EntreContos

Detox Literário.

À Sombra de um sicômoro (Gustavo Araujo)

sicomoro

Chamava-se Miguel, ou José. Não importava. Há tempos essa recordação inútil se desvanecera. Tampouco se lembrava da própria idade, embora evidentemente não fosse jovem: a pele curtida era marcada por ravinas profundas e a barba exibia fios esbranquiçados. Perseguia os exércitos, de longe. Era como sobrevivia. Das migalhas deixadas em cidades semidestruídas e abandonadas.

Acostumara-se a isso, porém. Nenhuma pessoa ou animal, cachorro ou ave por onde passava. Apenas edifícios se erguendo aleijados, cinzentos, silenciosos, cortados por ventos de melancolia. Nas ruas, carros tomados pela vegetação. Nas esquinas, apenas escombros e restos. Sempre assim. Sem surpresas. Sem gente. Nada. Apenas a solidão como companhia.

Certa vez, ao chegar ao coração vazio de uma antiga metrópole, deparou-se com livros. Uma miríade deles, agonizando a esmo entre arranha-céus. Alguns jaziam abertos, com as folhas balançando ao sabor da brisa quente. Outros tinham a capa voltada para o asfalto, como se escondessem o rosto. Outros, porém, pareciam imaculados.

Abaixou-se e apanhou um deles. Passou os dedos encardidos sobre a capa, sentindo o relevo das letras. Achou bonito o floreio, a maneira como a palavra fora concebida. Limpou-a com o cotovelo, revelando-lhe o dourado vivo. Quem dera soubesse ler. Aprendera algumas letras com o pai, ainda menino, mas sua capacidade de extrair-lhes o sentido se limitava a expressões simples e ao próprio nome. Mesmo assim, a muito custo.

Abriu o livro. Observou o padrão das páginas amareladas, as linhas paralelas prometendo revelar algum segredo. Suspirou. Repetiu o ritual com outro exemplar. E depois com outro. E outro. Uma sensação estranha o arrebatou. Talvez estivesse feliz. Inexplicavelmente feliz. Num átimo, decidiu que ficaria ali. Ainda havia comida na sacola. Com sorte, poderia encontrar mais alimento nas imediações. Não importava muito, na verdade. Tinha gostado dos livros.

Nos dias que se passaram, dedicou-se a organizá-los. Como lhe faltasse a habilidade de ler, adotou como critério as cores das capas. Mesmo assim, não resistia à vontade de abri-los e a conferir as poucas letras que conhecia. Quem sabe, formar algumas palavras. Esperava secretamente que os tipos se juntassem por mágica e deixassem escapar um sussurro.

Um dia, um garoto surgiu no horizonte. Caminhava com dificuldade, os braços erguidos em trégua, as roupas nada mais do que trapos. Miguel apanhou o fuzil e fez sinal para que o estranho se acercasse. Poderia ser uma emboscada, mas, talvez, ele trouxesse algo de valor.

Ao aproximar-se, o jovem revelou uma expressão cansada, olhos fundos e ossos salientes. Quantos anos tinha? Dezesseis, talvez dezessete? Estava faminto. Miguel ofereceu-lhe um pacote de biscoitos, ainda atento aos arredores. “Não se preocupe”, disse o menino, entre farelos, percebendo a preocupação. “Não há…” Deteve-se, a atenção atraída repentinamente para os livros empilhados. “O Corcunda de Notre Dame”, disse, a voz trêmula revelando um misto de surpresa e divertimento. “Já leu?”

***

Gostava de escutar o rapaz lendo, de sua pronúncia morna e monótona. Bastava fechar os olhos para enxergar castelos, igrejas, padres corrompidos e mulheres corajosas. Sentia-se como se à sombra de um sicômoro, ouvindo histórias sem preocupações.

Enquanto o garoto lia, enxergava nele seu próprio reflexo, a inocência, a segurança. Por conta de sua companhia, da leitura dos livros, via-se tomado por uma sensação de enlevo. Entre os fantasmas de uma civilização em ruínas, percebia a vida pulsando a cada página lida pelos olhos do menino. Era possível acreditar num futuro.

Certa manhã, ao acordar, reparou que o garoto lia sozinho. Ria contido. Perguntou a ele o que era, mas o rapaz pareceu pouco disposto a explicar. Apenas uma história qualquer, disse. Nos dias seguintes a cena se repetiu. O menino parecia se divertir muito enquanto lia a sós, logo cedo. À tarde, quando o fazia em voz alta, parecia cumprir uma obrigação indesejada. Não disfarçava o semblante grave e a impaciência.

Inevitavelmente, a leitura em conjunto foi se tornando cada vez menos frequente, até ser abandonada de vez. Miguel pensou em partir, mas no fundo tinha esperanças de que no outro dia, talvez, o menino se dispusesse a ler alguma coisa para ele.

Assim passaram-se as semanas. Acostumou-se a ver o menino ao longe, com um livro entre as mãos pequenas, os olhos movendo-se de um lado para o outro, perseguindo as linhas. Alheio à atenção, o jovem imergia nas histórias maravilhosas escondidas em cada folha virada com delicadeza.

