EntreContos

Detox Literário.

Cores do Caos (Leonardo Philipe)

Eu vi o nascimento das cores, e elas só nasceram porque eu vi.

Preta e branca não foram criadas, sempre estiveram lá. Quando eu fechava os olhos, era preto; quando eu abria, branco. É fácil de entender. Ninguém se atreveria a criar a ausência, tampouco a totalidade.

Eu estava lá quando Ele criou o pincel cósmico e esfregou as cerdas no próprio pescoço. Daquele ato suicida surgiu a primeira cor: o vermelho; cor que encarnou o desejo. Tinha amor e ódio em seu espectro, dois sentimentos antagônicos que fizeram O Universo rodar. Todas as coisas que surgiram ali, naquela brancura infinita, eram vermelhas. Não foi do barro que veio o homem. Foi do vermelho sangue. Posso provar o que estou dizendo: as primeiras células do embrião são sempre vermelhas, porque o sangue nada tem a ver com a morte. Os povos maias sabiam de tudo isso. Não foi por acaso que eles decidiram adorar o sol.

A última gota de sangue que saiu do pescoço Dele revelou a cor laranja, e foi o brilho do laranja que deu origem ao sol. Até hoje não consigo entender como aquela gota tão pequena e pouco pigmentada foi capaz de gerar tanto calor e alegria. A energia contagiante daquele sol sorridente foi a responsável pela metamorfose da Terra. Porém, até mesmo o sol, esta fonte de felicidade genuína, às vezes chora. As primeiras lágrimas do sol que caíram sobre os continentes fizeram surgir o ouro, que quase cegou os meus olhos com a intensidade inebriante do amarelo.

Todo mundo sabe que a cor amarela enriqueceu a Terra; mas nem tudo é belo no amarelo. Para criar os monumentos da arquitetura suméria, a humanidade precisou aprender a transmutar o próprio suor em ouro. Ele fez questão de ensinar. Afinal, todos os templos e zigurates dourados foram erguidos em homenagem aos filhos e filhas Dele. Todos os imperadores e reis nasceram em palácios amarelos; cresceram sobre o privilégio de um solo dourado. O problema da cor amarela é que ela nunca foi abundante. Poucos a tinham, muitos a desejavam. E infelizmente, na maioria das civilizações, o amarelo das coroas estava apenas sobre cabeças repletas de tirania. Eu fiz questão de intervir naquelas injustiças. Estive presente no pensamento do povo; concedi a esperança necessária para mudar a Ordem das coisas. E a esperança foi a responsável por enaltecer o valor da cor verde.

O que é necessário para imaginar uma realidade diferente? A resposta sou eu mesma. Eu não sou a esperança, mas caminho sempre ao lado dela. Adoro ver os olhos da humanidade sendo preenchidos pela frequência harmoniosa da cor verde; quando isso acontece, as mentes caóticas recebem a coragem necessária para superar as incertezas e seguir em frente. Mas não se engane, não fui eu que criei a cor verde. Ela já estava presente na obra de arte Dele.

O verde surgiu na quarta pincelada cósmica, depois que Ele enfiou o pincel no nariz. As cerdas melecadas depositaram a cor verde sobre o solo da Terra, que foi de onde germinaram as primeiras plantas. São as plantas as verdadeiras donas do verde. Elas sempre foram a materialização da esperança, pois fizesse chuva ou fizesse sol, continuavam crescendo. Antigamente, as árvores cresciam muito mais do que crescem agora. Elas tinham o desejo de tocar os céus para agradecer pessoalmente ao sol pelo dom da vida. Falar das árvores me deixa um pouco nervosa, porque quando olho para o topo de suas copas, vejo a cor que eu mais odeio…

O azul significa tudo e nada ao mesmo tempo. Ele é a cor da ilusão. Artistas costumam pintar esta cor em suas obras quando querem enganar os outros. Eu sei que o céu não é azul, mas mesmo assim, o enxergo azul. Miserável cor da angústia existencial! Também odeio o céu; essa “coisa” indiferente que limita as minhas ideias. Minha imaginação se esvai sempre que olho para o azul, porque eu não consigo me lembrar como Ele criou essa cor. E para afastar essa angústia, eu fecho meus olhos e faço o que sei fazer de melhor: imaginar. Toda vez que começo a imaginar algo, eu enxergo a mais magnífica das cores.

