EntreContos

Detox Literário.

[EM] Sobre as Esferas e os Observadores (Kelly Hatanaka)

Que ideia foi essa de segui-lo? Agora, estava no escuro, naquele… carro? Nem sabia o que era aquilo em que estava escondida. Em que foi se meter?

Ele saiu sem perceber que fora seguido e, depois de muito tempo, ela resolveu sair também, queria entender onde estava. De repente, uma forte movimentação a pressionou intensamente para baixo, como se ela estivesse dentro de um elevador que subia muito rápido, e ela se deitou com cuidado. O que foi isso?

Ao se levantar, aturdida, ouviu alguém chamando seu nome.

Seguiu a voz.

***

Na Central de controle do Observatório, Aleek acompanhava a aproximação de Nure e iniciou os procedimentos para permitir sua entrada no perímetro. Desligou o Espelho, dispositivo que tornava todo o complexo do Observatório invisível. Apesar de estarem nas profundezas do mar, numa região abissal, precisavam estar preparados para a improvável aproximação de algum nativo, ou de algum de seus artefatos tecnológicos que vinham se tornando mais eficientes a cada década.

Desligou também o campo de repulsão, que afastava os seres vivos a uma distância segura do complexo. Tão logo registrou a entrada da cápsula de Nure na zona interna, ativou novamente todos os dispositivos de segurança. O Observatório estava, novamente, invisível e isolado daquele mundo.

— Ele voltou, Aleek?

— Sim, acabou de chegar.

Enquanto verificava as comunicações com a Esfera, Qarim perguntava, meio distraído:

— Bom. Foram quantos dias, dessa vez?

— Vinte dias.

— Ele está aumentando seu tempo na superfície. Na última missão, ele demorou-se quinze dias, sendo que havíamos estimado dez.

— Por que me diz isso?

Qarim sempre admirou a lealdade de sua companheira de missão.

— Ah, Aleek, só estou externando meus pensamentos para que você possa conhecê-los. Não estou fazendo fofoca, não me contaminei pelos hábitos dos nativos – sorriu. — Estes meus comentários, eu os repetirei todos diante de Nure, assim que estivermos todos juntos. Mas, você, o que acha?

— Não sei, Qarim. Nure está diferente, parece distraído, embora venha seguindo os protocolos e apresentando seus relatórios pontualmente. Ele parece…

— Sim?

— Ele parece… feliz.

— Feliz… este é um termo muito caro aos nativos deste planeta.

Qarim estava pensativo. Aleek, preocupada.

— Agora que Nure está a bordo, vamos iniciar os procedimentos.

— Não devemos falar com ele antes?

— Deveríamos, mas, depois de um período tão longo fora, ele vai precisar de tempo para se recuperar. Tempo que não temos. — Qarim mostrava a Aleek a última mensagem vinda da Esfera.

***

Nure chegou a seus aposentos após passar pela câmara de descontaminação. Sentia-se exausto, pesado. Mesmo após tantos anos como observador naquele planeta, ainda sentia os efeitos da atmosfera poluída e dos resíduos emocionais que abundavam nas aglomerações populacionais daqueles nativos ainda tão primitivos. Ou talvez fosse somente a sensação de culpa. Tomou o tônico restaurador e, enquanto esperava fazer efeito, esticou-se em sua cama e perdeu-se em divagações.

Ele foi o primeiro a chegar ao Observatório, há 2500 anos, junto de Yanek. Yanek desobedeceu à primeira regra do Observatório e partiu e, há 1100 anos, Aleek o substituiu. Pouco depois, veio Qarim.

Desde seu surgimento, quando da ascensão da primeira Esfera, o Observatório estabelecia bases em planetas em estágios iniciais de evolução e testemunhava e documentava seus progressos. Nesses estágios, qualquer contato com civilizações mais evoluídas podia ser desastroso. Os nativos, impressionáveis, poderiam tomá-los por deuses ou por demônios, o que fomentaria superstições e ilusões e poderia desviá-los de seu curso natural de evolução.

Conhecimentos obtidos fora de hora, ou de maneira artificial, eram igualmente perigosos. O avanço tecnológico, em seus níveis superiores, era dependente do avanço ético. Esta não era uma regra da Esfera Hyx, que governava a galáxia à qual pertenciam, ou de qualquer outra das inúmeras Esferas. Esta era uma regra da natureza e, portanto, advinha da Unidade, que governava todas as Esferas.

Por isso, era vetado aos Observadores qualquer interferência nas questões enfrentadas pelos nativos. As regras que os Observadores deviam seguir estavam registradas no Código:

1 – Não Interferir

2 – Não Tirar Vidas

Apenas duas regras, parece fácil a princípio, uma vez que a missão deles é documentar a história. Mas tudo fica muito mais complicado fora do Observatório.

No começo, e por muito tempo, Nure só observou a vida se desenvolvendo, se diversificando e se espalhando. Ia à superfície esporadicamente para coletar materiais e verificar os níveis de diferentes gases na atmosfera, temperatura e pressão. Eram dias mais simples. Logo, uma das espécies começou a mostrar-se mais apta à evolução intelectual e, em algum tempo, as primeiras sociedades começaram a se formar.

O Observatório contava com instrumentos que mediam a qualidade dos pensamentos e emoções emanadas pela coletividade. Mas, a partir de um certo nível de complexidade intelectual e emocional, era importante travar contato direto com alguns indivíduos, para uma avaliação mais correta.

Seria mais certo Nure sair para tais missões. Ele era idêntico aos nativos. Yanek, por sua vez, precisaria vestir o Manto, traje especial que emanava uma aparência escolhida já que, como todo steliano, ele tinha brilhantes escamas douradas espalhadas por um corpo extremamente alongado. Mas, Yanek gostava tanto de sair e se aventurar entre os nativos, misturando-se entre eles, fazendo-os crer que era um deles, que Nure deixou esta atividade em suas mãos. Nure planejava a logística das expedições e acompanhava e suportava Yanek pela Central e estava satisfeito.

Até que chegaram as guerras e tudo mudou.

Ainda hoje, os nativos eram bastante beligerantes, o normal dentro de seu estágio evolutivo. Mas naquela época, eram muito mais e as diferentes tribos estavam em uma guerra constante e sangrenta umas com as outras. Pensaram em suspender as expedições à superfície por um tempo, mas Yanek se opôs. Era importante observar o comportamento dos indivíduos em períodos de intensa crise, como aquela. E ele havia identificado alguns elementos que já demonstravam estar à beira de um novo estágio evolutivo. Era importante observá-los naquele estágio e naquelas circunstâncias. Nure assentiu.

Aconteceu que, justamente um desses indivíduos, uma criança, foi terrivelmente ferida durante um ataque. A ferida, mortal nesse mundo, levaria a criança a agonizar por muitos dias. Mas não no mundo de Yanek, ou no de Nure. Com os medicamentos e tratamentos de que dispunham, a criança estaria brincando no dia seguinte. Yanek deveria ter virado as costas e retornado à base. Nure tentou convencê-lo, insistiu. Mas Yanek não conseguiu se omitir e aplicou à criança alguns medicamentos, em segredo, que salvaram sua vida.

Quando retornou à base, ele mesmo informou à Esfera o ocorrido e disponibilizou seu lugar no Observatório. Ao se despedir de Nure, disse:

— Sinto muito. Eu o decepcionei.

— Não estou decepcionado. Surpreso, apenas. O que o levou a quebrar a Primeira Regra?

