─ Então, você não está magoado?
─ É claro que estou triste pelo fim do nosso relacionamento. Mas eu entendo. Não posso obrigar você a me amar. Chamei você para conversarmos porque me sinto fragilizado, ainda mais agora…
─ Entendi. Mas não tenho mais sentimentos por você, e isso é definitivo. Aceitei o seu convite, só para dizer isso.
─ Ok! Ok! Vamos beber um último drinque. A sua amizade me basta, sinto falta de calor humano. Me conte, o que tem feito?
****
Acordou deitada em um lugar estranho.
Sentou-se com dificuldade e percebeu que estava sobre um colchonete. Olhou ao redor e viu quatro paredes de madeira envelhecidas e sem pintura. Alguns objetos espalhados ao redor, uma rede de pesca, remos, ancinho, escada, um guarda-sol.
Era uma construção rústica, parecia ser um galpão. Havia duas portas, e duas janelas, tudo trancado. A claridade do dia entrava pelas frestas das paredes. Estava tonta e com dor de cabeça. Levantou-se com a intenção de sair, mas descobriu, horrorizada, que estava acorrentada pelo tornozelo à uma pilastra.
*****
Aldo Santiago lançou jatos de inseticida no canto superior da porta. Depois pegou a vassoura e destruiu a pequena teia de aranha. O medo quase se comparava ao nojo que sentia por aranhas. Na verdade, ele sofria de aracnofobia e não se dava conta disso. Decidiu contratar, com urgência, uma faxineira para limpar o escritório.
Andava meio desiludido com o trabalho de detetive particular. Os negócios não iam bem. As contas para pagar estavam se acumulando na gaveta da escrivaninha, assim como o pó sobre os parcos móveis daquela sala sombria, largada às traças. Fazia duas semanas que ninguém contratava seus serviços.
Abriu a janela para deixar entrar luz solar e ar puro, mas o que entrou foi fumaça e o barulho do trânsito. Baixou a vidraça, voltou a sentar-se e pegou o jornal para ler. Mal tinha lido um parágrafo e ouviu batidas tímidas na porta. “Espero que seja um cliente”, pensou.
─ Pode entrar! ─ Gritou. Não tinha condições para ter uma recepcionista.
A porta abriu-se e uma mulher vestida em um elegante conjunto bege, entrou. Trazia em uma das mãos uma bolsinha salmão. Aparentava ter pouco mais de 30 anos. Aldo fez um gesto para a cadeira estofada e ela sentou-se com um movimento leve e gracioso. Disse que se chamava Raquel Belmonte e queria contratá-lo para encontrar sua irmã, Judith, que sumira há quinze dias. Naturalmente, havia notificado a polícia, mas como não encontraram nenhuma pista, ela resolveu contratar um detetive.
***
Quando acordou no hospital, Daniel só se lembrava de estar no depósito da empresa. Conferia em uma planilha as bombonas que eram descarregadas do caminhão. Sabia que algo muito grave havia acontecido, só não lembrava o quê. Estava numa cama de hospital, todo enfaixado, com um colete cervical. O médico foi chamado para lhe dar a má notícia.
O telhado do depósito desabou. Ele ficou gravemente ferido, com queimaduras provocadas pelos produtos químicos e uma fratura na pelve. Teria que fazer cirurgia na face e ficaria com um defeito na perna direita, sendo obrigado a usar muletas.
Havia ainda as possíveis sequelas provocadas pelos produtos químicos. Os médicos não sabiam a extensão do dano causado, esperavam que o corpo combatesse a intoxicação, mas não podiam afirmar que ele não desenvolveria outras doenças ou condições.
A vida de Daniel mudou completamente. Aos 38 anos, se aposentou por invalidez. Mesmo com cirurgia plástica, o lado esquerdo do rosto ficou marcado por uma cicatriz que ia do olho ao queixo e foi preciso reconstruir parte da mandíbula. A perna esquerda perdeu a mobilidade. Mesmo com muletas, precisava arrastar a perna. O aparelho ortopédico lhe dava apenas sustentação, apoio para o corpo, podia ficar de pé, mas não se locomover sem as muletas ou cadeira de rodas.
Passava os dias sentado diante da janela, amargurado, olhando a rua. Invejava o vizinho da esquerda, que saía para correr todas as manhãs. Odiava o vizinho da direita, que aprendia a tocar piano. Se irritava com o barulho repetido e sem harmonia.
Havia contratado advogados para processar os donos da empresa, que eram culpados por suas deformações. Tinha pedido várias vezes para arrumarem aquele galpão velho, reforçar o telhado, mas não tomaram providências. O processo estava em andamento, sabe-se lá quanto tempo demoraria para um juiz condenar Ricardo Silvado e seu irmão, Osmar. Talvez nunca. Eles tinham dinheiro e influência.
O vizinho estava lá, batendo os dedos nas teclas do piano, tocando desafinado, um exercício irritante. Pela janela podia ver uma cacatua no poleiro, balançando-se de um lado para o outro, como se estivesse dançando.
