Atirei o pau no gato-to,
Mas o gato-to não morreu-reu-reu,
Dona Chica-ca adimirou-se-se
Do berro, do berro que o gato deu:
Miau!
Enquanto eu segurava o rabo daquele bicho, algo em mim vibrava. Uma sensação de calma me invadia. Conforme o animal fazia força para se libertar, mais eu apertava os dedos em êxtase. Naquele transe, não percebi minha mãe se aproximando rapidamente, de repente senti o peso de uma mão enérgica sobre o meu braço que segurava a criatura fazendo-me soltá-la imediatamente sob os berros de minha mãe que dizia: – Não puxe o rabo dele! Quantas vezes eu já te disse? Respondi com cara de choro enquanto ria por dentro: – Não estava puxando, só estava segurando!
Eu e mamãe vivíamos tranquilamente em uma pequena casa cercada por terrenos baldios um pouco afastada do barulho e da confusão da cidade. Minha mãe recebia uma pensão pela morte do meu pai e passava o dia inteiro em casa fazendo doces por encomenda para completar a renda da casa, mas, de um tempo pra cá, as encomendas estavam ficando cada vez mais raras. Eu ia à escola de ônibus, um dos raros veículos que passavam na rua deserta onde ficava nossa casa. Na escola, gostava de ver as outras crianças brincando de roda mas, nunca fui de me aproximar delas, apesar da minha mãe dizer que eu devia me aproximar mais dos outros garotos. Não gostava de crianças, não tinha irmão ou irmã, éramos apenas eu e minha mãe. Nos dias de folga era uma festa, nós dois brincávamos de várias coisas diferentes e comíamos pipoca o dia inteiro, mas com a presença daquele bicho algo foi mudando em nós.
Papai morreu pouco depois que eu nasci. Minha mãe me contava estórias sobre como ele era um homem prestativo e amoroso. Mas na escola alguns dos meus colegas riam de mim e me chamavam de “filho do doido”, “doidinho” e atiravam coisas em mim na hora do recreio. Mamãe nunca me contou como ele morreu, apenas dizia que depois de uma discussão no trabalho ele precisou ser levado para fazer um tratamento numa clínica de repouso e nunca mais voltou. Não lembro como era meu pai. Na verdade acho que nunca quis saber. Tinha minha mãe o tempo todo comigo, sempre disposta a me ajudar e isso era o bastante para mim. Hoje com 14 anos ainda lembro a canção de ninar que ela cantava quando eu não conseguia dormir. Acho que uma criança recém nascida sente quando a mãe está perto, eu não lembro bem, mas acho que a amava desde dentro do seu útero. Não imagino a vida sem minha mãe por perto. Nosso amor cresceu tanto que, às vezes, achava que éramos um só; um não vivia sem o outro. Lembro do dia em que eu brincava nos fundos da nossa casa e pisei sem querer num pedaço de vidro e minha mãe me levou ao hospital. Ela ficou na sala de espera enquanto o médico costurava o corte no meu pé. Mesmo um pouco tonto pelo efeito da anestesia eu conseguia ver a imagem dela rondando a minha cama. Nunca contei isso a ela, mas sei que era ela que, de alguma forma, continuava me protegendo bem de perto. Por isso, desde muito pequeno, eu jurei pra mim mesmo que sempre a protegeria de tudo de ruim que a ameaçasse.
Era uma tarde como qualquer outra quando tudo começou. Ao descer do ônibus da escola corri para casa para dar um abraço em mamãe como sempre fazia; qual não foi minha surpresa ao perceber que ela não estava em frente a porta a me esperar como sempre fizera. Bati na porta várias vezes e fiquei esperando por alguns minutos sentado na calçada rabiscando o chão sem desenhar coisa alguma. Quando finalmente ela abriu eu fui em sua direção, mas ela rapidamente virou-se e caminhou até a cozinha me chamando para ver uma novidade. Era um gato preto da cabeça aos pés, pelo liso e cara de quem caiu do caminhão da mudança. O bicho era bonito de se ver; tenho que admitir. Mas tinha um defeito: tinha um corte na ponta da língua, o que dava ao som do seu miado um tom esquisito, diferente de todos os outros gatos que eu já tinha visto até então.
