EntreContos

Detox Literário.

As Lobas do Homem (Cirineu Pereira)

Lá estava ela, final e verdadeiramente despida, uma versão viva da Menina Má. A pele orvalhada – e o suor que lhe emanava dos poros era ameno em volume, mas trazia ainda um tanto do cheiro de laboratório. Os cílios impregnados, pesados. O rímel escorrido no canto dos olhos. A base viscosa nas faces e o batom já quase ausente dos lábios preenchidos com toxina botulínica, vermelhos sim, mas antes pelas mordidas e beijos de há pouco. Os cabelos tingidos, molhados de suor, aderiam à fronte, enquanto as carnes mais frouxas dos braços destoavam das nádegas e seios artificialmente rijos. Uma indisfarçável sombra ocupava o rosto usualmente habitado pelo sorriso zombeteiro, e mesmo seus dentes já não eram tão brancos. Teria me parecido menos bonita, então? Nem um pouco. A intimidade lhe potencializava a beleza, visto que assim também se fazia mais tangível. 

Ao levantar-se, procurando as peças íntimas, pode sentir meu olhar pesando-lhe sobre os quadris. Apesar de tudo, que bom ter nascido brasileira! Gracejei, e ela então, ignorando-me, refugiou-se no banheiro. Por fim, um espelho – modesto espelho de homem, assentado sobre azulejos baratos – e nele, brevemente Ariane encarou a si mesma, suada e em desalinho, sem vestido de grife ou lingerie importada, trajando tão somente a escumilha dos anos. 

Previamente, e sem que ela soubesse, eu havia visto, numa rede social, algumas fotos da fase imediatamente anterior ao divórcio – mais gorda, menos cuidada, claramente deprimida – e ocorreu-me que, apesar de inicialmente atraído por seu brilho, seria em seu ocaso que eu verdadeiramente a amaria. Sublime e decadente, se não a tivesse conhecido de forma tão íntima, decerto a veria assim agora, em pé na fila juntamente com a amiga Caroline. Por um instante, nossos olhares se cruzam e tenho a impressão de ser novamente testado pelo sorriso ambíguo que por anos me corroeu o juízo. 

Como um mantra, os suspiros e gemidos mal contidos dela ainda ecoavam no quarto. Ali também eu a aguardava. Apesar da boca esquiva em recusa ao beijo que antevira o gozo, enfim – mas não por muito tempo – esse pobre diabo se sentiu por cima naquela relação coxa. A lacuna cordial – nem átrio, nem ventrículo – provisoriamente preenchida por um sopro sem vazão. 

É claro que, mesmo trôpego, eu tinha consciência da minha estupidez. Entretanto, quem já viveu situação análoga haverá de concordar que não me restava saída, exceto aguardar que o encanto se quebrasse por si só. Afinal, não é o que acontece na imensa maioria dos casos, o objeto da nossa paixão lentamente esmaecendo até algum tom ocre muito aquém das nossas projeções? 

Cortejei-a por semanas. Sagaz, jamais pleiteei o sexo, e se finalmente Ariane acabou em minha cama, foi antes por iniciativa dela própria. Apesar de pobre, inteligente e culto – soube que certa vez dissera sobre mim. Um poeta, consequentemente um tolo, mostrei-me atencioso e bom ouvinte e, por mais que o negasse, um romântico. A luxúria, meus amigos, é apenas um vírus. O amor, hipocondria facilmente contestável. Mas a paixão… ah, ainda que por vezes lactente, a paixão é crônica. Assemelha-se a uma bactéria; mutante, inextinguível e, sobretudo, isenta de explicações. 

Apaixonado, não tardei a lhe dedicar os poemas. Encurralei-a – isso eu sempre soube fazer quando devidamente motivado. E a vaidosa Ariane, o que poderia ter feito? Bem, ela poderia ter sido honesta e me dado um basta no devido tempo, mas não era de se esperar que, àquela altura da vida, a minha Lily conseguisse simplesmente abrir mão do cortejo e lisonjeios que tão bem lhe faziam ao ego. Ademais, nem ela, nem qualquer outra, poderia imaginar que, tal qual Lhosa, eu as imortalizaria num livro.

Papel higiênico – não havia lenços umedecidos -, retirou o restante da maquiagem. Um banho morno seria ótimo, mas meu chuveiro – elétrico – a desestimulou. Restaram-lhe a água fria, um sabonete vulgar e mais papel higiênico. Restituiu a maquiagem com aquela destreza que deixa a nós homens perplexos. Passou a escova nos cabelos e desenrugou o vestido alisando-o com as mãos. Um perfume, e pronto. Terminara, mas não queria sair. Abaixou a tampa do vaso, forrou-a com uma toalha e se sentou. Pegou seu telefone.

O carro chegou. Anunciou-me, finalmente abrindo a porta do banheiro. Sim, claro que pedira um carro, ou teria eu imaginado que ela dormiria comigo? Ofereci-me para levá-la – de fato, em meu devaneio idílico, queria mesmo era prolongar o prazer da sua companhia. Recusou, não tinha cabimento atravessar a cidade àquela hora e voltar só. Ademais, o vinho… Um toque de lábios – simples formalidade – e se foi sem olhar para trás. Não era necessário virar-se para ter a certeza de que, mesmerizado pela malemolência de suas ancas, eu a seguiria com meus olhos parvos – e essa ideia a teria levado a sorrir. 

Resignado pela convicção – pela enésima vez ratificada – de que o sexo alivia, mas não aplaca a penúria do espírito, e ainda assim pensando que os momentos mais felizes da vida merecem registros menos impessoais que fotos ou vídeos, ocorreu-me tomar logo nota das minhas considerações, mas sob o torpor do gozo – que por horas ainda reverberaria em meu espírito -, adormeci logo.

O que eu gosto em ti, Chico, é que com você consigo ter conversas de conteúdo. – Sim, era verdade. Era mais que isso, a mim Ariane confessava sentir-se mal por ter sido ríspida com uma subalterna – e eu contemporizava, aliviando sua consciência. Chico, será que eu sou má? – Sim, ela era. Certa vez, de algum ponto na costa mediterrânea, chamou-me de madrugada. Chorava, pois a filha havia terminado com o namorado e, do Rio, também lhe ligara chorando. Chico, às vezes acho que não sou uma boa mãe… – Não, ela provavelmente não era. 

Além das confidências, comigo ela conseguia, por alguns minutos, emergir das profundezas de seu mundinho fútil e apreciar uma peça literária ou compartilhar alguma reflexão ou crítica, social, ideológica e até mesmo espiritual. Apesar disso, sem nenhuma empatia, volta e meia dizia-me despudoramente coisas como, “só continuo te vendo porque uma vez por semana você me faz suar”; ou ainda, “minhas saudades não eram de você, mas do seu pau”. Enfim, Annie Lennox, nos 90, já me havia prevenido: “Some of them want to use you; some of them want to get used by you…” Mesmo jovem, eu deveria ter percebido logo que ela falava das mulheres.

