[A2]
Subiram na montanha russa e entre gargalhadas o “Eu Te Amo” foi lançado. Estariam em pelotões diferentes, mas naquele momento a ideia de reciprocidade alimentava a vontade de brincarem mais uma vez. “Eu Te Amo”, bradaram as vozes masculinas sobre os trilhos do brinquedo veloz.
[B3]
Deram as mãos ao final da espera. Nas mochilas apenas o necessário. O plano era não fazer planos agora que o peso dos anos teimava em vergar seus corpos. Agora que não precisavam mais ser os pais, vizinhos ou avós perfeitos. Seguiram na avenida para começarem, enfim, a vida.
[C1]
A figura feminina não foi notada de imediato. O ir e vir da avenida atravancaram os sentidos para aquilo que havia abandonado há anos. O acaso devorou horas entre o vermelho e o verde do semáforo. “Giselle”. Sussurrou como quem reza e a assistiu seguir o fluxo da multidão para tocar a vida, sem ele.
[D4]
Sob o luar a canetinha firmou o nome da pessoa amada. Ramos de arruda vieram depois seguido da colher de mel. “Ssão Cci-prri-aa-no, Ssão Cci-prri-aa-no. Ddiga ao Jor-jor-ggi-nho qq o amo”. Sentia que a gagueira era detalhe, daquela vez a simpatia ia funcionar.
[E2]
Com o sabor do fruto proibido ainda nos lábios, alcançou o paraíso.
Oiiii. Abaixo falarei um pouco mais detalhadamente de cada texto:
(A2)
Um microconto que narra uma declaração de amor em uma montanha russa. Acho que o fato de ser em uma montanha russa pode representar a adrenalina que a declaração despertou.
(B3)
Um microconto sobre um casal de idosos que realmente consegue viver quando eles deixam para trás todo o peso de serem os pais, avós e vizinhos perfeitos. Na nova jornada eles levam apenas a vontade de aproveitarem a nova fase.
(C1)
Um microconto sobre um homem que encontra uma mulher do seu passado. No fim ele repara que ela seguiu em frente, em direção há uma vida sem ele.
(D4)
Um microconto sobre uma pessoa gaga que faz uma simpatia que provavelmente não vai funcionar para ficar com a pessoa que gosta.
(E2)
Um microconto curto, mas que transmite muitas ideias. O fruto citado pode representar um relacionamento proibido.
Parabéns pelos textos e boa sorte no desafio!
Olá,
Gostei especialmente do jeito que você construiu as narrativas. É possível visualizar perfeitamente as cenas, menos no último, que apesar de ser bem pensado, achei um pouco curto demais. No geral, estão muito bons.
Boa sorte.
Há uma unidade de linguagem e temática em A2, B3 e C1, para mim os melhores de seu conjunto. D4 já não funcionou tão bem comigo e em E2 achei que faltou se esforçar um pouquinho mais. De qualquer forma um conjunto de micros interessante. Parabéns. Um abraço.
Você escreve no ar, com tinta invisível. É necessário mais que uma leitura para alcançar a mensagem enviada. Numa manhã de sábado, sofrendo a ressaca da noite anterior e com um prazo a cumprir, provavelmente, deixei escapar muita coisa. Erro meu, que deixei para última hora. Toda essa introdução é para justificar que muito dos seus contos me deixaram confuso de interpretação. Nenhum reparo a sua escrita, que é magnifica e de uma sutileza que reclama muita atenção. Gostei muito de C1 – parabéns e boa sorte.
Olá, Sommelier de chá! Meu micro preferido de sua coleção foi o A2. Pela forma como interpretei e isso é o melhor, porque outros leitores podem ter imaginado algo diferente do que eu imaginei. O C1, olha, não consegui compreender! Depois me explique, por favor!
B3 e D4 foram uma boa leitura, mas nada que me chamasse muito a atenção. Achei que E2 ficou muito vago. Parece incompleto, até mesmo para um micro.
Micro: Não senti uma técnica consolidada e sim vários experimentos. É estranho pensar que a mesma pessoa que escreveu o C1 e B3 (que gostei muito) fez também D4 e E2.
Conto: A frase do C1 “O acaso devorou horas entre o vermelho e o verde do semáforo.” Eu fiquei com inveja, gostaria de ter escrito. Os demais não me tocaram. Principalmente D4 e E2. Embora o primeiro seja grande e o segundo mínimo, ambos não se sustentam.