Eu senti que precisava proteger minha mãe daquela criatura. Lembrei de algumas estórias que um colega da escola contava a mim e a alguns garotos da minha sala quando faltava energia na escola e aqueles alunos “diferentes” se juntavam no pátio para contar estórias de assombração. Ele dizia que os gatos tinham sete vidas e que alguns povos antigos acreditavam que os gatos carregavam espíritos malignos dentro si, por isso matavam os gatos e queimavam seus corpos para terem certeza de sua morte; outros enterravam os corpos desses animais a sete palmos de profundidade para que não voltassem à vida novamente. Assim, tive mais coragem para proteger minha mãe.
Uma manhã dessas, levantei da cama mais cedo para ir à escola e fui dar um beijo em mamãe, mas no quarto não havia ninguém. Tentei a porta da frente, estava trancada. Corri para os fundos da casa e com o coração disparado vi aquele maldito gato se enroscando nas pernas da minha mãe. Passei o resto do dia com aquela visão medonha me atormentando o juízo. Tive um pesadelo estranho àquela noite. Sonhei que via minha mãe com a garganta cortada olhando para o teto, envolta numa coberta de seda e deitado ao pé da cama estava o gato. No sonho, corri atrás dele com toda a fúria que um garoto de 14 anos pode imprimir contra alguém. Depois de uma perseguição implacável ao animal asqueroso, dei a volta e parei em frente à porta de entrada da casa. Olhando para dentro, não ouvi nenhum ruído que denunciasse a presença do bicho. Imóvel, senti apenas a presença da mobília a me observar silenciosamente lá de dentro: o sofá, os móveis envelhecidos, a tv, o ventilador de teto; guardiões de um palácio em ruinas.
Durante o dia seguinte não pensei mais no pesadelo, sabia que não poderia ser verdade aquela visão, pois mamãe dizia que era alérgica a seda e jamais compraria tal tecido novamente; adquirira tal enfermidade no tempo em que meu pai era vivo. Ele comprou vários lençóis de seda e fez questão que ela forrasse a cama com eles todos as noites. Não sei porque ela queimou todos os lençóis depois que ele morreu, ela dizia que se sentia sufocada quando se enrolava com eles. Mas dentro do meu guarda-roupas havia uma pequena sacola de papel empoeirada com um lençol grosso de seda dentro esquecida lá todos esses anos. Minha curiosidade de menino, certa vez, me levou a mexer em todos os móveis da casa à procura de “tesouros” escondidos pelo local e eu encontrei essa lembrança do meu pai.
Em um domingo irritantemente ensolarado, depois de almoçar e passar a tarde brincando nos fundo de casa com minhas tralhas, procurei minha mãe pela casa e a encontrei na sala de estar com o animal ao seus pés. Disse boa tarde e fui para o meu quarto. Não aguentava mais ver aquela cena. Aquele bicho fedorento agarrado às pernas dela o tempo todo. Fui dormir bastante contrariado, nem sequer tomei banho. Mas logo em seguida me vi acordado. Levantei da cama e a casa estava diferente, pareceria mergulhada num silêncio mais profundo; caminhei até a porta, saí pé ante pé buscando ver minha mãe na sala, mas sem aquele gato horrível perto dela. Não avistei ninguém, fui até a rua. Já era noite comecei a chamar minha mãe baixinho para não atrair a atenção do bicho, caminhei pela rua escura dizendo o nome dela. De repente, vi o que pareciam dois olhos luminosos e ouvi um miado naquela direção. Corri pra cima dele furioso, porém algo estranho aconteceu: aqueles dois olhos miúdos começaram a crescer conforme eu me aproximava do bicho. O coração disparou quando percebi que eram os faróis de um carro que vinha em minha direção. A buzina ressoou alto e pude ouvir o motorista gritar como um louco. Suado, acordei e percebi que era mais um pesadelo, era minha mãe ao lado da cama quem chamava meu nome.
