O tilintar das pedras de gelo mergulhadas no whisky preenchia o vazio da resposta ausente.
“Então, Oscar, quem era o garoto?“, insistiu o senhor James.
“Garoto?” Ajeitou-se na poltrona, constrangido, as mãos sem encontrar apoio.
“Sim, em sua casa.” Fez um gesto impaciente com a mão. “Era uma visita familiar?” Os cubos de gelo batendo uns nos outros, um longo gole no destilado, uma incômoda espera pelo desenrolar da conversa.
O senhor Oscar pigarreou e descolou-se do encosto, de modo a aproximar-se do amigo. “Mas o senhor também o viu?”
“Sim. Pois ele esteve aqui.”
“Aqui?”, perguntou, apontando o chão repetidamente.
“Sim, há poucos dias. Depois, o vi entrar em sua casa.”
O silêncio mais uma vez tomou conta da sala, e o senhor James fitou seu interlocutor por tanto tempo e com tanta persistência, que este foi impelido a uma confissão.
“Eu não sei o que é” — murmurou.
“O quê? O garoto?”
O senhor Oscar assentiu com a cabeça.
“Mas, então ele não o encontrou?”, perguntou o senhor James, apoiando o copo sobre a pequena mesa.
“Encontrou”, sussurrou. Olhou para os lados, como se quisesse certificar-se de que mais ninguém o ouviria. “Encontra-me todas as noites, ao pé da minha cama.” Deu uma olhadela por trás do ombro e aproximou-se, ocupando a borda do assento. “Sem que eu lhe abra a porta.”
O ouvinte curvou-se também, reduzindo a poucos centímetros a distância entre eles, calado, olhar fixo, como se a esperar por informações mais precisas.
“Bem, só posso crer que ele seja uma espécie de aparição”, disse o senhor Oscar, a voz baixa, a cabeça balançando lentamente.
Foi então que o senhor James explodiu em uma gargalhada tão escandalosa quanto inoportuna, que acabou por tirar o amigo da poltrona. A passos largos, com os olhos voltados ao assoalho, o senhor Oscar foi caminhando em direção à saída. Porém, antes que se pusesse porta afora, o senhor James apressou-se a refreá-lo e a desculpar-se:
“Não me entenda mal, não foi minha intenção ofendê-lo, caro Oscar”, disse, dando batidinhas leves no ombro do amigo. “Foi certamente uma reação nervosa. Esses assuntos sobressaltam-me. Mas, vamos, sente-se e me conte essa história direito.” Apontou a poltrona ainda quente, encorajando-o a reacomodar-se. “Insisto que aceite um pouco de whisky.” Dirigiu-se ao carrinho de bebidas, balançando as mãos em gestos exaltados. “Este destilado é especial, feito com trigo vermelho, doce. Precisa prová-lo.”
Ainda em pé, com os braços caídos rentes ao corpo, o senhor Oscar ergueu as sobrancelhas e ficou observando, por cima dos óculos, a afetação do amigo. Quando o senhor James estendeu-lhe o copo, meneou a cabeça e deixou escapar algumas palavras incompreensíveis, talvez porque falasse consigo mesmo. Aceitou o destilado e o insistente convite para sentar-se. Tossiu, limpando a garganta, tomou um gole e bateu a língua repetidamente no céu da boca como se tentasse decifrar o sabor e segurá-lo por mais tempo.
“Eu provavelmente também caçoaria de mim se não me encontrasse em minha posição. O que acabo de afirmar ao senhor é, com toda a certeza, algo que foge ao meu entendimento e que nunca imaginei enfrentar. Mas esta parece-me a única explicação”, disse, o senhor Oscar, repousando o copo na mesinha lateral. Passou as mãos pela calça e as apoiou nos joelhos. “Vou contar-lhe o que vem ocorrendo, não porque assim me solicita, mas porque apreciaria a sua opinião.”
O senhor James retomou seu assento, olhos pregados no amigo, já mais entusiasmado que trocista, curioso para ouvir o relato sobre a aparição do menino desconhecido.
“Faz quase uma semana. Eu estava na cama, dormindo, quando despertei num estalo, confuso, como é usual nesses despertares súbitos, sem a certeza se havia ouvido um estampido ou se ele havia ocorrido dentro do meu sonho, um estrondo tão forte que me arrancara do repouso. Mantive-me ali, deitado, ouvido aguçado, até que decidi que havia sonhado com o tal barulho. Quando mudava de posição na cama, notei um vulto na contraluz que vinha da janela com as cortinas corridas além da metade. Por alguns segundos, paralisei, estava certo de que se o vulto viesse para cima de mim, eu nada teria a fazer a não ser gritar com toda a força dos meus pulmões. Quando recobrei os movimentos, coloquei os óculos e, com as mãos apressadas e levemente trêmulas, acendi a vela que mantenho na mesinha ao lado da cama, um olho nela, outro na figura imóvel, desejando que a claridade desfizesse a visão equivocada, mas, a cada instante, ela revelava-se mais incontestável. Quando se fez a luz, revelou-se ao pé da minha cama, bem ali, um menino, encarando-me, imóvel como uma estátua.”
“O tal que veio aqui?”, interrompeu o senhor James.
“Creio eu que sim. Que outro haveria de ser? O senhor acaba de declarar que o vira entrar em minha casa.”
“Sim, sim”, balbuciou. “Mas era um garoto. De carne.” Mexeu-se na poltrona de forma tão enérgica que a madeira rangeu. “E osso.”