Destaque: Este é tão triste, mas tão triste, que eu adorei:
[B3]
Deram as mãos ao final da espera. Nas mochilas apenas o necessário. O plano era não fazer planos agora que o peso dos anos teimava em vergar seus corpos. Agora que não precisavam mais ser os pais, vizinhos ou avós perfeitos. Seguiram na avenida para começarem, enfim, a vida.
Olá, Sommelier de Chá. De alguma forma, os seus micros são todos sobre o amor; desde o amor inicial, meio proibido, mas delicioso entre eles, até ao final, do fruto proibido, passando pelos amores vividos, perdidos e não recíprocos, todos eles foram sobre um tipo de amor diferente. Mais do que dos contos individualmente, apreciei esta amostra diversificada das suas possibilidades.
A2 – Um bom micro, mas que tive de reler para perceber completamente, visto que a montanha russa, ali no meio, atrapalhou o meu entendimento imediato.
B3 – Um micro bonito, mas que não é bem assim, pois libertação de responsabilidades para com terceiros, pode ser um imenso alívio, mas não significa que o que ficou para trás não tenha sido uma vida muito preenchida de amor e emoções partilhadas, até porque fica claro que é essa partilha que agora une o casal para seguir em frente e desfrutar em paz do tempo que ainda lhe resta.
C1 – Este foi o meu favorito, deu para ver o filme todo. No lapso de tempo entre o vermelho e o verde do semáforo, ele viveu muito e o leitor pode acompanhar essa leitura sem dificuldades.
D4 – Este é um micro bem original, mas não vai além dessa mesma originalidade, foi o que menos gostei.
E2 – Um micro clássico, dá a entender o que o leitor quiser, sem chegar a dizer nada de concreto. Está bom, mas podia ser melhorado acrescentando duas ou três palavras que lhe conferissem a categoria de conto que não chega a ser.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Intrigante pseudônimo. Parece-me que a intenção era a valorização do chá, por ser conhecedor de chá.
A2 – Será que eu captei a intenção ou eu viajei na maionese? Entendi mensagem secreta de amor entre dois homens. Se foi isso mesmo, eu escreveria menos sutil para alcançar mais leitores. B3 – escreve muito bem. A clareza fica um pouco prejudicada pois, ao menos para mim, exige uma segunda leitura para melhor compreensão. C1 – repito comentário anterior. D4 – superhipermegagolden criativo. Adorei. E2 – Aqui não precisei me esforçar para entender. Este foi ótimo.
Sommelier, seus contos têm uma narrativa mais tranquila e não trazem um forte fechamento ao final, a não ser o último, mais marcante. O primeiro traz um duplo sentido interessante com a “montanha russa”, gostei. O de Giselle, em que o momento intenso se torna horas, é denso e triste.. O de São Cipriano é bem delicado…São bons contos, pode ser que eu não tenha alcançado bem o sentido deles. Boa sorte no Desafio!
Prezado(a) Sommelier de Chá:
Atentos aos estímulos, seus textos são às vezes misteriosos, às vezes confusos (como o A2 – a primeira frase repete a última, sem agregar informações); em B3, a repetição de “Agora” incomodou um pouco. De todos, o que mais gostei foi o D4, pela ideia da gagueira, ainda que a representação gráfica da fala não me pareça de todo crível. De qualquer forma, desejo boa sorte no desafio!
Olá, Sommelier de Chá, cá estou eu às voltas com os seus microcontos. E aí te digo que você começou de forma muito legal. Gostei dessa montanha russa. Trouxe surpresa para mim a descoberta final de se tratar de um amor entre dois homens. Sommelier, fiquei meio encafifado com essa simpatia do gago. É como se estivesse faltando algo para mim, sabe? Claro entendi o final que dessa vez a simpatia iria se tornar competente, mas mesmo assim, achei que precisava um elo de ligação na história. O seu último conto ficou legal também. Curto, aberto e competente, como devem ser os bons microcontos. O meu abraço.
Gostei da montanha russa de sentimentos do primeiro microconto.Não precisava frisar que era um casal de homens, já dava para perceber… e mesmo que não desse, a ambiguidade seria interessante.
O conto da simpatia a São Cipriniano fugiu um pouco do meu entendimento. Era a bruxa fazendo um feitiço para conseguir conquistar Jorge… e esse seria o São Jorge – que estaria na Lua – lutando com um dragão?
