Bem-vindos ao Desafio Microcontos 2021!
I – Inscrições
O desafio é aberto a quaisquer escritores que sejam, com igual orgulho e dedicação, leitores.
Para se inscrever, o participante deverá escrever de cinco a dez microcontos livremente inspirados pelos estímulos presentes no item II deste edital e enviá-los para o email desafio.entrecontos@gmail.com.
II – Microcontos
Os microcontos deverão ser inéditos.
Os microcontos deverão respeitar o limite de 300 caracteres, incluindo espaços.
Ao enviar os microcontos, o participante deverá se identificar e indicar um pseudônimo com o qual seus textos serão identificados no certame. O pseudônimo não poderá ter quaisquer referências ao nome real do autor, ou a pseudônimos usados anteriormente em desafios do site. O participante que frustrar o anonimato, seja o seu ou de outro autor, será desclassificado.
Os estímulos estão divididos em cinco categorias: palavras, fotografias, frases, ilustrações e músicas.
O participante deverá escrever um ou dois microcontos por categoria. Dessa forma, cada autor deverá apresentar um mínimo de cinco e um máximo de dez microcontos em sua inscrição.
Cada microconto deverá atender a um estímulo diferente.
Cada categoria tem quatro estímulos para que o participante escolha.
Categoria A: Palavras
Nessa categoria, os microcontos deverão conter, obrigatoriamente, a palavra escolhida como estímulo no corpo do texto.
As palavras, geradas aleatoriamente, são:
1 – Praça
2 – Pelotão
3 – Ocioso
4 – Alfândega
Categoria B: Fotografias
Abaixo as fotografias que servirão como inspirações para os microcontos. Clique nas imagens para vê-as em tela cheia.
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Categoria C: Frases
Nessa categoria, foram escolhidas citações de grandes obras da Literatura.
Os microcontos não precisam conter nenhum elemento das frases no corpo do texto.
Abaixo as citações e suas origens:
1 – Há coisas que são preciosas por não durarem. – Oscar Wilde em O Retrato de Dorian Gray.
2 – Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos. – Antoine de Saint-Exupéry em O Pequeno Príncipe.
3 – A cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança. – José Saramago em Ensaio sobre a Cegueira.
4 – O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. – Guimarães Rosa em Grande Sertão: Veredas.
Categoria D: Ilustrações
Abaixo as ilustrações que servirão como estímulos para os microcontos. Clique nas imagens para vê-as em tela cheia.
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Categoria E: Músicas
Nessa categoria foram escolhidas quatro canções da música popular brasileira.
Os microcontos não precisam conter nenhum elemento das letras no corpo do texto.
Abaixo as letras das músicas escolhidas:
1 – A Lista (Oswaldo Montenegro)
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas mentiras você condenava
Quantas você teve que cometer
Quantos defeitos sanados com o tempo eram o melhor que havia em você
Quantas canções que você não cantava, hoje assobia pra sobreviver
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você
2 – Formato Mínimo (Skank)
Começou de súbito
A festa estava mesmo ótima
Ela procurava um príncipe
Ele procurava a próxima
Ele reparou nos óculos
Ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido
E ela achou aquilo o máximo
Os lábios se tocaram ásperos
Em beijos de tirar o fôlego
Tímidos, transaram trôpegos
E ávidos, gozaram rápido
Ele procurava álibis
Ela flutuava lépida
Ele sucumbia ao pânico
E ela descansava lívida
O medo redigiu-se ínfimo
E ele percebeu a dádiva
Declarou-se dela, o súdito
Desenhou-se a história trágica
Ele, enfim, dormiu apático
Na noite segredosa e cálida
Ela despertou-se tímida
Feita do desejo, a vítima
Fugiu dali tão rápido
Caminhando passos tétricos
Amor em sua mente épico
Transformado em jogo cínico
Para ele, uma transa típica
O amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando clínico
Da triste solidão, a rubrica
3 – Todo o amor que houver nessa vida (Cazuza)
Eu quero a sorte de um amor tranquilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo o amor que houver nesta vida
E algum trocado pra dar garantia
E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia
Ser teu pão, ser tua comida
Todo o amor que houver nessa vida
E algum veneno anti monotonia
E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio o mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente não
Ser teu pão, ser tua comida
Todo o amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria
E algum remédio que me dê alegria
4 – O dia em que a terra parou (Raul Seixas)
Essa noite, eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, eu sonhei
Com o dia em que a Terra parou
Com o dia em que a Terra parou
Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo
O planeta
Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém
O empregado não saiu pro seu trabalho
Pois sabia que o patrão também não tava lá
Dona de casa não saiu pra comprar pão
Pois sabia que o padeiro também não tava lá
E o guarda não saiu para prender
Pois sabia que o ladrão também não tava lá
E o ladrão não saiu para roubar
Pois sabia que não ia ter onde gastar
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou
E nas Igrejas nem um sino a badalar
Pois sabiam que os fiéis também não tavam lá
E os fiéis não saíram pra rezar
Pois sabiam que o padre também não tava lá
E o aluno não saiu para estudar
Pois sabia o professor também não tava lá
E o professor não saiu pra lecionar
Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou
O comandante não saiu para o quartel
Pois sabia que o soldado também não tava lá
E o soldado não saiu pra ir pra guerra
Pois sabia que o inimigo também não tava lá
E o paciente não saiu pra se tratar
Pois sabia que o doutor também não tava lá
E o doutor não saiu pra medicar
Pois sabia que não tinha mais doença pra curar
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou
Essa noite, eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, acordei
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou
[D3] Durante a viagem, a menina mantinha os pés no chão, mas carregava consigo uma constelação de sentimentos.