“Minha primeira impressão também foi essa, meu caro”, concordou o outro, balançando a cabeça.
O senhor James ergueu as sobrancelhas e sustentou o silêncio por alguns segundos, a testa enrugada, o dedo batendo insistentemente no braço da poltrona. “Se eu o vi entrar em sua casa naquela tarde, o senhor deve ter deixado a porta aberta.” Umedeceu os lábios, procurando as melhores palavras. “O que o faz supor que ele não era um simples garoto intruso, mas sim uma…” Molhou os lábios novamente e demorou-se, como se não encontrasse a expressão mais justa. “Assombração?”
“O senhor compreenderá se me deixar continuar”, respondeu, com impaciência nos gestos e na voz, já sem importar-se com o rigor dos modos. “Continuando, ainda acreditando ser apenas um garoto, sentei-me na cama, desconcertado, e questionei quem era, o que fazia ali e como havia entrado. Ele manteve-se mudo. Então, coloquei-me em pé e aproximei-me, chegando bem perto, agachei-me para que meus olhos alcançassem a altura dos seus, e foi quando ele os cravou em mim, como se quisesse sugar minha alma de dentro do meu corpo. Engoli em seco e sustentei seu olhar mesmo que eu não quisesse. E eu lhe garanto que não queria. Foi então que ele abriu a boca de tal forma grotesca que caberia a minha cabeça inteira dentro dela. Não sei o que fiz primeiro, se gritei ou se corri, só sei que em poucos passos eu estava na sala, dando voltas a esmo, repetindo a mim mesmo que aquilo não era real e que logo eu despertaria em minha cama, suado e desafogado daquele horror. De súbito, estaquei. Começando a crer em minha súplica desesperada, pensei que talvez eu não estivesse de fato acordado, que aquilo bem poderia ser apenas um sonho ruim. Isso posto, de nada adiantaria todo aquele alvoroço, bastaria esperar que o tormento acabasse. Ainda não tão convencido a ponto de retornar ao quarto, sentei-me no sofá, os pés juntos e os braços cruzados, imóvel, quase não respirava. Foi então que a criatura reapareceu, vindo em minha direção como se flutuasse. Ela vinha se aproximando e eu ia me afastando, até chegarmos os dois, quase juntos, novamente ao meu quarto. Joguei-me sobre a cama e espremi meu corpo contra a cabeceira, suando por baixo do pijama. Então, ele buscou a atenção de meus olhos e apontou para a janela.”
“Janela? Que janela?”, perguntou o senhor James, interrompendo mais uma vez.
O senhor Oscar levantou-se da poltrona, foi até a janela e, dali, indicou a de sua própria casa a alguns metros além do gramado.
“Aquela.”
O senhor James postou-se ao lado do amigo, ambos encarando a casa vizinha, imóveis, as respirações suando o vidro.
“Então ele apontou para cá, para a minha casa?”, perguntou o senhor James, vagarosamente, sem despregar os olhos lá de fora.
“Sim, foi o que eu pensei.”
“E ele disse alguma coisa?”
“Nem uma só palavra”, respondeu o senhor Oscar, balançando a cabeça em negativa. “E para o senhor? Ainda não me contou o que ele disse quando esteve aqui procurando por mim.”
“Não falou nada também”, respondeu, erguendo os ombros.
O senhor Oscar franziu o cenho e virou-se para o amigo, visivelmente incomodado. “Nada?”
“Naquele dia, ainda era dia claro, eu ouvi batidas na porta da frente e, quando abri, ele estava lá, pouco além da soleira, parado, encarando-me de um jeito tão sisudo que ouso dizer que era quase agressivo. Antes que eu pudesse perguntar o que queria ali, ele rodou nos pequenos calcanhares e caminhou até a porta de sua residência. Sei que entrou, pois pude vê-lo passar pelo balcão lateral. Suspeitei que fosse algum parente do senhor.”
“Foi só esse o contato que teve com ele?”
“Só.”
Incentivando o amigo a continuar com seu relato, o senhor James regressou à poltrona. “Prossiga, prossiga”, encorajou, indicando com um gesto o assento à sua frente.
Devidamente reacomodado, o senhor Oscar retomou de onde havia parado: “Bem, assim que ele apontou a janela, endireitei meu corpo, lentamente, ergui a cabeça o mais alto que pude, espichando bem o pescoço, e espiei dali de onde eu estava, sem coragem para locomover-me diante de tão estranha presença. Não vi nada além do que deveria ver, esta casa. Distraí-me, o olhar buscando algo incomum além da vidraça, e foi quando ele desapareceu. Deixei a cama, escorregando pela borda, um pé após o outro, com cautela, alcancei a janela e espreitei novamente lá fora. O mesmo, nada de anormal ali. Ainda sem convicção de que aquilo tudo não tivera sido um pesadelo, deitei-me na cama, cobri-me até a cabeça e fechei os olhos, intencionando dormir ou acordar. Não sei qual deles ocorreu, nem quanto tempo demorou, só sei que era dia claro quando despertei, com o pensamento ainda preso à aparição.”
Ao final do relato, o senhor James agarrava o braço da poltrona com tanta força que era de se supor que havia deixado as marcas dos dedos na madeira. “E o garoto não voltou mais?”
“Pois voltou. Nas quatro noites subsequentes, às três horas da madrugada, sempre ao pé da minha cama, apontando para a janela do meu quarto na direção desta casa.” Fez uma pausa. “Já estava dando por certo que a criatura não seria nada mais do que mero fruto de minha imaginação, um estranho pesadelo recorrente, mas agora…” Fitou o amigo, deixando a frase inacabada.
