Aprendemos a estar juntos.
— Filho, silêncio. Seu pai está trabalhando.
A dividir espaço.
— Ei, Guilherme, na mesa não. Seu irmão está estudando.
A ser devagar.
— Já falei pra parar com essa correria. Olha o fio do notebook aí.
Aprendemos o tédio e a não contar o tempo. A esquecer o play, a desconhecer a praça e a ignorar o cinema.
Vitor me aceitava, cada vez mais esquecido de que eu era café-com-leite.
— Vai, joga.
— Estou pensando.
— Joga logo!
— Vitor, tenha paciência com seu irmão. Ele só tem seis anos.
— E eu, dez.
— Justamente. Você, dez.
Papai e mamãe se estranhavam, indiferentes de que não estavam no quarto. Tudo era uma extensão de todos os dias, de todos os lugares. Casa-trabalho, casa-escola, casa
— Prisão! Eu não aguento mais.
— Fala baixo, os meninos estão ouvindo.
— Não tô nem aí pros meninos. Meu problema não é com eles, é com você.
— Falta pouco, Priscila. Isso vai passar.
Mamãe se agitou na cozinha. Bateu pratos, panelas, talheres, portas. Papai se angustiou, largou o trabalho e ligou a televisão.
As notícias eram as mesmas.
— Pedro!
— O que foi?
— Na frente dos meninos? Desliga isso.
A TV nos fora interdita há algum tempo. Não que ignorássemos o que estava acontecendo, mas, meninos de seis e dez, mais sentíamos do que sabíamos. Estávamos todos no limite.
Papai desligou a TV e voltou pro computador. Mamãe logo apareceu com pratos, talheres e panela.
— Vamos, me dê licença com esses papéis.
Sentamos à mesa e nos servimos.
— Só tem isso? — Vitor arriscou.
Purê de batatas e ketchup.
— Só — mamãe respondeu, monossilábica.
— Come, filho, tá uma delícia – papai tentou apaziguar.
Comemos em silêncio. Mamãe secava os olhos e tentava vencer o engasgo. Papai lhe acariciava as costas. De repente, me veio a ideia louca.
— Vamos à praia amanhã…
Papai pensou e consolou:
— É, bem, vamos à praia amanhã.
Ela interrompeu os soluços.
— Podemos?
— Por que não? Tomaremos cuidado.
— Vou fazer uns bifes — mamãe anunciou, novamente empolgada em cozinhar. — Quem quer cebola?
— Quero arroz! – aproveitei.
— Já volto.
Depois do jantar, enchemos bolsas e carregamos o carro. Na manhã seguinte, inauguramos a quarta-feira. O sol apenas despontava quando embicamos na rua. As duas horas de viagem até o litoral nunca mais voltariam a ser tão curtas.
A praia estava quase deserta. Enquanto papai montava acampamento, mamãe nos untava de protetor.
— Ai, mãe!
— Atrás da orelha.
— Tá machucando.
— O sol machuca mais.
— Acabou?
— Acabei.
Corri.
— Peraí, peraí!
— O que foi? — impacientei.
— A máscara.
Aceitei que me recobrisse o rosto e depois desabalei pro mar. Foi um dia excelente. O melhor de todos. O único lembrado assim, inteirinho. À tarde, ainda eufóricos, ajudamos papai a arrastar e guardar os brinquedos, boias, toalhas, cadeiras e guarda-sóis.
— Meninos, vamos trocar essas máscaras.
Retiramos os acessórios e depositamos no saquinho que mamãe nos estendia.
— Meu Deus, Pedro, olha o rosto deles!
Olhei pro meu irmão. Bochechas, nariz e bocas brancas. Sorri. Depois gargalhamos os quatro juntos. E carregamos por dias as gozadas marcas do medo.
Oi Gui.
Um retrato da pandemia e do isolamento. Um retrato de todas as casas, da angústia, das dificuldades de conviver tanto, tão próximo.
