Ele dormiu novamente na cadeira. Esse ser humano desprezível que eu tenho a insatisfação de chamar de servo dormiu novamente. Parece que é tudo que ele sabe fazer: comer, dormir, apertar os botões numa máquina com tela, andar na máquina com rodas, comer novamente e dormir depois de mexer na máquina com tela mais uma vez.
Até que acredito ser interessante observar esse ser bípede, enquanto faço meu asseio matinal. Imagino que ele seja extremamente carente da minha companhia, senão não fecharia todas as portas dessa casa minúscula para evitar que eu saia durante o anoitecer.
Passeio pela máquina estranha em cima do birô, enquanto o servo ronca tão alto quanto gritaria se estivessem esmagando seu intestino. Posiciono-me em frente àquela tela brilhante, um pouco suja de poeira e digitais humanas e percebo que existem muitos caracteres da língua humana enfileirados um ao lado do outro. Parece muito com que o cara do programa da outra máquina que fala estava dizendo um tempo atrás… Como ele chamou mesmo? Texto? Acredito ser isso. Não é que o servo estava escrevendo seus pensamentos mais estúpidos para sua posteridade…
Enquanto me viro e volto a me posicionar melhor, vejo que meus pés de alguma forma colocaram mais “texto” na tela… Até que desperta uma estranha sensação de prazer, penso movendo meus bigodes. Decido que irei sabotar esse pequeno, porém adulto humano e ver como ele vai reagir…
Deixe-me pensar…
Eu poderia derramar a xícara com o líquido marrom escuro que ele está sempre carregando consigo e que estupidamente deixou ao lado da máquina estranha… Isso seria nefasto… Mas não o suficiente. A máquina que fala já mostrou experimentos como esse com humanos… Ah! Magnífico! Eu poderia derramar o líquido na calça do humano… Olho para a tela brilhante novamente e tenho uma epifania.
Não…
Não!
Sim!
Sim! É isso mesmo. Mas é um plano elaborado, demorado, manipulador… Envolverá outros humanos desprezíveis… Eh, Estou entediado mesmo… Vai ser isso. Desço agilmente para o chão resistindo ao impulso de derramar o líquido no humano e vou para a sala, onde o controle da máquina que fala está sempre perto. Subo no estofado macio e aperto os botões aleatoriamente até a tela acender. Acende. Aperto novamente até que chegue no homem que fala “texto”. Infelizmente esse plano me fará ter que realmente prestar atenção nas palavras que os humanos dizem…
Um enorme tempo após rodar por todos os botões, finalmente o humano desprezível que fala “texto” aparece na tela: ele tem um quadro negro, que seria uma delícia de deslizar as unhas até aquele som maravilhoso de gente sendo torturada seja completado… Prazeroso! Concentro-me e tento processar todas as pocilgas verbais que ele despeja.
“A palavra é unidade da língua escrita, que está entre dois espaços em branco, ou entre um espaço em branco e sinal de pontuação”.
Não entendo bulhufas. Mas persisto. Meu servo me traz leite e falo para que ele me traga salmão, mas o cérebro atrasado dele não o permite entender, coitado… Ele sai para andar na máquina de rodas e me deixa trancado um dia a mais.
Reviro meus olhos e bigodes e continuo o martírio que exige a continuação do meu plano intenso.
Quando o humano volta, traz consigo sua máquina com botões e a coloca no birô. Espero ele abrir as “páginas”, (segundo o que o homem que fala “texto” ensinou) em que está trabalhando, coitado, em vão. Ele o faz e deito em minha almofada até que ele durma novamente na cadeira.
Não demora muito e a baba dele já escorre até o pescoço. Subo em seu colo, depois na superfície do birô e contemplo o cenário do meu plano calamitoso.
Agora o mundo conhecerá toda a sabedoria que minha espécie superior tem a oferecer, mas antes leio com minhas recém-adquiridas habilidades cedidas pelo cara da máquina que fala, toda a baboseira que o humano havia escrito antes:
“O questionamento que nos assola desde o começo da nossa existência e nos angustia eternamente é saber o significado da vida. Quem somos nós? Por que estamos aqui? Qual a verdadeira forma de nos relacionarmos com o mundo? Não existe consenso a respeito da verdade… Até tentamos através da Filosofia, onde na Antiguidade o sentido da vida era a aquisição de felicidade e cada filósofo tentava defini-la de um modo diferente. Hoje temos as religiões que variam de observar as leis divinas à busca pela paz e a prática de boas ações. Nos filmes e livros atuais, o sentido da vida é 42, não existe ou é o que cada um quiser. Portanto, essa tese de doutorado propõe estudar o sentido da vida para agregar valor aos estudos filosóficos e científicos deste século”.