Daniel concentrou-se nela e imaginou a ave atacando o homem. Imaginar, era tudo que havia lhe restado. Mas foi exatamente o que aconteceu, o animal saltou do poleiro e atacou o homem com suas garras. Daniel sentiu como se fosse ele mesmo, arranhando a cabeça do sujeito. Procurou se concentrar mais na ave até que teve pleno controle sobre ela. Podia enxergar pelos seus olhos, bater as asas e voar, sair pela janela, subir aos ares. A sensação era maravilhosa.
Voou sobre as casas por alguns minutos, exultante com a sensação plena do voo. Cortando a conexão com o animal, voltou ao corpo sentado na cadeira. Estava impressionado. Teria acontecido, mesmo? Para ter certeza, precisava entrar na mente de outro animal.
O vizinho da casa em frente tinha um Bull Terrier. Lá estava ele, deitado na varanda. Daniel concentrou-se no cão e em poucos segundos tomou posse de seus sentidos. Faro apurado, visão aguçada, audição sensível. O raciocínio limitado e primitivo, foi substituído pela mente de Daniel.
As grades eram muito altas, impossível de pular, no entanto, o trinco do portão era simples, fácil de abrir, bastou se apoiar na grade, empurrar a lingueta com a pata, abrir o portão com a outra e sair para a rua.
Ficou feliz em poder correr pela calçada, sentir o trabalho dos músculos, o movimento cadenciado das patas. Correu, andou, olhou as pessoas na rua, dentro das lojas, agiu como um cachorro normal. Voltou para casa, desfez a conexão. Precisava fazer novas experiências com o seu poder, tentar entrar na mente de outros animais.
***
─ Tem uma foto recente da sua irmã?
Raquel abriu a bolsinha e tirou uma fotografia que estendeu para Aldo.
─ Essa foi a mais recente que encontrei no apartamento dela.
Na foto havia uma mulher bonita, recostada em um carro.
─ O carro é dela?
─ Não, ela não tem carro, não sei de quem possa ser. Um namorado, talvez…
Aldo olhou atentamente a fotografia tentando achar qualquer pista. Um reflexo no vidro do carro chamou sua atenção. Era a fachada de uma empresa. Pegou sua lupa e conseguiu ler, Randon – Produtos Químicos. Talvez alguém nas redondezas conhecesse a moça. Já sabia por onde começar sua busca.
─ Vou ficar com a foto, se não se importa.
Depois de acertarem o preço, que foi maior do que ele imaginava, a mulher se levantou e tão elegantemente quanto entrara, se retirou.
Animado, Aldo se preparou para a investigação. Pegou seu bloco de notas, a foto, um maço de cigarros e sua pistola Glock 9 mm, que sempre o acompanhava e já tinha o livrado de algumas enrascadas, mesmo que não houvesse precisado atirar nenhuma vez.
Seu carro parecia uma fornalha, abriu as janelas e amaldiçoou a falta de árvores naquela rua. Foi fácil achar o lugar que procurava, a Randon era uma das maiores fábricas da cidade e era bem localizada e conhecida.
Estacionou o carro em uma sombra e perguntou nas lojas dos arredores se alguém já havia visto a moça da foto. Ninguém conhecia. Teria que falar com os trabalhadores da fábrica. Foi até uma padaria e comprou uma coxinha e um lata de coca, seria seu almoço enquanto esperava a troca dos turnos.
Quase dormiu, de barriga cheia, embalado pela música que saía do rádio, mas a movimentação dos funcionários chamou sua atenção. Saiu do carro e foi perguntando aos empregados uniformizados, mas ninguém conhecia. Foi até um grupinho que se afastava no sentido contrário e lá teve sorte. Dois rapazes afirmaram ter visto a moça com um ex-funcionário, que era inclusive o dono do carro.
***
Ricardo Silvado, estacionou o carro na beira da calçada e se dirigia para o escritório de um advogado, quando foi atacado por um cão da raça Rottweiler. O animal pulou, derrubando-o e em seguida estraçalhou o seu pescoço. Foi um ataque rápido e fulminante, sem chances de fuga. Transeuntes ficaram atônitos, sem poder fazer nada. Quando os paramédicos chegaram, Ricardo Silvado já estava morto.
O cão pertencia a uma estilista de moda, interrogada pela polícia, afirmou que estava acostumada a levar o cachorro para passear na praça. Nunca havia atacado ninguém, era um cão dócil.
─ Foi de repente, eu estava distraída, ele deu um puxão, a correia escapou da minha mão e ele saiu correndo. Não tem explicação o Rock atacar aquele homem! Eu nem o conhecia.
O policial também achou estranho o cão sair da praça, correr cerca de 300 metros, atravessar a rua, passar por outras pessoas e atacar Ricardo, apenas ele, e voltar tranquilamente para a praça. O animal foi sacrificado e a dona teve que pagar uma multa e responder processo em liberdade.
