EntreContos

Detox Literário.

Dois Meninos, um Cachorro e uma Bola (Fernanda Caleffi Barbetta)

Lipinho abre o bloco na primeira folha branca e o descansa sobre as pernas, apanha o estojo e busca, com a ponta do indicar, o lápis HB, examina a ponta, deixa o estojo de lado e procura no entorno algo para retratar.

Tanta beleza aqui na praça, talvez ele desenhe aquela árvore florida ou um pássaro, são tantos. Foi principalmente por este contato com a natureza que eu sugeri ao Marcelo nos mudarmos para o campo. Vai ser mais fácil para o meu menino, para nós.

Uma senhora aparece no portãozinho da casa que fica do outro lado da pracinha e chama pelo vira-latas a uns dois metros de nós, Rimén, bate palmas, mas ele não vai. Deve ser He-Man, igual ao do desenho, um nome engraçado, principalmente por sua magreza de se enxergar os ossos vincados sob a pele amarronzada.

Meu menino mantém os olhos atentos em He-Man e encosta o lápis na folha. Está decidido. Mas o cão não é um bom modelo-vivo, não fica parado para que ele o observe com calma e se detenha nos detalhes. Ao contrário, se esparrama no chão, se espoja feito cavalo, pra lá e pra cá, o rabo comprido acompanhando o movimento da cabeça. A boca aberta faz um barulho de rosnado úmido.

Encostado na laranjeira, meu filho não faz conta da folia de He-Man, que se demora com o dorso na terra batida, desenha o cão em pé mesmo assim. Começa pelas costas, escorrega o lápis pela cabeça, até o focinho, contorna a língua espichada para fora da boca semiaberta, traça as quatro pernas com cuidado e finaliza no rabo empinado. Impressionam as pernas, em proporção, nos lugares exatos, dando ao cão ilustrado a veracidade de He-Man.

Lipinho tem oito anos, desenha desde os cinco, quando descobriu que os lápis deixavam marcas coloridas na parede da sala. E não eram garranchos, olhos assimétricos como faziam as outras crianças de sua idade; garatujava pequenas criaturas com membros ligados aos corpos, a cabeça destacada, em uma circunferência à parte; fazia céu, piso, e os elementos seguiam uma proporção.

Eu não soube reprimir, deixei que desenhasse nas paredes, nas portas, que se expressasse à vontade. Era bonito de ver. Marcelo não ralhava com o filho, entendia que a culpa era minha, do meu pulso nada firme, da minha falta de preparo para educar uma criança. Dê papel a ele, o ensine a ficar sentado na banqueta enquanto rabisca. Mas Lipinho era muito enérgico, estava aqui e, logo, acolá, as perninhas agitadas ganhando os espaços. Ouvia seus passinhos sempre apressados, mal podia acompanhar. Principalmente hoje, não me arrependo de ter facilitado tanta liberdade.

Calca o contorno das patas, descansa o lápis, me olha e recosta a cabeça no tronco da laranjeira; seu quadril escorrega alguns centímetros. Passo os dedos pela gola de sua blusa, toco seu queixo, sua bochecha, sorrio, e só depois encaixo as mãos entre suas costas e a árvore e o reergo para que volte a ficar ereto.

He-Man se levanta, espreguiça o corpo mirrado, lembra um gato. Fica em pé, desfila as costelas aparentes, seu marrom encardido, mas Lipinho agora busca o azul, vai fazer o céu.

Colore um dia mais bonito do que o de hoje; ignora que está nublado. Gosto de acompanhar o vai-e-vem que deposita no papel um azul mais forte do que o celeste.

O ar aqui é mais puro, o céu parece mesmo um azul mais azul, igual ao lápis que ele escolheu; ainda que haja dias nublados, como hoje.

Ele está feliz aqui no campo, apesar de tudo; percebo por suas atitudes, como agora por exemplo, mesmo com a ausência do sol, ele larga o azul e busca o amarelo. Não alcança, está longe, indica, pede, e eu lhe entrego o amarelo mais vibrante. Sorri e volta a atenção ao desenho.

Da casa de onde a mulher chamava por He-Man, sai um menino, tem uma bola nas mãos. Sinto um ventinho chato. He-Man vai correndo até ele, quer brincar, raspa a pata na perna de seu pequeno dono, quer que ele coloque a bola no chão, mas o menino não o atende.

Tenho medo que Lipinho tire os olhos do sol já quase finalizado, tão vibrante, e perceba a bola, a criança tão em pé, o cachorro tão serelepe.

Pego um marrom e lhe ofereço, faça uma árvore aqui, indico com a ponta do lápis um espaço branco na folha; mas ele não planeja uma árvore ali. Balança a cabeça em negativa, com vigor.

Vejo que o moleque caminha em nossa direção, He-Man o acompanha. Lipinho também vê, e fala, quase grita, quero fazer uma bola e um menino.

