“Neste dia, os meios de comunicação noticiam a morte do maior ícone da ciência moderna e descobridora da verdadeira Teoria da Criação. Aquilo que para nossos estudantes é captável em qualquer de nossos elmos científicos com extrema facilidade, não o era antes que Dagmar Buono Trama nos trouxesse luz sobre o que conhecemos agora como Teoria da Criação pela deusa.
As questões de ordem e gênero foram melhoradas desde que ela observou melhor o que parecia ser apenas ficção na ideia da destruição dos sabinos e aprisionamento das sabinas apontadas por um escritor hoje esquecido. Vale lembrar que os sabinos desse escritor não parecem ser os mesmos das lendas da antiga Roma.
Antes, o mundo divergia em diversas teorias da evolução, tendo aquela que Darwin defendia como a maior delas, em contrapartida da versão mítica da gênese bíblica. Oh, desculpem-me, esqueço que alguns realmente ainda acreditam na Bíblia como livro de fé. Perdoem-nos, amigos espectadores e menta-ouvintes do nosso fórum. Mas voltemos à Dagmar. Nascida em 2122 da era passada, este ano ela completaria 121 anos. Jovem ainda, sua luz se apaga no momento em que há o surgimento de certo obscurantismo e que algumas vozes tentam calar a nova ciência, dando voz ao velho jeito de praticar ciência, o que aqui para nós, pessoas mais cultas são apenas crenças populares.
Dagmar nasceu exatamente no ano em que a ideia de casamento, como os antepassados conheciam, deixou de existir e passamos a ter relações matrimoniais com pessoas que pensam como nós. E, por isso, convidamos alguém especial para falar sobre Dagmar, sua esposa, Salma Junqueira. Salma foi contratada, como vocês sabem, através do programa de distribuição internacional e competiu com outras trinta pessoas. Foi a escolhida. E o foi com treze milhões de votos dos espectadores! – ou melhor, menta-espectadores, como ela prefere – do canal oficial.
− Como é para você perder uma pessoa com quem conviveu nos últimos quarenta anos? Você não foi sua primeira esposa, por certo?
− Olá! Saudações científicas e boas vibrações para todos os ouvintes e menta-espectadores. Começo pela segunda resposta. Não sou sua primeira esposa, antes de mim veio Arlete Souza, que iniciou a catalogação de todo o material de pesquisa da Dagmar. E a primeira pergunta: Está sendo difícil. Até porque agora terei que conhecer outra pessoa e reiniciar todo o protocolo de conhecimento e junção de vida. E, infelizmente, ainda tenho pouco reconhecimento para ir direto trabalhar, ou melhor, casar com alguém do porte de Dagmar.
− Não acreditamos! Para nós você jamais precisará passar por um programa de observação mundial para ser esposa de algum de nossos cientistas. Este ano, alguns perderam seus parceiros de vida.
− Sim. Mas desde que a minha folha acadêmica foi liberada, pela madrugada, tive poucas visitas.
− Verdade! Agora a liberação de folha acadêmica é automatizada! Assim que um parceiro se apaga, os dados curriculares são liberados para acesso. Bem, mas falemos de Ciência… Com o ‘decesso’ de Dagmar, fica aberto o posto de reitoria da Universidade Mundial, correto? Já há apostas para a nova contratação? Quero dizer, além das que já esperávamos?”
***
A entrevista seguiu nesses parâmetros, nada novo desde que alguém resolveu misturar jornalismo com conversa fiada. Os jornalistas de alguns semanários se acham tão superiores aos menta-espectadores que acreditam que perguntar quem substitui quem na hierarquia universitária é falar de ciência. Não sabem ou não querem entabular uma conversação mais centrada no tema que eles mesmo acreditam defender.
Neste momento de perda científico não ficaria feio pontuar as conquistas da grande mulher que é entubada por decesso hoje. Não lembram que ela conseguiu com sua teoria colocar a mulher não mais no centro do debate, mas no comando do mundo, uma vez que descobriu a verdade escondida na Teoria da Evolução de Ceuci, que veio substituir a de Gaia, ultrapassada e misógina, apesar do apelo aparentemente feminino, trazia em si todas as marcas do poderio masculino.
Também não falam de sua importância para toda a reforma da comunicação que eliminou os aparelhos de abotoaduras e substituiu por elmos científicos e de entretenimento, além de ampliar o uso das lentes de captação onírica e de ondas mentais tão necessárias para a evolução do homem hodierno e a manutenção da ordem e segurança mundial. Não vemos em nenhum canal distribuidor de menta-programação dados sobre a importância de seu trabalho de linguagem que enxugou a língua mundial dos ruídos idiomáticos que nos fazia diferentes e fracos.
A colaboração de Dagmar Buono Trama nos deixou muitíssimos mais ricos e eliminou de vez todo o mal da pobreza com seu programa de ordenamento embrionário. A vida dela se apaga, mas deixa-nos iluminados por seus saberes.
***
A divagação do auxiliar de câmera do menta-canal mundial e a entrevista continuaram no mundo dos animados. Mas ambas não servem mais ao nosso propósito, afinal, com o decesso, Dagmar segue para outra realidade.
Nada de entrevista com jornalistas de pensamentos abióticos.Voltemos nossos olhos para a extinta. No mundo desconhecido desses seres pós-evoluídos aconteceria outra. Era o que os primatas da criação chamariam de juízo final.
Dagmar olhava absorta à sua volta. O lugar desconhecido, cheio de seres etéreos a olhar-lhe com misericórdia e complacência, como se ela fosse o ser raro, já a perturbava. Estava acostumada a ser olhada de baixo para cima e, quando muito, de igual para igual. Mas, ali, apesar de fixarem-na à mesma altura, ela se sentia inferior. Se ela aceitasse a ideia de pecado, sentir-se-ia imunda, herege. Mas seu caráter era humano e sua postura, apesar de ser para os outros um arremedo de igualdade, era apenas reflexo de um complexo de inferioridade recém-adquirido e mal resolvido.
Não reconhecia ninguém e por isso sabia que não estava em um sonho, Também tinha lembrança de não ter colocado as lentes de captação mental antes de se deitar. Havia algo estranho, principalmente em seu corpo, sem dor nenhuma e sem necessidade de tomar todas as “drágeas de vida” que a mantinham ativa e consciente.
De repente, um ser materializou-se à sua frente. Um homem comum, como os outros, e que despertou nos outros seres uma espécie de respeito diferenciado, algo que ela desconhecia. O homem lhe sorriu como um bom pai sorriria, embora ela nunca tivesse visto um pai em ação, sua geração desconhecia a paternidade e a maternidade, e o “esposamento” era apenas um contrato de trabalho, que poderia ou não ter benefícios físicos, que a maioria dos seus consideravam inconvenientes e que ela mantinha a mesmíssima opinião.
O homem a olhou e ela soube que ele a conhecia, totalmente, sem mentalizadores e sem aplicativos de menta-visão. De novo aquela sensação de não estar no lugar correto, passou por sua mente muito acesa. E ele sorriu.
O sorriso era uma informação! E ela captava. Entretanto informava que preferia a fala. Ela assentiu, acanhada como nunca fora.
− Então você é a doutora Ciência?
Ela assentiu, sem palavras.
