EntreContos

Detox Literário.

Letícia (Susy Ramone)

O coração retumba e ela arqueia o tronco, está na cama; as costas apoiadas por inúmeros travesseiros, o suor escorre da testa enquanto treme, cansada, com medo, as pernas e pés latejam como se realmente os houvesse utilizado durante a corrida desabalada num mundo ilusório e ao mesmo tempo tão palpável quanto o cobertor que esmaga entre os dedos.

Lívia fita as paredes e móveis do quarto e dá um suspiro típico de quem encontra água no deserto, os olhos refletem a gratidão por estar ali, iluminada e aquecida pelos raios de sol que atravessam a janela. Vai se acalmando, sente as batidas vitais desacelerando aos poucos, a respiração retorna ao ritmo normal e, por fim, ela consegue se entregar ao pranto mudo e dolorido, guardado há tanto tempo em sua alma.

Sozinha, ela permanece por horas, não quer chamar ninguém, atrapalhar… No canto esquerdo observa a prateleira repleta de livros, quem dera Laura entrasse para que pudesse pedir um, mas Laura não vem assim tão cedo, os outros nunca passam mais de dez minutos com ela e a tristeza a consome. Após ler de longe todas as lombadas daqueles exemplares e lembrar-se vagamente dos conteúdos de alguns, ela passa a mão na face, consternada. Analisa as unhas sem realmente prestar atenção a elas e, mais uma vez, a visão defrauda o raciocínio, levando-a dali.

Imagens insólitas compõem um caminho labirintado na mente; ora verde, luzidio e repleto de flores coloridas, ora seco, escuro, murcho e retorcido, tão nebuloso quanto à vida havia se tornado depois do acidente que lhe roubara bem mais do que a vontade de viver e os movimentos das pernas.

Desde o despertar naquele hospital, Lívia percorre, sem hora marcada, o corredor repleto de passagens e divisões distribuídas de modo tão confuso que duvida poder encontrar uma saída. Como quem é enlaçado por um transe ou um torpor profundo, o mundo real desaparece e penetra-lhe os pensamentos a representação deste cenário, dia e noite, quer esteja dormindo ou acordada, obrigando-a a cumprir um percurso exaustivo sob um efeito fast foward, assustador e fantasmagórico.

E de novo ela desperta, o coração retumba e ela arqueia o tronco…

A fronteira entre a realidade e a ilusão vai se apagando na mesma proporção em que Lívia perde o gosto pela vida. De momento em momento ela mergulha e volta do labirinto, cansada, ofegante, assustada, calculando quanto tempo restaria até que não mais retornasse. Porém tais pensamentos a assustam e ela não pode deixar de sentir alívio toda vez que sobressalta e percebe estar viva. Uma viva-morta, é verdade, mas ainda assim, aqui.

De todas as idas e vindas ao desconhecido, esta foi diferente; Lívia não corria, não andava, não falava e nem nada. Apenas a cabeça e os olhos se moviam, perscrutando as paredes de concreto. Desta vez, um cinza limitado contrastava com o azul turquesa do céu e embora soubesse que o seu corpo repousava na cama macia do quarto, a presença naquele mundo comprido cheio de entradas à direita e à esquerda era incontestável. Lívia desviou o olhar do firmamento e analisou as mãos. Beliscou a pele do antebraço, sentiu dor. Recolheu a barra do vestido lilás junto ao corpo, estava com as pernas firmes no chão de paralelepípedos e mexeu os dedos dos pés descalços, abrindo um sorriso por poder fazê-lo.

Após longos meses percorrendo aqueles caminhos às pressas, com a adrenalina a lhe arrebentar por dentro, finalmente conseguia controlar seus movimentos. Bem devagar, ela deu um passo, depois outro e mais outro, até chegar à primeira abertura do labirinto e vislumbrar o corredor mais lindo que já vira. Ali, as paredes eram revestidas por trepadeiras verdinhas e iluminadas por uma luz de origem invisível. Flores de todas as cores debruçavam pelos galhos finos, preenchendo-lhe o ser com a alegria que há muito não sentia.

Ela ensaiou entrar, mas torceu a cintura, verificando novamente o corredor de concreto às suas costas. Um pouco mais adiante, do lado oposto, outra passagem esperava para ser atravessada. Curiosa, ela retomou os passos e seguiu, deixando para trás o caminho florido e postando-se à outra entrada. Chovia tão forte do outro lado, que não conseguiu definir do que eram feitas as paredes, tampouco enxergar o que havia além. Examinou a consciência e teve a impressão de que derreteria junto com o temporal caso ali entrasse. Enroscou os braços ao redor do corpo para proteger-se do vento frio e afastou-se de imediato, rumando à outra abertura. Desta forma ela foi até o limite do corredor de concreto, averiguando cada caminho e decidindo qual tomar.