“Bem, não sabemos se o menino é o mesmo”, disse o senhor James, hesitante.
“Vejamos. Ruivo, olhos azuis, sardento, nariz arrebitado, roupa azul.” O senhor Oscar fez uma breve pausa, aguardando uma confirmação. Os olhares desencontraram-se. De modo impaciente, levantou-se. “Mais ou menos desta altura”, disse, batendo a mão espalmada na cintura.
“Não pude ver direito, assim em detalhes, foi muito rápido”, justificou-se erguendo os ombros.
Com a testa franzida, a face tão enrugada de diminuir os olhos, o senhor Oscar sentiu crescer dentro de si uma estranha sensação de desconfiança. “Bom, vejo que não pode me ajudar, caro James.” “Não que eu tenha vindo atrás de explicações, uma vez que eu nem imaginava que a assombração também tivesse vindo importuná-lo. Quem sabe, sonhamos os dois, compartilhamos fragmentos de um sonho ruim.” Bateu de leve as palmas das mãos uma na outra, levantando-se em seguida. “Vou para minha casa, que é hora.”
O senhor James não fez menção de oferecer mais alguns minutos de sua atenção, nem mais dois dedos de destilado ou de prosa que fosse. Ficou apenas observando o amigo passar pela porta e afastar-se.
Dois dias se passaram sem que qualquer palavra ou aceno fossem trocados entre os dois. Até que o senhor Oscar voltou a aparecer na residência vizinha. Nos cumprimentos à soleira da porta, o senhor James revelava um incômodo, o senhor Oscar, um ar misterioso, distinto de outrora. Este entrou e permaneceu em pé no centro da sala, com os olhos rondando cada centímetro do aposento, se alongando para o cômodo adjacente.
“O senhor nunca vem pela manhã”, disse o anfitrião, com um quê de desagrado pesando em sua voz.
“Na noite passada ele finalmente falou comigo”, declarou o senhor Oscar, de supetão.
“Ele, o senhor quer dizer o garoto?”
“Sim.”
“Falou? Mas falou o quê?” A voz oscilante, própria de quem não está certo de ansiar por uma resposta.
“Na verdade, não foi bem ele quem falou.”
O senhor James franziu a testa, o olhar confuso.
“Na última noite, ele deixou o pé da minha cama e aproximou-se da cabeceira, o que provocou em mim um recuo instintivo, pois nunca mais havíamos nos permitido tão estreita distância desde que eu descobri não ser ele um simples garoto.” O senhor Oscar caminhava pela sala e gesticulava, com ar quase professoral. “Então, ele arriscou uma nova aproximação, e eu acabei permitindo que ele se acercasse, chegando tão perto que pôde assoprar dentro da minha boca. Foi como se ele soprasse uma palavra para dentro dos meus pulmões.”
“Uma palavra dentro dos seus pulmões?”, perguntou o outro, contorcendo o rosto em repulsa.
“Sim, uma palavra que eu proferi no instante em que ele fechou a boca.” Estudando a feição de seu ouvinte, o senhor Oscar disse lentamente, articulando devidamente cada uma das duas sílabas: “Po-rão.”
O senhor James arregalou os olhos e, logo em seguida, esforçou-se para relaxar os músculos da face, esboçando um sorriso que descortinou seus dentes amarelados.
Permaneceram mudos, olhares sustentados. O silêncio foi crescendo, preenchendo cada centímetro da sala fria, até ser quebrado, como um cristal jogado ao chão:
“Diga-me, caro James. Esta casa tem um porão?”
“Porão?”, repetiu, à iminência de gaguejar. “Não, não tem.”
“Não tem?”
“Bem, tem, tinha. Foi fechado há alguns anos. Um espaço condenado, inútil, cheio de umidade”, respondeu, dissimulando indiferença.
“Ah, sim. O mofo.” Esticando o pescoço para além do vão da sala, o senhor Oscar espiou o corredor. Virou-se num repente, provocando um leve tremor no corpo do amigo. “Bom, não quero mais ocupar o tempo do senhor. Até breve, meu caro, muito breve.”.
Quando a porta fechou-se atrás do inoportuno visitante, o senhor James permaneceu imóvel por alguns instantes, cravando os dentes no dedo indicador destro para não gritar, então, bateu o pé com força no chão, transferindo ao assoalho de madeira toda a sua cólera. O som reverberou no andar abaixo dele, subterrâneo, um salão úmido, com paredes mofadas, onde, entre tonéis de carvalho francês, uma mulher de cabelos vermelhos, acorrentada à parede, definhava. Olhos perdidos, faltava-lhe forças e consciência de sua situação para clamar por socorro, para gritar por ajuda antes que fosse novamente mergulhada no líquido de cor âmbar, dando sequência a um ritual diário que se arrastava por horas.
Sem que nada justificasse tal comportamento, a mulher ruiva ergueu um pouco o corpo e encarou a porta, vislumbrando o garoto, ali, a poucos metros, os olhos complacentes. Era a primeira vez que ela via a aparição. E era a primeira vez que a aparição sorria.
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O conto é sobre o fantasma de um garoto que aparece na casa de um homem chamado Oscar, que depois descobrimos estar querendo avisar sobre a mãe presa no porão do James e que vem sendo submetida a um ritual.
Parabéns por seu conto que foi muito gosto de ler, mas não gostei do final.