O moleque nos alcança, senta-se à nossa frente, empurra alguns lápis com os pés quando se ajeita para assumir a posição de índio. Apoia a bola no vão que lhe sobra entre as pernas cruzadas. Quer fazer uma igual a esta?, pergunta, indicando com os olhos. Lipinho faz que sim com a cabeça, apanha um vermelho sem ponta, devolve ao chão e o substitui por um cor de vinho de ponta afiada. Pergunto se quer que eu aponte o vermelho, mas ele já esboça um círculo perfeito; não responde, está concentrado.  

O moleque pede uma folha, quer desenhar também; não se sente intimidado pelo talento do meu filho, talvez opte por rabiscar coisas mais simples. Parecem ter a mesma idade, embora o meu seja mais encorpado.

He-Man dá um pequeno salto na direção de Lipinho, atiçado pelo barulho do papel deixando o espiral de plástico. Meu reflexo é colocar a mão entre o cão e ele, mas percebo o exagero do movimento quando ouço as risadas das crianças. Não sei se riem de mim ou do jeito de He-Man, dando saltinhos para frente e para trás, bagunçando os lápis coloridos.

Nesse instante, Marcelo aparece, vem apressado ao nosso encontro; sorri forçado, sei que está nervoso com o cachorro fazendo algazarra tão perto do filho.

O moleque não se demora a arremessar a bola na direção de sua casa para que o cão a siga, se levanta e sai; despede-se de mim com os olhos. É mais esperto e educado do que eu imaginava.

Marcelo se curva, encaixa as mãos embaixo dos braços de Lipinho e o ergue, fazendo barulho de avião com a boca, vruuum, vruuum, girando-o de um lado a outro. O menino joga a cabeça para trás, sorri, tem nas mãos o bloco com o desenho ainda incompleto; agarrou antes de o pai suspendê-lo.

Pego a cadeira e a posiciono para que Marcelo acomode nosso menino, que agora chama repetidamente pai, pai, pai, balança o braço, o bloquinho, para baixo e para cima, chega a encostar na cabeça do pai, que se mantém focado em afivelar o cinto.

Olha, amor, olha que desenho lindo ele fez, toco em seu ombro, e ele desiste do fecho por um instante. Agacha ao lado do filho, apanha o bloquinho de sua mão e analisa. O que é isso, filhão?, um cachorro?, um cavalo? ou um gato?. Vira para mim, a boca retorcida, a voz levemente mais baixa, é ao menos algum animal?

Não sei o que responder. Fico incomodada com a falta de discernimento de Marcelo, sua ignorância para a arte, sua falta de sensibilidade. Mas meu menino não se importa, com as duas mãos segura o rosto do pai e o volta para si, o desenho não é de hoje, papai, esse desenho é de amanhã.

Sobre Fabio Baptista

37 comentários em “Dois Meninos, um Cachorro e uma Bola (Fernanda Caleffi Barbetta)

  1. Sílvio Vinhal
    9 de março de 2024

    O conto é muito bem escrito, sensível, cria empatia com o leitor, que se vê envolvido, querendo ajudar essa mãe a cuidar do Lipinho.

    Há uma outra história que é contada nas entrelinhas, como se aquilo que está aparente fosse só uma estrutura onde a verdadeira história está parcialmente oculta.

    • Fernanda Caleffi Barbetta
      10 de março de 2024

      Oi, Silvio. Obrigada pela leitura e comentário. Legal ter notado e citado a história nas entrelinhas, o que, para mim, reforça a ideia e conto e não crônica. Fico feliz com seu feedback,

      Bjs

  2. Pedro Paulo
    9 de março de 2024

    RESUMO: Mãe supervisiona filho em uma tarde de desenhos, novas possíveis amizades e incompreensão paterna.

    COMENTÁRIO: Não senti um conto aqui, como também não encontrei o tema. Quanto a esse segundo aspecto, entendo que está presente na narrativa por nos informar que eles estão recomeçando a vida no campo, mas isso parece ter sido incluído apenas para tentar contemplar o tema, mais do que fazer disso a centralidade do texto. Quanto ao formato, eu não encontrei um conflito em torno do qual a narrativa se encontra, senti mais uma crônica, um relato do cotidiano que, por sinal, tem parágrafos muito bem escritos, enquanto alguns trechos são menos inspirados. Sobre a escrita, incomodou-me também que o ponto de vista da mãe parece idílico demais, há um encantamento constante pela criança que, por um lado, é esperado, mas, por outro, adocica o texto ao ponto de torná-lo um pouco inverossímil, mais por ser bastante arquetípico em uma história na qual já não há muito que alimente a expectativa.

    • Fernanda Caleffi Barbetta
      10 de março de 2024

      Oi, Pedro,

      interessante ter lido como uma crônica. Para mim é claramente um conto, por haver um subtexto, que é uma segunda história nas entrelinhas, e por haver um conflito muito claro, que esbarra justamente no que você mesmo acaba detectando como recomeço, que é a mudança para o campo, a readaptação desta família em uma nova realidade.

