[A1]
Madrugada fria, costas nuas e saia minúscula deixando as pernas de fora. Os olhos da moça acompanham na praça, ávidos, a passagem dos poucos carros. Aflição pelo atraso da carona que a levaria ao desfile da banda marcial do colégio na cidade vizinha.
[A2]
Diante do homem de olhos vendados o pelotão está pronto. Fogo! Acendem-se as velas do bolo e cantam o parabéns pra você.
[B3]
Filhos criados e partem para a segunda lua de mel. Pouca bagagem, queriam se sentir jovens. Mochilas emprestadas pelos filhos e lá se foram os dois para serem assaltados na primeira cidade do roteiro.
[B4]
Na noite da metrópole o flautista toca diante da caixa misteriosa. Nenhum passante e muito menos a serpente se encantam por sua melodia.
[C1]
“Tem coisa melhor do que o sonho?” “Ah, são efêmeros, nem consigo me lembrar da maioria deles”. “Por isto são legais: como o prato delicioso que tanto desejava, eles se desmancham no ar.” Mãos sujas dos restos arrancados da lixeira do restaurante e os amigos seguem de barriga cheia.
[C2]
Depois da terceira desilusão amorosa, a moça constatou que só se vê bem com os olhos da cara. Coração vê tudo embaçado.
[D1]
A garota saboreia o mundo nas páginas iluminadas do livro. Delícias e maravilhas moram nas palavras. No auge do encanto o autor – click – apaga a luz das letras. Tudo se faz escuridão. As lágrimas da menina molham as folhas. Sua heroína partiu.
[D4]
Antes bullying, agora fake news. Decidiu partir para a lua, pois a acusavam de espalhar o vírus. Exigiam a máscara, mas como usá-la tendo o nariz tão comprido?
[E2]
Após as carícias lhe sussurrou: “acho que é amor”. A palavra odiada lhe acendeu os instintos e as mãos fortes agiram no seu pescoço. Em vão quis gritar. A madrugada foi cúmplice da sua última tentativa de encontrar o príncipe.
[E3]
Resolveu transformar tédio em melodia. Sentou-se no trilho e escutou o trem chegar cantando: café com pão, manteiga não. Café com pão, manteiga não…
Oiiii. Abaixo falarei um pouco mais detalhadamente de cada texto:
(A1)
Um microconto com um final que trás uma reviravolta sobre a personagem, pois por um momento pensamos que pode se tratar de uma garota de programa obeservando os carros em busca de um cliente, mas no fim era apenas uma estudante esperando uma carona.
(A2)
Assim como no microconto anterior o final tem uma reviravolta. Aqui o que parecia ser um pelotão de fuzilamento na verdade era um pelotão de pessoas querendo cantar os parabéns. Uma história de pelotão com final feliz.
(B3)
Um microconto sobre um casal já idoso que resolve sair em uma segunda lua de mel, mas acabam roubados logo na primeira cidade do roteiro. Esse microconto também serve para refletir como o mundo anda mais perigoso do que antigamente quando tinham menos assaltos e eles poderiam viajar mais tranquilos.
(B4)
Um microconto sobre um músico de rua e sua platéia difícil. Platéia essa formada pelas pessoas que passam por ele e pela serpente que não se encantou com a música.
(C1)
Um microconto triste em que imaginei um morador de rua procurando comida no lixo para alimentar ele, mas principalmente os seus amigos(Acho que os amigos citados sejam cachorros, pois moradores de rua sempre cuidam de alguns cachorros).
(C2)
Um microconto que reflete sobre como as vezes a paixão faz a pessoa ver as coisas meio embaçadas.
(D1)
Um microconto sobre leitura e sobre como as vezes o leitor sofre pela morte de um personagem. No microconto a menina sofre porque a heroína foi embora.
(D4)
Um microconto sobre uma bruxa que não consegue usar máscara por causa do seu nariz e acaba tendo que ir embora.
(E2)
Um microconto sobre um encontro que terminou em tragédia após o suposto príncipe se mostrar um monstro.
(E3)
Um microconto sobre alguém que em um momento de tédio fica analisando o som do trem como uma melodia.
Parabéns pelos textos e boa sorte no desafio.
Ei, Ana Carolina, obrigado pela sua cuidadosa avaliação dos meus microcontos. Sobre B4 queria lhe dizer que achei muito legal a sua consideração de que a serpente na sacola em frente não se encantou com a música. Ninguém avaliou a cobra dos encantadores de serpente do Século passado dessa forma a cena. Sobre o C1 você viu um cachorro como amigo. Também diferente de todo mundo que avaliou, bacana o seu olhar. Em E4 uma ressalva: quis trazer um momento de absoluto tédio que levou ao abandono da vida. O trem vem e traz a morte através da música infantil onomatopaica do café com pão manteiga não. Obrigado por ter me avaliado. Fica com o meu abraço lanternal.
Olá Lanterna,
Seus micros são bem bons, gostei particularmente de A1 por “enganar” o leitor de modo a fazê-lo pensar em outra imagem, odeio e ao mesmo tempo amo ser enganada e me defrontar com alguns preconceitos ignorados no dia-a-dia.
Achei que trabalhou bem os estímulos fugindo competentemente dos abismos óbvios que às vezes jogam muito contra o autor.
Gostei da grande maioria dos teus escritos, parabéns pelos textos e boa sorte no desafio. Gostaria de ter escrito mais aqui, mas estou correndo contra o tempo (minha culpa, claro! rsrs)
Puxa, Ana Martorelli, pois é, que pena que o meu conto tenha ficado para o final, né? Queria ter tido uma avaliação maior da sua parte, até porque gostou da maioria dos meus microcontos. Queria, inclusive, ficar sabendo de quais narrativas que lhe trouxe não lhe agradaram. Fica com o meu abraço lanternal.
Olá, Lanterna.