Inicialmente houve uma certa previsibilidade, por que deu a impressão que o garoto é que estaria morto na casa de um ou de outro e sua alma apareceu em busca de ajuda para que encontrassem o corpo.
Os diálogos foram bem construídos e o suspense foi mantido até o final, mas o desfecho deixou a desejar, porque a mulher foi introduzida abruptamente e o ritual tampouco esclarecido.
De qualquer forma, parabéns pelo conto e boa sorte no desafio. 🙂
Dois homens conversando: Oscar e James. Os dois falam sobre um garoto que parece ser uma assombração. James duvida do amigo, mas logo depois diz que também viu o garoto. O estranho garoto atormenta as noites de Oscar apontando para a casa de James, um dia, o garoto sopra uma palavra nos pulmões de Oscar, este então retorna à casa de James e deixa claro que sabe que há algo de errado acontecendo ali.
Comentário: Boa estória, parabéns! É uma estória interessante, deixa o leitor na dúvida e isso é bom. O enredo é muito bom, gostei da mistura da mulher com a bebida, bastante inusitado, mas o diálogo é um pouco confuso no início, a gente fica sem saber quem é que está falando o quê. O desfecho é bem legal. Pouquíssimos erros de revisão.
Dois homens conversando: Oscar e James. Os dois falam sobre um garoto que parece ser uma assombração. James duvida do amigo, mas logo depois diz que também viu o garoto. O estranho garoto atormenta as noites de Oscar apontando para a casa de James, um dia, o garoto sopra uma palavra nos pulmões de Oscar, este então retorna à casa de James e deixa claro que sabe que há algo de errado acontecendo ali.
Comentário: Boa estória, parabéns! É uma estória interessante, deixa o leitor na dúvida e isso é bom. O enredo é muito bom, gostei da mistura da mulher com a bebida, bastante inusitado, mas o diálogo é um pouco confuso no início, a gente fica sem saber quem é que está falando o quê. O desfecho é bem legal. Pouquíssimos erros de revisão.
A Aparição
Johnnie Walker
Resumo: Uma aparição em forma de menino surge para tirar a paz de dois vizinhos e de uma estranha prisioneira.
Comentário:
Texto intrigante.
No porão, que parece ser uma fábrica clandestina de whisky, vive uma mulher. Embora sua presença só se concretize no final e ali conhecemos sua terrível realidade como ingrediente da bebida, uma aparição em forma de criança chama a atenção do vizinho com o objetivo de conseguir liberdade para ela, embora só se presente à mulher ao final do Conto.
O Conto parece ser uma aposta de texto desconstruído, porém, na minha percepção, não consegue deixar claro as intenções e as probabilidades.
O texto não consegue criar um clima de tensão, terror ou repulsa, mesmo que esses elementos sejam esperados. Nem mesmo a forma que a aparição se comunica conseguiu me convencer…
Dois vizinhos em diálogos onde um deles expõe ao outro a aparição constante de um menino ruivo em seu quarto,nas madrugadas, em forma, a seu ver, de fantasma até proferir a palavra porão. O que chama a atenção é sobre o fato desse menino tentar alerta-lo sobre o possivel local onde uma mulher é mantida em cárcere privado pelo outro vizinho a correntes. A leitura é atraente assim como todo o contexto. Fica suspenso no ar o desfecho, o que motiva a criatividade do leitor. Inteligente. Tive que ter atenção redobrada nos diálogos.Mas, no geral, gostei!Criativo.Parabéns! Abraço.
Duas pessoas conversam sobre uma aparição, algo sobrenatural que os dois viram. Ao final, quando um dos homens vai embora, descobre-se que há um porão, onde tem uma mulher trancada, definhando acorrentada.
Técnica: 4,0
Criatividade: 2,5
Impacto: 3,0
Acho o ponto forte do conto a técnica, conto bem escrito, porém os discursos diretos formais demais me afastam da realidade. Não é errado, mas é uma opção estética que me desagrada. Um conto norte americano, com nomes norte americanos. Parece que é um filme americano dos anos 60. Se a ideia do autor é ir para este lugar, está muito bem feito (no início do conto), o mistério do início do conto que também é muito bem realizado e me agrada, porém nessa estética, acredito que ele perde a potência com o decorrer do texto, pois ele vai indo cada vez mais para os filmes de terror contemporâneos, por isso, acredito que a técnica tenha uma falha aqui neste sentido. Ela não se sustentou. (Gostaria de tirar mais meio ponto por ambientar nos EUA, por implicância minha do nosso senso (do brasileiro) de vira latas que adoram tudo o que é de lá)
Na questão de criatividade me parece uma história que já vi milhares de vezes, não me trouxe inovações nem em história, nem em técnica.
O impacto que me causou foi apenas pelo início bem construído, com o mistério sustentado por um bom tempo, mas depois eu acabei perdendo o interesse no conto por conseguir ir adivinhando o que viria a seguir.
Resumo: dois homens, vizinhos de morada, conversam sobre um menino-fantasma que aparece de forma recorrente no quarto de um deles, apontando a casa vizinha e o fazendo desconfiar do que, ao final da história, parece ser um crime de cárcere privado cometido pelo outro.
Impressões: texto extremamente bem escrito e prolixo, muito gostoso de ler. Descrições bem feitas e imagéticas. Narrativa fluída, enredo interessante e com um final aberto e impactante.
Parabéns pelo bom trabalho!