Meu preferido foi [E2] que disse tudo em pouquíssimas palavras. Menos é mais em um desafio de micro textos.
Um deslize de revisão que não deu para ignorar: > ir e vir da avenida atravancaram .o ir e vir atravanca [singular]
Parabéns pela participação e boa sorte.
Olá Sommelier de Chá.
No geral gostei do teu conjunto de micros, alguns mais desenvolto que outros.
[A2] Precisei ler mais de uma vez, talvez um pouco confuso pela repetição da informação sobre o sexo das personagens.
[B3] Confesso que procurei maior impacto, mas a trivialidade é assim, nem sempre tem desfechos interessantes. Gostei do tom morno do conto
[C1] Bela execução, é meu favorito.
[D4] Engraçadinho, chama atenção pelo uso original do estímulo.
[E2] Poderia ter trabalhado melhor, achei solto em relação aos demais, o único que não funciona como micro.
Boa sorte no desafio.
Olá, Sommelier de Chá.
No primeiro , [A2], a história tem enredo, mas não fecha. O que é uma pena porque é uma construção inteligente e independente de ser um amor homo ou hétero, pessoas de lados opostos na guerra estarem apaixinadas é sim algo a se considerar. Talvez o autor quis colocar impacto (clímax e desfecho) no amor de dois soldados, mas como não é novidade, ficou quebrado, o conto não teve fim. Porém, em [B3] o final é astro rei, ensolarado e vivificante, porque depois filhos, netos e papagaios, o que resta é viver o final e aqui eles florescem, vão começar a vida.
O terceiro microconto mostra como termina um grande amor. O tema de [C1] foi contemplado, o cotidiano matou o amor. Palmas para ela que conseguiu sair inteira e ir viver sem ele.
Já [D4] é uma simpatia, sem trocadilho. São Cipriano que atenda esse coração apaixonado. É interessante como um texto tão pequeno abre tantas possibilidades de reflexão. A gagueira tem atrapalhado outras simpatias ou outros amores? Ser gago é um impedimento social para muitos, mas será que também é ruim para o contato com os santos? Bruxinha, boa sorte com o Jorginho.
E [E2] fecha com chave de ouro.
Boa sorte com o Desafio.
Olá, Sommelier de chá
Senti uma montanha-russa aqui… como clímax no último microconto. Muito bom.. digno de premiação no entrecontos.
Mas A2 e C1 soram como subidas no brinquedo, uma eternidade lenta, precisei reler tanto e não gostei disto… depois de muito ler e ver os comentarios dos colegas entendi a Giselle, fiz um filmezinho na minha cabeça, gostei do que vi, mas precisei de muitos elementos fora do texto para isto e não sei se eu combinaria este microconto à frase inspiradora…
O primeiro, eu nao consigo imaginar dois soldados numa montanha-russa.. nao sei pq.. rsrs eu quero crer q esta montanha-russa é uma metafora para a transa deles, olha a louca aqui!! kkkk mas assim eu consigo apreciar o conto, de outra forma, nao.
Os velhinhos estao muito fofos, embora o texto eu ‘arrumaria’ ele de outro jeito, mas isto nao pode ser levado em conta.. rsrs
A moça fazendo uma simpatia pra sao Cipriano, é uma fofa, mas não vejo conexão com a imagem da bruxa voando em frente à lua.
Enfim, foram muitas emoçoes… 🙂
Mas vc está de parabéns pois fez um bom trabalho!
MICROCONTOS 2021 – SOMMELIER DE CHÁ
A2: Gostei. Interessante e cheio de possíveis interpretações.
B3: Bem contado, sem grandes surpresas ou efeitos.
C1: Apesar de Giselle ser um nome muito bonito, não entendo bem o fluxo da história.
D4: Microconto intrigante, mesmo que não seja muito cativante.
E2: A frase ficou atraente, mas também simples demais. O vínculo com o texto da música poderia ter sido mais bem elaborado.
Parabéns pelo bom trabalho e boa sorte no desafio!
[Sommelier de Chá] Contos completos e bem escritos. Tem o tema do amor, sem misturar enredos. Gostei da coleção.
[A2] Um “Eu te amo” que escapuliu num momento de emoção. Gostei.
[B3] Um conto bonito e triste sobre como as responsabilidades nos impedem de viver a vida dignamente.
[C1] Um sussurro de libertação. Bem executado, o conto.
[D4] Singelo e engraçado. Gostei.