A cor violeta sempre me trouxe todas as respostas que eu precisava. Foi por causa dela que descobri o que é o espírito; qual é a minha missão; e porque estou presa no lado direito do cérebro deste humano. Um dia, ele morrerá; e eu migrarei para outra mente. Graças ao meu espírito, novos quadros em branco serão coloridos pelo pincel cósmico Dele; pois as cores do Caos são eternas, assim como eu também sou. Sem mim, nada teria sido criado.

Porque todas as formas de vida nascem das cores, e as cores, vidas são.

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22 comentários em “Cores do Caos (Leonardo Philipe)

  1. Daniel Reis
    19 de junho de 2021

    Neste conto, em linguagem extremamente cifrada e poética, o autor traça um paralelo entre a criação das coisas e a arte visual, que era uma das possibilidades do Desafio. Porém, na parte técnica, a falta de um fio condutor narrativo torna o trabalho um pouco alegórico demais, e não sei se consegui captar a essência do que o autor quis mostrar. De qualquer maneira, espero que continue a participar e a consolidar seu estilo aqui no Entrecontos. Boa sorte!

  2. cicerochristino
    19 de junho de 2021

    Uma prosa poética sobre as cores em uma espécie de fábula cósmica.
    Poderia se enquadrar como poesia em prosa. Tem boa fluidez e a linguagem é bastante rica, mas a estrutura não remete a um conto.
    Parabéns e boa sorte no desafio!

  3. opedropaulo
    19 de junho de 2021

    É um texto que parece resgatar, sob o prisma colorido da arte, o tema do desafio anterior, remetendo a um ato de criação universal a designação das cores com significados e diferentes envolvimentos com a história da humanidade. O vermelho dá a base sangrenta da criação, o laranja ilumina e o ouro tanto impressiona como induz à ganância contra a qual luta o verde. É uma abordagem inteligente, mas é na execução que se perde a força. Em primeiro lugar pela ausência de um enredo claro. Contada por um narrador personagem, a história propriamente dita não se apresenta, não havendo um início, meio e fim, só o início colorido. Não se entende claramente quem narra até o final e por isso não há um apego ou mesmo uma expectativa dos caminhos pelos quais seguem a narrativa. A impressão é que a premissa nunca deixou de ser premissa. E, com isso, o outro problema é a cadência do texto. Torna-se repetitivo e, portanto, previsível, o esquema em que num parágrafo se introduz uma cor que, por sua vez, nas últimas linhas convida outra cor a qual é rapidamente empregada na metáfora do texto. Pela escrita ser fluida e inteligente, não chega a cansar, mas o texto perde em impacto.

    Boa sorte!

  4. Luis Fernando Amancio
    18 de junho de 2021

    “Toda cor tem em si
    Uma luz uma certa magia
    Toda cor tem em si
    Emoções em forma de poesia”
    Olá, Fofoquinha!
    Seu conto contempla o tema do desafio. A arte escolhida, ainda que não seja explícita, ao meu ver, é a pintura. Afinal, há uma interessante reflexão sobre cores e uma criativa abordagem de Deus como pintor.
    A escrita do texto está bem resolvida. A linguagem é segura e a leitura flui com bastante facilidade.
    Aliás, senti que seu conto tem potencial para atingir um público amplo. Suas reflexões e temática podem interessar leitores em diferentes faixas etárias. Isso, acredito, é uma bela qualidade. Autores devem pensar em si como comunicadores. Você, Fofoquinha, tem essa facilidade: seu texto é cristalino e a temática dele pode cativar diferentes leitores, inclusive muita gente fora da bolha entrecontista.
    Particularmente, a sua história não me encantou. Talvez por me sentir mais diante de uma crônica do que de um conto (e eu sei que as fronteiras aqui são bem estreitas). Mas, em um desafio, com autores focados em desenvolver uma narrativa, a sua obra soa mais como elaboradas divagações.
    Mesmo a ponderação final, situando o narrador no cérebro dos homens – a inspiração? a arte? – não me arrebatou. Ainda assim, as virtudes são maiores. Parabéns e boa sorte no desafio!