      Mas você é livre, como todos os leitores, para entender o texto da sua maneira. Obrigada pela leitura e comentário.

  3. Priscila Pereira
    7 de março de 2024

    Olá, Mãe! Tudo bem?

    Seu conto não está na minha lista de obrigatórios então não poderei avaliá-lo, mas mesmo assim quero deixar meu comentário.

    Não entendi o final… Como assim esse desenho é de amanhã? 🤔 Será que perdi alguma coisa?

    Gostei bastante do conto, de como nada é explicado, é só mesmo um retrato de talvez meia hora de um passeio no parque. O tema acho que está, pelo que entendi, no fato da família ter que reaprender a lidar com o filho agora que ele (por algum motivo) não anda mais… Achei bem sensível!

    A escrita é muito boa mesmo, impecável e até um pouco experimental, eu diria, pela falta da marcação das falas. Gostei!

    Um conto muito bom mesmo, parabéns!

    Boa sorte no desafio!

    Até mais!

    • Fernanda Caleffi Barbetta
      10 de março de 2024

      Oi, campeã, agradeço a sua leitura e comentário, que nem eram obrigatórios.

      Sim, o texto deixa lacunas que devem ser preenchidas pelo leitor. Talvez tenha sido mesmo uma falha minha como escritora…

      Bom ter gostado mesmo não tendo chegado às respostas.

      Bjs

  4. Vladimir Ferrari
    6 de março de 2024

    Li algumas frases longas demais e que, de certa maneira, poderiam melhorar a narrativa se fossem cortadas com ponto final. Principalmente na troca da ação entre filho e mãe. Um recorte belo de um momento familiar que suscita muita coisa no subtexto. Mas nada de “recomeço”. O desafio foi deixado de lado por uma crônica do cotidiano. Uma pequena revisão para essa “troca da ação” é uma sugestão. No lugar das vírgulas e frases longas.

    • Fernanda Caleffi Barbetta
      10 de março de 2024

      Oi, Vladimir, obrigada pela leitura e sugestões. O tema e o texto como um conto são claros para mim, mas se você não chegou a eles, talvez eu tenha falhado.

      Obrigada pela sugestão de reduzir frases, usar mais pontos finais. Levarei em conta em uma nova revisão. Obrigada.

  5. Fabio Baptista
    4 de março de 2024

    Esse ano o Green Day, minha banda preferida da vida, lançou um album. O anterior não foi dos melhores e eu estava com uma expectativa alta para esse novo. Depois de escutar a primeira vez, não consegui esconder um sentimento de frustração. Com exceção de uma música ou outra, nada havia me chamado muito a atenção. “Ah, primeira vez que escuta é sempre assim”, pensei. E é mesmo. Daí eu escutei de novo. O sentimento não passou. Uma terceira vez e, apesar de uma música já começar a ficar bem diferente da outra, continuava desanimado. E assim foi até que ocorreu um dos eventos canônicos da vida: o dia que eu coloco o disco pra tocar depois de um tempo e a vontade de cantar alto todas as músicas chega incontrolável. Agora estou achando Saviors uma pequena obra-prima.

    Aconteceu mais ou menos o mesmo com esse conto.
    Apesar da escrita refinada que se destaca logo de cara, terminei a primeira leitura com a sensação de ter lido algo muito banal, com um final sem pé nem cabeça. Mas eu imaginei que tivesse perdido algo e li novamente… continuei na mesma. Uma terceira leitura me deixou com a pulga atrás da orelha. Agora, numa última tentativa antes do comentário… evento canônico. Caramba, Lipinho estava paralítico, como eu não tinha me ligado nisso antes? E, muito mais do que isso, a narrativa me envolveu totalmente, com um ar de conto clássico impressionante. O final eu continuei sem entender, mas dessa vez parece que até isso contribuiu para a apreciação. O que fica é o mistério, certo?

    Na técnica eu só trocaria a palavra “enérgico” que, apesar de correta, evoca o significado de “bravo” antes de qualquer outro.
    Também quase no final tem um “O menino joga a cabeça para trás” que não combinou com o jeito carinhoso da mãe.

    Ótimo conto, meu preferido até o momento.

    NOTA: 9,7

    • Fernanda Caleffi Barbetta
      10 de março de 2024

      Oi, chefe

      Que alegria ter agradado um escritor que tanto admiro.

      Obrigada por ter dado tantas chances ao meu texto rsrs. Pelo jeito, valeu a pena a insistência. Escrevo para leitores como você, com sensibilidade para os pequenos detalhes. Que maravilha. Bjs

  6. Mauro Dillmann
    2 de março de 2024

    Um conto narrado em terceira pessoa no presente do indicativo.