***
Foi fácil achar o endereço do suspeito depois que os colegas deram o nome completo e ainda contaram sobre o trágico acidente. Não sabia o que pensar, duvidava que Daniel Coutinho pudesse ter algo a ver com o sumiço de Judith, já que os funcionários disseram que era agora um inválido. Mas teria que interrogá-lo mesmo assim, ele poderia fornecer a próxima pista.
A casa era deprimente. Localizada em um bom bairro residencial, mas percebia-se que ninguém cuidava da limpeza e manutenção há um bom tempo. Aldo ficou no carro alguns minutos estudando a casa. Notou um cão, não sabia reconhecer muito bem as raças, sentado de forma ereta, quase como uma estátua, que o encarava.
Saiu do carro, pegou uma salsicha de um dos cachorros quentes que seriam seu jantar e jogou para o animal. Que apenas continuou encarando-o. Bateu na porta e alguns segundos depois o cachorro se mexeu, levantou, abanou o rabo, pegou a salsicha e correu para os fundos da casa. Enquanto olhava o cão, a porta se abriu e um homem malvestido, apoiado em muletas olhava para ele com chateação estampada no rosto.
O interior da casa era ainda pior que o lado de fora. Daniel afastou garrafas vazias, pratos sujos e meias usadas do sofá para que pudessem sentar e conversar.
─ Então o senhor conhece Judith Belmonte.
─ Sim, nós tivemos um rápido relacionamento antes do meu acidente.
─ Mas não sabe onde ela pode estar agora?
─ Não. Se ela não me queria mais antes do acidente, imagina agora. Aposto que não quer me ver nem pintado de ouro.
Sim, Aldo tinha certeza que ela não iria querer mesmo. Não imaginava uma moça bonita no interior daquela casa, olhando para a cara amarga do homem despedaçado pela vida que estava na sua frente.
Queria sair dali o mais rápido possível, além da total antipatia do dono da casa, as paredes estavam cheias de teias de aranha. Despediu-se o mais rápido que pôde e saiu de lá. Respirou aliviado quando chegou no lado de fora.
***
Era quase meia-noite, Osmar Silvado saía de um restaurante acompanhado de uma mulher, e se dirigia para o estacionamento para pegar o carro, quando um cavalo passou por ele e deu-lhe um coice. Caindo ao chão, Osmar foi pisoteado pelo animal. Sem poder fazer nada, a mulher gritou pedindo socorro. Algumas pessoas surgiram para ajudar, mas o cavalo já tinha fugido deixando o homem gravemente ferido, com fraturas no crânio.
Próximo dali, Daniel fez o cavalo galopar para longe e desfez a conexão mental com ele. Ainda ficou algum tempo, assistindo o socorro chegar e levar Osmar para um hospital. Estava satisfeito, havia provocado a morte dos culpados pelo seu estado físico. Ao mesmo tempo agradecia ao acidente e ao destino, por ter adquirido o seu poder mental. Poder esse, provocado pelos produtos químicos que o atingiram na queda do telhado do galpão. Não havia outra explicação.
Tinha se vingado dos donos da Randon. Agora faltava completar a última missão.
***
Alguns dias se passaram sem que Aldo tivesse progredido na investigação. A única pista que tinha até agora remetia a Daniel, mas aquele homem parecia ter desistido da vida. Em todo o caso, como era sua única pista, ficaria de olho nele.
Pegou o jornal e logo na capa viu uma matéria sobre o evento extraordinário e muito suspeito da morte dos irmãos Silvado, donos da Randon – Produtos Químicos, por animais supostamente possuídos.
Interessante, muito interessante! Coincidência demais que tanto o desaparecimento de Judith quanto a morte dos donos da Randon tivessem um ponto em comum: Daniel Coutinho.
Passou em casa, tomou banho, pegou provisão de comida, água, cigarros, algumas revistas e jornais. Vigiaria Daniel até ter mais pistas. Podia demorar mais do que o esperado, se estivesse errado.
Depois de uma noite extremamente entediante, viu uma movimentação na casa de Daniel. Olhando com os binóculos, conseguiu vê-lo saindo de casa com as muletas, colocando uma mochila na caminhonete, entrando e dando a partida. Não sabia como ele dirigia, mas a caminhonete devia ter sido adaptada para sua deficiência.
Ligou seu carro e o seguiu de uma distância segura. Ficou animado quando viu a caminhonete saindo da cidade. Bingo! Com certeza estava no caminho certo.
Não demorou muito para chegarem em um bosque que ainda fazia parte do perímetro da cidade, mas bem afastado da zona urbana.
Como seguia Daniel de forma discreta, parou assim que avistou de longe uma cabana de pesca. Deixou o carro ali e seguiu a pé o restante do caminho.
Olhou nos arredores e chegou lentamente na cabana de madeira rústica. Ouviu um gemido e uma pancada ritmada na madeira. Empurrou a porta, estava destrancada, rangeu ao abrir.
Iluminou o lugar com a lanterna. No centro da cabana, uma moça estava acorrentada na viga que segurava o telhado, amordaçada, desesperada, suja e esfarrapada.
Nenhum sinal de Daniel.
Correu até a moça e tirou o pano que tapava sua boca.