— É difícil de explicar, Nure. Viemos de planetas diferentes, eu e você. Mas tanto minha Stelia quanto sua Orgone estão nos últimos estágios evolutivos. Não sabemos mais o que é o sofrimento e, assim, os sentimentos todos parecem diluídos. Mas os nativos… suas emoções são exacerbadas e sua realidade, muito crua.

Nure estava calado e Yanek continuou:

— Não se morre mais em Stelia, como não se morre em Orgone. As pessoas escolhem quando desejam retornar à Unidade, despedem-se e se reintegram. Simples. Mas os nativos, na superfície, estão morrendo. E como sofrem. É dilacerante.

Ficaram em silêncio por alguns minutos, Nure absorvendo aquela confissão, tão verdadeira. Yanek prosseguiu.

— Não consegui observar sem agir. Errei, espero não ter causado um problema muito grande neste planeta. Mas não pude fazer de outra forma.

De fato, o problema não foi muito grande, embora pudesse ter sido. A cura da criança causou assombro, uma onda de misticismo e o surgimento de feiticeiros clamando para si a façanha, iniciando ritos religiosos baseados na cegueira do ego. Mas, a guerra avançou, toda a tribo foi dizimada e a história caiu no esquecimento.

— E o que acontecerá com você agora?

— Retornarei a Stelia e escolherei outro caminho, fora dos Observatórios.

— Boa sorte, amigo.

De volta ao agora, deitado em sua cama, Nure era assombrado pelas palavras de Yanek. Ele entendia agora, de forma clara e dolorosa, cada uma das palavras do amigo. Inadvertidamente, ele próprio se enredara em ações muito mais graves e com consequências certamente desastrosas. A dúvida agora era como ele iria lidar com a situação.

Já livre da incômoda sensação de peso, mas não da culpa, foi se encontrar com seus companheiros.

***

A Central de controle era o maior espaço do Observatório e, como todos os outros, circular e impecavelmente branco. O sistema de iluminação não se baseava em focos. A luz vinha de todas as paredes e de todo o teto. No centro da sala, uma grande mesa redonda, rodeada pelos muitos monitores transparentes que pendiam verticalmente e sem apoio, onde sentavam-se agora os três Observadores.

Nure começaria relatando o andamento de sua missão e suas descobertas, muito do que já havia sido exposto em seus relatórios. Mas havia questões mais urgentes a tratarem e foi Qarim quem começou:

— Nure, percebi que você se demorou em sua missão, tal como da outra vez. Você passou vinte dias na superfície. Nunca havia feito isso antes. Estou preocupado.

Nure manteve o silêncio. Ele não sabia mentir. Ninguém em seu planeta natal sabia como fazê-lo há muitos milênios.

— Você nunca gostou muito de ir à superfície, mas isso parece ter mudado. O que aconteceu, Nure? – era a vez de Aleek dar voz a suas inquietações.

— Este planeta me lembra Orgone. Acho que estou com saudades. Tenho sentido falta de ver a luz das estrelas e caminhar a esmo, sentir o vento.

— Você se afeiçoou a este planeta.

— Sim, Aleek. É verdade.

— Você não deveria. Não é aconselhável.

— Sei disso, Qarim. Mas não consegui evitar. Estou aqui há tanto tempo e venho pensando muito em Yanek, ultimamente.

— Você… você fez o mesmo que Yanek? Interferiu? – Aleek não podia acreditar.

Após uma longa e angustiante pausa, a voz clara de Nure se fez ouvir.

— Sim.

***

Os nativos agora viviam em grandes aglomerações, amontoados uns sobre os outros em altos edifícios. A quantidade de angústia e medo que existiam no ar vinha crescendo. Nure sentia isso quase como uma dor física.

Elisa o abraçou e beijou, seus cabelos castanhos espalhados sobre o travesseiro. A dor passou.

— Que pena que você precise partir.

— Eu também gostaria de poder ficar mais.

Para sempre, na verdade. Mas, já faz 20 dias. Nunca havia ficado tanto tempo fora.

— Eu queria que você não fosse um explorador e que eu não fosse uma enfermeira e que pudéssemos ficar juntos o tempo todo.

Nure sorriu. Um sonho.

— E o que seríamos, então?

— Bom, poderíamos ter um sítio, não? Passaríamos o dia cuidando de nossa terra e, à noite, teríamos um ao outro.

Um doce sonho.

Elisa continuou, subitamente séria:

— Você não poderia dar um tempo nas suas expedições? Os noticiários têm me deixado preocupada.

— Por que?

— Ah, o de sempre. O clima está muito tenso. Falam de uma nova guerra mundial.

Eles se conheceram em uma das últimas florestas nativas daquele mundo. Elisa, de férias, perambulava distraída após se afastar de seu grupo e deparou-se com Nure, que fingiu ser um explorador solitário, o que não deixava de ser verdade. Ela o encantou. Talvez por que, junto dela, Nure não sentia o mal estar costumeiro causado por emoções residuais. Elisa era tranquila e trazia ao coração de Nure uma inquietação agradável, que os nativos chamavam de alegria.

Nure tentou esquecê-la, sem sucesso. Então, na missão seguinte, estendeu um pouco seu prazo e foi vê-la em sua casa. Elisa morava em uma daquelas habitações empilhadas no centro de uma grande cidade e ficou feliz em revê-lo. Depois disso, ele sempre dava um jeito de ficar alguns dias a mais com ela.

Quanto à crise naquele mundo, Nure estava, de fato, preocupado. Eles vinham acompanhando as tensões a partir do Observatório e a situação era realmente alarmante. Enviaram as informações à Esfera, e estavam esperando por instruções. Talvez por isso sentira a urgência de rever Elisa e assegurar-se de que ela estava bem.

Só não esperava a emoção avassaladora de encontrá-la tão linda e grávida.

***

Aleek e Qarim se entreolhavam, sem saber o que dizer.

— Nure, sinto muito.

— Por que, Qarim?

— Se você se afeiçoou a este planeta, será difícil para você. Recebemos ordens da Esfera de partir imediatamente.

— O quê????

— A guerra será inevitável. Mísseis nucleares estão apontados uns contra os outros. Um deles contém uma falha grave que causará um colapso no núcleo do planeta.

Nure estava pálido e Aleek prosseguiu.

— Estávamos preocupados com você pois nossa hora limite se aproximava. Tentamos avisá-lo, mas você manteve o canal fechado…

— Quanto tempo temos?

— Cinco minutos. Enquanto esperávamos por você, fizemos todos os preparativos e iniciamos a conversão do Observatório.

— Não! Preciso de mais tempo! Interrompam o procedimento! – Nure gritava. Então era isso que os nativos chamavam de desespero?

— Não é possível. O Observatório já se fechou. Não dá mais para interromper.

— Mas, eu preciso… eu tenho que buscá-la!

Qarim e Aleek, boquiabertos, não entendiam nada. Nure parecia enlouquecido.

— Quem? Do que você está falando?

Neste momento, o Observatório, já inteiramente lacrado em sua forma oval de nave, se descolava da base rochosa que o apoiava e, numa velocidade impensável, se lançou para cima, em direção ao espaço, no exato momento em que o primeiro míssil era disparado.

Das paredes agora transparentes da Central, observavam o fim daquele mundo. Aleek e Qarim, tristes com aquele espetáculo trágico. Nure, completamente prostrado.

