EntreContos

Detox Literário.

Amado Amante (Rubem Cabral)

 

Às vésperas de seu aniversário de meio século, Dona Nair tinha pouco o que comemorar. Do falecido marido, “Seu” Luís, herdara a casa e o barzinho, construído à frente do dito imóvel. Simples, mas com movimento suficiente para mantê-la. Um vidinha sem luxos, sem filhos e sem planos, a não ser pela rotina puxada de todos os dias: a casa e o bar.

Tudo então deu-se numa noite preguiçosa de terça-feira, quando começou a chover forte no Fonseca, em Niterói. O último cliente deixara o bar há quase uma hora. Ainda era cedo para fechar, mas certamente ninguém ainda viria com o tempo tão mau. Nair então abriu a gaveta onde estavam as chaves e acabou por sorrir: a revista de compras por catálogo, um velho exemplar da Hermes, escorregou do fundo escuro do móvel e entreabriu-se, justo na página do “Lucas”. Esse provavelmente não era o nome real do modelo, que não fora creditado (ela esmiuçara a revista com todo cuidado). Tal publicação era voltada ao público consumidor feminino e tinha quase só páginas de panelas, potes, maquiagem, lingerie, bijuterias e perfumes. Contudo, à época, havia também alguns produtos para homens. E os modelos, como costuma acontecer em publicações de preços populares, não eram exatamente profissionais. As moças e os poucos rapazes pareciam com qualquer pessoa comum, embora certamente não fosse esse o caso do belo jovem da página 47, que quase nu tentava convencer as consumidoras a adquirir um artigo da linha de cuecas “WAR!”, com estampa de camuflagem.

Ele não era especialmente musculoso ou alto, mas tinha um sorriso cativante, expressão de bom moço, olhos que inspiravam confiança e cumplicidade de melhor amigo. Lábios cheios, cabelos escuros e lisos caídos sobre a testa, num penteado de desleixo planejado, de selvageria delicada. Por tudo isso, nunca jogara fora a revista e a escondera, para sempre poder rever seu “namorado” que não envelheceria, que sorriria dentes brancos e perfeitos a partir da página 47, com a nudez para sempre censurada pela maldita e discreta cueca de padrão militar.

Foi, portanto, uma grande surpresa quando um último cliente entrou no bar, ensopado pela chuva que tudo inundava, aproximou-se e sorriu: era “Lucas”, sem dúvida alguma, era o rapaz, no auge de seus vinte e poucos anos.

— Boa noite! Desculpa, sei que tá tarde, mas a senhora ainda teria algo pra comer? Estou, literalmente, morrendo de fome! – ele disse.

De alguma forma, ele tinha a voz grave que ela fantasiara, embora os olhos cor de âmbar fossem mais parecidos com os do Toninho, o irmãozinho caçula e adorável de Nair, que morrera afogado aos dez anos. Tinha um bigodinho fino também, feito o do Neco, seu primeiro namorado, o único que ela gostou de verdade. As bonitas sobrancelhas espessas eram como as de seu querido pai.

— Claro, meu filho. Senta que eu vou buscar um prato – ela falou, e observou, com uma pontada de orgulho, que falara sem gaguejar.

O rapaz devorou a comida com avidez. Mastigava e fechava os olhos, como se provasse uma iguaria de um chef estrelado. Enfim, com expressão de enorme vergonha, chamou Nair e disse: — A comida estava deliciosa. A senhora me perdoe, eu devia ter avisado antes, mas eu perdi a carteira e não tenho como pagar agora…

Nair conhecia um espertalhão a quilômetros de distância, mas não era o caso, ela sentia nos ossos. De qualquer forma, estava grata por enfim conhecer o rapaz. “Como ele ainda permanecia tão jovem? Deveria ter minha idade!”, pensou.

A senhora deu um tapinha no ombro do moço e disse: 

— Não tem importância. Você paga outro dia, quando passar por aqui outra vez.

— Além de linda, senhora, é bondosa e excelente cozinheira! Voltarei, sim! – o sorriso parecia ter brilho próprio.

Um relâmpago seguido por um trovão deixou então o bairro, muito convenientemente, às escuras.

— Oh, minha nossa! Acho que você vai ter que esperar, meu filho! Quer uma toalha?

Ela fechou o bar, acendeu uma vela com as mãos trêmulas e foi seguida pelo moço. Quando chegaram à sala da casa, ele a abraçou – de um jeito tão terno, tão sincero – e a beijou. Primeiro no rosto, depois na testa, e depois nos lábios.