─ Ajude-me! Aquele homem me prendeu aqui.
O detetive logo a reconheceu pela foto. Era Judith Belmonte. Sentiu compaixão ao vê-la naquele estado, o rosto pálido e suado, cabelos revoltos, olhos fundos. Uma expressão de dor e desalento.
─ Para onde ele foi?
─ Saiu pelos fundos.
Aldo hesitou. Precisava libertar a garota primeiro, mas descobriu que a corrente tinha um cadeado.
─ Ele está com a chave.
Aldo deu dois passos e logo parou. Três ratos imensos surgiram pela porta entreaberta e investiram contra ele, tentando subir por suas pernas.
Derrubou-os se sacudindo e batendo com as mãos. Mas eles insistiram e avançaram novamente. Aldo foi obrigado a dar chutes com as botas e acabou matando-os com o ancinho, que estava encostado em um canto.
Temia ser infectado por alguma doença se fosse mordido. Suspirou aliviado, mas logo ficou em choque. Centenas de aranhas surgiram pelos cantos, por baixo da porta, pelo teto, todas marchando na direção dele. Nenhuma se importou com Judith, avançavam apenas nele.
A jovem gritou de pavor, Aldo ficou paralisado, tinha medo irracional de aranhas. Eram de várias espécies, a maioria inofensiva, porém tendo uma picada dolorosa.
Com seus movimentos paralisados pelo medo, ouviu, ao longe, alguém falando com ele:
─ Foge! Saia daqui!
Deu-se conta que era Judith. A certeza de que tinha uma chance para escapar anulou sua imobilidade. Com três pulos, conseguiu alcançar a porta. Ao sair, viu Daniel fugindo por entre as árvores tentando contornar a casa para pegar o carro e fugir.
O detetive correu em sua perseguição. Perdeu-o de vista ao entrar na mata. Parou, ficando imóvel, tentando ouvir os passos do fugitivo. Daniel, com seu problema na perna, não podia ter ido longe.
Daniel escondeu-se atrás de uma árvore. Maldizia a perna por não poder correr. Com seu poder mental, havia atrasado o detetive. Talvez, devido ao esforço, ou o temor de ser preso, não conseguia vislumbrar nenhum animal na floresta, capaz de matar seu perseguidor. Olhou para baixo, viu um ramo grosso. Pegou-o, pelo menos agora tinha algo para derrubar o detetive.
Aldo afastou as folhagens e avançou lentamente, transpondo a barreira verde. Quando saiu do mato espesso, sentiu uma pancada na nuca. Ficou tonto, quase caiu. Sentou-se no chão, tentando recuperar a lucidez. Apesar da dor, conseguiu se levantar e continuar a perseguição.
Saindo do meio das árvores, ouviu um barulho de carro. Contornando a cabana, chegou a ver a caminhonete de Daniel sumindo numa curva da estrada. Ignorou-o. Precisava agora livrar Judith das correntes.
Com um pedaço de arame, conseguiu abrir o cadeado e livrar a garota. Apoiada nele, caminhou até o carro. Aldo deu partida e seguiu pela estrada. Logo adiante, descobriu que a caminhonete de Daniel havia saído da estrada e batido em uma árvore. Então parou o carro, desceu e se aproximou.
A caminhonete estava vazia, nenhum sinal do motorista. Aldo queria procurar por ele, mas Judith precisava de cuidados médicos urgentes e ele não era policial, afinal de contas. Fora contrato para achar a moça e tinha feito isso, a polícia que lidasse com o fugitivo.
***
O escritório de Aldo Santiago estava, definitivamente, jogado às traças.
No jornal que se amontoava na porta do prédio, a foto da matéria de capa mostrava o corpo do detetive coberto por aranhas.
Ele havia sido mais uma vítima do inexplicável fenômeno dos animais possuídos.
Ambientação: achei a ambientação boa. Conseguimos nos ver numa história de detetive.
Enredo. achei o enredo bom. A ideia de uma pessoa que consegue entrar na cabeça dos animais e controlá-los é bem legal. Se não me engano, o Aquaman faz isso com animais aquáticos, este faz com todos os animais, seria um Aquaman plus hiper extra larger. No entanto, a execução dele, do enredo, não foi bem feita, a meu ver, as coisas aconteceram de forma muito rápida, sem dar tempo de um envolvimento maior do leitor com os personagens e o final não achei bom, foi meio frustrante o detetive ter morrido. Mas, Daniel é um bom personagem.
Técnica: Achei a técnica boa.
Considerações Gerais: Um bom conto de super vilão, tem agora de criar o super-herói que vai combater ele.
Olá, Enola Holmes.
Ambientação:Muito Boa
O conto é muito bom em ambientação, criando com facilidade o “palco” das ações por vir. As descrições são boas, as sensações e pensamentos dos personagens dão profundidade a eles, etc.
Enredo:Muito Bom
Muito criativa a história de um homem capaz de controlar animais e usá-los para se vingar das pessoas que ele julgava responsáveis por seu acidente. Boa a construção do personagem Daniel.