    No segundo parágrafo o narrador (já personagem) entra em cena e o tempo verbal também é alterado, do presente para o pretérito [“Foi”].

    Estranho o narrador diferenciar “Rimén” de “He-Man”, pressupondo que a fala de outra personagem fosse equivocada em relação à grafia.

    O leitor não conhece o gênero do narrador. Quase ao final, diz “Marcelo acomode nosso menino”, mas, ainda assim, quem narra? Depois, finalmente, usa o feminino: “Fico incomodada com a falta…”.

    O conto careceu de pequena revisão, especialmente no início, truncado: na segunda linha: ‘do indicar’ [seria do indicador?]; também a repetição da palavra ‘ponta’ soou estranho.

    Parabéns pela escrita !

    • Fernanda Caleffi Barbetta
      10 de março de 2024

      OI, Mauro, obrigada pela leitura e comentário.

      O “foi” foi proposital e está correto, pois ela relata algo do passado.

      Quanto ao rimén, também foi uma opção. Como o texto está no presente, na primeira vez em que ela fala do cachorro, ao ouvir a dona chamar por ele, ela escreve como ela ouve. Depois, no próprio texto, ela diz que acha que é He-man, então a grafia é alterada. Pode parecer estranho, pode, mas aí é gosto. Para mim, está justificado.

      A narradora é a mãe, o pseudônimo dá a dica, mas não se exige que o leitor se atente a isso. Também não acho que isso faça diferença. O incomodou de alguma forma não saber se era mulher ou homem? Interessante este apontamento.

      Sim, indicar é indicador, foi uma falha minha. Ovrigada por indicar rsrs.

      Sim, a palavra ponta aparece duas vezes no primeiro parágrafo, nçao tinha notado. Obrigada.

  7. Kelly Hatanaka
    27 de fevereiro de 2024

    Estou avaliando os contos de acordo com os seguintes quesitos: adequação ao tema, valendo 1 ponto, escrita, valendo 2, enredo, valendo 3 e impacto valendo 4.

    Adequação ao tema
    Não consegui encontrar o tema. É porque o desenho continuará amanhã? Mas isso não é um recomeço, e sim uma continuação.

    Escrita
    Linda, poética na medida. Os pensamentos e diálogos se misturam à voz do narrador de maneira muito hábil e tornam a narrativa intimista. É muito gostoso de ler.

    Enredo
    Um menino que tem alguma dificuldade de locomoção (paraplégico?) desenha sob o olhar atento dos pais protetores. Um menino se aproxima com seu cão e uma bola e os pais se afligem sem motivo.
    Uma história bonita e bem contada. Sem grandes explicações, tudo fica claro graças à habilidade narrativa.

    Impacto
    O conto narra um momento que mostra o estado de espírito de uma mãe ligeiramente superprotetora. Quero dizer, eu a achei superprotetora, porém, entendo a natureza de suas preocupações. Ela enxerga seu filho como um ser frágil, muito mais frágil do que de fato é, e quer protegê-lo de tudo: de outra criança, de um cachorro amistoso, da frustração de não poder jogar bola, de comentários tolos de seu pai. Tudo desnecessário. O menino parece estar bem com o mundo. Como mãe, esse conto cutucou alguns pontos sensíveis. Pena eu não ter compreendido sua relação com o tema.

    Kelly

    • Fernanda Caleffi Barbetta
      10 de março de 2024

      Oi, Kelly, agradeço a leitura e comentário.

      O tema está no recomeço de uma família em uma nova situação de vida. O menino que andava e não anda mais, a mudança para o campo, tudo no texto mostra, a meu ver, um readaptar, um aceitar, um começar de novo.

      Você cita o desenho de amanhã e, sim, isso também se refere ao tema, é uma esperança de um recomeço, de um futuro diferente. O amanhã pode ser melhor, céu azul, sol e um menino com uma bola.

      Mas o leitor tem sempre razão, é sempre livre para interpretar à sua maneira.

      Bjs e obrigada

  8. Karina Dantas Nou Hayes
    25 de fevereiro de 2024

    Em um dia nublado no campo, Lipinho faz questão de desenhar um céu azulado e um sol reluzente. É a esperança sendo ilustrada pelo olhar de uma criança, o retrato já colorido de um incerto amanhã. Um conto que expõe também o sentimento de culpa que toda mãe carrega, mesmo quando chega a intuir que a sua atitude poderá será benéfica para o futuro do filho: “Eu não soube reprimir, deixei que desenhasse nas paredes, nas portas, que se expressasse à vontade.” O tema foi brilhantemente desenvolvido , e através da atuação de cada personagem. Das decisões de Lipinho, das conclusões da mãe, da falta de sensibilidade do pai, da esperteza do menino dono da bola, e do cachorro He-man.

