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Detox Literário.

“Anardeus” – Resenha (Bia Machado)

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Anardeus realmente me fisgou. Lá estava eu, pensando no que ler, quando olho para a estante e pego o livro do Walter Tierno sem pensar duas vezes. Porque eu penso “Será que é esse livro mesmo?” na maioria das vezes em que um livro parece me chamar. E Anardeus não fez isso. Foi algo como “Quer me pegar? É por sua conta e risco”, com esse desdém mesmo. Resolvi correr esse risco e acertei.

O livro conta a história de dois irmãos gêmeos muito estranhos, Anardeus e Isabel, que não pediram para vir ao mundo. Mas nasceram, e o que eles são aos poucos vem à tona, de uma forma que levará o mundo como conhecemos ao apocalipse, começando por São Paulo, onde vivem, sem poupar ninguém. O protagonista é muito feio, segundo a descrição feita, chega a criar uma sensação de desconforto em quem quer que seja que arrisque olhar para ele. Só que não é somente isso que ele causa por onde passa… Já com Isabel é o inverso: nasce linda e conquista as pessoas onde quer que chegue, todos a querem, todos sentem necessidade de estar com ela, cada vez mais. Só que também há mais coisas que podem acontecer, principalmente com quem a magoa… Aos poucos, vão compreendendo o que ocorre com os dois quando… Bem, acho que não dá para falar mais do que isso sobre o enredo…

Não é um livro fácil. Quem não curte palavrões e cenas de sexo talvez se incomode com isso. Talvez. A mim não me incomodou, essas questões serviram para dar um tom mais real ainda para a história, e uma sensação maior de que aquilo tudo era crível, possível.

Quanto à estrutura, o livro tem mais de um narrador, mas grande parte da história é o próprio Anardeus quem nos conta, de forma crua, ácida, sem rodeios, com sua visão desgraçada sobre o mundo e o ser humano. Incrível como Walter não se perde em momento algum, o personagem é o que é, não há uma oscilação, o escritor é fiel à sua proposta do começo ao fim. O curioso é que não consegui deixar de ler sem pensar que essa história daria uma ótima graphic novel, ou um filme. Foram 181 páginas lidas em poucas horas, porque eu simplesmente queria saber toda a história, queria saber onde a narrtiva chegaria, o porquê daquilo tudo… Ou seja, o livro do Walter Tierno (que além de escrever também o ilustrou) fez o que eu busco em um livro: prendeu minha atenção, em uma época em que está cada vez mais difícil disso acontecer.

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2 comentários em ““Anardeus” – Resenha (Bia Machado)

  1. rubemcabral
    27 de janeiro de 2014

    Muito interessante! Fiquei curioso em ler…

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Publicado às 27 de janeiro de 2014 por em Resenhas e marcado , , .
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