O que Ariane nunca soube é que, tecnicamente, para mim nem era tão bom. Explico-lhes, no que tange ao sexo, na maioria dos casos, o casamento precoce não agrega a elas a generosidade que na cama tanto apreciamos. Pelo contrário, seus repertórios tendem a ser penosamente sumários. Culpa dos ex-maridos, diria eu que, de minha parte, sempre me esforcei por lhes reparar o erro. 

A esta altura, vocês talvez estejam a concluir erroneamente a respeito das razões pelas quais me estendo ao discorrer sobre Ariane. Justifico-me, à época desses escritos ela havia sido a última. Não, minhas saudades também já não são dela, mas da chama que então me consumia. Camões errara, não é amor, mas paixão, o tal “fogo que arde sem se ver”. E então, eu teria abdicado de mil paixões em vida pelo fastio do amor eterno. Porém, tal qual a vocês, Ariane também me enfastiou e eu compreendi, não era a ela, tão pouco por ela, mas ao que, e pelo, que ela despertava em mim. 

Francisco Terra! Posso lhe dar um abraço? Diz-me sorridente uma ruiva de, no máximo, vinte anos. Levanto-me para que ela, sem dar um passo à frente, projete os quadris e, do topo de seus saltos quinze – tão inapropriados quanto seu decote – incline o tronco até pressionar os seios contra o meu peito. Tentando não parecer constrangido, repouso suavemente meu antebraço sobre suas costas, ao que ela – mais alta que eu – puxa-me contra o busto, obrigando-me a inalar seu perfume. E a dedicatória, vai para quem? Pergunto, desvencilhando-me do que bem poderia ser um golpe de luta greco-romana. 

Sabrina. Juntamente com seu número, por favor. Responde, coquete, estendo-me o exemplar. Rabisco a contracapa e lhe devolvo o livro. Ela o abre e, conferindo, emite um gritinho. Obrigada, Chico! Diz para que todos ouçam. E, repetindo o movimento, curva-se mais uma vez, não para me abraçar, mas – para a inveja dos homens e contrariedade geral das mulheres presentes – com os lábios pintados tocar os meus por uma fração de segundos, arrematando assim sua pequena cena. Mais tarde, Sabrina, bem como outras jovens leitoras, descobrirá que aquele número não é meu, mas de Eliana, minha sisuda editora.

Interrompo a sessão para aceitar o café que me é oferecido. Enquanto o beberico, perscruto o salão. Na fila, também identifico Isadora e Vini. O menino costumava gostar muito de mim, talvez mais que a mãe – no mínimo, por razões mais nobres. Ao me flagrar olhando para eles, o jovem Vinícius acena. Isa, por sua vez, finge folhar o livro – será que ela já leu algum outro? Será que ao menos esse ela realmente leu?  Ocorre-me então que o rapazote, sim – como está grande! -, certamente o terá lido. Uma ruga emerge em minha testa. E se, durante a leitura, ele tiver reconhecido a mãe? Bem, ainda que tenha, parece crescido o bastante agora para não tocar no assunto. Aliás – penso comigo – Isadora também está bem maior – e, sadicamente, esta constatação me faz rir. 

Ela “tinha” dezoito anos menos que eu e as covinhas faziam-na parecer ainda mais nova. Hoje ninguém diria que a diferença é tamanha, mas então isso me causava indisfarçável inquietação. Virginiana, e como tal, voluptuosa. Porém, ansiosa e inepta. Eu sou boa de cama, não sou, Chico? Isa perguntava sempre, depois de acabar comigo. Não, também não era, e a necessidade de confirmação só fazia evidenciar sua insegurança. Enfim, era jovem e bela, o tipo que todo homem gosta de exibir. Ardorosa e sempre disposta, encontrou em mim uma fonte longeva e esta foi a minha ruína.

Certa noite, minutos depois de terminarmos – ignorante do próprio período refratário -, eu achei que poderia ter mais. Talvez pressentisse que fisicamente aquela mulher estava acima dos meus padrões e quisesse aproveitar tanto quanto possível o que, decerto, não duraria muito; ou ainda, porque a libido masculina por vezes não se aquieta, mesmo quando o corpo claramente já beijou a lona. Em suma, mal recomeçamos e, subitamente e sem advertência prévia, meu companheiro de guerra deixou-me miseravelmente na mão. 

Não. Não riam! Mais cedo ou mais tarde, nos acontece a todos. A princípio pontualmente e então, caso insistamos em não reavaliar nossas possibilidades, com frequência catastrófica. De fato, recordo ter me ocorrido antes durante o casamento, por consequência do álcool, estresse, cansaço físico ou tédio mesmo… não sei, mas então, ninguém se importava, pois poderíamos retomar a qualquer momento. Isadora, no entanto, se importou e, muito pior, ficou furiosa, tendo me censurado violentamente – por quê uma mulher reage assim, senão por se imaginar corresponsável pelo fracasso do parceiro? Abreviando, nunca mais consegui com ela.

E aí vocês subtendem que com outras, sim. É verdade, mas nem por isso pensem que foi fácil. Um bom escritor lhes suscitaria empatia ao contar o drama de um homem nessa situação, mas eu sou apenas um preguiçoso com sorte e, narrando na primeira pessoa, não tenho disposição para lamúrias. Basta lhes fazer saber que, desesperado, busquei ajuda profissional para o que, segundo meu urologista, era somente um bloqueio psicológico. A jovem psicóloga do meu plano de saúde barato também não foi lá de grande ajuda. Pelo contrário, por, às vezes, durante as sessões, eu perder o fio da meada ao fantasiar com ela vestindo unicamente o jaleco branco, imaginou que sofresse de algum distúrbio de atenção. Enfim, a mulher que me salvou foi outra.

Não na fila, mas circulando entre as estantes, minha redentora também está por aqui nessa tarde. Conheci-a poucas semanas depois do desastre com Isadora. Ainda que isso não atenuasse meu desespero, eu tinha certeza que era mesmo só um bloqueio e que muito em breve meu amigo e eu estaríamos novamente por aí, errando noite adentro. Ademais, conhecer outras mulheres é a tábua de salvação preferida por nove de cada dez homens combalidos por uma paixão não curada – o décimo é geralmente um alcoólatra. Eventualmente, eu flertava com ela e algumas outras – era importante ter alguém para ratificar Rafaela, a psicóloga, tão logo ela me desse alta, mas Laís se antecipou. 

Ainda que outros caras possam dizer que isso é trivial, e enquanto muitas mulheres alegarão que é tudo de que precisamos, quero crer que para um homem não há nada mais afrodisíaco do que saber-se alvo do desejo de uma bela representante do sexo oposto. E então, Laís foi surpreendentemente explícita. 

Sério que você já vai me deixar em casa? Ela protestou com justiça, afinal nosso primeiro encontro não tardou a aquecer e evoluir – se é que se pode chamar evolução – para uns bons amassos. Ainda é cedo e nós bem poderíamos ir para algum lugar mais reservado. Sussurrou, claramente excitada. Respondi-lhe que poder nós até poderíamos, porém… e, resumidamente e sem qualquer pudor, contei-lhe meu então recente e inconcluso trauma com Isadora. Complementei advertindo-a de que havia chances de me acontecer novamente e que, neste caso, o risco seria todo dela. 