− E acredita que eu não existo, que sou uma mentalização humana?
A curiosidade da cientista floresceu.
− Então és Deus!
− Pode me “tutear’, Dagmar. Não sou dado a estas coisas de hierarquia. Pode perguntar o que quiser.
As pessoas sentaram-se sobre as pernas, atentas aos dois seres que ali se encontravam. Não estavam curiosos, ela percebeu, era apenas assistência. E ela os aceitou, como fazia com os alunos da universidade que a rodeavam ávidos por comer de seu conhecimento. Porém, ali ela sabia que era apenas mais um transeunte da vida futura. Uma vida desconhecida.
− Então o senhor criou todas essas coisas, mesmo? Não é uma Teoria?
E ele não respondeu, apenas ergueu uma das mãos, enquanto a outra depositou em um menino ali sentado. E, à sua frente, o que ela reconhecia como uma espécie de céu, mas que se diferia do que conhecia enquanto animada, abriu-se algo como uma tela gigante, como as do museu do televisor, e surgiu o início de tudo. A escuridão, o primeiro dia, o segundo e até a criação do homem. E olhando fazia sentido. Ela percebia toda a Ciência que envolveu o processo, todas as estruturas do DNA e suas funções, muitas ainda desconhecidas. Reconhecia todo o mover evolutivo e emaranhado de formação do que se conhece e se determinou evoluído ou criado durante os séculos serem de novo construídos à sua frente, tão fácil para sua compreensão como a como a receita de drágeas da vida.
Na mente de Dagmar só surgia o desespero da cientista; o mundo precisava conhecer toda esta verdade. De repente um velho filósofo fazia sentido, ali diante dela estava a constatação do óbvio “As realidades mais sublimes devem ter outra origem, que lhes seja peculiar”
E o mundo “reacontecia” ali, na sua frente, destruições que a história humana e nem a Bíblia tinham contado. Mudanças na forma da terra, não essa coisa de mundo plano, redondo ou ovo de Colombo. Eram coisas muito mais sérias. O porquê de outros planetas e a explicação dos motivos que tornaram impossível um verdadeiro povoamento de alguns desses espaços. Tudo ali, à sua frente, de fácil entendimento.
A certeza de que sua ciência era só onirismo abalou suas estruturas cognitivas, que por sinal estavam tão ativas de maneira que ela nunca experimentara. E o homem que era Deus, e era como qualquer homem, sorriu com bonomia.
Dagmar implorou por voltar. Faria tudo diferente. O mundo seria melhor. E ele apenas a olhava, e seu olhar somente compreendia seu desespero. Então, ela gritou:
− Eu creio! E todos lhe sorriram como quem não lhe acreditasse e ele respondeu:
− Não crê. Apenas, festá convencida porque viu e entendeu.
− Ora, mas Tomé só creu depois de lhe tocar
Ele sorriu de novo.
− Tomé não me tocou. Tocou no Filho. E ele só duvidou de algo realmente inacreditável, a Criação é crível. Você viu e entendeu.
− Se eu não voltar, Senhor, os homens permanecerão no erro.
− Não permanecerão. Há muito mais que os sete mil do profeta, e eles mantêm acesa a fé, apesar dos pesares.
E Dagmar se perguntava em que lugar estavam. Ela sabia que não seriam ouvidos o que ela e que ela silenciado com o saber.
E ele, sabedor de seu inquietamento, lhe disse:
− Não se preocupe. No tempo certo, Ciência e Fé se ‘reabilitarão’ e todos conhecerão a verdade que agora é uma imagem difusa.
E ela insistia em palavras e pensamentos, desesperada por voltar.
− Dagmar, você não é um novo Elias, é no máximo um Lázaro e merece a resposta que ele receberia se aqui estivesse. – Mesmo se alguém ressuscitar dos mortos, não acreditarão. Os olhos deles estão fechados, Dagmar, como os seus estiveram. Os olhos estavam fechados pelo orgulho, pois lhe dei em vida todas as respostas, mas você preferia sempre acreditar apenas no que via em sonhos.
E ela precisava acreditar. Lembrava que um dia vira uma frase em uma embalagem antiga, e porque era em francês, havia decorado “du sublime au ridicule il ný aquún pas”. E era assim que ela via, antes, a Criação de tudo. Um passo além do sublime, como erroneamente traduzira da primeira vez. E não era além, era só um passo e agora via o quão belo era, e nada podia fazer para mudar o que estava feito
E, como Lázaro, ela se calou…
Horas depois, já não estava ali e nem conhecia mais seu destino, mas a voz respondia à sua constante ânsia de voltar: “Os olhos deles estão fechados, Dagmar, como os seus estiveram.” E ficou a certeza: Ele não tinha escondido nada, conhecedor do poder destrutivo do homem, não achou necessário dar-lhe a fórmula original da Criação.
Mini Glossário
Decesso – do espanhol, deceso: morrer
“du sublime au ridicule il ný aquún pas”.
Traduzido do francês:
“Do sublime ao ridículo não há mais que um passo.”
Thomas Paine,Citado por Shopenhauer
“As realidades mais sublimes devem ter outra origem, que lhes seja peculiar”.
De Cadernos de Nietzsche
Olá Elisabeth, gostaria de fazer algumas perguntas. Pode nos dizer porque resolveu escolher esse texto para participar do desafio Entre Contos?
E como surgiu o texto?
Esse foi seu primeiro texto para esse Desafio?
E como se deu a escolha do pseudônimo?
Pelo que sei Ceuci é um mito-deusa indígena brasileiro…
E não achou que fosse desrespeito usar a fé de um povo para apropriar-se de seu símbolo e utilizar com um pseudônimo?
Que mensagem quis passar?
Fale mais sobre o que há de você no texto…
Uau! Provocativa suas perguntas.
Vou ali cortar os pulsos, ops, não! Vou ali responder e já volto.
PS. Alguém escreve mais E que eu e meu professor de Morfologia que fez doutorado em E… Ah, professor errado! O de Morfologia fez mestrado em Mandioca.
Voltei.
…
Pergunta 1 inclusa na 2.
Como surgiu o texto?
Surgiu a partir de algumas leituras. Estruturei o texto em minhas notas antes do Desafio, depois de ler três textos, o primeiro foi “O Presidente Negro”, de Monteiro Lobato; o segundo, a Evolução de Gaia e o terceiro um ensaio sobre Llosa. Este último foi físico, para fazer um TCC de uma pessoa de um cliente. Então, veio o Desafio, brinquei sobre a possibilidade de participar e o pessoal aqui me incentivou. No início, embora não tenha dito, não queria, minhas experiências anteriores não foram assim tão proveitosas para minha escrita, talvez porque não tenha sabido aproveitar. A ideia de participar cresceu e resolvi arriscar. Com algo sobre a engrenagem da criação literária e tal. (mas está é sua próxima pergunta.)
Esse foi seu primeiro texto para esse Desafio?
Não foi minha primeira criação para o Desafio. Mas acreditava no potencial do que enviei. E uma curiosidade: o conto que concorreu se chamaria Distopia, mas pensei melhor e vi que não era exatamente uma distopia. Não estava problematizando nada, embora tudo o que lembra “1984” seja sim um texto que necessariamente remete à ideia de massificação cultural, controle da subjetividade a partir de dispositivos (facebook e afins na vida real e “menta-captadores” no texto).