Miguel sentia um gosto amargo. Chegou a apanhar um ou outro livro para tentar ler, mas o esforço era demasiado. Sentia-se caricato, diminuído.

Numa manhã, reparou que o rapaz escrevia. Conseguira papel e lápis em um canto qualquer e se fechara ainda mais. Era como se Miguel não mais existisse.

Ler e escrever. De que servia aquilo num mundo assolado pela guerra, onde os sobreviventes eram como abutres revirando lixo? Estava farto daquela inutilidade toda. Daquele garoto humilhando-o com sua inteligência, com sua juventude. Esperança para quê? Futuro? Não, não há futuro.

Tudo por causa dos livros. Malditos livros que o fizeram ver outros mundos. Maldito garoto que sabia ler.

Certa manhã, acordou e observou o menino afastado. Ele estava de costas, mas dava para perceber que escrevia alguma coisa. Sem pensar muito, Miguel apanhou o fuzil e mirou. O tiro certeiro fez com que o rapaz tombasse instantaneamente.

Caminhou até o local, limpando o nariz com a manga do casaco. Justiça feita. Naquele mundo, não havia lugar para livros. Não havia lugar para companhia, para esperança. Guardou as lembranças das histórias que ouvira, guardou a voz cálida do menino, tudo no fundo de sua memória. Não tinha a intenção de abri-las novamente. Rolou o corpo sem vida para o lado, revelando folhas manchadas de sangue escuro.

Apanhou uma delas. No alto, reconheceu o próprio nome: Miguel. Com muito esforço, leu, ao lado, a palavra “para”. Abaixo, nessa mesma folha, algumas letras: a, b, c, uma abaixo da outra, seguidas de linhas em branco.

Observou novamente o menino morto. Seus olhos permaneciam abertos. Os dedos pequenos ainda apertavam o lápis.

58 comentários em “À Sombra de um sicômoro (Gustavo Araujo)

  1. Regiane De Cesaro
    26 de fevereiro de 2015

    Gosto de ser instigada e você é muito instigante. Antes de ler o texto já precisei procurar o que é sicômoro e já me perdi em leituras interessantes.
    Não. Não corres qualquer risco de ser atingido por mim, mas chego a entender esse sentimento invejoso que toma conta de Miguel, quando você consegue expressar-se tão lindamente e eu sinto ” a vida pulsando ‘ em cada palavra sua de tantas crenças e juventude de que não sou capaz .
    Jóvens com seu talento me convencem de que é possível um futuro bem melhor, apesar dessa feia herança que vamos deixando.
    Termino a leitura tentando imaginar as mensagens que o menino talvez teria deixado ao Miguel, e também as que você ainda vai nos deixar.

  2. Pedro Luna
    23 de fevereiro de 2015

    Oi. Um texto agradável de ler. O final não soou dramático para mim. Talvez o limite do desafio, o que não permite muito desenvolvimento, não tenha possibilitado. Até porque não deu para se apegar aos personagens. O jovem que lia não ficou muito caracterizado. No entanto, bem escrito. Abraços.

    • Gustavo Araujo
      24 de fevereiro de 2015

      Grande Pedro, antes de tudo, parabéns pelo “Fome Inerente”.
      Uma pena que eu não tenha conseguido cativá-lo com este conto. Talvez, com uma segunda leitura, desta vez sem a pressão do prazo, você consiga aproveitá-lo melhor. Abraços.

  3. wilson barros
    23 de fevereiro de 2015

    Seu conto me parece o inverso de “A Estrada”, de Cormac McCarthy. Neste livro o escritor também anda com um menino, em um mundo devastado. Lá ele fala que “Deus não existe e nós somos os seus profetas.” Estas frases são fundamentais nos contos filosóficos. Sugiro que nos próximos você acrescente mais pensamentos assim em seus contos, tornando-os imortais.
    Você criou dois excelentes personagens e um conflito de muita riqueza, com um final trágico e inesperado. Tudo isso deu muita qualidade ao conto. Outra sugestão: leia o final de “A Estrada” e veja a força do diálogo interno do personagem.
    Resumindo, achei seu conto muito bom, e estou tentando dar idéias para aperfeiçoar ainda mais os próximos. Parabéns, obrigado pelo conto.

    • Gustavo Araujo
      24 de fevereiro de 2015

      Olá, Wilson! Fico contente pela comparação — ainda que exagerada — com “A Estrada”, um de meus livros favoritos. Sim, certamente há influências daquele contexto apocalíptico em “À Sombra…”, algo que eu já havia experimentado em “Radiação”, no Desafio sobre “Fim do Mundo”.

      Infelizmente, no presente texto, por conta do limite imposto pelas regras, não pude descer a minúcias e construir os personagens da maneira adequada, com a inserção de reflexões filosóficas — aqui, ficaria impossível.

      De todo modo, agradeço o comentário e o tempo por você dedicado. Obrigado também por trazer à mente um livro de que tanto gosto.