Nenhum deles parecia vantajoso, exceto o das trepadeiras. Havia passagens agoniáveis; umas, com árvores secas e flores murchas – o que só faria aumentar sua tristeza. Noutras, o sol escaldante – capaz de fritar-lhe os miolos – causaria queimaduras e traria à tona a sede. Ventos fortes demais, terremotos, ou ainda a neve branca e silenciosa, pronta para congelar-lhe os ossos ou desprender-se das paredes, soterrando-a. Não. Ela já havia decidido.

Correndo, retornou à extremidade do corredor neutro. Tomaria o caminho das trepadeiras com flores coloridas. Durante o trajeto, temeu não encontrá-lo mais, não sabia até que ponto as coisas eram fixas e sólidas naquele ambiente inusitado. O olhar iluminou-se ao vê-lo ali, desencadeando a mesma enxurrada de boas sensações de quando o vira agora a pouco.

Lívia tomou o corredor verdejante sem pestanejar. Nos primeiros passos, entretanto, espinhos feriram seus pés. Ela gemeu e olhou para trás, cogitando retornar, mas a abertura às suas costas não existia mais; a escolha havia sido feita e mesmo ferida, teria que seguir em frente, teria que alcançar a próxima passagem. Suportou a dor e deslocou-se alguns metros, mesmo pisando com cuidado, as solas dos pés rompiam-se em pontas finas, camufladas pela grama. A chuva não lhe parecia tão ruim agora, e nem o sol tão quente, tampouco terremotos, ou ventos, ou locais escurecidos, rodeados por árvores secas e flores murchas. O que quer que existisse na próxima abertura, ela enfrentaria. Qualquer coisa para livrar-se dos espinhos, até mesmo a neve…

A surpresa foi maior do que o assombro ao deparar-se com outro corredor igual. Ficou em dúvida quanto a seguir em frente e verificar as outras passagens, ou entrar naquela, que com dificuldade alcançara.  De qualquer maneira, os pés seriam feridos por mais alguns metros e ela decidiu continuar pelo mesmo caminho, desesperando-se ao encontrar em todos os acessos, cenário semelhante ao qual estava.

Lágrimas de dor rolaram e Lívia se apavorou diante à impotência. Varreu com as mãos um pedaço do solo, sentou-se e deu-se por vencida. Esperaria até que a morte a carregasse, com sorte, não demoraria.

Embora houvesse mantido tais esperanças durante um tempo incalculável, já beirando à eternidade, a melancolia devorara quaisquer expectativas de morrer que existiam nela, os pés ainda sangravam e doíam, jamais cicatrizaram. No fundo ela sabia que ali sentada, nada mudaria. A morte não seria a sua amiga. A morte não é amiga de ninguém, pode despontar de um segundo a outro ou levar a eternidade para vir. Não levara uma flor sequer durante todo o tempo em que estivera ali. E não a levaria também. De qualquer forma, a ceifadora não habitava aquele lugar, era apenas privilégio do outro mundo. Suas alternativas eram claras e Lívia passou a ter nova visão sobre as circunstâncias.

Enquanto sentiu pena de si mesma, as flores coloridas a olharam com deboche, podia jurar. Vendo-as dependuradas e examinando o seu eu interior, compreendeu a experiência pela qual passava. Mesmo que houvesse escolhido outros caminhos, cada um deles revelaria obstáculos difíceis de transpor. Lívia entendera a mensagem, estava agradecida pela oportunidade a ela concedida e agora precisava ir.  Forte, renovada, com a coragem dos bravos e a resolução dos fortes, tão logo se pôs em pé, decidida a seguir, aguentar a sua dor e encontrar de uma vez por todas a saída, um espectro esbranquiçado e translúcido ergueu-se à sua frente, estendendo-lhe a mão.

Lívia olhou a menina fantasma por longos minutos, não a reconheceu, mas havia nela uma familiaridade tão profunda, que lágrimas brotaram-lhe dos olhos, ainda que não soubesse o porquê.  O peito foi preenchido por imenso júbilo e Lívia sorriu. De pronto, foi retribuída e então pousou a mão direita sobre a da menina. Uma corrente de energia boa lhe invadiu o corpo, os pés foram curados, a alma cicatrizada e juntas percorreram o caminho certo do labirinto. Passaram pela neve, pela chuva, pelos ventos e terremotos, pelas árvores secas e pelas flores murchas sob um efeito fast foward, que não a assustava mais.

