EntreContos

Detox Literário.

[EM] Cidade do Nevoeiro (Antonio Stegues Batista)

Danilo dirigia tranquilo o seu velho Ford pela estrada revestida de concreto. Depois de vender suas mercadorias, voltava para casa em Riacho Grande. Entardecia e ele calculava que chegaria a tempo de jantar no restaurante Galo de Ouro. O estômago roncava de fome. Só de pensar na feijoada do Joaquim, a boca se enchia d’água.

As cidades do interior estavam em progresso acelerado, se auto sustentavam na questão de produtos manufaturados, as donas de casa podiam comprar na esquina o que precisavam sem depender dos vendedores ambulantes. Danilo achava que seus dias de caixeiro viajante estavam contados. Breve teria que arranjar outra profissão.

Com certeza voltaria a um escritório de contabilidade, trabalhando como guarda-livros, fazendo contas o dia todo. Não era uma boa perspectiva, faltavam 9 anos para se aposentar.

Uma neblina cinzenta caiu sobre a região. Foi necessário acender os faróis e andar em marcha reduzida. Logo o carro começou a sacolejar. Danilo deu-se conta que estava dirigindo por uma estrada de terra. Imediatamente, fez a volta e tentou retornar para a rodovia, mas logo depois percebeu que estava perdido.

Parou o carro e procurou se orientar. Avistando luzes na distância, para lá se dirigiu. Chegou a um povoado de casas antigas. As luzes amareladas das lâmpadas nos postes, davam ao lugar uma aparência sinistra. Parou o carro em frente a uma construção de madeira. Uma pequena lâmpada iluminava a placa sobre a entrada. Letras pintadas de branco, anunciavam; Albergue Rouxinol.

Danilo desceu. Observou as ruas desertas, sentiu o silencio pesado. Ali era uma praça, com uma antiga fonte sem água. O cano em forma de cabeça de gárgula, gritava um som seco e mudo. Ao redor, além da estalagem, casas de moradias e de comércio. Construções de madeira, de tetos pontudos, num estilo antigo, medieval. Algumas com terraços projetando-se sobre a rua. Ao fundo, uma rua estreita levava a parte mais alta do povoado. Subindo o flanco da colina, um muro de contenção coberto de heras sumia na escuridão acima.

Calçamento irregular de lajes de granito, tufos de ervas daninhas crescendo nas margens. Do lado oposto, uma ponte em arco sobre um riacho, um beco entre duas casas altas, de janelas estreitas. Danilo sentiu um arrepio, sacudiu os ombros como quem se desfaz da má impressão e entrou no albergue.

Um balcão à esquerda com uma porta ao fundo, no lado oposto, um corredor para os quartos. Um relógio de coluna e mais dois de parede. Danilo pressionou a campainha duas, três vezes, até que apareceu um homem de meia idade, vestindo um colete antiquado, as calças seguras por suspensórios. Ele parou atrás do balcão, olhou para Danilo.

─ Quero alugar um quarto para essa noite. Desejo dormir numa cama confortável, num colchão macio. Estou cansado de dormir no banco daquele carro.

Como que saindo de um transe, o homem esboçou um sorriso, sacudindo a cabeça. Pegou o livro de registros para o hospede assinar. Colocou sobre o balcão, uma chave.

─ Como não temos outros hospedes, vou lhe dar a suíte logo na entrada do corredor pelo mesmo preço de um quarto simples, mas sem refeições. Trinta reais. Pode pagar quando sair. Quer que ajude em alguma coisa?

─ Não, obrigado. Na verdade, perdi o rumo no nevoeiro e cheguei aqui. Como se chama essa cidade?

─ Ornelia Fontana. Era o nome da esposa do primeiro morador do lugar, proprietário de um entreposto, meu bisavô.

Danilo olhou para os relógios. Os 3 marcavam dezenove horas e cinco minutos.

─ Pelo que vi, as ruas desertas, todo mundo dorme cedo aqui.

 ─ É o costume. Se quiser comer, tem um bar ali em frente, mas eles só abrem ao meio-dia.

─ Ok. Vou me deitar que estou louco de sono. Como é o seu nome, mesmo?

─ Eustáquio.

─ Então, boa noite seo Eustáquio.

****

Danilo acordou com as badaladas do relógio na recepção. Era meia-noite. Aquele relógio tinha um som muito alto. Deve ter acordado a cidade toda, pensou. Acendeu o abajur, levantou-se, foi até a pia pegar um copo d’água. Com o copo na mão, afastou a cortina da janela e olhou para a rua. Não viu ninguém, mas ouviu algo. Um órgão começou a tocar uma valsa.

Danilo bebeu a água e dirigiu-se para a porta, descobrir de onde vinha a música. Ele torcia a chave, torcia a maçaneta, mas a porta não abriu. Achou estranho. A chave era a mesma que ele trancou a porta antes de dormir.

Voltando à janela, ficou espantado com o que viu. Havia seres estranhos na praça. Faunos, sátiros, duendes, centauros, ninfas, lobisomens, criaturas míticas surgiram de repente e começaram a dançar ao som da valsa. Danilo ficou horrorizado e ao mesmo tempo fascinado, assistindo aqueles entes fantásticos seguir o ritmo da valsa. O som parecia vir do alto, talvez da colina.