O final é apressado e um pouco impessoal, o que compromete um tanto o conto.
Escrita:Muito Boa
A escrita é muito correta e limpa, sem erros que eu tenha notado. Consegue um bom equilíbrio, sem soar nem simples, nem erudita demais, e melhor: entrega bem o “produto”, o enredo, sem atrapalhar.
Considerações gerais:Muito Bom
O cômputo geral foi muito bom, com personagens bem desenvolvidos e um enredo muito criativo. Gostei bastante do personagem Daniel.
Boa sorte no desafio!
Ambientação: Eu curti demaaaaaaais toda a atmosfera, que me lembrou, inclusive, dos episódios do meu seriado favorito: Arquivo X; a ideia dos animais como sendo influenciados por algo sobrenatural é muito interessante. Em contrapartida, Aldo o detetive, tem fobia de aranhas e isso acaba prejudicando ele de ir mais a fundo no interrogatório. Interessante a proposta e a atmosfera ‘Arquivo X’ e ‘Além da imaginação’. Poderia ser um episódio para qualquer um desses seriados, que ficaria muito bacana.
Enredo: A única ressalva que faço é a pouca importância que foi dada a personagens que poderiam ser mais bem explorados na história, como por exemplo a Raquel, que contrata o serviço do detetive. Entendo que por ser um conto, não podemos detalhar muito a figura de cada personagem, mas se não vai ter uma influência tão grande, não se faz necessário nem nomear. Contudo, eu gostei da forma como o autor brincou com as possibilidades de quem poderia ser o verdadeiro culpado. Parabenizo o autor pela humanização do detetive Aldo, com características que o tornam mais crível e real. O vício em cigarro, os medos e a glock 9mm, tão utilizada no meio policial, principalmente por detetives.
Escrita: Atento apenas para uma pequena revisão no texto. Encontrei erros, como por exemplo, quando o autor diz: ele foi ‘contrato’ para isso; entendo que o autor quis dizer que ele foi ‘contratado’ para isso. O texto tem uma leitura muito boa e chama muito a atenção, porém apenas uma revisão para que se faça justiça ao conto sensacional.
Considerações Gerais: Eu tive a sensação de estar assistindo a um episódio escrito por Chris Carter no Arquivo X ou do seriado ‘Além da imaginação’; são meus favoritos e logo posso dizer que gostei demais de ler o conto. Desejo Sorte ao autor e parabenizo pelo trabalho!
Ambientação: Gostei da ambientação, cenario e personagens muito bem construidos
Enredo: Boa trama, leitura fluida.
Escrita: Excelente escrita, não encontrei erros
Considerações gerais: Gostei, este conto pede uma continuação…
23 – O Caso da Garota (…)
Ambientação:
O conto tem boa ambientação, passado em diversos lugares, todos apropriadamente construídos.
Enredo:
O conto propõe a existência do fenômeno de apropriação da mente dos animais. Um sujeito que sofre um acidente, ficando lesionado, adquire a possibilidade de manipular a mente dos animais, que cumprem para ele rituais de vingança.
Um detetive entra em ação em busca de uma mulher desaparecida.
O fugitivo que se apodera de corpos, acaba por matar o detetive quando tem domínio sobre aranhas.
Escrita:
A escrita está legal, embora precise de alguma revisão.
Considerações Gerais:
Um conto de detetive que se mistura com a ideia de poderes da mente. Não tem necessariamente visão de mundos paralelos. Está no jogo.
O autor trabalhou sobre clichês de textos de detetive, com sucessivos cortes de personagens e cenários. Não ficou mal, embora, em alguns momentos, requeira uma maior compreensão para se entender o que está acontecendo.
O autor optou por um final estranho. Compreendo que tenha querido dar uma virada no texto: o detetive esperto acaba subjugado pelo sujeito que tem o hábito da vingança.
Não achei que tenha ficado boa esta opção, particularmente porque ela advém de um corte abrupto, sem explicações, numa espécie de reviravolta tão inesperada que… não ajuda ao conjunto anteriormente construído.
Ambientação:
Bem feita.
Enredo:
Interessante, com personagens bem construídos. A maneira como a história foi construída, em blocos, deu dinamismo a narrativa e a tornou ainda mais atraente. O problema foi o final. Houve uma quebra muito abrupta, o que deu a impressão de ser sem nexo. Num instante, Aldo e Judith estavam consegundo fugir. No instante seguinte, Aldo está morto. O que aconteceu entra um instante e outro? O que aconteceu com Judith?
Escrita:
Muito boa, correta e bem pensada. Exceto pelo final, a história foi bem construída.
Considerações gerais:
Gostei muito de 90% da história. Se o último parágrafo não existisse, seria um dos meus favoritos.
Ambientação: Mediana. O conto se passa em variados ambientes: cabana onde a moça está presa, escritório do detetive, ruas da cidade, empresa etc. Nada que se destaque, para o bem e para o mal.
Enredo: Mediana. Embora a alternância entre capítulos tenha ficado boa, o enredo não possui outros pontos de destaque. E o desfecho é um completo anticlímax.