Um pequeno alívio, como a praia, pode salvar a vida…
Achei que a voz do narrador, pelo que entendi, o irmão mais velho, dá sua impressão sobre os acontecimentos. Fiquei na dúvida se a criança de 10 anos seria capaz de ter essa desenvoltura ao narrar os fatos. Até pensei que ele poderia estar lembrando fatos dos passado, então ficaria crível, mas o último parágrafo removeu essa ideia da minha cabeça.
O jornalismo e até o pessoal mais “felizinho” adora a ideia de que o covid-19 chegou para nos fazer pessoas melhores. Detesto este tipo de coisa e acho uma imensa falácia, entretanto teu texto tem a suavidade despretensiosa de mostrar um outro lado da coisa.
Aquele lado em que, ao fazer algo comum; como uma ida até a praia, podemos ter uma aventura valiosa. Achei fantástica e, por falta de termo melhor, ética a forma como tratastes o assunto. E sem perceber fui inundado por uma gotinha de esperança. Que bom que ainda há autores assim, que conseguem fazer o belo no meio da escuridão sem apelar para chavões ou aqueles conceitos “nova era – velha era” de que o sofrimento nos tornará melhores.
Em tempo, o ritmo deles na praia ficou fantástico.
Um retrato bem apurado da nossa situação atual. Parece refletir uma certa esperança de que as coisas ficassem mais leves de um jeito tão simples. Mesmo achando que, como conto, faltou um pouco de profundidade no desfecho, obviamente todos podemos adivinhar o que se passa na mente de cada um dos personagens. Mas confesso que o conflito dentro de casa me deixou mais envolvida do que a ida à praia, apesar do final otimista ser um alento no meio de tantas coisas pesadas que estamos lendo e vivendo…
Parabéns pelo trabalho!
O conto narra a história de uma família durante o isolamento domiciliar por conta da pandemia. O conto é muito bom. A narrativa traz todo o climão de distopia e tem uma carga melancólica que eu gosto muito. Impacto forte. Boa sorte no desafio!
Muito bom!!!
Um texto leve e gostoso de ler, apesar das dificuldades trazidas pela pandemia em famílias com crianças em casa.
As atividades cotidianas narradas com lirismo. E o reencontro com o céu e o mar, antes comum, agora um marco nas nossas vidas!
Que atire a primeira pedra aquele que não quis fugir de casa, sumir, escorregar pela encolha da madrugada e só voltar quando a pandemia acabar. Depois de quase dois anos encerrado em casa, tendo sua vida resumida a quatro paredes que contam sempre as mesmas rasas fofocas, as mesmas fraudas da criança, as mesmas reclamações da esposa, as mesmas cobranças da escola, o mesmo sorriso da criança, o mesmo abraço da esposa, os mesmos elogios das atividades da escola… e quando você vê, está olhando mais para as coisas boas de novo, aprendendo a se esquivar das loucuras do dia a dia encarcerado e aprendendo a agradecer pelo simples fato de todos a sua volta ainda estarem com saúde.
Achei fantástico seu texto, infelizmente tão atual hoje, quanto em 2020 e provavelmente quanto será em 2022. A transformação da família pelo simples fato de mudarem um pouco a rotina e irem para praia foi algo bem interessante de ler. Seria interessante ter mostrado mais da personalidade dos atores sendo alterada em decorrência dessa quebra de rotina. Mas entendo que sendo um miniconto tudo é muito enxuto e reduzido,
Gostei muito da sua escrita, com certeza fez um claro retrato de muitas famílias nos dias atuais. Parabéns e boa sorte.
Uma interessante crônica dos tempos que vivemos atualmente. Imagino que realmente para uma família com crianças as coisas estão sendo realmente mais complexas. O texto tem dois pontos negativos, na minha opinião. Orimeiro, eele narra um periodo de tempo muito grande, o que faz com que perca a profundidade devido ao limite curto de palavras. Talvez funcionassem melhor em um formato maior, onde mais detalhes pudessem ser acrescentados. Outra coisa são os diálogos, que são muito pouco expressivos e não acrescentam muito à história.
