Criar para os olhos do outro,
tem sempre um destino ingrato.
Imensidão de tão pouco.
Encaixe apertado.
Arte tecida,
alheia,
Entorpecida,
Sujeita.
Não é bom pra mim,
gastar o tempo que é escasso,
fazendo tim-tim por tim-tim
a beirada do fracasso.
É a inspiração que agoniza,
amordaçada no cabresto.
Suspira e prioriza!
Entendendo o motivo do contexto.
Luta que mancha,
por uma navalha que gasta em vão.
Fio que ainda sangra,
e pinga umas gotas no chão.
Poema marcado,
do lirismo funcionário público,
Namoro forçado.
Publico aqui minha nota de repudio.
Como clássico de obituário,
criar é fazer vida,
da vida algo necessário,
Te pertence aquilo que você domina.
Parabéns, William! É muito legal ver a evolução do poeta. Comparando este poema com o anterior, percebe-se uma consistência muito maior no trabalho do sentido. “Confusionante” é também um bom poema, mas nele a preocupação com a forma fica excessivamente explícita. O interessante é ver que a sua raiz ainda persiste, o poema atual é muito baseado na forma, mas é uma forma que modela um conteúdo igualmente importante, ou seja, este poema está muito mais equilibrado.
parabéns William, tens momentos muito bons neste poema e se trabalhares algumas partes como dizem nos comentários podes atingir um texto espectacular.
Estou feliz pelos comentários que só acrescentam. Parabéns pelo Poema.
Gostei muito das sugestões Anorkinda! É justamente essa a intenção na minha construção, ser algo imediato, da forma que se fala, que pensa.
Obrigado pelos elogios.
Claudia, muito, muito, muito obrigado!
Gostei muito do espaço, é algo novo para mim expor essas poesias.
Grande abraço a todos.
Um daqueles poemas que se lê fácil, sem solavancos. A temática da criação para os olhos dos outros, é tudo seu o que domina com as palavras. Abraço.
Bonito. Poema moderno.
Tendência de ir colocando nos versos os pensamentos da forma que vem.
Formou boas sentenças aí, parabéns!
Apenas acho que o começo está bem trabalhado e inspirado, mas nas tres ultimas estrofes, correu…
dá pra desbastar os versos ali, retirar e enxugá-los. Ficará bom para casar melhor com o começo do poema 😉
aqui eu acho que melhor seria a expressão ‘ à beira’ ou ‘na beirada’
‘a beirada do fracasso.’
e repúdio veio sem acento.
Abração