  5. Bruno Raposa
    18 de junho de 2021

    Olá, Fofoquinha.

    É sempre difícil analisar um texto quando ele abre mão de tantos elementos que servem de sustentação para contar uma história: aqui não há conflito, ambientação ou construção de personagens; temos apenas um fiapo de enredo para nos guiar pela narrativa. Nem mesmo sabemos ao certo quem é a narradora. Não quer dizer que o resultado final é ruim, mas é um pouco vazio, mal dá para classificá-lo como conto.

    O maior valor aqui vem dos significados que você quis dar a cada passagem do texto. Confesso que alguns devem ter me escapado: não tenho lá muito conhecimento sobre povos antigos ou simbologias associadas às cores. Não faço ideia, por exemplo, do porquê do violeta estar ligado a um significado espiritual. Não posso condenar o texto por conta da minha ignorância, mas também é trabalho do autor situar o leitor. Não há necessidade de deixar tudo mastigadinho, mas é preciso oferecer alguma direção. Aqui, me senti perdidaço. 😦

    O toque escatológico na origem da cor verde fugiu um pouco do tom do restante do conto. E eu sou meio fraco pra essas coisas, assumo, rs.

    Tem um óbvio paralelo criacionista, mas não me pareceu uma defesa religiosa. Senti uma intenção maior, mais transcendental. Porém, mentiria se dissesse que realmente consegui apreendê-la. Da mesma forma, fiquei intrigado com a narradora. De início imaginei se tratar da Criatividade, como uma espécie de entidade. Mas ela fala que habita o cérebro de um ser humano específico e depois migrará para outro. Seria então “uma criatividade”? Todos nós teríamos uma dessas na nossa cabeça? Não sei. E não saber é um pouquinho frustrante.

    Acho que esse é o resumo da minha sensação com o texto: eu realmente queria saber mais. Da forma que está, infelizmente, não consegui absorver muita coisa na minha leitura.

    Desejo sorte no desafio.

    Abraço.

  6. Regina Ruth Rincon Caires
    17 de junho de 2021

    Cores do Caos (Fofoquinha)

    Comentário:

    Acredito que um texto deve ser lido sem muito compromisso. É assim a atitude normal de um leitor: ler e saborear, ou não. Mas, falando de um texto apresentado num desafio, um texto feito para a avaliação dos participantes, a leitura muda de figura. Eu a faço com carinho, com cuidado, com muito compromisso. Pesquiso muito, faço inúmeras releituras. Mas, confesso, há textos que estão além das minhas possibilidades de entendimento.

    Cores do Caos é um desses casos. Tem uma escrita fluente, mas existe tanta abstração na narrativa, que eu não consigo traçar uma linha de raciocínio. Não se assuste, cara Fofoquinha, isso não desprestigia o seu trabalho, sou extremamente limitada em entendimentos. Sou mais “melosa”, mais “passarinha”, mais “mão-na-massa” (concreta). Não é falha sua, longe disso.

    Quanto à escrita, pequenos deslizes. Nada que uma simples revisão não dê jeito.

    Há uma passagem do seu texto que me fisgou. Quando meus filhos entraram na escola, ainda no pré, aprendi que a união de todas as cores resultava no branco. Tenho lembrança de que fizemos uma paleta de cores, colamos numa haste de cata-vento e ficávamos diante do ventilador para provar a tese! Bons tempos…

    É isso, Fofoquinha, você tem um jeito especial de “contar”, mas a sua abstração foi além da minha cabecinha.

    Boa sorte no desafio!

    Abraços…

  7. Fabio D'Oliveira
    17 de junho de 2021

    Antes de continuar, acho justo esclarecer como estou avaliando nesse desafio. Além de uma consideração final, guio-me por três fatores: artístico, técnico e criativo. Não estou participando dessa vez, mas decidi ajudar a movimentar os comentários!