    • Fernanda Caleffi Barbetta
      10 de março de 2024

      Oi, Karina, que delicia ler seu comentário, a sua interpretação do texto. É isso mesmo. Escrevi para leitoras como você, sensíveis e atentas rsrs.

      Bjs e obrigada.

  9. Alexandre
    23 de fevereiro de 2024

    exto de fácil leitura e compreensão. Parece que o leitor se senta ao lado da mãe, na praça e ouve a história da boca dela. Gostei muito, mas o título induz ao erro. No final, os elementos no título não são o centro da história, mas as reflexões da mãe. As falas dos personagens soltas no texto, sem a marcação por aspas ou travessões causa estranheza, mas não prejudica a leitura. É um conto bom.Parabéns ao autor. Nota 7.

    • Fernanda Caleffi Barbetta
      10 de março de 2024

      OI, Alexandre,

      Obrigada pela leitrira e pelo comentário. A nota 7 não parece condizer com o comentário positivo e generoso, mas cada um tem seus critérios. Dar notas nem sempre é fácil. Recebê-las, ainda pior.

      Obrigada

  10. Karina Dantas Nou Hayes
    23 de fevereiro de 2024

    O desenho de um menino que mostra um cachorro brincando de ser gato e cavalo. O olhar do adulto que só consegue enxergar os três animais. A esperança da criança de pintar um futuro mais colorido mesmo num presente nublado.

  11. Gustavo Castro Araujo
    20 de fevereiro de 2024

    Lipinho se muda para o interior com a família. De acordo com a mãe, eles buscam algo diferente da vida que tinham antes. Num dia qualquer, ela leva o menino para desenhar em uma pracinha. Ele se encanta com um cãozinho e o reproduz em seu papel. O dono do cão aparece com uma bola e também tem a atenção chamada pelo desenho de Lipinho. A mãe está feliz. O pai chega, mas não reconhece o cachorrinho no desenho. Lipinho responde que é um desenho do dia seguinte.

    Não são incomuns as crianças que adoram desenhar. Por motivos diversos, há várias que não resistem a uma cena, a um bicho, enfim, a algo que as encante e portanto decidem transformá-los em arte. O mesmo ocorre com quem gosta de escrever – mas isso é conversa para outro dia, rs

    Neste conto temos a história de uma família que busca um recomeço, tendo-se mudado para uma cidade pequena (o campo), onde a vida é mais lenta. Não são claras as razões para tanto, mas pode-se imaginar que o menino Lipinho tem algo a ver com isso. E a mãe, na busca por uma espécie de auto-perdão (porque a culpa nasce com a condição de mãe), procura convencer-se de que está tudo bem, que a decisão foi acertada, que Lipinho está feliz desenhando o cãozinho, seu (futuro) amigo e a bola que tem consigo.

    Aparentemente, Lipinho, ainda que seja uma criança, também idealiza aquela realidade como a mais adequada para si. Também ele procura a felicidade e, ao retratar o cachorro, pressupõe que num futuro próximo estará brincando também com ele, além do menino seu dono e a bola.

    Nesse aspecto, o conto parece tratar de expectativas, de anseios, de mitigação de culpa. O pai, nesse cenário, surge como alguém mais pragmático, aferrado à realidade, incapaz, por isso, de reconhecer no desenho do filho esse desejo de mudança.

    As poucas palavras do conto trazem consigo um subtexto bastante rico. É o mostrar em detrimento do contar. Sabemos muito (ou julgamos saber muito) da vida da família mesmo com poucas linhas. Essa interpretação profunda (e pessoal), baseada muito mais no que não está dito, é que demonstra a habilidade do(a) autor(a) em contar uma história comovente sem que, para isso, recorra a malabarismos ou soe piegas.

    Sim, cada leitor poderá extrair do conto uma história sua. Cada um há de colorir essas linhas com sua caixa de lápis pessoal, ora atribuindo cores vivas, ora trágicas. Nós mesmos, individualmente falando, poderemos ter impressões diferentes dependendo do momento da leitura. Ou seja, se eu ler uma segunda, uma terceira, ou mesmo uma quarta vez, provavelmente terei impressões diversas. Por isso, por enfeitiçar o leitor dessa forma, é que o conto merece os parabéns. Excelente!

    • Fernanda Caleffi Barbetta
      11 de março de 2024

      Oi, chefe,

      Agradeço demais a leitura tão atenta que fez em meu conto. Uma delícia e um presente saber como fez a sua interpretação do meu texto. Generoso, claro, sensível e atento, um leitor ideal. Obrigada.

  12. Givago Thimoti
    18 de fevereiro de 2024

    Dois meninos, um cachorro e uma bola (Mãe) 

    Primeiramente, gostaria de parabenizar o autor (ou a autora) por ter participado do Desafio Recomeço – 2024! É sempre necessária muita coragem e disposição expor nosso trabalho ao crivo de outras pessoas, em especial, de outros autores, que tem a tendência de serem bem mais rigorosos do que leitores “comuns”. Dito isso, peço desculpas antecipadamente caso minha crítica não lhe pareça construtiva. Creio que o objetivo seja sempre contribuir com o desenvolvimento dos participantes enquanto escritores e é pensando nisso que escrevo meu comentário.