O prazo para envio vai até às 23:59 do dia 28/03/2021, domingo, horário de brasília.
Os textos deverão ser enviados, num único documento, em arquivo .doc, .docx, ou .odt. Arquivos em .pdf não serão aceitos.
Os microcontos de cada participante serão postados juntos, na mesma ordem e formatação em que forem enviados.
É livre a inclusão de uma imagem para ilustrar o post, que deverá ser enviada juntamente com o conto, quer no mesmo arquivo, quer em arquivo separado. Essa ilustração não servirá de estímulo, será utilizada apenas para ornamentar a postagem com os micros, se assim o autor quiser. A responsabilidade sobre os direitos autorais respectivos caberá exclusivamente ao participante que indicá-la.
Os microcontos inscritos serão disponibilizados à medida que chegarem à moderação. Uma vez publicados, não será admitida revisão ou substituição.
III – Comentários
Os comentários serão abertos. Ou seja, serão liberados desde o momento da postagem — com exceção daqueles relativos à avaliação — para permitir o debate entre os participantes.
Os participantes deverão comentar todos as postagens com os microcontos do desafio, utilizando seus nomes reais.
Os comentários podem analisar cada microconto individualmente ou fazer um apanhado geral do que foi lido. É fundamental que fique claro que o comentarista leu os textos. Caso contrário, a moderação pode pedir para que o comentário seja refeito. Em caso de recusa, o participante pode ser eliminado.
É permitido ao autor do texto responder os comentários realizados em seu post; se assim optar, é obrigatório que use o seu pseudônimo.
É possível, ainda, que o autor comente no post com seus textos utilizando o nome verdadeiro, de modo a despistar a autoria.
IV – Avaliação
No dia 29/03/2021, será publicado um post de avaliação, anunciando o prazo para leitura e avaliação dos textos, levando-se em conta o número de participantes.
Nesse post, o participante deve listar seus autores favoritos, ranqueando-os em ordem de preferência. Ou seja, seu autor preferido deve vir no topo da lista, o segundo logo abaixo, e assim sucessivamente.
O número de autores que deverá ser apresentado nessa lista será definido de acordo com o total de inscritos e divulgado no post de avaliação
Ao último colocado de cada lista será atribuído 1 ponto; ao penúltimo, 2; e assim por diante. A apuração final será feita através da contagem desses pontos.
Também podem avaliar aqueles que lerem e comentarem em todas as postagens, mesmo não participando do certame como autores.
V – Resultado
Ao fim do processo de avaliação, será divulgado o resultado, que se dará pela soma de pontos alcançada por cada autor. Será divulgada uma tabela geral de classificação com todos os autores e suas respectivas notas.
Em caso de empate para alguma das três primeiras colocações, o critério de desempate será o maior número de primeiros lugares alcançados pelo conto. Persistindo o empate, o maior número de segundos; ainda persistindo, o maior número de terceiros e assim sucessivamente. Se ao fim desse processo o empate não se desfizer, a moderação decidirá.
Também serão divulgados os nomes reais dos autores.
VI – Premiação
O campeão do certame receberá um exemplar de A Segunda Natureza, de Maria Elisa S. Ribeiro, entrecontista vencedora do Desafio de Microcontos 2020, generosamente doado pela própria autora. E ainda um exemplar de Manual do escritor, do grande Roberto Klotz, que mais do que gentilmente decidiu doar livros para os três primeiros colocados!
O segundo lugar receberá o livro O voo rasante do pombo sem asas, do também entrecontista Luís Fernando Amâncio e também doado pelo autor de forma muito generosa. Além da coletânea Quase pisei!, de Roberto Klotz.
E, ao terceiro lugar, caberá outra coletânea do divertido Roberto Klotz, Pepino e farofa.
Boa escrita e leitura a todos!
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Devidamente lido.
Oh! My gosh. E alguém pensou que seria moleza.
Eu, com certeza!