Meus olhos verdes arderam lendo toda aquela porcaria. Então o humano só quer saber o sentido da vida? Já faz 7 anos que convivemos e tudo que ele quer saber é isso? Por que ele não me perguntou antes! Eu teria aliviado sua angústia causada pela burrice exagerada de sua espécie.
Hora de trabalhar!
Começo a apertar os botões de forma que as “letras” se juntem formando “palavras” e essas “palavras” comecem a fazer sentido.
Termino, desço do birô e vou descansar merecidamente e esperando acordar pra ver a reação do humano.
Mal pego no sono e aquele aparelho infernal toca uma música estridente e aterrorizante, que se repete e repete e repete, até que o humano o derruba para o chão. Dá-lhe humano! Uma coisa certa na vida do servo, finalmente. Além de ser meu servo, claro. Ele levanta imprestável como um zumbi e encara a tela apertando os olhos. Ele ainda veste a camisa amarrotada do dia anterior e ela cai junto com ele com um berro.
Escuto, fazendo esforço pra não vomitar ouvindo essa voz ridícula que os humanos tem:
“Meu Deus! Não acredito que digitei dormindo!”
“MEU DEUS”
“MEU DEUS!” “O SENTIDO DA VIDA É ISSO!”
Ele sai atordoado com a roupa que estava no corpo, pega a chave que liga a máquina de rodas e não coloca nem a gororoba que ele chama de “ração” pra mim! Ridículo. Eu faço todo o trabalho dele, desisto do plano maligno de escrever a destruição da humanidade naquela máquina estúpida e não ganho um prato de atum?
Da próxima vez meu plano será ainda mais maligno.
Alguns dias depois sento na janela e vejo vários humanos com máquinas de falar e máquinas que tiram fotos e máquinas de atirar que não atiram, mas ficam no ombro do humano de colete… Desço e atravesso a porta que estranhamente hoje está aberta e confirmo: realmente muitos humanos… Nunca vem nenhum humano aqui…
“Estamos aqui com o homem que descobriu o sentido da vida. Isso mesmo! Larry, pode falar pra gente, como você descobriu o sentido da vida, após mais de 1665 anos de estudo e hipóteses feitos em toda a humanidade?”
Ahhh… Estão falando do sentido da porcaria da vida deles de novo… Vou entrar, não tem nada de bom aqui fora mesmo…
Mais tempo passa e o humano me coloca naquela gaiola horrível de levar para o cara de jaleco branco que enfia agulhas. Estou satisfeito com o arranhão que encheu de sangue a cara do humano após ele me enfiar nesse transporte para a tortura. Mas estranhamente ou curiosamente não chegamos no torturador e sim em um compartimento cheio de bagagens e ele vira e revira, mas eles realmente me furam com uma substância que me obriga a dormir.
Por essa nova forma de tortura eu não estava esperando.
Andamos por todo esse novo lugar, o escravo me levando nessa gaiola ridícula, mas ao menos, levando. Até que chegamos em uma casa enorme, luxuosa, onde há uma almofada enorme e luxuosa e um prato enorme e cheio de iogurte…
Mandou bem humano.
Muito tempo depois os humanos estranhos de colete param de aparecer na casa em que permito o escravo viver comigo… Vejo ele chorar em frente à máquina com a tela brilhante e botões, encarando o maravilhoso texto que escrevi.
Mais uma vez vou ter que dar uma luz à existência desse anódino ser…
Subo em seu colo e ele alisa meus pelos brilhantes como todo servo deve fazer. Então subo em sua máquina de digitar textos com tela, me movo duas vezes para a esquerda, preparo minha pata e derrubo a xícara com o líquido marrom no humano. Pronto, humano, continue sua mediocridade. Ele grita, diz palavras não muito bondosas comigo e vai à cozinha.
Esses humanos realmente não conseguem entender o sentido da vida…
Humano Desprezível (Café com Leite)
Resumo: Um gato que despreza os humanos, e em especial seu humano, tenta pregar uma peça no seu escrevo e acaba revelando o sentido da vida. A obra deixa o humano famoso e rico, o que melhora um pouco a vida do gato, mas as viagens são percebidas como tortura. Mesmo assim os humanos não conseguem compreender o sentido da vida.
Comentário: Parece que em toda rodada que participo da liga, do entrecontos em geral, tem um desses contos, onde tenho pouco a dizer, só elogiar. A escrita fluida, a história é colocada de maneira a manter o interesse até o final, afinal é uma história simples, onde um gato gosta de implicar com seu escravo. Mas é aquela simplicidade difícil de conseguir, natural, bela.