Você revela uma perspicácia e capacidade de ver além de ver do que se vê bastante interessantes, é intenso, capaz e hábil com o manuseio das palavras. A2 destaca-se pelo final inesperado; B4 é o meu favorito; D1 pude ver-me neste, quantas vezes, o pior de um livro que não se consegue parar de ler, é ele chegar ao fim; D4, tem um excelente sentido de humor. Estes foram os meus favoritos, os restantes foram todos bons, o que menos apreciei foi o último, E3.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Puxa, Ana Maria, que legal a sua avaliação. Ela faz com que eu brilhe um tanto mais, sabe? Sobre o E3, sem querer me justificar, creio que o conto funcione mais mesmo do lado de cá do Atlântico onde, quando crianças, todos brincávamos com essa musiquinha onomatopaica do trem: café com pão, manteiga não. Ou ela vige também do lado daí? Fica com o meu abraço agradecido lanternal.
Microcontos 2021 – Lanterna
[A1] – Palavras: PRAÇA
O texto insinua um enredo diverso do desfecho. Perspicaz.
[A2] – Palavras: PELOTÃO
Outra vez. O autor imprime uma expectativa fatal, mas o epílogo é doce.
[B3] – Fotografias: Casal idoso
O autor brinca com o reverso no fechamento do texto.
[B4] – Fotografias: Clarinetista
Olhe, que criativo! A serpente não foi citada em nenhum outro texto concorrente!
[C1] – Frases: “Há coisas que são preciosas por não durarem.”
Do sonho para a realidade, o contraste da fome.
[C2] – Frases: “Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.”
Olhos da cara, eita!
[D1] – Ilustração: livro aberto
Texto poético, intensamente poético.
[D4] – Ilustração: a bruxa e o gato
Coitadinha da narigudinha, mas máscara é essencial.
[E2] – Músicas: Formato Mínimo (Skank)
O assassinato na madrugada. Bom texto.
[E3] – Músicas: Todo o amor que houver nessa vida (Cazuza)
Jesus, suicídio com ritmo, muito bom… De criança, eu brincava com essas palavras.
Lanterna, parabéns pelo seu trabalho. Interessante a elasticidade que utiliza para levar o leitor do triste para o alegre, e vice-versa.
Boa sorte no desafio!
Abraços…
ei, Regina Ruth, obrigado por avaliar os meus contos. Fico feliz com o seu cuidado em comentar um pedacinho de cada um deles. Você fez com que eu brilhasse mais um pouco… Fica com o meu abraço lanternal.
Olá, Lanterna, gostei da forma como aconteceram as reviravoltas nos seus contos A1, B3, D1 e E3. Apesar disso, no A1 achei meio estranho a moça estar já vestida da forma como iria desfilar, o mais provável é que levasse a roupa para se trocar lá. É, eu penso nessas coisas, esse meu cérebro não sossega, rs… E achei estranho em A2 o uso da palavra “pelotão” nessa situação. A não ser que fosse o aniversário de um militar dentro do quartel, por exemplo, mas como ter certeza disso?
Ei, Amana, puxa, que pena que tenha achado meio estranho o uso de pelotão como grande número de pessoas, ou mesmo multidão como está registrado no Aurélio. Sobre a menina na praça já paramentada para o desfile, foi uma cena da minha juventude, quando minha sobrinha já ia vestida para as apresentações e a gente, como você, achava estranho e ficava com dó, principalmente nos dias mais frios. Obrigado pela sua avaliação, fica com o meu abraço lanternal.
Olá, Lanterna!
Vou começar por dois micros que achei bem interessantes e gostei bastante, principalmente porque pensou fora da caixinha e trouxe algo diferente. São eles o B4, mudando o famoso músico na calçada para um encantador de serpentes, achei uma boa sacada e acaba se destacando no mar de músicos que surgiu por aqui. O segundo foi em E3, adorei o trocadilho com o trem e a musiquinha, acabou criando um jogo de palavras e um micro bastante visual. Muito bom. Entretanto, os demais micros acabaram me impactando menos, como os dois primeiros, A1 e A2, que me pareceram faltar alguma coisa, não sei se algo na parte da escrita ou na história, como se eu não conseguisse chegar no mesmo lugar que o conto pretendia chegar. Entendi a subversão em A1, de mostrar um caminho, como se fosse uma prostituta, mas na verdade era algo diferente (mas de madrugada?), então fiquei meio “tã?”. Mas foi algo no meu entendimento, falha minha.
olá, Fil Felix, claro que não foi falha do seu entendimento. Eu não consegui te trazer o que para mim estava claro na mente. Ou seja, fui incompetente enquanto escritor. Importa que, no meu otimismo, estou me apegando a esse “os demais contos acabaram me impactando menos”. Quero crer que mesmo assim te impactaram medianamente ou um pouco que seja, né? Fica com o meu abraço lanternal e agradecido.
Olá caro autor ou autora
Uma coleção de minis interessantes. Temos uma armadilha de pegadinha, uma boa reviravolta, algumas tragédias e algumas comédias. Posado dizer com certeza que gostei da metade do pacote entregue.
Parabéns pelo trabalho e sorte no certame.
olá, Jeff A Silva. Cá com os meus botões fico imaginando que na minha coleção de “minis, mesmo que todos interessantes, você tenha gostado da metade deles. Isto mesmo? Bacana ter considerado interessantes a todos, mesmo àqueles que não tenha gostado. Daqui te mando o meu abraço agradecido e lanternal.
Pseudônimo poderoso com intenções de iluminar ou dar luzes aos estímulos!