Danilo não percebeu o tempo passar, se foi cinco minutos, ou meia-hora, a música fez uma breve pausa e mudou completamente para um ritmo frenético e alucinante, A cavalgada das Valquírias, de Richard Wagner. As criaturas na praça mudaram de comportamento, ficaram agitadas, inquietas. Quando a música se tornou num som infernal, as ninfas soltaram lamentos e rasgaram suas roupas, sátiros e faunos começaram a uivar, o centauro corria de um lado para outro, os cascos soltando faíscas nas pedras da rua.

Quando parecia que o céu iria desabar, a música parou de repente. Em seguida, soou um urro, uma mistura de dor e tristeza e logo após, uma névoa esverdeada cobriu tudo, seguido por um pesado silêncio.

*****

Danilo acordou assustado. Estava deitado na cama. A luz do dia entrava através da vidraça. Lembrava de estar olhando pela janela, mas não de ter se deitado. O relógio marcava meio-dia e quinze minutos. Foi até a porta verificar se ainda estava trancada, mas ela abriu facilmente. Havia dois suportes do lado de fora para colocar uma tranca, que não estava ali naquele momento. Alguém colocou pouco antes da meia-noite e tirou quando amanheceu.

Decidiu almoçar antes de ir embora.

Ao sair, viu uma cidade aparentemente normal, um homem conduzia uma carroça, outro um carro de boi, dois idosos conversavam sentados no banco da praça, uma senhora batia um tapete num varal no quintal de sua casa. Agora, de dia, podia ver a parte mais alta da cidade, a rua à direita, o paredão rochoso que se prolongava à esquerda num declive suave para o terreno mais baixo além do riacho e da ponte de pedra.

As construções eram antigas, inclusive o estilo de roupas que os moradores usavam. A cidade parecia ter parado no tempo.

O restaurante era pequeno, uma sala com 4 mesas, um balcão e atrás deles, um casal atendendo.

─ Quer almoçar? – perguntou a mulher de rosto afogueado. ─ Temos arroz, feijão, salada de alface, ovo frito e toucinho.

─ Pra mim tá bom. Estou louco de fome.  

─ Já trago seu prato. – disse a mulher e desapareceu por uma porta ao fundo.

 O homem, perguntou: ─ Pra beber, quer limonada ou laranjada?

─ Tem cerveja?

─ Não.

─ Refrigerante?

─ Não.

─ Laranjada, então.

 Após almoçar, Danilo entrou no carro, tentou dar a partida, mas não conseguiu. Não era falta de gasolina, o tanque de combustível estava pela metade. Algum problema que só um mecânico poderia resolver. Voltou a sair e indagou para as pessoas que encontrava, onde poderia encontrar uma oficina mecânica. Não existe oficina mecânica na cidade, disseram, tampouco conheciam alguém que entenda de motor de automóvel. Tem o ferreiro, senhor Manuel Almeida, que conserta carroças, carros de boi, arados e faz ferramentas.

Danilo considerou que não adiantava falar com ninguém. De qualquer forma, ele decidiu subir o morro e indagar mais adiante. Precisava de um mapa, saber qual era a rodovia mais próxima. Seguiu pela estrada. Lá em cima, parou por um momento para tomar folego. Já não tinha o vigor de antigamente.

No topo do morro só havia uma igreja em ruinas. Parecia abandonada, porém, uma trilha partindo da estrada, cortando a vegetação baixa até o átrio, estava limpa de ervas daninhas e isso indicava que alguém transitava por ali regularmente. Plantas trepadeiras subiam pelas paredes, enlaçando as torres do campanário numa renda verde. Em algumas partes, o reboco havia caído, revelando os tijolos vermelhos entre os vitrais quebrados.

A porta de carvalho, com a pintura descascada, estava apenas encostada. Danilo empurrou a folha e entrou. No altar não havia nenhum adorno, nenhuma imagem. Os passos dele ecoaram pela nave vazia, sem bancos. De repente uma voz de mulher soou de um corredor lateral.

─ Quem está aí? É você, papai?

Logo em seguida surgiu uma garota de pouco mais de 20 anos. Estacou ao ver Danilo, o rosto redondo, pálido, os olhos negros, assustados. Os dedos da mão, apoiada na parede ficaram brancos pela foça que ela fazia, para tomar impulso e fugir. Danilo ergueu as mãos.

─ Nada tema. Sou amigo. Eu não sabia que havia alguém aqui. Me chamo Danilo. Estou à procura de um mecânico para consertar meu automóvel.

Esboçou um sorriso, fez um gesto.  ─ Sei que aqui não é uma oficina mecânica. Entrei porque fiquei curioso com o lugar. Queria ver por dentro e me impressionei perguntando, como uma construção como esta foi abandonada?

Enquanto ele falava, a garota foi retomando a serenidade, as cores voltaram às suas faces, ao seu belo rosto.

─ Eu vivo aqui.

─ Como se chama?

─ Rosemunde. Meu pai não quer que eu fale com estranhos. Adeus!

A jovem saiu correndo, sumindo por um corredor lateral. Ela disse que morava naquelas ruinas. Ele seguiu pelo mesmo corredor e logo chegou a uma porta, que estava aberta. Nos fundos da igreja havia um pequeno cemitério. Os túmulos eram simples, em alguns, uma carreira de tijolos e uma lápide marcava o contorno da cova, em outros havia apenas uma cruz de ferro, ou madeira.

Danilo voltou para a cidade, impressionado por aquele encontro fortuito. Se deu conta que já escurecia. Achou estranho o dia passar tão rápido. Voltou ao quarto do hotel. Não tinha outra opção, a não ser passar mais uma noite naquela cidade, que parecia uma outra realidade, uma outra dimensão.