Felizmente não aconteceu com Laís e nem depois, com nenhuma outra. Após agradecê-la com um presente, ela revelou não ter acreditado em mim na ocasião. Achou que fazia gênero ou coisa assim. Aceitou minha lembrancinha, mas preferiu fazer melhor uso da minha gratidão, levando-me a admitir que sim, com o ego também se goza. 

Curado? Não sei se posso afirmá-lo. Talvez não de Isadora, mas também nem me interessa saber. Não que me ressinta, apenas me livrei do encanto. Lembro dela como uma garota inexperiente, não a culpo. Restou algum carinho. Já por Ariane, nem isso. A futilidade certamente me é mais difícil perdoar que a inépcia no trato com outros seres humanos. Não estou feliz – Isadora alegou ao me dar o fora. Ela ao menos foi assertiva.

Pauso para uma água e as sondo de soslaio, a alcateia agora inevitavelmente próxima. Quantas darão vazão ao ressentimento ou despeito? Alguma se mostrará verdadeiramente feliz pelo meu sucesso? Qual delas, seduzida pela fama, cinicamente se insinuará para mim? 

Houve, noutros tempos, outras mulheres. Quiçá, igualmente haverá outros livros e neles, além das respostas, possivelmente Eliza, Maria, Eduarda… a tradutora francesa que me visita quinzenalmente ou a repórter que me aguarda para a entrevista. Com boa ventura, uma delas inusitada, apaziguadora, eterna, a última de todas. Mas, antes preciso encará-las, às lobas do homem, por meio das letras, conjuradas do meu passado.

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24 comentários em “As Lobas do Homem (Cirineu Pereira)

  1. Thiago Barba
    15 de setembro de 2019

    Homem conta sobre as mulheres que teve na vida, incluindo uma disfunção erétil, seu problema com isso na sequência e seu retorno às mulheres sem mais problemas.

    Gosto muito da escrita. O texto me pega de início pela narrativa e está tudo muito bem construído. Uma história simples, para mim não marcante, mas um belo texto que me marca pela linguagem e me agrada muito ler. Não tenho muito o que falar dele, se não o personagem falar com o leitor. Geralmente um autor utiliza deste artifício para trazer o leitor mais para o texto, junto da história, como se o leitor estivesse junto, mas para mim aconteceu o oposto, quando apareceu me deslocou da narrativa. Tive impressão de ser uma sobra do texto, desnecessária naquele momento.

  2. Gabriel Bonfim
    15 de setembro de 2019

    O conto relata a vida amorosa de um escritor chamado Francisco (Chico) e suas fãs, falando sobre seus casos e sobre o bloqueio mental que lhe atingiu e como superou isso.

    Achei o vocabulário e escrita incrível, muitas vezes tive que parar e pesquisar algum significado ou analisar alguma frase com cuidado (visto que não sou o leitor e escritor mais experiente), também gostei das metáforas e divagações sobre cada caso do escritos. Acredito que as diferentes descrições das relações do protagonista conseguem causar um conflito envolvente, belo texto!

  3. Pedro Paulo
    14 de setembro de 2019

    Fiquei sabendo que meu primeiro comentário não foi enviado, Então segue abaixo. Desse modo, o primeiro comentário postado (que se refere a este) na verdade deveria ser o segundo e vice-versa.

    RESUMO: O conto se trata inteiramente das reflexões do escritor Francisco Terra sobre os seus encontros amorosos e sexuais e como estes se relacionam com a sua saúde mental, que tomou a sua preocupação assim que não conseguiu mais ter a ereção em suas relações. As reflexões arrumam suas relações de formas cronológicas até o advento do bloqueio, sucedendo para o momento em que o superou, já prevendo que se envolveria com outras mulheres outras vezes.

    COMENTÁRIO: Certamente um forte candidato – no momento destacado como o vencedor – dentre os que merecem a etiqueta de “melhor técnica”. Longe de ser um fluxo de consciência, a narrativa íntima e reflexiva evoca, de toda forma, um fluxo, no qual é fácil de se perder, mediante as múltiplas considerações que são intercaladas com descrições e sensações experimentadas pela personagem, adentrando aí também ações narradas, todas essas dimensões envoltas no lirismo do protagonista, inegável escritor. Ou seja, é um conto que demanda uma leitura atenta, mas que de modo algum é bagunçado, revelando um autor meticuloso e responsável na estruturação do conto e do vocábulo utilizado, as adjetivações colorindo as personagens e, também, o próprio protagonista. Há vivacidade nas sensações de desejo e prazer, que não dependem só da descrição, mas também das alegorias utilizadas, como quando apontou para os limites do corpo frente ao ímpeto da libido.

    Não existe um enredo definido, mas uma longa introspecção, cujas reflexões enredam episódios, passados e futuros. Isso me levaria a questionar se aqui temos mesmo um conto, pois acredito que embora se trate de uma meditação, há uma lógica de início, meio e fim, mas, ao mesmo tempo, não é por aí que se apreende o que faz um conto. Confesso que não sei.

    Enfim, bem escrito e perpassando pelo erotismo do tema sabrinesco, ótima leitura. Parabéns!

  4. Amanda Gomez
    14 de setembro de 2019

    Resumo 📝 Um homem conta sobre as mulheres que já teve na vida e as que por ventura ainda terá. ( Sério, esse é um ótimo resumo, não peça pra eu fazer outro 🙂 )

    Enredo🧐 A história é um devaneio de um homem aparentemente egocêntrico com problemas de relacionamentos. Esse ego, superioridade, fica muito evidente na forma como ele conta as história de cada uma de suas lobas. O autor demonstra a todo momento o quanto Francisco é culto, superior… não sei se propositalmente, mas acaba se esquecendo de colocar um pouco de..carisma no personagem. Tentei imaginar o texto e terceira pessoa, se sem essa voz presunçosa do personagem, a história seria mais agradável de ler… talvez sim, talvez não. No fim eu fiquei sem saber o real motivo de todo o devaneio, de todas as lembranças.. ele estava doente? já no fim da vida? solitário?

    Gostei 😁👍 Da escrita, ela combina muito com o personagem e sua personalidade.

    Não gostei🙄👎 É muita loba haha esquecia o nome e a história de cada uma delas assim que passava para a próxima. E assim se seguiu até o final… lembro que tem uma sabrina…e uma… bem não sei, acho que essa enxurrada de mini histórias prejudicou a imersão…não há uma ligação afetiva, não há nada acontecendo, são apenas lembranças de um homem entediado provavelmente.

    Impacto (😕😐😯😲🤩) 😐Eu li o conto exatamente com essa cara até o fim rsrs ME DESCULPA AUTOR (A) Mas não senti nada, só pressa de acabar e olha que li umas três vezes…
    Tema (🤦🤷🙋)🤦 Nada a declarar.

    Destaque📌 “Além das confidências, comigo ela conseguia, por alguns minutos, emergir das profundezas de seu mundinho fútil e apreciar uma peça literária ou compartilhar alguma reflexão ou crítica, social, ideológica e até mesmo espiritual. Apesar disso, sem nenhuma empatia, volta e meia dizia-me despudoramente coisas como, “só continuo te vendo porque uma vez por semana você me faz suar”; ou ainda, “minhas saudades não eram de você, mas do seu pau”. hahahahaha

    Conclusão ( 😒🤔🙂😃😍) = 😒Apesar de não ter me encantado com o texto, vejo o trabalho que o autor teve aqui em demonstrar com muitos detalhes a natureza vazia do personagem, não falo isso de forma pejorativa. Bem escrito, pomposo demais pro meu gosto, mas bom.