    No mais, seguimos para minha avaliação: 

    Impressões iniciais: 

    – Oi (?)

    +/- Pertinência com o tema (?)

    – Pessoalmente, não gosto muito do estilo de escrita, diálogos incrustados no meio do parágrafo

    Resumo: “Dois Meninos, um Cachorro e uma Bola” é um conto que versa sobre a tentativa de recomeço dos pais do menino que, após algum motivo não revelado, perde o movimento das pernas. Eles saem da cidade, e resolvem ir para o campo.

    Por um breve momento, eu pensei que o garoto teria tipo uma habilidade sobrenatural de transformar os desenhos dele em realidade. Acho que foi só uma fic da minha cabeça e, por isso, não vou nem considerar essa possibilidade.

    Corpo (gramática/estilo de escrita): Como disse rapidamente ali nas impressões iniciais, eu particularmente não sou fã do estilo de diálogos incrustados no parágrafo. Embora ele seja quase perfeito para os contos/textos em formato de relato, especialmente quando leva-se em conta de um conto no estilo relato, ele tem que ser muito bem feito, claro e sucinto. Caso contrário, ele vai ficar confuso, como soou um tanto para mim. Tive que reler algumas vezes só ara garantir que não perdi nenhum detalhe da história.

    Alma (o que tocou ou não o leitor. Pontos fortes e/ou fracos): O conto tem uma forte característica de relato e, invariavelmente, gosto de histórias com pitadas de relato. Creio que aproxima o leitor e os personagens. Então, quando eu parei um tico para refletir sobre o texto, a sensação que tive é a que eu recebi um áudio de uma velha amiga que enviou um áudio sobre sua nova mudança. Como senti que foi uma estratégia do autor, merece os meus elogios.

    Entretanto, sinto que, embora o objetivo do/da autor/autora tenha sido essa aproximação, pelo menos no meu caso não funcionou muito comigo. Creio eu, por conta desse estilo de escrita não tão claro, que deixou um pouco para o lado empático do leitor se conectar com a história.

    No mais, acho que também senti falta de um pouco de descrições.

    Resumidamente, um conto competente, que não me arrebatou tanto, mas agradou de alguma forma,

    Nota: 7,5

    • Fernanda Caleffi Barbetta
      11 de março de 2024

      Oi, Givago, agradeço sua leitura e comentário.

      Está livre para fazer suas considerações, sem problemas.

      Interessante ter colocado : +/- Pertinência com o tema (?) e depois, no resumo, ter citado justamente o que julga ser o recomeço… não entendi.

      – Oi? Oi, tudo bem? – não entendi tb

      Sim, sentir empatia, gostar ou não são coisas bem pessoais. Agardeço a tentativa.

      Obrigada

      • Givago Domingues Thimoti
        11 de março de 2024

        Olá, Fernanda!

        O “Oi” foi um “Oi” de estou confuso, estou em dúvida. Já o +/- das impressões iniciais são referentes a se achei positivo ou negativo. Acabou que eu não escrevi, mas eu achei que talvez alguns outros diriam que não tem tanta pertinência com o tema. Ao longo da minha avaliação, eu refleti e pensei que teria. O certo era eu ter mudado, mas infelizmente não acabei fazendo.

        Espero que meu comentário não tenha a incomodado por esse deslize meu.

        Até a próxima!

  13. mariainezsantos
    16 de fevereiro de 2024

    Texto intrigante, leve, claro e suscinto. Retrata com esmero atitudes, medos e formas de pensar, julgar…

  14. Simone
    15 de fevereiro de 2024

    Um menininho de oito anos na história contada no tempo presente , pela mãe. Na verdade, um momento na vida da família. Sabemos a idade do menino, não sabemos por que ele não anda. Talvez um defeito congênito ou acidente. O recomeço está na mudança para o campo. A mãe se preocupa em fazê-lo feliz. Sutilmente, o autor ou autora nos mostra que a mãe supervaloriza o talento do filho e que prefere que ele fique isolado. Pensa que se comparar a outras crianças o fará sofrer. O pai não reconhece o desenho, pois tem outra forma de lidar com a questão. A superproteção materna está no subtexto. Começar de novo e cuidar para que o filho seja poupado de tristezas. O menino mostra sua sensibilidade e espírito iluminado na fala final. Lindíssimo conto! Enorme correção e poesia. Senti um pouco a falta de maior ênfase para o recomeço. Mas entendo que está na camada submersa.