Acordou novamente com o relógio batendo meia-noite. Não demorou muito, a música voltou a tocar. Levantou-se foi até a janela. Na praça, surgiram as mesmas criaturas. Dançaram com a valsa de Strauss e se agoniaram com a música de Wagner. Em seguida repetiu-se o nevoeiro e a escuridão

*****

Danilo acordou suando. Sonhou com os monstros perseguindo-o pela cidade e acabou caindo do penhasco. O relógio marcava duas horas e dezesseis minutos da manhã. Levantou-se, olhou pela janela. A praça estava deserta, não havia nenhum monstro. Mas havia um clarão no topo da colina. Parecia um incêndio na igreja. Lembrou-se de Rosemunde e imaginou que ela poderia estar em perigo. Tinha que ir lá, mas a porta estaria trancada. Enganou-se, ao torcer a maçaneta a porta se abriu. Saiu, subiu a rua correndo.

Chegando nas ruinas, descobriu que não havia nenhum incêndio.  O clarão era das velas e lampiões acesos lá dentro. Ao entrar, deparou-se com uma cena aterradora. Havia um monstro deitado sobre a laje do altar. Um lobisomem preso pela corrente. Ele acordou de repente, ergueu-se num pulo, os olhos avermelhados fitaram Danilo, soltou um rugido e avançou, mas a corrente o impediu de atacar.

Em vez de fugir, mesmo amedrontado, Danilo permaneceu parado, fascinado pela fera, ao mesmo tempo buscando respostas para aquilo. Estremeceu ao ouvir uma voz às suas costas.

─ É a minha filha, Rosemunde.

Era Eustáquio, dono da estalagem.

─ Aquele monstro é Rosemunde?

O estalajadeiro assentiu com um movimento de cabeça e contou a história de Bella e Demétrio, um peão de fazenda. O pai da jovem, Américo, prefeito da cidade, era contra o namoro e fez de tudo para separar os dois. O prefeito queria casar a filha com um rico comerciante. O jovem casal combinou fugir da cidade à noite para se casarem, mas quem compareceu ao encontro de Bella foi o pai dela. Disse que ofereceu dinheiro para Demétrio abandoná-la, e ele aceitou. Afirmou ter o rapaz confessado que não gostava dela, o que ele queria mesmo era dinheiro.

 Bella chorou muito e foi consolada pelo pai. Américo achou que ela logo esqueceria o rapaz. Mas Bella suicidou-se naquela madrugada, jogando-se do penhasco. Antes de morrer, a jovem escreveu uma carta, disse que não acreditava que Demétrio a tinha abandonado, achava que o pai havia matado o rapaz. Por essa razão, amaldiçoou o pai e a cidade que ele cuidava como prefeito.

─ Todas as noites, à meia-noite, nos transformamos em monstros− afirmou Eustáquio. ─ Por isso a cidade parou no tempo. Vivemos um ciclo infinito de suplícios e não sabemos como acabar com a maldição. Nossa cidade permanece no limbo, ninguém mais chegou aqui e por isso ficamos surpreso quando o senhor apareceu.

─ Foi por acaso. Perdi o caminho no nevoeiro. Mas me diga, encontraram provas de que Américo matou mesmo o rapaz?

─ Não. Ninguém viu nem sabe de nada a respeito. Américo era um homem respeitado, prefeito honesto, com grandes planos para o progresso da cidade.

─ O que aconteceu com ele?

─ Perdeu o juízo com a morte de Bella, foi internado no manicômio e acabou morrendo lá. Foi enterrado ao lado da filha, no cemitério, ali nos fundos. Achamos que, sepultando os dois perto um do outro, a maldição acabaria. Mas nos enganamos.

Enquanto eles conversavam, o sol raiou e com a luz do dia, Rosemunde voltou à sua aparência normal.

─ Eu machuquei alguém, pai?

─ Não, não machucou ninguém. Vou te soltar dessas correntes.

Eustáquio explicou que Rosemunde tocava órgão na igreja quando a maldição foi lançada. Por isso, quando ela se transforma em monstro, toca o órgão para exaltar os habitantes transformados em monstros.

Danilo estava assombrado com aquela história. Pensou em ir embora, nem que fosse a pé para não ficar ali, como um prisioneiro da maldição.

─ Eu preciso ir. – disse, e saiu. Decidiu descer pelo outro lado da colina. Passou pela ponte sobre o penhasco, desceu pela estrada de cascalho e chegou em frente a um prédio em ruinas. Só restaram as paredes cinzentas, com sinais de um antigo incêndio. O nome estava no alto da fachada, com letras em baixo-relevo: Sanatório São Bento.

Movido por uma força estranha, Danilo entrou no recinto. Lá dentro não havia mais nada, apenas restos de material carbonizado em meio a ervas daninhas. Súbito, tudo se desvaneceu numa névoa. Em seguida, lentamente voltaram a tomar forma, janelas, portas, mesas, as cadeiras, as enfermeiras, os doentes, alguns jogando cartas, outros pelos cantos e corredores, sentados no chão, ou de pé, em seus delírios, falando sozinho, fazendo gestos.

 Uma mulher surgiu, em seu uniforme de enfermagem, dirigiu-se para Danilo.

─ Que bom que o senhor chegou, padre. Vem comigo, vou leva-lo ao quarto.

