Desta vez eu entrei no apartamento e não falei nada, apenas fui ao estúdio e trouxe o violão para a sala. Adriele olhava curiosa, como um gato quando fareja coisa nova. Comecei:
Toda vez que chego em casa
e olho pro seu corpo
esparramado como um cacto
no sofá,
Eu penso que o amor é tudo
que eu precisaria
para reviver.
Toda vez que eu te encontro,
mastigando Elma Chips,
olhando esses programas da televisão,
que são tão tolos
e fascinantes
igual você,
Eu chego à mesma conclusão:
de que você tem medo de se entregar e dar,
porque o teu amor
é uma fobia,
fobia,
o teu amor não passa de fobia,
fobia.
Adriele ouvia, como sempre indecisa, sem saber se brigava ou ria.
Mas eu insisto,
timidamente,
mesmo sabendo,
como Raul,
que eu não passo
de uma mosca
em sua musse
de chocolate.
E eu insisto,
mesmo sabendo
que é tão provável
que isso dê certo
quanto é provável
que chovam sapos
no meu quintal.
Adriele me enquadrava em longas piscadelas enfastiadas.
Você estará
sempre tão perto
e tão distante
como uma noite,
quando parece
poder tocá-la.
Porque o teu amor sempre será,
Fobia, a-ha,
Fobia,
Fobia, a-ha,
Fobiaaaaaaaaa.
Agora parecia que Adriele controlava o desejo de rir.
E assim o nosso amor
vai voando sempre sem rumo,
como um aeroplano
quando o piloto
vai com a aeromoça
lá pro banheiro
e até esquece
que o aeroporto
já vai chegar.
Eu nada fiz pra merecer tua fobia,
Fobia,
Fobia, a-ha,
Fobiaaaaaaaaaaa…
Adriele não aguentou mais e seu riso explodiu, cristalino.
– Fobia, não é? Eu sei do que você precisa.
Afastou o violão e sentou-se no meu colo, ainda gargalhando incontrolavelmente. E enquanto ela emergia das roupas que desabavam no chão, eu me amaldiçoava pela minha fraqueza.
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1 – Narrativa, gramática e estrutura (1/4)
O conto faz uma leve menção à fobia, sem desenvolvê-la propriamente; o final deixa apenas uma sugestão daquilo de que o protagonista sofre. Além disso, não é propriamente um conto, ficou parecendo apenas um recorte de um texto maior. O poema/música, porém, foi bem desenvolvido, apesar de ser praticamente o texto todo.
2 – Enredo e personagens (0/3)
O enredo é praticamente inexistente, não há quase nada acontecendo além da música. Os personagens também não têm desenvolvimento (seus nomes foram meramente citados).
3 – Criatividade (1/3)
Não tenho muito o que falar sobre a criatividade. Talvez o autor tenha tentado inovar na forma, mas devido ao conto praticamente se resumir à música, isso ficou inconclusivo.
Outro conto lido já há alguns dias. Pra mim não se encaixa muito na proposta do desafio, ou pelo menos eu procurei, procurei, pensei a respeito de qual fobia seria isso tudo que aí está e fiquei na mesma… A única coisa que arrisco dizer é que pode ser medo de gostar de alguém, mesmo assim não tenho certeza alguma disso… Também acho que poderia ter desenvolvido mais o enredo e personagens. Ficou coisa rápida, e bem que eu gostaria de ver a situação um pouco mais desenvolvida, pois do que li no início gostei, mas faltou algo que me animasse no restante do conto, li para poder avaliar. Boa sorte!
Olá, Aldo!
Penso que tu tinhas uma ideia que possa não ter sido sentido pelas leitores… Fiquei imaginando como seria uma melodia para essa canção.
Não há ambientação além do que imaginei )um apartamento, a moça sentada/deitada no sofá e o rapaz na poltrona), nem descrições. Há o poema (ou versos), mas a fobia está na letra da música, segundo o personagem, é um fobia de amor, ou de relacionamentos… ZZzzZZzz
Desculpe, desejo-lhe mais uma abordagem diferente na próxima. Boa sorte.
Daqueles textos que o debate surge não pelo que escreveu, e sim pelo que não escreveu. Gosto muito, faz a gente pensar e ir além do que vimos. Pessoal precisa ser menos quadrado hahaha
Por ser curto, retratando um singelo momento de romance, do medo de se apaixonar, não há grandes construções. Não há personagens desenvolvidos, e acho que isso nem era a intenção. Pode ser qualquer um ali no meio, isso dá uma universalidade pro texto. Por escolher a música, sai do lugar comum e conseguiu ainda passar sonoridade (o refrão me lembrou Família do Titãs), a leitura curta acompanha o ritmo e termina rápido. Por essas novidades, merece uma boa nota.