  4. Thata Pereira
    23 de fevereiro de 2015

    Puts, que tenso. Fiquei me questionando onde o pecado iria aparecer, pois não imaginei que algo assim aconteceria. Última frase linda, adorei. Mas fiquei muito curiosa quanto o resto da mensagem, na dedicatória. Maldade isso… imagina só como Miguel ficou, então… :/

    Boa sorte!!

  5. Lucas Almeida
    22 de fevereiro de 2015

    Muito interessante seu texto, mas acho que ele poderia ir mais fundo no pecado que você quis mostrar ao invés de explicar muito, prenderia mais minha atenção ao texto. Boa sorte

  6. Leandro B.
    22 de fevereiro de 2015

    Oi, Vargas.

    Gostei muito.

    Você apresentou um mundo de maneira bastante segura em poucas palavras, ainda conseguiu desenvolver muito bem os dois outros personagens. Miguel em especial, claro. A primeira revelação sobre o analfabetismo do personagem em meio a um mundo de livros foi fantástica.

    Conforme ia chegando ao final torci para que a mensagem nunca fosse revelada e que compartilhássemos da curiosidade de Miguel para sempre. Dito e feito.

    Não há muitos apontamentos que eu possa fazer aqui. Mas gostei bastante do texto e começo a prever que meu top10 ficará mais concorrido do que esperava.

    Boa sorte!

  7. Bia Machado
    22 de fevereiro de 2015

    Guerra. Livros. Escrita. Criança. Final massacrante, de deixar qualquer um desesperado. É, autor. Que dizer a não ser: “Bom trabalho”? Mais uma vez! 😉

  8. Swylmar Ferreira
    22 de fevereiro de 2015

    Um belo conto Vargas, mostrando a história de modo completo, único.
    A linguagem usada é objetiva e de fácil compreensão, bela estrutura imaginária conferindo caráter estético ao texto, a ausência de diálogos deixou o texto duro, mas não comprometeu. O final mostrado pelo autor(a) descortina a índole humana, repleta de inveja, ira, orgulho e vaidade.

  9. Rodrigo Sena Magalhaes
    22 de fevereiro de 2015

    Esse conto vai ganhar o desafio! Acho que não tem outro melhor. Parabéns, autor (a) você é um escritor (a) com E maiúsculo. Meus sinceros parabéns!

  10. Edivana
    22 de fevereiro de 2015

    Oh!!! Maldição! Maldita inveja. Talvez um pouco mais de comunicação desse garoto e teríamos um outro final, que não esse, maravilhoso. Parabéns! Não preciso discorrer sobre o conto, nem é necessário.

  11. Carlos Henrique Fernandes Gomes
    21 de fevereiro de 2015

    Tenho duas notícias para você; uma boa e nem tão boa assim. Vamos pela nem tão boa assim: não senti uma ira no Miguel que justificasse brincar de tiro ao alvo com o garoto; você colocou uma ira comum das neuroses de guerra, mas Miguel é um sobrevivente diferente e humano, então penso que sua ira deveria ser só contra o menino sem tantas referências ao mundo em guerra, aí ficaria muito mais show do que já está. A notícia boa é que você deu conta de um universo caótico com bastante ordem e sem clichês, sem lição de moral, em tão pouco espaço, e isso dá uma credibilidade ao seu trabalho que poucos conseguem. Consegui ver seu conto numa história em quadrinhos…

    • Gustavo Araujo
      24 de fevereiro de 2015

      Olá, Carlos,

      Sinto por não ter sido capaz de demonstrar a você que o pecado aqui tratado era a inveja. Tentei deixar isso claro, especialmente pelo fato de Miguel maldizer o garoto que sabia ler, e por isso detinha a chave para as histórias e o conhecimento, enquanto a ele próprio faltava tal habilidade. Peço desculpas pela falta de clareza de minha parte.

  12. rsollberg
    21 de fevereiro de 2015

    Esse é um caso onde o autor, mesmo com pouquíssimo espaço, soube trabalhar muito bem uma ideia governante pessimista. O personagem surge no caos, nos dá uma leve esperança no meio, mas, no fim, retorna para o horror da guerra. (negativo, positivo, negativo).

    A escrita é ótima – leve, veloz. Vocabulário vasto. Repetições apenas quando necessário.

    Percebe-se um grande cuidado com a criação do mundo ao redor dos personagens, consistente, Todos os elementos da arquitrama presentes.

    Costumo destacar sempre um trecho que tenha me chamado a atenção, no entanto, neste caso, não consegui. A força do todo me parece maior do que a força de algumas construções.

    O título foi acertado e complementa a narrativa (a origem da hebraica do nome da árvore, de estar vivendo à sombra de alguém), assim como a belíssima imagem.
    O última cena encerrou com muita competência o ótimo conto. Contudo, se cabe alguma sugestão de gosto, (EU) retiraria as duas últimas frases. Colocaria algo mais reflexivo e menos visual, sei lá! rs

    Certamente estará no meu top 3.
    Parabéns e boa sorte!!!

  13. Andre Luiz
    20 de fevereiro de 2015

    Olá, caro Vargas!