Danilo não teve tempo de falar, a enfermeira pegou-o pela mão e o levou a um quarto. No leito estava um homem enfermo, barbudo, de faces encovadas, moribundo.

─ Ele quer se confessar. Vou deixá-los a sós. – disse a enfermeira e se retirou. Embora não fosse sua vontade, Danilo pegou uma cadeira e sentou-se ao lado da cama. Inclinou-se para escutar o que o homem tinha a dizer. Sabia que não era ele, mas o padre, que na ocasião, dava a extrema unção ao homem que estava para morrer e, temendo o inferno, confessava os seus pecados.

Em voz sumida, murmurou ─ Padre! Me perdoa, eu o matei sim e enterrei debaixo da figueira do antigo moinho.

Após essas palavras, houve um relâmpago. Danilo viu-se novamente em frente às ruinas. Saindo do transe seguiu caminhando. Sabia agora, qual era sua missão.

*****

Com uma pá, cavou ao redor da figueira até encontrar o corpo de Demétrio. Colocou os ossos numa pequena caixa de madeira e subiu o morro. No cemitério atrás da igreja, parou em frente a um túmulo. Nascida em 18.06.1906-Falecida em 23.03.1927. Bella Fontana. Ao lado estava o túmulo do pai, Américo Fontana, na lápide, apenas o nome.

Danilo cavou o túmulo de Américo, tirou os ossos e colocou os de Demétrio. Ao lado do sepulcro de Bella, sepultou ali, os restos mortais do seu bem-amado. E os do pai, voltou a enterrar debaixo da figueira.

Em seguida, retornou ao albergue. Já estava escurecendo e ele teve que passar mais uma noite naquela cidade. Procurou por Eustáquio, mas não o encontrou. Pegou a chave do quarto e foi dormir. Porém, não conseguiu pegar no sono. Ficou acordado esperando o bater da meia-noite e quando ouviu os badalos correu até a janela e olhou para a praça. O tempo passou e nada aconteceu. Os minutos passaram. Meia-noite e trinta e nada. Uma hora e a praça continuava deserta. A maldição tinha sido quebrada? Tudo indicava que sim. Os moradores estavam dormindo tranquilos em suas casas. Não houve nevoeiro, a música não tocou, nem os monstros apareceram. Com esperança de que a maldição tinha acabado, Danilo foi dormir.

Na manhã seguinte, acordou deitado no chão, ao lado do carro. Estava numa estradinha de terra. Sabia que não sonhou. A cidade amaldiçoada desapareceu, mas ela existiu, em algum lugar, em alguma época.

Danilo entrou no carro, torceu a chave e dessa vez o motor funcionou.

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19 comentários em “[EM] Cidade do Nevoeiro (Antonio Stegues Batista)

  1. maquiammateussilveira
    16 de setembro de 2021

    Ambientação: Quando se pensa em realidade alternativa, em geral o resultado segue para a ficção científica; por isso é interessante como, nesse conto, o rumo segue quase para o conto de fadas. A descrição da cidade, dos seus estabelecimentos e dos moradores evoca um universo verossímil dentro das suas próprias regras.

    Enredo: Alguns pontos ficaram soltos e parecem sobrar na narrativa. A realidade do personagem central, por exemplo, poderia ser evocada em algum outro lugar do conto e não apenas no começo. Há também pontos que mereciam ser melhor trabalhados: a filha de Eustáquio transformada em lobisomem, a tragédia que amaldiçoou o vilarejo e surge para o leitor de forma um tanto atropelada… Talvez o conto tenha muitos elementos, muitas figuras, muitas coisas para acontecer e para serem explicadas; com isso, elas acabam passando rápido demais diante do leitor (para que caibam todas no espaço disponível).

    Escrita: Vários pontos estão bem trabalhados, como a descrição do vilarejo e dos estabelecimentos. Outros pontos, como alguns diálogos, soam um tanto forçados. E o começo do texto demorou a me prender, a narração estava um tanto opaca. Começou a criar vida com a chegada de Danilo na hospedagem. Claro que esse início acaba demonstrando o tédio que é a vida de Danilo, ainda mais se comparado ao cenário fantástico que o espera, mas a forma “magrinha” como esse tédio é mostrado não ajuda o leitor a se identificar com o protagonista.

  2. Kelly Hatanaka
    7 de setembro de 2021

    Ambientação:
    Excelente, muito bem feita. A cidade é muito bem descrita, os acontecimentos da madrugada, as ruínas, tudo é muito imersivo e coerente.

    Enredo:
    Simples e bem feito. Um homem encontra acidentalmente uma cidade amaldiçoada e acaba descobrindo a maneira de quebrar a maldição. É ultra original? Não. Mas é uma história bem contada e gostosa de ler, que faz sentido.

    Escrita:
    Correta, fluida e sem firulas. Explica o que precisa ser explicado e serve à história.

    Considerações gerais:
    Gostei muito! É uma leitura prazerosa, uma história bem contada com cabimento. As coisas fazem sentido. Gostei especialmente da cena das ciraturas na praça à meia noite. É poético e bonito e, ao mesmo tempo, desesperador.

    Parabéns!

  3. Nelson Freiria
    5 de setembro de 2021

    Ambientação: o conto deixa aquele ar de “não sei onde estou” em amplos sentidos, devido as escassas informações, comecei o conto imaginando que ele se passava em algum ponto em torno de 30 anos atrás pelo menos. E quando o conto acaba, continuamos sem saber em que ponto estamos. Porventura isso acaba não mudando nada dentro dos acontecimentos enfrentados por Danilo. Quanto aos eventos fantásticos, como a intenção não é causar terror, acredito que eles careceram de alguma função além de dançar valsa.