Ela desperta em seu quarto, o coração retumba de alegria…

– Mãe? O que foi? Desculpe te acordar, não quis te assustar assim…

– Laura, que bom te ver, filha! – dá um suspiro típico de quem encontra água no deserto, os olhos refletem a gratidão por Laura estar ali, iluminada pelos raios de sol que atravessam a janela formando um halo dourado às suas costas. Lívia vai se acalmando, sente as batidas vitais desacelerando aos poucos, a respiração retoma o ritmo normal e, por fim, ela abraça a filha.

– Vou trazer seu café da manhã – Laura diz, ainda envolvida pelos braços de Lívia –, desculpe a demora, mãe, não quis te deixar sozinha por tanto tempo, mas passei no consultório e…

– Não faz mal, filha, eu precisava mesmo ficar um pouco sozinha – Lívia abre os olhos. Em frente à cama, o espectro esbranquiçado que a resgatara do labirinto meneia a cabeça, sorri com satisfação e ondula até desaparecer.

Ela chora de emoção.

– Laura, escute – diz com os olhos marejados –, não precisa trazer meu café da manhã. Vou comer com você na cozinha – fala decidida, desvencilha-se dos braços carinhosos, puxa a cadeira de rodas para perto da cama e com a ajuda da filha, senta-se nela.

– Não precisa fazer este esforço, mãe! Percorrer este caminho todo, pra quê? Além do mais, tem o degrau da sala e…

– Qualquer caminho, Laura, tem obstáculos. Não há caminhos perfeitos, por mais que pareçam ser. Eu vou sair deste quarto, vou reagir, filha! Tenho os braços fortes ainda, posso ser útil nesta casa, não acha?

– Ah, assim é que se fala, dona Lívia! Dou o maior apoio!

Lívia gira as grandes rodas laterais, movendo a cadeira. Aproxima-se da prateleira de livros, estica o braço e puxa um, guardando-o ao lado do assento para ler mais tarde. Depois, com a ajuda de Laura deixa o quarto.

As visões jamais a abordaram novamente. Estar com Letícia pela última vez, ver seu rosto, ser amparada pela filha e resgatada do sofrimento, valeu cada momento áspero que passou no labirinto. O toque de suas mãos e o sorriso acolhedor jamais sairiam de sua memória. Sim, ela perdera bem mais do que a vontade de viver e os movimentos das pernas no acidente… Mas tudo estava diferente agora e Lívia seguiu em frente, como tinha que ser.

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28 comentários em “Letícia (Susy Ramone)

  1. susyramone
    16 de janeiro de 2014

    Obrigada pelos comentários! Este é o primeiro conto “bonzinho” que escrevo; sem sangue, sem terror, sem aquele ar macabro ao que estou acostumada. Valeu bastante a experiência, principalmente porque preciso produzir um conto infantil e estou insegura com isso. Agradeço muito pelo retorno de todos. Adorei participar =D

  2. Leandro B.
    15 de janeiro de 2014

    Está aí um conto com final feliz que eu gostei. Narrativa muito boa. Como sou um pouco pessimista, pensei em uma infinidade de coisas que poderiam dar errado para Lívia.
    De todo modo, fui levado pelo texto.

  3. Frank
    15 de janeiro de 2014

    Muito bem escrito e fiquei bastante curioso com a história. Contudo, quando o conto entrou no modo “mensagem de superação” do tipo “todo caminho tem dificuldades” soou-me como auto-ajuda e não me agradou.

  4. Pedro Luna Coelho Façanha
    14 de janeiro de 2014

    Eu achei um conto muito bem pensado. Mas a história não me empolgou. De qualquer forma, é um bom texto.

  5. Caio
    13 de janeiro de 2014

    Olá. Gostei da sua ideia do labirinto, foi um jeito legal de trabalhar a queda da personagem e a volta. A inspiração saiu melhor que a escrita, e olha, não to dizendo que tá mal escrito, mas em questão de escolha de narração acho que você tomou uns caminhos não tão felizes. Se esse mesmo conto fosse, em vez de imagens e discursos claros, sutileza e insinuação, seria uma combinação muito boa, eu acho, da fantasia e do intelectual. Sairia do campo de uma história feliz pra ser um simbolismo que exige pensamento do leitor, mas que o atinge com mais força por isso. Nesse sentido, acho que a parte sobre “todo caminho tem seus obstáculos” podia muito bem ser cortada, deixada pro leitor interpretar. Lívia só agiria e o leitor seguiria ela por esse mundo louco, entretido pela fantasia de tudo, e depois se quisesse e parece pra pensar, encontraria ainda esse subtexto ótimo por traz das alegorias. Acho essa abordagem mais eficiente, e é por isso que a aponto pra você. A sensação de descobrir, entender algo escondido é muito mais satisfatória e forte que ser contado tudo abertamente. Espero que faça sentido e ajude, abraços

  6. Pedro Viana
    12 de janeiro de 2014

    “A morte não é amiga de ninguém, pode despontar de um segundo a outro ou levar a eternidade para vir.” – adorei a frase, só para constar.

