não sei se era isso que você pretendia com o arremate do texto, ou se quis mostra-lo compenetrado na disputa com a polícia. Percebi a falha quanto ao uso de puliça, mas já foi mencionado. Enfim, achei um conto que me causou inveja cujo final ficou obscurecido.
Boa sorte no desafio.
Nossa, foi nostálgico. Lembrei da minha avó cantando para mim “Acorda Maria Bonita, acorda vai fazer o café. O dia já está raiando e a polícia está de pé…”. ❤
O primeiro paragrafo me encantou: o modo como o(a) autor(a) descreveu os acontecimentos fez com que eu visualizasse o momento. Foi muito belo. Mas parece que o encanto do primeiro ficou perdido no segundo… no primeiro, consegui ouvi o barulho das sandálias, imaginar o cenário. Talvez porque passou a falar mais de como estavam dispostas as pessoas e seu estado. Acho que mesclar os dois momentos solucionaria o problema (para mim) e deixaria o conto mais gostoso de ler. O sentimento do início volta no final.
Boa sorte!!
Olá.
Um bom conto, com boa escrita, mas senti falta de algum enredo, pois o texto é quase somente uma foto, sem clímax ou twist.
O uso de “trotar” pode trazer a ideia de que andavam a cavalo, para depois refutar com a informação do barulho das sandálias (que talvez pudessem ser chamadas de “alpargatas” aqui).
Abraço e boa sorte.
Evidente, o conto foi escrito por um fã do capitão Virgulino, um autêntico conhecedor do assunto. Assim, me parece antes uma homenagem. As descrições estão bem convincentes — pelo menos para mim, que não sou conhecedor profundo da história do cangaço – de modo que pude ver a mim mesmo acompanhando o grupo. Ao final, fiquei imaginando qual seria o “twist”, a maneira como você, caro autor, deixaria o conto com gosto de quero mais, afastando-se do (competente) relato. Isso ocorreu com a alusão à conhecida canção “Acorda, Maria Bonita…” que cantamos inclusive nos treinamentos militares. Bem sacada a ideia. Enfim, ótimo texto! Parabéns!
Eu comecei a ler seu conto lembrando-me de Vidas Secas e da tristeza da aridez do sertão, e acabei terminando com uma pontada de dúvida quanto a sua real pretensão ao escrever os dois últimos parágrafos. A partir do momento em que Lampião e seu grupo de cangaceiros pareceu ter sido revelado, senti que a trama desandou de um tom melancólico e eu esperava algo ou com mais ação, ou com um tom mais melancólico ainda. Mesmo assim, foi uma excelente leitura. Boa sorte!
Tão lindos os dois primeiros parágrafos, parecem mesmo início de romance 😛
Os outros dois, foram rápidos e rasteiros e desconectaram-me da história, infelizmente.
Acho que eu esperava um final mais denso e trágico.. hehe
Boa sorte ae!
Abraço
Olá, Aspirante Francisco Ferreira de Melo.
Senti falta de um propósito em seu microconto (o “do que” e “para que”). Também tive a impressão que este é um excerto de um texto maior. Ele não diz muita coisa, afora as belas descrições do ambiente. De qualquer modo, deu-me vontade de ler essas palavras em algo maior, pois você tem talento.
Sucesso neste desafio.
Gostei, boa narração, do cenário, parece que a pessoa conhece bem essas bandas por onde andava Lampião, rs. Se não foi isso, leu muito a respeito. Mas não consegui ter empatia com as personagens. Boa ideia a lembrança da marchinha.
A descrição do cenário onde viveu Lampião é muito bem aplicada. Beira um recorte de um dia qualquer no cangaço. De brinde, no final, uma homenagem a Luiz Gonzaga com um trechinho da música Acorda Maria Bonita.
A cena é interessante e foi bem desenhada pelo autor. O final me remeteu à possibilidade do Lampião ser gay, levantada em um livro e que rapidamente se alastrou pela internet.
BODE (Base, Ortografia, Desenvolvimento, Essência)
B: Texto regionalistas são raros por aqui. Abordagem certeira de um cotidiano bem conhecido. – 9
O: Não tenho do que reclamar. Leitura fácil, mesmo com regionalismos típicos. – 8
D: Estava apreciando a atmosfera criada quando acabou. O final foi um tanto seco, depressa demais. Sei que esse desafio exige coesão, mas ficou aquela sensação de “e agora?” ao ler a última frase. – 8
E: Sertão bem descrito. Batalhas de forma subjetiva também. É possível perceber as emoções envolvidas. – 8
Eu li duas vezes e acho que você foi bem feliz na escolha do tema e da composição. E, como já disseram, pareceu parte de algo maior. Que seja, vai ser lindo ler o restante!