[E2] Contraposição agradável e subversiva. Gostei.
Oi, Sommelier de Chá!
Você nos oferece uma peculiar seleção de textos. O amor é o tema que os liga, iniciando com os “soldados” na montanha russa até o paraíso que encontramos através do fruto proibido.
O último microconto é, de longe, meu predileto. Ideia simples e texto forte, gostei bastante. Acho o primeiro confuso. Nem toda ideia serve bem para um limite de 300 caracteres. Em alguns casos, precisamos cortar sentenças, simplificar as coisas. Você que se perdeu com algumas imagens: “pelotão”, “brincadeiras”, “eu te amo”.
O C1 cai no mesmo erro. A ideia é boa, não gosto da execução. O B3 e o D4 são narrativas simples, sem grande surpresa ao fim, mas bem construídas.
Enfim, você é habilidoso (a) não só com chás, mas também com a escrita.
Parabéns e boa sorte!
Caro(a) autor(a),
Seus microcontos me conquistaram, especialmente B3, D4 e E2. Todos estão bem escritos, são claros, diretos, com palavras, ao que tudo indica, planejadas com cuidado.
Boa sorte no desafio.
Sommelier de Chá, teu texto é intrigante.
Aplaudo em pé o microconto D4. Que criatividade! Como extraiu tanto daquela imagem? Certamente, brotou de um cérebro privilegiado.
Achei o E2 simples demais.
Os outros parece que seguiram uma linha de unidade, menos ousada no modo de escrever.
Parabéns e boa sorte.
Microcontos 2021 – Sommelier de Chá
[A2] – PELOTÃO
Um texto que grita a liberdade para viver o amor, sem qualquer preconceito. Fala sobre homossexualidade. Acho dolorida essa situação de viver o tempo inteiro enfrentando o mundo da cegueira. Sempre que leio qualquer texto que descreve essa constante batalha, fico tocada. Até mesmo um conto que traria alegria, depois de lido, fica com gosto amargo. Acho que percebo o protesto, ouço o grito. Isso vai passar.
[B3] – Fotografias: casal idoso
Texto poético. Não, não será o começo da vida. Eles viveram até aí, e a vida está dentro de cada um deles. A vida é feita de cada um dos amores somados na caminhada. Apenas continuarão a vida, isso sim. Eles seriam nada se não tivessem nas veias tudo o que viveram e construíram. É um continuar…
[C1] – Frases: “Há coisas que são preciosas por não durarem.”
Que figura bonita. No tempo minúsculo do passar do farol vermelho para o verde, ele viu Giselle caminhando na multidão. Foram séculos de lembranças. E ela seguia, sem ele. Lindo.
[D4] – Ilustração: a bruxa e o gato
A magia, a simpatia com ervas e mel, tendo como principal intenção a conquistar do seu Jorginho, a gagueira era apenas detalhe. Muito bom. Criativo.
[E2] – Música: Formato Mínimo (Skank)
Texto que vai direto ao ponto G. É isso. Curto e grosso! Vixe!
Parabéns, Sommelier de Chá!
Boa sorte no desafio!
Abraços…
Opa, Sommelier! Fiquei imaginando cada micro com um título saborizado: Montanha-Russa do Hibisco, Giselle de Camomila, etc.
Tem muito potencial aí, hein. Algumas construções poderiam ser mais sutis, deixando algumas coisas nas entrelinhas, como o primeiro micro. Você tem que pensar o seguinte: o pessoal da EC é fera, eles dão conta! Os micros estão bons, em geral. O último é o único que está perfeito, no meu ponto de vista. Não mexeria em nada. Sucinto, direto ao ponto e repleto de sensualidade. Gosto disso.
Apesar disso, meu micro favorito é o D4. Gosto muito dessa temática e a forma como colocou uma menina apaixonada, gaguinha e tentando amarrar o namoradinho, foi contraditoriamente fofo. Digo contraditório porque amarrar alguém não é nada fofo, mas você conseguiu fazer essa proeza, haha.
Parabéns pelo trabalho! Gostei das leituras.
[A2] Achei a última frase desnecessária. Quando você diz que eles estariam em pelotões diferentes, já deu pra sacar que eram colegas de exército do mesmo sexo. Ao menos foi assim pra mim, rs. Então essa última frase acabou diluindo a força do micro na minha leitura. Mas ele é bonito, constrói uma narrativa delicada em um curto espaço.