Sobre como criei o pseudônimo.
Escolhi justamente porque como tinha lido sobre a Evolução de Gaia, não quis usar só a mitologia dos outros no nome do texto, assim, pensei em Ceuci que, como uma deusa do panteão indígena brasileiro é também defensora da lavoura e dos homens e como ela é uma deusa virgem me interessou usar seu nome como representação de brasilidade mesmo. Gaia é uma escolha óbvia, por ser a deusa mãe-terra e ser parte do estudo que estava fazendo, já Darwin foi pela Ciência mesmo, porém antes tinha pensado em Lemaître, mas como poucos conhecem o padre jesuíta Georges-Henri Lemaître como criador da ideia do Big Bang, descartei essa possibilidade. Acho que morreu de colar o pseudônimo assim como ficou…
Não achou que fosse desrespeito usar a fé de um povo para apropriar-se de seu símbolo e utilizar com um pseudônimo?
Não achei. Não sou daqueles que acreditam piamente em “apropriação cultural”, afinal somos um povo de construção multicultural dado a nossa grande miscigenação. Vejo todos os humanos como praticantes da comunicação coletiva e que nem por isso perdemos as nossas subjetividades e devemos anular a dos outros. Creio que todos temos competência suficiente para dialogar e nos comunicar com eles, mesmo que para nós ou para eles, haja elementos culturais incompreensíveis tanto no que se refere às religiões quanto no que se refere aos saberes. Hoje sabemos e entendemos, por exemplo, que alguns de nossos remédios foram experimentados antes por eles – indígenas, africanos e, qualquer povo de conhecimento oral antes de nós e da escrita. Assim, mesmo que muitos dos outros povos tenham se perpetuado pela cultura mais oral, não são mais pobres que nós em conhecimentos.
Que mensagem quis passar?
Se pensei nisso não foi de forma consciente. Não era um texto que eu queria realmente enviar, como já disse, era mais algo sobre como vi as três leituras recentes. Mas ao lê-lo, depois, de cabeça leve, vi que ele tinha possibilidades de enfrentar o Desafio e vi também que há muito de mim nele. Minhas leituras, minhas ideias, minha forma de ver a Fé e a Ciência estão ali,latentes e, quem me conhece sabe que me seduz a ideia de dizer sem dizer, tanto no texto quanto na vida.
O que há de você no texto.
Na verdade, no início, não vi muita coisa de mim no texto e nunca relaciono o que escrevo assim, embora tenha consciência que toda literatura tenha marcas de seu autor. Com o conto fui vendo depois. Foi, lendo-o e melhorando-o para deixar de ser uma crônica e se tornar um conto que ele foi me seduzindo como um texto e não como estudo. E isso quase que faz com que não o envie. Não sou uma mãe que permita tão facilmente que os filhos alcem voos, sou mais de amarrar no ninho mesmo. O que talvez seja um receio de ser despida. Psicologia barata, eu sei. E sim, reconheço que há muito de mim no texto, tanto na estrutura quanto na ideia, pois é sobre minha postura, sobre aceitar e respeitar a Ciência e as opções de qualquer um desde que esse também me respeite. É a minha forma de ver Deus mesmo, mais humano, mais divertido com nossas alucinações religiosas e científicas. Não acredito que Deus seja o Vingador permanente, acredito, por exemplo, que posso encontrar no Céu um filósofo ateu que cria piamente que Deus não existia, mas fazia a Vontade de Deus. E sim, muitos cristãos e ateus se unirão ao ler essa minha ideia por crerem que soa para uns herética e para os outros idiota, mas realmente, fora do Desafio, me interessa pouco o que os outros dizem e pensam de mim.
Espero ter satisfeito sua curiosidade e até outro dia.
Thiago, olá!
Gostei de sua análise. interessante.
Não me importo que defina meu texto como fc cristão, embora eu não tenha pensado nele assim. Agora gospel! Argh@#*%*** – hehehe.
Minha intenção não era focar em religião. era na verdade brincar com todas as possibilidades de criações, por isso um nome que envolve três teorias (religiosa cristã e indígena, científica), dois mitos e, pseudociência . Aqui, pode ser – eu disse pode ser – que sua ruptura tenha embotado sua percepção. O que não considero erro. Somos o que somos e vemos o mundo primeiro pela nossa ótica e só depois olhamos o outro, se realmente interessa.
Então… Voltando as teorias…
Pensei em uma científica obviamente Darwin, outra em respeito a todos os povos indígenas brasileiros usei uma deusa que conheço do panteão amazônico que protege homem e Terra e, por último, Gaia que mescla a proposta pseudocientífica e a Deusa de outra mitologia – a Mãe-Terra. Mas em 2000 palavras foi um atrevimento tentar isso… snif
Elisabeth
thiagocastrosouza, olá!
Gostei de sua análise. Não me importo que chame de FC cristã e tal. agora, gospel – hahahaha – magoou!
E não tive intenção de convencer ninguém de nada, mas acredito que sua posição de ruptura possa interferir na percepção de minha ideia.
No mais, já disse que gostei de sua análise.
Elisabeth
Beth, nem sei se considero como Gospel, mas usei o exemplo porque nos meus tempos de batista viviam indicando filmes com esse rótulo, o que já matava minha expectativa. Hoje, descrente, acho que desenvolvi um olhar acurado para esse tipo de obra, que já me afastam logo de cara. Você fez uma boa construção de mundo, como disse, com fôlego para uma história mais longa, porém, quando começaram a surgir as referências bíblicas e o discurso do criador, já saquei o caminho que o conto iria seguir.
Repensei, inclusive ,se deveria publicar o comentário dessa maneira. Fiquei bastante incomodado com as taxativas que recebi no meu conto Hereditário, publicado no desafio passado, por isso a cautela, mas como foi uma primeira impressão muito forte, resolvi não mexer. Peço desculpas, de verdade, se te atingi de alguma forma, como disse, fiquei até constrangido com minha análise rasa perto da fineza que foi seu comentário no meu Estações.
Um abraço do tamanho do mundo, ou de Deus!
Teoria ou verdade da Criação (Ceuci Gaia Darwin)
Comentário:
Seguindo o meu costume, procurei a ambientação do texto, tentei encaixá-lo no tempo. A narrativa desenrola-se num mundo futurista, dois séculos à frente. Interessante como o conto tem a sua apresentação semelhante à “boa nova”, traz a delicada lembrança da proclamação do Evangelho, anúncio da palavra de Jesus, Filho de Deus.
A morte de Dagmar, criadora da Teoria da Criação pela deusa, a qual “eliminou de vez todo o mal da pobreza com seu programa de ordenamento embrionário”, propiciou a entrevista que dá lugar à primeira parte do texto. Os feitos da cientista são discutidos. Cada parágrafo mostra a narrativa expondo e defendendo a nova tese da criação.
De início, o conto é rico em conteúdo, portanto, não foi feito por iniciante. A leitura, para ser completa, requer conhecimento mais profundo da própria História.
Quando o autor cita o aprisionamento das sabinas, percebi a necessidade de conhecer o assunto. E mergulhei na história deste povo da Roma antiga, e na emboscada arquitetada por Rômulo.