Nair ficou sem ação, tinha receio de um estupro, roubo ou coisa do tipo, mas estava ali com o seu “Lucas”, e ele a queria. Tinha vergonha de já não ter um corpo esbelto, do rapaz ter idade de ser seu filho… Porém, então, sem pensar mais porque às vezes pensar apenas faz com que desperdicemos a vida, ela o beijou também: com paixão. E Lucas correu os lábios por seu pescoço e sussurrou palavras em seu ouvido em algum idioma desconhecido. Algo tão belo e musical, cujo sentido ela não percebia mas que podia sentir. E Nair então se descobriu desejada e amada e compreendida em níveis muito profundos e, de alguma forma, acalentada e segura também. Toda sua tristeza, diluída, toda solidão, lavada como que pela chuva que desabava lá fora…

O jovem, que era muito mais forte que ela poderia supor, a levantou com facilidade em seus braços e, já na escuridão do quarto da mulher, envolveu-a.

E de alguma forma que ela mesma nunca pôde entender, lambia seu ouvido, dizia coisas lindas, e beijava seus seios, ao mesmo tempo, enquanto suas mãos a despiam e exploravam seu sexo como um profissional. 

Ele desceu a cabeça pela barriga da senhora, parou sobre uma cicatriz de cirurgia e a beijou longamente, adorando-a como quem se admira por um templo antigo. Continuando então o curso, roçou de leve o queixo meio barbudo em seu sexo e brincou com a língua dentro dela, como se esta tivesse vida própria. Nair então experimentou o primeiro orgasmo dois minutos depois, com culpa semelhante a de um homem com problemas de ejaculação precoce.

Continuaram por muitas horas. O pênis era excepcionalmente grande quando ela desejava mais força e pressão, ou menor e mais delicado quando ela já tivera o suficiente. Ele  não se cansava e adivinhava os desejos dela, explorando novas posições. Em alguns momentos Nair até pensou estar sendo penetrada por mais de um órgão simultaneamente, embora soubesse que tal coisa fosse impossível.

Oito outros orgasmos depois, por volta das duas da manhã, ele despediu-se. Falou que vivia longe, muito, mas muito longe dali. Que já a amava e a amaria para sempre, e que nunca a esqueceria. E cada palavra que o moço disse soou sincera, e suas lágrimas de despedida foram puras e sentidas.

A senhora depois chorou um pouco quando ele se foi. Um tanto de tristeza, embora em maior parte de alegria, pois experimentara o que eram paixão carnal e amor terno pela primeira vez na vida. “Amar , às vezes, é deixar partir”, ela lera certa vez em algum livro de autoajuda.

No mês seguinte, quando suas regras não chegaram, ela julgou que a menopausa que já andava se anunciando finalmente se instalara. Após mais três meses sem sangrar, ao engordar um tanto e ao sentir os primeiros movimentos na barriga, estava radiante, pois um suposto problema de útero infantil nunca a permitiu engravidar quando jovem. Quando os meninos gêmeos idênticos nasceram belos e saudáveis – uma mescla adorável do jovem e de Nair – batizou-os Lucas e Hermes.

Nair nunca perguntou ou soube o nome real do rapaz.

***

A detetive Carla Correia mal conseguiu disfarçar seu desagrado quando através das divisórias envidraçadas avistou o detetive-inspetor Roberto Monge, o “Leão”, caminhando em sua direção. O tipo era grande e espalhafatoso: no vestir e no ser. A cara larga e os maxilares proeminentes não faziam companhia nem um pouco harmônica àquela cabeleira castanho-avermelhada que lhe justificativa o apelido. Leão viera transferido de Campos há três meses, depois do retumbante fracasso no Caso dos Sete Pares – deveria ter as costas quentes – Carla pensou.

— A Seita! – Leão exclamou, colocando uma pasta cheia de papéis meio amassados sobre a mesa de Carla. — Os malditos estão de volta, e estão aqui, em Niterói.

A detetive suspirou. Fora designada a ajudá-lo no rescaldo do Caso dos Sete, mas isso era por demais penoso; o homem tinha ideias fixas e teorias estapafúrdias. E para piorar, de alguma forma estranha, era como uma recordação ruim, espécie de cópia imperfeita do pai da inspetora, um bicheiro que morrera nas mãos de milicianos quando ela fora adolescente. Rever o colega diariamente era reviver aquele passado de abusos que lhe custara anos de terapia.

A Seita? Aqui? Que evidências você tem?

— Tá de sacanagem comigo, minha linda? Sete pares de meninos gêmeos morreram em Campos no ano passado, em circunstâncias misteriosas. Suas mães, todas meio coroas, relataram que as gravidezes, a porra do plural é esse mesmo? Então, que foram resultado de uma noite de amor com um “homem dos sonhos”. Um negro atlético com dois metros de altura, um rapaz magro, louro e de cabelos compridos, um homem asiático com uma tatuagem de carpa no peito… Cada um era a fantasia perfeita dessas mulheres.