    Escrita: falta um pouco de gracejo nas palavras, um pouco de poesia, um pouco de cor, um pouco de desenvolvimento e um pouco de envolvimento. Pq estou falando isso? Pq me senti diante de uma escrita um tanto robótica. Tudo acontece de forma direta e simples, sem mais. Algumas mudanças verbais me incomodaram.

    Enredo: tem uns problemas graves ao meu ver, que acabam complicando a ambientação. Danilo é um experiente viajante, afinal só lhe falta 9 anos para aposentar. Mesmo assim, ele ainda fica perdido. Ok, vamos considerar que um estranho nevoeiro apareceu e tals, mesmo assim ele não deveria ficar perdido, já conhece os caminhos. Para complicar ainda mais, o nevoeiro é tão brabo que ele só percebe o chão de terra quando o carro começa a sacolejar, mas mesmo assim ele consegue enxergar luzes a distância. A falta de verossimilhança nas partes não fantásticas do conto tiram a atenção na leitura.

    Considerações gerais: criaturas estranhas dançando valsa, até que, ao som de Wagner, elas ficam emputecidas aheuaheuah não sei se eu deveria rir ou ficar horrorizado.

  4. Jowilton Amaral da Costa
    5 de setembro de 2021

    Ambientação: A ambientação é bem feita, conseguimos nos transportar para a cidade amaldiçoada.

    Enredo: O enredo não é original com relação ao se atravessar um nevoeiro e ir parar em outro lugar, outra dimensão. Também achei que tem muitos personagens e a história se estende muito sem que haja um suspense maior. Ainda assim, gostei da história.

    Técnica: A técnica é boa, não tem nada de surpreendente na narrativa, no entanto, a condução é relativamente bem feita.

    Considerações Gerais: Um conto infantil de fantasia de médio para bom. Boa sorte no desafio.

  5. Rubem Cabral
    3 de setembro de 2021

    Olá, Gavião.

    Vamos à análise do conto:

    Ambientação: Boa
    A abundância de descrições do ambiente, e de sensações dos personagens, fez a cidade do nevoeiro ser bem visual, sem exagerar, contudo. Há uma espécie de aura de sonho no conto.

    Enredo: Bom
    A história de uma cidade perdida e amaldiçoada é boa. Talvez pela limitação de palavras do desafio, a conclusão foi um tanto rápida e fácil, mas o cômputo geral foi bastante satisfatório.

    Escrita: Boa
    A escrita é boa, embora tenha havido alguns “cochilos”, principalmente em acentuação. No entanto, o conto resultou em bem claro e sem maiores entraves de leitura ou compreensão, o que foi bem positivo.

    Considerações gerais: Bom

    Um bom conto: imaginativo e bem escrito, que se beneficiaria de um final mais trabalhado. No geral, um texto bem agradável de se ler.

    Boa sorte no desafio!

  6. Jorge Santos
    2 de setembro de 2021

    Ambientação

    Conto fantástico, com monstros e maldições. Não trás nada de novo ao género, parecendo território já visto (começando pelo nome da personagem, Bella).

    Enredo

    Previsível. O final surge quase por milagre: a pessoa escava sepulturas, troca ossadas e resolve o problema. Tem de vir alguém de fora ter a ideia, que surge do nada. Creio que a solução deveria ter sido mais gradual e fundamentada.

    Escrita

    Simples e fluída. Cumpre os requisitos, sem erros.

    Considerações finais

    Conto sem grandes rasgos de imaginação, que parece uma manta de retalhos feitos a partir de filmes e livros. O final é interessante, mas deveria ser mais fundamentado.

  7. simone lopes mattos
    31 de agosto de 2021

    Gavião Solitário, olá
    Ambientação: Logo no primeiro parágrafos percebemos o perigo. O carro velho, a estrada, a noite escura. No quarto parágrafo esse perigo anunciado fica mais presente. Gostei muito da descrição do lugar estranho, perdido no tempo. Sobre o que acontece na praça o leitor logo entende que são sonhos provocados pelo próprio lugar misterioso. Eu achei pouco verossímil o personagem ir ficando naquela cidade. Acho que ele pareceu muito tranquilo para leitor. Eu esperava mais desespero. Acho que a narrativa fica acelerada para contar uma trama complexa, de amor e monstro, maldição e assassinato. História complexa para um conto. E os porquês ficam no ar. por que ele? exatamente?
    Enredo: acho que a narrativa iniciou muito bem no clima de mistério, mas correu depressa no meio e com isso o narrador precisou dar muitas explicações, o que comprometeu o ritmo e o suspense. Muitos personagens para o leitor acompanhar. Alucinações cortadas. O trabalho do personagem com os ossos foi descrito com muita velocidade. Algo tão incrível perdeu o tom. Pareceu tão simples trocar ossos de lugar. Então o leitor estranha. A cena precisaria de mais espaço para manter o ritmo do início. para manter o leitor envolvido e não apenas observando.
    Escrita: há necessidade de correções de concordância. observei alguns deles no parágrafo da descrição dos eventos na praça, enquanto o personagem observa pela janela.
    Considerações gerais: Se transformado numa narrativa mais longa, novela ou romance, ficaria ainda melhor.