(Os sabinos formavam um povo itálico, que habitava nas montanhas no Lácio, próximo a Roma e a conquistou no ano de 280. O nome Sabinus deriva do deus Sancus, que tem seu significado ligado a “parentes, consanguíneos, aliados pelo sangue”. Falavam uma língua que pertencia a um sub-grupo das línguas itálicas, criavam rebanhos de vacas e ovelhas e não passam muito tempo no mesmo lugar).
E, depois, a história muda de plano. Sai da entrevista no mundo terrestre para a “entrevista” do mundo espiritual. Dagmar, agora no liame entre céu e purgatório, é colocada no debate (apaixonante) com o Criador. O derradeiro julgamento, o balanço entre ciência e fé. A descrição dos sentimentos, neste segundo momento da narrativa, tem o toque sensível e humano da vida, desnuda a liberdade desejada pela consciência de qualquer ser vivente. A fala franca, a exposição das ideias sem qualquer cerceamento. A maneira amorosa de “mostrar” aquilo que é e aquilo que pode ser. Existe um Deus de bondade, de tolerância, de aceitação, aberto a todas as divergências, sem sede de vingança, de castigo. ELE pode ser a natureza, o Deus do ateu, não exige crença. Há uma força que apenas cuida.
Ceuci, acho que, neste trecho do conto, eu conversei mais com o Criador que você. E ainda tenho perguntas a fazer! E também acho que não desejaria voltar depois de ter conhecido tantas verdades.
Enfim, um texto muito bem escrito, com argumentação entre a ciência e a filosofia, que “brinca” com a ficção de modo apaixonante. Amei!!!
O desfecho traz aquela doideira de meditação que fica, por dias, grudada nas ideias:
“Os olhos deles estão fechados, Dagmar, como os seus estiveram.” E ficou a certeza: Ele não tinha escondido nada, conhecedor do poder destrutivo do homem, não achou necessário dar-lhe a fórmula original da Criação.”
Parabéns, Ceuci Gaia Darwin! Pseudônimo modesto, não?!
Boa sorte no desafio!
Abraços…
D.a Regina!
Vontade de pegar esse comentário e colocar em um quadro! Chorei horrores com ele! Poucos comentaristas entenderam meu texto.
Elisabeth Lorena Alves
O Conto atende ao tema proposto, ao tratar o conhecimento como uma ‘engrenagem’ que pensa a criação do homem e sua evolução, como indica seu título, “Teoria ou verdade da criação”.
O Conto tem início no decorrer de um encontro acadêmico, que acontece num tempo futuro e num espaço imaginário, enquanto acontece, mais especificamente, a sessão em homenagem a uma cientista renomada que acaba de falecer. Nesse início, o Conto faz o elogio da Ciência
Após a trama que narra o evento a narrativa se desloca e passa a contar sobre a pós-realidade que Dagmar, a cientista, encontra no seu pós-mortem. Com o encontro com o Criador (Deus), que lhe revela a ‘verdade’ da criação, Dagmar é levada a questionar as teorias científicas conhecidas, seus saberes e crenças, sobre a criação e o movimento evolutivo da humanidade.
No desfecho, o Conto faz o elogio à Verdade, que sempre esteve disponível, bastando ao homem querendo acreditar. A Ciência não está além, mas a um passo, dessa verdade sublime.
Se a trama é bem articulada e a história criativa, a forma como a história é contada se revela problemática chegando a comprometer o entendimento pleno da trama e seu desenrolar. Pede reparos.
A erudição de conteúdo e linguagem – base do que se pretende contar – é o maior obstáculo porque pressupõe a mesma erudição do leitor.
Há no texto, também, falhas e erros gramaticais e de pontuação bastante sensíveis para o entendimento e acompanhamento da trama.
Os parágrafos são muito longos em que se misturam teorias do enredo e comentários do narrador. Aliás, a figura do narrador é confusa: ora parece oculto e onisciente, ora parece presente e participar da trama.
As frases também são longas, com ideias diversas intercaladas, e nem sempre a pontuação dá conta: sem o respiro de vírgulas, travessão e dois pontos, pede releitura e esforço que nem sempre são suficientes para se entender o sentido.
Assim como a pontuação, o uso inapropriado ou a ausência de termos de ligação (pronomes) e os vários erros de digitação prejudicam a apreensão das ideias e o sentido.
Andrea, grata pela leitura.
Só uma observação sobre a “erudição” de meu texto: Escrevo aqui para leitores escritores e o faço respeitando a inteligência deles. Entretanto trabalho textos autorais tanto meus como de amigos com adolescentes e sempre tenho um retorno positivo. Pena que você viu isso como um defeito.
Mesmo assim, grata por suas observações.
E. Lorena Alves.
Olá, Ceuci.
Resumo da história:
Dagmar, fantástica cientista que desenvolveu uma nova teoria da criação e que acabou por moldar o mundo, morreu. No plano pós-morte ela se encontra com Deus e esse mostra a ela toda a ciência e todos os detalhes desconhecidos por ela, que infelizmente, não pode reencarnar e compartilhar seu novo conhecimento.
Análise do conto:
O texto tem um worldbuilding benfeito e imaginativo. É interessante por expor com naturalidade relações sem restrições de gênero e por criar uma espécie de pós-sociedade moldada ao redor da nova ciência. Como bom ateu, não gostei muito do rumo da história, preferiria até outros desdobramentos, pois acaba-se por revelar apenas que Deus gosta de jogar com os humanos. Mas a história é a sua história, e não me cabe levá-la para um lado ou outro que eu prefira.
A escrita foi boa, os diálogos foram bons. O resultado como um todo foi positivo tbm.
Abraços e boa sorte no desafio!
Grata, Rubem.
Poxa, quis acreditar que minha visão de Deus fosse mais clara, mas pena que não consegui. E não era um conto evangelístico, logo, sua síntese me interessa e a abraço com carinho: “A escrita foi boa, os diálogos foram bons. O resultado como um todo foi positivo tbm.”
E Lorena Alves
Olá, Ceuci!
Seu conto é muito interessante! O tema me agrada muito!
O começo, confesso, foi difícil de acompanhar, toda a linguagem da FC, e o distanciamento da personagem deixaram um pouquinho arrastado, mas foi engrenando e no final já lia completamente interessada.
O conto precisa de uma revisão, coisa pouca, palavras repetidas e letras a mais e a menos, coisas de digitação e pressa de mandar, acredito. Uma leitura atenta, em voz alta, resolverá, certamente, o problema.
Gostei muito da parte do encontro com Deus e de como Dagmar reconheceu a verdade e como cientista quis voltar e abrir os olhos do povo, mas já era tarde demais. Imagino que muitas pessoas não vão gostar muito do texto, é uma pena.
Parabéns pela participação e pela ousadia!
Boa sorte 😘
Grata, Priscila. Parabéns pela vitória.
Vou revisar.
Elisabeth Lorena Alves
Muito interessante, uma mistura de ficção científica, com distopia e um toque espiritualista. Gostei dessa imagem tranquila de deus. Realmente, esses embates entre ciência e fé rendem histórias bem bacanas. Acho que seu conto caberia bem em mais palavras, que permitissem desenvolver as ideias com mais calma. Senti falta de mais detalhes, de um desenho mnais claro desse mundo futurista que pareceu tão interessante. Muito bom!