Conclusão: Parabéns! tudo aqui funciona, o conjunto tem seus efeitos sem pesar pra nenhum lado, garantido a graça da história como um todo.
A história de um gato (acredito que seja um gato kkkk) e a sua missão para trazer esclarecimento para seu humano “servo”.
Achei muito criativa! O ponto de vista de que uma coisa simplória e cotidiana possa guardar o segredo da vida e do universo, esse conceito é muito interessante! O aspecto cômico do texto ajuda no ritmo, muito foda!
Um gato dotado de inteligência superior e entendiado com a rotina do humano, o qual denomina servo, passa a dominar o seu computador e finaliza para ele um estudo de anos de pesquisa. E, com isso o torna rico e famoso.
Gostei. Conto muito criativo e engraçado. Leitura atraente.Abraço.
HUMANO DESPREZÍVEL
RESUMO: um gato que acha que seu humano é um servo descobre que todo humano deseja conhecer o sentido da vida. Ele revela ao seu humano o sentido da vida e seu humano fica famoso. Até o dia que alguns homens de colete aparecem e fazem o humano chorar.
CONSIDERAÇÕES: olha, não sei se entendi muito bem. Adorei a ideia do gato! Só fui sacar no final e só depois percebi as inúmeras pistas deixadas pelo autor. Pensei que fossem aliens, acredito que por influência do conto anterior, infelizmente. Mas fiquei perdida: o que era o sentido da vida? Quem eram os homens de colete? Sou meio lenta, demoro para entender até piada. Por isso não consegui captar se isso ficou aberto propositalmente ou se perdi algo no conto. E eu li duas vezes, coisa que busco evitar nos desafios.
Boa sorte!!
Conto divertido com narrador felino. Logo percebi que se tratava de um gato tratando seu dono como se fosse seu servo, pois esta é a visão dele. A linguagem é clara e precisa, conduzindo o leitor através da perspectiva do animal.
Parabéns pela sua participação, Thata (?) ou quem escreveu esse conto delicioso. Feliz Natal e um maravilhoso 2020. 🙂
Sinopse:
Um gato observa seu “servo”, achando fútil sua rotina decide avacalhar com ele. Bola um plano, mas pela complexidade da execução ele precisa aprender a mexer no computador e a entender a fala humana. Seu “servo” tenta fazer uma consolidação entre a filosofia e o sentido da vida. O gato aprende a digitar no pc e faz o trabalho para o “servo”. O gato já sabe o sentido da vida entrega para o “servo”.
Opinião:
Muito interessante essa dinâmica narrativa. Colocar o gato como narrador em primeira pessoa foi fabuloso, mas a genialidade do texto está no sarcasmo do gato. Eu realmente acho que é assim que os gatos pensam, eles não são de ninguém, mas possuem servos. Os seres humanos que são idiotas quando dizem que possuem um gato.
Muito bom o texto, engraçado na medida certa. Bem escrito.
Apesar do pseudônimo o autor ou autora não parece ser nenhum café com leite.
O ponto de vista ganha muito mais riqueza da forma como é escrito. A ideia foi muito boa. O final foi bem interessante. Bastante revelador até. Como um ser que já conheceu o sentido da vida pode ficar tão furioso só por causa de café derramado na calça.
Uma dica, por alguns momentos enquanto lia me vinha constantemente a cabeça o personagem Cérebro, da animação “Pink & Cérebro”. Se você escrever algo novamente com esse estilo, tente acrescentar um humor mais ácido, mais sarcástico, acho que fica legal.
1. Resumo
“Humano Desprezível” é um conto que o narrador é um gato, o qual planeja entregar o segredo do sentido da vida humana, causando angustia para a humanidade
2. Impacto
Um conto criativo, sem dúvidas. A inversão do típico narrador, trazendo o animal de estimação para o contar da história é o grande destaque do conto.
Contudo, creio que a narrativa me pareceu um tanto nebulosa, de uma maneira que me soou desnecessária. Além disso, senti que a conclusão foi corrida, numa tentativa de encaixar o conto no limite de palavras. O desfecho é esperado, considerando que o gato fez do propósito de sua vida atrapalhar o humano de todas as formas possíveis.
3. Enredo
Como mencionei anteriormente, o enredo é criativo. Acho que isso é um ponto extremamente positivo. Entretanto, a condução do conto me pareceu deficiente. Senti que ele começa muito bem, bastante interessante, porém, com o desenrolar da história, a leitura vai travando. Acho que pode ser algo que, com o tempo de escrita, pode ser melhorado.