Mísseis cruzaram continentes e oceanos, de um lado e de outro, atingindo diferentes alvos sucessivamente. Os oceanos ferveram, a crosta tremeu e rachou, nuvens negras bloquearam o sol inteiramente e ocultaram o agonizante planeta. De repente, um raio vermelho o atravessou de um polo a outro, perfurando as nuvens densas e, num silêncio ensurdecedor, o planeta se desfez em incontáveis pedaços. Um deles atingiu a lua e a despedaçou também. Em questão de minutos, nada mais havia.

Nure, largado em sua cadeira, olhar fixo no lugar onde antes existia aquele planeta primitivo e, sabia agora, todo o seu mundo, só fazia repetir:

— Elisa… Elisa… não…

Qarim correu em seu auxílio, oferecendo-lhe um copo de infusão reconfortante. Era preciso tirá-lo daquele estado catatônico e restaurar sua capacidade de pensar.

— Nure, quem é Elisa? – perguntou enquanto ele bebia.

— A mãe de meu filho – foram suas últimas palavras antes de mergulhar num sono profundo e escuro, levado pelo poder da infusão.

Enquanto Qarim amparava a queda de Nure, Aleek, paralisada, olhava para a porta. Difícil saber quem estava mais estupefato: Aleek que descobria carregar no Observatório o último dos nativos daquele malfadado planeta, ou Elisa que contemplava um homem muito alto com o corpo coberto por uma translúcida pele prateada segurando Nure e uma mulher de pele lilás e três olhos que a fitavam com assombro.

***

Nure acordou em sua cama, ainda sentindo uma espada trespassando seu peito. Dor. Ele nunca se sentira assim em sua vida. Não havia dor em Orgone, porque lá não havia perdas. Perdera Elisa. Perdera seu filho. Abriu seus olhos com relutância e percebeu-se rodeado por três vultos.

Aleek. Qarim. Elisa? Estava tendo alucinações?

Qarim quebrou o silêncio.

— Nure, quando você falou em “mãe de meu filho” eu esperava que fosse uma metáfora.

— Elisa!  

— Segui você. Estava com medo, mais do que me permiti demonstrar. Quando você saiu de casa, fui atrás, me escondi em seu carro. Queria que você me levasse em sua expedição porque, se o mundo fosse acabar, como acabou… eu queria estar a seu lado. Imaginei que se você me descobrisse no meio do caminho, não me mandaria de volta.

Nure olhava de um para outro, atônito e, após longo silêncio, explodiu numa risada incontrolável. Aleek e Qarim nunca haviam visto nada parecido. Nure estava cheio de sentimentos oscilantes, que coisa estranha! Ele ria e chorava e abraçava Elisa. Contemplavam aquele espetáculo sem saber como reagir.

— Você me seguiu!

— Sim. Tomei um susto quando o carro se transformou num submarino…

— Cápsula – corrigiu Aleek.

— Numa cápsula e entramos no mar. Quando começamos a ir cada vez mais fundo, fiquei com medo e resolvi não me revelar. Fiquei bem quieta por muito tempo depois que você saiu. Criei coragem, saí do… da cápsula e fiquei tentando entender onde estava até ouvir você falar meu nome. Segui sua voz e seus amigos me acharam.

— Já nos apresentamos, Nure. E contamos tudo a ela. E, devo dizer que ela reagiu ao fim de seu mundo com muito mais dignidade do que você.

Nure sabia que não. Ela ainda não havia compreendido de verdade o fato de que seu mundo fora destruído, de que nada do que ela já conhecera existia. Era um choque grande demais para absorver imediatamente. Ela sentiria a dor e o choque gradativamente nos próximos dias. Mas ela estava lá, viva e bem. Era o que bastava.

Como se ouvisse seus pensamentos, Aleek, sempre racional, disse:

— Isto é só o começo, Nure. Você sabe. O que nós diremos à Esfera?

— Eu causei a confusão, eu falarei com a Esfera.

— O que acontecerá comigo? – Elisa soava preocupada.

Nure gostaria de poder tranquilizá-la. Mas aquela era uma situação sem precedentes. Ninguém sabia o que poderia acontecer. Abraçou-a e respondeu como um nativo responderia.

– Vai ficar tudo bem.

***

Nure comunicou-se com a Esfera e relatou o ocorrido. Como esperava, a resposta foi calma e fria.

— Chame todos. Conversaremos juntos.

Na Central, os quatro se acomodaram e Qarim ativou a comunicação expandida. Aleek, Qarim e Nure já estavam acostumados com aquilo, mas Elisa estava maravilhada.

Onde antes pendiam os monitores e painéis da nave, havia agora uma grande assembleia. Eles quatro ocupavam o centro. Ao seu redor, centenas de seres luminosos, de espécies variadas pareciam mesmo estar ali fisicamente, sentados numa espécie de anfiteatro. Alguns se assemelhavam remotamente a anfíbios ou insetos ou humanoides, mas na verdade, era impossível descrevê-los. Todos possuíam uma compreensão, ou inteligência, no olhar que era a característica dominante de cada um deles e que parecia se sobrepor ao aspecto físico. No ar, o que Elisa descreveria como partículas sólidas de luz, flutuavam como flocos de neve que subiam em lugar de descer.

— Saudações, Observadores. Saudações, mãe. Por qual nome a mãe é conhecida?

Elisa abriu e fechou a boca, incapaz de emitir som. Mãe?

— Elisa. Seu nome é Elisa.

— Elisa, meu nome é Aoi e sou parte da Esfera. Lamentamos a sorte de seu planeta. Ele era belo e promissor. Esperávamos que ele conseguisse completar seu ciclo evolutivo e se juntasse a nós.

— Vocês não poderiam tê-lo salvo?

Elisa mal podia acreditar em sua própria petulância. Arrependeu-se no momento em que as palavras saltaram de sua boca. Mas Aoi não pareceu nem remotamente ofendida. Era uma figura estranha, muito alta, andrógina, a cabeça lembrava vagamente a de uma ave.

— Só poderíamos ter feito alguma coisa se o desastre fosse natural. O choque de um asteroide, por exemplo, o que nós já impedimos mais de uma vez. Porém, quando o desastre ocorre pela ação dos próprios nativos, nada podemos fazer.

Aoi fez uma pausa, olhou fixamente para Nure e prosseguiu.

— Existe um motivo para nossas leis. “Não Interferir” não é um convite à omissão e sim, ao respeito. A vontade dos nativos, a vontade de cada ser, é soberana. Se os nativos escolheram a guerra e a destruição, nós devemos honrar essa escolha, mesmo discordando. Nós, de mundos que ultrapassaram o quinto estágio, devemos respeitar a liberdade dos mundos iniciais de evoluírem no seu próprio tempo e em seus próprios termos. Vocês, Observadores, deveriam saber disso melhor do que ninguém, pela sua própria experiência.

— A culpa não é de Nure. Não o puna! Fui eu que me escondi em seu carro. Não fosse por isso, não haveria mal nenhum porque eu teria deixado de existir junto de meu planeta.

No longo silêncio que se seguiu, todos se entreolhavam sem entender. Aoi inquiriu o ser a seu lado com o olhar e ele pareceu pesquisar alguma coisa em um dispositivo transparente. Trocaram algumas palavras e Aoi retomou:

— Elisa, entendi agora. “Castigo” é um termo que caiu no esquecimento entre nós. Por isso o Observatório é tão importante. Para nos lembrar do caminho que todos nós percorremos. Hoje, não sabemos o que significa punição. É um termo estranho. Porém, como nativa de um planeta do terceiro estágio, entendo que você ainda lidava fortemente com esta questão. Fique tranquila. Vocês não estão aqui para serem punidos. Não existe tal coisa. Precisamos somente resolver esta situação e entender que caminho Nure deseja seguir a partir de agora. Compreende, Nure?