Olá, Kelly.
Lindinho seu comentário.
Talvez o melhore…
Elisabeth
Eu sempre achei que o primeiro parágrafo de um texto curto tinha que ter um gancho que agarrasse o leitor logo de cara. Começar o texto meio que em formato de notícia, tem o efeito contrário. É meio que tentar chegar à praia e ter que passar pela arrebentação primeiro. Ainda mais porque a linguagem do início está muito pesada, o que dificulta mais.
Fiquei com uma sensação de estar a assistir a aula de teoria expositiva.
Oi, Eduardo, pena que não lhe alcancei…
Elisabeth
Em época futura, cientista apresenta teoria da criação totalmente aceita pela coletividade. Ao morrer, ela se encontra com Deus e percebe que errou; quer voltar para abrir os olhos da humanidade, mas não lhe é permitido.
Um história complexa narrada em estilo rebuscado, mas a trama fica visível e não obscura com em alguns textos desse tipo. Leitura difícil, mas compreensível. Gostei bastante da ambientação; fiquei um pouco confusa em alguns trechos. Teorias são sempre complicadas, ainda mais as religiosas e filosóficas.
Parabéns pela participação! Sorte. Abraço.
Fheluany Nogueira.
Grata por sua leitura.
Elisabeth
Vamos ver se entendi esse conto; Dagmar, uma cientista, baseada nos estudos de Darwin, cria uma nova sociedade com novas tecnologias, renegando o Criacionismo. Reforma a comunicação, (novas máquinas?) Leis, Usos e Costumes, como o casamento, etc. e tal, dando evidencia ao Livre Arbítrio.
Quando ela morre, vai para o “céu”, onde encontra Deus e dialoga com ele. Descobre então, que a bíblia tinha razão (Recomendo o livro, E A Bíblia Tinha Razão, de Werner Keller). Deus mostra a ela, como criou o mundo e o ser humano.
Com essa Revelação, Dagmar deseja voltar ao corpo físico, ao mundo material e “fazer diferente”. Nesse ponto, me parece que o trabalho dela foi inútil. Depende desse inútil. Se a Humanidade se tornou mais feliz com a “criação” dela, por que modificar? Abolir a Ciência, ou estabelecer união entre Ciência e Religião?
Fiquei meio em dúvida sobre o mote do conto. De qualquer forma é um bom trabalho, uma boa ideia incluir citações. Boa sorte.
Olá, Antonio.
Bem, só uma coisinha, ela não usa Darwin. Ela se baseia em uma distopia que se apropria do mito do sequestro das Sabinas. A ideia é melhor aproveitada por um escritor brasileiro que ultimamente tem sido cancelado: Monteiro Lobato. Eu só fiz uma nova releitura, até porque não sou tão esquizofrênica assim para me comparar com o pai da Emília.
Elisabeth
Em tempo, adoro que me indique livros! Obrigada!
Olá, como vai?
Primeiramente, não serão considerados gosto pessoal e nem adequação ao tema, já que o mesmo passou a ter entendimento extremamente esparso. Para evitar injustiças por não compreender que o autor fez uso dos termos escolhidos, ainda que em sentido figurado, subjetivo, entenderei que todos os contos terão os pontos correspondentes a este quesito.
A minha avaliação é sob a ótica de um mero leitor, pois não tenho qualquer formação na área. Irei levar em questão aquilo que entendo por “qualidade” da obra como um todo, buscando entender referências, mensagens ocultas e dar algumas sugestões, se achar necessário.
Agora, meus comentários sobre o seu conto:
Eu não gostei muito quando li a primeira vez. Achei-o confuso, um tanto “panfletário” (quase um manifesto do “mundo matriarcal”), pelo menos na primeira parte. Para evitar ao máximo ser injusto em minha avaliação, fiz uma segunda leitura, com mais calma e mais atenção. Sim, o conto me agradou um pouco mais e também pude entendê-lo melhor.
Ainda fiquei meio “assim” com o quê Dagmar realmente acreditava. Primeiro, é dito que ela defendia uma teoria criacionista envolvendo uma “deusa”, mas aí ela se encontra com o deus cristão e se dá conta de que ele existe mesmo. Duas coisas aí não me convenceram no conto: a tentativa de explicar esta ciência misturada com um tipo de “esoterismo” e, posteriormente, o diálogo dela com “Deus”. Quer dizer, ela passa a aceitar sua existência ao se deparar com sua real figura, sendo este o procedimento de qualquer mente extremamente racional e cética. Mas aí este “Deus” parece ter dado uma “lição de moral” nela e isso não me convenceu, mesmo.
Por fim, o conto tá correto, sem erros, coeso. Nada que tenha me deixado surpreendido, mas bem escrito. Só não me agradou muito a condução em algumas partes, mas aqui é só questão de gosto e não questionando a qualidade.
Boa sorte.
Renato.
Uma coisa não me convenceu: Sua Bipolaridade manifestada nos comentários que seguem: “Primeiramente, não serão considerados gosto pessoal” (…)
“Eu não gostei muito quando li a primeira vez.”
Hehehe
Elisabeth
Meu gosto não será considerado para a nota. Se eu digo que gostei ou não do conto, o que vai contar mesmo para a minha nota será a qualidade da obra.
Tá, eu sou uma mente confusa… quase sempre.
Olá, Ceuci Gaia Darwin.
Tive que reler seu conto algumas vezes para apreender bem a trama e o sentido do texto. Acho que consegui em parte, rs.
Para tirar isso logo do caminho, tenho que dizer que algumas falhas de revisão me incomodaram. Não costumo dar muita atenção a esse ponto e é claro que você tem domínio da língua. Os erros que passaram foram muito banais e simples de identificar, até por isso meu incômodo. Os que notei:
“tão fácil para sua compreensão como a como a receita de drágeas da vida” – Repetição de “como a”
“Apenas, festá convencida porque viu e entendeu.” – festá ao invés de está
“Ela sabia que não seriam ouvidos o que ela e que ela silenciado com o saber.” – Nem sei dizer onde está o erro, mas a frase é incompreensível para mim, rs.
Enfim, são erros tolos, não comprometem. Mas uma revisão um pouco mais atenta já os teria sanado.
Deixando essa questão de lado, vamos ao enredo.
Como eu disse, tive que reler o conto algumas vezes. Mas só o fiz porque a narrativa me cativou. Gosto quando vejo uma construção de universo tão rica, diferente e imaginativa. Talvez até pelo pouco espaço que o limite de palavras deixou, vemos apenas uma pequena parte desse mundo. Gostei que o texto não perde muito tempo com explicações desnecessárias. Apenas na parte final da entrevista achei as falas um tanto artificiais e explicativas. Mas logo o pensamento do auxiliar do câmera justifica esse tom.