    O conto é interessante, muito bem escrito, com uma linguagem poética bem trabalhada e uma visão interessante sobre a morte em si e a “vida” de um fantasma. No entanto, achei a introdução cansativa demais para pouca coisa. Infelizmente, apesar dos pontos altos que mencionei, não gostei muito. Parabéns de qualquer modo.

  7. Paula Melo
    12 de janeiro de 2014

    Gostei da ideia do conto,de como foi desenvolvido e da escrita.
    Foi um pouco diferente dos contos que li até o momento.
    Boa Sorte!

  8. Raione
    11 de janeiro de 2014

    O percurso um tanto cansativo por sonhos carregados de um simbolismo muito óbvio, nos quais Lívia prefere se perder para não ter que enfrentar sua dura realidade, a presença muito reconfortante do fantasma da filha e o tom motivacional do texto (excessivo, pra mim): nada me convenceu. Mas, julgando pelos outros comentários, parece que o problema está na minha leitura, que pode não ter sido nem minimamente atenta às sutilezas.

  9. Tom Lima
    10 de janeiro de 2014

    Muito bem escrito. Muito bem descrito. Poético.

    Muito bonito, mas não me agradou.

    Coisa pessoal, sabe?

    Frases longas me incomodam. Principalmente em contos.

    Como meu gosto pessoal não interfere na qualidade do seu escrito, parabéns! 🙂

  10. Mariana Borges Bizinotto
    7 de janeiro de 2014

    Poético, emotivo, gostei de seu estilo.

  11. Weslley Reis
    6 de janeiro de 2014

    A escrita é admirável e bem construída. Como já citado em diversos outros comentários é possível ver a evolução da personagem no decorrer do conto. Por outro lado, não me prendeu. Dispersei várias vezes da história.

    O conto é excelente, não há como negar. Mas por gostos pessoais, não me tocou.

    Parabéns.

  12. Marcellus
    28 de dezembro de 2013

    Bom texto, bem escrito, com poucas correções a fazer.

    Partilho da crítica de que a mensagem final poderia ser sublimada, para que o leitor tirasse suas próprias conclusões. Ainda assim, parabenizo a autora. Boa sorte!

  13. Ryan Mso
    28 de dezembro de 2013

    Este não me agradou tanto, achei um pouco cansativo, porém talvez por conta do tom poético, ele não me agrada tanto. De qualquer maneira, nota-se a boa escrita (na verdade, até agora todos que li estavam bem escritos, uns mais e outros menos).

    Eu parabenizo a autora. Mesmo o texto não tendo me agradado, reconheço a qualidade do mesmo.

  14. Gunther Schmidt de Miranda
    24 de dezembro de 2013

    Após ler uma série de observações sobre os comentários por mim postados neste concurso e suas respectivas respostas vi claramente que fui tomado de certa pobreza de espírito. Em certos momentos nem fui técnico, muito menos humilde. Porém, em remissão a estes erros cometidos, leio tal criação, e não há como perceber que foi bem escrito, com retoques de poesia. Descrições primorozas levam-me a parabenizar o escrito (a).

  15. Inês Montenegro
    22 de dezembro de 2013

    Tive dificuldades em manter a atenção no texto, pareceu-me que enrolou demasiado no seu caminho onírico.
    Numa nota mais agradável, nota-se o desenvolvimento da personagem, e a escrita destaca-se.

  16. bellatrizfernandes
    21 de dezembro de 2013

    Achei encantador.
    Tem aquele quê de fantasia, de fábula, da lição aprendida. E mesmo que o fantasma da Letícia tenha tido um papel tardio, a própria Lívia era um fantasma ela mesma no início. E Lívia é uma das melhores personagens dos contos que eu li, porque é possível ver a evolução dela do começo até o fim!
    Se orgulhe do seu conto porque está MUITO bom!

  17. Ana Google
    20 de dezembro de 2013

    Texto bacana, bem feito, mas o enredo não me encantou… De qualquer forma, parabéns para a autora.