— A sua seita teria então pesquisado longamente os perfis de tais mulheres pra quê? Pra enviar seus bonitões e matar depois os meninos? E como conseguiram fazer com que elas engravidassem quase na menopausa? E de meninos gêmeos somente? Como?!

— Eu não tenho todas as respostas, Carlinha. Eu sei lá: vai ver usaram sêmen manipulado para gerar meninos gêmeos, talvez no meio do rala-e-rola as donas não notaram um seringão de porra. Dá pra se fazer isso? Pode ter satanismo, eugenia ou tudo isso junto no caldo, vai saber!  E sobre Niterói, falei com a Norma, uma ex-namorada que é enfermeira na Maternidade Santa Marta. Eu pedi pra ela me avisar de algo assim. Ela me contou que três mulheres de 47 a 52 anos foram mães recentemente por lá. As três tiveram meninos gêmeos idênticos! Podem existir outros casos na cidade, em hospitais públicos, pois a Santa Marta é particular.

— Minha nossa! Então temos que colocá-las sob proteção, só pra prevenir.

— Sim! E identificar todos os casos. Se sete não foi um número ao acaso em Campos, se houver menos mães que sete até agora, eles ainda podem estar na fase de engravidar as coroas…

— Isso se houver seita, se tudo isso não for um monte de coincidências bizarras, Leão.

— Meu amor, coincidência é quando eu cago em bolinhas feito cabrito por dois dias seguidos, tá ligada? Vamos, temos que entrevistar essas donas.

“Desrespeitoso e vulgar feito…” – Carla refletiu com amargura.

***

Sem dar satisfações a ninguém, Leão desapareceu por três dias e ressurgiu naquela manhã na delegacia como se nada houvesse ocorrido. Tinha a juba ensebada, como se não tomasse banho há dias, os olhos estavam injetados de pouco dormir.

— Carlinha, eu marquei uma bobeira, vacilei feio no caso em Campos. Acabei de chegar de lá – ele abriu um mapa sobre a mesa da colega. — Quando os casos aconteceram na cidade, era óbvio tentar associar as visitas dos sedutores às senhoras, para tentar identificar um padrão, caso houvesse um. Baseado então nos endereços delas, eu tracei um mapa, veja.

Umas três linhas próximas e regulares estavam ligadas a outras quatro, em direções quase aleatórias.

— Não enxergo nada de especial aí – Carla comentou.

— Sim. Porque quatro mulheres originalmente viviam em comunidades perigosas da cidade e haviam mudado por causa de guerras entre traficantes! Eu me baseei nos endereços correntes das mulheres, ao invés dos lugares onde viviam quando conceberam os bebês, entendeu? Comunidade da Santa Rosa, Santa Helena… Agora, olha o que acontece quando eu marco os pontos corretos!

Uma figura formou-se, um heptágono, bem claro no mapa.

— Puta que… – Carla balbuciou.

— Veja agora o mapa de Niterói. Veja os endereços das seis mulheres que descobri até agora: duas haviam se mudado pela mesma razão que em Campos: merda de cidade perigosa! Mas usando os endereços originais temos uma figura perfeita e que aponta para a próxima “zona de ataque”, reparou? Se levantarmos as senhoras com os perfis corretos e que vivam na zona em questão, podemos nos antecipar e capturar um dos membros da Seita. As datas, outro detalhe que me escapou, foram todas durante a lua cheia. Cuja fase começa depois de amanhã!

Ela controlou o asco que sentia pelo colega e o abraçou: — Parabéns! Você matou a charada!

***

Carla acordou com a boca seca e a cabeça a girar, estava em sua própria casa. Recordava-se de flashes da noite anterior. Ela e Leão fizeram tocaia junto à casa de certa Dona Mercedes, uma das três que atendiam ao perfil da “seita”. Às 21 horas, aproximadamente, um jovem ruivo, vestindo roupas antiquadas, tocou a campainha da casa. A lua brilhava cheia no céu. Leão, completamente descontrolado, disparou um taser antes de sequer abordar o suspeito. O ruivo caiu sobre a calçada, olhou para Leão com olhos assustados e gritou uma última vez: — É você!

As coisas ficaram confusas a partir dali, como se Carla houvesse sido drogada. O ruivo suspeito estava misteriosamente morto e não parecia o mesmo rapaz que estivera junto do portão da casa havia uns minutos: o corpo metamorfoseara em algo negro e brilhante como uma enguia. Leão recolhera o cadáver, o colocou no porta-malas do carro de Carla e conduziu até a casa dela.

