Eu hoje me dei conta de que não consigo mais chorar.
As cartas, certamente surpresas, não mais podem me encarar;
não entorto mais suas linhas, devagar;
nem rego seus pontos, com pesar;
sequer desfaço suas dobras; nem pensar.
Eu hoje percebi que naquela única fotografia
só você aparecia.
Nada mais acontecia.
Só você me entorpecia.
Só você me escondia.
Eu hoje pude ver o que também se esconde por trás
de toda essa lembrança que agora se refaz.
Perdi de vez, finalmente, o que sempre achei fugaz
e de uma hora para outra descobri a paz.
É incrível como uma ilusão derradeira se desfaz…
Eu hoje pude ver que tudo aquilo que era meu,
só era meu porque eu era seu.
E no distante erro que um de nós não cometeu
pude sentir como sentiu Romeu
aquela perda em que se converteu.
Gostei da sonoridade e da melancolia em geral. Apesar de dar uma boa música sertaneja, as várias camadas e a dor da perda conquistaram.
“pude sentir como sentiu Romeu” Intertextualidade, isso é importante. Você manda bem nos conto e nos versos, hein? Esse último conto “Junção” foi massa (pra mim). Não curto muito essas rimas que terminam com “ando, endo, indo, ia, izar…” mas li sua poesia com bastante facilidade. Até com um sorriso. Essa parte é reflexiva “Eu hoje pude ver que tudo aquilo que era meu,/ só era meu porque eu era seu.” Não tem muito pra onde correr, né? Algumas coisas se não nos completam, ao menos nos fazem sentir completos.
Parabéns!
Obrigado, Maria! 🙂 Que bom que gostou. Do poema e do conto! Que legal. Sabe… Também curti muito sua análise lá no Desafio correspondente. Aliás, não apenas a que fez de meu conto, mas em vários outros trabalhos de colegas, também. Você analisa muito bem. (Curte rimas que terminam com “bem”? rs!) 😉
Valeu pela leitura, parceira! Bjão,
Paz e “Bem”!
O cara é profissa!
Eu não entendo muita coisa, mas posso dizer que isso aqui é melódico, cara. Eu li imaginando que poderia ser uma música, com um violão bem calmo no fundo, e uma voz serena sussurrando os versos.
Parabéns, poeta!
Valeu, Jeff! 😉
Gostei muito. As rimas deram o tom e não atrapalharam minha leitura. A mensagem passada também é muito bonita. Parabéns!
PS.: se você não contar pra ninguém, te conto um segredo: escrevi uma série de poesias aos vinte e poucos anos. Essa de “Morte” foi escrita naquela época, mas dei uma boa recauchutada antes de enviar (no fim, só restou a ideia). Mas não conta pra ninguém, tá? Vai que me pedem pra enviar outras…
Que bom que gostou, Leo! 🙂
Pode deixar… É segredo nosso agora!
😉
Abração!
Olá. Ricardo.
Gostei da poesia, só achei que as rimas foram usadas em demasia por aqui, algo que não vejo como necessidade, mas que também não é um erro.
O que penso é que torna a leitura um pouco arrastada, cansativa mesmo.
Fora essa escolha, sua escrita e ideias estão muito bem desenvolvidas e isso é um ótimo sinal de sua capacidade criativa e poética.
Meus parabéns pelo escrito e sucesso sempre!
Valeu, Sidney! Sucesso pra nós, sempre! 😉
Abrax!
Gostei, e mais ainda do último verso. só era meu porque eu era seu, a melhor frase, a mais verdadeira. Parabéns ao garoto de barbinha rala kkkkkk (21 aninhos não é tão garoto assim, na minha opinião)
Obrigado, Neusa! 🙂 Que bom que gostou!
Aos 21 a gente já (pensa que) sabe de tudo! Depois, vamos só desaprendendo… (rs!)
Grande abraço,
Paz e Bem!
😉
Uma construção corajosa vc ousou aqui, com tantas rimas seguidas. Eu gosto e as amo, realmente só não ficou com um som bom, digamos assim, a última estrofe com as rimas em ‘eu’, parece que pesou o poema q estava fluindo tão leve e emocionante.
Falei noutro comentário que não entendo a existência do ponto e vírgula, se ele cabe em algum momento em teus versos, tudo bem, vc quem sabe…
mas acho que não cabe em todos, o primeiro parágrafo ficou travando por conta deles.