    Tenho que lhe dizer que seu conto superou tanto minhas expectativas que tive que repensar meus primeiros lugares no concurso. Já havia praticamente fechado a lista dos melhores quando “À sombra de um sincômoro” me incomodou de tal forma que tive de colocá-lo entre eles. Seu texto é dotado de uma delicadeza interessante, de uma leveza particular e de um gênero distópico que me saltou aos olhos; todas características que classificam-no como exímio. Parabéns!

  14. Gustavo de Andrade
    20 de fevereiro de 2015

    O JC Lemos falou que este conto ia ganhar… confesso minha inveja (afinal, não é esse o espírito?) e admiração: achei bem legal a forma como foi trabalhada a extensão. Trouxe uma narrativa significativa, criada num cenário bem instigante, mas de onde não precisamos de mais nada. Somente da interação entre Miguel (ou José) e o andarilho leitor que parecia disposto a ajudá-lo.
    Boa escrita! Me deixou embasbacado, de modo que não sei apontar críticas pontuais.
    MENTIRA: Penso que poderia ter ficado mais claro o porquê da seriedade/impaciência súbita do nômade leitor. Fora isso, nada pareceu atrapalhar minha leitura.

  15. Leonardo Jardim
    20 de fevereiro de 2015

    Prezado autor, optei por dividir minha avaliação nos seguintes critérios:

    ≋ Trama: (5/5) muito boa, que final! Sem dúvidas a melhor trama do certame, bem desenvolvida com o pouco espaço que temos.

    ✍ Técnica: (4/5) excelente, lindas construções e muito poético.

    ➵ Tema: (1/2) tinha inveja, mas não como ponto principal.

    ☀ Criatividade: (2/3) mundos pós-apocalípticos não são novidade, mas gostei dessa abordagem.

    ☯ Emoção/Impacto: (5/5) que final! Fiquei realmente chocado ao término do conto. Parabéns!

    Único problema encontrado:
    ● Como lhe faltasse a habilidade de ler (faltava)

    ╌╌╌╌╌╌╌╌╌╌╌╌╌╌╌╌╌
    ☺✌ Classificação: ❷º (Teve nota 17 e empatou com outros quatro, ficando a frente de todos esses pelo primeiro critério de desempate: “emoção/impacto”).

    • Ricardo Gnecco Falco
      24 de fevereiro de 2015

      A construção “como lhe faltasse a habilidade de ler” está corretíssima, Leo! 😉

      • Leonardo Jardim
        24 de fevereiro de 2015

        Ok, então. Agora que disse, entendi melhor.

  16. Pétrya Bischoff
    19 de fevereiro de 2015

    Putz, que agonia nesse final. Um baita texto, certamente. A escrita é bonita, sem ser demasiadamente floreada e a narrativa conduz a leitura enquanto ficamos ansiosos pela próxima cena. Não há nada que eu mudaria, mesmo curiosa para saber o que haveria na carta… Acabou que o autor causou em nós a mesma sensação que o protagonista remoía. Parabéns e boa sorte.

  17. Luan do Nascimento Corrêa
    18 de fevereiro de 2015

    Uma leitura agradável e uma história tocante que explora as profundezas da alma humana pelas lentes da inveja. Muito bom, parabéns!

  18. williansmarc
    18 de fevereiro de 2015

    Olá, autor(a). Primeiro, segue abaixo os meus critérios:

    Trama: Qualidade da narrativa em si.
    Ortografia/Revisão: Erros de português, falhas de digitação, etc.
    Técnica: Habilidade de escrita do autor(a), ou seja, capacidade de fazer bons diálogos, descrições, cenários, etc.
    Impacto: Efeito surpresa ao fim do texto.
    Inovação: Capacidade de sair do clichê e fazer algo novo.

    A Nota Geral será atribuída através da média dessas cinco notas.

    Segue abaixo as notas para o conto exposto:
    Trama: 9
    Ortografia/Revisão: 10
    Técnica: 7
    Impacto: 7
    Inovação: 7

    Minha opinião: Ótimo conto. Aproveitou bem o pecado da inveja, desenvolveu com eficiência o cenário e os personagens (mesmo com pouco espaço) e a trama também foi muito bem construída, criando ação e reação às cenas propostas.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  19. Jowilton Amaral da Costa
    18 de fevereiro de 2015

    Bom conto. Denso. Consegui imaginar a paisagem desolada pela guerra. O conto nos mostra todo o poder que a literatura possui, que pode apaziguar corações feridos e sem esperança. O fim foi bacana. Boa sorte.

  20. Maurem Kayna (@mauremk)
    16 de fevereiro de 2015

    Essa história me tocou. Ainda que tenha ficado em explicação o modo como eles sobreviveram por ali, já que Miguel parecia não ter um estoque significativo de comida e não somos informados se o local ofertava algo. Foi das poucas histórias que me deu aquele aperto interno que o irremediável sempre causa.