“Chegamos à Terra por um acidente infeliz. Xoz, o morto, ele era o poeta-piloto-telepata, eu, o típico xenobiólogo-navegador-policial. Somos altamente capazes de adaptação e disfarce. Eu estava muito ferido e Xoz julgou que eu morreria, deixando-me para trás. Isso faz uns cinquenta anos.

Somos muito diferentes de vocês, não tínhamos esperanças de um resgate, então pensei (e ele pensou também): em reprodução, uma descendência. É muito complicado, contudo. Não funcionaria com fêmeas organicamente capazes, e as relações teriam que ser longas, para a reengenharia completa dos órgãos reprodutores. As crianças seriam clones nossos, em disfarce humano. Suspeitei dos casos dos gêmeos em Campos quando li num tablóide sobre senhoras dando a luz a meninos idênticos. 

Queria vingança. Não poderia permitir que ele se espalhasse depois do que ele fez. Matei os meninos (afinal, eram ele!), assumi essa identidade, para poder encontrá-lo. Balas não nos causam muito dano, mas fortes choques elétricos nos são fatais. Não esperava os heptágonos, a lua cheia: os poetas são completamente insanos!

Ele lia a mente das senhoras e criava um avatar de suas memórias mais doces. Afinal, era sua natureza gentil. Eu não tenho o mesmo talento. Você tem nojo e atração por mim, porque escolhi a aparência de seu pai abusador. Isso certamente não foi suficiente para seduzi-la. Sim, eu sei que você teve um mioma e retirou o útero. Foi por isso que a escolhi, é por isso que estamos juntos aqui.”

Carla correu até o banheiro e vomitou no sanitário. O gosto dele, o cheiro dele, a impregnava. Chorou, estava sozinha: Leão se fora, o corpo do poeta também não estava lá. Entretanto, ela já tinha certeza; não ficaria sozinha senão por mais nove meses. E o maldito alienígena a pagaria caro por isso!

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18 comentários em “Amado Amante (Rubem Cabral)

  1. filipeartesvisuais
    4 de janeiro de 2020

    Por que tá todo mundo fazendo resumo nos comentários? Hahaha

  2. Tom Lima
    15 de dezembro de 2019

    Amado Amante (Robertho Karlos)

    Resumo: Uma história policial, uma abertura com a cena do crime seguida da investigação. Mulheres na idade de entrar na menopausa são seduzidas por seu homem dos sonhos que chega de repente numa noite de lua cheia. Nove meses depois gêmeos idênticos nascem, e, em algum momento são assassinados. Um par de policiais, um homem mais velho, uma mulher nova, investigam o caso. Um plot twist interessante nos mostra a resolução envolvendo alienígenas tentando se reproduzir e um outro tentando impedir.

    Comentário: A ideia é legal, mas a estrutura não me agrada. Essa estrutura clássica das séries policiais, com a cena inicial, a investigação que chega até uma chave que resolve o crime e desemboca numa reviravolta pra criar o gancho pro próximo capitulo onde tudo começa outra vez. Isso é gosto pessoal, não quer dizer que está ruim. Achei a cena inicial chata, porque é sem introdução (como nessas séries) e não sei quem é a dona, muito menos o cliente misterioso. Prefiro quando conhecemos os policiais, eles entram na cena do crime, vamos conhecendo vítima e algoz, aos poucos…

    Conclusão: A escrita é interessante. Quando passa a investigação em si é uma leitura gostosa, apesar de deixar a impressão de que a história está sendo contada com pressa. Parece que tem muito história pra poucas palavras, muitos detalhes que só aparecem, quase jogados no texto, sem desenvolvimento. A escrita é boa, a trama interessante e a reviravolta do final funcionou pra mim, mesmo sendo pouco desenvolvida aqui. Essa forma em que alguém conta todos os detalhes de algo, desvendando todo o mistério, tem cara de séries como CSI. Eu detesto esse tipo de série, então estou querendo dizer que essa estrutura atrapalhou sua história.

  3. gabrieldemoraes1
    15 de dezembro de 2019

    De forma resumida: um assassino em série começa a matar gêmeos e dois detetives assumem o caso para desvendar, no final, o assassino se revela um ser alienígena com capacidades reprodutivas e o detetive se revela um extraterrestre também.

    Gostei das reviravoltas, bom uso dos personagens e da exposição necessária para tudo se juntar na conclusão. Gostei muito! Nenhuma critica, parece que se tivesse mais espaço a história se tornaria mais complexa, parabéns.