Os meses se arrastavam com a velocidade de um bicho-preguiça. Sete vidas! Não parava de pensar nisso. Passei dias imaginando como pegar aquela criatura. Fiz várias armadilhas e escondi no quintal para mamãe não encontrar, coloquei algumas vezes, mas ele sempre escapava. Nas vezes que fiquei escondido observando-o vi que ele simplesmente olhava para elas e passava ao lado sem tocar na isca. Depois de tentar de todas as formas matar aquele maldito animal, eu finalmente resolvi tomar uma atitude mais radical. Era domingo. Fui à cozinha enquanto mamãe estava distraída e peguei a maior faca que consegui encontrar. Esperei mamãe ir dormir e chamar o animal para dentro do quarto. Quando percebi que já estava bem tarde da noite me levantei, peguei o lençol de seda que estava no meu guarda-roupas e fui em direção ao quarto dela. Estava suando muito, só acendi a luz do meu quarto, deixei a do corredor apagada para não chamar a tenção de mamãe. Como sempre, a porta estava aberta. Nunca havia prestado atenção naquela porta; por que ela parecia maior e muito mais pesada agora? Abri-a com o máximo de cuidado para não espantar o animal. Entrei no quarto. A luz que vinha da rua iluminava um pouco o ambiente, eu caminhei vagarosa e silenciosamente em direção à cama e procurei pelo chão tentando avistar o bicho, nada. Pensei aliviado que talvez ele tivesse ido embora de nossa casa e de nossas vidas. Dei meia volta e caminhei vibrante em direção à porta para deixar o quarto; já pensava que teria, depois de vários meses sem dormir direito, uma noite tranquila de sono. Ao colocar a mão na maçaneta da porta ouvi, vindo da cama da minha mãe, aquele som horrendo e inconfundível: miau!
O meu sangue ferveu nesse instante, virei-me, olhei para cima da cama e lá estava ele com aqueles olhos brilhando. O bicho estava deitado ao lado direito de minha mãe, justo no lugar onde tantas vezes me deitei nas noites mais felizes da minha vida. Corri em direção ao animal com a faca na mão e, num ímpeto de fúria, não pensei mais em nada, joguei o lençol em cima da criatura para que ele não me arranhasse e pulei sobre a cama desferindo vários golpes na direção dele; sabia que tinha que acertar pelo menos sete vezes para que ele morresse de verdade e nos deixasse em paz para sempre. Quando parei de ataca-lo ouvi alguns gemidos e percebi um vulto correndo em direção à porta, saltei da cama e fui no encalço da sombra que deixara o quarto. Tomado de fúria, saí do quarto, acendi a luz do corredor e vi um rastro de sangue pelo chão em direção a uma janela aberta na sala de estar. Depois de vasculhar toda a casa à procura daquele animal infernal lembrei-me que estava quase no horário de pegar o ônibus e ir à escola. Desisti, então, de procurar o bicho; provavelmente ele teria fugido para nunca mais voltar. Percebi naquele momento que teria minha mãe de volta todinha só pra mim. Ao começar a procurar minhas coisas da escola notei que ainda segurava a faca coberta de sangue. O sangue escorrera pelo meu braço molhando minha camisa. Fique muito alegre ao ver o sangue, pois era um sinal que eu havia acertado em cheio aquela criatura maldito gato. Não quis acordar a mamãe, pois sabia que ela iria me dar uma bronca daquelas por causa da bagunça em que eu deixei a casa. Me arrumei em silêncio, peguei o ônibus e fui satisfeito à escola.
Atirei o pau no gato-to,
Mas o gato-to não morreu-reu-reu…
Ah, também não entendi muito bem pq o titulo do conto está em ingles. Achei desnecessário.
Boa tarrrrde. Tuo bem por ai?
Cara, esse é um bom conto de terror.
Você conseguiu construir uma atmosfera de suspense e mistério que foi muito bem vinda, me deixando bem curioso e preso à leitura.
Algumas subtramas me deixaram bastante curioso e ansioso pela revelação do mistério, especialmente a questão do pai do garoto, que parecia central, no enredo.
Porém, devo dizer que fiquei um pouco decepcionado por ver que a história do pai ficou sem ser apresentada, acabou sendo abandonada. Acredito que era o ponto central do misterio, e que merecia ser melhor trabalhada.
O trecho final também me incomodou um pouco, pois, a não ser que eu tenha falhado em entender algo, parece que há alguma falha de continuidade.
Quer dizer, o narrador diz que era um domingo, e que ele deita pra esperar anoitecer. Porém, ao fim, o garoto se prepara para ir à escola.
Ou ele enlouqueceu totalmente, ou ficou algo estranho, ali.
Fiquei com a impressão de que ele realmente ficou doidão e acabou matando a mãe, e acho que foi essa dúvida que você quis deixar no ar. Achei bom esse desfecho.
Enfim, foi um conto que realmente gostei de ler, mas acho que tinha material para ser melhor desenvolvido, valorizando o misterio da trama.
Parabéns!
Um bom enredo, o ciúme de uma criança por um gato que não saia de perto da mãe. Não é difícil imaginar que o menino matou a mãe,sem saber. Muito bom final.
RESUMO: Garoto esquizofrênico fica obcecado com a chegada de um gato em sua casa, ameaçando seu apego doentio pela mãe.