A1 –bem escrito, porém o conflito ou é muito suave ou não entendi. A2 – bastante original. Gostei. Ainda havia espaço para mais caracteres. Talvez valesse a pena colocar tensão no aniversariante. B3 muito bom. B4 o conflito está tênue. C1- Não entendi a relação com os amigos. É ironia? C2 não é conto, é pensamento. D1 – Penso que o microconto deve “provocar” o leitor, mesmo na ausência do mote (foto, imagem, música) D4 – o texto fica sem a provocação perde o sentido. E2 A frase final foi ótima, mas não entendi como conto. E3 Uêba- yessssss – adorei! de longe o melhor dos seus trabalhos.
ei, Klotz,, obrigado pela sua avaliação. O conflito em A1 está no logro. Achar-se que é uma prostituta, mas é uma mera colegial. Mas se não funcionou o problema está no autor e não no leitor. No C1 a relação está muito mais com a miséria do que entre os amigos. Falha minha também. Fica com o meu abraço lanternal.
Olá, Lanterna
Conto sbons, com a clássica pegadinha.. gosto disto ma as vezes força um pouco…
A1 e A2 são escrachados nisto, parece uma coisa e ao final é outra. Não é ruim, mas não brilhou.
B3 achei divertido, que ironia triste, hein… eu acho que quem emprestou as mochilas foram os netos a julgar pelas cabeças brancas dos avozinhos… e B4 é um microconto objetivo mas como falei falta brilho.
C1 e C2 abordam bem os temas propostos, mas tb não emociona.
D1, apesar de falar de livro, nao vi um bom aproveitamento da imagem em si e nao consegui apreender como o autor apagaria a luz das letras? não alcancei o q vc propôs aqui.
D4 eu ri!! muito bom kkkkk
E2 e E3 nao consegui ver relação com as canções 😦 gente, que perigo falar de amor hj em dia!! hehe
Concluo que vc é um bom ou boa escritor(a) mas não esteve muito inspirado nesta coletânea proposta pela querida raposa.
Abraços e boa sorte
ei, Anorkinda, vindo de você que sempre foi muito crítica com meus contos, considero uma vitória a sua avaliação. Só estou com dificuldades de entender o “contos bons” do início da avaliação com o “não esteve muito inspirado” do final. Como sou otimista, prefiro me fiar na frase inicial. Fica com o meu abraço lanternal.
Olá, Lanterna, cá estou eu a passear pela sua horta de microcontos. Cara, preciso lhe dizer que gostei do que vi. Tem alguns contos que considero mesmo muito bons. Esse último no qual você brinca com a onomatopeia do trem de ferro eu considerei excelente. Parabéns, você tem a manha. Sabe usar bem as palavras. Está entre os meus preferidos.
ei, Fernando Dias, obrigado pelo seu comentário. Dá para perceber que você gostou das minhas micro histórias. Cara, isto fez com que a Lanterna aqui brilhasse mais forte. Obrigado.
Olá, caro autor.
Para minha avaliação, utilizarei dois critérios principais: se o microtexto é uma HISTÓRIA e o IMPACTO que ela provocou.
Uma boa coleção. tenho algumas ressalvas em alguns contos, mas, no geral, gostei bastante. O meu favorito é o fabuloso C2.
[A1]
Você nos sugeriu uma prostituta e nos entregou uma daquelas garotas- pompom com aquela vestimenta sempre brega e inapropriada. Boa surpresa.
[A2]
Boa inversão do sentido. Simples, mas gostei.
[B3]
kkkkk, por isso morro de medo de ir à França quando os filhos estiverem criados.
[B4] Conto melancólico. Faltou vírgula aí. Boa a ideia.
[C1] A ideia é boa e triste, mas percebi excesso de elementos e de palavras. Uma forçada aparente na crítica social também.
[C2] Sim, ele “é desesperadamente corrupto”, querido autor. O coração. Amei. Esse é um dos contos com maior impacto que encontrei por aqui.
[D1]
Uma ideia ultra moderna para a relação leitor-autor. A do livro que pode desaparecer numa simples reedição ou num clique-delete. Legal. Faltou vírgula.
[D4]
Ai, mas que sacada supimpa. Você lidou muito bem com o absurdo aí no seu texto. Amei o conto.
[E2]
Nossa, que drama! Uma boa ideia, um pouco exagerada, na minha opinião. Mas não posso negar que fez uma adaptação surrealista da canção do Skank.
[E3]
Gostei da parte do trem (kkkk), trens são sempre ótimos. Achei a ideia quase simplista, mas. bonito. O trem salva.
Parabéns.
ei, Luciana Merley, seus comentários fizeram com que a Lanterna brilhasse mais forte. Sei o quão crítica é e ver que gostou dos meus microcontos foi realmente algo muito legal Obrigado pela visita e pelos comentários tão positivos. Fico até pensando, cá comigo, que estarei entre os seus quinze primeiros. Abraços lanternais.
Olá,
Um dos autores que eu mais gostei até agora. Os textos têm reviravoltas muito inteligentes e bem trabalhadas, que conseguem gerar surpresa e são profundamente tocantes, às vezes tem um bom toque de humor que é realmente agradável.
Boa sorte.
ei, Felipe Lomar, cara, esse seu olhar sobre os meus microcontos alegrou por demais a minha noite. Obrigado pela visita e bastante felicidade por ter curtido as minhas histórias. Meu abraço lanternal.
[Lanterna]
[A1] Conto pegadinha do malandro. Achou que era puta mas era uma colegial, né safado?!
[A2] Boa virada mas a família ser chamada de pelotão não funcionou para mim.
[B3] Tragicômico, verdade mas mesmo adorando a tragicomédia, este também não funcionou comigo.
[B4] É praticamente um entregador de panfletos no centro da cidade. Gostei da sensação.
[C1] Adorei este, tão trágico que me sinto culpado por achar graça também.
[C2] Acho que agora ela vai parar de namorar feios.
[D1] Comecei a ter gosto pela leitura depois que sai da escola, mas sempre admiro quem pode desfrutar essa sensação desde cedo.
[D4] Estou lendo sem olhar a ilustração e sem ela não fez sentido.
[E2] Este foi pura tragédia. Bem escrito.