    Boa sorte!

  5. Leo Jardim
    14 de setembro de 2019

    🗒 Resumo: um escritor conta, em seu último lançamento, as suas desventuras no amor, seus relacionamentos frustrados com Ariane, com a filha dela, Isadora, e tantas outras. Ele divaga sobre elas enquanto planeja novos livros e novos amores.

    📜 Trama (⭐⭐▫▫▫): um fluxo de pensamento sem muita organização sobre as mulheres na vida de um escritor prestes a lançar um livro.

    Não gostei muito da quebra da narrativa da primeira mulher (Ariane). Parceria, pelos primeiros parágrafos, que ela seria de grande importante para a trama. Porém, no meio, ele desdenha dela e continua contando suas desventuras amorosas. O caso com Isadora, por exemplo, acabou ganhando importância de repente (ela era a filha da Ariane, né?) e o que veio depois disso foi um monte de casos superficiais que ele teve e situações inusitadas que ele enfrentou (como uma impotência seletiva).

    O problema, na minha opinião de leitor chat… er… crítico, foi mesmo a falta de organização ou de um fio condutor da trama. Quando achava que tinha encontrado um, o autor abandonava ele e seguia outro caminho.

    Ficaria melhor se focasse mais em um relacionamento ou se as passagens e desventuras fossem mais estruturadas, passando para o leitor o mote ou objetivo do conto com mais eficácia.

    📝 Técnica (⭐⭐⭐▫▫): é boa e eficiente ao manter o fluxo de pensamento de forma contínua. O texto, apesar de desorganizado, não cansa e me manteve atento até o fim.

    ▪ *pôde* sentir meu olhar 

    ▪ Por um instante, nossos olhares se *cruzam* e *tenho* a impressão (mudança brusca do tempo verbal)

    ▪ e *vírgula* se finalmente Ariane acabou em minha cama, foi antes por iniciativa dela própria

    ▪ a mim *vírgula* Ariane confessava sentir-se mal 

    🎯 Tema (⭐▫): faltou mais erotismo para ser Sabrinesco e, também, visão menos machista, já que os livros originais de Sabrina eram protagonizados sempre por mulheres e/ou para o público feminino.

    💡 Criatividade (⭐⭐▫): não é clichê nem totalmente criativo. Ou seja, na média.

    🎭 Impacto (⭐⭐⭐▫▫): apesar dos problemas relatados acima, gostei da leitura e me interessei a ponto de querer saber cada vez mais sobre o personagem.

    😏 Pitadas Sabrinescas: “minhas saudades não eram de você, mas do seu pau” 😮

  6. Pedro Paulo
    14 de setembro de 2019

    Boa tarde, sr. Terra.

    Venho fazer uma ressalva quanto ao meu comentário anterior. Tendo lido todos os demais contos da série (e, lamentavelmente, tendo fracassado miseravelmente com o meu intento inicial de ler todos do desafio), assumi um novo critério avaliativo que de imediato me compromissou a redigir um segundo comentário para o seu conto. Reli o primeiro que escrevi que, curto, refere-se principalmente às qualidades literárias, com rápida alusão ao erotismo presente na narrativa. Pois bem, lendo os outros contos e afinando minha compreensão do tema no qual está inscrito e escrito o seu conto, tenho mais a comentar.

    Acredito que a falta ao conto o romance que se espera dos contos sabrinescos. Afinal, trata-se de romance com erotismo e o conto, uma longa e intrigante introspcção quanto à vida sexual do protagonista, não remete a amores, como o mesmo insistiu, mas a paixões. Histórias de romance evocam pontos narrativos comuns que faltam aqui.

    O senhor manterá uma nota dentre as maiores, mas com um pequeno decréscimo. Boa sorte!

  7. Gustavo Azure
    14 de setembro de 2019

    RESUMO
    Chico, ou Francisco Terra, inicia sua narrativa contando sobre seu encontro amoroso com Ariane, para, logo em seguida, introduzir outros romances rápidos.

    CONSIDERAÇÕES
    O protagonista apresenta uma complexidade satisfatória para uma história em primeira pessoa. Possui marcas do passado bem delineadas, que acabam por justificar algumas colocações durante o texto. Mas, apesar de complexo, ele se encontra em um vão, diria até mesmo um lugar comum para personagens masculinos que vivem passando em casos amorosos curtos em busca de algum tipo de completude ou alimentar uma fome que eles mesmos reconhecem existir, embora não saibam — ou fingem não saber — do que essa fome quer ser saciada. As colocações são ótimas.
    Muito bem descrito, são poucas as ações, mas são o suficiente para tomar noção do espaço, além disso, diria que ambientação do personagem seria na sua própria mente e para que essa ambientação fosse boa, o narrador teria que ter uma complexidade que foi oferecida por ele.
    A história se volta mais para um teor reflexivo dos acontecimentos, sem oferecer uma trama bem elabora, mas que é enriquecida pelos pensamentos e a boa escrita. O objeto de desejo do personagem acaba sendo o que se opõe a ele (ou seria ele mesmo sua oposição?), as mulheres que lhe marcam através de relacionamentos superficiais. Entretanto, o primeiro momento mostrou-se um pouco alongado para introduzir o personagem e não ofereceu nada em troca para o leitor — apesar disso mostra o quão instável é o protagonista, que se empenha muito em algo que depois não lhe significa nada.
    A narrativa é um pouco arrastada e parece ter o mesmo ritmo durante todo o texto, mas na primeira parte, em que fala de seu encontro com Ariane, concentrou por muito nele, deixando os outros momentos da história a sombra do primeiro. No geral, porém, o ritmo foi satisfatório.
    NOTA 3,9

  8. Carolina Pires
    12 de setembro de 2019

    Resumo: Um escritor, enquanto autografa seu mais recente livro no lançamento, relembra e discorre sobre as mulheres que passaram por sua vida e que estão presentes ali. O livro é sobre elas.

    Um conto extremamente bem escrito, domínio invejável da escrita. A utilização de tempos narrativos diferentes enriqueceu ainda mais o conto a meu ver. Em resumo, quanto à estética: sem erros. Personagens ricos e muito bem construídos, cada um com sua complexidade à flor da pele. Em poucas palavras, o narrador-personagem faz com que o leitor leia as entrelinhas de cada personagem acrescentada. Mas aí que habita o perigo. Aí que mora o problema. A inquestionável e eterna dúvida do narrador-personagem, a primeira pessoa do discurso, de quem os leitores – bons leitores – devem sempre (sempre) duvidar.