CONSIDERAÇÕES: Inicialmente pensei se tratar de um conto infantil. Está mal escrito. Inverossímil. É difícil chegar no fim. Não compreendo a escolha do título em inglês. Parece-me aquelas pessoas aqui no Brasil que dão um nome ridículo ao filho em outro idioma para parecer sofisticado, mas que não passa de breguice. “O Gato Negro” ou qualquer coisa do tipo teria ficado muito melhor. Pra mim só não é o pior conto porque você ao menos faz um terror. Há sangue, morte, esquizofrenia e uma sugestão potencialmemte interessante do filho ter matado a própria mãe.
É a história de um adolescente de 14 anos, órfão de pai, que que mora com a mãe e devido a um ciúme doentio de um gato preto, decide matá-lo.
Olá Falcão. Gostei da sua história, mas ela tem alguns furos, na minha opinião, é claro. Tem também uma referência ao “pé do gato” que deveria ser “pata” e nem vou implicar com o uso de “da” em vez de “de a”.
Meu problema com a sua história é que não fez sentido aquela morte no final, com a mãe dormindo sem perceber a bagunça que o filho estava causando. Não sei ser era para entender que o pai era o gato, mas isso não ficou claro. É apenas uma especulação. Apenas o ciúme do gato não causou terror o suficiente e o desfecho não convenceu, pelo fato de a mãe não ter acordado. O final deixou a desejar, mas a ideia é boa.
Parabéns e boa sorte no Desafio.
Gabriel Bonfim Silva de Moraes
RESUMO:
O conto introduz os personagens sendo a mãe, o filho e o gato. Prossegue com o relato do cotidiano do garoto, mostrando sua situação abusiva na escola e sua mãe como única amiga e companheira. O conto continua seu desenvolvimento mostrando a relação de ódio do garoto com o gato e concluindo com ele tentando assassinar o gato para “proteger” a sua mãe.
CONSIDERAÇÕES:
Achei a estrutura do conto boa, ele começa de uma forma calma e introdutória, depois aumentando o nível de tensão com o relacionamento do gato e então explodindo com a tentativa de matar o animal. Minha crítica é com relação a exploração do terror psicológico, poderia ter uma descrição mais aprofundada da relação do garoto com o gato e a degradação do companheirismo com a sua mãe, deixando mais imersivo seu ataque no final do conto. Fora isso, achei o suspense no final interessante e um conto muito envolvente!
Resumo.
A chegada de um gato preto muda a vida de um adolescente, que cria mil formas de matar o bichano e não consegue. O gato esperto tanto no plano real quanto nos sonhos do jovem, não morre. Ao final, o jovem bola um plano para exterminar o gato e acredita que o matou.
Comentário
Um Conto de Terror que na verdade delimita a mente aparentemente adoecida do narrador. O clássico tema da loucura e do gato preto, uma química que mataria de raiva qualquer defenspr dos animais, mas que é sempre reutilizada em histórias de terror. O texto é bem escrito, apesar da mudança de tempo conflitante exatamente na situação que deveria dar o ponto de equilíbrio da história: entre o primeiro ato e o início da narrativa sobre o surgimento do inimigo do adolescente solitário que não pretende dividir as atenções de sua mãe com um gato.
Para resolver seu problema o jovem aferra-se a ideia de que o gato é um monstro que vai destruir sua mãe. Para firmar sua teoria, registra a diferença de miado à lista de problemas que ele criou à partir das histórias de terror que ouviu na escola.
Depois de várias tentativas reais e imaginadas, o jovem decide matar o gato na cama da mãe. Aqui há alguns indícios de insanidade. O jovem pega um tecido que a mãe tem alergia e leva para a cama dela, para cobrir o gato, um cobertor seria menos perigoso. Lança-se sobre o gato, ataca-o na cama e a mãe continua dormindo? Na verdade, em sua sandice, se o rapaz matou alguém foi a mãe. O gato fugiu da cama sujo de sangue, diz o rapaz, como um vulto. A mulher permaneceu dormindo mesmo na cama cheia de sangue, local onde um homem e um gato lutaram? A ciranda que inicia e termina o texto me dão essa certeza.
Nos quesitos Evolução e Clímax o Conto deixou muito para o subjetivo. O bullying; a percepção de diferentes aspeada pelo narrador; o pai que morreu no sanatório depois de “adoecer” no trabalho; o comportamento social arredio do jovem; a obsessão pela mãe e a teoria de conspiração tendo o gato como o conspirador-mor da história, ainda há a distância da pequena família dos demais moradores locais e o afastamento recente dos clientes.
