EntreContos

Detox Literário.

[EM] Luz e Sombra (Ana Maria Monteiro e Jorge Santos)

1

Rodrigo Pato acordou às 7 horas em ponto, como era seu hábito. Tomou banho, comeu alguma coisa. Fumou o seu primeiro cigarro e preparou-se para enfrentar o trânsito citadino. O tempo ameaçava chover. Junho estava a ser um mês atípico. Rodrigo tinha saudades de festejar o São João com um calor abrasador. Ia às sardinhas com os amigos enquanto esperava pelo fogo de artifício em Miragaia, normalmente bêbado como um cacho. Meteu-se no metro de superfície atulhado de gente, o que era um contrassenso em época de pandemia. Todos usavam máscara cirúrgica, inclusivamente ele próprio, que esteve a um ponto de sacar do crachá da polícia para impor respeito. Chegou à sede da Polícia Judiciária onde o seu superior o destacou para um homicídio que tinha acontecido em Gaia.

– Positivo ou negativo? – Perguntou. Era a única pergunta que costumava fazer, desde que descobrira aquela particularidade da sua natureza. Rodrigo sabia que era diferente. Desde criança que tinha visões. A princípio ficara assustado. Os pais tinham-no levado a uma série de médicos, que não descobriram a razão das estranhas visões de Rodrigo, até que uma vidente revelou a verdade. “Olha para mim, Rodrigo”, ordenara-lhe. Rodrigo via apenas uma mulher idosa, com uma pele estranhamente parecida com escamas. Tinha na mão uma carta de tarot, cujo valor escondia de Rodrigo. Depois, tudo mudou, como costumava acontecer sempre que Rodrigo tinha uma visão – parecia que o mundo tinha passado para o negativo, como se estivesse a ver o negativo de uma fotografia. Mas, para além das cores invertidas, Rodrigo via as verdades escondidas. “É a carta da Justiça”, disse, acertando na carta do Arcano Maior que a vidente tinha na mão. O negativo dela era uma mulher surpreendente, com um sorriso confiante. Sentenciou que ele não tinha problema nenhum que pudesse ser solucionado pela ciência. Rodrigo conseguia ver o mundo negativo. O mundo da verdade.

O inspetor Marado da Palha disse apenas “Positivo”, sendo um dos poucos a saber da razão da pergunta. Cedo se apercebeu das visões de Rodrigo e da vantagem que trazia na sua área. Deixava-o trabalhar sozinho, porque os colegas o tratavam como um louco.

2

Rodrigo acelerou no carro de serviço da polícia. Se fosse um filme americano, o carro passaria a ponte da Arrábida em segundos, mas como era tão velho como todo o resto do equipamento da corporação à qual pertencia, o carro protestou e manteve o mesmo andamento, lançando um embaraçador fumo negro.

“Merda”, pensou, um segundo antes de tudo mudar. Ele detestava ter visões enquanto conduzia. Para além de que tudo ficava com as cores invertidas, os motoristas transformavam-se em monstros. Rodrigo já aprendera a ignorar, mas exigia-lhe o dobro da atenção. Esperou pacientemente que a visão passasse, enquanto apitava para um idiota mais assanhado, de duas cabeças e um par de cornos em cada uma.

A casa dos Gomes Tenreiro tinha quase cem anos. Parados à porta, no jardim, estavam uma ambulância e quatro automóveis, dois da polícia e outros dois de alta cilindrada. Rodrigo estacionou o seu ao lado deles, sentindo alguma vergonha. Saiu, tendo de bater a porta duas vezes, e dirigiu-se à entrada da casa, onde foi cumprimentado por um agente local, que lhe mostrou o caminho para a biblioteca. O corpo de um homem estava no tapete, cravejado de balas.  A mulher e a filha tinham sido alertadas pelo barulho e dado com a porta fechada.

– Suicídio? – perguntou Rodrigo, mas o agente revelou que tal seria implausível.

– Não foi encontrada a arma do crime e a porta estava fechada por dentro, tal como todas as janelas. No entanto, o corpo tinha catorze balas. Seria muito improvável o cenário do suicídio.

– Compreendo. Por outro lado, os mortos não percebem nada de matemática. – Comentou Rodrigo, enquanto começava a investigar a cena do crime.

Na impossibilidade de ser levado a sério pelos colegas, Rodrigo apreciava particularmente dizer patetices que, no mundo colorido em que todos viviam, não só ajudavam à sua fama de excêntrico, como até lhe emprestavam uma maior coerência. A observação surtiu o efeito desejado, com o agente a olhá-lo de soslaio parecendo compreender agora o motivo para a reputação de Rodrigo que, além de ter o apelido Pato, ainda se assemelhava bastante a um, o que lhe dava um aspeto pouco sério. O agente, sabendo da consideração de Marado por Rodrigo, e não querendo problemas com as chefias, achou por bem deixar Rodrigo a sós.

3

Uma vez liberto da companhia do agente, Rodrigo meteu mãos à obra, abriu a maleta que sempre transportava consigo e retirou dela os seus óculos especiais que lhe permitiam ver, instantaneamente, de um mundo para o outro.