— Sim – Nure compreendia. Ele não podia seguir sendo um Observador. Ele se apegara a um planeta, envolvera-se com uma nativa. Qualquer outra missão seria um sofrimento para ele.

— E, Elisa, o fato de você e seu bebê estarem vivos é bom, uma dádiva. Nenhum de nós lamenta por isso. Mas precisamos descobrir um bom lugar para vocês e aí reside o problema. Os demais planetas de terceiro estágio de nossa galáxia estão ainda muito atrasados e sua vida seria difícil. E qualquer planeta fora de seu estágio lhe traria sofrimento e desorientação insuportáveis.

— E Sindred? – as palavras de Nure saíram cheias de esperança.

— O planeta vazio? – Aoi estava surpresa.

— Vazio? – Elisa não entendia. Ficaria sozinha num planeta inteiro? Só ela e seu filho?

Qarim foi a seu socorro:

— Sindred é um planeta que sofreu um cataclisma como o do seu e toda a vida foi exterminada. Com o tempo, novas formas se desenvolveram, mas não há nenhum sinal de que alguma delas se tornará a dominante e desenvolverá inteligência. Há alguns poucos nativos, humanoides como você e Nure, mas eles estão estacionados num estágio cheio de afetividade, bondade e pureza, porém, sem intelecto. Por isso o chamam de vazio, embora esteja cheio de vida.

— Seria interessante ter lá seres inteligentes de uma espécie já existente no planeta. Isso poderia alavancar o processo de evolução intelectual. Mas, Elisa não deveria ficar lá sozinha. Não seria bom.

Nure olhou nos olhos de Elisa.

— Ela não vai estar sozinha.

***

Aleek e Qarim fizeram questão de levar Nure e Elisa até Sindred antes de partirem para sua próxima missão. Durante a viagem de 30 dias estelares, Elisa passou por todos os estágios do luto pela perda de seu planeta, de todos os seus amigos, de todas as suas referências. Sofreu enormemente, mas saiu do outro lado.

Qarim aproveitou o tempo para realizar todos os possíveis exames em Elisa e no bebê. Seria um menino, nasceria em 20 semanas, saudável e sem intercorrências no parto.

— Parece que teremos nosso sítio, afinal – disse Elisa a Nure, quando começou a reagir.

— Nosso doce sonho.

— Vai sentir falta do Observatório?

— Sentirei falta de Aleek e Qarim, como sinto de Yanek. Mas há muito vinha desejando agir livremente, em lugar de observar, e poder caminhar pela superfície. Olhar as estrelas.

— Fale-me de seu planeta. Não sei nada sobre ele.

— Orgone é linda, muito parecida com seu planeta. Possui um sol amarelo e uma natureza exuberante, rica, cheia de rios, mares e florestas. Nos primórdios, seguimos um rumo muito parecido com o de seu mundo. Por pouco não nos destruímos. Um dia, veio A Grande Crise, que afetou a todos. A princípio, nada parecia ter mudado, mas algo na alma de cada ser havia se quebrado e reconstruído e Orgone começou a evoluir de forma consistente. Ascendemos.

— Vai sentir falta de lá?

— Sim, mas eu estarei com você e com nosso filho. E Sindred é muito parecida com Orgone. Se o céu fosse azul em lugar de rosa, ele seria uma cópia quase exata de Orgone antes da ascensão, quando ainda era chamado de Terra.

44 comentários em “[EM] Sobre as Esferas e os Observadores (Kelly Hatanaka)

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  2. Ana Carolina Machado
    12 de junho de 2021

    Oiii . Abaixo falarei um pouco mais dos seguintes elementos do texto:
    Ambientação: Um texto primeiramente ambientado em um observatório que fica na região abissal e no final em um planeta de céu rosa chamado Sindred.
    Enredo: Um texto muito bonito sobre um observador de um planeta evoluído que se envolve com uma nativa do planeta que ele observava . A mulher chamada Elisa escapa do planeta antes dele ser destruído, pois ela se escondeu no carro do amado. Esse momento achei uma verdadeira reviravolta e fiquei feliz com o final feliz dos dois juntos no novo planeta a espera do filho deles. Achei bem interessante essa ideia de seres inteligentes que apenas observam sociedades menos evoluídas.
    Escrita: A escrita é boa e a narrativa foi bem conduzida.
    Considerações gerais: Gostei bastante do texto e a reviravolta da Elisa sobreviver me surpreendeu, assim como o fato do planeta evoluído aparentemente ter sido a Terra no passado.

  3. Danilo Heitor
    12 de junho de 2021

    Ambientação: excelente! Aos poucos vamos conhecendo o ambiente e os seres, sua história, sua relação com o espaço onde estão. Muito bom!

    Enredo: ótimo também, embora simples e sem grandes novidades. Me deixou com uma dúvida apenas: 2500 anos não é pouco para uma espécie se desenvolver a ponto de uma guerra nuclear acontecer?

    Escrita: excelente, sem grandes problemas. Tudo em seu lugar.

    Considerações gerais: gostei demais do seu conto e leria mais sobre o universo que você criou!

  4. Natália Koren
    12 de junho de 2021

    – Ambientação: Muito boa, não só consegue nos inserir nesse mundo tecnológico de monitoração interplanetária, como ainda nos faz acreditar perfeitamente que esse planeta é a Terra, para trazer essa reviravolta só no final.
    – Enredo: O que me incomodou nessa história é que temos enredo para uma obra muito maior. Por isso achei que algumas coisas ficaram corridas e sem aprofundamento. A trama do romance interespécie é clichê, mas funciona. E a ideia de civilizações avançadas que superam os conflitos, mas se desconectam das emoções também já foi amplamente utilizada, mas não é um grande problema aqui. A revelação final, sim, ma ganhou.
    – Escrita: Bem correta e leve. Achei que ficou um pouquinho descritiva em alguns momentos, o que nos distancia da história e demora pra nos trazer de volta, mas no geral foi uma leitura fácil.
    – Considerações Gerais: Um bom conto, escorregando em alguns clichês mas com uma boa entrega. Conseguiu distorcer tudo e deixar a ideia mais original ao revelar que aquele planeta não era a Terra (e que nós, de algum jeito, conseguimos prosperar e evoluir). Eu leria um desenvolvimento completo dessa história sem problemas. Parabéns!

  5. Dayanne de Lima Pinheiro
    10 de junho de 2021

    AMBIENTAÇÃO: uma estação submarina de observação alienígena no que julgamos ser a Terra. Gostei muito da descrição de cenário, as tecnologias e dos seres alienígenas. Não caiu em um clichê, parabéns!

    ENREDO: os seres alienígenas devem observar, mas não interferir, mas eis que em dado momento a interferência e até mesmo a afetividade são inevitáveis. O protagonista se apaixona e engravida a “terráquea”, até que um hecatombe acontece e dá-se a fuga. Enredo redondinho, uma boa Space Opera!

    ESCRITA: fluida, bem conduzida, a surpresa bem guardada para o final!

    CONSIDERAÇÕES GERAIS: mais um texto lido com prazer, com uma ideia interessante e bem executada. Parabéns!