RESUMO:
Um menino vive feliz com sua mãe, até que um gato vem se instalar em casa por si só. Cheio de inveja (quiçá pela atenção que a mãezinha dava mais ao bicho do que a ele), e tomado pelo sentimento de proteger a mãe, uma vez que seus colegas de escola sempre tratavam os gatos como sendo uma figura do mal, o rapaz acaba por disferir sete golpes ao gato numa certa noite.
COMENTÁRIO:
Se a ideia do autor era mesclar o terror com o infantil, simplesmente acho que o conto não ficou inclinado para uma estória infantil. O conto tem um certo tempero de terror muito bem conseguido, porém não é infantil, e sim sobre esse menino que deixa a inveja tomar seu coração por conta do o bicho a quem a mãe dá bastante atenção.
Resumo: mãe de garoto adota gato de estimação. O garoto vai se mostrando cada vez mais perturbado com a presença do animal, a ponto de tentar matá-lo, mas acaba matando a própria mãe.
Um conto bem escrito e bem revisado, mas que traz um tema já bem batido e uma conclusão sem impacto: o final parece bastante previsível, por já ter sido usado de forma muito semelhante inúmeras vezes. A linguagem adotada pelo menino também não parece muito condizente com a de um garoto de 14 anos. Ainda assim, um trabalho interessante, que poderia melhorar muito se a trama trouxesse algo mais inovador e talvez uma maior riqueza descritiva, tanto de ambientes quanto de sensações e emoções. Parabéns e boa sorte no desafio!
“The Black Pet” traz a história de uma família vista pelos olhos de um garoto que vive com a mãe e tem com ela uma forte ligação. O garoto não conheceu o pai, tem poucas referências do mesmo como “o doido”, e por isso é motivo de piada entre os colegas da escola. Ao chegar em casa um dia ele encontra um gato preto que se aninha nas pernas de sua mãe, fato que faz despertar nele um sentimento de obsessão ciumenta com a relação entre ela e o animal. Então ele passa a tentar de todas as formas se livrar do bichano e afastá-lo de vez de sua amada mãe.
O texto me fez lembra do filme “Bad Boy Bubby”, com referências incestuosas, abandono paterno, questões de sanidade, discussão social e ainda o gato como animal de flagelo.
A ideia no todo parece bem pensada, mas acho que pecou na execução. Não sei se seria esse o estilo do autor, sendo assim uma falha de leitor. De qualquer forma, houve ruído na comunicação.
A coesão falha em alguns trechos, assim como alguns erros de concordância passam quebrando o entendimento.
Reafirmando, o conceito é bom. O uso da cantiga, a lucidez duvidosa do garoto, o relacionamento triangular, tudo, mas infelizmente a mensagem não chegou.
Jovem de 14 anos odeia o gato novo que sua mãe arranjou. Crente que tem algo de errado com o bicho, o rapaz tem alguns pesadelos e resolve proteger a mãe tirando as sete vidas do animal. No fim das contas, ataca o felino na calada da noite, na cama da mãe, com uma faca. Depois da balbúrdia, vai para a escola com as roupas ensanguentadas.
O conto está bacana. Acabei me envolvendo com o personagem e o universo dele. Bastante informação é passada em grandes parágrafos, mas tudo foi feito de maneira eficiente e com habilidade o suficiente para não ficar entediante. Com tantos detalhes e descrições, poderia ter se tornado repetitivo e cansativo, mas não foi o caso. Cada (grande, novamente) parágrafo trazia elementos novos.
Quanto ao final: a tese que faz mais sentido para mim é que ele matou a mãe. Faz sentido de acordo com a relação dos dois, com o fato de ela não ter acordado com toda a confusão na cama dela e pelo primeiro sonho do rapaz. E isso dá uma carga simbólica e profundidade à história, principalmente levando-se em conta os lenços de seda que eram do pai. Um tipo de herança. Se foi essa a intenção, e acredito que tenha sido, parabéns! Ficou bem legal.
Também pensei se o garoto não teria machucado a si mesmo à la Cisne Negro, mas não há indícios disso… apenas faria sentido pelo fato do garoto querer proteger a mãe e ele mesmo ser alguém potencialmente perigoso. Se for isso, apesar de eu não achar que seja, mandou meio mal, já que não ficou muito claro.