    Somente uma observação. Nessa passagem: “o vira agora a pouco”, o correto nesse caso, é se usar o “há” e não “a”, ok?

    Abraços!

  18. Ricardo Gnecco Falco
    20 de dezembro de 2013

    Gostei muito da história e também do grau de emoção que o texto passa. As palavras devem ser sentidas antes de ganharem o papel/tela. Como num parto, elas devem sempre nascer de nossas emoções. E este conto transmite isto.
    Parabéns pela obra e, principalmente, pela mensagem edificante que ela transmite.
    Um ótima leitura!
    . 🙂 .

  19. Clair Glaucia castilhos
    19 de dezembro de 2013

    Goste pois prenderá atenção até o fim e como conto temo principal isso é começo meio e fim

  20. Jefferson Lemos
    19 de dezembro de 2013

    Eu achei o texto muito bonito r muito bem escrito, porém eu não consegui gostar. :/
    No meu caso é questão de gosto, pois o texto é uma maravilha!
    Parabéns e boa sorte!

  21. Gustavo Araujo
    19 de dezembro de 2013

    Sensacional! Muito bem escrito e praticamente isento de erros. Tudo funciona bem: a construção dos personagens, o desenvolvimento da angústia de Lívia, a superação de seus traumas. Gostei muito do tom cândido que permeia toda a narrativa. Isso, aliado ao contexto predominantemente onírico, fez com que eu viajasse de verdade. O único senão, a meu ver, foi o momento em que Lívia diz a Laura que “qualquer caminho tem obstáculos”. Isso já estava implícito por conta de tudo o que ocorreu antes, não é verdade? Do jeito que ficou, pareceu que intenção foi não deixar dúvidas a esse respeito, tirando do leitor a possibilidade de chegar sozinho a essa conclusão – o que teria sido mais interessante. De todo modo, um contaço acima da média. Parabéns e obrigado 🙂

    • Regina Nigrans
      19 de dezembro de 2013

      É verdade, Gustavo. E olha que cortei um monte de texto que reforçava ainda mais coisas rsrs. Pelo menos meia página foi pro lixo, mas gostei bastante da sua observação, vou ficar mais atenta =)

  22. Anna W.
    19 de dezembro de 2013

    Conto muito bem escrito, muito bem descrito, dando para visualizar cada detalhe, cada cor, até mesmo o calor e o frio sentidos pela protagonista. Uma leitura suave com desfecho muito bonito. Parabéns!!!

  23. Claudia Roberta Angst - C.R.Angst
    19 de dezembro de 2013

    Muito bonito o texto. Também tenho o mesmo problema ao tentar encaixar diálogos (que eu adoro) na prosa poética. Queremos manter o lirismo, mas também imprimir naturalidade à narrativa e às vezes, não conseguimos. No caso deste conto, não me incomodou a mudança de tom quando introduzida a fala da personagem. A leitura foi bem agradável e repousante. Valeu! Boa sorte!

  24. Thata Pereira
    19 de dezembro de 2013

    Maravilhoso de ler… poético.

    Adorei as primeiras descrições, fiquei encantada com a narrativa, mas quando começaram os diálogos a candura do conto parece que se quebrou. Como essa fala:
    – Ah, assim é que se fala, dona Lívia! Dou o maior apoio!
    Quebrou a poesia do texto…

    Outra coisa que reparei foi que o/a autor/a gosta muito de virgulas rs’ eu pouparia elas quando possível. Agora não vou recordar, mas vi umas construções muito bonitas que se destacariam se fossem encurtadas.

    Boa Sorte!

    • Regina Nigrans
      19 de dezembro de 2013

      Tem razão, eu até cheguei a pensar em dispor as falas de outra forma, algo que combinasse com o restante do texto, mas descartei esta hipótese, pois ninguém conversa de forma poética e ficaria forçado. Uso mais vírgulas do que pontos para que a leitura flua mais rapidamente. Textos com muitas pausas no mesmo parágrafo me incomodam =)

      • Thata Pereira
        19 de dezembro de 2013

        Pois é… levei isso em consideração. Muitos leitores não gostam dessas falas poéticas. Eu não me incomodo, penso até que o tema se encaixa bem nesse lirismo e conheço pessoas que falam assim. 🙂

        Quando as vírgulas, vai mesmo do gosto pessoal. Boa Sorte!

  25. Bia Machado
    18 de dezembro de 2013

    Foi uma leitura agradável, prendeu bem a minha atenção, é bem onírico, uma narrativa muito bonita. Bom para descansar de “contos ensanguentados”, rs. Parabéns!

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Publicado às 17 de dezembro de 2013 por em Fantasmas e marcado .
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