Cara de pau 😛
↓ Curto, solto demais, recorte como uma folha no vento. Não há o que dizer do rapaz e nem da moça, e não achei que o texto seja um conto (embora os outros que não são contos aqui não me incomodem, pelo comprometimento 😦 )
↑ Acreditou no conto e o postou.
Boa sorte no desafio.
❂ Rock da Fobia, de Aldo Bengali & Banda Só Você ❂
➟ Enredo: Ainda estou tentando entender o que acabei de ler. Parece uma simples passagem de algo melhor. Ou seria um conto divertido? Um comercial de televisão, talvez? Não sei. Não dá para saber quem é o protagonista e por qual motivo fez essa música. Não dá para saber quem é Adriele. Enfim, um conto pequeno e meio sem graça.
➟ Poema: Não é poema. É música. Acho que o regulamento foi bem claro sobre isso…
➟ Técnica: Muito boa. A música ficou interessante e as passagens comuns não deixaram a desejar. Parabéns!
➟ Tema: Não sei encaixou. Fazer a mera menção de fobia não quer dizer que o conto seja sobre uma fobia. Nesse caso, o conto foi sobre a música.
➟ Opinião Pessoal: Não gostei. Fiquei interessado no início, pensando no que iria dar. E acabou que não deu em nada mesmo, hahaha.
➟ Geral: História sem nexo, parecendo um comercial de televisão. Técnica ótima. Não fez poema e, ao invés disso, compôs música. Não existe fobia na história. Não gostei.
➟ Observação: Esse texto me deixou rockfóbico. Sim, sem graça.
KKKKKKKK
Cara, vou falar a verdade, achei hilária a canção, demais mesmo e as poucas palavras que usou, pintaram um retrato muito bonito. Simples, mas bem legal.
Infelizmente não posso considerar seu texto como um conto, o que é uma pena. De qualquer forma, eu gostei do “texto”, mas acho que pro desafio, você podia ter se esforçado mais, não é?
Abração!
Peço desde já desculpa a quem escreveu este conto mas não gostei, a ideia até pode funcionar, mas o texto tem que ser muito, muito mais trabalhado. Mesmo que seja um retrato de um momento, o melhor é experimentar a canção até entrar em casa senão é só risinhos e não fica nada mais. Desejo-te boa sorte no desafio.
kkkkkk adorei, me identifiquei não sei por quê. Acho um saco levar as coisas a sério demais e esse conto me fez tão bem! A gente já tem que fazer tanta coisa chata todo dia, o que me faz amar ler e escrever são momentos como esse, em que li esse conto. Parabéns e obrigada!
Um miniconto suave, com um rock. É difícil avaliar uma canção somente pela letra, sem a música. No entanto, a letra é bem sugestiva. Os minicontos e microcontos estão muito em voga, do jeito que os jovens amam ler hoje em dia parece que futuramente só eles existirão. Quem sabe o entrecontos lança um concurso de contos até 140 caracteres para caber no twitter, incluindo espaços e o título.
Muito muito bonito!
A construção, as personagens, a narração, a cadência do poema/letra de música bem humorada! hehhee
Parabens
A única ressalva é que medo de amar e entregar-se não é fobia.
Mas boa sorte ae! Abração
Olha eu lendo e relendo os comentários, Anorkinda.
Acredito que há sim essa fobia.
Malaxofobia… Medo de amar…
éeeeeeee? vou pesquisar!
isso interferirá na nota!
ainda bem q vi isso antes de votar!! kkkk
achei na wikipédia…kkk Para que se configure numa fobia, os sintomas precisam ser persistentes, e o medo irracional e incontrolável às artes da sedução.
ainda acho q o músico ali, tem um medinho de amar, bem superficial…kkk
Encontrei este texto q bem me define…amei!!
http://mundolenz.blogspot.com.br/2012/10/malaxofobia.html
E aí Aldo?
Então cara, meio loucura, não? Não sei se encaixou muito no tema e meio que não foi um conto, considerando que a maior parte foi escrita em verso. Mesmo assim, achei divertido. Acho que seria melhor se fosse uma cena pra um clipe musical, mas enfim.
Boa sorte.