Ou era só uma história sobre gatos, mesmo!! hehehe
O único aspecto negativo que eu poderia apontar do ponto de vista do conteúdo é que o conto é bastante descritivo das situações mas pouco das emoções. Senti falta da ojeriza, do repúdio que o garoto sentia pelo gato. Ou por qualquer outra emoção sobre qualquer outra coisa. Assim, não senti muito ao ler a história. Parece que o garoto é um psicopata (O que na verdade poderia ter sido a intenção. Mas, mesmo assim, acredito que poderia haver mais impacto nas descrições).
Do ponto de vista gramatical está bom, exceto por algumas vírgulas que poderiam ser pontos finais ou pontos e vírgulas. O ritmo do conto parece um tanto corrido com tantas vírgulas. Tem que ver isso aí!
Conclusão: História competente, deu pra divertir! Com mais cuidados dá pra fazer algo excelente!
Resumo: The Black Pet (Falcão)
Um conto que fala do amor/obsessão de um filho pela mãe, que fica ainda maior com a necessidade que o filho obcecado vê de proteger a mãe de um gato. O texto não é ruim, é um bom conto, uma boa ideia, a história se alonga enquanto o aturo(a) tenta criar um clima, uma tensão e envolver o leitor e por vezes isso é válido e até é aceito, mas de fato e infelizmente os parágrafos grandes demais e talvez e esta é só minha visão, o autor(a) tenha falhado por não ter uma linearidade na narrativa e trabalhar ainda mais o lado psicológico da coisa toda, que quando acontecia era até bem feito.
Alguns equívocos:
chamar a tenção de mamãe – atenção
eu havia acertado em cheio aquela criatura maldito gato – Ficou estranho essa parte.
Avaliação:
Terror/infantil: de 1 a 5 – Nota 4 (continua me faltando aquele susto)
Gramática – de 1 a 5 – Nota 3,5 (apenas algumas questões de pontuação mesmo)
Narrativa – de 1 a 5 – Nota 3,0 (demonstra talento, mas ainda verde, ao menos para este texto)
Enredo – de 1 a 5 – Nota 3,0 (Uma boa ideia, mas mal executada!)
Personagens – de 1 a 5 – Nota 3,0 (Também pode trabalhar melhor, falta algo, mais
personalidade)
Título – de 1 a 5 – Nota: 1 (Não gostei do título, já temos o gato preto e a tentativa de fugir deste ou fazer algo semelhante não funcionou)
Total: 17,5 pts de 30,0 pts
Meu Deus!
Ele matou a mãe e nem percebeu, aff
Bom conto
Parabéns.
Olá! Contente de voltar a ler por aqui!
Resumo: Um garoto de 14 anos conta a sua história que é basicamente de ter genes para a loucura herdados do pai e que teve seu gatilho disparado ao sentir ciúmes da mãe com um gato de estimação. Em sua fúria ciumenta e assassina,esfaqueou algo que pensou ser o gato, mas que o texto deixa explícito, sem dizer, que ele matou a própria mãe. Fica em aberto se ela morreu ou não, na verdade.
Considerações: Não.. a música agora é… Dei sete facadas no gato to to mas o gato to to não morreu reu reu…
rsrs
Quando fiquei realmente interessada na história, ela acabou!!
Mas gostei muito a trama foi crescendo e mesmo não contando o que ocorreu, o leitor deduz, foste feliz em deixar um final aberto e ao mesmo tempo claro. Parabéns.
Achei que o texto foi bem trabalhado, com a caracteristica interessante de não dar nomes a ninguem e nao sentimos falta disto pois foi o relato do menino e demonstra bem a frieza doentia dele, apesar do apego pela mãe ele não importa-se realmente com nada além dele mesmo.
Uma abordagem bem madura do tema criança assassina.
.
Abração
RESUMO: O protagonista vivia com mãe e um gato preto com a língua cortada. O pai já era falecido e para complementar a renda familiar, a mãe fazia doces para vender. O gato havia caído de um caminhão de mudança e a mulher o trouxe para dentro de casa, mas o protagonista o achava irritante e perturbador e a todo instante maquiava algo para matar o bichano. Por fim, o protagonista conseguiu esfaquear o gato, só não se sabe se o bichano realmente morreu.
CONCLUSÃO: Um bom conto, embora não tenha sido demonstrado que o protagonista realmente tivesse tanta aversão ao animal ao ponto de querer matá-lo. Ele passou o conto tentando matar o bicho, mas não foi feita nenhuma descrição dele que indicasse algum tipo de distúrbio.