No livro dos paradigmas,
paradigmado esta.
Caminho, tropeço e levanto.
Rumando, rimando e cantando.
Fatídico estado de estar.
Que canta pra rua de frente pro bar.
Detestando o compasso que segue gongando.
Apanhando, lutando e se esmerilhando.
Segue na saga escrita por outro,
e fica com o espelho da vida em troca do ouro.
Somado na dívida do produto interno bruto,
eu chuto, eu cuspo e mostro repúdio.
Eu gosto da vida, eu amo amar.
O som do Brasil é bom de cantar,
do lixo se leva o luxo ao altar,
do povo que luta, e só pode lutar.
Acorda, madruga, enxágua e encara.
Veste a armadura e se entrega a batalha,
sinistra labuta, sem pauta e conduta,
que esgota o tempo, e morre sem culpa.
O tempo escorre, recolhe e encolhe.
E sem ver a cara de quem escolhe,
perde sentido o amor,
que cura a ferida e a dor.
O tempo é o segredo do amor,
não leve-o de mim meu senhor.
O pouco, do outro que me sobrou,
que tampouco acordado sonhou .
Bem longe da base do sonho,
Triangulação universal do demônio.
Todos somos escravos do acordo,
assinado pelo soberano patrono.
Liberte da trilha traçada,
inicie a fuga da caçada,
Reage e corre na estrada,
passos da sua jornada.
Navalha, cilada. Navalha, cilada.
Navalha, cilada. Navalha, cilada.
Navalha, cilada. Navalha, cilada.
Navalha, cilada. Navalha, cilada.
Nao posso falar da estrutura, pois vc fez uma letra de musica e dae ja nao entendo do assunto.
Realmente tem ritmo e quase cantamos ao ler.
Alguns errinhos:
paradigmado esta.
precisa de acento: está.
não sei se está correto ‘se esmerilhando’, eu usaria ‘esmerilhando-se’, de qq forma ‘se esmerilhando’ perde o ritmo ali no verso, eu achei. Talvez um outro verbo encaixaria melhor.
Veste a armadura e se entrega a batalha
à batalha, com crase 😉
perde sentido o amor,
acho truncada esta oração
melhor seria:
‘perde o sentido do amor’
pra efeitos gramaticais, nao sei se perde o ritmo, acho que nao…hehehe
não leve-o de mim meu senhor.
tb nao sei se está correto: ‘leve-o’ (ja viu q nao sou fera em português…kkk) mas que ficou esquisito este ‘leve-o’, ficou.
Liberte da trilha traçada,
agora sim, sinto falta do pronome: ‘liberte-se’
Reage e corre na estrada,
acredito que aqui é ‘Reaja’, por ser verbo no imperativo.
Entendi a intenção do navalha/cilada…mas na minha leitura nao rolou nada do que querias.. apenas pensei em navalha acilada… como se ‘acilada’ fosse algum adjetivo… rsrsrs
A mensagem é bacana, o ritmo tb, é um belo trabalho, William. Parabéns!
Abração
Gosto de textos que tragam outras camadas, sendo conto ou poesia. Aqui você nos deixa uma mensagem bem forte, mas suave pelo estilo ritmado. Para mim, o objetivo da poesia sempre foi trazer reflexão de alguma forma, e isso você faz aqui, aplicando um jeitão de crônica.
Fiquei muito, muito, mas muito feliz com os comentários.
A intensão foi mesmo aplicar uma variação melódica nas palavras. Como quase uma canção, um velho blues ou novo rap, de morte e vida, enfim, da dor.
A intenção do final é um trava língua, onde “navalha, cilada” ao pronunciar na rapidez, se torne multifacetada (na velha cilada/ na vacilada/ navega isolada). Essa variação vai depender da pronuncia embolada, da rapidez, da lentidão, da interpretação do leitor.
Tenho adorado essa troca que o Entrecontos tem possibilitado.
Muito obrigado!
olá william. gostei das tuas palavras, com algumas quadras muito interessantes. o brincar com as palavras e o seu som ficou muito bem. não gostei do fim, mas isso é uma opinião pessoal sem importância. pelo meio houve momentos que se começa a cantar dado o ritmo e o som atingido. muitos parabéns. manda mais destas palavras.
Muito bom. Li quase cantando.
e então o que eu achei, muito bom trabalhar com o tema morte é sempre difícil, mas tu fez de forma inteligente. parabéns…