  21. alexandre cthulhu
    16 de fevereiro de 2015

    Gostei do conto, mas encontrei algumas lacunas:
    Espaço temporal confuso.
    descritiva: “Nenhuma pessoa ou animal, cachorro ou ave por onde passava.”
    De resto, gostei do texto. Continue

  22. Ricardo Gnecco Falco
    16 de fevereiro de 2015

    Fenomenal! Bela história, bela escrita, belos personagens, belo final… E o que é melhor: o autor não ficou preocupado em citar por extenso o pecado temático. Só aqui já ganhou altura esta obra em meu pódio pessoal. Se não fosse uma história de guerra, já teria atingido o topo. É que guerra me deixa down, e isso o mundo de verdade já consegue fazer de forma insuperável; então, por isso, prefiro histórias “menos reais” do lado de cá… rs! Mas don’t worry, dear author… Este conto certamente estará lá em cima em minha votação final. E a história, mesmo de guerra, possui uma alma linda. Parabéns!
    Boa sorte,
    Paz e Bem!

  23. Virginia Ossovski
    15 de fevereiro de 2015

    O ódio e a inveja são capazes de destruir qualquer sonho… Esse conto me fez sentir tão pequena depois que terminei de ler! A técnica está muito boa, e com perfeição conta essa história sobre o poder da leitura. Excelente, parabéns!

  24. Alexandre Leite
    14 de fevereiro de 2015

    Ótima escrita, que caminhou com habilidade para o desfecho chocante.

  25. Sonia Rodrigues
    14 de fevereiro de 2015

    Português bom.
    Trama bem desenvolvida. Começa bem.
    Os sentimentos do personagem estão bem descritos, bom como a linguagem corporal do menino, que nos prepara para a surpresa no final. O autor preferiu a versão pessimista, que pena, fiquei um pouco decepcionada.

    Gostei desse trenho: “Enquanto o garoto lia, enxergava nele seu próprio reflexo, a inocência, a segurança. Por conta de sua companhia, da leitura dos livros, via-se tomado por uma sensação de enlevo. Entre os fantasmas de uma civilização em ruínas, percebia a vida pulsando a cada página lida pelos olhos do menino. Era possível acreditar num futuro.”

  26. Claudia Roberta Angst
    14 de fevereiro de 2015

    Posso dizer que me identifiquei com o estilo de escrita? Posso?
    Neste caso, desconfio de dois autores…
    A história narrada é ao mesmo tempo triste e bela com o enaltecimento singelo (sempre acho brega usar “singelo”) das letras, do saber, do ler e escrever.
    Encaixar o pecado da inveja neste contexto foi muito inteligente. Ainda mais que os leitores e ávidos comentaristas são todos escritores (alguns engatinhando, outros delirando).
    A abordagem do pecado foi sutil, mas todos já sabem como eu adoro sutilezas.
    Não há muito o que acrescentar, a não ser reafirmar que o autor possui extrema habilidade com as palavras e sensibilidade notável. Parabéns. Boa sorte! (Como diria Fabio Baptista: droga, lá se vai meu lugar no TOP 10)

  27. Sidney Muniz
    13 de fevereiro de 2015

    Especial! Maravilhoso! um conto que me atraiu por completo. Meu preferido até então.

    A sagacidade do autor. a alma que ele consegui dar a cada personagem é algo que merece aplausos.

    Estruturalmente, dentro das limitações de espaço, palavras e tempo, o autor consegui criar um ambiente, e dar-nos o melhor de cada personagem e o piro também.

    Senti que a cada passo não sabia onde iria entrar, ou o que iria enxergar, era como se estivesse em uma biblioteca a procura de um livro, e as estantes formassem um labirinto onde a cada passo “palavra” o caminho ia me levando a algum lugar. A tensão me acompanhou durante todo o belíssimo texto.

    E que desfecho esse heim? Um final de gala, lindo.

    Sem ter o que dizer digo que não interessa se esse texto será o campeão – na verdade para mim isso nunca interessa em desafios literários, pois pessoalmente os uso de laboratório, a fim de entender apenas e tão somente qual é o pensamento e aceitação do leitor em relação a cada tipo de escrita, por isso mudo tanto o padrão de uma participação a outra. Não é camuflagem, no meu caso, e sim uma espécie de pesquisa mesmo… risos… nesse desafio mesmo, não me reconheço no meu conto, em nada, e nem gostei dele… haha.

    Mas falemos de você autor(a) que me cativou por completo aqui.

    Coo estava dizendo, ou escrevendo… não importa se esse texto será o vencedor e sim que ele já me ganhou, de verdade! Estará para sempre em minha memória!

    Trama (1-10)=10
    Narrativa (1-10)=10
    Técnica (1-10)=10
    Personagens (1-10)=10
    inovação e ou forma de abordar o tema (1-5)=5
    Título= (1-5)=5 (perfeito e mesmo sendo um leitor da bíblia, não me lembro muito desse nome… haha, adorei conhecer a árvore mais a fundo, e as folhas em forma de coração me deixaram ainda mais com a sensação de perfeição do conto.

    Parabéns e boa sorte!

  28. Gilson Raimundo
    12 de fevereiro de 2015

    Comovente, duas pessoas que não sabiam se comunicar. É como num casamento, dois amantes sem saber se entenderem.