    O exercício que mais gosto de fazer com histórias narradas em primeira pessoa é sempre duvidar. Confesso que o discurso do escritor Francisco Terra me incomodou constantemente, a cada palavra, a cada linha, a cada parágrafo. Talvez pelo fato de ter (ele) escolhido o ataque como melhor defesa, desvencilhando-se de possíveis julgamentos e julgando a todo momento. Está aí uma coisa que ele faz muito bem: julgar. Passei o conto todo o odiando, pegando ranço da forma como ele se portava, dos comentários repletos de uma razão de juiz proveniente de um preconceito (fato). Foi aí que me deparei com o penúltimo parágrafo do conto e entendi tudo. As perguntas que ele joga para si mesmo são a resposta para meus questionamentos sobre o personagem-narrador. Coitado. Cheguei a ficar com dó. Ali eu entendi que ele não passava de um homem completamente inseguro, e que todos aqueles julgamentos e esquivas, não passavam do exercício constante dessa insegurança velada.

    Portanto, caro Francisco Terra, este é o ponto mais marcante e bem formulado do seu conto. Simplesmente SENSACIONAL. Ali entendi todas as ressalvas. É óbvio que essa é uma característica intrínseca de narradores como ele (vide Bento Santiago e o calhorda mor do Brás Cubas). Inclusive o termo utilizado “relação coxa” me remeteu imediatamente à Eugênia: “Por que bela, se coxa? Por que coxa se bela?”. Quem sabe tenha em Brás Cubas a inspiração de ter construído Francisco Terra? Interessante fazer essa ligação, porque sabemos bem que esse “coxa” na realidade está menos ligado à perna de Eugênia do que à sua insubmissão. Insubmissão, esta é a palavra-chave. E talvez seja exatamente por isso que – mesmo que indiretamente – o seu conto finaliza-se com Francisco Terra cercado pelas lobas, mas ele um (eterno) lobo solitário. Muito, muito, muito interessante!

    Parabéns pelo conto e pela escrita, senhor/senhora. Estou maravilhada até agora (e com pena e raiva do Chico até agora também – rsrsrsrs).

  9. Renan de Carvalho
    11 de setembro de 2019

    Um escritor relata seus romances e compara as diversas mulheres de sua vida com lobas que cercam os homens e fazem uso deles, ou querem seu usadas por eles.

    O conto me traz algo do “Velho Buk”, e seus relatos secos, diretos, a não ser pelas construções de figura de linguagem que o autor emprega no texto.

    Um beat temporal regado pelo narcisismo machista do homem antigo. Conto bem escrito.

  10. tikkunolam90
    10 de setembro de 2019

    Resumo: Devaneios de um garanhão, que, na noite de lançamento de seu livro de sucesso, reflete sobre as mulheres que passaram pela sua vida. Desde as transas animais com a fútil Ariane até a frustração de uma derrota na cama com a inexperiente Isadora.

    Se esse texto refletir o autor, posso afirmar que ele é bem caprichoso, talentoso, artista nato e arrogante. Se não tiver relação com o autor, bem, a construção do personagem está maravilhosa.

    A construção da narrativa beira à perfeição, nota-se o cuidado com cada frase, cada palavra, sua aplicação no contexto e na estética. É uma leitura um pouco difícil de engrenar, precisando de um envolvimento maior do leitor, que deve depositar bastante atenção. Há muita informação nas entrelinhas.

    O conto, obviamente, tem grande valor estético e artístico. Mas a história, infelizmente, prende-se demais à temporalidade. É mero devaneio de um arrogante que acha que é modesto, apesar de ser honesto. Vemos o tempo inteiro sua obsessão em enumerar suas conquistas, numa onda gigantesca de autoafirmação, sem qualquer valor superior. É o que é: um conto preso ao momento.

    Gosto de contrastar textos assim com os livros de Bukowski: apesar da técnica aflorada e excelente, falta a universalidade dele. É um texto passageiro.

    Além disso, senti que o tema pretendido fora ignorado, mais de propósito do que sem querer. O sabrinesco transborda romance e amor. Isso não existe nesse conto. Sei que existem vários tipos de relacionamentos e formas de amar, mas o tema visa aquele tipo de romance mais puro, leve, com aquela pegada erótica que o público feminino adora.

    Achei a leitura relativamente prazerosa e, admito, adorei as nuances do conto. Mesmo a história não sendo universal, é um conto muito bom. Dá para apreciar, mesmo não encantando. Você é um artista, de fato.

  11. Fernando Cyrino.
    9 de setembro de 2019

    Caro, Francisco Terra, cá estou eu às voltas com a sua história. O poeta que vai rememorando o passado a partir das mulheres que tomaram parte nas celebrações da sua alcova: as lobas que lhe fizeram companhia e às quais ofereceu prazeres e também lhes deu frustrações. Um dia, numa sessão de autógrafos de um novo livro algumas delas se fazem presentes, bem como outras jovens fãs que implícita, ou explicitamente o assediam. O enredo se dá a partir de um fluxo de consciência que, sem sombra de dúvidas, ficou bonito. A cena inicial é muito boa e sem dúvidas que me fez esperar mais da história. A primeira mulher, Ariane, mais velha, decadente, portando as marcas inexoráveis do tempo em seu corpo, aliadas aos esforços para se manter jovem, a partir dos ajustes plásticos no corpo. Depois senti que o conto perdeu força, infelizmente. Na segunda leitura tentei ver se fui eu que havia perdido algo, mas o sentimento da perda de vitalidade na história ficou ainda mais realçado. Pareceu-me, mas pode bem ser um ardil, que se trata aqui de um escritor de além mar. Alguns termos me fizeram pensar isto. Um bom uso do idioma e pouquinha coisa, que não compromete em nada a sua obra, tem necessidade de revisão. Um conto bem construído, feito por um escritor que pareceu-me maduro na escrita. Alguém que sabe do riscado, mas que nesse caso não acertou em cheio o miolo do alvo. Sim, o conto muito bem redigido não me fisgou totalmente pelo lado da emoção e do encantamento e cá com os meus botões eu me ponho a perguntar: será que não sou eu que estou muito exigente e chato? Meu abraço.

  12. Estela Goulart
    9 de setembro de 2019

    Narrador está numa sessão de autógrafos do livro e devaneia seus inúmeros casos com as lobas do homem. Ariane, uma mãe perdida que não sabe como tratar seu relacionamento com a filha e busca ajuda e prazer com o narrador. Antes, veio Isadora, porém o narrador conta que teve uma situação brochante. Logo, Laís e mais muitas outras mulheres escravas sexuais.

    Conto mediano. Um equívoco no conto foi chamar Ariane de Lily. Não entendi. Mas considero muito sua tentativa de monólogo, ou quem sabe uma carta para si mesmo. É bem profundo e realmente o leitor se pergunta se isso não é real. Tão pessoal e íntimo. Uma conversa pessoal do narrador.

  13. Elisabeth Lorena Alves
    8 de setembro de 2019

    As Lobas do Homem (Francisco Terra)

    Resumo: No dia do lançamento de seu livro um homem rememora seus casos amorosos e fala sobre as mulheres que passou em sua vida.