Um bom conto com um final não tão bom!
Gramática boa, parágrafos concisos e leves.
Porém, não ficou marcante e questionável.
Boa Sorte!
Merece especial atenção o cuidado do autor com os detalhes, o que nos leva a uma imersão na leitura deste conto. É a leitura como vivência. Parabéns, muito obrigado e muito boa sorte. Grande abraço.
Parece um trecho de um livro ou conto maior, não um miniconto. Você devia desenvolver essa história, daria um bom livro, ou no mínimo um conto grande/novela. O que quero dizer é que essa história tem elementos muito atraentes, mas no pouco espaço dado faltou uma estrutura maior de começo-meio-fim. De qualquer modo, gostei muito, é cheio de escrita de boa qualidade e regionalismo atraente. Um bom conto
O mais interessante foi mesmo a negativa do carinho, e a sensibilidade clara na escrita do autor(a).
Parabenizo por isso!
Contudo fica aquele recorte de algo maior, o texto, e enredo não cumpre um objetivo maior, em minha opinião.
Mas é muito bem escrito e merece elogios!
Parabéns e boa sorte!
O conto está bem escrito, com o cangaço como pano de fundo, mas não me agradou muito. Ficou com jeito de aula de História, isso para mim, claro. O autor tem talento e sabe trabalhar com as palavras. Disso, não tenho dúvidas.
Não encontrei entraves na leitura ou falhas de revisão.
Boa sorte!
Gostei bastante da narrativa, mas achei que caiu no problema de parecer mais o excerto de uma obra maior do que um microconto. Estou usando como critério valorizar mais contos “fechados em si mesmos”.
Não teria colocado “macaco” entre aspas, pois estava dentro da fala do Lampião (teria usado apenas se fosse o narrador se referenciando a essa gíria).
Abraço!
As referências ao tempo de Lampião, me são misteriosas, mas consegui entender o suficiente para gostar da história. Mais um dia da dura vida no cangaço e a unica fala coroou a ideia. Bom conto!
Bem ambientado, bem caracterizado. Só achei que ficou muito pouco da relação de Virgolino e Maria Bonita, mesmo não sendo esse o tema central. Muito bem escrito. Boa sorte.
Gostei muito. A narrativa nos mostra muito bem as características do sertão. Você conseguiu desenvolver uma história com começo, meio e fim, combinando muito bem com o título, que sugestiona a rotina de um dia no cangaço. Signo de salomão é o mesmo que estrela de Davi ou pentagrama, não é mesmo? Que junto com a flor de lis eram símbolos usados, entre tantos outros, para ornamentar os chapéus, bornais e as roupas dos cangaceiros. Tive que dá uma goolgada para entender a referência, kkkkkk O fim foi imprevisível e leve. Boa sorte.
Jowilton, a estrela de Davi, ou Signo de Salomão, é o hexagrama, a estrela de seis pontas, não o pentagrama, com cinco.
Isso mesmo, obrigado Ricardo de Lohem.
Com exceção de alguns termos que não se aplicam ao cenário/tempo/, o tema (já bem explorado, aliás), foi muito bem conduzido.
PULIÇA OU VOLANTE?
“Acorda Maria Bonita
Levanta vai fazê o café
Que o dia já vem raiando
E a polícia já tá de pé”
São versos de uma conhecida marchinha de carnaval, cuja ideia foi aproveitada neste conto, em seu último parágrafo. Mas me parece que houve um equívoco. É que a expressão usada pelo bando de Lampião era “volante” (no próprio conto o termo é usado), não “polícia”. Tampouco “puliça”, termo da periferia urbana contemporânea. Na marchinha, “polícia” faz sentido, pois não é Lampião nem outro cangaceiro quem fala e sim a expressão do autor da música. Além disso, mesmo se não houvesse esse problema com o termo em questão, outras palavras da frase precisariam estar grafadas erroneamente, para ser coerente com “puliça”. “Dormir”, por exemplo, deveria ser “drumí”.
Apesar desse senão, o conto é construído de modo interessante. Até o último parágrafo, a narrativa ocupa-se de dar certa amaciada na cena, seja na descrição do cenário, seja na descrição da marcha dos cangaceiros. Não se trata do uso do poético, e sim de termos menos ressequidos que o sertão do Nordeste. Esse contraste, parece-me ter ficado interessante, principalmente porque no fim a aspereza toma lugar, com Lampião repelindo o chamego de Bonita.