  29. Anorkinda Neide
    12 de fevereiro de 2015

    é um texto que procura a emoção do leitor, principalmente com o seu final.. tb nos identificamos com os livros, todos leitores q somos aqui…
    mas algo na linguagem utilizada nao me conectou, talvez um tom mais coloquial seria melhor. O mote é muito bom, a inveja abordada numa situação que jamais imaginaríamos..ehehe
    parabens!

    • Gustavo Araujo
      24 de fevereiro de 2015

      Espero que tenha encontrado o sicômoro no texto, minha amiga 😉

      • Anorkinda Neide
        24 de fevereiro de 2015

        Tchê! cá está ele… hihihihi

        Sentia-se como se à sombra de um sicômoro, ouvindo histórias sem preocupações.

        meus olhos pularam este trecho, muito bonita a imagem formada na imaginação do soldado 😉

  30. mariasantino1
    12 de fevereiro de 2015

    Bom, hum?

    Eu gostei por demais, demais mesmo e quase choro aqui. O menino estava fazendo uma cartilha para o Miguel aprender a ler. PARABÉNS!
    Parabéns mesmo. Houve muitos que conseguiram fazer traçados dignos de inveja. Gostei de tudo, da narrativa pausada, zelosa (me ensina?), com algumas construções bacanas e preocupada em oferecer muito mais que só a trama. Eu fico presa na narrativa, na forma que o autor conversa para ouvir a voz dele, e posso dizer que ouvi sua voz aqui de perto. Tudo muito claro e reto (e isso é bom). Você soube mostrar a ignorância de alguém e, mesmo que eu quisesse mais do Miguel, e desse cenário árido, que contrasta com a riqueza de outros mundos oferecidos pelos pequenos (grandes) tesouros, os livros, isso não interferiu em absorver e ver além. A inveja do personagem pelo DOM que o menino possuía foi um ótimo gancho. O título do conto é muito bonito e não me lembro se já vi alguém emprestar as ravinas para demarcar sulcos na pele de alguém 😀 Essa construção aqui é muito boa —>>> as linhas paralelas prometendo revelar algum segredo.
    Se fica alguma crítica de minha parte é a respeito das pequenas quebras pela forma de demarcar o tempo. “Certa manhã, numa manhã, certo dia, um dia…” Acredito que só inserir os fatos, sem as quebras, traía mais fluidez. Por exemplo quando o garoto aparece. Ficaria instigante se ele só escutasse a voz por detrás dele mencionando o nome do livro “O Corcunda de Notre Dame” e o Miguel se sentisse incapaz de atirar no guri pelo fato de ele saber ler.

    • mariasantino1
      12 de fevereiro de 2015

      traria mais fluidez*

      • mariasantino1
        12 de fevereiro de 2015

        Pane! Os comentários estão pulando do teclado antes da hora. KKK.

        Muito bom desafio para você. Sucesso. Abraço!

    • Gustavo Araujo
      24 de fevereiro de 2015

      Oi, Maria, muito obrigado pelo comentário. Você foi a pessoa que conseguiu pescar exatamente o que eu quis dizer nas entrelinhas. O menino estava fazendo uma cartilha para que Miguel aprendesse a ler. Não que as outras interpretações não sejam válidas — teve muita gente que achou que de fato havia uma mensagem e que Miguel jamais saberia — mas, quando escrevi o conto, a ideia foi justamente essa: Miguel acabando com a chance de aprender a ler.
      Valeu pela perspicácia 😉

  31. Eduardo Selga
    11 de fevereiro de 2015

    O conto pode ser lido como uma alegoria do mundo contemporâneo, num de seus aspectos mais perversos: o menosprezo pela subjetividade, representada aqui pela literatura, em detrimento da lógica da violência gestada pela ignorância (no sentido de desconhecimento).

    O mundo arrasado por um conflito a respeito do qual não se sabe o motivo, estabelecendo um vínculo com as tantas guerras mal explicadas da “realidade concreta”, é mais que uma representação de algo factível: é a própria psique humana violentada pelo não cultivo às artes e ao conhecimento sistematizado, é nossa contemporaneidade objetiva, focada, utilitária, consumista, espetaculosa.

    Nesse cenário, não é gratuito que até o próprio nome o personagem tenha esquecido ou dele não faça a menor questão: a identidades, hoje, se esvaem num grande caldo feito de pseudos. Pseudos tudo: felicidade, educação, amor. Já não somos, de fato: antes, queremos que o Grande Irmão criado por George Orwell nos diga, muito iluminado que ele é, o que vem a ser felicidade, educação, amor, pois estamos na mesma escuridão do personagem iletrado. Tateamos em busca de um sentido, como Miguel peregrina para não morrer e ao fazê-lo atinge o “[…]coração vazio de uma antiga metrópole […]”.