Rodrigo não era a única pessoa que conseguia aceder ao mundo negativo, havia outros como ele, poucos, mas muito úteis. Não conhecia nenhum, mas, esporadicamente, comunicavam no mundo negativo, mantendo um acordo tácito quanto ao seu anonimato e usando nomes de código. Sabiam que a sua condição os fragilizava nas mãos de inimigos ou mal-intencionados e quanto menos soubessem uns dos outros, melhor. Estes óculos haviam sido desenvolvidos por um desses incógnitos, um tal Tambor. Tambor seguira de perto no mundo negativo, uma investigação em que a NASA procurava desenvolver um aparelho para os astronautas comunicarem com a Terra em qualquer situação. A seu pedido, Tambor dera a Rodrigo (K7) as instruções para construir um. Tarefa simples, Rodrigo conseguiu até introduzir-lhe um comando que funcionava como a Box da televisão e permitia aceder a imagens até sete dias antes.

Colocou os óculos e programou para doze horas antes, escuridão absoluta; onze horas antes, igual; dez, nove, oito, sete, seis, e finalmente ali estava o corpo caído no chão. Rodrigo não acreditava no que NÃO via. Deixou um apelo no mundo negativo: pediu que o informassem, caso alguém tivesse acesso a imagens ou qualquer informação sobre o que ali se passara, naquele período.

Tirou os óculos e saiu. Informou o agente de que reparara em alguns indícios que iria investigar. O homem, um pouco a medo, perguntou: — Ainda acha que o suicídio é uma possibilidade?

— O suicídio é sempre uma resposta válida. Viver é suicídio e o primeiro passo é dado ao nascer.

E com esta tirada se foi, após uma leve vénia de cabeça, deixando o pobre agente a tentar perceber o que acabara de ouvir.

4

– Preciso de um conselho, Brigite.

A vidente tinha agora 90 anos, a cabeça quase completamente calva, os olhos mirrados.

– Precisas de um conselho meu, agora que já não vejo nada, nem deste mundo, nem do outro?

– Mesmo cega, a Brigite vê melhor do que muito boa gente que eu conheço.

A velha Brigite deu uma gargalhada sonora, mostrando a boca desdentada onde se via um único dente.

– É possível que alguém venha do mundo negativo e mate uma pessoa no nosso mundo?

Brigite meditou antes de dar a resposta, ou talvez se tenha esquecido da pergunta.

– Seria preciso uma razão muito forte para isso. Alguém com motivos que conheça o lado negativo tão bem como eu e tu. Somos poucos com esse conhecimento, sabes bem disso.

Rodrigo despediu-se e saiu, desconhecendo que esta seria a última vez que falaria com Brigite. No dia seguinte ela apareceria morta, brutalmente espancada. Tal como tinha acontecido no caso do Gomes Tenreiro, a porta estava fechada por dentro. Rodrigo não tinha dúvidas: havia um assassino do lado negativo a assassinar as poucas pessoas que tinham conhecimento da negatividade. Nessa noite, Rodrigo dormiu com a arma a seu lado.

5

Rodrigo regressou a casa de Gomes Tenreiro e começou a interrogar todos os que ali viviam. Colocou os óculos durante os interrogatórios. Na negatividade, todos apareciam como realmente eram, sem hipótese de camuflagem. Monstros horrendos, pacíficas ovelhas, lunáticos incorrigíveis. Mulher, filha, genro, secretário, criado, motorista, cozinheira. Todos tornavam transparente a sua verdadeira natureza na negatividade. Estava na cozinha, pronto a desistir. De todos, era a cozinheira que lhe parecia mais aberta.

– Já chegou a alguma conclusão, senhor inspetor?

Ele bebia um chá de camomila que ela lhe tinha oferecido.

– Sei o que procuro. O Major Gomes Tenreiro tinha inimigos?

Ela colocou um pão-de-ló na mesa.

– Sim, como todos os homens poderosos.

– Alguém em especial? Alguém com razões pessoais para o odiar.

A Dona Luzia pensou por momentos.

– O Carlos Pascal, talvez. Era filho adotivo do Major. Primeiro foi internado no Magalhães Lemos, depois transferido para o Conde Ferreira. Ainda lá está.

6

Chegado ao Conde Ferreira, Rodrigo preparava-se para uma conversa com um lunático, doido varrido. Mas Carlos Pascal aparentava ser uma pessoa perfeitamente normal e equilibrada. O inspetor receava as reações de pessoas internadas em hospícios e optou por não usar os óculos. Carlos, talvez devido ao isolamento em que vivia, revelou-se um conversador fluente, que se dispôs a contar ao Inspetor toda a história da família Gomes Tenreiro. Quando Rodrigo lhe contou do brutal assassinato, reagiu como seria de esperar duma pessoa afastada, mas conhecida: lamentou o ocorrido e a forma como sucedera e desejou que a mulher e a filha estivessem bem.

Rodrigo passou uma tarde agradável e descontraída na companhia de um estranho inofensivo, que o manteve perfeitamente centrado no mundo colorido, sem interferências, ou profecias, ou monstros ao volante e ainda lhe forneceu informações muito valiosas.

Era agora claro que o Major não fora morto por um inimigo, mas antes por alguém que lhe queria muito e se sentia ignorado – e Rodrigo desconfiava que sabia quem era esse alguém.

Regressou a casa ao final do dia e preparou-se para uma bela noite de sono, aquilo era caso arrumado. Já deitado, pensou “são favas contadas” e sorriu com essa brincadeira que fez para si mesmo. Logo de seguida, fechou os olhos e adormeceu animado: O dia seguinte desenhava-se prometedor e sabia muito bem por onde o começaria.