  6. ANDERSON APARECIDA DA CONCEIÇÃO ROBERTO
    10 de junho de 2021

    Ambientação: excelente e interessante. Gostei da forma como foram incorporados os detalhes a respeito dos seres e dos planetas.

    Enredo: a relação entre tudo que cerca o individuo e as decisões que já tinham sido estabelecidas pela esfera e o fato de não haver interferência deu um ótimo tom a historia.

    Escrita:poderia fazer uma revisão a respeito das explicações. Tem momentos que elas são desnecessárias.

    Considerações gerais: ótimo texto!

  7. Bruno Raposa
    10 de junho de 2021

    Ambientação: Excelente. Aqui temos um novo universo sendo apresentado, com muitos conceitos e informações. Quando isso acontece, é difícil evitar a armadilha do didatismo ou do excesso de informações em pouco espaço que acaba cansando o leitor. Mas você a evitou com a habilidade. O mundo vai sendo construído aos poucos, naturalmente. Novos conceitos vão sendo apresentados até o fim do texto, mas sem nunca soar artificial. As regras são bem estabelecidas e respeitadas. As descrições dos alienígenas são interessantes e não caem numa estranheza incômoda. A atmosfera do conto também funciona muito bem. Pode não haver nenhum elemento que salte aos olhos, nada muito original, mas é tudo muito bem feito. Nenhuma crítica aqui.

    Enredo: Um enredo simples, funcional, mas, de novo, muito bem executado. Por um segundo temi que fosse cair naquela bobagem de “Eram os deuses astronautas”, mas você se saiu bem com a regra da não interferência. A ideia de uma espécie de conselho galáctico sempre agrada. A trama mais puxada para o sentimentalismo pode afastar alguns, mas eu gostei. As boas ficções científicas tratam de questões humanas e nada é mais humano do que nossos sentimentos. A virada final é muito interessante, quando descobrimos que não se trata de um alienígena descobrindo como é ter sentimentos, mas um humano se reconectando a eles. Isso trouxe um brilho especial à história. O final não chega a ser exatamente feliz – afinal um planeta foi dizimado e Elisa perdeu seus entes queridos -, mas há um conforto, um quê de otimismo. Parece uma saída fácil, mas vejo de forma contrária: é muito mais tentador cair para a tragédia e tentar ganhar o leitor com o apelo emocional. Gostei muito do fecho da trama. Minha crítica aqui vai para pequenos elementos que me causaram estranheza, como o “tônico reconfortante”. Afinal, por que alienígenas sem emoções precisariam de algo assim? Quando a narração fala sobre uma “velocidade impensável” também soou estranho. Seria impensável para nosso universo, mas não para o do conto. Talvez dizer o quão veloz era e nos fazer concluir que era uma velocidade impressionante seria melhor do que adjetivá-la assim. São coisas pequenas, mas quando se cria um universo, o diabo está nos detalhes.

    Escrita: Também muito boa. Não notei grandes erros de revisão. A narração equilibra muito bem as descrições com momentos de ação e diálogos. O conto é longo, usa praticamente todo o limite, mas jamais se torna cansativo. Ao contrário, a leitura é bastante fluida, veloz. Como já falei na parte do enredo, as informações são também distribuídas de forma competente, inserindo o leitor na narrativa de forma natural. Uma escrita sem floreios, bastante segura.

    Considerações gerais: Um ótimo conto, trazendo bons conceitos de ficção científica e uma trama com muito coração. Mostra um autor confortável no gênero. Gostei bastante. Certamente estará entre meus favoritos.

    Desejo sorte no desafio.

    Abraço.

  8. Victor O. de Faria
    7 de junho de 2021

    Ambientação: Uma ambientação quase totalmente embaixo d’água, o que é um desafio, mas agrada pelo sopro de novidade. Senti uma vibe de filme dos anos 80, o que é muito bom. Lembra de uma época mais inocente, sem muita tecnologia e explicações “rocambólicas”. Notei referências das seguintes películas (que recomendo, se não conhece): Cocoon 1 e 2, O Segredo do Abismo, Starman.

    Enredo: Apesar do “povo” estabelecer suas próprias regras (mas quebrarem a primeira intencionalmente, perto do final), achei uma trama consistente. Simples, mas eficiente. Um pouquinho melosa em certas partes, mas nada que uma revisão final não resolva. A reviravolta não chamou tanto a atenção assim, mas funciona.
    Gostei dos ganchos iniciais e do interlúdio, que se mesclam ao enredo e recompensam o leitor mais atento. A explosão do planeta foi um tanto inverossímil, mas passa.

    Escrita: Eficiente. Nem erudita demais, nem simples demais. Em certos momentos o tempo verbal muda de passado para presente, mas nada que atrapalhe a experiência.

    Considerações gerais: Analisando com calma, é uma história simples, mas cativa justamente por seu ar mais ingênuo. Me senti vendo uma Sessão da Tarde. Quanto ao tema, está bem adequado (na verdade, duas vezes).

    (Obs. essencial.: não leio os outros comentários antes de comentar).

    • Aoi
      9 de junho de 2021

      Saudações, Victor!

      Oras, nós não quebramos a regra! As regras do Observatório são: não interferir e não tirar vidas. Pois não tiramos nenhuma vida. Tampouco interferimos. Elisa estava lá e precisava de um lar.

      Assisti Coccon há muito tempo, mas não me lembro de detalhes, só de ter gostado muito.

      Muito obrigada pela leitura e por suas palavras.

      Aoi.

  9. Fabio D'Oliveira
    5 de junho de 2021

    Um conto sensível e didático, uma combinação um tanto estranha, diria, haha. Eu gostei.

    AMBIENTAÇÃO

    Excelente.

    O cenário mais importante é o Observatório e ele é descrito com primor. Consegui desenhar na mente os detalhes do ambiente, dos personagens, da situação. Gosto disso. Você dá o material necessário para o leitor criar as imagens, sem interferir completamente no processo criativo dele. É uma grande virtude.

    Gostei muito de Sindred, gosto de imaginar planetas com atmosferas diferentes, é incrível.

    ENREDO

    Sensível. Muito sensível. Emocional. E um pouco piegas (nem toda história de amor é piegas, na minha opinião, mas é muito fácil cair para esse lado). Mas admito que não gostei muito da romantização das emoções à flor da pele.

    Agora, infelizmente, a parte que me incomodou foi o didatismo presente em toda a narrativa. Você perde muito tempo explicando as coisas. Entendo que o conto precisava de muitas dessas informações para funcionar, mas sinto que você escolheu o caminho fácil, simplesmente explicando tudo ao invés de desenvolver cenas dinâmicas onde pudesse inserir essas informações. Essa execução me deixou um pouco decepcionado, admito, pois você se mostrou extremamente capaz.

    Outro ponto que me afastou do conto foi o final feliz. Faltou um pouco de coragem, no meu ponto de vista, para seguir um caminho mais difícil e doloroso para Nure, mas que pudesse demonstrar um crescimento real para ele. A solução final foi muito boba. Fácil demais. Conveniente, sabe? Quando encerramos o conto, não resta muita coisa, apenas a realização de um relacionamento bem romantizado. O peso da destruição do planeta fica leve. E nubla um pouco algumas questões éticas levantadas anteriormente.

    ESCRITA

    Madura, clara, bem delineada e natural.