Resumo:
Os vizinhos Oscar e James discutem sobre um misterioso garoto que apareceu para ambos em situações distintas; uma única vez para James e de forma mais recorrente para Oscar. Chegam a conclusão que se trata mesmo de uma “assombração”, uma alma atormentada que insistentemente indica para Oscar a casa do senhor James. Com a repetição das aparições, termina por fazer-se entender a palavra “porão”. Interrogado pelo Sr. Oscar a respeito de algum porão na casa, James nega, refuta, mas não convence o vizinho, que desconfiado promete voltar aquele assunto em breve. No porão, uma mulher definhava, prisioneira do medo.
Considerações: gramática perfeita, construção lenta, acredito que de forma premeditada, linguagem clássica, os nomes de origem inglesa, talvez para criar uma ambientação gótica. Uma história que mesmo sem grandes viradas, constroem um bom terror psicológico.
RESUMO: O conto relata uma conversa entre dois amigos, sempre falando sobre a aparição de um garoto ruivo. Por fim, é revelado que no porção da casa de um deles há um porão, no qual vive uma mulher ruiva aprisionada.
CONSIDERAÇÕES: Não tenho muito o que dizer sobre esse conto, exceto que, do meu ponto de vista, provavelmente o conto mais difícil de entender aqui da série A. Percebe-se isso no resumo sucinto que fiz. Li o conto umas 4 vezes a fim de entender o que o autor pretendia dizer. Ao que parece, o(a) autor(a) possui um estilo bastante maduro e seguro.
RESUMO: Dois homens conversam sobre uma dita aparição que assola um deles, até que este entende que o objetivo da coisa era alertar para algo terrível acontecendo na casa de um deles.
COMENTÁRIO: Um bom suspense com toques de horror. A narrativa, feita por diálogos é mais dinâmica do que simplesmente se fosse em terceira pessoa, mas o excesso de detalhes nos maneirismos dos personagens muitas vezes me distraiu da leitura.
Em alguns momentos, também me senti confuso quanto a quem estava falando o que.
O final do conto é abrupto e introduz um outro personagem que sequer havia sido mencionado antes, dando um ar de final EX-Machina à história. Ademais, o final extremamente interpretativo e aberto não me cativou ( e eu adoro finais abertos). Acho que poderia desenvolver melhor o final para romper essa sensação amarga.
A gramática é excelente, não vi problemas.
Um grande abraço
Conto de suspense/terror que narra a aparecimento de um garoto fantasma para dois amigos que são vizinhos de casa.
Gostei do conto. A narrativa é muito boa, diria mesmo excelente, prende a atenção e flui de forma bem agradável. As descrições dos gestos dos peesonagens são feitas com maestria, nos aproximando deles, deixando-os verossímeis e aumentando o suspense da história. O que não me agradou muito foi o final, que na minha opinião não teve o impacto que toda a construção narrativa até ali merecia. Boa sorte no desafio.
Olá, Johnnie Walker, boa sorte no desafio. Eis minhas impressões sobre seu conto.
Resumo: Dois visinhos, ambos bebericam um uísque numa conversa sobre um misterioso garoto, ou uma aparição? Mas que parece ser uma invenção do visinho, no intuito de arrancar uma confissão. Que por fim, apesar de ficar a incógnita. O homem mantém uma mulher em cárcere privado dentro de um barril de destilado em um sórdido porão.
Gramática: Um conto muito bem escrito, de uma gramática correta, toda ela muito bem aplicada. Com a leitura fluindo sem percalços.
Comentário crítico: Toda a trama se desenrola em torno da aparição de um menino, um tanto estranho. Rico nos detalhes gestuais dos personagens a narrativa mantém o suspense com muita habilidade, entretanto deixa um final um tanto nebuloso, quanto a aparição do menino para a mulher mantida em cárcere privado. Visto que a “aparição” mais parece uma invenção de um investigador, no entanto ele aparece para a mulher também. Mas o enredo muito bem construído indica que o personagem Oscar conseguiu seu intuito ao elucidar, pelo menos para o leitor, a farsa por parte do visinho, James, partindo da ação em que ele bate fortemente com os pés no solo para intimidar quem estava no porão, o que fica subtendido.
Uma assombração atormenta dois vizinhos que compartilham suas experiências enquanto bebem certo whisky de sabor adocicado. Um deles esconde um segredo macabro.
Enquanto lia seu conto veio-me à memória o conto “O empréstimo” do Machado de Assis por causa da descrição minuciosa dos trejeitos e expressões dos personagens. Como no conto do Machado, as descrições hiper-realistas revelam a alma dos personagens e mais que o enredo — simples, mas eficiente e que se revela criativo no momento em que descobrimos a razão do sabor especial do whiskye que os personagens bebem — me cativaram.
A linguagem realça a atmosfera que remete às histórias inglesas em que fantasmas arrastam correntes em mansões vitorianas. O ritmo lento serve perfeitamente ao propósito de criar suspense e preparar para o desfecho sinistro da trama.
Enfim, uma elegante história de fantasma que entretém e encanta o leitor pela excelência do estilo do autor.
Resumo: um dialogo entre dois amigos e o relato de uma aparição. O desenrolar demonstra suspense . Entre um goles e outros fatos sobre um possivel menino de aparencia incomum vão amarrando acontecimentos insatisfatórios na vida de Oscar. James parece tentar saciar sua curiosidade com os fatos obscuros que envolvem a conversa.
O enigma revela a tragica condição de uma mulher aprisionada no porão da casa de Oscar. A aparição parece ter sentimentos pela vítima, demonstrando um sorriso ao se colocar diante dela.