    • Fernanda Caleffi Barbetta
      11 de março de 2024

      Oi, Simone,

      Ótima a sua leitura e compreensão do texto. Deixei algumas coisas submersas, gosto d econtar o que julgo necessário. O leitor muitas vezes quer mais, mas o texto está dado rsrs. Bjs

  15. Regina Ruth Rincon Caires - Caires
    15 de fevereiro de 2024

    Dois Meninos, um Cachorro e uma Bola (Mãe)

    Este é um texto que particularmente me toca. O olhar e o sentir da mãe atípica. Impressionante é a sensibilidade do autor quando descreve os sentimentos, quando deixa tanta mensagem nas entrelinhas. Parece alguém que lida com essa realidade.

    Na verdade, este é um texto que fala além das palavras. Coloca uma pontinha, um pequeno viés da complexidade que o mundo impõe ao “diferente”.  E o encantamento da narrativa está justamente na pureza das crianças. E é real. Através do não julgamento, do não preconceito principalmente das crianças típicas é que acontece a magia da inclusão. E são lindos os momentos do conto em que as crianças interagem. São iguais.

    Posso afirmar que o autor foi muito competente em transmitir a preocupação, o medo constante que a mãe carrega em todos os momentos tentando “adivinhar” (ou prevenir, ou proteger) situações dolorosas. Trabalho brilhante.

    A atitude do pai pode parecer apenas truculenta, mas não é. Pelo menos eu não entendi dessa maneira. Para a família, a atipicidade exige aceitação, resiliência e muita coragem. E isso pode levar algum tempo…

    Acredito que este conto vai ser visto e analisado por diferentes prismas.

    Parabéns pelo trabalho, Mãe!

    Boa sorte no desafio!

    Abraço…

    • Fernanda Caleffi Barbetta
      11 de março de 2024

      Oi, Dona Rê

      A senhora é uma leitora sensível, inteligente e atenciosa, que maravilha ter a sua leitura e companhia. Fico muito agradecida.

      Quando diz “Acredito que este conto vai ser visto e analisado por diferentes prismas”, estava certa, é realmente uma mulher muito inteligente e sagaz… rsrs, ainda bem que seu prisma captou o ideial.

      Obrigada, beijos.

      • Regina Ruth Rincon Caires - Caires
        11 de março de 2024

        E você escreve muito bem! Lindo trabalho! Parabéns!!!!!!!!

  16. Angelo Rodrigues
    14 de fevereiro de 2024

    Dois Meninos, Um Cachorro e Uma Bola

    Por Mãe

    Conto bom de ler, retrata uma coorte na vida familiar. Com poucas personagens, o autor abdica de aprofundamentos psicológicos de cada um. Um conto curto e nem por isso frágil. Tem profundidades psicológicas. O encanto da mãe com o filho ‘pródigo’, o apego do pai, a concentração do menino. O esquálido cão e seu tutor, um garoto qualquer.

    Com correção, o autor não procurou entregar o que não achou que deveria entregar. Aquele era o momento e o momento foi entregue. Legal isso. Poucas palavras e uma boa profundidade cênica, localizada, interior sob todos os aspectos.

    Ao final – e no final -, o conto termina com um enigma, que talvez não o seja para o autor, mas direcionado ao leitor. Qual o significado de ‘amanhã’ naquele contexto familiar?

    Enigma sem solução, creio. Indicaria que a fragilidade, a infantilidade dos traços, poderia significar o prenúncio da arte moderna que seria praticada pelo menino no futuro? Uma fantasia infantil, apenas? Uma incompreensão relativamente ao tempo sob os olhos de uma criança?

    Isso fica para as calendas.

    Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.

    • Fernanda Caleffi Barbetta
      11 de março de 2024

      Oi, Angelo, que alegria ter a sua leitura e companhia, não abia que estava no desafio.

      Você é um leitor bastante atento. Fiquei feliz com todo o comentário, especialmente com a parte em que cita “Com correção, o autor não procurou entregar o que não achou que deveria entregar. Aquele era o momento e o momento foi entregue.”, pois acredito que o autor entrega o que julga necessário, aquele momento, aquele instante, como uma fotografia. Não se pode ver uma imagem e querer saber o que está mais à esquerda do que foi retratado. Talvez seja insuficiente, talvez esteja mal direcionado, mas é isso que o escritor te deu. O texto está ali, está dado. Muito obrigada.

  17. Antonio Stegues Batista
    13 de fevereiro de 2024

    Olá, Mãe, do texto e do Lipinho. Você optou em escrever o conto no tempo verbal presente, ou seja, no momento em que a história acontece e não no passado, que é mais comum. Essa técnica não é difícil, o autor só precisa de atenção, foco na narrativa, porque se não está acostumado, pode errar.

    A família mudou-se para o campo e aqui eu não entendi muito bem se na zona rural ou urbana, se numa chácara, ou periferia porque há uma praça, pode ser de um povoado?