Além disso, o que pode explicar esse problema, ao meu ver, é o mistério ao redor do segredo que o gato expõe mas não expõe. Aí, nesse caso, não tem muito o que fazer.
4. Gramática
Aqui não encontrei nenhum erro gramatical notável.
5. Pontos Positivos/Negativos
+ Conto criativo
+ Nenhum erro gramático
– Condução ruim
HUMANO DESPEREZÍVEL
Resumo: O relato é de um animal, supostamente um gato, que observa um pesquisador, seu dono, onde estuda a vida humana. O animal tira suas conclusões das ações, dos movimentos que o humano faz, das utilizações dos equipamentos, dos veículos de locomoção e dos utensílios utilizados pelo humano. Faz comparações e tira suas conclusões com o humano com o qual divide seu espaço e os demais humanos que observa. Se sente desprezado pelo humano, daí faz estripulias para chamar a atenção.
Comentários: O conto poderia ser escrito de uma forma mais direcionada ao mundo animal. A impressão que tive é que o escritor não soube usar da sua imaginação como sendo um animal. Creio ser necessário saber como um animal vive, observando todos os seus comportamentos. Usou termos muito sem significado para dar nomes aos aparelhos, veículos e utensílios. Ainda mais hoje em dia que os humanos estão humanizando os animais.
Bom dia/tarde/noite, amigo (a). Tudo bem por ai?
Pra começar, devo dizer que estou lendo todos os contos, em ordem, sem saber a qual série pertence. Assim, todos meus comentários vão seguir um padrão.
Também, como padrão, parabenizo pelo esforço e desafio!
Vamos lá:
Tema identificado: humor
Resumo: a visão de um gato sobre seu dono, um “humano desprezível”. O gato aprende sobre linguagem vendo tv, e digita o sentido na vida para o humano, que fica rico e famoso, mas continua infeliz, com o tempo.
Comentário: olha, cara, por mais que seu conto seja bem viajado, rsrs, ele tem uma pegada de humor bem boa, e traz uma mensagem final que me surpreendeu basante, e acabei gostando muito do desfecho. Mas vamos por partes.
Pra começar, devo dizer que a história acaba incomodando um pouco pelo excesso de absurdo, hahahah. Tipo, no começo, eu fiquei meio incomodado com o exagero de um gato aprendendo a escrever. Mas o tom bem humorado do felino acabou me fazendo ingressar na viagem, e eu desapeguei e parei de ficar pensando no quanto era irreal ou não.
O gato acabou sendo um excelente narrador-personagem. A forma como ele vê os humanos foi bem divertida, e conforme lia, fui lembrando de vários gatos que conheço e que não param de me olhar com a mesma expressão que o gato da sua história parece ter hahahah
Parece que os gatos estão sempre nos desprezando, né?
Você levou essa ideia a outro patamar, com o gato sendo um ser superior que, por piedade (em meio ao desprezo), acaba fornecendo ao homem a resposta de sua busca pelo sentido da vida.
até aí, o enredo era bem comum, com o homem ficando famoso e rico com a descoberta, tendo uma vida mais confortável, e tal.
Mas a cereja do bolo da sua história está no desfecho. Num movimento inesperado, você vai além do tom de humor e traz uma reflexão fantástica: o homem acaba ficando entediado de novo, a fama acaba, e ele volta a ser infeliz. Assim, ele meio que justifica todo o senso se superioridade do gato, que o encara como alguém desprezível e fraco.
A frase que fecha com chave de ouro é “Esses humanos realmente não conseguem entender o sentido da vida…”. muito bom!
Enfim, um conto que começa um pouco despretensioso e que demorou pra me captar totalmente a atenção, mas que ganhou muito com um desfecho bem inteligente.
Parabéns e boa sorte!
Resumo: O conto é narrado por um gato que acha seu dono desprezível. O gato digita o sentido da vida num texto começado pelo dono, ao que o dono acha que ele mesmo digitou dormindo. Causam um alvoroço midiático. Depois são esquecidos.
Análise: Como você não inventou um sentido para a vida que o gato pudesse ter escrito, achei seu conto meio incompleto. Talvez fosse o que você queria, mas também pode ser que não tenha conseguido pensar em nada e deixou em branco porque era mais fácil. Considero um ponto negativo. Bastante inverossimilhança na história toda, afinal obviamente gatos não podem aprender e escrever. Faltou um maior foco no elemento fantasia pra aliviar isto. De ponto positivo, o conto não se alonga desnecessariamente. Conta o que tinha que contar e encerra. Achei verossímil as reações do ‘humano’ em relação aos acontecimentos passados na trama.