  4. Felipe Rodrigues
    15 de dezembro de 2019

    Viúva administrava bar q marido deixou e a casa. Cai uma chuva e depois que último cliente vai embora, entra um homem. Rola uma atração e depois vão pra cama. Depois é revelado que ela engravida, gêmeos, one night stand. Investigadores entram no caso das mulheres que engravidam perto da menopausa, descobrem que a localização das casas formam um hexágono e fazem tocaia. Encontram um ruivo, que morre. Revela-se que tudo é um plano alienígena para perpetuar a espécie alienígena na Terra.

    Estava gostando até chegar no final, que achei um pouco confuso. Não sei se foi proposital, pois Carla estava drogada e o investigador parece ser o ET, mas ficou meio bagunçado. A história, as descrições, estão bem intrigantes e a cena de sexo foi sabrinescamente bem narrada.

  5. Michele Barao
    13 de dezembro de 2019

    O conto aborda ficção regada a erotismo a princípio. Mulheres de meia idade são abordadas por homens atraentes que desaparecem após engrávida-las. Leão, um policial e a inspetora Carla entram no contexto para incrementar a leitura. O conto encerra com Leão,-que na verdade também era um alienígena disfarçado de policial-, matando seu companheiro de viagem, na verdade, o alienígena que engravidava mulheres de meia idade para assim perpetuar sua espécie no planeta uma vez que não poderia regressar ao seu, como forma de vingança.
    Gostei.Leitura atraente e escrita inteligente. Eu só me perdi um pouco no último parágrafo. Talvez não tenha conseguido captar a idéia. No mais, está muito bom o seu conto.Abraço.

  6. Thata Pereira
    12 de dezembro de 2019

    RESUMO: mulher de meia idade vê entrar pelo seu bar o homem dos seus sonhos, modelo de uma revista que ela guarda no fundo da gaveta. Passam a noite juntos e ela engravida de gêmeos. Carla e Leão começam a investigar morte de gêmeos, filhos de mulheres de meia idade, até que encontram um sentido para escolha dessas mulheres. Ao investigar um dos casos, descobrem que um alien está por trás de tudo e que se disfarçava do homem dos “sonhos” dessas mulheres para engravidá-la e manter a espécie. Contudo, Leão é reconhecido como um desses aliens, com quem Carla teve um envolvimento amoroso.

    CONSIDERAÇÕES: eu AMEI a primeira parte do conto. Pensei que Dona Nair estava tendo um sonho erótico e que logo chegaria um cliente para interrompê-la. Eu ria tanto, mas tantooo enquanto lia, que devo ter assustado os vinhos. Mas ai que está amigo autor, você criou toda uma expectativa no conto que não permaneceu. Foi um corte muito bruto de cenário, de envolvimento, de escrita. Isso me desmotivou. A parte investigativa da história é muito interessante, mas não sei se gostei da forma como a divisão foi feita. Odeio dar sugestões nesses casos, mas eu teria iniciado com a investigação e finalizado com a Dona Nair. Acho que, pelo menos para mim, seria hilário rsrs

    Boa sorte!!

  7. Val
    12 de dezembro de 2019

    Sinopse:
    Dona Nair, uma mulher de 50 anos, recém completados, viúva, revive seus sonhos mais exóticos quando encontra o homem que despertou nela ardentes desejos, tudo parece mágico, uma coincidência incrível, uma noite de amor incrível. Em meio a tudo isso os detetives Carla e Roberto se veem às voltas com um mistério. Mulheres, já próximas da menopausa, dão a luz gêmeos idênticos. Tudo indica que a culpada é uma organização chama a “Seita”.

    Opinião:
    Quando terminei de ler este conto me recordei de anos atrás quando assisti a um filme igualmente inusitado, não vou citar o nome, mas era sobre dois criminosos em fuga dos EUA, perseguidos pela polícia de vários estados e tocando o terror por onde passavam, acabam por sequestrar uma família, tudo indica que a trama seguirá com um drama onde a família tenta se manter viva e se livrar dos bandidos, de repente eles se veem em uma boate cheia de vampiros e tudo muda.

    Não que “Amado Amante” tenha me chocado tanto assim, me refiro a linha narrativa. Pois, somos apresentados a Dona Nair uma mulher simples, tocando a vida do jeito que lhe era possível. Mantendo seus próprios segredos, como que para lembrar-lhe que ainda era uma mulher e que poderia ser desejada, porque ela queria, e se entregar a esbórnia do sexo (porque ela desejava), só porque ela podia, algo tão humano e inerente à nossa espécie.

    Em “Amado Amante”, o autor faz uma boa construção dos personagens, realmente acreditei que era uma história sobre a Dona Nair – e na verdade é – mas como ela foi tão bem construída, achei que veria mais da Dona Nair. Aqui vai um grande mérito para o autor, deu profundidade pro personagem. O mesmo aconteceu com Carla Correia e Roberto Monge, dadas as devidas proporções.