[B3] É uma boa narrativa, mas eu não consigo me relacionar com a ideia apresentada. Questão pessoal mesmo. Num micro, é difícil construir bem uma ideia para que ela atravesse as idiossincrasias do leitor. Mas reconheço a boa construção narrativa.
[C1] Há um erro grave de concordância nesse trecho: “O ir e vir da avenida atravancaram”. O “o ir e vir” é singular. Esse “atravancaram” atravancou minha leitura, rs. Um erro assim num texto tão curto acaba sendo decisivo. Apesar disso, gostei do micro. Tem uma narrativa bem engendrada num curto espaço. Diz um bocado e sugere mais ainda. Mesmo com o erro meio feio, consegui curtir o micro.
[D4] Gostei bastante desse. Ganha pela simplicidade, pela leveza e pela interpretação diferente do estímulo. Muito legal.
[E2] Aos meus olhos, parece mais uma frase de efeito do que um microconto. Há uma insinuação bem de leve do que poderia ser uma história. Não me pareceu um bom aproveitamento do estímulo também.
Tive altos e baixos na minha leitura. Gostei que há uma unidade nos micros, todos tratam de relacionamentos, de desejos. Isso fortifica o todo pra mim. Em alguns pontos as narrativas foram um pouco confusas. Creio que, mesmo os contos sendo curtinhos, sobrou uma outra gordurinha no primeiro e no terceiro. Realmente gosto do quarto, rs.
Boa sorte no desafio.
Abraço.
Boa tarde, autor!
Seus micros abordam, de maneira geral, o amor. Seja o romântico do primeiro, envolvendo os dois soldados, o da paixão cega como a simpatia para prender o bem amado, ao amor duradouro que pede um recomeço, como o casal de velhinhos. Temos até uma despedida amorosa em Giselle ou o sabor do pecado na finalização. É a cola que une seus textos, pelo menos ao meu ver.
Mas apesar de diversos, senti que faltou um pouco de ousadia em alguns momentos, pois abordar o amor de maneira tão terna assim pode cair no famoso romance água com açúcar. Do qual, particularmente, não sou muito fã. Mesmo o último, que promete ir um tanto além e cair no sagrado e profano do amor, ainda é um tanto contido. Talvez eu que esteja sendo cri cri, mas a ideia do paraíso após saborear o fruto proibido poderia ter sido descrita como um orgasmo mesmo, por exemplo. Mais direto ao ponto, mas sem perder o lado visual e poético da coisa.
Mas de maneira geral gostei dos contos e, apesar de um detalhe e outro, o grande diferencial é que todos não estavam tão literais em relação ao estímulo, não escancarando a inspiração, o que considero um grande diferencial. Além de se conectarem entre si, mesmo que pelo tema, mas funcionando de maneira independente.
Parabéns e boa sorte!
Fazer uma análise mais precisa é quase impossível evitar repetições.
A 2- Soldados brincando na montanha russa? Faltou maiores informações. Da para fazer várias interpretações da situação..
B 3- Nunca é tarde para ser feliz.
C 1- Desilusões, encontros fortuitos. O que posso dizer mais? Bom.
D 4- Faltou a bruxa com sua vassoura voadora.
E 2- Esse é bem explícito.
[A2]
Microconto romântico que nos surpreende no final pelo fato de serem dois homens declarando o amor um ao outro. Única sugestão é que talvez fosse interessante utilizar melhor a palavra pelotão, que ficou perdida no meio do texto. O fato de serem dois soldados não fez muita diferença.
[B3]
Muito bonito, escrito de forma poética. Lindo o final.
[C1]
Desculpe, mas este microconto ficou um pouco confuso. “atravancaram os sentidos para aquilo que havia abandonado há anos” – algo causa estranheza e não permite a compreensão total desta frase. O final “sem ele” me deixou confusa, não seria a Giselle?
[D4]
Ótimo, com um humor na medida certa. Muito bom.
[E2]
Poucas palavras e um belo microconto. Parabéns.
Olá, caro autor.
Para minha avaliação, utilizarei dois critérios principais: se o microtexto é uma HISTÓRIA e o IMPACTO que ela provocou.
Bons textos no geral. Alguns pecaram pelos enigmas em excesso, que não tem espaço em microcontos, na minha visão.
[A2]
Uma história leve e sim, surpreendente. Achei essa parte: “Estariam em pelotões diferentes, mas naquele momento a ideia de reciprocidade alimentava a vontade de brincarem mais uma vez.” dispensável para o entendimento do sentimento do texto. O conto poderia ter sido ainda mais enxuto, na minha opinião.