Olá, Café-com-leite.
Resumo do conto: um gato observa seu humano: um escritor ou filósofo e que usa uma cadeira de rodas. O gato tem desprezo pelo “servo” e pensa em formas de estressar seu servo, para se divertir. O bichano estão assiste tevê e aprende a ler e escrever. Finalmente, ao ler o texto que o humano estava desenvolvendo, o gato descobre que era algo relacionado ao sentido da vida. Como tal informação era de conhecimento felino de longa data, o gato escreve, ao invés de sabotar o texto. O humano pensa que escreveu dormindo, publica e fica famoso e rico. Certo dia, ambos viajam até uma casa luxuosa e o gato, enfim, faz uma maldade que ele planejara antes e não fizera: derruba café no colo do dono.
Considerações: um conto interessante, por utilizar um narrador gato e por pontuar o texto com observações do pet. A história segue bem, por trilhar um caminho inesperado e criativo, e fecha bem também, com o gato voltando a ter desprezo pelos humanos. A escrita é boa e a narração é ágil e eficiente. O desenvolvimento do personagem-narrador é satisfatório.
Nota: 8.
Boa sorte no desafio!
PS: visualizei o Mingau, da Magali, por diversas vezes.
Gato escraviza humano à sua maneira e termina sua tese sobre o sentido da vida.
Ao início o estranhamento ao qual somos arrebatados parece reivindicar a presença de algum ser fantástico e pequeno que, por sua estatura, consegue enxergar o cotidiano humano por diversos ângulos, o que remete também a um cenário do Expressionismo Alemão. Aos poucos a surpresa vai aparecendo como na revelação da sardinha e dos bigodes, o que acaba por trazer o leitor de um ambiente mágico a um ambiente comum, dilacerando a fantasia criada em primeiro momento. O gato, por sua vez, ainda conforta até o final do texto com seu estilo e esperteza, criando em seus movimentos um caminho aveludado a seguir até o ponto final. Não que eu peque em querer esse tipo de alucinação febril e inicial que o texto me trouxe e fazer disso regra, mas confesso que a expectativa criada me arrematou de maneira negativa após o felino surgir em cores e sons. Culpa minha e, como diria o finado Abujamra, “aaaaai de mimmmmmm!!!!! Ai de mimmmmmmmm!!!!”
O texto é interessante, bem original. No início eu não sabia muito bem quem estava narrando e achei interessante desocbrir que era um gato e saber como ele via o seu servo humano desprezível. Só fiquei esperando a resposta sobre o sentido da vida… rsrs. Muito legal e divertido. Parabéns.
Obs: este não é um comentário obrigatório neste desafio, por isso não há resumo nem observações gramaticais.
Olá, Café com leite (Amo!)
Eu gostei bastante do seu conto!! Não vou te avaliar, então não comentarei com maior profundidade…
Me parece que você é novo no mundo das escrita, o conto precisa de uma boa revisão, um maior refinamento, cuidado com cada palavra, mas isso se adquire com o tempo…
A ideia do conto é muito boa!! Eu sou apaixonada por gatos e li com um sorriso no rosto, me diverti com a sua história, mas… imagino que você não tenha um gato… pq eu tenho e sempre tive e se eu tivesse escrito esse conto, teria dado uma personalidade menos detestável para o pobre gatinho… eles sabem amar com profundidade e cuidam de seus donos, são carinhosos e companheiros, sem deixar de serem livres e esnobes… kkkk
Mas é isso, foi uma leitura divertida que poderia ser muito melhor se o texto tivesse mais refinamento literário.
Boa sorte! Um abraço!
Gato observa seu dono, que está escrevendo uma obra filosófica sobre o sentido da vida. O animal aprende a linguagem humana e encontra uma maneira de dizer, digitando no trabalho do dono, qual é o sentido da vida. O seu dono acaba se tornando extremamente bem-sucedido em razão da “descoberta”.
Um conto interessante, que até diverte. No entanto, senti que havia potencial para muito mais, nas observações do felino. Tudo acaba ficando muito em aberto, como se tivesse sido finalizado às pressas. Faltou um clímax, uma conclusão acerca do tal sentido da vida ensinado pelo bichano, que poderia render alguma tirada interessante. Enfim, no geral é um texto divertido e bem escrito, mas ficou faltando um fecho mais satisfatório, além de um desenvolvimento melhor do protagonista.