    Quando consigo ler de uma vez, sem grandes entraves, considero que o autor é experiente e bem capaz. Foi assim comigo.

    Encontrei algumas falhas, mas são erros bobos, de digitação ou desatenção. Uma lapidação mais cuidadosa resolve isso. Você sabe escrever muito bem e é isso que importa.

    Devido ao didatismo do conto, que o torna mais maçante, não senti muita com a leitura ou identifiquei algo no estilo que o diferenciasse de outros contos bem escritos. É uma leitura comum, digamos, que não encanta, mas também não aborrece.

    CONSIDERAÇÕES GERAIS

    Você é capaz de escrever coisas muito boas, Aoi. Sinceramente, senti que poderia entregar algo melhor, pois o conto acaba caindo em pontos comuns, soluções fáceis e didatismo demais. Num corpo maior, com certeza teria como desenvolver melhor as situações sem cair nessas armadilhas.

    Mas é um ótimo trabalho. Um dos melhores do desafio, até agora.

    Parabéns!

    • Aoi
      9 de junho de 2021

      Saudações, Fabio.

      Depois de ler seu comentário, fiquei sem entender a sua penúltima frase. Vou fazer como Tywin Lannister e considerar que tudo o que vem antes do “mas” não importa. (To brincando, claro que importa, so assim a gente evolui, não é mesmo?)

      Obrigada por sua leitura e por seu comentário.

      Aoi.

  10. davenirviganon
    4 de junho de 2021

    Ambientação: Uma liga de planetas/seres envia observadores para planetas em estágios inferiores de evolução civilizacional. O autor caprichou ao não dar detalhes demais, e já imaginava que não era a Terra, mas ainda sim fiquei curioso para saber sobre o que se tratava.

    Enredo: Aspecto mais comum e sem brilho, ainda que reconheça o esforço de trazer uma história otimista para um tema que é tão íntimo do pessimismo.

    Escrita: muito hábil em tirar o foco dos detalhes dos locais para entregar aquela surpresa no fim. A construções visuais são boas mas a história de amor, meio piegas demais.

    Considerações Finais: Adorei o tema de uma liga de mundos, como a Úrsula LeGuin fez nos seus livros, mas a história de amor achei piegas e acabou ficando a frente das questões sobre a civilização que eram muito mais interessantes. Ainda, assim, o saldo é positivo.

    • Aoi
      9 de junho de 2021

      Saudações Davenir.

      Obrigada pela leitura e pelas palavras!

      Aoi

  11. Marcia Dias
    31 de maio de 2021

    AMBIENTAÇÃO: A descrição é clara, entrei facilmente no ambiente do Universo em um futuro muito distante.

    ENREDO: Uma história de amor em tempos remotamente futuros. Imaginei que o planeta destruído fosse o nosso, até o fim da estória. Fiquei surpreendida ao ler nas últimas linhas que Nure vivia na Terra, chamada Orgone daqui a mais de 2500 anos.

    ESCRITA: Guia muito bem a história. Fluida e envolvente.

    CONSIDERAÇÕES FINAIS: Gostei da abordagem da evolução dos planetas e seus viventes. Uma época em que os seres vivem em harmonia e sem excessos. Não existe dor, sofrimento, até a morte é decidida por cada um. Por outro lado, não existe também euforia, alegria. Nure, ao conhecer Elisa, se reconecta com tais sentimentos terrestres há milênios esquecidos. Parabéns!

    • Aoi
      9 de junho de 2021

      Saudações, Marcia.

      Que bom que consegui te surpreender!
      E a ideia era essa mesmo: Nure tomando contato com as emoções!

      Obrigada por sua leitura e por suas palavras.

      Aoi.

  12. Luis Fernando Amancio
    28 de maio de 2021

    AMBIENTAÇÃO
    Feita de forma adequada.
    ROTEIRO
    O roteiro é bem desenvolvido. Tenho uma ponderação a esse respeito, mas será feita abaixo.
    ESCRITA
    Elegante.
    CONSIDERAÇÕES GERAIS
    Uma história de alienígenas e fim do mundo não é, de todo, original. Mas gostei dos caminhos que a trama tomou. Afinal, o apocalipse não deve ser o fim da história, mas um artifício para refletirmos sobre outros temas. No seu caso, é uma história de amor e das escolhas que uma sociedade pode tomar. Fiquei feliz com o otimismo da história, o plot de a Terra ser um planeta que evoluirá realmente me surpreendeu. Sobre o roteiro, a minha impressão é que a história poderia ser menos longa. Acredito que você poderá, se tiver interesse, deixar o texto mais dinâmico. Aquela passagem do primeiro alien que “interfere” tem um papel importante na história, mas, me parece, toma espaço demais. É um exemplo. Ainda assim, é um conto bem formulado.

    • Aoi
      9 de junho de 2021

      Saudações, Luis.

      Um pouco de otimismo cai bem, não é mesmo?
      Obrigada por sua leitura e seus comentários.

      Aoi.

  13. Tolbert Dzowo
    28 de maio de 2021

    Ambientação : Seres exploradores e bastante desenvolvidos , que vão de planeta em planeta procurando informações e estudar cada planeta.
    Erendo : Foi bom, a forma como o tempo foi passando acabou atrapalhado a leitura, pude me situar nos planetas, e sentir o desespero de nure, só não senti a perda da Elisa.
    Escrita : Bom e suave, com poucos desvios.
    Considerações : O tempo todo eu fiquei pensando que se tratava de Terra, e fiquei pensando um dia isso poderá acontecer de verdade, quando viu no fim que o planeta Terra superou todas as crises deu uma grande sensação de alívio. Parabéns tens um bom conto para reflectir.

    • Aoi
      9 de junho de 2021

      Saudações, Tolbert.

      Agradeço pela sua leitura e pelos seus comentários.

      Aoi

  14. Nelson Freiria
    27 de maio de 2021

    Ambientação: o conto tem um ritmo bastante lento, como se fosse introduzir uma longa história. Num desafio curto como esse, isso me deixou meio perdido pensando “quando vai começar o conflito?” e o conflito passou e eu nem vi.

    Escrita: a escrita, quanto a ortografia, é muito boa e tem uma leveza que deixa até os parágrafos mais longos bem fáceis de ler. Porém os diálogos são tão robóticos… só consigo pensar que esses alienígenas não sabem conversar.

    Enredo: já vimos isso algumas vezes na ficção científica e ver do começo ao fim foi muito interessante para o conto. Mas é uma história tão morna, parada, as coisas acontecem e pronto acabou, que não consegui me importar com os personagens, com o planeta que explodiu e esses alienígenas super compreensivos também não adicionaram nada emocionante a trama. Ou seja, tudo acontece sem dificuldades e o narrador conta tudo de maneira direta.

    Considerações gerais: tudo o que eu queria ver num conto com esse enredo ficou escondido no carro do Nure.

    • Aoi
      9 de junho de 2021

      Saudações Nelson.

      Obrigada… bip, por sua leitura… bip e por seus comentários… bip.

      Aoi, a compreensiva.

  15. jeff A Silva
    27 de maio de 2021

    Olá caro autor ou autora.

    Ambientação: A ambientação do conto está realmente bem feita. Cada elemento é bem descrito, sendo perceptível o carinho e o capricho do autor. Aqui o universo é uma construção sólida e bem lapidada.

    Enredo: A história é boa, bem contada e bastante sentimental. Não me impressionou muito, mas achei ela criativa. Já o tamanho achei um pouco longo, e como é basicamente um romance isso impactou um pouco negativamente minha experiência.