[E3] Uma pessoa alegre como uma criança ou uma criança. Nada como um ócio criativo. Fofo.
ei, Davenir Viganon, quando comecei a ler os comentários fiquei com a impressão de que nada iria funcionar pra você. Mais à frente fui vendo que você gostou das minhas histórias. Isto me alegrou (ou estou sendo por demais otimista?). Cá com os meus botões me pego mesmo a pensar que estarei entre os seus quinze preferidos.Será? Só uma coisa, quem disse que era família? Não poderia ser uma comemoração no quartel? E isso sem contar que nos dicionários pelotão também tem o significado de ajuntamento de gente e até mesmo multidão. iFca com o meu abraço lanternal.
Micro: Admirável o domínio de mudar o rumo da narrativa para surpreender o leitor. Gostei também da melancolia.
Conto: B4 – Flautista ou clarinetista? Tanto faz, ficou bom pela serpente. Gostei muito do B3 por ter me surpreendido pelo óbvio. Adorei o E3. Os demais são contos leves que não me impactaram, embora bem escritos.
Destaque: Nada melhor do que uma musiquinha para espantar o tédio da espera da morte:
[E3]
Resolveu transformar tédio em melodia. Sentou-se no trilho e escutou o trem chegar cantando: café com pão, manteiga não. Café com pão, manteiga não…
olá, Catarina, obrigado pela visita e pela avaliação positiva que faz das minhas histórias. Pois é, trata-se de uma clarineta, mas para dar sentido maior com os encantadores de serpente hindus com os quais quis fazer a história, clarineta soaria moderno demais. Que bom que tanto faz. Fica com o meu abraço lanternal.
[A1]
Legal a forma como foi mexendo com a percepção do leitor, nos encaminhando para um final diferente do que o início fazia supor.
[A2]
Legal este também, que conseguiu enganar a leitora aqui. Um pouco menos sutil que o primeiro, pois seria difícil chamar um grupo de familiares de pelotão, mas funcionou.
[B3]
Deste já não gostei tanto. Não houve o mesmo cuidado com o texto.
[B4]
Gostei do final. Nada surpreendente, mas é um bom microconto.
[C1]
Um microconto triste e real.
“Por isto são legais: (usaria vírgula aqui no lugar dos dois pontos)
O prato delicioso se desmanchar no ar ficou um pouco estranho.
[C2]
Verdade. Boa ideia.
[D1]
Bastante poético. Gostei da metáfora com a luz.
[D4]
Este só funciona se houver a ilustração como referência. Sem ela, perde o sentido.
[E2]
Um bom microconto, com um final inesperado.
[E3]
Este é fofo. Gostei da sua forma de usar a música como referência.
olá, Fernanda, puxa, seus comentários fizeram brilhar um pouco mais a lanterna. Sei do quão rigorosa costuma ser e curtir as minhas micro histórias fez toda a diferença. Acho que posso até imaginar que estarei entre os seus quinze eleitos. Ou estaria sendo otimista demais? Em A2, Fernanda, quem disse que a festa seria familiar? Bem poderia ser num quartel, não é mesmo? Além do mais os dicionários registram pelotão também como ajuntamento de gente e até mesmo significando multidão. Fica com o meu abraço lanternal, todo feliz, pelos seus comentários.
Prezado(a) Lanterna:
Pinceladas firmes, ainda que rápidas, constróem pequenos blocos de vida. Habilidade e perspicácia nas situações criadas, você soube manter a atenção na leitura, apesar de eu achar convencional o canto do trem em E3. Como grandes destaques, elenco o E2 e o B3, que realmente me surpreenderam. Parabéns!
Puxa, surpreender o Daniel Reis, como no reclame do cartão de crédito, não tem preço. Que legal. Obrigado pela sua visita e por ter curtido as minhas micro histórias. Alegrou-me e até mesmo te digo que a lanterna brilhou mais forte. Sobre o canto do trem, sem querer me justificar, quis brincar com a onomatopeia do café com pão manteiga não musical da minha infância. Pena que tenha lhe soado convencional demais. Meu abraço lanternal e agradecido.
Olá, Lanterna!
Gostei da pegada dos seus contos. Em alguns, você direciona o leitor para um caminho, apenas pra tirá-lo de lá, com violência, e colocá-lo noutra direção. Você faz isso bem e até consegue impactar e surpreender (como foi no caso do A2, que comecei lendo pensando: ah, não, mas um pelotão de fuzilamento, nossa…). É um jogo interessante. Gosto dele. Acabei sentindo uma tendência ao pessimismo no seu trabalho, quase todos acabam tendo essa inclinação, assim como um humor ácido. Achei você um autor criativo, admito. Eu gostaria de uma arrumação mais bonitinha no corpo dos textos, pra deixar a experiência da leitura melhor, como colocar as falas do C1 em linhas diferentes, mas tudo bem, foi uma decisão estética sua, resta respeitar!
Meu micro favorito é D1. Gosto dessa frustração. No momento, geralmente, fico chocado, mas muitas decisões que saem da curva, nas histórias, deixa a experiência melhor. Isso é inegável. Imagina O Morro dos Ventos Uivantes sem a morte da Cathy? Insustentável. Não cabe apenas a morte nesse micro, claro, mas qualquer reviravolta que mude o rumo do livro de forma brusca.
Parabéns pelo trabalho, um dos meus prediletos até o momento.
olá, Fábio, puxa, ler esse seu comentário alegrou por demais a minha noite. Que legal ter recebido essa sua visita. Que bacana que tenha curtido minhas micro histórias. Preciso te contar que essa sua avaliação fez com que a lanterna brilhasse um tanto mais aqui. Gratidão e fica com o meu abraço lanternal.
Olá, Lanterna ilusionista! Vamos aos seus contos. Todos obedeceram aos temas sugeridos, são completos, possuem algum grau de suspense, surpresa e tem personagens bem interessantes.