Boa sorte.
Seus diálogos fluem muito bem, mas a história que você quis desenvolver talvez ficasse melhor num conto com mais espaço. A aceitação da ideia do garoto me pareceu um pouco abrupta. Se a família estava tão mergulhada no isolamento social a ponto de estar à beira do estresse, então é porque estavam levando a coisa toda muito a sério. Como subitamente, diante da sugestão do menino, decidiram ir à praia? Não digo que é impossível, mas em termos de ficção, esta virada precisaria de mais linhas para se desenvolver.
Olá, Gui.
Texto muito bom. Embora eu nem sempre curta textos próximos aos acontecimentos reais porque tendem para o empobrecimento do fato e muitas vezes beiram o planfletarismo barato. O que não acontece aqui.
Seu texto trabalha devagar com a surpresa temática. Há uma promessa de estranhamento relacional e depois descobre-se que a tensão é pelo “aprisionamento” decorrente da Pandemia.
O peso da narrativa é quebrado não pela mudança de ares e sim pelas marcas de máscaras que a família “ostentará” por dias.
Bom conto.
Oi!
Como fórmula de avaliação utilizo os quesitos: G -gramática, F-forma e C-conteúdo, onde a nota é distribuída respectivamente em 4, 3 e 3, e ainda, há que se levar em conta minhas referências, gostos e conhecimentos adquiridos como variável para tanto (o que é sempre um puta risco para o avaliado.)
G=4. Não percebi erros, está bem pontuado, descrito com palavras coloquiais sem mistura de termos, tempos verbais ou repetições.
F=1. Diálogos agilizam a leitura e, como não se sabe a idade do narrador personagem, não dá pra cobrar grandes sacadas. Entendo que os personagens são secundários, porque o cerne é a pandemia que estamos vivendo, e você utilizou singeleza para tratar o assunto, como se tentasse refrescar os ânimos, porém, pelo menos pra mim, o conto ficou meio a meio, sabe? É bonito, compreensível, mas sem o conhecimento prévio da pandemia não haveria maior empatia.
C=2. Temos a pandemia e algumas aflições trazidas por ela, convivência familiar, tédio, vontade de proteger os nossos… tudo tratado de modo leve. Parabéns e boa sorte.
Média final: 7
Olá autor. Como vai?
“Aprendemos a estar juntos”, um olhar otimista sobre a pandemia, assim você abre sua narrativa, que nos traz uma abordagem em torno da geração de memórias que o “estar juntos” propicia. A forma de narrar é interessante, entremeando falas coloquiais com um discurso memorialista, que em alguns momentos soa bastante literário. Há nuances de comportamento, sobretudo da personagem mãe, tentativa louvável de humanizá-la e arredondá-la mesmo em um texto tão curto, que contribuem para valorizar o seu conto. O fecho leve, otimista e divertido foi uma ótima escolha. Também nessa escolha o autor se vale de um contraponto: o desconforto dos dias pandêmicos em oposição à criação de uma memória açucarada da infância.
Um conto que acerta em buscar a empatia do leitor. Parabéns pela participação.
Olá, Gui.
Começo com uma introdução comum a todos os participantes: primeiro li os dois conjuntos completos de contos, um por um e rapidamente, para colher uma primeira impressão geral e já mais ou menos gradativa e agora regresso a cada um deles e releio com mais calma, para comentar.
Se tivesse prestado atenção ao título, teria percebido mais cedo, mas nem sequer o li porque entrei diretamente no conto através do “continuar a ler”. Então, não percebi o contexto, nem com o casa-trabalho, trabalho-casa, etc., porque entendi como o ramerrame quotidiano fastidioso. Só quando cheguei às máscaras é que percebi a contemporaneidade e o sentido de toda a trama.