    Comentário
    Conto Etiológico
    Mais um conto mnemônico na série A, esse de memória recente. Cumpre a ideia de Sabrinesco, em parte, mas é um conto que fala, através das memórias do narrador, de seu próprio caráter. As lobas retratadas são mulheres diferentes das fêmeas canídeas, porque são indóceis e inseguras na visão do narrador-personagem, logo o título tem mais a ver com a idéia popular, relacionada à idade dessas personagens e não com matilhas.
    Linguagem. Clássico-contemporânea requintada, com termos bem marcados. A escolha dos verbos é muito bem feita, convence. Assim como a sinonímia: bêbado por trôpego, a impressão de movimento é muito interessante nesse uso, porque o narrador está falando de um momento do passado em que ele estava no quarto, na cama, depois de uma relação sexual.
    O narrador traça seu eu de forma arrogante, o sabe tudo do sexo… e eu acuso ou devolvo a afirmação feita por ele sobre a insegurança de Isadora: o excesso de auto afirmação é a prova de seu desconhecimento sobre a mulheres…
    Acredita ser um ás do sexo, totalmente previsível, um adulto com libido adolescente. É monótono e tem uma forma única de ação, que consiste em:
    Sondar – Olha a Internet, segue socialmente nos ambientes de convívio comum.
    Cortejar – Até faz Poesia no process. convence de forma velada;
    Encurralar – fato de que ele se orgulha de fazer bem;
    Abater – porque seu quarto frio e sem conforto é um cenário de quase açougue.
    O ato de estabelecer notas com fins literários de suas conquistas é também marca de sua arrogância. O livro é o seu troféu, as mulheres são ali empalhadas e apresentadas como prova das conquistas desse taxidermista adoentado. Isso porque ele usa esses registros como uma forma premiar-se: (…) pensando que os momentos mais felizes da vida merecem registros menos impessoais que fotos ou vídeos, ocorreu-me tomar logo nota das minhas considerações (…). Observo que essa atitude de torná-las seu troféu e tripudiar sobre suas inaptidões sexuais é uma forma de tentar ser superior em relação às suas vítimas e mostra seu problema de autoestima.
    Interessante também a percepção que ele tem de si mesmo, posa de homem bom, disfarçando sua face de Macho Alfa. Espirituoso até, porque sim, antes de falar que vai registrar os dados sobre a mulher recém abatida, ele floreia o pensamento com certa ideia de grandeza: “ o sexo alivia, mas não aplaca a penúria do espírito”.
    Sua frieza em não se apegar a ninguém aparece na forma como ele transfere significados, ao falar da relação, que ele diz defeituosa (coxa) e claro, por culpa da mulher, fala do coração de forma mais técnica, como se o que acontece com seu próprio corpo relaciona com desvios de saúde – lacuna cordial, ventrículo e átrio juntos, dão mais a impressão de um rompimento nas paredes do músculo cardíaco ou mesmo sopro, palavra que ele até usa: “um sopro sem vazão”.
    Há algo ainda sobre ele que mostra sua percepção de grandiosidade e que surge nas falas sobre as mulheres recém separadas que conheceu: “ o casamento precoce não agrega a elas a generosidade que na cama tanto apreciamos”. E aí ele mostra que os outros homens não são tão bom quanto ele: “Culpa dos ex-maridos (…” e acrescenta valor a si mesmo, completando o raciocínio: “(…) de minha parte, sempre me esforcei por lhes reparar o erro”. Ele é hábil em terceirizar responsabilidade quando, para justificar sua dificuldade em contar o drama masculino vivido com Isadora, culpa o fato de que tem dificuldade pela estrutura textual escolhida, já que para a narrativa escolheu como foco a primeira pessoa.
    Ele, o narrador, capta boas referências, Mario Vargas Llosa e sua Lily, Annie Lennox, Camões. O texto conversa por baixo, seguindo outro caminho até, com “A Mulher de Trinta Anos”, digo conversa por baixo porque as mulheres aqui são fracas de verdade, em outra época, ao culpar a fragilidade das relações sexuais com a inaptidão dos dos maridos também aparece essa conexão com Balzac.
    Ao analisar as suas outras relações fica nítida a falta de empatia do narrador para com as mulheres de sua vida, suas lobas. Nenhuma mulher tem algo bom, Isadora era insegura e egoísta – enfrentou a descapacitação temporária dele com desdém. Ariane não é boa em nada – fútil, figura disforme que não aceita a passagem do tempo; vaidosa; má patroa; péssima mãe; egoísta e apática. Nem mesmo a editora, que vai ter que barrar os avanços das fãs mais afoitas recebe um bom adjetivo – e mesmo essas fãs são desenhadas, na pessoa da ruiva Sabrina como sedutoras baratas. A psicóloga que não é mostrada com competência. E todas as outras mulheres são mostradas com um distanciamento e quase desrespeito. Na verdade o narrador apresenta nuances de misoginia.
    O tempo que corre entre uma memória e outra não é linear, porém a cronologia própria não interfere no processo narrativo e nem na percepção do leitor.
    Por ser um Conto de memória recente falta um clímax real, uma força narrativa. O tempo narrativo foi respeitado, não há equívocos com o tempo gramatical, a linguagem é um desfile de bom gosto à parte, exceto pelo momento em que o narrador usa um termo chulo para falar de seu órgão, usando para isso a voz feminina.
    Sucesso no Desafio, Francisco Terra.

  14. Paulo Luís
    4 de setembro de 2019

    Olá, Francisco Terra, boa sorte no desafio. Eis minhas impressões sobre seu conto.

    Resumo: Escritor, um tanto vaidoso, tem em sua cama uma conquista da qual se vangloria de seu poder de sedutor. Em seguida passa a desfilar todo seu arsenal de amantes casuais. Muitas delas em sua fila de autógrafos, valendo acentuar seu narcisismo, visto ser todas muito espetaculares, por assim dizer. Mas que depois confessa ter sofrido a famigerada impotência sexual. Exatamente por aquela pela qual tinha certo apreço, (ou paixão) como asseverou ele. Mas, que por fim, uma delas, da “alcateia” mesma, é a grande salvadora de tal infortúnio.

    Gramática: Uma leitura sem problemas gramáticos a primeira vista. Nada que a desabone. Um texto que flui do começo ao fim sem percalços.

    Comentário crítico: É um conto bem elaborado no que diz respeito sua construção, não é de se negar que o autor domina muito bem sobre o que quer transmitir, entretanto é bem perceptível certa afetação literária em alguns seguimentos do enredo, muito floreio nas qualidades do personagem. Mas, em fim, um conto bem trabalhado e com todos os apetrechos do tema sabrinesco.

  15. Elisa Ribeiro
    28 de agosto de 2019

    Gostei bastante da primeira parte do seu conto, com a Ariane. Para mim, o conto poderia ter narrado somente essa aventura, como se fosse um capítulo de uma coletânea de “travessuras de meninas más” colecionadas pelo autor. Na verdade, pensei que o desfecho seria esse. A segunda parte — o fracasso com Isa e a, digamos retomada, com a Sabrina — me soou como se o autor, supondo que o conto não estava suficientemente encorpado, tivesse resolvido engordá-lo. De qualquer forma, foi uma boa leitura. Texto impecável na escrita e muito bem revisado, também. Um abraço.