    ARTÍSTICO

    Uma metáfora sobre a criação artística. É o foco do conto. E seu maior sucesso.

    Está dentro do tema, mesmo não enxergando tanto valor artístico na forma do conto. Explico: a escrita me pareceu um pouco crua, ainda. É um conto que parece exigir um lirismo diferenciado para brilhar em forma.

    Gostei da imagem de capa, mas poderia explorar um pouco melhor a liberdade de mídias desse certame.

    TÉCNICO.

    Bom.

    Cabe algumas melhorias, principalmente na parte narrativa. O conto não é muito fluido, com repetições de palavras e ideias num espaço bem pequeno. Foque na lapidação. Esse é o momento certo para ajeitar isso. E o período de maior escrita de um trabalho. Tirar e colocar palavras, reescrever frases inúmeras vezes. Isso é escrever, de certa forma.

    CRIATIVO

    Interessante.

    Gostei muito da metáfora, assim como a associação de todas as cores e a revelação final: a narradora é a Musa da Arte. É uma forma diferente de retratar o tema e, consequentemente, mais criativo que a maioria.

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    O conto é bom.

    Apesar de ter gostado, ele precisa melhorar um pouco na forma para impressionar mesmo. Algumas passagens são bem legais. A abertura, então, é impressionante de tão bem feita, assim como a descrição do vermelho. Sangue é vida, afinal.

    Parabéns pelo trabalho e boa sorte no certame!

  8. Mauricio Piza (@mtplopes)
    16 de junho de 2021

    A fábula oscila entre uma divagação poética e um drama cósmico. O narrador não-identificado descreve os atos de um criador (o caos) sendo observado gerando as cores. No final o narrador parece residir em um cérebro humano enquanto uma faculdade do hemisfério direito; talvez a imaginação? De lá ela partiria para outros cérebros para observar mais cores serem geradas por esse caos criador. A fabula das cores é um pouco desconexa e suas associações bem arbitrárias. Tive a sensação de sair do texto sem nenhuma grande resultante. O texto é bem escrito e, se um pouco confuso, parece ser bem-sucedido dentro daquilo a que se propõe. Parabéns pelo trabalho e boa sorte.

  9. gisellefiorinibohn
    14 de junho de 2021

    Olá, Fofoquinha!

    Pensando agora no seu pseudônimo, será a narradora a personificação da Fofoca? Hmm…

    Olha, se fosse, seria uma hipótese tão boa quanto qualquer outra. Não vou mentir: não entendi nada.

    Ok, você tentou fazer um lance meio Gênese a partir da criação das cores; legal, a ideia é boa. Mas, meu, desculpa: confuso issaê. A narradora a gente sabe que é do gênero feminino, mas quem é? Deve ser a Criatividade, pela menção ao lado direito do cérebro, mas sei lá. No meio você fala dos maias, dos sumérios, do ouro, da meleca originando a natureza, de árvores que antigamente cresciam mais, do azul como a cor da ilusão, do violeta que te permite descobrir o que é o espírito… bom, vou te dizer uma coisa: já tive papos com gente doida que iam bem nessa linha aí hahaha…

    Do lado técnico, vi poucas falhas, que destaco aqui. Se não curtir essas correções, peço desculpas desde já.

    – Eu sou a louca dos “que”, é um inferno. Bom, quem precisa, precisa de algo, logo “de que eu precisava”:
    “A cor violeta sempre me trouxe todas as respostas que eu precisava.”

    – Eu também sou a louca da pontuação, e te digo que esses pontos e vírgulas aí ficaram muito, muito esquisitos. Vírgulas ficariam bem melhor. E o “porque” deveria ser “por que”. Errei isso a vida inteira até descobrir que é “por que” quando podemos substituir por “o motivo pelo qual”:
    “Foi por causa dela que descobri o que é o espírito; qual é a minha missão; e porque estou presa no lado direito do cérebro deste humano.”

    – Este ponto e vírgula também ficou muuuuuuito estranho. Uma vírgula estaria de bom tamanho:
    “Um dia, ele morrerá; e eu migrarei para outra mente.”