    Escrita: É clara e sem percalços, com diálogos bons e sem floreios excessivos. Não vi nenhum erro que prejudicasse em algum momento a leitura.

    Considerações gerais: Eu como um amante de FC gostei bastante da estrutura e dos detalhes base da história, assim como os diálogos (muito bem feitos) Por mais que tenham elementos clichês aqui e ali e seja essencialmente um romance (algo que não não sou efetivamente fã) é uma boa história.

    Parabéns pelo trabalho e sorte no desafio.

    • Aoi
      9 de junho de 2021

      Saudações, Jeff!

      Muito obrigada por sua leitura e seus comentários!

      Aoi.

  16. Kelly Hatanaka
    23 de maio de 2021

    Ambientação:
    Muito boa. Gostei da descrição do Observatório e dos membros da Esfera.

    Enredo:
    Gostei a ideia de civilizações avançadas nos observando e documentando. No fim, o mundo que acaba não é a Terra, que teve um final mais feliz.

    Escrita:
    Clara, correta, fluida.

    Considerações gerais:
    Uma boa história de recomeços. Gostei.

    • Aoi
      23 de maio de 2021

      Saudações, Kelly!

      Obrigada por sua leitura e seus comentários.
      Fico feliz que tenha gostado!

      Aoi.

  17. opedropaulo
    16 de maio de 2021

    AMBIENTAÇÃO: Consistente entre o Observatório tecnológico e a reunião dos representantes hiperavançados da Esfera. É interessante que o fim do mundo tenha ocorrido de maneira breve no texto, mas ainda é o ponto de partida para muito do que está em jogo na história, com uma questão ética sendo colocada em torno do ato de observar.

    ENREDO: Achei que foi muito bem equilibrado entre o dilema de Nure e as decisões da Esfera. O fim do mundo de Elisa é apenas o plano de fundo para uma história que questiona até que ponto é justo se isentar e como o avanço tecnológico pode retirar a humanidade de um indivíduo.

    ESCRITA: Equilibra perfeitamente entre a descrição e os sentimentos, apenas em um momento se estendendo demais nas explicações.

    CONSIDERAÇÕES GERAIS: Com um texto em que o principal ponto de tensão está dentro das personagens, considero mais uma boa participação neste desafio, puxando mais para a reflexão do que para a história em si.

    • Aoi
      23 de maio de 2021

      Saudações, Pedro!

      Agradeço por sua leitura e seus comentários!

      Aoi

  18. Jorge Santos
    16 de maio de 2021

    Ambientação:

    Ambientação excelente. Somos transportados para o cenário.

    Enredo:

    Achei o enredo lento e confuso. Percebo a trama da narrativa, mas a mesma deveria ter sido simplificada, ganhando com isso mais força. O segredo é escolher os pontos chave e intensificá-los.

    Escrita:

    Simples e eficaz. Deveria ter sido simplificada.

    Considerações gerais:

    Conto com potencial, mas que ficou bastante confuso. O desfecho tem a expectativa de ser imprevisto, mas é previsível desde a primeira linha do texto.

    • Aoi
      23 de maio de 2021

      Saudações, Jorge.

      Muito obrigada por sua leitura e seus comentários.

      Aoi.

  19. antoniosbatista
    14 de maio de 2021

    Ambientação= de acordo com o tema fim de mundo, de um planeta, ou civilização.

    Enredo= Um bom enredo, embora não seja uma ideia nova. Alienígena monitorando civilizações atrasadas, não é novidade, tampouco observatório sob o mar, nave alienígena etc. como no romance de Michael Crichton que se transformou em filme, A Esfera, e outros filmes e romances com o mesmo tema, embora se passe em outro planeta.

    Escrita= Boa escrita, frases e ideias. Uma narrativa bem pensada e construída, criando uma estrutura coerente.

    Considerações Gerais= O início foi confuso, mas lá pelo fim, lemos e vemos que é uma parte do final. Gosto deste recurso e às vezes uso, colocar uma parte do fim como introdução. O cineasta Quentin Tarantino procede dessa forma em seus filmes, como em Pulp Fiction- Tempo de Violência, e Os 8 Odiados, por exemplo, que é como uma colcha de retalhos (cheio de flashback) que se torna coerente, e uma obra magnífica no final. Voltando ao conto; tive uma leve impressão de uma narrativa juvenil. Os personagens também dão essa impressão de ser jovens e não adultos com mais de 30 anos. Há uma certa ingenuidade nas palavras e atos que não é só do conto. Mas isso não é um defeito grave, nem permanente. A escrita amadurece no decorrer do tempo e da prática. Gostei do conto. Boa sorte.

    • Aoi
      15 de maio de 2021

      Saudações, Antônio.

      Quando se vive tanto tempo quanto nós, da Esfera, algumas coisas perdem a importância, como a originalidade, por exemplo. Depois de dois ou três milênios,tudo já foi dito, feito e inventado e só importa mesmo o que queremos fazer e o que gostamos de fazer. Por outro lado, outras ganham importância, como a palavra “juvenil”. Esta me deixou particularmente feliz.
      Gostei também de ter invocado a lembrança de Tarantino, meu cineasta favorito.

      Muito obrigada por sua leitura e por seus comentários.

      Aoi

  20. Ângelo Rosa de Lima
    10 de maio de 2021

    Ambientação: Muito boa, nada a reclamar.

    Enredo: Corajoso, tenso na medida certa, realista (sério, na astrobiologia esta é uma visão realista), e repito: corajoso. A natureza ama coragem.

    Escrita: Muito agradável e sem erros.

    Considerações gerais: Três mundos acabaram mas nenhum personagem se entristeceu perdendo a esperança. Isto é o que eu classifico como um Bom Conto (MR), adequado ao tema porém o burlando corajosamente.

    • Aoi
      15 de maio de 2021

      Saudações, Ângelo.

      Fico muito feliz que tenha gostado! Obrigada pela leitura e por suas palavras generosas.
      Só uma pergunta: o que significa MR?

      Nunca vimos esta sigla aqui na Esfera…

      Aoi.

  21. Fheluany Nogueira
    7 de maio de 2021

    AMBIENTAÇÃO –
    Uma agremiação extraterrestre, um observatório — um ambiente futurista, mais espiritualizado que procura ajudar na evolução dos mundos que ainda não alcançaram o mesmo nível — um “Alienígenas do Passado”, mas aqui no futuro. Uma construção crível e inteligente.

    ENREDO –
    Um thriller que usa o suspense, tensão e excitação e com bom romance de permeio — o fim de um mundo e o recomeço de outro. Gostei muito apesar dos trechos mais didáticos.

    ESCRITA –
    Narrativa criativa e espontânea; faz sentido para quem o lê. O contexto é coerente e coeso, há clareza de ideias bem articuladas e objetivas, apesar de alguns diálogos muito explicativos, que me soaram forçados.

    CONSIDERAÇÕES GERAIS:
    Texto competente e elaborado com esmero, mas não me causou impacto. A emoção tão apregoada na trama, como diferencial entre os mundos avançados e em desenvolvimento, ficou débil na narração. No conjunto, é um trabalho excelente e estará no pódio, certamente.

    Parabéns e abraço.

    • Aoi
      15 de maio de 2021

      Saudações, Fheluany.

      Muito obrigada por sua leitura e seus comentários. Gostei da referência a “Alienígenas do Passado”, um de meus programas favoritos para viajar na maionese!