Ponto forte: Enigmas cotidianos. Fatos narrados sob ótica simplificada de um possivel assassinato, ou talvez, um sequestro, enfim. Excelente a idéia de criar um cenário descrevendo ações e objetos simples, comuns do dia a dia.
A imagem usada deu vida ao titulo e a descrição da tal assombração narrada no conto.
Ponto fraco: Não os notei.
Contexto geral: Textos desta categoria me agradam. Alem de manter o leitor em foco, permite criar cenários mentais sobre os fatos ocorridos.
Dois vizinhos comentam a aparição fantasmagórica de um menino. O desenrolar do texto indica que um deles tenha matado o rapaz e que tenha a mãe presa na cave. Pelo menos é esta a leitura que faço, dado que o final do texto é bastante confuso. O desenvolvimento é muito lento, embora bem escrito. O leitor divide-se entre a pouca vontade de o continuar a ler e a expectativa de um desfecho inesperado, tão comum nos textos da temática sobrenatural. Neste caso, porém, o desfecho é confuso. Enquanto leitor senti que faltava mais informação sobre o desfecho. Posso inferir sobre o que se passou, mas fica a narrativa tão aberta que mais parece que falta um capítulo extra.
Para além disso, ficam algumas incoerências: no final, quando é dito que é a primeira vez que a mulher vê a aparição e que também é a primeira vez que vê a aparição a sorrir, o leitor fica profundamente confundido pela estranheza da construção.
Resumo: Homem vai à casa do vizinho para lhe contar sobre uma presença sobrenatural que o apavora há várias noites. O que ele não sabia era que seu vizinho mantinha em cativeiro uma mulher a quem embebedava e estuprava diariamente. A assombração parecia tentar ajudar esta mulher. Mas no fim, não conseguiu.
O que achei: É uma história de final surpreendente, apesar de ser arrastada.
Falta fluidez.
São muitas as falas por parte dos homens, enquanto a Aparição parece ter um problema seríssimo de articulação. O que a faz ser uma personagem com “presença”, mas sem a capacidade de ser útil nessa história.
A Aparição
Resumo
A aparição é um conto narrado através do diálogo entre dois vizinhos. Oscar, ao visitar James, é inquirido sobre o garoto ruivo visto em sua residência. Após alguma insistência de James, Oscar confessa que tem sido visitado com certa regularidade pelo menino misterioso, inclusive tendo o mesmo aparecido em seu quarto nalgumas madrugadas. Sem revelações do narrador, que se limita a informar os fatos, concluímos que o menino, aparentemente mudo ou talvez vítima dalguma deficiência psicológica ou mental, busca ajuda para a mulher, igualmente ruiva que, aprisionada no porão de James, é regulamente mergulhada no uísque produzido pelo próprio.
Comentários
Deduzo que os personagens sejam ingleses, ou escoceses ou até mesmo irlandeses, e que a história talvez se passe há uns dois séculos atrás. Há uma elegância na formalidade absolutamente adequada da narrativa e dos diálogos, apesar de eu haver detectado uma ou outra inconsistência.
Guardadas as devidas proporções, o conto me lembrou Tchekhov. De início, a imagem desgastada do copo de uísque e das pedras de gelo me desanimaram um pouco, mas ao completar a leitura aceitei que ela é inerente à história e, se bem recordo, o próprio Tchekhov teria dito que, se na abertura de uma história um revólver é citado, até o final da narrativa ele deverá ser disparado (ou algo do tipo). Aqui o uísque cumpre a premissa.
Não obstante haver, em minha opinião, alguma similaridade com o estilo do mestre, inclusive pelo caráter inconclusivo do desfecho, eu diria que falta a este conto a necessária relevância psicológica ou social, típicos dos contos de Tchekhov e, na ausência dessas virtudes, só me resta buscar no conflito e no clímax elementos que poderiam enriquecer a narrativa. Apesar das “pistas” devidamente distribuídas e de tudo o que é deixado à interpretação do leitor – como um elogio ao intelecto deste -, quer me parecer que falta a “A Aparição” um ápice, um clímax, ainda que meramente psicológico. Faltou aquele clique, aquele estalo. Apesar disso, uma narrativa bem conduzida, proporcionando uma leitura bastante agradável.
Em números:
Título e Introdução: 6
Personagens: 7
Tempo e Espaço: 7
Enredo, Conflito e Clímax: 7
Técnica e Aplicação do Idioma: 8
Valor Agregado: 7
Adequação Temática: 10
Nota Final: 3,7
Observação:
As parciais, baseadas nos critérios, variam de 0 a 10, mas possuem pesos distintos na composição da nota final, que varia de 0 a 5.
Um vizinho relata ao outro o que seria a visão de assombração de um garoto que aparecia-lhe aos pés da cama e apontava para a janela da casa dele. No desenrolar das visões, descobre-se que a aparição deseja apontar o caminho do porão onde estava sendo mantida uma mulher prisioneira sob um estranho ritual.
Técnica
Bem escrito, linguagem clássica que eu gosto bastante. Diálogos bem construídos. Ritmo cuja angústia é aumentada gradualmente.
Criatividade
Histórias de fantasmas são muito instigantes.
Impacto
Fiquei tensa e isso é bom num conto. Esperei mais do final. Acompanhei a história com grande expectativa, mas o autor entrega o desvendar sem o mesmo ritmo do restante do conto. O sabor do vinho poderia ser mais bem descrito de modo a gerar uma associação com o ambiente (em que era produzido?). O corredor poderia ter uma porta trancada, cujo mofo vazasse pelas laterais. O fato de o carrasco também ter visto o menino o torna real? Mas e o sopro sobrenatural na boca? Ficou um pouco confusa essa questão.