    – Aqui o ponto e vírgula também achei esquisito. Ele serve justamente para omitir o “pois”. Ou deixasse ali uma simples vírgula. Mas não precisa concordar; esse tipo de pitaco pode fazer sentido só na minha cabeça mesmo, eu sei:
    “Graças ao meu espírito, novos quadros em branco serão coloridos pelo pincel cósmico Dele; pois as cores do Caos são eternas, assim como eu também sou.”

    – Não tenho certeza, mas acho que aqui não cabe vírgula, pois trata-se de sujeito e verbo:
    “e as cores, vidas são.”

    É isso. Não entendi muita coisa porque sou bem limitada com textos enigmáticos e filosóficos. Sou simprona! Mas olhando pelo lado positivo, como dizia minha filha, o texto flui, não cansa, é intrigante e criativo. Valeu a leitura.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

  10. Kelly Hatanaka
    12 de junho de 2021

    Olá Fofoquinha.

    Gostei de seu texto, despretencioso e poético. Eu o compreendi como uma brincadeira, uma rápida provocação e gostei muito.

    Entendi o “Ele” como um deus ou força criadora, algo do tipo, sem, necessariamente, ter qualquer conotação religiosa/criacionista. Poderia ser o Big Bang. Agora, quanto ao narrador, fiquei na dúvida. Seria a vida? Talvez fosse a Arte. Acertei?

    Sua escrita é fluída e agradável, e este, mais um ótimo texto.

    Parabéns.
    Kelly

  11. Elisabeth Lorena
    9 de junho de 2021

    Cores do Caos (Fofoquinha)
    Sobre Texto, estrutura, personagens, tema, enredo, espaço, tempo e linguagem

    Olá, fofoquinha.
    Seu texto cairia como uma luva no Desafio da criação. Aqui não consegui fixar bem o tema, embora sugira ser Pintura. Mas mesmo a título de sugestão. Desculpe minha ignorância.
    Estrutura: bem, de conto não é, embora seja uma história.
    Personagem: Não consigo perceber. Acho que aqui como em outro texto do Desafio um narrador em terceira pessoa ou até um personagem coadjuvante daria conta de dar mais ao texto. Talvez.
    Como disse, tive dificuldade demarcar o tema, embora haja uma citação “au passant” sobre pintores usarem a tinta azul para enganar. Outra informação que poderia dizer sobre arte está em: “Graças ao meu espírito, novos quadros em branco serão coloridos pelo pincel cósmico Dele; pois as cores do Caos são eternas, assim como eu também sou. Sem mim, nada teria sido criado.” Entretanto, como tanto Ele quanto o narrador-personagem não são bem delineados, tenho dificuldade de dizer o que é essa arte desse Ele e assim, não tive como definir seu tema.
    Essa coisa de lilás lembrar alma é interessante, Na minha infância os caixões tinham essa cor. Para mim era cor de uma flor de jardim que já não vejo mais: Hortênsias.
    A linguagem é boa. O tempo é corrido fora de nossa realidade, portanto pode ser considerado como uma experiência de insólito ficcional voltado para a criação. isso porque o narrador-personagem cria sua narrativa de forma segura, aceitando como verdade as interferências mágicas do suicídio Dele e dando ao ambiente narrativo a ideia de que essa criação é parte inerente desse mundo em que vive.
    Boa sorte no Desafio.

  12. Fernanda Caleffi Barbetta
    8 de junho de 2021

    Olá, Fofoquinha,
    Seu texto é bastante criativo e enigmático.
    No meu entendimento, o narrador é a criatividade, mas não entendi muito bem o porquê de a criatividade falar sobre a criação das cores… ok, você escreve o que quiser, mas acho que faltou um sentido nesta sua escolha, ao menos para mim.
    Trechos como “Quando eu fechava os olhos, era preto; quando eu abria, branco” tratando-se da criatividade, ficou um pouco incoerente.
    Dizer que esfregar as cerdas do pincel no pescoço seria um ato suicida foi um pouco exagerado.
    Gostei da forma como falou do azul, a cor da ilusão, que está lá e não está.
    Não encontrei erros gramaticais.