Ô roquêro, que po**a de fobia é essa? É fobia de escrever sobre fobia? Você deve ter um talento e tanto como músico para cantar essa letra! Julgando pela última parte, em prosa, dá para perceber que você se dá bem na arte de contar histórias e fiquei aqui me perguntando: será que ele mandou o arquivo pela metade por e-mail ou será que esqueceu de digitar o resto do conto e ficou só na sua cabeça?
Cadê a fobia? Fobia era um gato? Acho que o autor não conseguiu atingir o objetivo de falar sobre fobia, pelo menos não no sentido no sentido denotativo da palavra. O texto está muito subjetivo. Faltou elaborar melhor uma trama, colocar mais emoção. Está muito pós-moderno pro meu gosto. O poema está mais para uma poesia pós-modernista. Enfim, não gostei, mas, se fosse um tema livre, até que valeria mais como um conto para desafio.
E ai, Aldo e Banda!
Gostei dos “colhões”, chegar chegando com um conto neste estilo.
Uma interessante, e crível, pincelada do cotidiano de um casal.
Gostaria muito de ouvir essa música cantada, que bom seria se estivesse anexada ao texto, Apesar do curto espaço, você conseguiu me cativar pela simplicidade das rimas do texto e pela ironia da música.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Uma das coisas mais difíceis é retratar a simplicidade do cotidiano em poucas palavras. Consegui visualizar o sofá, o violão e a sedução crescente. Este pequeno conto musical superou minhas expectativas.
Agora… A fobia foi pura licença poética, né?
O texto possui uma mensagem interessante. Um encontro trivial, desses que acontecem a todo instante, entre dois namorados. O sujeito dedilha alguma coisa que vem à cabeça e a garota se desmancha em sorrisos. Aproveita-se para inserir a fobia na letra e, de modo bastante sensível, também no contexto. Medo de se apaixonar? Quem não tem? Quem não quer? Ficou bacana muito mais pelo que não estava escrito do que pelo efetivamente transposto para o “papel”. Uma tentativa corajosa, diferente, de falar de um tema universal.
Boa sorte no desafio!
Hm, desculpa, mas não é meu estilo de conto. Embora eu goste de mini contos, acredito que neste em específico faltou algo. Não sei se foi um gostinho de quero mais… Acho que foi.
O final foi muito abrupto, fiquei realmente curiosa sobre o que seria a fraqueza do autor principal. Poderia ter se estendido apenas mais um pouco, talvez um parágrafo, para situar o leitor na trama e na vivência do casal. A fobia também não ficou muito clara para mim!
Como pontos positivos, a canção é bacana (quero ouvi-la!), o nome do conto é bom e o pseudônimo idem.
Hahahaha, não sei de onde o Leonardo retirou essa trama. Li algumas vezes mas não detectei essa rotina e a falta do sexo. Mas ok…
Boa sorte nesse desafio!
Ih, caramba. Não gostei não, me desculpe. E pra mim o texto nem conto é. Não percebi a fobia e a poesia não me agradou. Boa sorte.
Meus caros, muito obrigado pelos comentários até aqui. Não se preocupem, após o desafio disponibilizarei o mp3, com letra, música e a “Banda Só Você.”
Minha avaliação antes de ler os demais comentários:
♒ Trama: (2/5) existe pouca trama por trás desse rock, mas deu pra enxergar uma. Mas, ainda assim, é muito simples: um casal que caiu na rotina e não faz mais sexo 😉
✍ Técnica: (3/5) difícil avaliar pelo curto espaço. Não vi nenhum defeito, mas também não encontrei muito coisa que se destacasse.
➵ Tema: (1/2) fobia de amar? Acho que não é bem esse o problema do cantor e de Adriele.
☀ Criatividade: (3/3) escrever um conto em uma letra de rock foi uma sacada bem criativa, sem dúvidas.
✎ Poema: (2/2) o texto é o rock e o rock é a poesia. Parece que o autor sabe que existe certa preferência do grupo com esse fascinante estilo musical ♫ \m/
☯ Emoção/Impacto: (3/5) gostei do texto e me peguei tentando cantar a música, mas faltou um pouco mais para causar impacto.
* TÉCNICA : 2 / 3
Em curto espaço o autor conseguiu criar um conto bem simpático, gostoso de ler.
* TRAMA : 1 / 3
Infelizmente a trama é praticamente inexistente. Apenas um recorte da vida do casal, sem qualquer sinal de turbulência.
* POESIA : 2 / 2
É praticamente o texto inteiro. Gostei do texto, então… nota máxima aqui.