Escrita: Mediana. A escrita (domínio da gramática, das técnicas de narração e revisão) está bem encaminhada, mas ainda há bastante espaço para progredir.
Considerações gerais: 1. a adequação ao gênero fantástico foi mínima: um dos personagens adquire superpoderes; 2. igualmente mínima foi a adequação ao gênero policial: um crime é cometido e um detetive particular é contratado para ajudá-lo; 3. o autor usa “na verdade” durante a narração, o que não combina com narrador onisciente em terceira pessoa – se um narrador é onisciente, ele não deve ficar se corrigindo, pois ele tudo sabe e nada erra; 4. pegar um jornal para ler beira a redundância, a repetição de ideias, pois se trata do uso normal de um jornal; 5. em alguns momentos, o autor separa o sujeito do predicado com vírgulas: por exemplo, quem entra é a mulher vestida de bege, então qual a razão da vírgula antes de “entrar”?; 6. o que seria “bombonas”?; 7. o texto investe muito em longos trechos explicativos – é sempre melhor mostrar os personagens em ação do que ficar dando explicações ( por exemplo, o parágrafo iniciado por “Havia contratado” é inteiramente dedicado a explicações); 8. há repetições de palavras idênticas ou similares em locais muito próximos (“voou” e “voo”, “poder mental” e “poder esse”, por exemplo); 9. Em “Ricardo Silvado, estacionou”, a presença da vírgula separando sujeito do predicado faz parecer que estamos diante de um vocativo. 10. há outros deslizes de revisão, o rol é exemplificativo e não exaustivo.
Ambientação: é uma bela história policial, mesmo que muitas vezes o fantástico não se manifeste muito nesse gênero. Os personagens são bem construídos e realistas(menos os poderes especiais, mas isso não conta). A ação se desdobra em vários cenários, e eles são descritos de forma rápida, mas suficiente, menos pela casa, que é bem descrita.
Enredo: uma história de detetive bem construída, comofalei anteriormente. A divisão em facetas que convergem é sempre ótima. Mas a parte dos poderes algumas vezes deixa a obra um pouco sem profundidade, e para mim essas cenas poderiam ser revistas. Fica parecendo um pouco a história de origem de um supervilão dos quadrinhos
Escrita: uma escrita um pouco resumida, mas que não tem erros.
Considerações finais: uma história Boa, que tem potencial para melhorar. Pegou meu fraco por histórias de detetive rsrs
Olá, Enola!
É um bom conto, sim, sim.
AMBIENTAÇÃO
Eficiente.
O poder descritivo é o destaque da narrativa. Bem imagético. Com isso, mesmo apresentando cenários comuns, numa fantasia mais urbana, consegue entregar imagens e eficientes.
ENREDO
Bom.
É simples. O ponto de destaque é a possessão dos animais. Mesmo que não exista nenhuma explicação para o poder do rapaz, está bem encaixado dentro dos mistérios do conto.
Em contrapartida, o final me deixou um pouco decepcionado. Um tanto brusco, diria.
ESCRITA
Boa.
Seguindo a história, a narrativa tem um estilo simples e direto, sem qualquer floreio. Sendo sincero, não consegui me conectar com o texto, e acho que foi por causa da escrita. Explico: você se preocupa muito em descrever o cenário e as situações que esquece de trabalhar com as emoções dos personagens. Quando Daniel descobre seu poder, por exemplo, deve ter sido algo emocionante para ele. Imagina um inválido, sem qualquer esperança do futuro, voando pelo céu como um passarinho. Não consigo me aproximar de uma história que não explora essas emoções. A narrativa, apesar de correta, pareceu-me fria e distante.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Mesmo não tendo me encantado, é um bom conto, dentro do tema e da proposta do desafio. É um trabalho legal, de um autor que, provavelmente, tem certa experiência na labuta.
Ambientação: O conto é bastante criativo ao construir uma trama policial com contexto fantástico. No geral, cria um ambiente divertido e a investigação de Aldo se transformou numa aventura ágil e leve, que me lembrou realmente os livros da Enola Holmes.
Enredo: Achei um enredo muito complexo para o espaço em que precisou ser escrito, o que prejudicou o desenvolvimento da investigação (ela tem potencial para mais dificuldades), das ações do vilão e principalmente do final, que ficou extremamente abrupto (é até difícil assimilá-lo). Mas vale como teste: é um material que rende – com certeza! – investimento numa narrativa longa
Escrita: A construção do texto tem um quê de roteiro cinematográfico, que deu ao conto um ritmo eficiente. A condução em cenas intercalando pontos de vista dos personagens e até o uso de flashbacks deu agilidade à escrita. A leitura é fluida e tem um frescor de literatura juvenil.
Ambientação
Fusão de conto fantástico com policial.
Enredo
Algo previsível. O autor começou por dar pistas com o nome do conto e o pseudónimo. Feito com outra elegância, mantendo o suspense, prenderia melhor o leitor.