[A1] e [A2] trazem o inusual. Gosto disso. [A1] cria o ambiente e muda a intenção, ambiente, atitude, criam um ambiente textual perfeito, que tem uma ruptura que o modifica, é a glória da subversão. [A2] traz um pelotão diferente e um bolo de aniversário é sempre melhor que um fuzilamento.
[B3] traz a realidade nua e crua. Sair mochilando realmente não é lá tão seguro. Em
[B4], o pobre flautista sofre solitário. Já [C1] traz o sonho apesar da miséria. Também é crível.
[C2] Me incomodou, mas tem estrutura, obedece o tema. [D1] é conto e segue o tema. [D4] traz a mentira, ou melhor, a Mentira como personagem. Tomara que não a recebam na Lua.
[E2] traz terror e suspense. O fim da busca pelo príncipe e sem final feliz. [E3] é triste.
Ei, Elizabeth Lorena, cá estou eu a ler e curtir seus comentários. Vejo através deles que gostou do que viu na minha obra e isto me deixou feliz, sabe? Chego até a pensar que poderei estar entre os seus quinze favoritos… Ou seria muito otimismo da minha parte pensar assim? (rindo aqui). Fica com o meu abraço lanternal agradecido.
Predomina na sua coleção certa atmosfera amarga. Muitos de seus micros desfecham-se, eu diria, apontando para baixo. Os textos são bons, mas essa atmosfera não me soou lá muito nada agradável. A despeito, reconheço a sua boa técnica no uso da linguagem e nas reviravoltas de expectativa. Acho que meu preferido foi o D4, gostei da atualidade, do nonsense e da imagem criada. Parabéns e sucesso. Um abraço.
Puxa, Eisa Ribeiro, que pena que tenha lhe causado essa atmosfera amarga, puxa, tudo que desejava era lhe oferecer leituras agradáveis…. Tentando me explicar aqui, quem sabe isto que lhe propiciei sem querer não tenha sido pela atmosfera lúgubre e amarga de pandemia que estamos vivendo, não é mesmo? Puxa, pego-me pensando: será que dá para ser otimista com 335.000 mortos à volta? Além disso, Elisa, também acredito que uma das funções da literatura é trazer essa visão real e, por que não, trágica da existência. Bem, mas aqui já filosofo, né? Mas que bom que apesar disso reconhece qualidade nas minhas histórias. Obrigado pelos parabéns, pela visita e pela preciosa avaliação. Meu abraço lanternítico e buscando até ser, pelo menos, um pouco mais otimista.
ola Lanterna, gostei muito dos teus micros, curtos e expressivos. em A2 não gostei do fogo, preferiria um click do interruptor, mas deu pra correlacionar com as velinhas do bolo. Gosto muito de plot twist, principalmente em micro contos, mas a sequência, faz perder um pouco a surpresa. B3 é ótimo, C1 tb, D1 excelente. gostei de tudo, muito bem elaborados. parabéns.
ei, Nilo, puxa, cara, esses seus comentários avaliando meus microcontos fizeram com que a minha lanterna parecesse um farol aqui no meu jardim. Está brilhando com uma força tremenda. Obrigado mesmo, suas palavras alegraram essa minnha noite. Fica com o meu abraço Lanternal.
Oi, Lanterna. Quanto pessimismo! Aposto que não será o “lanterna” da competição. Você possui habilidade para narrativas curtas. Sua coleção é dinâmica, temos humor, quebras de expectativas, suspense e terror.
Meus prediletos foram o primeiro (ah, essa mente pervertida que temos!),o do flautista (que, até agora, já foi clarinetista e saxofonista em outras apropriações da imagem) e o E3. Os outros, embora não os destaque, estão todos em bom nível na minha avaliação. Aliás, para ser sincero, só o D1 não me agradou, achei clichê.
Para mim, faltaram algumas vírgulas em poucas frases. Por mais que pareça preciosismo, considero o ritmo da leitura essencial em microcontos. A ausência de vírgulas pode prejudicar um pouco nesse ponto.
Ainda assim, o saldo é positivo. Parabéns e boa sorte!
ei, Luis Fernando Amancio. Puxa, que bom que tenha gostado dos meus contos… Seu otimismo prevendo que não serei o lanterna me animam, sabe? Sobre o pessimismo, acho que estou ficando impregnado pela atmosfera pesada que vamos vivendo. Como ser otimista com a pandemia? Com o país do jeito que está? Com 335.000 mortos para serem chorados pelos seus queridos? Acho que foi isto, amigo. Quanto às vírgulas, respeito demais que tenha sentido falta delas, mas considero também que sejam, afora algumas obrigatórias, como nesse aposto, muito mais uma questão de estilo. Gostei desse ainda assim, o saldo é positivo. Ufa. Pela frase, foi por pouco, né? Grande abraço lanternal, obrigado.
Logo de início, o[a] autor[a] tenta enganar o leitor, deixando transparecer uma imagem dúbia da protagonista… que nada mais era do que uma inocente estudante, que fazia parte da banda marcial da escola.
[A2] segue a mesma linha de surpreender o leitor. O que parecia ser uma morte diante do pelotao de fuzilamento, era na verdade uma festa surpresa com direito a bolo e velinha.
[E2] me confundiu – quem matou quem afinal?
O [E3] é melódico e dramático. Na primeira leitura nem enxerguei o suicídio, embalada pela repetição de café com pão, manteiga não.
Gostei das suas narrativas, todas bem elaboradas, algumas se destacaram como foi o caso do [C1].
Parabéns pela participação e boa sorte.