Aliás, achei curiosa a forma como você separa as três partes do conto. A primeira é bastante imaginativa e nos mergulha nesse universo que você criou, cheio de peculiaridades e termos estranhos que fiquei tentando entender. A segunda é curiosa, um pensamento de uma pessoa quase aleatória. Mas não gostei tanto. É por demais explicativa, servindo somente ao leitor, não acrescentando nada à trama. Mas não deixou de ser um recurso interessante, termos acesso ao pensamento de um personagem tão “secundário”. A terceira é o clímax da narrativa e justifica as duas primeiras. Uma excelente ideia e muito bem conduzida.
Essa terceira parte me deixou bastante intrigado. O conto dá uma guinada em direção a uma defesa da fé cristã – aliás, é preciso ressaltar aqui que a teoria da evolução e o criacionismo não são mutuamente excludentes, como o texto fez parecer – mas é uma guinada bastante discutível, rs.
Vemos Dagmar arrependida de suas ideias e querendo voltar ao mundo dos vivos ao perceber que Deus realmente existe. Mas, bom, ela havia criado uma utopia no mundo dos vivos. Suas ideias geraram uma sociedade muito mais evoluída e inclusive erradicaram a pobreza. As pessoas também viviam bem mais, Dagmar era considerada jovem para morrer mesmo depois dos cem anos. Uma sociedade bem mais fria, é verdade. Mas aparentemente muito mais próxima do ideal do que a nossa. Dessa forma a mensagem fica um tanto contraditória. O que me faz gostar mais dela, rs.
Outra coisa curiosa é que o comportamento de Deus não parece ser muito condizente com a imagem que temos dele. Ele parece quase cruel com Dagmar. E uma fala me soa particularmente estranha: − Dagmar, você não é um novo Elias, é no máximo um Lázaro e merece a resposta que ele receberia se aqui estivesse.
Nesse trecho Deus parece fazer uma certa distinção de superioridade entre Elias e Lázaro. É muito esquisito ver Deus falando que alguém vai ser “no máximo um Lázaro”, como se colocasse Lázaro e esse alguém como inferiores. Parece o oposto da ideia que temos de Deus. Ao menos da do senso comum. Talvez você tenha um tipo de conhecimento sobre a Bíblia que eu não tenho e esse Deus faça sentido. É bem possível. Mas pra mim essa figura foi um tanto contraditória e intrigante.
Fiquei pensando se ela realmente encontrou com Deus ou se tudo não passou de um delírio, um sonho. O conto fala bastante sobre sonhos, seria uma possibilidade interessante. Difícil imaginar que ramificações haveria nesse universo. A explicação sobre o porquê de Deus não ter dado a fórmula da criação não pareceu muito lógica. Um salto de raciocínio que não consegui acompanhar. Mas talvez só vendo o que Dagmar viu para entender.
Enfim, não tenho muitas certezas sobre o conto. Mas gosto das possibilidades e sobretudo da reflexão que ele traz. É uma característica das boas ficções científicas. Como também é deixar o leitor curioso, querendo saber mais sobre cada detalhe do funcionamento do universo retratado, o que também senti aqui.
Não é um conto perfeito, é um bocado irregular. A primeira parte é instigante, a segunda se perde num pensamento sem muita relevância, mas a terceira vale a viagem. De forma geral, gostei. Muito criativo e diferente. Espero ler mais coisas suas por aqui.
Abraço!
Olá, Bruno.
Pontos interessantes de sua crítica:
1 – “Mas não gostei tanto. É por demais explicativa, servindo somente ao leitor, não acrescentando nada à trama. ”
Vou considerar. Reli algumas vezes e achei que tinha conseguido evitar a coisa de ajudar o leitor em demasia. Obrigada.
2 – Você o gato no pulo quando disse: “ela havia criado uma utopia no mundo dos vivos.” Essa era minha intenção ao elaborar o texto. Não é exatamente falar e contestar a Ciência – que eu apoio e respeito, é falar de coisas geradas sem real embasamento científico.
3 – Em uma distopia e, para não generalizar usarei um quase aqui, nas ficções científicas que é o espaço que meu texto está inserido, quase sempre se alcança ” uma sociedade muito mais evoluída” e ainda há mostras de que “erradicaram a pobreza” e, infelizmente não sabemos como. Então não sei se é elogiável.
4 – Se eu soubesse a resposta para seu questionamento, eu seria Dagmar e detestaria ser ela porque esse nome é uma espécie de descarrego de violências escolares e suas consequências, então fico devendo “A explicação sobre o porquê de Deus não ter dado a fórmula da criação” para ele.
Para efeito do texto, parti da premissa de que não posso dizer o que ela viu – hehehe.
E agora, vamos à vacina?
Abraços
Elisabeth
Uma história datada de um futuro incerto onde celebram a vida e a obra da recém falecida Dagmar Buono Trama, cientista que desenvolveu uma teoria sobre a criação das espécies e, aparentemente, aceita como definitiva. Tais eventos fazem parte de uma transmissão jornalística na plataforma agora em uso. Entrevistam a esposa da falecida, discorrem sobre a estrutura da sociedade e suas relações e se perde na conversa fiada como bem declara o texto. Corta para outro plano onde Dagmar encontra Deus e desenrolamos mais um diálogo especulativo. Dagmar deseja voltar e contar a novidade, mas não é atendida.
O conto é construído sobre um oceano de especulação, coisas soltas, pensamentos filosóficos e no final prevalece a visão do autor por uma narrativa bíblica. Aqui onde estamos, não cabe mais a visão da qualidade das escritas, todos os trabalhos que li, são primorosos. O que procuro e não tenho encontrado é a capacidade de elaboração de um enredo bem tramado e de narrativas envolventes. Para mim, todas essas divagações e reflexões não colaboram para isso. Boa sorte.
Prezado Entrecontista:
Para este desafio, resolvi adotar uma metodologia avaliativa do material considerando três quesitos: PREMISSA (ou Ideia), ENREDO (ou Construção) e RESULTADO (ou Efeito). Espero contribuir com meu comentário para o aperfeiçoamento do seu conto, e qualquer crítica é mera sugestão ou opinião. Não estou julgando o AUTOR, mas o produto do seu esforço. É como se estivéssemos num leilão silencioso de obras de arte, só que em vez de oferta, estamos depositando comentários sem saber de quem é a autoria. Portanto, veja também estas observações como anotações de um anônimo diante da sua Obra.
DR
Comentários:
PREMISSA: a construção distópica sobre uma cientista, falecida, que construiu uma nova teoria da gênese humana, e o conflito gerado pelo encontro de sua companheira com um Ser Criador, em total oposição ao que pregava a cientista do futuro, possibilita ao leitor questionamentos metafísicos que a maioria das FC não realiza a contento. O deslumbre do futuro não é gratuito, mas traz uma discussão filosófica sobre o presente.
ENREDO: o autor criou um interessante preâmbulo por meio de uma entrevista jornalística, onde nos fornece os principais dados da história, e isso foi bem interessante. Foi possível ali “entregar” as regras de mundo novo, que ainda que sejam muitas, são realmente necessárias para ilustrar o tempo em que ocorre a história. Acho que o texto perdeu um pouco de pique quando inicia-se o colóquio entre o Criador e a Criatura, pela argumentação que procura “insinuar” que Ciência e Fé serão convergentes.
RESULTADO: dentre as FCs da primeira leitura, foi a que mais me agradou em forma e conteúdo. Apenas, como opinião, dispensaria o glossário e a tradução (como não sabia que tinha, fui pesquisando ao longo do texto).