      Aoi

  22. Ana Lúcia
    6 de maio de 2021

    Ambientação: Linda, gostei muito desse universo e como foi construído
    Enredo: Tocante, me apeguei ao casal bastante e até fiquei torcendo para que terminassem juntos.
    Escrita: fluida e bem feita. Os diálogos são muito naturais e nem me senti cansada lendo mesmo sento um texto meio grande.
    Considerações finais: Foi uma história muito boa do início ao fim.

    • Aoi
      6 de maio de 2021

      Saudações, Ana Lúcia!

      Agradeço por sua leitura e por seus comentários!

      Fico feliz que tenha gostado! Eu estava preocupada com o tamanho do texto, às vezes desanima os leitores…
      E que bom que você torceu pelo casal! Porque pode parecer que foi um final feliz clichê, mas não é bem assim. Eles ficaram juntos, o que é bom. Mas são Adão e Eva, começando do zero, longe de todas as suas referências… é meio trágico também.

      Aoi.

  23. thiagocastrosouza
    5 de maio de 2021

    Ambientação: Muito boa, sem exageros e com referências à tecnologias que conhecemos, o que facilita a compreensão.

    Enredo: Bom, principalmente no início, cambiante no desenvolvimento e satisfatório no final. Me explico. Achei o mistério inicial desse personagem observador que flerta com a vida de um planeta distante muito boa, os amigos buscando compreender a demora, a constatação de que algo errado foi feito é excelente. No desenvolvimento, senti as coisas muito diretas e pouco críveis: o planeta explodirá em 5 minutos do retorno, a mulher consegue escapar, e bombas nucleares reduzem o país a pó numa questão de segundos. Há ainda os desdobramentos da fuga de Elisa, bastante convenientes para a trama, pois tudo dá certo. Já o final, a partir das pistas colocadas pelo autor, tem uma pequena surpresa que busca trazer uma lição otimista sobre o nosso futuro.

    Escrita: Correta e simples. Não há floreios nem lugares comuns em exagero. Os diálogos são bastante naturais, com exceção de uma passagem ou outra, como na conversa entre Nure e Elisa quando estão juntos.

    Considerações gerais: Bom conto, apesar de uma ou outra conveniência de roteiro, que atende o tema do desafio e propõe, sutilmente, um pouco de otimismo para o nosso mundo que não vai nada bem.

    • Aoi
      6 de maio de 2021

      Saudações, Thiago!

      Muito obrigada pela sua leitura e pelos seus comentários!
      Estava esperando ansiosamente por eles.

      Fiquei tentada a seguir um caminho mais trágico e doloroso.
      Mas, olhei ao redor e achei que seria muito difícil competir com a realidade.
      Por outro lado, ver as coisas funcionando convenientemente seria bom para variar um pouco. Sinto que perdi em dramaticidade, mas ganhei em satisfação pessoal.

      Mais uma vez, muito obrigada.

      Aoi.

  24. Lucas Julião
    4 de maio de 2021

    Ambientação: impecável

    enredo: Piegas é o caralho, é humana. Seu enredo está ótimo. Só me senti um pouco decepcionado quando ela apareceu viva, tirou parte da carga dramática.

    escrita: Notei só um pequenino erro. Mas nem anotei então deixa para lá.

    Considerações gerais: Desconsidere o Anderson, ele fala coisas sem sentido e dá notas a esmo. Isso daria um ótimo filme de Sci-fi e se não ganhar esse concurso (o que só ocorreria por muita injustiça) pode dar uma leve aumentada nele (quem sabe um romance ou uma noveleta) e vender ele por conta. É uma ótima história, sem partes inúteis e com diálogos naturais. MInha nota é 9,8/10; O 0,2 foi só porque ela não morreu, apesar disso servir a história.

    • Bruno Raposa
      4 de maio de 2021

      Oi, Lucas.

      Convém respeitar as opiniões dos colegas. 😉

      Os comentários não estão aqui para julgamento. Cada um emite suas próprias impressões e utiliza seus próprios critérios avaliativos. Eles não precisam fazer sentido para você, assim como os seus não precisam fazer sentido para ninguém. O importante é que cada um tenha o seu espaço para se expressar, sem ter que se preocupar em ter sua opinião atacada dessa forma.

      O debate é saudável e sempre será estimulado. Mas existe uma linha, que não é exatamente tênue, entre discordar, ainda que de maneira incisiva, e ser agressivo, desrespeitoso. Aqui você ultrapassou essa linha. Peço para que não repita.

      O espaço de comentários é feito para a troca de ideias, não de insultos. Vamos mantê-lo assim, ok?

      Abraço.

    • Aoi
      5 de maio de 2021

      Saudações, Lucas Julião!

      Em primeiro lugar, agradeço imensamente pela sua leitura e por seu comentário. Fiquei muito feliz que tenha gostado, suas palavras iluminaram meu dia.

      Porém, eu jamais desconsideraria o Anderson Prado, por quem nutro um grande respeito. Todos os comentários me ajudam. Anoto e analiso cada crítica, pois são preciosas.

      Não discordo do Anderson. Toda história de amor é piegas. Pelo menos um pouco.
      Não discordo de você, tampouco. Se Elisa morresse, a história seria mais forte.

      Mas, eu queria mostrar a Esfera por um ponto de vista parecido com o nosso. Queria, também, retratar um novo gênesis e precisava de uma Eva.

      Parece-me que o que desagradou ao Anderson também desagradou a você, da mesma forma. Só que o Anderson chamou de pieguice e você chamou de redução da carga dramática: a não morte de Elisa.

      E assim, se todos concordamos, prossigamos com a boa convivência, onde brotam os melhores frutos.

      É assim que se faz na Esfera.

      Aoi.

  25. Anderson Prado
    3 de maio de 2021

    Ambientação: A ambientação está bem feita, verdadeiramente caprichosa mesmo.

    Enredo: O enredo não me fascinou. É uma história de fim de mundo e de amor piegas e pronto.

    Escrita: A escrita é bem clara, bem objetiva, sem erros vistosos.

    Considerações gerais: O conto não me fascinou, mas não posso negar que foi escrito com muita competência. Assim, não posso me furtar de lhe dar uma nota 10. Em alguns momentos, eu me senti um pouco confuso com o enredo, sobretudo nas transições de capítulos. Os diálogos, em alguns momentos, me soaram artificiais. O fato de o texto ter focado na história de amor me decepcionou um pouco (e levou junto o desfecho). Achei o romance meio lugar comum demais, piegas até. Enfim, registro as críticas sem deixar de reconhecer os méritos do conto: escrita correta, limpa, clara, fluida; texto bem revisado, bem estruturado; um trabalho longo, mas bem desenvolvido. Foi uma leitura prazerosa. Merece o 10 que leva.

    • Aoi
      3 de maio de 2021

      Saudações, Anderson Prado!

      Estive acompanhando seus comentários e confesso que, se eu não tivesse há muito superado certa gama de sentimentos, teria me sentido decepcionada e abandonada, por você ter pulado meu texto.

      Porém, você retorna e, ainda por cima, com uma nota dez!

      Sinto algo, uma vontade de sair correndo, pulando e gritando. Será isso o que os nativos chamam de felicidade?

      Muito obrigada pela sua leitura e por seus comentários!

      Aoi

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Publicado às 1 de maio de 2021 por em EntreMundos - Fim do Mundo e marcado .