  16. As lobas do homem

    A história começa com erotismo, com o narrador observando uma mulher despida deixar sua cama, ir ao banheiro se vestir, maquiar e chamar um carro para levá-la para casa. Seu nome é Ariane e o narrador revela que a cortejou por semanas e, apesar de um inicial desinteresse recebida, conquistou a mulher por sua vaidade, dedicando-lhe um poema. Após dar mais algumas informações sobre a mulher (divorciada, imersa em uma rotina fútil, má pessoa e má mãe), feliz por o narrador lhe dar conversas cultas e fazê-la suar, há uma mudança de cenário. Agora, o narrador, o escritor Francisco Terra está em um lançamento de livro. Ele está rodeado por mulheres, muitas jovens flertando diretamente com ele, outras, conquistas antigas com quem teve relacionamentos aparentemente não duradouros. O narrador se detém mais sobre Isadora, com quem teve um bloqueio emocional manifestado em disfunção erétil, fantasma que o acompanhou mesmo depois de ele buscar a ajuda de profissionais. Sua cura aconteceu com Laís, a quem contou o problema, mas a jovem não acreditou e fez “gozar a partir de ego”. O escritor conclui afirmando que haverá outras mulheres, novos contextos, e elas serão imortalizadas em futuros livros.

    O conto possui uma escrita bem trabalhada, muitas descrições eróticas e um enredo simples, mas desenvolvido de forma habilidosa. Particularmente, gosto desse estilo de narração, feito por um personagem que me lembra algo de Bukowski, ou um conquistador de cinema noir.
    Para mim, por mais que seja erótico, não é um conto sabrinesco. Acho válido flexibilizar o gênero, não ficar restrito ao olhar feminino, como ocorria nos livros. Mas falta açúcar, romantismo e as mulheres estão bem objetivadas ali. A relação entre homem e mulher fica restrita ao sexo, praticamente. Por mais que eu tenha achado o conto interessante, a adequação ao tema é um ponto fundamental.

    Originalidade: 4
    Domínio da escrita: 5
    Adequação ao tema: 2
    Narrativa: 4
    Desenvolvimento de personagens: 4
    Enredo: 4

    Total: 3,8

  17. Fernanda Caleffi Barbetta
    19 de agosto de 2019

    O conto é bom, bem escrito, mas não posso dizer que chegou a ser um texto interessante, que tenha realmente prendido a minha atenção. Talvez o único episódio de impotência do Chico tenha se sobressaído às suas conquistas, o que parece um pouco decepcionante em se tratando do tema sabrinesco/ erótico.

  18. Contra-analógico
    13 de agosto de 2019

    Sinopse: Chico é um poeta que tem uma relação muito próxima com as mulheres, ao ponto de as mulheres o amarem e ganharem livros como recompensa. Mas o que muitas delas não sabem é o drama que o poeta sofreu durante longo tempo da sua vida. É com sensualidade e bom humor que o escritor nos dispões de sua intimidade, com destreza e poesia.

    Comentários: O conto é perspicaz no uso das expressões e metáforas, o jogo de palavras é muito original. É um dos poucos contos que eu já li que trata dos problemas sexuais masculinos, sempre motivos de piadas através do senso comum, sem que saibamos como esses homens se sentem. A maturidade com que o personagem trata disso, ao mesmo tempo em que trata da superficialidade das relações com as mulheres mediante unicamente a sua fama de escritos forma um drama particular, mas cativante se se conhecer. O autor investiu menos no erótico e explorou mais a questão psicológica do personagem.

    Notas de Contra-analógico:
    – A Bruxa: 1,0
    – A Hora Certa de Dizer “Eu te Amo”: 4,5
    – A Obradora e a Onça: 3,5
    – Às Cegas: 3,8
    – As Lobas do Homem: 3,0
    – De Forma Natural: 2,0
    – Espectros da Salvação: 3,5
    – Folhas de Outono: 2,0
    – Humanidade: 4,0
    – Love in the Afternoon: 3,0
    – Neo: 2,5
    – O Buquê Jamais Recebido: 2,5
    – O Dia Em Que a Terra Não Parou: 1,0
    – O Touro Mecânico: 2,0
    – Poá: 2,0
    – Rosas Roubadas: 1,5
    – Show Time: 5,0
    – Sob um Céu de Vigilância: 4,0

    Contos Favoritos
    Melhor técnica: A Hora Certa de Dizer “Eu te Amo”
    Mais criativo: Show Time
    Mais impactante: Show Time
    Melhor conto: Show Time

  19. Evandro Furtado
    12 de agosto de 2019

    A história de um escritor de meia-idade que reflete acerca dos casos amorosos de sua vida.

    O conto começa lento e demora ao leitor envolver-se com a história. Uma vez dentro, no entanto, a trama envolve e cativa. É muito interessante a forma como as reflexões são construídas dentro do texto, impulsionadas, sobretudo, pela primeira pessoa, o que acaba criando certa empatia para com o narrador-personagem. A certo ponto, o leitor acaba tornando-se esse mesmo ser, absorvendo para si seus dramas e problemas. Gosto como, apesar de complexo, o personagem é bastante humano. Apesar das descrições dos atos parecerem frias, elas revelam um sentimentalismo potente por trás.

  20. Luis Guilherme Banzi Florido
    12 de agosto de 2019

    Boa tarde, amigo. Tudo bem?

    Conto número 14 (estou lendo em ordem de postagem)
    Pra começar, devo dizer que não sei ainda quais contos devo ler, mas como quer ler todos, dessa vez, vou comentar todos do mesmo modo, como se fossem do meu grupo de leitura.

    Vamos lá:

    Resumo: as histórias sexuais e amorosas de um escritor, contadas em primeira pessoa, refletindo sobre amor, luxúria, sexo e paixão.

    Comentário: o conto é mais uma série de reflexões e divagações em primeira pessoa, que uma história em si. Quero dizer, não consegui identificar um enredo bem definido. Mesmo a questão temporal (o que acontece em que ordem) não ficou totalmente claro. Isso não é uma crítica, e sim algo que percebi na leitura.

    Assim, o conto se concentra muito mais em viajar nas aventuras sexuais do protagonista, que em contar alguma história.

    O homem, escritor que acaba de chegar ao sucesso, reflete sobre como as mulheres que passaram por sua vida deixaram suas marcas, que resultaram no trabalho que agora atingia sucesso.

    De certa forma, é inegável que todas nossas experiências (e nelas, obviamente, inclusas nossas paixões e relações amorosas/sexuais), causam um impacto em nossa vida, formando nossa personalidade e visão de mundo. Acredito que isso seja ainda mais válido no caso do escritor, não é? Quem nunca escreveu um poema especialmente inspirado por um sucesso ou fracasso sentimental? (admito que meu último bom poema veio de uma desilusão heheheh).

    Porém, devo dizer que o conto não me prendeu muito. Acho que o excesso de divagações, sem levar a algum lugar, foi atrapalhando meu interesse na leitura. A linguagem também me soou um pouco confusa, atrapalhando um pouco o entendimento. Somados, esses dois fatores atrapalharam na minha conexão com seu conto.

    Acho que talvez, se as lembranças, cada uma delas, acrescentassem um ponto mais relevante, que fosse retomado na lembrança seguinte, poderia gerar uma impressão de continuidade, de construção de personagem.

    Não que a construção inexista, obviamente. Sei lá, agora eu que tô divagando.