7

Paula Gomes Tenreiro, a viúva, era uma mulher sofisticada. Rodrigo foi falar com ela novamente, algo que ela estranhou profundamente.

– É de louvar a sua preocupação, Inspetor. Fui informada de que foi visitar o Carlos. Ele está internado. Se calhar não pensa que ele saiu durante a noite, pois não?

Rodrigo ignorou o tom irónico e abanou a cabeça.

– Não. Mas achei-o muito lúcido.

– Tem dias. Depois começa a alucinar. Diz que tem visões.

De repente, tudo mudou. Rodrigo passou para o mundo negativo. Nele, Paula não era muito diferente do habitual, mas insinuava-se para Rodrigo de uma forma direta. De uma coisa Rodrigo tinha certeza: não era Carlos o único a ter visões, ela também as tinha e, nessa realidade alternativa, Paula Gomes Tenreiro enganava o marido. Que mais poderia fazer? Rodrigo deixou-se seduzir. Precisava conhecer melhor aquela mulher.

Fez amor na negatividade, uma experiência transcendente. A verdade subjacente à negatividade fazia com que não existissem máscaras. Na negatividade, a mulher não podia fingir um orgasmo.

Quando regressou à positividade, Paula fumou um cigarro, muito embora na aqui, em sua casa, nada tivesse acontecido.

– Não sabia que isto era possível. – Comentou Rodrigo.

– Todas as mulheres têm os seus segredos, Inspetor.

Rodrigo confirmou. As suas dúvidas dissiparam-se.

8

Oh, sim, todas as mulheres têm os seus segredos! E quem não os tem?

Não existe mundo negativo que nos elucide, não existe seja o que for que nos esclareça: todos temos segredos – e alguns deles guardamos até de nós mesmos. Paula era um segredo antigo. Recordava-se agora: a cama e a casa não eram as mesmas, mas os seus encontros com Paula, ainda que não tão frequentes quanto desejaria, eram verdadeiras peças de arte, dignas de ser admiradas – em qualquer mundo.

9

A véspera não correra como esperado e no dia seguinte acordou já frustrado.

Além disso e em relação a esta investigação, estava agora mais baralhado que em qualquer outro momento; afinal, quem matara Gomes Tenreiro? Quem conseguira matar Brigite e o Major, sem deixar o menor vestígio e inviabilizando ambos os mundos? Era óbvio que fora a mesma pessoa e Brigite fora apenas um mal necessário, após a visita que lhe fizera. Sentia-se culpado pela morte dela.

E Paula? Paula era inocente, não amava o marido. Sabia disso sem margem para dúvidas; sabia porque a mulher que Paula se revelava com ele na cama, jamais poderia ser a mesma Paula que dormia com o Major há mais de vinte anos e de quem até tinha uma filha. Com ele (pobre Rodrigo, que na cama era mais Pato que outra coisa qualquer), Paula assumia uma verdade inimitável, que só poderia ser sua. Suspirou, (a ideia das peripécias sexuais a que ela o introduzira deixara-o excitado e agora teria de ir trabalhar em jejum, primeiro precisava resolver aquela premência), este caso estava a revelar-se mais tortuoso do que inicialmente imaginara.

Na rua confirmou as horas: fora rápido e não se atrasaria, “Ótimo!”, mas, em contrapartida, não sabia exatamente por onde continuar e essa falta de previsibilidade tornava-o inseguro. Preparou-se para as perguntas de Marado e conduziu em direção ao trabalho, saboreando uma total ausência de mundo negativo e de “monstros” ao volante.

10

– Então, como vai a investigação? – Perguntou Marado da Palha.

– Estou a seguir uma nova linha de investigação, chefe.

Marado da Palha tirou um cigarro do maço que tinha sobre a mesa e acendeu-o. Estava a borrifar-se para as proibições que o governo tinha imposto. Naquele gabinete, o governo era ele e só ele decidia quando e quem podia ou não fumar.

– O assassino pode ter vindo do lado negativo – disse Rodrigo.

Marado da Palha quase cuspiu o cigarro.

– Ouça lá… eu fui conivente com essas suas histórias de visões por causa dos resultados que tem tido. É o meu melhor inspetor, não restam dúvidas quanto a isso. Mas daí a alegar que um assassino possa vir de uma dimensão que ninguém consegue ver, atravessar portas fechadas e matar alguém… está a ver o caos que essa informação pode originar?

Rodrigo sabia. O telefone tocou e Marado da Palha despachou-o. Rodrigo sentiu-se perdido.

Quando estava nesse estado de espírito, costumava ir ter com Brigite. Ela tinha uma sabedoria antiga. Mais antiga do que o mundo, costumava dizer. Forçou a porta da casa dela. Encostou-se a um canto. Lembrou-se do primeiro dia em que ali fora e que ela lhe tinha revelado o seu dom de vidente. Quando abriu os olhos estava na negatividade, na sala da casa de Brigite, no mesmo sítio onde tinham descoberto o seu corpo. Mas não estava só: Brigite estava ali. Flutuava, os longos cabelos brancos espalhavam-se pelo ar. Sorria para ele de uma forma maternal.

11

– Tens de fugir, Rodrigo. Ele está quase a chegar. Vem à tua procura. – Disse Brigitte. Na negatividade, a sua voz era pura e cristalina como a voz dos anjos.