    A primeira parte da trama é de uma riqueza impressionante de detalhes, por um instante os pensamentos de Dona Nair pareciam os meus, entrei fácil nessa parte da história e achei que seguiria outros rumos. Sofri um pouco com a quebra da narrativa, de repente tudo muda e vira um caso policial com final bizarro.

    Devido à quebra repentina do núcleo narrativo o autor não trabalha tão bem esses dois personagens e isso não é uma crítica. Na verdade vemos em Carla uma atração por Leão, por ele lhe lembrar o pai, que, pelo que se deu a entender, era um pai que abusava da filha, provavelmente em vários aspectos, tanto no emocional, quanto fisicamente.

    Admito que não vi essa vindo, a coisa sobre o Leão ser na verdade um recalcado que perseguia o antigo amigo e matava os gêmeos que ele fazia nas mulheres. Sabe, isso é até esperado em algumas tramas, mas o autor mandou bem em disfarçar esse detalhe.

    Tive a impressão que o título faz uma alusão aos três personagens. Dona Nair amava o garoto dos seus sonhos, Carla tinha uma relação d e ódio com o pai, que, pelos abusos, era de certa forma, seu amante, assim como o Detetive Roberto, na verdade um alienígena que nutria o desejo de vingança por seu parceiro Xoz.

    Agora vão as críticas negativas. Sinceramente achei meio bizarro o “vilão” contando todo o seu plano maquiavélico. Tipo “Scooby-Doo”. O mostro era aquele que estava ali o tempo todo. Só que ele não é capturado, mas mesmo assim revela seu plano. Os assassinatos que formam um desenho no mapa da cidade, mesmo que manipulado pelo detetive. Talvez essa parte final deveria ser entregue de outra forma que não fosse muito clichê. Apesar de ficar intrigado, não achei tão interessante essa parte, mesmo curioso em como o mistério seria elucidado. Isso também é ponto para o autor, pois manter o leitor interessado é um dos desafios ao se escrever um conto. Ele criou algo forte e profundo na primeira parte e nos conduziu para esse final, que eu digo que não é nem ruim, nem bom. Só é. A ideia da vingança ainda poderá gerar frutos no futuro. Quem sabe.

    Quanto a você, autor ou autora, você escreve muito bem, essa linha de colocar um elemento bizarro é muito bacana. Gostei muito da forma simples como você escreve, usa palavras que eu encontro em qualquer lugar, tenho um ranço natural de autores que me fazem caçar palavras no dicionário, na contra, mas é que quebra o clima da narrativa. Imagina, quando o leitor entra na história vem uma palavra complicada que o autor usa só para dizer, sou foda. Da minha parte, não curto histórias de alienígenas metamorfos (ou que tentam invadir a Terra e olha que isso é velho), hein. Mas o conjunto da obra é show.

  8. Gustavo Araujo
    11 de dezembro de 2019

    Excelente conto. O prólogo, que ocupa quase a metade do limite, é especialmente inspirado. O clima sabrinesco que toma conta da relação de Dona Nair com o idealizado Lucas é muito bem explorado e descrito, com uma fluidez invejável que conduz a leitura de modo prazeroso (sem trocadilho). A segunda parte, quando vemos que o conto se insere no universo policial, também é bacana, ainda que se perceba a aceleração da narrativa a fim de abranger os motivos e as consequências, assim como a solução do mistério. Fiquei surpreso ao perceber que se tratava de aliens, já que não havia pista nenhuma nesse sentido (pelo menos não que eu percebesse). Achei a costura competente, embora reconheça que o conto merece um pouco mais de desenvolvimento nessa parte. A propósito, o quadro de Klimt para ilustrar o trabalho já demonstra que se trata de uma obra bem inspirada. Parabenizo o autor e desejo boa sorte no desafio.

  9. jetonon
    5 de dezembro de 2019

    AMADO AMANTE

    Resumo – Dona Nair viúva e herdeira de uma casa e um bar. Não tivera filhos. Certo dia depois de uma tempestade que inundara vários lugares, horas antes de fechar o estabelecimento, ela abre a gaveta e como de costume, contempla a foto de um galã na revista de modelo na seção de propaganda de cuecas. Ali estava contemplando quando aparece um freguês, o último, semelhante ao da foto e ao seu antigo amor. Nair fica grávida de gêmeos. Outras mulheres de mesma idade, passaram por situações semelhantes e também geraram filhos gêmeos. O intrigante é que, todos são idênticos. Um seita poderia ser a resposta. Leão o detetive junto de Carla estava por trás dos acontecidos.
    Comentários: O conto é complexo formando uma trama dos acontecimentos todos ligados. Nos dias atuais esse acontecimento pode ser chamado de normal, apesar de nos deixar acostumar com isso. Infelizmente.
    Alguns parágrafos são como que um diálogo, creio ser necessário o travessão.