Gostei muito, parabéns.
Um vizinho(Oscar) relata para o outro(James) a aparição de um menino ruivo, que parece guardar um segredo relacionado à James. Ao final, a aparição diz a a palavra “porão” para Oscar, e ficamos sabendo que James está fazendo experimentos horripilantes com uma mulher presa em seu porão.
Bom conto, que consegue, com uma trama relativamente simples, captar e manter a atenção do leitor até o fim. Nesse sentido, o início com o diálogo foi um recurso utilizado de forma inteligente por apresentar, sem rodeios, o enredo, e desenvolvê-lo com agilidade. O estilo narrativo, a ambientação e o tema me lembraram Henry James em “A Outra Volta do Parafuso”, com a ressalva de que aqui o aspecto sobrenatural parece mais evidente. Há algo de Poe também na trama – a estrutura da casa sendo utilizada para manter um terrível segredo. Outra coisa a se elogiar é a ausência de explicações detalhadas, que deixa o leitor pensar. Um bom começo para o desafio.
Um excelente suspense e um feliz início para as leituras deste desafio. Neste conto, a tensão reside nos pormenores, nos gestos indicativos de medo, impaciência, frustração e angústia que entremearam a conversa entre os dois homens. Apesar da maioria do conto ser a narração de uma história, a própria conversa na qual se dá essa narração é o que realmente faz o conto, com as informações sendo entregues de pouco em pouco e de maneira hábil. O autor nos escreveu que o garoto apontou para a janela, mas não disse logo de cara que apontava para a casa de James, retendo a informação para as linhas seguintes, prendendo ainda mais o leitor. Isso requer uma atenção valiosa à construção da atmosfera de insegurança e o autor com certeza a teve, em todo momento sabendo jogar com o que o leitor sabe. Além disso, há uma ambientação sutil na história que, ao contrário de consistir em descrições, está nas palavras e modos das personagens, evocando uma educação erudita de um passado distante.
Neste desafio, encontro-me isento de resumir ou dar notas ao conto, mas acredito que estaria entre os melhores avaliados. A única dúvida que me resta é quanto ao “rito diário” ao qual a cativa era submetida. Não consegui associar tão bem. Talvez algum outro comentarista tenha sentido o mesmo e pergunte, aí fique esclarecido. Se não, considere a questão registrada aqui.
Boa sorte.
Olá, johnnie! Fiquei um tempão pensando no seu conto… olha, eu achei estranho a forma como foi escrita, tipo, formal e pomposa demais… mas o conteúdo eu achei excelente! A moça que ficava no porão eram “infusionada” para fazer o destilado que eles beberam, né… e a aparição seria um filho dela, que talvez nunca tenha chegado a nascer? o mistério é muito bom, mas a narrativa ficou um pouco chata… eu gostei e não gostei… 😀
A Aparição- Resumo- é a história de dois vizinhos, Oscar e James. Oscar visita o amigo para contar-lhe sobre um menino que parece no quarto dele e julga ser um fantasma. O menino aponta com o dedo, a casa de James. Oscar acaba desconfiando que James guarda um segredo no porão. Ele tem razão, o vizinho mantém uma mulher presa no porão, sofrendo abusos. O menino aparece para ela e sorri, como se dissesse que o sofrimento dela está chegando ao fim.
COMENTÁRIO- Gostei da história, só não entendi o vínculo que o menino tinha com a prisioneira. Suponho que o menino seja um fantasma. Ele aparece para a mulher e sorri, como se disse que o sofrimento dela está para acabar, já que Oscar desconfia de James e chamará a polícia. Mas quem era o menino? Como morreu?
Gostei da escrita. Os diálogos sem travessão é uma opção do autor, não existe obrigatoriedade para o travessão. Bons diálogos, boas descrições e ações esmeradas.
Personagens bem desenvolvidos na trama. A introdução foi longa demais, até chegar ao ponto de entendimento, levou muito tempo. Poderia ser mais sucinta. Não gostei da palavra destilado (2 vezes) para o uísque, que é uma das fases de fabricação da bebida destilada, como o whisky, cachaça, conhaque, etc. Destilado, é usado mais na literatura de língua inglesa (distilled) para designar o whisky. Mas é uma opção do autor. Eu daria o nome da bebida e não “destilado”. Boa sorte.
Bom dia/tarde/noite, amigo (a). Tudo bem por ai?
Pra começar, devo dizer que estou lendo todos os contos, em ordem, sem saber a qual série pertence. Assim, todos meus comentários vão seguir um padrão.
Também, como padrão, parabenizo pelo esforço e desafio!
Vamos lá:
Tema identificado (ou tentativa de, hehehe): suspense
Resumo: vizinhos conversam sobre uma assombração que os tem visitado. Ao final, descobrimos que a aparição tenta avisar um deles sobre algo escondido no porão do amigo, uma mulher que é mantida em cativeiro. Acredito que o menino seja filho dela.
Comentário:
Apesar de bem escrito, e de conseguir criar um certo suspense que gera uma curiosidade sobre o desfecho, devo dizer que o conto não me prendeu tanto.
Acho que um dos pontos que atrapalhou minha conexão com a história, foi a linguagem rebuscada demais da conversa, tornando-a um pouco inverossímil pra mim, como leitor. Parecia se tratar de uma conversa de cavalheiros do século XVIII. Sei lá, pode parecer que estou sendo chato, mas os diálogos foram cansativos. Considerando que o conto é praticamente todo composto de diálogo, isso deixou a leitura pouco fluida pra mim.