— Que é isto? Uma visão? Estou mesmo aqui? Como?

— Tantas perguntas, meu filho. – Brigite conservava os dentes todos e aparentava a idade que tinha quando a conhecera, mantinha a mesma pele rugosa e escamada. — Já devias ter percebido que o mundo negativo vai muito além do que possa imaginar um seu mero usuário. No fundo, tirando a impossibilidade da mentira, o que torna as coisas complicadas, é como o mundo a cores: primeiro que tudo, somos humanos e, seja qual for o mundo ou dimensão em que nos encontremos, estamos sujeitos às nossas imposições de espécie. Enfim, estás aqui e é o que interessa.

— Que bom vê-la, Brigite (tratava-a agora pelo nome, aquele mundo irmanava-os), penso que pode ajudar-me a resolver estes assassinatos, porque sei que foi morta pela mesma pessoa que pôs fim ao Major.

—Tens razão em fifty-fifty, meu filho, mas não é bem assim, pois houve um suicídio e um assassínio. – Sorriu, ao mesmo tempo que Rodrigo notava a informalidade com que falava agora, despida de falsidades, no mundo negativo – Passo muito tempo sozinha, observo, mas não interajo, isso torna-se aborrecido – olhou-o meio de lado, com um sorriso maroto nos lábios – e não vou contar-te já o que queres, primeiro quero usufruir da tua companhia. Tomamos um chazinho?

Rodrigo assentiu. Que remédio!, mas era um homem que sabia tirar proveito da vida e antecipou prazerosamente os bons momentos que iria passar.

Foi muito agradável, agradável e proveitoso pois, tal como antes Carlos Pascal o fizera, também Brigite lhe proporcionou, além de bem-estar, informações inestimáveis: disse-lhe quem fora. Mantinha-se muito preocupada com a segurança de Rodrigo e, quando ele se despedia com um carinhoso beijo na testa, pediu-lhe:

— Toma cuidado, filho, corres grande perigo.

— Não se preocupe, Brigite, sei exatamente como resolver a situação, ele só pode observar o mundo positivo, não sabe desta conversa.

Sorriu de novo, agora confiante. Brigite suspirou aliviada, percebendo que era verdade.

12

— Sim, chefe, é isso mesmo: ambos se suicidaram!

— Rodrigo! Isso é impossível!

— Com as portas fechadas por dentro e sem qualquer outro meio de saída, o assassínio é igualmente impossível, não lhe parece?

O nome de Marado da Palha, caía agora que nem uma luva no pobre homem, completamente marado – da palha e do juízo.

— Estou farto! Você está fora do caso, Pato. Saia!

Rodrigo saiu satisfeito; os casos nunca seriam resolvidos e não precisava informar o superior de que tinha sido forçado a cometer um assassínio para acabar com tudo.

Fora difícil para Rodrigo, aceitar que teria de matar Gomes Tenreiro para salvar a própria pele. Mas fez o que se impunha e matou-o. Afinal o major descobrira como trasmudar-se para o mundo negativo, onde não teria de pagar as suas imensas dívidas de jogo e uma vez lá usou o tempo limitado de que dispunha em ubiquidade e foi à biblioteca, onde pôs fim ao próprio corpo físico, regressando em seguida. Perseguia o inspetor que investigava o caso e, quando percebeu que Brigite lhe dera a chave para a solução dos crimes, viu-se obrigado a matá-la; de seguida mataria Rodrigo e provavelmente a mulher adúltera.

Agora nos braços de Paula, a sua mulher de sonho a cores e em negativo, temos um Rodrigo recuperado de qualquer insegurança. Tudo está bem. Mais um caso arrumado.

18 comentários em “[EM] Luz e Sombra (Ana Maria Monteiro e Jorge Santos)

  1. Jowilton Amaral da Costa
    18 de setembro de 2021

    Ambientação: Boa ambientação, sabemos que estamos no presente, convivendo com a Covid.

    Enredo: Um bom enredo, apesar de ter ficado meio sem saber direito o que era esse mundo negativo. Seria o mundo onde vive nossas almas? Porque alguém precisaria sair do mundo negativo para matar alguém no positivo, já que eram as mesmas pessoas? Quando as pessoas se comunicavam no mundo negativo, o que acontecia com elas no positivo? São muitas perguntas. O final do conto não seguiu a mesma linha do resto do texto, achei aquém. Mesmo assim foi um conto que eu gostei de ler. Rodrigo é um bom personagem.

    Técnica: achei a técnica boa, a narrativa é segura e a leitura fluiu bem. Desconfio que foi um conto escrito em dupla.

    Considerações Gerais: Um bom conto sobrenatural.

  2. Simone Lopes Mattos
    12 de setembro de 2021

    Ambientação: no primeiro parágrafo conhecemos o personagem central, sua rotina e o desafio que se apresenta. Em seguida, conhecemos seu dom, o que o ajuda a solucionar mistérios. A cena do crime instiga o leitor, que não vai largar o texto até descobrir o que houve. A história se enrola ainda mais com outros personagens suspeitos de assassinato. Nos sentimos dentro da história sem estranhar o fantástico. Achei pouco explorada a cena de “intimidade “ com a viúva. Pareceu rápida demais a progressão deles. Depois temos o quebra-cabeça sendo montado peça a peça de maneira lógica. Os cenários são deixados para que o leitor imagine. As descrições do mundo negativo são as necessárias para despertar essas imagens.
    Enredo: gostei da forma dinâmica e das esquinas. Acho que há aceleração em algumas passagens que trazem perdas no envolvimento do leitor. Mas a trama é interessante e intrigante. O final é bem encaixado.
    Escrita: não tenho observações.
    Considerações gerais: o fantástico é aceito pelo leitor. A lógica apresentada também. Não há drama. Um conto policial, com aquela frieza investigativa. Gostei de acompanhar a história é compreender o que houve, embora sem grande emoção.