Escrita
A escrita é pouco fluída e com alguns erros.
Considerações finais
Conto com potencial mas previsível.
Ambientação: alguém bebeu mto da fonte cinematográfica e eu não gosto disso. A ambientação, indiferente de onde se passa, parece ter saído de qualquer filme americano de investigação.
Escrita: não acho que show dont tell seja obrigatorio, mas ele ajuda a balancear o texto. O parágrafo que descreve daniel após o acidente, por exemplo, é muito direto, mto explicado e isso tira um tanto do envolvimento do leitor com o personagem.
“A certeza de que tinha uma chance para escapar anulou sua imobilidade.”
essa frase foi um tapa na minha cara. Pela criatividade do conto, a trama desenvolvida, tenho certeza que esse autor(a) poderia fazer algo mais crível do que isso.
Enredo: gostei da maneira que o elemento fantástico entra na história e causa toda uma mudança de jogo para o leitor que, até ali, parecia ler um caso de investigação comum. A trama é simples, mas divertida. Como somos apresentados a ela por diferentes ângulos, não há mto suspense, pois já sabemos quem é quem e sua função dentro da história. A primeira parte do conto composta apenas por diálogos, se fosse retirada do texto, não alteraria em nada a compreensão do leitor.
Considerações gerais: visão aguçada em um cachorro foi uma forçada de barra.
“Depois de acertarem o preço, que foi maior do que ele imaginava”
Nessa frase me parece ter algo errado para um ambiente adulto de negociações
“Foi fácil achar o lugar que procurava, a Randon era uma das maiores fábricas da cidade e era bem localizada e conhecida.”
Nessa outra, há repetição de ideia.
por momentos assim, creio que o autor(a) não teve muito tempo para revisar o texto
Olá, Enola.
Vou comentar seguindo as orientações do regulamento:
Ambientação: A ambientação está na medida certa, deu para ir vendo mentalmente as situações.
Enredo: O enredo é bastante bom e bem elaborado dentro do tema mistério.
Escrita: A escrita vai bem, não tem problemas a apontar, mas também não é brilhante, podia ser melhor, mas é Boa QB.
Considerações gerais: O conto é muito bom, mas tem coisas que não encaixam, pelo menos para mim, que não consigo imaginar um jornal a noticiar algo afirmando que foi cometido por animais possuídos. Os jornais noticiam coisas inexplicáveis, mas não dão como certa a “possessão”, seja ela de pessoas ou animais, quando afirmam que até pode parecer “possessão”.
Também a parte da chegada à cabana da floresta está um pouco estranha, porque o detetive não parou quando viu Daniel abrandar ou parar, parou quando viu uma cabana de pesca. E, ao ler, eu perguntei-me, imaginando a cena, “a que título?, como podia saber que Daniel iria parar ali?”.
Estes pequenos pormenores retiraram um pouco ao conto que, repito, é muito bom e bem elaborado. A história é boa.
Parabéns e boa sorte no desafio
AMBIENTAÇÃO: a ambientação é confusa, não se percebe se a história passa no presente ou no passado, se em cenário nacional ou estrangeiro, e isso diminui a imersão do leitor na trama.
ENREDO: contada em alternância de cenas, mostra as ações de um malfeitor com poderes telepáticos para com os animais, ao mesmo tempo que explica a gênese de seus poderes. Um detetive particular é contratado para resolver um caso de desaparecimento, mas em momento algum existe uma relação lógica entre o caso da menina desaparecida e os animais “possuídos”, exceto o fato de que ambos os crimes são cometidos pelo mesmo personagem. Parecem duas histórias distintas costuradas, que poderiam perfeitamente bem ser contadas separadamente.
ESCRITA: a escrita é correta, sem erros visíveis. Porém faltou um clímax mais impactante.
CONSIDERAÇÕES GERAIS: no final, não fica claro se a menina desaparecida foi libertada. Também não existem elementos na narrativa que justifiquem os jornais tratarem os crimes cometidos por ataques animais a uma “possessão”. Mais coerente seria que todos as mortes fossem tratadas como acidentais, já que ninguém, nem o detetive nem a polícia levantaram a possibilidade de “possessão animal”. Minha dica seria: reescrever a história separando os elementos “menina desaparecida” e “possessão animal”, podem assim desenvolver melhor ambas as narrativas.
O conto tem uma premissa legítima, com o detetive particular que persegue um caso inexplicável, mas acredito que a autoria tenha gasto muito tempo em exposição quando deveria ter trabalhado melhor a narrativa e os personagens. Vê-se uma insistência em trechos dedicados a explicações – seja em sumários, resumindo fatos ocorridos a personagens, seja em ações, aqui e ali escrevendo para além do necessário ao explicar o que um personagem está fazendo ou sentindo. A forma com a qual desenrolou o enredo também não me pareceu muito conveniente, com as mudanças de ponto de vista a princípio confundindo e depois truncando a leitura do texto.