    Então, a localização ficou meio nebulosa. de qualquer forma, isso é irrelevante, existe a praça e do outro lado, uma casa onde mora um menino, seu cachorro e sua mãe. Lipinho e a mãe estão na praça, aparece um cachorro magro e o menino começa a desenhar o cachorro. O dia está nublado, mas no desenho, Lipinho desenha o cachorro num dia com sol. A mãe dele tem cuidados especiais com ele. Eu diria que exagerados; “Passo os dedos pela gola de sua blusa, toco seu queixo, sua bochecha, sorrio, e só depois encaixo as mãos entre suas costas e a árvore e o reergo para que volte a ficar ereto”.

    Não entendi muito bem o mote do enredo. Parece que Lipinho tem o dom de prever o futuro, ele desenha o que acontecerá amanhã. A mãe sabe, por isso deixou a cidade e foi para o interior? E o pai?  Parece que está mais preocupado com seu cinto, pois está emagrecendo. A mãe tem receio  que Lipinho desenhe o menino com a bola, teme ver o futuro da criança?

     O pai olha o desenho do cachorro e não percebe que é um cachorro seco, com a língua de fora. Estaria morto o cachorro? Se o menino diz que o desenho é de amanhã, é o que ele está vendo o cachorro amanhã  num dia de sol, é porque prevê o futuro, certo? Pela lógica, sim. Então, aqueles desenhos do menino nas paredes dos prédios eram premonições, as cenas se confirmaram e por isso a mãe decidiu mudar para o campo, desenhar o futuro dos animais e não de pessoas. As pistas são poucas e mesmo elas são nebulosas. Posso estar errado, mas a frase: esse desenho é de amanhã, revela uma premonição. De qualquer forma, gostei do conto, da escrita, embora tenha algumas ações sem explicação direta, como no caso do pai apertando o cinto, da mãe sentindo um ventinho incômodo. mas isso posso interpretar como aborrecimento da mãe ao ver o menino se aproximando, ou seria temor que Lipinho desenhasse algo ruim que acontecerá com ele num futuro próximo?

    • Fernanda Caleffi Barbetta
      11 de março de 2024

      Oi, Antônio,

      Obrigada pela leitura. Achei interessante e inusitada (para mim) a interpretação que fez do meu texto. Mas o leitor está sempre livre para fazer suas próprias leituras e chegar às suas próprias conclusões.

      Obrigada

  18. Thales Soares
    12 de fevereiro de 2024

    O conto apresenta uma narrativa que captura momentos do cotidiano de Lipinho, um menino com um dom especial para o desenho, observado com carinho pela mãe, demonstrando a sensibilidade do autor.

    A escrita é muito boa, com detalhes vívidos que criam uma atmosfera contemplativa. Mas a história pode parecer que divaga sem um objetivo claro ou conclusão significativa, não chegando a lugar algum. Mesmo assim, nota-se a imensa habilidade do autor com a escrita. Creio que a questão de o conto não ter me agradado tenha sido puramente por meu gosto pessoal, que é um tanto quanto excêntrico.

    O tema do desafio, Recomeço, parece que foi um pouco ignorado aqui. Talvez, fazendo um pouco de força para enxergar a presença do tema, ele apareça sutilmente na mudança da família para o campo e na rotina diária de Lipinho, mas o tema é deixado de escanteio, não sendo o Norte que guia o conto.

    O final do conto é centrado na interação entre Lipinho, seu pai e o desenho. Contudo, devo admitir que não sei se compreendi completamente a intenção do autor no desfecho. Esse desenho é de amanhã? Não entendi a frase de fechamento da obra.

    Sei que este estilo contemplativo de leitura deva ser bastante apreciado por muitos leitores, mas comigo não funciona muito bem, pois aprecio muito ver o desenvolvimento de personagens, evolução na trama e impacto emocional por meio da junção da ação dos personagens com um enredo bem amarrado. Aqui, no entanto, apenas observamos Lipinho desenhando. Mesmo assim, novamente, devo destacar a habilidade do autor. Desejo boa sorte no desafio.

    Obs: que título longo! Isso me incomodou um pouco.

    • Fernanda Caleffi Barbetta
      11 de março de 2024

      OI, Thales,

      agradeço a leitura, uma poena nçao ser um estilo que o agrade. A literatura é cheia destas coisas, né? rsrs. E esta é a graça.

      Interessante não ter conseguido captar a trama e a subtrama, mas fiz o meu melhor.

      O final, é o desenho de amanhã porque ele desenha um dia de céu azul, quando está nublado, coloca um sol onde não tem, coloca um cachorro em pé, quando ele está deitado. Ele retrata a esperança, o que pode ser o amanhã. Não gosto de explicar texto, o texto está lá, as pistas estão lá, o texto está dado. Falha minha? falha do leitor? Mais uma coisa da literatura e da vida.

      Obrigada

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Informação

Publicado às 10 de fevereiro de 2024 por em Recomeço e marcado .