Sucesso no Desafio!!
Olá, danielreis1973
Grata por sua leitora, pelos apontamentos e pelo elogio.
Sobre o Glossário ando querendo utilizá-lo em tudo porque tem hora que as pessoas não entendem e aqui no EC muitos comentaristas não acham necessário pesquisar o que não entendem e, acho que isso acaba empobrecendo a análise. Foi só uma ajuda aos mais curiosos.
Grata
Elisabeth
Olá. Acabei de ler pela segunda vez o seu texto, que se passa num futuro pouco distante, no qual um cientista formula uma segunda teoria da criação, na qual funde a Bíblia com a Ciência. Penso que foi este o objectivo do autor com este texto. A ideia , a seu assim, merece todo o mérito. Pessoalmente, acredito que um dia vai fazer algo do género, reabilitando a ciência e mostrando às pessoas que os mecanismos da vida são suficientes para serem reverenciados. Tal como acontecia nas religiões antigas, onde a Deusa, a Mãe Natureza, tomava o lugar de destaque.
Se a ideia é interessante, o texto foi feito de uma forma hermética, sem conseguir uma grande ligação ao leitor. Não encontrei erros, para além de alguma pontuação incoerente (nomeadamente Aspas e Plicas – “ e ‘ ).
Olá, Jorge Santos
Grata pela leitura.
Legal a percepção de a Deusa, a Mãe Natureza, realmente usei um pouco de tudo.
Vou acertar as incoerências gramaticais.
Até
Elisabeth
Resumo: Bate papo descontraído entre Dagmar(esposa) e jornalista mesclam-se em uma entrevista que fala dos conceitos da criação.
Pontos fortes do texto: Não vi, não gostei, não entendi.
Pontos fracos: Dagmar é homem ou mulher? Se entendi bem trata-se de uma cientista famosa que fez estudos durante a vida e desenvolveu teorias sobre a criação. Os estudos apontam para uma analogia aos conceitos bíblicos, ideologias e filosofias pouco entendidas pelo homem moderno. O texto cita a morte de Dagmar. De-repente ela materializa-se frente ao entrevistador que está entrevistando sua atual esposa. Dagmar vai respondendo com sua ideologia de vida apesar dos pós morte evidenciado.
Comentário Geral: Caro autor(a). Com que intenção a entrevista foi realizada? Me pareceu vazia a ideia de simplesmente falar do assunto criação e ponto final. Eu não vi no texto uma ligação forte com o tema. A personagem não me sensibilizou. Pareceu ser até depois de morta a pessoa mais chata já existente. Gosto de filosofia, mas não sei se captei bem a mensagem oculta do seu texto.
Boa sorte no desafio.
Olá, Fábio
Pena que não gostou deste meu texto. Tenho boas lembranças de outro comentário seu…
será que me vinguei assim da falecida Dagmar real? Não era intenção, era só para liberar minha alma da dela…
Elisabeth
O conto está bem escrito, mas o enredo não me cativou. Não me ficou muito claro o propósito do autor com a história que decidiu contar. A transição entre os capítulos não me agradou. Alguns personagem não me pareceram úteis ao enredo, o mesmo se dando com algumas cenas. Talvez a história tenha ficado compactada demais em duas mil palavras.
Olá, Anderson
Valeu a leitura e pena que não te alcancei.
Elisabeth
Ei, Ceuci Gaia Darwin, cá estou eu a navegar pela sua teoria da verdade da criação lá no futuro. Realmente uma viagem, né? A famosa cientista Dagmar morre e se encontra com o Todo Poderoso. Meu Deus! Ela que, como cientista, não acreditava. Sim, a sua narrativa está totalmente dentro do tema. Trata-se, efetivamente, da criação. Achei legal quando ela diz para o Senhor que crê e Ele lhe contesta que diante dele não caberia a fé, eis que o estava vendo. Também achei legal que colocasse um mini glossário para ajudar no final. Agora, achei que a sua história ficou devendo um pouco para mim, sabe? Não senti um arrebatamento, um encantamento com ela. Foi uma leitura normal de um conto normal o que já é bem bom, né? Depois, Ceuci, valerá a pena você dar uma última passada de olhos no texto. Há alguns detalhes que, na minha opinião, necessitam de algum acerto. Fica com o meu abraço e boa sorte.
Olá, Fernando!
Melhor leitura normal do que odiei, é fato.
Vou ver as arestas no filhote.
Obrigada
Elisabeth
Conto de ficção científica que aborda o eterno embate Ciência x Fé através da personagem Dagmar, cientista de renome que se encontra do lado além túmulo, no seu processo post mortem.
A linguagem empregada é clara, simples e às vezes apresenta um tom técnico/científico para se adequar à trama criada.
Falhas de revisão decorrentes de provável pressa.
– festá convencida > está convencida
– Ela sabia que não seriam ouvidos o que ela e que ela silenciado com o saber. > esta frase ficou bem confusa.
Ficção científica não é minha preferência, mas agrega muitos admiradores. Não sei se o[a] autor[a] sentiu a necessidade de explicar a trajetória da protagonista Dagmar, mas achei a entrevista com a sua viúva um pouco cansativa e sem propósito. Talvez para demonstrar como funcionava a sociedade retratada, mas achei que essa passagem desacelerou a leitura.
O tema Criação foi abordado, com certeza.
Boa sorte.
Snif, angst447
Triste quando quem admiramos diz que não foi com a cara de nosso filhote!
Valeu a leitura
Elisabeth Lorena Alves
Não quis dizer que a carinha do seu filhote é feia, longe disso. Eu é que não sou a leitora adequada para contos de FC. Mas é um bom texto. Beijos.
Uma leitura difusa em que a última parte redime as primeiras, mas por si só não faz da estória lida algo mais interessante, apesar do potencial apresentado. Para ser mais específico sobre o que quis apontar com essa crítica introdutória, escrevo mais: acredito que a primeira e a segunda parte do conto se preocuparam muito em explicar e conceituar, dotando de um desconfortável peso expositivo essa parte inicial do conto. Como consequência, tanto os diálogos como o pensamento do indivíduo atrás da câmera soaram artificiais, como se quisessem passar uma informação mais do que importassem verdadeiramente para a estória. E o que é essa estória? A princípio caminha para ser sobre o impacto da morte dessa grandiosa cientista, mas ultimamente a verdadeira história aparece na conversa entre essa pesquisadora e Deus, ali diante dela como prova irrefutável e metafísica de que todas suas conclusões estavam erradas. Esse foi, com toda certeza, o clímax do conto. Com toda a expectativa que foi construída em torno dessa personagem, equiparada praticamente à verdade e cujo ego é destacado nas primeiras linhas que a introduzem, vê-la diante de alguém muito mais poderoso e que a desmente por completo me fez querer saber o que guardavam as linhas seguintes. O diálogo é interessante, o novo dilema da personagem a enobrece e renova a tensão… mas então o conto acaba. É de se argumentar que parte do que se aprendeu sobre a protagonista veio justamente na introdução do conto, mas por reparar que o autor ou autora tem um bom domínio da escrita, sei que estava ao alcance uma forma mais ágil de introduzir a importância dessa personagem e simultaneamente dispor “o que está em jogo” no seu encontro com o Criador sem se delongar tanto em uma ambientação que, ao invés de acomodar o leitor, incomodou pela artificialidade com que foi feita.