  3. Rubem Cabral
    10 de setembro de 2021

    Olá, Chiaroscuro.

    Vamos à análise do conto!

    Ambientação: Muito boa

    O conto tem boas descrições referentes ao ambiente e é bem minucioso ao decorrer sobre os personagens, suas personalidades, seus movimentos, etc. Em função disso, torna-se bem visual e cria boa empatia com os personagens tbm.

    Enredo: Ótimo

    O enredo é muito criativo ao ter um detetive capaz de enxergar nosso mundo e o mundo além, onde não existem disfarces e mentiras. As idas e voltas, os personagens curiosos, os bons diálogos, todos contribuem e complementam-se, resultando num texto muito bom de se ler.

    Escrita: Muito Boa
    A escrita é muito boa e correta, com uso de bom vocabulário e bem equilibrada, não causando entraves à leitura e entregando bem o “produto” que é o enredo.

    Considerações gerais:Muito Bom
    Rodrigo é um personagem bem construído e que faz jus aos textos inspirados no cinema noir e nos pulp fictions. O humor cínico que aparece do texto também combina com a inspiração. Apenas a conclusão, com Rodrigo apresentando uma explicação completamente implausível (alguém levar 14 tiros!) ao seu chefe, para que fosse retirado do caso; isso pareceu-me um recurso meio apressado. Penso que alguma desculpa melhor surtiria melhor efeito. Saber do envolvimento de Rodrigo através do narrador também não é a melhor abordagem. Talvez descrever algo que mostrasse o envolvimento do detetive fosse mais interessante.

    Boa sorte no desafio!

  4. Felipe Lomar
    10 de setembro de 2021

    Ambientação: um conceito interessantíssimo e curioso. Lembra-me um pouco X-Men, mais especificamente o personagem Noturno, que tem o poder de se teleportar e também visitar outras dimensões. Acredito que possa ter potencial para além desse texto, usar o conceito como um universo, onde várias histórias poderiam acontecer, e onde as origens do negativo e das pessoas que conseguem interagir com ele pudessem ser melhor elaboradas.
    Enredo: uma história de detetive muito interessante e boa de se ler. Deixa o mistério rolando até o final, deixando o leitor curioso e com vontade de ler até o final. Pareceser trabalho de um escritor experiente no gênero. A única falta é o relacionamento entre o detetive e a viúva que começa um pouco do nada. Acho queisso poderia ter sido melhor trabalhado.
    Escrita: como brasileiro, tenho pouco contato com a variante lusa do português, então desconheço as normas gramaticais e semânticas. Mas não percebi nada que aparentasse estar no lugar errado ou que dificultasse a leitura(a não ser o vocabulário que eu desconhecia, mas isso é uma falta minha), tampouco erros de revisão.
    Considerações finais: gostei bastante do texto, a história me prendeu, adorei o conceito que a história se baseia. De verdade, ele tem potencial. Parabéns e continue escrevendo, pelo bem da humanidade!

  5. Kelly Hatanaka
    5 de setembro de 2021

    Ambientação:
    Eficiente. Não gasta muitas explicações no mundo negativo, mas é possível imaginá-lo sem problemas.

    Enredo:
    Confuso. Começou muito bem, fisgou minha atenção, achei muito instigante. Mas, a partir do meio, ficou difícil entender o que estava acontecendo. O final foi particularmente difícil. Como se dar uma resposta absurda a uma investigação fosse fazê-la sumir.

    Escrita:
    Muito boa, correta e agradável de ler.

    Considerações gerais:
    Uma história com uma premissa muito interessante, mas que se perdeu no caminho.

  6. Nelson Freiria
    5 de setembro de 2021

    Ambientação: há um bom clima urbano, sem muito exagerar nem deixar também de usar de alguns tropos. Eu gostei desse equilíbrio, deixou o clima da história bem preparado para o que se propôs. O primeiro parágrafo da parte “2” vem como se fosse um aviso ao leitor para que se desligue das narrativas americanas, isso é legal também, só acho que essa menção explícita aos filmes americanos poderia ter ficado de fora, deixando o leitor percebe-la sozinho.

    Escrita: “— O suicídio é sempre uma resposta válida. Viver é suicídio e o primeiro passo é dado ao nascer.”
    Se alguém me respondesse assim, eu com certeza deixaria essa pessoa trabalhando sozinha mesmo.

    Eu gostei da escrita de maneira geral, me fez parecer até ler aqueles livros velhos de investigação que encontramos nos sebos. Mas o que me chamou atenção mesmo foi ao ritmo. Eu já li uma alguns contos policiais que não gostei justamente pelo texto não ter um ritmo legal. É muito chato perder tempo com leituras que não sabem o que querem, que não se definem, que ficam enrolando o leitor com groselhas sentimentais que nada tem a ver com a investigação. E “luz e sombra” está bem distante desse cenário por justamente saber impor um ritmo muito bom. O tempo e espaço é bem aproveitado, não há excessos, gostei muito disso. Creio ter visto uns dois erros de pontuação, nada significativo.