No segundo parágrafo já fluiu melhor sem eles, mas tb dispensaria os pontos finais, só a quebra da frase, trocando de um verso para o outro já dá a pausa que tu desejas à leitura.
A cada releitura destes versos me dá vontade de chorar, pq isso? rsrsrs
‘Eu hoje pude ver que tudo aquilo que era meu,
só era meu porque eu era seu.’
me explique se puder! Muita emoção aqui, ótimo mesmo!
achei o último verso, justo o mais importante num poema, incompleto. Posso interpretar, pois deixaste um vácuo, mas mesmo assim… ‘aquela perda em que se converteu’, soa incompleto…rsrsrs queria mais algum vocábulo ali, parece aquela palavra que fica na ponta da língua e não sai, dá uma agoniazinha 😛
O poema é lindo lindo mesmo… emocionante, intimista, de fácil identificação mesmo pra quem nunca tenha pensado objetivamente ou poeticamente sobre uma perda e o momento em que desapegamos dela.
Ótimo mesmo.
Abração
Fala, parceirinha! 🙂
Mulék jovem, sacomé…? 😉 Barbinha era rala, ainda… (rs!) 21 aninhos.
Vou explicar a frase… Ela quer dizer o seguinte: Eu hoje pude ver que tudo aquilo que era meu, só era meu porque eu era seu.
Viu como é simples? 😛
E parabéns pela sugestão de trazer a Poesia para estas bandas de cá! Viu só que adesão em massa sua ideia está tendo? 😉
Show!
Beijão; ( <– Ponto e vírgula, só pra vc! 😛 )
Paz e Bem!
huahuha vc é muito divertido.
sabia não que o poema era novinho assim e barbinha rala, preservado ele não?!
abraço.
*eu vi vc pedindo uma vez ao Gustavo por poesia aqui… ele deixou uma promessa no ar… por isso me encorajei…hehehe
Olá, Ricardo Falco. O ritmo me remeteu ao Samba em Prelúdio do Vinicius de Moraes. Seu poema facilmente se adaptaria ao chorinho, também. Simples e bom, sem firulas e meandros.
Abraços.
Que legal, Zé! 😀 Estou tentando imaginar o poema de maneira ritmada, agora! (rs!)
Abração!
Parabéns, Ricardo, o sentido que queria apresentar ficou bem marcado. É interessante que as rimas acabam se tornando só um adicional quando o poema é rico em sentido.
Obrigado, Wender! Que bom que curtiu! 🙂
Eu escrevi este poema aos 21 anos. Legal que as (mesmas) emoções e sentimentos (re)surgem ao relê-lo, como se visse alguma fotografia minha da mesma época.
Abração,
Paz e Bem!
😉
Ricardo, seu poema ficou legal, mas acho que o excesso de rimas deixou a estrutura meio forçada, sem naturalidade. De qualquer forma, um poema mais rico procura fugir das rimas usuais e fáceis, como as dos verbos no infinitivo. Talvez a ideia de desconstruir seu poema o torne mais moderno.
Valeu, Cácia! Eu escrevi este poema em 1996… (rs!)
Mas é segredo, não conte para ninguém!
😉
Bjão!
Um poema romântico, com cartas e lembranças de amor. Não ligo para as rimas porque não sei lidar bem com elas. Aqui, não me causaram estranheza, fluíram acompanhando a narrativa sentimental. E o que é melhor?Todos estão postando poemas curtos! 🙂
Daqui a pouco vou mudar isso… kkkkkkkkk
Hauhauhauhau!
50.000 (cinquenta mil)!
😛
Legal, Claudinha! Quero ler a sua logo! Tenho certeza que você vai arrasar!!!
😉
Bjão,
Paz e Bem!
Fala, Ricardo!
Cara, essa poesia é do tipo que eu gosto: uma sequência mais ou menos estruturada de pensamentos. Não uma história necessariamente, mas não apenas frases desconexas jogadas ao vento.
Gostei! Só achei que as rimas de “az” e “eu” no finalzinho se estenderam além da conta, dando uma sonoridade repetitiva à leitura.
Mas muito bom no geral, minha preferida até aqui, na inauguração dessa nova seção do site. 😀
Abraço!
Valeu, FB!
É que foi difícil encontrar rimas para o final “OX”, de Xeróx! 😀
Abração!
Vou lá conferir a sua, que por sinal está cheia de elogios na page do Face!
😉