A maneira como os fatos estão organizados me parece contradizer o que seria melhorar para uma história investigativa, pois durante todo o tempo se sabe quem é o culpado por detrás dos fatos e, assim, não se constrói nenhum suspense. Além disso, os personagens são rasos e reduzidos às suas motivações, sem trazer algo que os façam mais críveis e cativantes.
Então, se a premissa encontra o certame em seu tema e, também, garante uma história coerente, faltou um trabalho maior no que diz respeito ao conteúdo dessa história.
Ambientação: É um texto estilo quebra-cabeças, mas com poucas pistas e um final apressado. Tem uma mistura interessante de conto policial, monstro e super-heróis(!).
Enredo: Temos um detetive. Uma moça que perdeu a irmã. Um cara que quer vingança contra uma fábrica e essa irmã. Temos um acidente químico radioativo estilo The Flash, que dá o tom da história. Tinha muito potencial, mas as quebras literalmente quebraram o ritmo. Entendo que o intuito era fazer o leitor juntar as peças, só que há pouco espaço para um quebra-cabeça de 1000 peças. Você devia fazer apenas com umas 100, entende? Enquanto o mundo não é estabelecido na mente do leitor, ficar difícil se situar em 3 lugares distintos, logo de início. Você poderia ter feito um parágrafo semi-explicativo, narrando que haveria três pontos de vista. O poder dele também é bem interessante, mas foi mal explorado com um método bastante clichê. Estava sendo bastante original na parte de apenas se divertir com os animais e ver o que acontecia. Depois virou o típico “bandido do casebre com mocinha amarrada”.
Escrita: Pelo menos, a escrita flui bem. Sem tropeços, sem grandes floreios, mas eficiente.
Considerações gerais: Um texto com grande potencial, mas que esbarra em clichês e finais apressados, o que traz (ainda) um outro ponto de vista, que não adiciona, só torna confuso. Recomendo “remontar” e focar no poder do vilão, que daria um embate bem mais interessante.
Oi, Enola Holmes
Ambientação:
Eu gosto de contos que iniciam no diálogo, em plena ação. Nos primeiros parágrafos não sabemos o gênero dos personagens. Quem seria o homem? E a mulher? Ou seria um casal homossexual? Não importa. Segue a história. Essa omissão até instiga o leitor. Quando cheguei à palavra tonta, entendi quem era a mulher. Era era a vítima. O leitor crê que ela será importante na trama. O ambiente do cativeiro é bem definido. De forma simples, mas suficiente para causar agonia no leitor. Chego ao detetive. Por um momento pensei que fosse o vilão. Em todos os trechos você descreve bem os cenários. Não vejo como poderia melhorar. Já está ótimo. Parecem contos diversos e costurados. As lacunas vão sendo preenchidas na mente conforme a leitura avança.
Enredo: Houve um momento em que me perdi. Mas logo me achei. A questão fantástica é bem apresentada. O poder do personagem é bem explicado e convincente dentro da narrativa. A fobia de aranhas cria uma identificação poderosa. Fico pensando o quanto foi trabalhoso organizar o conto em blocos embaralhados. O narrador acompanha os protagonistas, mesmo durante a perseguição nas cenas finais. Isso deu ritmo. Você fez um excelente trabalho. Acho que perderia a força se contado linearmente. Então, a organização do enredo foi bem escolhida. Confesso que houve um momento em que eu pensei: não vou entender. Porém tudo se encaixa depois. A história se organiza na cabeça. O final foi inesperado pra mim, bom efeito surpresa. Achei que as chances de ainda atingir o detetive eram nulas. Fiquei com dúvida sobre se a moça sobreviveu. Acho que sim. Achei bom não explicar, dar esse espaço para o leitor. Afinal os protagonistas são Aldo e Daniel.
Escrita: não tenho observações
Considerações finais: a história é interessante e a forma como ela é contada não deixou haver perdas. Fala sobre vingança, sobre medo e coragem. O poder nas mãos do revoltado. Muito bom!
O caso da garota desaparecida e dos animais possuídos.
Ambientação: Urbana, que gera um bom clima de suspense. Há, inclusive, passagens em locais mais ermos, que auxiliam na tensão proposta pelo conto.
Enredo: Muito engenhoso! Conto policial com toques de Ficção Científica. A premissa de um homem aleijado com a capacidade de possuir o corpo de animais é fantástica! O protagonista nos gera empatia e torcemos pelo seu sucesso. Há, claro, algumas convenções do gênero: o reflexo da fábrica na janela do carro, o escritório sujo e abandonado, o conflito entre mocinho e bandido. Ainda assim, o conto funciona muito bem.
Escrita: Creio que percebi um erro de digitação, mas nada que salte aos olhos. Tive problemas, apenas, com um trecho que, mais na frente do enredo, ficou deveras explicativo. Já entendemos que os poderes de Daniel vieram pelo acidente, mas você ressalta isso mais a frente, subestimando o leitor. Ainda que não tivesse uma explicação direta, o conto funcionaria muito bem da mesma maneira.
Considerações finais: Esse conto finalizou a minha primeira lista de leitura com muito estilo. O mérito maior está no bom uso da premissa!
Parabéns!