    Enredo: já vimos essa história de detetive com poderes de clarividência outras vezes, mas quando bem executado, é sempre um atrativo. A história soube desenvolver o suspense junto dos poderes de Rodrigo. Há algumas barras que me pareceram forçadas, como a questão da Nasa e do aparelho que não só permite ver o outro lado, mas também consegue faz o tempo voltar para se visualizar um ambiente. Mas ok, suspensão da descrença é sempre algo que devemos usar na ficção.
    Da parte 6 em diante o conto dá uma degringolada em alguns momentos, como se o autor(a) estivesse com pressa de acabar o texto, deixando muito elementos serem jogados pelo narrador. Após Brigite mandar um “fifty-fifty” o final já era presumível e bem delineado.

    Considerações gerais: o elemento fantástico trouxe um conceito bem legal, mas ao final do conto tive a impressão de que muitos personagens tem acesso ao mundo negativo, o que facilita demais as peças se encaixarem dentro da história.
    Gostei do título.

  7. Priscila Pereira
    3 de setembro de 2021

    Olá, Chiaroscuro!

    Ambientação: muito boa! Bem descrito, tanto no positivo quanto no negativo. O ar de investigação está bem acentuado.

    Enredo: meio difícil de acompanhar, mas acho que entendi tudo, ou quase tudo, no final, não sei quando, nem onde, nem como o detetive matou o homem que tinha se matado 🤷🏻‍♀️ de qualquer forma, achei bem interessante, inteligente e criativo!

    Escrita: Muito boa! O(a) autor(a) é estrangeiro, com certeza, mas tirando umas palavras que deduzi o significado pelo contexto, o restante foi bem suave de ler.

    Considerações gerais: Um conto bem legal! Gostei! Parabéns!

    Boa sorte!
    Até mais!

  8. Fabio D'Oliveira
    1 de setembro de 2021

    Olá. Chiaroscuro!

    AMBIENTAÇÃO

    Razoável.

    O conto não é muito descritivo, porém, o efeito criado pela breve apresentação do mundo negativo criou um ambiente interessante. Se fosse melhor desenvolvido, de fato, seria o ponto mais forte do conto. Algumas coisas soaram estranhas e confusas, sem muita explicação.

    ENREDO

    Interessante, mas apressado.

    A proposta do mundo positivo e negativo foi muito interessante. Gostei bastante. No entanto, preciso admitir que achei o desenvolvimento dessa ideia um pouco fraco. No início, por exemplo, Rodrigo pergunta onde o crime tinha ocorrido: positivo ou negativo. Por que ele faria isso se todos os corpos aparecem no mundo positivo e o próprio chefe, mais pra frente, discrimina a ideia de apresentar o mundo negativo? Na hora que li, por exemplo, pensei que a Polícia trabalhava com investigações nas duas realidades. É uma passagem que confunde o leitor. Isso volta a acontecer em outros momentos.

    A revelação final, também, pareceu um tanto mirabolante. Não comprei a ideia, sabe?

    Repito: a premissa é fantástica, porém, a execução acabou me afastando.

    ESCRITA

    Boa.

    Foi uma leitura tranquila, sem grandes entraves. Não impressionou, infelizmente. Mas faz parte.

    CONSIDERAÇÕES GERAIS

    Não gostei muito do conto.

    Está dentro do tema e da proposta do EntreMundos. Mas não me encantou, além de achar algumas coisas um pouco confusas e mal desenvolvidas.

  9. Ana Maria Monteiro
    30 de agosto de 2021

    Vantagem dos comentários fechados: gostei desta nossa experiência, Jorge.

  10. maquiammateussilveira
    25 de agosto de 2021

    Ambientação: É interessante a construção do universo fantástico dentro da realidade cotidiana. Mas, em vários momentos do conto, as regras desse universo próprio não parecem acessíveis ao leitor, que fica totalmente alheio ao que está acontecendo ou ao que pode acontecer. Aí fica difícil o leitor participar do jogo. E então o interesse na leitura se dilui.

    Enredo: O início do conto conduz muito bem o leitor à situação do protagonista. Mas conforme o texto se desenvolve, vai ficando mais difícil acompanhar os fatos e como funcionam as regras dessa realidade alternativa. Isso acabou desembocando num final bastante confuso.

    Escrita: O texto tem um bom ritmo, mas que se perde em algumas cenas, principalmente da metade para o final. O limite de palavras deve ter atrapalhado. Talvez este texto tenha uma estrutura que funciona melhor numa narrativa mais longa.

  11. Welington
    21 de agosto de 2021

    AMBIENTAÇÃO: o conto é muito bem ambientado em um mundo atual, pandêmico, em que um detetive com dons “paranormais” é designado para casos específicos. O toque especial das cores (mundo real) versus luz e sombra (mundo negativo) foi a parte mais criativa da história.

    ENREDO: Considero bastante difícil fazer um bom conto policial com esta limitação de palavras, ainda mais um conto policial com toques de paranormalidade é uma ambientação original. É isso ficou perceptível no modo apressado de dar uma resolução aos crimes, e a falta de desenvolvimento de personagens secundários relevantes, como Brigitte.