    Falando da construção do personagem, é interessante essa questão de que todas as experiências que ele viveu, transformaram no que é hoje. Gosto muito dessa ideia: nada passa batido na nossa vida, e nada é por acaso. Tudo que vivemos, mesmo as experiências negativas, constroem o que somos hoje.

    O ponto alto, pra mim, é o último parágrafo! Gostei bastante. Adorei a frase: “Com boa ventura, uma delas inusitada, apaziguadora, eterna, a última de todas. Mas, antes preciso encará-las, às lobas do homem, por meio das letras, conjuradas do meu passado.” Muito bem!

    Parabéns e boa sorte!

  21. Gustavo Araujo
    7 de agosto de 2019

    Resumo: digressões de um escritor sobre seus casos amorosos.

    Impressões: é por causa desse tipo de texto que os desafios existem. Uma prosa provocante, bem construída, que mergulha profundamente na psicologia do protagonista narrador, um homem que é ao mesmo tempo inseguro, egoísta mas também sincero.

    Acompanhamos suas desventuras, suas confissões, seus medos e seus desejos em relação às mulheres com quem se relaciona. No início pensei que a trama se desenvolveria mais entre ele e Ariane, dada a riqueza de detalhes sobre ela própria e sobre o ambiente em que estavam. Mas depois a narrativa avança para outras aventuras, com outras mulheres, em aspectos não tão ricos como aquele inicialmente proposto, mas ainda assim incômodo e reflexivo.

    A maneira como a psique problemática de Francisco Terra nos é apresentada me fez lembrar dos ótimos filmes “O Cidadão Ilustre”, de Gastón Duprat, e “Dor e Glória”, do Almodóvar, ambos com protagonistas que se veem diante de dilemas existenciais envolvendo amor e paixão, não sob o prisma clássico dessas expressões, mas sob a influência do sucesso com as artes – a literatura no primeiro caso e o cinema no segundo – o que conduz o espectador a um labirinto de emoções dúbias que ora nos trazem identificação com as situações, ora nos fazem odiar os caras, rs Exatamente como ocorre aqui.

    De fato, é um texto escrito de forma inteligente e com habilidade invejável, mas que por isso mesmo exige certa entrega do leitor. Não creio que irá agradar aqueles que identificam com o tipo de literatura mais rasa e imediatista, mas aposto que o autor não está muito preocupado com isso. Embora não se trate de um conto na acepção clássica do termo – ao menos para mim – a trama conseguiu me cativar por conta da maneira como foi concebida, longe da mesmice e dos clichês adolescentes que não raro recaem sobre o tema.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  22. Antonio Stegues Batista
    5 de agosto de 2019

    AS LOBAS DO HOMEM
    Resumo:

    Um escritor se relaciona com várias mulheres, sem compromisso para um relacionamento duradouro. Ele reflete sobre sua vida e espera que uma delas seja a última.

    Comentário:

    Achei o enredo bem fraco. O personagem é fútil, vazio, divaga sobre tanta coisa desinteressante, fala tanto de suas conquistas, se exibe tanto que se torna maçante, até perdi o fio da meada. Tive que voltar atrás, mas não adiantou, não achei interessante. A escrita tem arte, mas o texto fala muito e não conta uma história. Fiquei lendo as reflexões do personagem e de repente terminou o texto. Me dei conta que a história era essa.

  23. Pedro Paulo
    5 de agosto de 2019

    RESUMO: O conto se trata inteiramente das reflexões do escritor Francisco Terra sobre os seus encontros amorosos e sexuais e como estes se relacionam com a sua saúde mental, que tomou a sua preocupação assim que não conseguiu mais ter a ereção em suas relações. As reflexões arrumam suas relações de formas cronológicas até o advento do bloqueio, sucedendo para o momento em que o superou, já prevendo que se envolveria com outras mulheres outras vezes.

    COMENTÁRIO: Certamente um forte candidato – no momento destacado como o vencedor – dentre os que merecem a etiqueta de “melhor técnica”. Longe de ser um fluxo de consciência, a narrativa íntima e reflexiva evoca, de toda forma, um fluxo, no qual é fácil de se perder, mediante as múltiplas considerações que são intercaladas com descrições e sensações experimentadas pela personagem, adentrando aí também ações narradas, todas essas dimensões envoltas no lirismo do protagonista, inegável escritor. Ou seja, é um conto que demanda uma leitura atenta, mas que de modo algum é bagunçado, revelando um autor meticuloso e responsável na estruturação do conto e do vocábulo utilizado, as adjetivações colorindo as personagens e, também, o próprio protagonista. Há vivacidade nas sensações de desejo e prazer, que não dependem só da descrição, mas também das alegorias utilizadas, como quando apontou para os limites do corpo frente ao ímpeto da libido.

    Não existe um enredo definido, mas uma longa introspecção, cujas reflexões enredam episódios, passados e futuros. Isso me levaria a questionar se aqui temos mesmo um conto, pois acredito que embora se trate de uma meditação, há uma lógica de início, meio e fim, mas, ao mesmo tempo, não é por aí que se apreende o que faz um conto. Confesso que não sei.

    Enfim, bem escrito e perpassando pelo erotismo do tema sabrinesco, ótima leitura. Parabéns!

  24. Higor Benízio
    3 de agosto de 2019

    Francisco Terra é um escritor mulherengo, e acompanhamos alguns de seus casos no texto, além de sua relação consigo mesmo e com as mulheres que se relaciona.

    O ator(a) tem uma escrita bem decente, com passagens charmosas. O problema deste conto é a pobreza intelectual, a farsa. Ninguém aguenta mais ler este tipo de texto “pseudo intelectual” e cheio de impressões falsas. Vejamos Francisco, por exemplo, ao mesmo tempo em que o escritor se vangloria das suas misérias (o que é patético e sinaliza carência e falta de personalidade – clichê), dizendo que é pobre, poeta e consequentemente tolo, preguiçoso; chama a vida de uma das mulheres de “mundinho fútil” , ou seja, ele está mentido num nível quase paranoico sobre si mesmo, é vaidoso, arrogante, infantil e não se acha nem um pouco tolo. Depois, mais tarde no texto, o próprio personagem diz: “A futilidade certamente me é mais difícil perdoar que a inépcia no trato com outros seres humanos.” Ou seja, ele é um merda, medroso, sabe disso, e passa a vida se enganando, mascarando o fato em relações efêmeras. Mas é lógico, estamos falando de um personagem, e talvez mostrar este retrato deprimente, e este homenzinho medíocre, seja uma boa coisa. Sinceramente, não sei dizer. Porque não existe redenção nenhuma no texto, ou impressão verdadeira; além do fato de estar cheio de palavras não usuais, que prejudicam a fluidez do conto, o que evidencia aquela busca por sinônimos no google, para o texto parecer mais “culto”; caso fizessem mesmo parte do vocabulário do autor, elas não prejudicariam a fluidez, pelo contrario. Além da perversidade que é soltar um texto destes para o público leigo, reforçando uma imagem afetada da masculinidade que permeia o comum. Nosso papel como escritores é justamente o oposto.

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Publicado às 1 de agosto de 2019 por em Liga 2019 - Rodada 3, R3 - Série A e marcado .
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