  10. Laryssa Cristiny Nascimento Moraes
    2 de dezembro de 2019

    AMADO AMANTE
    RESUMO: Uma senhora de meia idade engravida do homem dos seus sonhos. Acontece que o homem era na verdade um alienígena em forma de enguia e o policial que estava investigando o caso também era.

    COMENTÁRIO: Bem louca a história, mas tem potencial. Acho que é muito cheia de fatos para um conto, aconteceu muito rápido, sem muitos detalhes, tem que se desenvolver mais pra ser mais agradável de acompanhar, principalmente com base no tempo da narrativa.

  11. Pedro Paulo
    2 de dezembro de 2019

    É um conto desequilibrado, prejudicado pela alternância de narrativas pautadas em reviravoltas. O resumo mais acertado diria que se trata de um alienígena metamorfo buscando vingança contra um compatriota que o traíra anos atrás. Para tanto, disfarçou-se de policial e se infiltrou na investigação dos crimes que ele próprio cometera na sua procura pelo antigo colega. Mas veja, só sabemos disso depois de transcorrida metade do conto, a primeira parte dedicada aos sonhos sexuais dessa senhora de meia-idade, nos levando a crer que o enredo se tratava de uma narrativa intimista, voltado à realização de uma mulher em que a vida parecia seguir automaticamente. A mudança para a investigação foi abrupta em tema e tom. A escrita é boa tanto em um como em outro, mas o fato de que parecem ser dois contos faz parecer que nenhuma das partes é bem desenvolvida ou que estão desmedidas. Se a Dona Nair deveria ser uma introdução, foi longa ao ponto de ser despropositada, e não há nada que indique a história subsequente como algum tipo de continuação direta do drama da Nair, deslocando o foco para a detetive Carla, com a qual encerramos a leitura com um gancho para ainda mais uma vingança. Então o conto acaba com dois enredos mal-acabados e ainda pior conectados.

    Boa sorte!

  12. Fernanda Caleffi Barbetta
    26 de novembro de 2019

    Obs: esta não é uma leitura obrigatória para mim neste desafio, por isso não há resumo. É apenas a minha breve impressão sobre o texto.

  13. Fernanda Caleffi Barbetta
    26 de novembro de 2019

    Conto bastante criativo e descontraído. Como sugestão, talvez devesse encontrar uma outra forma de explicar o que aconteceu sem colocar simplesmente o ET contando tudo em detalhes no final do conto. Boa sorte no desafio.

  14. Priscila Pereira
    26 de novembro de 2019

    Olá, autor!
    Que conto maluco! Com um toque de sabrinesco picante, uma dose de suspense e investigação policial e um clímax alienígena! Daria pra encaixar esse conto em vários temas..,, rsrsrs
    Olha, não curti muito, sorry, não são meus estilos favoritos e logo no começo já sabia que alguma coisa errada não estava certa rsrsrs com esse amante da dona Nair, e até pensei em um alien, o que tirou um pouco o peso da revelação final… mas, o conto não é ruim, só não caiu no meu gosto. Boa sorte! Até mais!

  15. Givago Domingues Thimoti
    17 de novembro de 2019

    Avaliação – Amado Amante
    1. Resumo
    “Amado Amante” é a história de uma invasão alienígena, que objetiva iniciar se processo de perpetuação através de breves affairs com senhoras de maior idade.

    2. Impacto
    O conto inicia de uma forma que prende sua atenção, com uma narrativa fluida, que prende sua atenção. Gostei disso. Achei o emprego do leve erotismo na primeira parte do conto muito bem empregada e, para mim, foi um dos melhores aspectos da história, pois a maneira leve, com uma dose de ironia e, pelo menos ao meu ver, um certo deboche aos contos eróticos, com uma certa reversão dos clichês eróticos.

    Na segunda parte do texto, a impressão que tive foi a de um conto apressado para caber dentro do limite imposto pelo desafio. Talvez, por essa velocidade maior da segunda parte, alguns detalhes da parte policial ficaram mal explicados, corridos por demais.

    3. Enredo
    O enredo é interessante, irreverente. Certamente, se tivesse mais espaço para escrever, teríamos um daqueles contos cômicos, de rachar o bico completamente, com algum desfecho imprevisível. Entretanto, talvez por essa falta de espaço, terminei a leitura do conto com um ar de faltou alguma coisa.