    A ignorância nos emburrece, dado que avaliar significados torna-se uma tarefa muito difícil, a ponto de nos satisfazermos com a muleta da aparência externa de tudo num mundo espetacularizado. Por isso o personagem, ao pegar um dos livros, “Achou bonito o floreio, a maneira como a palavra fora concebida”. Claro: o “bonito” é o máximo onde ele poderia chegar. É essa ignorância, essa dificuldade de entender o entorno que faz o personagem interpretar mal o comportamento do rapaz, o prazer que ele retira da ficção. Ora, num mundo de subjetividades embrutecidas o estranho é um inimigo. Logo, é preciso eliminá-lo.

    Não apenas pelo caráter alegórico o conto é bom. Sua construção está muito bem feita, mesmo porque alegorias só podem funcionar se o domínio da linguagem escrita for perfeito.

    Outras leituras no campo simbólico podem ser feitas como, por exemplo, o rapaz letrado em contraposição ao homem maduro analfabeto ser uma metáfora da nova geração que é destruída pela geração mais velha, ignorante e poderosa (a arma de fogo), mas paremos por aqui.

    • Gustavo Araujo
      24 de fevereiro de 2015

      Oi, Eduardo! Obrigado pelo comentário. Como disse o Jefferson Lemos, você tem o dom de encontrar significados nos contos que nem mesmo nós, que os escrevemos, conseguimos ver. Isso nos envaidece (olha o pecado!) e nos faz prestar mais atenção ao que produzimos. Assim como você, também me atraem mais os aspectos filosóficos dos personagens. É no que invisto em detrimento da ação. Mais uma vez, agradeço o tempo que você dedicou lendo e comentando o que escrevi. Abraços.

  32. Gustavo Aquino dos Reis
    11 de fevereiro de 2015

    Gostei da maneira como o conto se inicia. Mas, confesso, que achei forçado a relação inveja x leitura do Miguel para com menino.

  33. Rodrigo Forte
    11 de fevereiro de 2015

    Que conto maravilhoso, Vargas. Consegui sentir a solidão do Miguel e o desespero que ele passou nesse mundo. Um dos melhores contos que eu li aqui nesse desafio, sem dúvida alguma. Você fez mágica ao contar algo tão denso com tão poucas palavras. Um dos meus preferidos do desafio. Parabéns!

  34. Brian Oliveira Lancaster
    11 de fevereiro de 2015

    Meu sistema: EGUA.
    Essência: demora a engrenar, mas do desenvolvimento para o fim fica bem claro. Nota 7,00.
    Gosto: as descrições contemplativas me conquistaram, bem como o plot dos livros jogados. A história consegue transmitir uma sensação de melancolia de forma bem suave. A mudança de atitude foi um pouco rápida, mas desculpada pelo enredo. Nota 9,00.
    Unidade: a construção do segundo parágrafo me incomodou. Fora isso, leitura leve e fluente. Nota 8,00.
    Adequação: no final entendemos tudo o que aconteceu e ainda ocorre uma bela reviravolta, mas somente nessa parte pode-se sentir o tema. Nota 7,00.
    Média: 7,8.

  35. Rodrigues
    10 de fevereiro de 2015

    CACETE. Que conto emocionante. Gostei muito da maneira como foi escrito, uma escrita calma, descritiva, que leva a gente linha por linha cheio de curiosidade. Essa premissa da falta de esperança e da inutilidade dos livros num mundo sem saída foi bem utilizada e ajudou na tensão gradativa que foi se formando entre os personagens, o que já enche de carga dramática o texto. Como crítica, apenas no final, eu deixaria a coisa mais intrincada, sei lá, o menino não precisava necessariamente representar essa esperança única pro homem perdido, achei que a dramaticidade escorregou um pouquinho além da conta. Enfim, um conto ótimo que já está no meu top 10.

  36. Pedro Coelho
    10 de fevereiro de 2015

    Bom texto, o enredo esta um pouco confuso, com guerras também o são. Bons personagens e um bom final. Não ficou muito claro porque o menino mudou do desinteresse em relação ao Miguel, para um interesse total a ponto de tentar alfabetiza-lo.

  37. JC Lemos
    10 de fevereiro de 2015

    Sobre a técnica.
    Muito boa! Cheguei no final esperando mais, de tão bom que foi.

    Sobre o enredo.
    Considere-me um Miguel agora.
    Que história! Como eu gostaria de fazer as coisas assim, tão fluentes e gostosas de se ler. Olhando parece até fácil.
    Gostei da construção dos personagens, da forma como a história se desenvolveu nesse espaço tão curto. E esse final foi de quebrar o coração…

    Parabéns pelo belíssimo trabalho!
    Boa sorte!

  38. Thales Soares
    10 de fevereiro de 2015

    Nossa, que história sombria! Essa eu gostei! Conseguiu se destacar bastante entre todos os contos da competição. Leitura envolvente, personagens interessante (não sei porque, mas enquanto eu lia eu estava imaginando o Miguel como se fosse um primata… a visão em minha mente ficava mais engraçada, e como o autor não deu muitas descrições da personagem, abriu-me espaço para que eu o imaginasse do jeito que eu quisesse), a narração fluiu de forma bastante prazerosa.