Ainda assim, o conto não me encantou, pensei que puré de batata e ketchup remetiam para pobreza, afinal era para depressão; achei estranho a mãe dizer que o problema era com o marido (qual era o problema dela com o marido?); a televisão desligada, soou-me a exagero, ou seja, pensei “que raio” quando li “mamãe anunciou, novamente empolgada em cozinhar”, então aquela refeição era resultado de desânimo?, li tropeçando na sensação de inverosimilhança e essa sensação foi-se instalando na medida em que continuava a encontrar mais situações difíceis de encaixar.
A fabulosa frase final, perfeita para encerrar o conto, “E carregamos por dias as gozadas marcas do medo” não foi suficiente para redimir completamente o resto do conto, mas faltou pouco.
Parabéns e boa sorte no desafio
Olá, Gui!
Serei bem sucinto nesse desafio, avaliando com as impressões imediatas que tive do miniconto.
BELEZA
Conexões familiares. Acho isso tão bonito. Lembra algo que nunca tive. Sei que cada família reage de uma forma, mas, por algum motivo, essa história me lembrou um pouco das minhas relações familiares: tive a constante sensação de que tudo é falso.
IMPACTO
É uma linha. Firme, que mantém a proposta do início ao fim, sem inovação, sem qualquer tentativa de impactar de verdade. Funcionou um pouco comigo, pois tenho histórico.
ALMA
Relações familiares é uma constante na EC. Posso até imaginar algumas apostas. Não achei a narrativa muito crível, mas é uma implicância minha. O conto tem alma.
Um conto sobre as memórias deixadas pelo primeiro ano de pandemia: 2020 – o ano que não começou. Não sei se gosto da forma como você contou a história. A mistura dos diálogos em discurso direto com a narrativa formal e meio memorialista me soa um tanto artificial. Mas gosto do enredo e dos personagens. O final fofo e adocicado foi uma boa escolha para o seu texto.
Desejo sorte no desafio.
Verão 2020
Uma delícia de conto pandêmico.
Coesão – O enredo é atual e poderia estar sendo vivenciado por qualquer um de nós. Contudo, você não nos apresenta uma história desinteressante ou batida, mas um texto divertido, com a sofreguidão própria dessa tragédia que estamos vivendo, mas com a dose de leveza necessária para aplacar tanta coisa ruim. E esse é o charme do conto: você nos conduz por um caminho de impaciência, de tolerância, aprendizado forçado e nos agracia no final com um solavanco de riso e leveza. Os personagens são verossímeis e os diálogos naturais.
Impacto – Muito bom. Adorei ler seu texto e concluí-lo rindo sozinha.
Parabéns.
Olá, Gui!
Gostei da sua tentativa de reproduzir este momento esquisitíssimo que estamos vivendo. O convívio forçado, os estranhamentos, a sensação de todos os dias serem iguais. Mas não gostei muito de como você desenvolveu isso; pro meu gosto faltou sutileza, faltou lirismo. Acho que você tentou colocar muita informação em um conto curto e a impressão que ficou foi de bagunça. Por exemplo, nesta parte:
“Comemos em silêncio. Mamãe secava os olhos e tentava vencer o engasgo. Papai lhe acariciava as costas. De repente, me veio a ideia louca.
— Vamos à praia amanhã…
Papai pensou e consolou:
— É, bem, vamos à praia amanhã.
Ela interrompeu os soluços.”
Existe uma grande diferença entre secar os olhos e tentar vencer o engasgo de um choro e chorar de soluçar. Foi difícil visualizar isso aí.
Tecnicamente é muito bem escrito, nada a apontar aí. Eu só não gosto dessas marcações no meio dos diálogos porque sinto que isso trava a leitura, mas esse é um ranço exclusivamente meu, admito, então ignore se não fizer sentido pra você.