  13. Jorge Santos
    7 de junho de 2021

    Olá. Vou dar nota máxima a este seu texto porque não posso dar 11. Está perfeita a forma elegante e criativa como refaz a Génese do ponto de vista das cores, com alguma malícia à mistura (ainda não me refiz da impressão visual que a criação da cor verde me causou… ). Ao contrário de outros textos que encontro, o/a autor/a criou um texto simples, sem grande subjectividade mas passando uma ideia complexa: as cores têm vida própria e consciência. Um/a autor/a com menos experiência teria começado a divagar no meio do texto, perdendo o leitor num emaranhado de possíveis sentidos. Optando por uma linguagem clara, permite que o leitor se concentre no cerne da ideia.

    • Jorge Santos
      8 de junho de 2021

      (Afinal, talvez possa dar 11… será que dei?)

  14. claudiaangst
    2 de junho de 2021

    Olá, Fofoquinha, tudo bem?

    Farei considerações sobre seu conto na forma de A-R-T-E:

    A = A arte em si = a criação das cores. Tema do desafio abordado.

    R = Revisão = não encontrei lapsos que me chamassem a atenção.

    T =Trabalho de escrita/narrativa = Linguagem clara, bom ritmo e fluidez. A narradora pode ser a criatividade, ou a inspiração, alguém que estava presente no momento da criação. Um texto curto com um tom poético.

    E = Então, autor[a] = achei um conto competente, mas que não explorou muito o assunto como um conto, ficando com um ar de crônica ou um breve ensaio. A ideia é interessante, mas poderia ter sido melhor desenvolvida como um conto.

    Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.

  15. Leonardo Philipe
    2 de junho de 2021

    Olá, Fofoquinha! Obrigado por compartilhar As Cores do Caos conosco ♥️

    Estava esperando alguns comentários específicos antes de comentar o seu texto, mas parece que eles não virão por agora; então, bora lá!

    Eu tive apenas uma reação enquanto lia o seu conto: rir. Evidentemente é um texto que não se levou nem um pouco a sério, e é “despretensioso” em relação à escrita, de fato. Porém, parece ter elementos que, aqui na minha terra, chamamos de: “pega besta que se acha muito inteligente”.

    Parece apropriado acrescentar no seu trabalho um sol sorridente, que com certeza saiu do Teletubbies, em um desafio o qual o regulamento cita o cruzamento entre um Cenobita e um Togemon (mas que, no momento das avaliações, adota uma postura de supremacia intelectual). É uma imagem que parece ter sido inserida de caso pensado justamente para gerar piadas que permitissem o autor rir da piada em cima da piada. Quase um Inception, menino!

    – PONTOS POSITIVOS: Parece que você analisou bem o público a quem o texto é destinado, e fez de tudo para agradar!

    – CONSIDERAÇÕES: Há muitos elementos aqui inseridos que requerem um saber prévio, e quando autoras e autores fazem isso, matam a capacidade de interlocução do texto, gerando interpretações confusas, pouco proveitosas para construir relações entre autor e leitor (que é um dos objetivos da literatura), ao invés de pregar e palestrar um intelectualismo que não cabe.

    É um conto que não está dentro dos parâmetros da Academia Brasileira de Letras do Facebook, infelizmente. Seu trabalho é incapaz de proporcionar interações saudáveis, que não sejam baseadas em conflitos vazios e trocas de frustrações.

    Seu texto é horrível para interlocução, chega até a ser inconsequente.

    Porém, parabéns! ☮

  16. Fheluany Nogueira
    30 de maio de 2021

    O texto discorre sobre o significado, a energia das cores, remetendo o leitor ao mundo espiritual. Pareceu-me a tentativa de escrever um mito que explicasse a origem do planeta com Deus usando as cores e estas personificadas.

    O texto é fluido, a leitura é prazerosa, mostra domínio da Língua, mas para que uma narrativa seja considerada um conto, alguns elementos são muito importantes: personagens, narrador, tempo, espaço, enredo e conflito — difíceis de serem identificados aqui. Poderia dizer que há uma pegada muito sentimental, de quem ama a pintura, e que isso atrapalhou o enredo, mas gostei da teoria apresentada.