    Além disso, para mim, faltou manter o nível da narrativa. A primeira parte é bem conduzida, contudo as demais deveram, seja na fluidez da escrita, seja numa parte com um humor um tanto forçado.

    4. Gramática
    Não notei nenhum erro gramatical.

    5. Pontos Positivos/Negativos
    + Como no último desafio teve o famoso “sabrinesco”, posso estar um tanto desatualizado, mas gosto quando ousam com partes mais picantes nos desafios.
    + Contos irreverentes sempre são bem-vindos
    – O desfecho ficou corrido demais. Para mim, me parecia que a detetive protagonista não acreditava muito na tal da Seita. Por isso, me causou um grande estranhamento quando ela aceita ir com o tal do colega de profissão ir investigar o caso. Acho que poderia ter sido melhor explicado essa parte

  16. Bruna Francielle
    15 de novembro de 2019

    Resumo: Dois alienígenas estão na Terra. Um deles começa a se reproduzir com mulheres velhas, adequadas para sua espécie. Os filhos são sempre gêmeos idênticos. Leão, o outro alienígena, guarda rancor por ter sido abandonado pelo parceiro e passa a caça-lo, até conseguir encontrá-lo e matar.
    Análise: Sua escrita me parece bastante profissional. Gostei muito da primeira parte da história, está bem narrada. Foi uma quebra de expectativa quando apareceu a parte policial. Descasou completamente do que estava sendo apresentado até então. Mas terminando a leitura, vi que o enredo afinal de contas foi bastante criativo e teve a capacidade de fechar sem pontas soltas (que eu tenha notado). Todas as informações casaram direitinho. Personagens críveis, boa dose de ironia na narrativa, alguns pontos engraçados, ambientação decente, criação de personagens impecável. Conto de bom nível. Parabéns!

  17. Luis Guilherme Banzi Florido
    14 de novembro de 2019

    Bom dia/tarde/noite, amigo (a). Tudo bem por ai?
    Pra começar, devo dizer que estou lendo todos os contos, em ordem, sem saber a qual série pertence. Assim, todos meus comentários vão seguir um padrão.
    Também, como padrão, parabenizo pelo esforço e desafio!
    Vamos lá:
    Tema identificado: sabrinesco / mistério / FC? heheheh

    Resumo: mulher viúva de meia idade é vítima de um alien que se transforma no homem de seus sonhos. No final, descobrimos que o policial responsável pelo caso também é um alien, que está matando os filhos do colega.

    Comentário: nossa, que salada de frutas seus conto. Gostei! hahahah

    A gente começa achando que se trata de um sabrinesco. Porém, desde o começo fica claro que tem algo de errado ali. Tipo, as coincidências são demais, e parece tudo bom demais pra ser verdade. Logo pensei que o rapaz fosse alguma espécie de Deus ou semideus que realizasse desejo de mulheres, só não sabia se por bondade ou maldade hahaha.

    Quando a cena muda, e drasticamente nos deparamos com uma cena de romance policial, tudo fica mais interessante: afinal, não era uma história de romance cósmico. A aparição da seita reforçou minha ideia de um semideus. Mas quais as motivações da seita?

    Gostei muito do desfecho. Tudo fica meio maluco quando surge a história do gêmeos, do poeta, dos aliens. Adorei. Gosto de contos insanos hahaha.

    Ah, fiquei com pena da policial. Que fim zoado pra ela. Mas foi legal saber que ela vai se vingar do Leão.

    Enfim, ótimo (e muito criativo) enredo.

    A escrita também é boa, gramatical e tecnicamente.

    Resumindo, gostei muito de ler o conto, e quando vi já tinha terminado. Parabéns e boa sorte no desafio!

  18. Pedro Teixeira
    2 de novembro de 2019

    Um alienígena engravida mulheres para gerar descendentes na Terra. Seu antigo colega, que foi deixado por ele para morrer, busca vingança disfarçando-se de policial e o perseguindo, ao mesmo tempo em que também tenta seduzir sua parceira na polícia para engravidá-la.
    O conto tem qualidades inegáveis, como a boa escrita e uma trama muito criativa que poderia estar num episódio de Arquivo X.No entanto, há alguns problemas, como o excesso de informação — muitos acontecimentos e explicações num espaço curto – e a indefinição do tom da estória: certos momentos beiram à comédia pastelão, ao mesmo tempo que há coisas bastante incômodas, como os abusos praticados pelo pai de Carla na infância. Dá pra notar que o autor ou autora possuí talento, mas me parece interessante trabalhar esses aspectos.

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Informação

Publicado às 1 de novembro de 2019 por em Liga 2019 - Rodada 4, R4 - Série C e marcado .
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