Olá, angst447 (vocês me arranjam cada nickname…) Pois é, o E2 te confundiu, né? Quando escrevi, no ímpeto de ir cortando, botei pra fora algo mais explícito mostrando ser o homem o assassino. Achei que falar das mãos fortes já seria uma indicação do feminicídio. Mas você tem razão. Têm muitas meninas bombadas por aí. Não é que uma amiga outro dia me contava que a filha dela se tornou fisioculturista? Vê se pode? Mas acho que tergiverso… Volto ao foco. Fiquei em dúvida: afinal, te enganei ou não? Mas isto não é o mais importante, angst447. O que importa mesmo é saber se você gostou desse jeito diria “enganativo” de escrever os microcontos? Eu também gostei desse E3. Achei que ficou legal a pegada brincando com o “café com pão manteiga não” onomatopaico da minha infância. Agora, no final é que tem a cereja do bolo da sua avaliação: você diz que gostou das minhas narrativas. Preciso lhe dizer que isto me deixou feliz, viu? Fica com o meu abraço enlanternecido (será que existe?).
Vamos lá! A1, A2 subvertem a expectativa.
B3, B4 e C1 não curti muito.
D1 é muito bom e lindo demais.
D4, engraçado.
E2 e E3 são trágicos. No geral, foi uma leitura muito prazerosa. Parabéns
Ei, Cgls9, Obrigado por ter vindo me ler. A maneira como me avaliou os microcontos, de forma bem microavaliadora me deixou duas dúvidas e uma lamentação: A primeira dúvida é que não me ficou claro se subverter a expectativa é algo, como diz o povo hoje em dia, que agrega valor para você? É positivo, ou não? Tem gente que pode se sentir enganado e não goste, né? A segunda dúvida é se o fato de o micro conto ser trágico lhe é positivo, ou negativo? Sinto haver leitores que curtem a literatura para lhes aliviar a cabeça só trazendo coisas ” gostosas, leves e macias”. O lamento é por não ter conseguido te fazer curtir muito esses três contos (B3,B4 e C1). Bem, sou otimista e quero ver isto pelo lado positivo, viu? O fato é que não foi muito, mas curtiu. Risos. Cgls9, fica com o meu abraço lanternal. Mais uma vez obrigado.
MICROCONTOS 2021 – LANTERNA
A1: Conto bem construído, que deixa o leitor na dúvida sobre a situação da moça.
A2: Simples e elegante. Gostei.
B3: Começa interessante, mas a conclusão e a ironia poderiam ter sido melhor trabalhadas.
B4: Um pouco simples demais, não me convenceu.
C1: Quase considerei como um conto para o estímulo B1. Historinha legal, mas sem muito impacto.
C2: Ótimo contraponto para o estímulo. Amei.
D1: A referência é literal demais ao estímulo para o meu gosto, e a história me parece artificial e com pouco impacto.
D4: Uma tentativa de um microconto humorístico. Isto pode ou não correr bem. Comigo não deu muito certo.
E2: Microconto com impacto forte e várias possíveis intepretações de quem fez o quê. Vínculo interessante com o texto da música. Gostei.
E3: Microconto conciso com pesada interpretação do texto da música. Acho uma saída válida mesmo que não muito convincente: não considero o tédio como um motivo plausível para o suicídio.
Parabéns pelo interessante trabalho e boa sorte no desafio!
ei, J2bohn, o que é a vida, né? Olha, vou te contar uma coisa. Esse conto B4, que trata do cara tocando sua flauta na noite da avenida, tendo um objeto no chão à sua frente, obviamente para recolher a grana, e que imaginei pudesse ser uma caixa com a naja lá dentro – brincando com algo que foi usual até a primeira metade do século passado: os encantadores de serpentes hindus – foi a história que eu trabalhei mais, que eu mais elaborei dentre essas dez. E veja que foi aquela que achou simples demais e que não te convenceu. Olha, J2, mesmo sem ter te conseguido convencer, eu leio isto como um tremendo de um elogio, sabe? Consegui fazer parecer que algo bem elaborado parecesse ao leitor simples demais. Esta é a maravilha da literatura. O leitor toma posse dela e se torna seu dono. Não importa mais o que o autor tenha feito, ou desenvolvido. O que vale é aquilo que o escrito provoca no leitor. Mais uma vez foi bacana constatar isto. Estou refletindo demais, hora de parar, mas antes uma dúvida: tem certeza de que não considera o tédio como um motivo plausível para o suicídio? Fiquei com a minha lanterna mais iluminada aqui a partir dessa sua avaliação do meu trabalho. Obrigado pela visita e pela análise que fez dos meus microcontos. Fica com o meu abraço lanternal.
Lanterna forte, iluminou muito!
Quanto talento…
A1 e D4 são absolutamente geniais. Terminei a leitura de A1 e fiquei envergonhado com o meu raciocínio inicial.
Aplausos!
Estarás entre os meus 15 eleitos.
Parabéns e boa sorte.
Meu caro Marlo Romulo. Que alegria foi essa que senti aqui ao ler esse seu comentário? Sim, a Lanterna brilhou forte. Ela, contente demais pelas suas palavras para os meus microcontos, perdeu a sua característica de simples lanterna e se tornou, por uns minutos, poderoso farol a iluminar a noite aqui do meu jardim. Receba os meus abraços lanternais.
Caro(a) autor(a),
Boa escrita, sem erros, com temas bem cotidianos; não são microcontos que me impactaram, que provocaram em mim reações de surpresa. Foi uma leitura agradável; não surtiu aquele efeito surpreendente, mas foi bacana.
Boa sorte no desafio.
ah, Evelyn Postali. Que pena. Desejava muito te encantar com minhas pequeninas histórias. Ler seu comentário fez com que a minha lanterna desse três piscadas. Bruxuleou (eu sempre quis usar esse verbo, mas nunca havia me surgido ainda a oportunidade). E eu achando que temas corriqueiros é que propiciam crescimento ao conto… Enganei-me feio, né? Mas tem o final consolador, tomara que não seja daquele tipo: “foi ruim, mas tá bom”, desse seu “mas foi bacana”. Vou me abraçar a ele como o náufrago se apega à tábua no meio do oceano. Eita, isto ficou trágico, né? Bem, brincadeiras à parte, obrigado pelo seu comentário e pelos votos de boa sorte. Fica com o meu abraço lanternal.