Boa sorte!
Olá, Pedro Paulo.
Prolixa!
Doeu!
Elisabeth
Teoria ou verdade da criação
Olá, autor.
Fiquei bem surpresa ao ler o seu texto. Gostei muito da ousadia ao lidar com o tema “criação” de modo não tão bem aceito nesse meio. Gostaria de dar-lhe nota máxima por isso, mas não posso, uma vez que encontrei, além da ousadia, algumas questões que poderiam ter sido melhor desenvolvidas (na minha percepção, lógico).
Critério de avaliação CRI (Coesão, Ritmo e Impacto)
Coesão – Entendi que o texto contém uma crítica ao cientificismo e ao modo fanático e pouco plural como os meios de comunicação lidam com os temas hoje em dia. Na minha percepção, o conto traz a queda da soberba humana como um centro possível. Percebi essa questão quando terminei tudo, mas, existem, em especial no início, partes que deixam o leitor perdido, tateando em busca do X da questão. E isso acaba por prejudicar o foco num texto tão curto. E quanto à ordem temporal, não ficou bem esclarecido, já que ela está numa entrevista e de repente, sem um aviso ao leitor, ela já está morta ou viva em outro plano.
Ritmo – A linguagem corrida, em frases longas, me assustou no início, até eu perceber que tratava-se de um anúncio jornalístico. Não consegui entender a razão de separar o trecho do meio. Era de outro personagem? Logo, algumas dessas questões atravancaram um pouco a leitura.
Impacto – Como disse, gostei bastante da ideia de trazer, num tempo que ainda virá (e acredito que está próximo), uma sociedade ainda mais autômata, imbecilizante e fanática como a que estamos vivendo. Colocar as diversas teorias num mesmo texto é um acerto conceitual, uma vez que todas são TEORIAS (uma tentativa de explicar a realidade, não A própria realidade) e nenhuma consegue bater martelo sobre o início, menos ainda o fim das coisas. Espero ter conseguido compreender boa parte do seu texto. Acho que a inserção de alguma referência mais clara no início poderia sanar alguns dos problemas que EU encontrei. Gostei também do mini glossário. Não é comum por aqui, mas ajudou bastante.
Um abraço
Olá, Luciana.
Gostei de sua leitura. Captou o essencial. Minha ojeriza a alguns jornalistas, o desespero do cientificismo que acaba por deturpar a importância da verdadeira Ciência.
Agora, há algo que não captou e sei que foi pelo parco espaço da escrita e não por sua leitura. Ela não está viva em nenhum momento.
Gostei de seu comentário, é inteligente e tem base.
Elisabeth Lorena Alves
Oh! Realmente não captei isso. De que não estava viva. Peço desculpas pela falha.
Primeiramente, parabéns pela coragem de criar uma história futurista de ficção científica em apenas 2.000 palavras. Pra mim, seria muito difícil montar um mundo coerente e interessante em tão pouco espaço, mas você conseguiu! Eu realmente gostei muito da história e do universo em que ela se passa. dá vontade de ler mais, saber mais detalhes. É trabalho para um romance completo. Porém, realmente o trabalho de montar um universo em um conto gera um pouco de infodump e isso é um pouco monótono de ler, especialmente nos primeiros parágrafos. Um ponto positivo foram as referências bíblicas, que realmente enriquecem a narrativa e geram um elo entre o mundo conhecido e o mundo inventado. Finalmente, parabéns pela criatividade. Vejo que em você esse atributo transborda!
Felipe Lomar, olá!
Obrigada pelos elogios e não foi fácil cortar esse texto para caber em 2000 palavras. Que bom que para você consegui criar o novo universo de forma inteligível e crível.
Elisabeth Lorena Alves
Criação: No futuro, hipoteticamente dominado pela ciência, uma grande cientista morre e vai se encontra com o criador, assiste um filminho sobre a criação e passa a acreditar na existência de Deus. Leva uma bronca e fica de castigo sem poder voltar para “consertar” sua teoria.
Engrenagem: A ambientação futurística inicial ficou muito boa e as relações sociais bem nítidas. O vocabulário deu um charme esquisitão ao conto. O fluxo pode melhorar, pois palavras e ideias repetidas, além da pontuação longa, tirou a velocidade do texto. Cabe revisão.
Destaque: “No tempo certo, Ciência e Fé se ‘reabilitarão’ e todos conhecerão a verdade que agora é uma imagem difusa.” – Distopia interessante; ousada até.
Catarina Cunha, olá!
Gostei de sua crítica e sim há muito a melhorar e vou pensar com carinho nessa possibilidade…
Elisabeth
Olá, Ceuci.
Enquadraria seu texto como uma Ficção científica cristã. Talvez esteja errado em ser tão taxativo e não quero cair no erro de estigmatizado teu conto como fizeram com o meu no último desafio, mas para mim, houve uma defesa de ideias bastante clara, em prol da fé cristã e da possibilidade de reconciliar fé e ciência.
Há um universo elaborado, futurístico, onde as relações humanas não são mais do que contratos e impera um saber tecnológico e científico que beira o soberbo. O mundo está unificado culturalmente e interligado devido à essa evolução. Gostei da premissa, mas pela proposta do desafio, de até 2000 palavras, achei o texto carregado demais numa primeira leitura, com informações sobre esse futuro, e toda essa primeira parte do jornalista objetivando contextualizar o leitor. Por outro lado, a morte da protagonista tratada de forma tão burocrática e ordeira, revela as características desse futuro que você inventou.
Tive um pequeno incômodo na discussão das ideias, mais pelo contraponto entre Darwin e o criacionismo bíblico, que não se apresentam como antagônicos, a não ser para os defensores da segunda teoria ou do design inteligente. A teoria da evolução discute como a vida se diversifica, transforma e varia na terra através da seleção natural; nada tem que ver com a origem do universo. Até então, cria que haveria uma conclusão com uma reflexão mais aprofundada sobre fé e a ciência, mas achei o tom final apologético, pendendo para a reconciliação entre fé e ciência, ou melhor, da ciência confirmando, mesmo que de forma não esclarecida, a prudência da fé Cristã.
O que me afasta de qualquer obra rotulada como gospel, principalmente na ficção, é que eu sei o caminho final que a narrativa vai tomar, pois geralmente é o mesmo: de convencer o espectador ou leitor de que o cristianismo é o melhor caminho.
Claro que analiso tudo isso a partir da minha própria experiência com a fé cristã, que é de ruptura, o que não faz com que eu destaque positivamente o universo que criou e a forma como conduz o final da personagem. Os temas do desafio foram abordados, tanto no maquinário tecnológico apresentado como na discussão sobre a Criação. Acho que você tem em mãos um bom argumento para um romance.
Grande abraço!
Voltei para corrigir um trechinho final, além de ter escrito Terra com t minúsculo. No último parágrafo, gostaria de corrigir e apontar que destaco positivamente a criação desse universo e a forma como conduz o final da personagem. Relendo, percebi que a construção da frase estava equivocada. É isso.
Tudo de bom!