    Parabéns pela participação e boa sorte no desafio! Abraço.

  17. antoniosbatista
    29 de maio de 2021

    Ambientação= De certa forma, no tema, Pintura, ou, Artes Plásticas.

    Escrita= Normal. Correta.

    Enredo= Metáfora sobre a criação do mundo feito através de uma pintura.

    Considerações Gerais= O argumento é bom. Há algumas discrepâncias, porém, insignificantes. Certos detalhes são ilógicos, mas não são ilógicas as metáforas? Elas são aceitas como obras criadas pela imaginação. Você usou pouco mais de 700 palavras, poderia ter estendido mais a sua história, pois em comparação com a Criação Do Mundo pela Bíblia, ficou faltando ainda bastante coisas. O mundo foi feito em 7 dias. ( No início, a Terra era vazia, sem forma, sem cores…) De qualquer forma é um bom Boa sorte.

    • antoniosbatista
      29 de maio de 2021

      …um bom conto. Boa sorte.

  18. Luciana Merley
    28 de maio de 2021

    As cores do Caos

    Um conto sobre a origem das cores e sua relação com algum ser divino.

    Coesão – O tema é claro: a pintura. O que não ficou claro para mim é QUEM narra em primeira pessoa. Uma divindade? Uma parte da estrutura cerebral? Um Espírito? A consciência? A criatividade? A ausência da indicação de narrador, personagens e ambiente tornou o enredo irreconhecível para mim. Desculpe.

    Ritmo – Um texto curto, gramaticalmente bem escrito e que flui com facilidade.

    Impacto – Não posso afirmar que gostei do seu conto pelo fato apontado no primeiro item. Tenho muita dificuldade com textos muito enigmáticos. Penso que o texto poderia ter um narrador-personagem bem definido e assim conheceríamos o mundo em que ele narra. Isso não foi possível. E essa parte da “meleca” ficou muito destoado do restante da linguagem. Desculpe se não compreendi como deveria. Um abraço.

  19. Anderson Prado
    27 de maio de 2021

    Olá! Tudo bem?

    Seguindo os passos da melhor revisora de todos os tempos, a dileta Claudia Roberta Angst, farei considerações sobre seu conto na forma de A-R-T-E:

    A = A arte em si = A arte aparece com sucesso no conto: há uma associação entre o criacionismo teísta e a pintura.

    R = Razões para ODIAR o conto (porque sou desses) = achei o conto um tanto proselitista na defesa do criacionismo teísta.

    T = Trabalho de escrita/narrativa = A escrita é boa.

    E = Então, autor[a] = Apesar do comentado no item “R”, a verdade é que gostei do conto. Está bem escrito e realiza de maneira criativa uma associação entre o criacionismo teísta e a pintura, cada cor encontrando uma explicação, significado e origem.

    Parabéns pela participação e boa sorte no desafio!

  20. thiagocastrosouza
    26 de maio de 2021

    Resumo: Um narrador, que me parece ser a Criatividade, tece reflexões sobre a origem das cores e seus significados.

    Comentário:

    Fofoquinha, achei o conto bastante despretensioso. O tema do desafio foi contemplado, mas poderia ter sido melhor desenvolvido. Não enxerguei um enredo propriamente dito, mas uma série de reflexões com analogias que não considerei as melhores, não me soaram profundas, não me fizeram levantar a cabeça e pensar sobre o que estava sendo dito no conto. A ideia de transformar algo abstrato em personagem é muito boa, e pode gerar criações promissoras. Há uma sensação de literatura infantojuvenil com mitos cosmogônicos; algumas me vieram à mente: As Cores dos Pássaros, de Lúcia Hiratsuka, e A Raiva, de Blandina Franco e José Carlos Lollo. Em ambas, cores e sentimentos são personificados em favor da narrativa, trazendo temas morais de maneira sutil. Vale a consulta.

    Boa sorte no desafio!

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Informação

Publicado às 24 de maio de 2021 por em Artes e marcado .
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