  8. Priscila Pereira
    30 de agosto de 2021

    Olá, Gavião!

    Ambientação: muito boa, curti. Tudo bem descrito e bem pensado para dar o ar de mistério e suspense. Muito bom!

    Enredo: simples, mas bem construído. Nada inovador, mas bem contado e eficiente.

    Escrita: boa, mas o conto precisa de revisão. Leia em voz alta que facilmente achará o que está errado, pouca coisa, só algumas palavras faltando, acho que pela pressa de mandar.

    Considerações gerais: conto bem legal, gostoso de ler e com um suspense interessante. Gostei! Parabéns!

    Boa sorte!
    Até mais!

  9. Felipe Lomar
    22 de agosto de 2021

    Ambientação: a cidade é bem descrita. Também os monstros o são. Mas é um pouco inverossímil uma cidade medieval no Brasil.
    Enredo: muito bem desenvolvido e completo. Mas deixa de explicar o que aconteceu para o protagonista chegar e como teve as visões.
    Escrita: com muitos detalhes, que ajudam a entender a história. Em algumas partes fica um pouco corrida, mas nada demais.
    Considerações finais: um ótimo conto. O elemento sobrenatural é muito bem trabalhado e a história é cativante. Boa sorte.

  10. Welington
    21 de agosto de 2021

    AMBIENTAÇÃO: Excelente! Eu diria que é o ponto forte deste conto. A cada parágrafo o leitor fica mais imerso na história e curioso sobre o que de fato está acontecendo. As imagens, os diálogos e até o silêncio que sentimos durante a maior parte da leitura, torna tudo muito consistente. Nota máxima neste quesito.

    ENREDO: vou entender esta narrativa como surreal. Porque se fôssemos lê-la como apenas fantasia ou realismo fantástico caberia perguntas como “por que Danilo foi engolfado pela neblina?” Como o motivo que o levou até ali não é explicitado, imaginamos que todos que passam pela região também se perdem naquela realidade paralela. Penso, contudo, que esta lacuna de narrativa também é enriquecedora, pois nos leva ao que realmente importa na narrativa, ou seja, a história que se passa na outra realidade. Não há o que reclamar aqui também, gostei bastante. Talvez se ao invés de criaturas do folclore europeu fossem colocados seres do nosso folclore isto criaria mais conexão ainda, contudo, não há como negar que, quando falamos em literatura, nossas lendas foram muito menos exploradas do que as criaturas que você mencionou. Assim sendo, a cena cumpriu sua função: a de criar a diferenciação entre uma realidade fantástica e o mundo real.

    ESCRITA: há alguns erros visivelmente de digitação. De resto não há o que falar. A escrita do autor flui bem, conduz o leitor com firmeza através da tensão narrativa. Detalhes como as trepadeiras nas paredes da igreja, as construções de madeira, tudo isto revela uma escrita detalhista e hábil na construção do cenário.

    CONSIDERAÇÕES GERAIS: a força desse conto não se encontra no clímax, mas no modo hábil como é conduzido o desenvolvimento da narrativa e como são feitas as descrições de cenário. Acho que já disse tudo. Gostei bastante desse conto.

  11. ALINE CARVALHO
    21 de agosto de 2021

    Ambientação: Gostei dos personagens, a historia foi bem elaborada.

    Enredo: Bela trama, achei que o final poderia ter sido escrito de uma forma mais elaborada…

    Escrita: Encontrei somente alguns erros de concordância…

    Considerações gerais: Gostei do conto, está entre os meus favoritos

  12. Fabio D'Oliveira
    21 de agosto de 2021

    Olá, Gavião.

    AMBIENTAÇÃO

    Boa, mas um pouco confusa.

    Identifiquei uma grande vontade de descrever o ambiente, porém, não encontrei muita ordem nas descrições. Em alguns momentos, elas apenas me confundiram.

    O ponto forte da ambientação é a esfera sinistra. A neblina ajudou nisso, criando um clima misterioso e excitante. Porém, devo admitir, achei estranho o ambiente lembrar uma cidade medieval europeia tendo nomes típicos do Brasil.

    ENREDO

    Caótico.

    Essa é a parte estranha do conto.

    Além da ambientação esquisita, o enredo parece ter sido escrito sem qualquer planejamento, criando algumas cenas que não são coerentes. Por que Rosemunde continuou como lobisomem quando o restante da população, inclusive seu pai, já tinha voltado ao normal? Por que Danilo teve o flashback no manicômio? Por quê a população se transformava em monstros míticos de outras culturas se o conto parece ter sido ambientado no Brasil? São cenas convenientes para o autor, não para o leitor, entende?

    Isso torna a história um pouco estranha. Mas ela tem muito potencial: basta aplicar ordem nela.

    ESCRITA

    Boa.

    Algumas falhas de revisão, mas nada que prejudique o entendimento do conto.

    O ritmo da narrativa é agradável, assim como a fluidez da leitura. Não gostei muito de algumas técnicas aplicadas, como ficar explicando a história do passado, podendo fazer isso de forma orgânica nos diálogos, mas faz parte.

    CONSIDERAÇÕES GERAIS

    Não se engane: gostei muito da premissa. Sim, achei a execução um tanto caótica demais, facilitando a anarquia da história. Sem ordem, impera o caos. É algo natural, não tem como escapar disso. Mas o conto não deixa de ter seus méritos, como a grande criatividade.

  13. Ana Maria Monteiro
    19 de agosto de 2021

    Olá, Gavião.