Conjunto uniforme. Lanterna boa é assim: tem longo alcance e alta potência de luz.
Cada narrativa foi feliz nas escolhas de cenas, das descrições… na tensão. Os micros estão bem escritos, passam o clima de ação e suspense; cria-se toda uma expectativa que se quebra no final.
Gostei dos micros mais concisos, mais diretos e metafóricos. Assim, meu preferido é o C2. O timing está adequado, o texto está ótimo e ainda desdenhou do limite de palavras, não precisou de tantas, não é mesmo?
Parabéns e boa sorte! Abraço.
Ei, Fheluany, puxa, que legal ter recebido esse seu comentário. Saber que gostou dos meus contos… e sei que você é bem exigente nas suas avaliações. Isto fez com que minha alegria aumentasse mais ainda. Minha lanterna brilhou muito no jardim essa madrugada. Abraços lanternais.
[A1] Tive que reler pra sacar o sentido mais, digamos, cínico, do microconto, rs. Muito legal. Sutil e bem construído. Gostei muito mesmo.
[A2] Bacana, curtinho, guarda uma surpresa. Não desenvolve muito na narrativa, mas é eficiente.
[B3] É meio bobinho, mas eu ri, então funcionou comigo. Foi uma boa tirada, rs.
[B4] Parecido com o anterior. Muito legal a forma como subverte a imagem de estímulo. Afiado no humor. Muito bom!
[C1] Sem muito floreio, tem uma linguagem direta, ainda assim consegue surpreender no fim. Escrito de forma muito competente. Não brilha, mas cativa.
[C2] Subverte completamente a citação. Gosto disso, mexe com as expectativas do leitor. Curto e eficiente como um micro deve ser.
[D1] Muito bom também, sensível. Outra vez consegue um bom impacto sem ter que recorrer a uma reviravolta mirabolante.
[D4] Usa a imagem de forma literal, o que poucas vezes vi até aqui. Criativo.
[E2] Desenha uma imagem forte. Mais uma vez subverte o estímulo. Abordagem muito interessante.
[E3] Outra subversão, rs. Funciona bem sem a música; com ela, a ironia ganha mais força. Tem uma intertextualidade interessante também.
Lanterna, gostei muito dos seus micros. Você trabalhou muito bem com os estímulos, construiu narrativas competentes sem precisar de muita pirotecnia e entregou uma coleção equilibrada, homogênea. Não houve um único microconto aqui de que eu não tenha gostado. Lógico que uns brilham mais do que outros, mas todos são bons. Certamente entra na minha lista de favoritos.
Desejo sorte no desafio.
Abraço.
Ô, Bruno Raposa, puxa, receber essa sua avaliação fez a minha lanterna brilhar de uma tal maneira que até incomodou uns passarinhos que têm o seu ninho no arbusto do lado. Fiquei feliz que tenha gostado dos meus microcontos. Obrigado pela visita e pela generosa avaliação. Abraços lanternais.
Eu acho, Lanterna, que os contos mais curtos resultaram melhor que os longos. Embora haja encantos neles, como as letras do livro se apagando, a mocinha que espera a carona na madrugada. O desfecho tem mais impacto nos mais rápidos, e os floreios atrapalham um pouco, no meu modo de ver. Mas valeu, boa sorte!
ei, Sandra Daher, obrigado pela sua visita e avaliação. Sabe, mamãe sempre fala que eu sou um grande otimista. Por isto, quero crer que você gostou dos meus microcontos. De todos eles. Mais, é claro, dos curtinhos do que dos mais longos, nos quais “os floreios” atrapalham um pouco. Foi isto mesmo, ou esse meu viés de ver o mundo de maneira otimista fez com que eu me enganasse? É que esse seu “mas valeu” na opinião do meu anjo da guarda (sempre mais realista) quer dizer algo diferente… Tomara que você venha de novo e me clareie o entendimento. Mais uma vez o meu agradecimento e o meu abraço lanternal.
A 1- Um micro conto com duplo sentido, ou, sentido falso. Boa sacada.
A 2- Acho que o Pelotão entrou forçado na festa de aniversário.
B 3- Esse é um micro igual a outros que li anteriormente com o mesmo tema. Tem pouca diferença. Faltou originalidade.
B 4- Esse também é um micro simples, sem impacto.
C 1- Micro com crítica social. Valeu.
C 2- Olhos da cara ficou óbvio demais. Achei a metáfora meio confusa.
D 1- Aqui também.
D 4- Uma história bizarra. Achei que fosse o Pinóquio.
E 2- A história tétrica, me deixou lívido. De qualquer forma tem relação com o estímulo.
E 3- Lá vem o trem! Fico legal a onomatopeia. Impactante. Valeu.
No geral, bons micro contos, alguns melhores que outros.
Puxa, Antonio, que legal que achou, no geral, bons os meus microcontos. No D4 o estímulo não foi o pinóquio, mas a bruxa na vassoura, né? As bruxas das histórias do meu tempo, você deve ser jovem, eram retratadas com nariz bem grande, adunco. Bruxa era igual a muito feia, horrenda. Que pena que não sentiu impacto em B4. Quis jogar com outra situação que era mais comum no meu tempo. Os flautistas orientais encantadores de serpentes. Se fosse mais maduro acho que teria notado. Bem, quero te agradecer muito. Sua avaliação positiva, atada à fama de ser bastante crítico me trouxeram alegria. Não entendi sua avaliação em C2 e D1. Segui o estímulo proposto. Meu abraço Lanternal.
C 2- Os olhos, no sentido real, só podem ser da cara. Os olhos do coração, é sentido figurado. Acho que você quis fazer uma diferenciação e por isso disse olhos da cara, mas sem a palavra “cara”, a frase não perderia sentido.