    ESCRITA: a escrita não possui erros relevantes, é envolvente e segura, atendo-se ao fio narrativo sem titubear e sem excessos. Ponto alto do texto.

    CONSIDERAÇÕES GERAIS: gostaria muito de ler está história sem os prováveis cortes que foram feitos para caber no desafio. Gostaria de ter acompanhado os diálogos entre Rodrigo e Carlos, o aprofundamento da relação entre Rodrigo e a viúva, mais pistas da presença do morto/assassino nas cenas. Esses são ajustes que tornariam o conto indefectível, já que criativo ele com certeza é.

  12. Victor O. de Faria
    13 de agosto de 2021

    Ambientação: Uma boa mistura de noir com realismo mágico. Lembrou um pouco aquele filme do Will Smith que trabalha com um Orc policial, “Bright”. Tem alguns toques surrealistas aqui e acolá, transmitindo uma boa atmosfera como filmes scifi-noir, estilo “13º Andar”.
    Enredo: Começa lento, engrena bem, termina apressadamente. O desenvolvimento é a melhor parte. Lá pro fim meio que já esperava que o criminoso fosse a própria pessoa, positivo contra negativo – mas o bom foi que o texto me informou disso. Suas regras desse mundo me ditaram o final, então, apesar de não ser “tão inesperado” assim, os méritos estão na construção da história.
    Escrita: Firme e concisa. Tem toques lusitanos, mas flui muito bem, apesar de “tentar” esconder as origens. Não tem motivo pra isso, mas sei que muitos tem preconceito. O que avalio aqui é a história em si, não de onde o autor(a) é.
    Considerações gerais: Gostei bastante da premissa, mas achei o final um tanto apressado. Poderia até terminar na revelação do “auto-flagelo”, sem dizer exatamente o que acontece com o protagonista depois. Afinal, sua história já começa no meio e não há necessidade de explicar que ele vai voltar aos seus casos de detetive frustrado num mundo em que não o compreende. O espaço era pequeno demais para encontrar uma solução para a vida dele. Assim como aceitamos que ele tem esses poderes desde o início e “ponto final”, não precisava de um “felizes para sempre” ao fim. O ponto alto seria a revelação. Ganha pontos pelo ar de novidade na questão positivo-negativo, embora já tenhamos visto isso em “Stranger Things”.

  13. Angelo Rodrigues
    13 de agosto de 2021

    1 – Luz e Sombra

    Ambientação:
    O conto, que embora tenha uma presença marcante no mundo real, com o viés Policial, transita pela realidade alternativa.
    Há momentos em que o autor introduz clichês compatíveis com os estereótipos que caracterizam os dois mundos, o Policial e a Realidade alternativa (paralela). A vidente desdentada, o protagonista sofrido com sua cara de pato, a mansão, o major, a esposa que trai…
    Boa compatibilidade ambiental.

    Enredo:
    Conto bem desenvolvido, com uma abordagem interessante. Tem uma forte pegada inicial, embora se arrefeça durante o processo investigativo, deixando um final que poderia ser melhorado. O texto, por lidar com alternativas, sempre irá carecer de uma explicação que não deixe o leitor em dúvida. Creio que isso tenha acontecido no texto.
    A construção dos mundos, em certos momentos, cria um pouco de confusão entre os mundos negativo e positivo. Talvez devido às frequentes mudanças de estado.
    O texto, entretanto, migra em certo momento em direção a uma franja, a que fala da vida sexual entre o protagonista e Paula, a esposa do major. Ficou-me a questão da necessidade de haver este desvio, embora o fato se solidifique ao final. Um caso resolvido.

    Escrita:
    Conto muito bem escrito. Não perde o fio da meada e atravessa o enredo sem perder a tonicidade (embora com desvios). Destaco o que creio seja uma falha de revisão: “… muito embora [na aqui], em sua casa…”, ou algo bem incomum de se escrever.

    Considerações Gerais:
    Um conto bom de ler.
    O texto tem uma pegada que se aproxima de Pulp, do Bukovski e Agência de Investigações Holísticas Dirk Gently, do Douglas Adams.
    Ficou bem legal, abordando dois temas do desafio.
    Gostei particularmente pela abordagem dos lados que existem em nós, um positivo e um negativo. O bem e o mal de cada um. No caso, a possibilidade de transmutar-se de um para o outro lado da “existência” íntima da protagonista. Entendo que um conto com cerca de três mil palavras não possibilite grandes explicações, é do jogo, mas creio que textualmente o final poderia ser trabalhado de outra forma, não deixando margens a se ter que retornar à leitura para compreensão, que não é imediata, dado que não há, ex ante, a indicação de que os dois lados, o positivo e o negativo, se possam confluir para um mesmo espaço e tempo, possibilitando que um tenha ação sobre o outro, o que justificou o assassinato do major (que foi, na verdade, um suicídio).

  14. Bruno Tavares
    10 de agosto de 2021

    Ambientação: Interessante demais toda a atmosfera criada e as realidades entre o mundo positivo e negativo; no qual o segundo mostra todo o lado escondido e talvez mais real que a própria realidade, apesar de muito assustador.

    Enredo: O único ponto que posso dizer é que me senti um pouco confuso em determinados pontos, entre os fatos ocorridos e como o detetive enxergava e passava de um universo para o outro. Contudo, achei muito bacana a ideia e me instigou a prosseguir lendo com aguçado interesse.