De um modo geral, é um conto legal e gostoso de ler. Parabéns e boa sorte no desafio! 🙂
Gostei deste irmão mais novo como narrador e da história contada como se 2020 tivesse passado há muito tempo. Começa com a angústia dos tempos de reclusão e segue para um espécie de libertação com a ida à praia. Senti falta de um pouco mais de conflito ou alguma cena que amarrasse melhor a ida da família à praia. Acho que entre a ideia da criança e ida à praia tudo acontece muito fácil. A marca da máscara no rosto é divertida, mas poderia ter sido associada a algum comportamento do irmão mais velho logo no início. A ideia de olhar estes tempos atuais por meio de uma criança é interessante e vale ser mais desenvolvida.
O texto mostra o conflito de uma família confinada. os pais trabalhando em casa, a pressão aumentando. As crianças sentindo o peso disso tudo, a vida interrompida. A raiva ganhando terreno por pouca coisa. A desmotivação. Até que a ideia de um pouco de liberdade surge: — Vamos à praia amanhã…
E o passeio traz a alegria perdida. E a marca da máscara é motivo de sorrisos.
Todas as famílias passaram inquietações enormes em 2020. Em 2021 já estávamos mais adaptados e moldados.
Os leitores se identificam e ficam aliviados com a iniciativa da praia e com a alegria das crianças.
13 – Verão de 2020 (Gui)
Um conto legal de ler. Conta uma história pandêmica, ressaltando, da forma mais comum, as marcas do medo pela via do uso das máscaras protetoras.
Bom que tudo tenha acabado bem, com risos e um retorno feliz ao lar.
Sob o aspecto construtivo, creio que há alguns tropeços. Há no princípio do texto – tão pequeno -, a construção de um conflito entre pai e mãe que não se desenvolve. Enuncia-se mas não se desenvolve, transferindo ao leitor a possibilidade de algo maior, mas relacional entre pai, mãe e a prole, que na idade de 6 e 10 anos, sempre pode trazer algum problema.
Acho que essa parte, essa de enunciar e não entregar, ou entregar algo que não condiz com o nível de preocupação construído, seria dispensável. Acho que o autor usou um método diversionista para “iludir” o leitor para o que viria, para o foco real do conto, que é a pandemia e o uso de máscaras.
É isso. Um conto legal que, acredito, pode ser um pouco mais trabalhado.
Boa sorte no Desafio.
O tédio, as inevitáveis discussões da família, presa em casa por causa das restrições da pandemia, achei que aconteceria algo mais grave, no entanto acabou bem, com todos com o rosto marcado. Foi uma boa leitura. Narração perfeita e uma boa ideia.
Olá, Gui.
Resumo: Essa é a história da rotina de uma família que aprende a dividir espaços, estarem juntos, conviver com os conflitos do lar e que aproveita bem as horas de lazer.
Parecer: Faltou imagética na construção da trama e nos diálogos faltou movimentação dos personagens e cenário. Achei a narrativa amarrada.
Gui, esse tipo de conto costuma muito me agradar. Bem cotidiano, um recorte da realidade contado de forma sensível, sem floreios e com muita sutileza.2020 teve muito do que você nos narrou e, um respiro ou outro, foi o pouco de calor e humanidade que tivemos. Os diálogos são naturais, empurram o enredo para a frente e nos revelam o que precisamos saber para o andar da história. Ter escolhido uma criança como narrador foi uma escolha boa, pois percebemos tantas mudanças a partir de um ponto de vista menos carregado do que o do mundo adulto.
Grande abraço!
Não sei bem como comentar este texto, porque ainda não decidi se gostei dele ou não.
Gosto da alternancia da narração com a fala, embora ache que devias ter marcado as falas com «» ou com “”.
O — remete-se a uma convera, quando não é o caso, e isso é confuso.
Por outro lado, tem alguns problemazinhos com o ritmo que não sei bem explicar.
Por exemplo, os parágrafos duplos em “Mamãe se agitou na cozinha. + As notícias eram as mesma” e em “Aprendemos o tédio + Vitor me aceitava” não funcionam bem.
Mereciam uma revisão e serem condensados num só.
Enfim, nada do outro mundo mas uma revisão mais profunda fazia bem a este texto.
Vou marcar o teu texto para ser relido no fim de todos os outros e para rever a nota.