* PESSOAL : 1 / 2
Gostei. Mas faltou mais “sustança”.
* TEMA : x1
Vou considerar a ousadia de criar algo fora do convencional.
Autor ousado e um tanto apressado. Tudo bem, gosto de contos curtos, mas é preciso cuidado para não exagerar. Não considero que o tema fobia tenha sido bem explorado, apenas citado no poema que tomou conta de toda a narrativa. Divertido de ler, o conto tem seu charme. Foi uma opção arriscada, sem dúvida. Boa sorte!
O teu amor é uma fobia? Olha autor, eu ri com seu conto/poesia, tem alguma coisa interessante aí, e talvez seja a ousadia. Adorei a Banda Só Você. As mudanças de sentimento de Adriele durante a cantoria do moço foram bem narradas.
Parabéns e boa sorte!
Não gostei muito do texto. Foi interessante você ter feito ele mais na poesia, mas poderia ter sido mais trabalhado. Esse enredo da música não me interessou muito. E com certeza você acertou em cheio na música, ela é bem um rock nacional.
Abraços!
Olá, autor(a).
Achei graça do conto, em verdade, um miniconto, se não considerarmos a canção. Então, o continho é divertido, a letra da música é meio maluca e engraçada, até tentei cantar enquanto lia, mas não achei um ritmo adequado.
Da minha parte só acho que faltou a “fobia”, pois não basta citá-la no texto. Também achei que o enredo é talvez simples demais, pois é só uma cena onde dois personagens – a quem não fomos muito bem apresentados – compartilham alguns minutos juntos.
EGUA (Essência, Gosto, Unidade, Adequação)
E: O pseudônimo já chama atenção logo de cara. Ri muito. Um texto bem diferente, semelhante a outro por aqui, em que a poesia apareceu mais que o enredo.
G: É divertido, cômico e muito bem escrito. Mas, infelizmente, ficou bem deslocado do tema. Não captei o medo do protagonista. E a poesia me soou como uma cantiga sertaneja, cantada pelos Engenheiros do Havaí.
U: Sem problema algum quanto à escrita. Leve, bem humorada e fluente.
A: Aqui o gongo soa. É um ótimo texto relâmpago, mas a meu ver, fugiu um pouco do assunto.
Olá, autor(a)!
Pontos fortes
1- Existe um conto ousado.
2- Existe uma letra de música sobre fobia. Ponto para o rock, Yeah!
Pontos negativos
1- A fobia não condiz com as atitudes do protagonista que, talvez por rebeldia, chega ao ponto de dedicar uma canção “curadora de fobia”.
2-Linguagem não estimula o leitor a tecer comentários mais elaborados.
Parabéns pelo conto e boa sorte!
Olá, autor(a). Tudo bem?
Bom, o conto é ousado, como muitos já disseram, mas não me agradou. Vi fobia (pelo menos a palavra), vi poema, mas não senti empatia pela música/poema/conto. Não teve um enredo satisfatório, ao meu ver. Faltaram algumas coisas para deixar com mais cara de conto.
Não tenho muito mais a dizer. Parabéns, de qualquer forma.
Boa sorte!
Olá, meu caro Autor(a), tudo bem?
Então, apesar da ousadia em criar um conto no formato de poesia, eu não gostei muito, as rimas eram previsíveis e repetitivas demais, entendo que optou por não criar um padrão de estrofes e rimas, mas acho que, para a proposta, necessitava de umas rimas mais cadenciadas e marcadas, para criar o ritmo necessário para a leitura, recomendo-lhe ler O corvo de Edgar Allan Poe, a tradução de Fernando Pessoa, será um deleite de leitura e aprendizado para você que gosta deste estilo.
A fobia foi dita, porém, seus efeitos, não foram demonstrados, ela me pareceu muito branda, se ele tinha medo de amá-la, quando ela chegou perto, era para ele ter surtado, como qualquer fobia faria, afinal, alguém que tem medo de barata não fica, simplesmente, tranquilo e somente se culpando mentalmente pelo medo, ele vai pular, gritar, suar frio, o coração disparar e etc, sendo assim, não me agradou a forma como tratou a fobia.
O conto não me agradou no geral, mas desejo-lhe boa sorte e agradeço por tê-lo compartilhado conosco.
Adriele olhava curiosa, como um gato quando fareja coisa nova. – Esse curiosa com nova não ficou legal.
Bom,
Não há muito que comentar do seu texto. Sua aposta é ousada, gosto de ousadia mas o conto não me agradou.
Boa sorte no desafio!