Outra coisa que me incomodou foi o narrador se referindo aos personagens como “senhor James”, repetidas vezes. Não vejo necessidade disso na narrativa, e acabou me incomodando um pouco ao ler.
Sobre o enredo, achei interessante o mistério do menino. De certa forma, porém, desde o começo fiquei com uma pulga atrás da orelha sobre o James. Algo na postura dele meio que deixou uma cisma. E quando é revelado, ainda na metade do conto, que o menino apontava pra casa dele, eu meio que imaginei que ele tinha feito algo errado.
Ainda assim, me surpreendeu saber que existia uma mulher prisioneira no porão. Isso sim foi surpreendente.
Enfim, é um conto bem escrito e com uma construção interessante de mistério, mas que me incomodou um pouco pelo excesso de formalidade no diálogo.
Parabéns e boa sorte!
Bom dia/tarde/noite, amigo (a). Tudo bem por ai?
Pra começar, devo dizer que estou lendo todos os contos, em ordem, sem saber a qual série pertence. Assim, todos meus comentários vão seguir um padrão.
Também, como padrão, parabenizo pelo esforço e desafio!
Vamos lá:
Tema identificado (ou tentativa de, hehehe): suspense
Resumo: vizinhos conversam sobre uma assombração que os tem visitado. Ao final, descobrimos que a aparição tenta avisar um deles sobre algo escondido no porão do amigo, uma mulher que é mantida em cativeiro. Acredito que o menino seja filho dela.
Comentário:
Apesar de bem escrito, e de conseguir criar um certo suspense que gera uma curiosidade sobre o desfecho, devo dizer que o conto não me prendeu tanto.
Acho que um dos pontos que atrapalhou minha conexão com a história, foi a linguagem rebuscada demais da conversa, tornando-a um pouco inverossímil pra mim, como leitor. Parecia se tratar de uma conversa de cavalheiros do século XVIII. Sei lá, pode parecer que estou sendo chato, mas os diálogos foram cansativos. Considerando que o conto é praticamente todo composto de diálogo, isso deixou a leitura pouco fluida pra mim.
Outra coisa que me incomodou foi o narrador se referindo aos personagens como “senhor James”, repetidas vezes. Não vejo necessidade disso na narrativa, e acabou me incomodando um pouco ao ler.
Sobre o enredo, achei interessante o mistério do menino. De certa forma, porém, desde o começo fiquei com uma pulga atrás da orelha sobre o James. Algo na postura dele meio que deixou uma cisma. E quando é revelado, ainda na metade do conto, que o menino apontava pra casa dele, eu meio que imaginei que ele tinha feito algo errado.
Ainda assim, me surpreendeu saber que existia uma mulher prisioneira no porão. Isso sim foi surpreendente.
Enfim, é um conto bem escrito e com uma construção interessante de mistério, mas que me incomodou um pouco pelo excesso de formalidade no diálogo.
Parabéns e boa sorte!
Dois vizinhos e amigos conversam sobre um menino que viram. O visitante, que teve maior contato com a criança, afirma que se trata de um fantasma, devido às situações que vivenciou. E, em outra visita indaga ao dono da casa sobre um porão de que a assombração lhe falou. Sozinho, o dono da casa tem uma explosão nervosa e, no porão bloqueado, uma mulher vê o menino pela primeira vez. Ele sorri, também pela primeira vez.
Um conto de terror com o tema assombração que aparece para denunciar o crime de que foi vítima?
Os personagens foram bem trabalhados; ficou claro o estado de espírito deles. A época em que os fatos ocorrem ficou bem caracterizada, por elementos como “a vela na cabeceira da cama” e o tratamento formal entre os amigos.
Construída quase toda com diálogos, a estrutura da narrativa funciona bem e desperta a curiosidade do leitor, mantendo o clima de mistério, estranhamento e medo numa situação incomum com a qual os personagens sentem dificuldade ao lidar.
A “aparição” foi aproveitada de forma interessante, mas, parece-me que faltaram algumas informações: quem é a mulher no porão? por que está ali? quem é o menino e qual o seu objetivo? Consequentemente, é necessário algum tipo de interpretação para esclarecer as incógnitas não resolvidas. Fiquei mesmo com uma sensação de vazio ao terminar a leitura, embora o texto tenha sido bem feito. Mas gosto de finais abertos assim. O mais relevante, é que no epílogo haja um momento de clímax, que não faltou aqui; e, as qualidades superam esse problema, com certeza.
Parabéns pelo trabalho. Boa sorte na Liga. Abraço.
Conto
Suspense, terror
Resumo:
Uma aparição em forma de menino procura liberdade para uma mulher que vive em uma situação de tortura em um porão.
Interessante texto. O autor poderia ter trabalhado melhor a presença da mulher. Uma infusão? A mulher seria o ingrediente aromático de uma bebida?
É minha primeira leitura, não me prendeu no quesito suspense e não me envolveu, mas gostei da seguinte frase:”Olhos perdidos, faltava-lhe forças e consciência de sua situação para clamar por socorro, para gritar por ajuda antes que fosse novamente mergulhada no líquido de cor âmbar (,)”, é intrigante, sem ser provocadora.
Na verdade falta o texto a provocação necessária.
A Linguagem foi bem direcionada. E James é um boçal metido a besta que se diverte com sua própria falta de sorte.