D 1- O estímulo é uma montagem com vários elementos que não contam nenhuma história, no entanto podem ter relação uns com os outros: Uma caneca, pássaros, luminária, menina com sombrinha caminhando numa estrada, balão, caneta, livro, gotas de orvalho ou coisa parecida, sol nascente e uma nuvem com a cara do Lobo Mau. Você pegou dois elementos, a garota e o livro e contou uma história em forma de metáfora. A luminária sugere a luz, as gotas de orvalho, as lágrimas. Então o que significa o autor apagar a luz das letras? O que significa a escuridão? Seria a morte da heroína e o fim da história? Veja que os elementos da imagem, dá muitas ideias e os elementos do microuniverso metafórico que você criou, também causa possibilidades de algumas interpretações diferentes daquela que você imaginou.
Oi Lanterna!
Gostei muito de seus contos, ligeirinhos e, ainda assim, surpreendentes. Não há muitas explicações, você deixa o leitor criar junto, o que acho muito bom.
Meu favorito foi o D4, com um protagonista muito improvável.
Parabéns e boa sorte!
ei, Kelly, sua visita e comentário iluminou-me enquanto lanterna nessa madrugada, viu? Obrigado. Sim, é desse jeito mesmo que entendo o microconto. Uma criação coletiva a partir da arte da concisão. O leitor participa sempre. Trata-se de uma construção coletiva no meu jeito de entender os micro. Se ficar fechado na interpretação, como o leitor poderá entrar? Que bom que também vê assim. Abraços.
Puxa, Santino, que pena que tenha curtido só um pouco dos meus contos. No D1, da ilustração do livro, foi incompetência mesmo, eis que eu ainda tinha 50 caracteres para usar. Mas lhe passei a impressão de ter estado no limite. pena. Meu abraço agradecido pela sua leitura e comentário.
Lanterna, seus três primeiros contos me iluminaram, gostei da imprevisibilidade na forma que tratou os enredos após uma série de contos parecidos sobre pelotões de fuzilamento e casais envelhecendo juntos. Outros passaram despercebidos pela abordagem genérica, como em C2, vaga, como em B4 ou confusa, como em D4 (não saquei se a menina era quem espalhava fake news ou era alvo das mesmas).
Destaque:
“Madrugada fria, costas nuas e saia minúscula deixando as pernas de fora. Os olhos da moça acompanham na praça, ávidos, a passagem dos poucos carros. Aflição pelo atraso da carona que a levaria ao desfile da banda marcial do colégio na cidade vizinha. ”
Somos levados, pelo senso comum, pelo preconceito, a imaginar uma prostituta e, ao final do conto, nos constrangemos com a revelação.
Boa sorte no desafio
ô Thiago, você viu a imagem do D4, trata-se de uma bruxa. Acho que se confundiu com a D3. Puxa vida, vou perder pontos pela sua confusão, risos. Na B4 que sentiu confusa, eu quis brincar com os flautistas orientais (hindus) que encantavam serpentes. Lembra-se? Ou não conhecia essa referência? Que pena, eu achei a C2 a minha mais legal, eis que o microconto deve ser bem aberto. Mas só fiquei triste mesmo com a sua confusão da D4. A bruxa foi vítima das fake news e antes, de bullying. Abraços e fiquei feliz por ter gostado de 3 dos meus contos.
Lanterna, claro, faz todo sentido! Obrigado por esclarecer, acho que confundi com a imagem dos balões e associei o nariz pontudo com a possibilidade da refugiada ser a mentirosa, por isso a confusão.
Obrigado, Thiago. Falei com a bruxinha lá na lua e ela me disse ter ficado muito feliz com a sua resposta. Contou-me um segredo: ela não gosta da menina dos balões. Disse que foi uma daquelas que mais espalharam as tais mentiras.
Olá, Lanterna!
Então, ou destacar os contos que gostei: [C2] Melhor de todos,[D4] segundo melhor, [A2], [A1] e [E2] – este último com ressalva– Todos esses textos ou apontam para um lado e mostram outro, ou tem imagens fortes bem repassadas, ou humor fino. Gosto, particularmente da forma despretensiosa que a frase do Saint-Exupéry foi descontruída pela frustração da pessoa narradora (e eu até ouvi a voz). É simples, mas não simplório. Já o que foi inspirado da ilustração da bruxa mistura realidade e fantasia brincando com nosso estado de pandemia, e vc mescla na medida certa elementos reais e imaginários que aos poucos a imagem da bruxa se personifica, atrelado ao que vivenciamos ( e isso é bom). O [A2] e [A1] cumpriram bem o ato de impactar apontando para um lado para depois mostrar outra coisa, sendo o do aniversário o que apresentou significado distinto para a palavra pelotão (que não foi o mesmo que a maioria utilizou “Pelotão de fuzilamento”. Rsrs), e o que se baseou na música do Skank é bom e bem escrito, mas ficou fechadinho na canção sendo até que a própria canção dá maior significado ao conto (o que não é de todo ruim, mas deixa meio que dependente da música).
Já os demais não deixaram muita coisa após a leitura. Eu até gostaria de ter curtido mais os que possuem críticas sociais [C1] e [B3], mas o dos velhinhos é tão abrupto que o que repassa é uma vontade de chocar o leitor a todo custo, ficando um plot brusco e forçado. Da mesma forma que o [B3]. O desejo de denunciar fez com que ficasse apressado e confuso, quando se está aclimatando o leitor vem a crítica e tudo se perde. O do flautista é tétrico, mas sem impacto. Já o que foi inspirado na ilustração do livro, embora lembre um acontecimento da Clarice Lispector onde ela fala algo como: “vc matou meu personagem” para uma enfermeira que a impediu de sair do quarto no qual estava internada (algo do tipo), acho que esbarrou no limite de caracteres. Se entende o ocorrido, mas o mergulho, a imersão no texto não ocorre pelo espaço.
Parabéns pelo trabalho! Boa sorte neste desafio.