    Escrita: Eu atento para alguns erros de pontuação, os quais torna a leitura um pouco confusa. A narrativa em terceira pessoa foi bem elaborada, apesar de detalhar muitos pontos a respeito de locais e personagens, que em um conto não necessitam de tanto detalhamento. Mesmo assim, foi uma narrativa convincente e muito bem desempenhada.

    Considerações gerais: Considero como um conto muito bom, de caráter investigativo e elementos do sobrenatural muito bem usados, deixando a história envolvente e rica de suspense e mistério. Apenas como uma crítica construtiva, poderia ser um pouco enxuto em determinados pontos, nos quais existe uma ‘explicação do enredo’ entre outros elementos que desvirtuam do foco principal. No contexto geral é um bom conto. Parabéns ao autor!

  15. Antonio Stegues Batista
    10 de agosto de 2021

    Ambientação= História policial ambientada em Portugal. Sem problemas.

    Enredo= Gostei. Achei um enredo bem original. Detetive investiga um crime entre duas dimensões, o mundo positivo e o negativo. O clássico Crime do Quarto Fechado. Um meio muito simples para abordar uma cena clássica que depende de muita imaginação, mas aqui, um mundo paralelo resolve o problema de atravessar paredes para executar o crime e fugir.

    Escrita= A escrita é normal, simples, sem floreios desnecessário.

    Considerações Gerais= É um conto que merece um pouco mais de atenção e raciocínio dedutivo. Embora não seja um argumento excepcional, gostei de ler.

  16. Aline Carvalho
    9 de agosto de 2021

    Ambientação: O texto parece um pouco confuso, começa a falar de um personagem e ja pula para outro…

    Enredo: A trama é interessante, criativa.

    Escrita: Boa ortografia. Em alguns momentos o texto ficou aglutinado, poderia melhorar na sequencia lógica…

    Considerações finais: Texto longo, poderia melhorar a estrutura

  17. Anderson Prado
    9 de agosto de 2021

    Ambientação: mediana.

    Duas realidades alternativas são apresentadas, sem que nenhuma delas se destaque especialmente.

    Enredo: ruim.

    O protagonista é um investigador da polícia que atua para ocultar seu próprio crime. O enredo ficou confuso. Não entendi muita coisa.

    Escrita: ruim.

    O texto possui erros e más escolhas de variados tipos.

    Considerações gerais:

    Não gostei do conto. O deleite de um texto perpassa por sua correção e boas escolhas narrativas. Se nem isso encontro, dificilmente sobrevirá alguma outra qualidade capaz de ofuscar o desgosto inicial. Apenas ressalvo que parte do que considerei um erro decorreu do português lusitano, que me causou um profundo e inelutável estranhamento – deparei-me com palavras e expressões pouco usuais, não existentes ou não utilizadas no Brasil. Logo no primeiro parágrafo, deparei-me com um “trânsito CITADINO”, um “estava a ser”, um “metro” sem circunflexo, um “todos usavam máscara, INCLUSIVAMENTE ele próprio”. A oração “regressou a casa”, além de aparecer duas vezes no conto, em ambas não veio acompanhada de crase. No primeiro parágrafo, a palavra “polícia” se repete duas vezes em local muito próximo. “Perguntou” ora é grafado em maiúscula, ora em minúscula. O “deles” em “Rodrigo estacionou ao lado deles” é dispensável. “Com essa brincadeira que que fez a si mesmo” também era dispensável, podendo a frase ser encerrada em “sorriu”, já que quem pensa algo e logo depois sorri só pode mesmo estar sorrindo sobre o que pensou e para si mesmo (no contexto, é claro). “Novamente” e “profundamente” possuem o mesmo sufixo e estão muito próximos. Não sei se “na aqui” foi um erro ou algo lusitano. Em “e uma vez lá usou”, caberia vírgulas antes e depois de “uma vez lá”. Trata-se apenas de uma exemplificação de tudo que estranhei ou considerei um erro ou uma má escolha, mas, para não dizer que não gostei muito de nada, o trecho “Viver é um suicídio e o primeiro passo é dado ao nascer” possui uma tal genialidade que chega a destoar do restante do texto.

  18. thiagocastrosouza
    9 de agosto de 2021

    Ambientação: Há um clima de suspense bem colocado desde as primeiras linhas que percorre o restante do conto. Estamos em conto policial clássico na estrutura, mas com uma premissa sobrenatural.

    Enredo: Inventivo e instigante, muito pela premissa do conto, pautada pela possibilidade de existirmos em realidades paralelas. Tendo acesso à elas, o protagonista consegue resolver casos com maestria, até ser envolvido por alguém com poder semelhante. Há vários elementos policiais na trama; o crime, os equipamentos tecnológicos, desenvolvimento de relações amorosas durante a investigação; é uma mistura de noir com ficção científica. Assisti, recentemente, Chinatown, e fui percebendo essas semelhanças entre aquela obra e este conto.

    Escrita: Muito direta, sarcástica na medida por parte do narrador e com um tom até positivo que nos carrega até o final da trama.

    Considerações Gerais: Gostei bastante! Fez bom uso da premissa e nos entregou um conto policial divertido de acompanhar do começo ao fim!

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Publicado às 9 de agosto de 2021 por em EntreMundos - Monstruoso Mistério Aternativo e marcado , .