[B3]
Um conto nostálgico e com ares de recomeço. Bastante leve e bonito.
[C1]
Entendi que trata-se do fim triste de uma história de amor. Não compreendi a importância de algumas figuras que você utilizou. Achei que pesaram o texto sem dar-lhe algo a mais. Tipo: “A figura feminina não foi notada de imediato”, como assim? notada por quem? “…aquilo que havia abandonado há anos”, o quê exatamente? Achei o texto enigmático demais para um microconto onde não se tem espaço para explicações ou divagações.
[D4]
Uma bruxinha gaga. Muito fofa.
[E2]
Esse sim, um micro com potencia.
ola Sommelier
otimos contos, gosto muito quando dá espaço ao leitor imaginar algo, quando nao é completamente fechado. os teus dão essa possibilidade, em especial C1. gostei da ironia do E2. muito bom, parabéns, boa sore
Olá caro autor ou autora
Uma seleção interessante aqui. Tem amor e leveza, histórias bem contadas em poucas palavras. O A2 é eficiente ao nos presentear com um belo final, o E2 por sua vez carrega tanto impacto com tão poucas palavras. Já o C1 me comprou com facilidade de tão bom que é em seu objetivo “sussurrou como quem reza.. ” (essa foi maravilhosa) O único que considero não bom foi o D4. Porém o conjunto é até agora meu favorito.
Parabéns pelo trabalho e boa sorte!
Oi Sommelier!
Muito bons, seus micros! Poesia e humor falando de desencontros e escolhas.
Meu favorito foi o E2, curto e direto, poesia na veia.
Parabéns e boa sorte!
Conjunto de textos envolventes. O leitor pode degustar as metáforas sobre a vida e como não existe sentido em muitos momentos dela. É preciso se jogar para viver. Vale o risco?
Perceber as entrelinhas se faz necessário para compreender o conto além da mensagem final. Cada micro tem a narrativa sólida e fluente que se funde a uma linguagem poética. O último ficou demais: é uma xícara do chá matcha, considerado o mais puro e nobre dos chás verdes.
Parabéns pela síntese de ideias e linguagem! Sucesso no Desafio. Abraço.
Só faltou colocar os sabores dos chás, hein? Rsrsrsr.
Olá, Sommelier de chá!
Percebi que cada texto busca oferecer algo, e a imagem reforça essa ideia ao se imaginar que se trata de sabores, ou aromas, talvez? Cada conto possui algo incrustado, seja o remédio amargo em não abordar o ex amor, talvez pela certeza que, por mais que possua gosto ruim, de que eles vivam melhor sozinhos, ou a mistura de sabores que o conto dos dois rapazes na montanha russa desperta, (você se baseou no conto “A Brincadeira” de Anton Tchekhov? Achei que sim https://entrecontos.com/2015/11/17/a-brincadeira-anton-tchekhov/ ), além da sensação agradável dos dois velhinhos vivendo a vida sem amarras, ou o cházinho da sorte para conseguir o amor, sem levar em conta outros percalços. São coisas perceptíveis, mas pode haver mais e eu não saber extrair.
Enfim, gostei bastante dos teores e de como os textos funcionam sozinhos e em contexto.
Desejo sorte neste desafio.
Saldo geral:
Sommelier, os seus contos tem aroma de mate, cada texto um golinho dessa xícara.
Tenho percebido, pelo menos nos contos que li até agora, uma cola temática que relacionam os contos. No seu caso, considero a “vontade” como o tema principal das histórias, sejam elas realizadas ou não. O amor reprimido dos meninos na montanha Russa, o casal de idosos se soltando no mundo, a covardia em não abordar uma paixão de caminho, a simpatia pela pessoa amada (um humor divertido aqui) e, fechando muito bem, a vontade inicial, o desejo primeiro, libertador, de comer o fruto do conhecimento. Os textos não me remeteram diretamente aos estímulos, o que é outro ponto positivo, pois ganharam vida própria e personalidade. São de boa qualidade, independente da origem.
Destaque:
“Com o sabor do fruto proibido ainda nos lábios, alcançou o paraíso.”
Fechou bem sua microsaga sobre o desejo, sobre a vontade. O final que aborda a origem de todos os sentimentos e dramas apresentados durante o percurso da leitura.
Parabéns e boa sorte!