Este projeto nasceu em uma época em que eu deixei de participar dos desafios do Entre contos para focar nos meus romances. Descobri que sentia falta de sentar e escrever, de uma só vez, uma história, sem ter que me preocupar com as inúmeras complexidades que um livro de centenas de páginas traz à mente do escritor. Ao mesmo tempo em que sentia este vazio em meu peito, eu estudava técnicas de escrita e estrutura de textos literários, e estava curioso para aplicar algumas das coisas que aprendi, mas não conseguia encaixá-las nos meus livros. Um terceiro fator somava a isso tudo: eu sempre joguei Role Playing Games (RPG, como Dungeons and Dragons), e meu grupo de amigos queria começar uma nova história. Decidimos que queríamos jogar uma história de terror, e que eu seria o mestre aquela vez. “O Jarro” surgiu como uma mescla disto tudo.
Para quem não sabe, uma sessão de RPG nada mais é do que um grupo de jogadores ouvindo um narrador contar uma história. Cada um dos jogadores assume o papel de um personagem na história, e eles falam as ações que seus personagens realizam no enredo. As consequências são decididas pelo mestre, pelo grupo, ou pelos dados, dependendo do sistema de regras que o grupo decide assumir. As linhas que você lerá a seguir nasceram deste jogo. Após cada sessão, eu me sentava e escrevia (à mão: era outra coisa que eu queria fazer, voltar a escrever à mão, largar um pouco o teclado do computador) um pequeno texto contando um pouco do que aconteceu na história. Textos rápidos, mas onde eu tentava aplicar um pouco do que aprendia nos livros que lia e exercitava meu músculo de “contista” para que não o perdesse completamente para o “romancista”.
Por isso falo que este projeto foi escrito por muitas mãos. Apesar de eu ter adaptado o jogo para algo legível no meio literário (jogos de RPG tendem a ser caóticos e as piadas, mesmo em um jogo de terror, são constantes!), a história foi criada por todos nós, mesmo que eu seja o bardo a transformá-la em conto. Por isso agradeço aos meus amigos Ricardo Esteves (que interpreta Finnegan), Pedro Ivo (Thomas), Diego Romar (Edward), Renan Fontella (Cory) e Fellyppe Araújo (Samuel), com participação especial de Filipe Esteves, que criou a base para o personagem George, mas não pôde jogar conosco.
Se você gosta de terror, do desconhecido e do estranho, talvez (assim espero!) você curta esta série de contos.
Boa leitura!
O Autor.
Já li as duas primeiras partes. Aguardo o que vem pela frente.
Botei fé, Marcão!
A primeira parte já está lá! =)
Interessante! Estou ansiosa pelo conto!