    Vou comentar seguindo as orientações do regulamento:

    Ambientação: este quesito está bom e bem feito, mas não gosto de ler muita ambientação em contos. Mas com um limite de palavras alto, é possível fazer isso.

    Enredo: O enredo está muito bem montado, só chega um bocado tarde, devido à ambientação anterior que, como disse, para mim durou muito. Fica-se ali entre os monstros, o mistério e a realidade alternativa. Algo me diz que vou encontrar mais autores a juntar os três temas – é uma tentação quase inevitável (é um desafio dentro do desafio).

    Escrita: A escrita é ágil e segura. Tem ali as “ruinas” que são realmente é ruínas e um “leva-lo” que, em bom rigor, é levá-lo. Mas nada de mais, é uma boa escrita.

    Considerações gerais: Não tenho muito a dizer, é uma história simples e interessante, despretensiosa e que se apresenta como tal. Gostei disso e é mais difícil do que pode parecer. Dar uma certa autenticidade e vida ao texto, sem recorrer a artimanhas pretensiosas, daquelas que baralham o leitor e o deixam perdido quando, na verdade, o autor não tem nada para contar, ou apenas não saberia fazê-lo. Este conto não é assim, é de entretenimento, muito adequado para uma noite de Halloween e agrada. Acaba bem, quase dá direito a moral da história. Gostei, sim.

    Parabéns e boa sorte no desafio

  14. Felipe Melo
    17 de agosto de 2021

    Ambientação: A ambientação é interessante e imagética, o cenário é bem descrito e ajuda o leitor a visualizar as cenas.

    Enredo: O enredo é um pouco exagerado, principalmente nas ações do protagonista, mas cumpre bem o papel se a proposta não for terror e sim fantasia. O enredo também apresenta alguns clichês, mas nada que prejudique.

    Escrita: A escrita é fluida, mas um pouco sem ritmo, e é também um pouco repetitiva, contudo, nada que atrapalhe.

    Considerações gerais: A ambientação e as imagens por ela evocadas fazem a leitura interessante e agradável, embora o enredo pudesse ter um pouco mais de novidades.

  15. Victor O. de Faria
    13 de agosto de 2021

    Ambientação: Interessante. Tem alguns tropeços, mas foi a ambientação que mais me agradou até agora. Tem um misto de monstros, realidades e fantasia (embora essa se faça mais presente e poderá ser alvo de discussão). Lembrou muito o conceito de um filme antigo, “Krull”, onde um castelo-medieval-nave-espacial (não pergunte) mudava de lugar à cada dia e transformava o local ao redor onde ele aterrissava.
    Enredo: A história de um homem comum que se vê de repente num mundo “mágico”. Gostei de algumas coisas, de outras nem tanto. A parte do suspense até encontrar a garota é excelente. Depois o texto assume um “Romeu e Julieta” meio desnecessário. Poderia ter se mantido apenas no lance de mistério/horror. O texto perde força quando se torna meloso demais. Acho que me encantaria mais se o texto parasse ali na relação com a garota. As outras partes soaram muito clichês. Contudo, o fim retoma o interesse, mesmo que abrupto.
    Escrita: Tem alguns errinhos, trocas de tempo verbais onde não era necessário e etc. Mas flui muito bem.
    Considerações gerais: Um conto com uma ambientação excelente, mas que esbarra em clichês e deixa o “mistério” de lado para focar em algo mais seguro, levantando a bola novamente ao final. Deixa a originalidade fluir! Tem muito disso ali no início.

  16. Angelo Rodrigues
    13 de agosto de 2021

    5 – Cidade do Nevoeiro

    Ambientação:
    O conto nos transporta a um lugar especial. Uma cidade de sonhos. Não foge ao que o texto pretende: mistério, medo, solução do enigma.

    Enredo:
    Homem solitário se vê às voltas com uma cidade onde fatos estranhos acontecem. O conto entra no mundo do inevitável, da prisão involuntária, de onde não consegue escapar quando tudo acontece para mantê-lo onde está. O nosso protagonistas está fadado a quebrar o encanto que toma a cidade.
    Acredito que o conto buscou uma identidade com os contos de horror e arrepio do final do século XIX.
    Ficou legal.

    Escrita:
    A escrita está boa, sem tropeços e de fácil entendimento. O autor quer dizer e diz.
    Fiquei em dúvida se ao invés de “auto sustentavam”, não seria “autossustentavam” por decorrência do adjetivo autossustentável (que existe), embora a primeira, caso correta, seja um verbo [que não consegui encontrar]. [apenas uma observação da qual também não obtive resposta].

    Considerações Gerais:
    Um conto que buscou, acredito, atender ao quesito Realidades Paralelas. Não sei se conseguiu. Ficou no limite entre o horror e o encanto. Talvez seja plausível o enquadramento pela via da existência paralela da cidade por conta do seu encanto.
    De qualquer forma, o conto está bem estruturado e conta uma história, que embora esteja tomada de velhos clichês, é boa de se ler.

  17. Bruno Tavares
    11 de agosto de 2021

    Ambientação: Cenário instigante; Cidades do interior são sempre misteriosas e abrem um leque para boas histórias. O nevoeiro foi um recurso muito bom para reforçar o clima de terror e suspense do conto. O universo criado é muito interessante: uma Cidade fantasma que abriga o mistério da morte de um jovem, que desejava se casar e foi assassinado.