    Não sei porque, mas comecei a ler o conto de forma bastante pessimista quanto a sua qualidade. Não demorou muito para que eu me surpreendesse totalmente. A história foi bastante criativa. O autor(a) utilizou o sentimento da inveja de um modo interessantíssimo. Eu já imaginava esse final para a história assim que o menino começou a escrever, então para mim foi um tanto previsível. Mas tudo bem, isso não tira o brilho do fechamento do conto.

    É justamente esse tipo de criatividade na abordagem do tema que eu estou buscando nos contos este mês (e infelizmente estou encontrando em bem poucos). Este conto já ganhou meu voto.

  39. Alan Machado de Almeida
    9 de fevereiro de 2015

    Um conto em que ocorrem poucas ações, é mais o personagem refletindo. Não é o único do desafio com essas características, mas chamou-me atenção por isso.

  40. Fabio Baptista
    9 de fevereiro de 2015

    Pensei, a princípio, que esse fosse o que a Anorkinda havia comentado no face que era do Ricardo.

    Mas imagino que seja do Gustavo Araújo. Ou da Bia.

    Bom, não sei de quem é exatamente, mas sei de uma coisa… é de alguém que escreve bem. A técnica está excelente.

    A trama, porém, não me agradou. Apesar de muito bem descrito, o cenário não me convenceu. Esse lance de “uma leitura por dia” já está batido há mil e uma noites e o mote inveja levando à ira assassina já foi explorado aqui no desafio (no meu conto, inclusive). Mais uma vez: desvantagens de se postar no final.

    E também, pode até ser que eu esteja dizendo uma grande blasfêmia aqui, mas a realidade é que estou meio saturado de histórias que fazem “apologia” à leitura, aos livros e tal. Algumas vezes isso soa natural, mas aqui me pareceu meio forçado.

    O final não foi dos mais surpreendentes, mas foi bem executado, fechando bem a trama.

    Veredito: talvez entre no top 10 pelo mérito técnico, assim como “Sem pecados” e outros. Mas no geral infelizmente não gostei muito não.

  41. Tiago Volpato
    9 de fevereiro de 2015

    Você escreve muito bem, sabe construir o ambiente que a história pede. Mas pessoalmente ela não me agradou, não por ser ruim, mas por eu não gostar desse tipo de história. Mas consigo ver a qualidade num texto mesmo sem gostar dele e sei que tem bastante aqui.

  42. rubemcabral
    9 de fevereiro de 2015

    O conto tem jeitão de texto do anfitrião, Gustavo.

    Então, gostei do conto, o cenário pós-apocalíptico com livros é imaginativo e a imagem que ilustra o conto é ótima também. Senti falta, no entanto, de algumas metáforas caprichadas ou descrições interessantes. No início do conto há a bacana “ravinas” como sinônimo de ruga, mas depois tais figuras rareiam.

    Achei o enredo, contudo, simples. Senti falta também de algum diálogo, para dar mais carne ao adolescente ou ao Miguel. O final, deste eu não gostei muito: culpa, arrependimento, lição de moral embutida (embora não explícita)…

    Veredito: bom conto!

  43. Cácia Leal
    8 de fevereiro de 2015

    Excelente conto. Acho que ficará entre os primeiros colocados. Muito criativo, muito bem escrito. O modo como desenrola a história, as palavras escolhidas, tudo bem pensado e bem trabalhado. Realmente, a inveja mata, não há dúvidas depois de ler essa história! Parabéns ao autor!

  44. Mariana Gomes
    8 de fevereiro de 2015

    😢
    Ah não. Eu quero saber o que estava escrito no papel agora! Que maldade autor(a). Mas está muito bom, sua escrita é agradável. Parabéns e boa sorte!

  45. Luis F. T.
    8 de fevereiro de 2015

    Ótimo conto! Logo no começo deu pra perceber que a história tinha potencial, embora não desse pra deduzir a direção que o autor ia escolher. O final, trágico, amarra bem o conto, tornando bastante emocional e impactante.

    Contudo, este é um conto que se beneficiaria igualmente de um final feliz e, após ler tantos contos trágicos nesse desafio, até teria um impacto maior uma resolução mais “meiga”.

    De qualquer forma, eu adorei e é sem dúvida um dos meu três contos favoritos!!

    • Luis F. T.
      12 de fevereiro de 2015

      Acabei repensando minha posição sobre o conto, em parte por causa da atitude do garoto na história. Isto, pois, não consegui conciliar a forma que ele agia para com o homem analfabeto e o final do texto.

      Se a intenção dele era boa, ele queria ensinar mesmo e era um garoto bom, por que isolar o homem até o final? Se esse for o caso, dá a impressão de ser apenas um meio de inserir o pecado no conto de forma conveniente.

      Agora, se o moleque, na forma como descrita, estava de saco cheio de ler pro homem e pensou algo do tipo “Deixa eu ensinar o velho logo que ele para de encher!”, se foi isso que realmente aconteceu, acaba com o impacto final do conto pra mim, que foi sentir dó da morte de um garoto que eu achei que tinha boas intenções. E como parece a opção mais plausível, acabei não curtindo mais tanto o conto quanto inicialmente. 😦

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Publicado às 8 de fevereiro de 2015 por em Pecados e marcado .