    Enredo: Achei um enredo muito bacana e imersivo para o protagonista Danilo e os demais personagens, assim como os mistérios que os envolve. Como aspecto negativo da narrativa, eu destaco o excesso de descrições, que deixa o conto com um ritmo muito lento e um pouco sem foco. Ao descrever muito os locais, deixei de acompanhar o protagonista Danilo e fiquei até um pouco confuso com o excesso de descrições. Isso pode esfriar a leitura e fazer alguns perder o interesse, o que não foi meu caso por motivos de ter gostado muito dos elementos e da trama em si. Falar, por exemplo, que ‘luzes amarelas’ deixavam o ambiente sinistro, pode ser estranho também, pois eu acho postes com luzes amarelas algo clássico e me dá uma sensação boa de nostalgia, por exemplo. Não necessariamente seja ruim. Talvez fosse melhor dizer que o ambiente estava muito escuro, e nem mesmo as luzes amarelas eram capazes de conter o efeito sinistro do local. Não falo aqui que seja um texto ruim, longe disso, apenas desejo contribuir com uma visão diferente e que ajude neste conto o qual eu realmente gostei muito.

    Escrita: Quanto à escrita não vi problemas em pontuação ou algo do tipo.

    Considerações gerais: Um conto que tem uma ideia muito boa, um suspense maravilhoso, mas que eu achei que perdeu um pouco o foco no excesso de detalhamento; tanto dos locais, quanto dos personagens. Apesar disso, eu considero uma história muito boa, interessantíssima e que merece uma enxugada para ser um conto maravilhoso! Parabéns ao autor!

  18. thiagocastrosouza
    11 de agosto de 2021

    Ambientação: Bem executada, embora um pouco descritiva demais, o que emperrou um pouco a leitura. Essa cidade enevoada, oculta em algum lugar, me lembrou um livro do Paulo Coelho que li já faz muito, chamado O Demônio e a Srta. Prym.

    Enredo: Caro autor, o enredo tem aspectos de mistério que instigam o leitor, mas o desenrolar lento dos acontecimentos, marcados por descrições um tanto quanto exageradas de cenários, me fatigaram um pouco. Pareceu-me que, na tentativa de ambientar o cenário, a trama acabou ganhando menos destaque no conto, de modo que sua resolução se dá de maneira muito apressada e explicativa após o protagonista encontrar Rosemunde transmutada em lobisomem. O estalajadeiro explica tudo de uma forma muito clara e direta e, daí em diante, as coisas se resolvem sem maiores complicações. Veja, seu personagem tem um conflito, que é não conseguir arrumar o carro, mas quase nada o impede de alcançar seus desejos e tudo se ajeita com muita facilidade. Não há perigo real, o que deixa o conto brando, apesar da premissa interessante e do final bacana.

    Escrita: Há alguns erros de digitação, mas que eu não costumo levar em consideração. Por outro lado, me incomodou o exagero nas descrições. Você as faz muito bem, porém, como o enredo é pouco movimentado e dinâmico, elas mais atrasam o ritmo do conto do que auxiliam na narrativa. Retire as descrições de cenário e analise a essência do seu conto, os acontecimentos e interações entre os personagens. Perceberá, espero, que esses elementos essenciais acabam tendo pouca força, sendo sufocados pela ambientação. Há um incômodo com os diálogos também, com pouco subtexto e mistério; os personagens sempre falam, diretamente, aquilo que o escritor quer informar o leitor. Não há sutileza.

    Considerações Finais: O conto tem uma premissa interessante e um final que poderia ter funcionado muito bem. Contudo, o enredo tem pouco conflito e dinâmica, de modo que o brilho nas descrições do cenário se tornam mais um problema do que um mérito. Vale uma reescrita. Espero te encontrar novamente no EntreContos.

    Grande abraço!

  19. Anderson Prado
    10 de agosto de 2021

    Ambientação: Mediana. Homem se perde na estrada, indo parar em uma cidade habitada por monstros (ao menos à noite). Sem chegar a brilhar, o texto apresenta medianamente a descrição dessa cidade perdida.

    Enredo: Ruim. Achei que o autor optou por saídas fáceis para explicar os inusitados que optou por apresentar, como o nevoeiro, o dormir e acordar, o amor não correspondido capaz de a tudo redimir etc.

    Escrita: Ruim. Há uma deficiência crônica na regência: o correto é “deu-se conta DE que” e, não, “deu-se conta que”; o correto é “A chave era a mesma COM que ele trancou” e, não “A chave era a mesma que ele trancou”; o correto é “Se deu conta DE que” e, não “Se deu conta que” etc. Há uma insistente separação entre sujeito e predicado por vírgulas indevidas: “Letras pintadas de branco, anunciavam”; “O cano em forma de cabeça de gárgula, gritava”; “O homem, perguntou” etc. Há outros erros e más escolhas narrativas no texto, então sugiro buscar a ajuda de um revisor.

    Considerações gerais: Infelizmente, vou reproduzir pela terceira vez o que já escrevi nos dois primeiros comentários: “O deleite de um texto perpassa por sua correção e boas escolhas narrativas. Se nem isso encontro, dificilmente sobrevirá alguma outra qualidade capaz de ofuscar o desgosto inicial.” A língua possui regras. A inobservância involuntária dessas regras é um erro grave, que dificilmente será obscurecido por outras qualidades que o texto eventualmente possua.

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Publicado às 9 de agosto de 2021 por em EntreMundos - Monstruoso Mistério Aternativo e marcado .
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