EntreContos

Detox Literário.

O Sorriso da Falsa Fada (Ana Carolina Machado)

Fez para o seu querido ursinho uma capa de super-herói usando um pedaço da sua blusa. Sabia que sua mãe não iria gostar, mas achava que o seu amiguinho merecia.  Ele era um bichinho muito especial. Sua mãe lhe disse que ele lutava contra os monstros que se escondiam debaixo da cama e seres dos pesadelos. Com a capa ele ficava ainda com mais cara de herói.

No dia seguinte seria o dia de levar brinquedo para a escola e ela queria que o bichinho estivesse bonito. Depois de amarrar o pedaço de tecido que simulava a capa foi para a cama aguardando sua mãe.  Toda noite ela vinha lhe contar uma história.

Sua mãe entrou no quarto um pouco depois com um grande sorriso no rosto. A face da mulher sempre se iluminava ao ver a pequena filha.

-Que história quer ouvir hoje, Dorinha?

Dorinha olhou para sua estante e pensou. Depois de um tempo decidiu que queria que a mãe lesse a história do Pinóquio. Enquanto a leitura ocorria a mente da menina trabalhava para criar as imagens. O sono foi chegando aos poucos até que seus olhos começaram a querer se fechar.

-Boa noite, querida. Acho que por hoje chega de histórias.- disse sua mãe que parecia está mais cansada do que ela. Mesmo pequena a menina notava o cansaço por trás do sorriso.

-Boa noite, mamãe.

Sua mãe lhe deu um beijo e se direcionou para a saída. Ia fechar os olhos pensando que tinha escapada do provável castigo quando ouviu a voz da mãe dizendo:

-Acho que conheço essa estampa. Amanhã falamos sobre isso.- disse apontando a capa do ursinho.

Dorinha estava com tanto sono que dormiu pensando que no outro dia tudo se resolveria com  calma.

Acordou atrasada assim como seus pais, todos dormiram demais. Na correria para chegar a tempo acabou esquecendo seu amiguinho em cima da cama. Sabia que seus pais não iam querer voltar para buscar. Ficou o dia todo meio triste vendo seus coleguinhas brincando com seus brinquedos favoritos. Logo chegou o momento de voltar para casa.

Seus amigos foram embora, as crianças que vão de transporte escolar também e logo ficou apenas ela e algumas poucas crianças. Seus pais estavam demorando. Na primeira meia-hora não se importou, as vezes isso ocorria. Mas conforme o tempo passava foi nascendo uma vontade de chorar. Daquelas que começa bem devagarzinho. As tias da escola estavam tentando a distrair enquanto ligavam para os pais dela.

Seus olhos molhados estavam fixos no portão por isso foi a primeira a ver uma linda moça que entrava.

-Vim buscar a Dora. A mãe dela me mandou. Já fui babá dela.- disse a mulher sorrindo gentilmente. Naquele momento a garotinha a achou semelhante a fada azul da história do Pinóquio que tinha lido. Ao olhar novamente notou que não era apenas semelhante era idêntica. Era como se a ilustração do livro tivesse assumido a forma de uma mulher.

Ela estava com o mesmo vestido azul, tinha os mesmo cabelos encaracolados da figura do livro e o mesmo sorriso que fez o boneco Pinóquio acredita que poderia ser um menino de verdade. Apenas não tinha asas, mas Dorinha achava que fadas não ficam mostrando suas asas por aí.

As tias a olharam fixamente e uma disse que ia ligar para a mãe. O celular chamou sem nenhuma resposta. Tentaram de novo e o tempo foi passando.Tentaram para o pai. Dorinha sabia que seria ainda mais difícil ele atender. Ocorreu a mesma coisa que na ligação para a mãe.

-Você conhece mesmo essa moça, Dora? Ela já foi sua babá mesmoo?- perguntou uma das professoras que ela chamava carinhosamente de tia. Apesar da gentileza era possível notar que ela estava com pressa para ir para a sua casa.

A menina não conhecia a moça. Tinha tido várias babás, mas sabia que essa não era uma delas. Mas sentia que podia confiar nela. Fadas não costumam mentir e por causa disso falou para suas professoras que conhecia a moça, confirmando a história. Após suas palavras que soaram com tanta sinceridade sua saída foi liberada.

– Que olhos bonitos você tem. É uma garotinha muito linda. – disse apertando suas bochechas um pouco forte demais. Naquele momento teve uma sensação estranha e uma parte dela dizia que não era para ela ir com a mulher, mas estava meio tarde para voltar.

-Aceita um doce? – ofereceu a moça quando já estavam dentro do carro. A menina tentou dizer que não, pois se lembrava do que seus pais sempre lhe falavam, porém parecia que aquela mulher exercia uma força misteriosa sobre ela. Tanto que quando a menina percebeu já havia estendido a mão para o bombom.

-Está muito bom.- comentou a menina com uma voz que vinha dela mas que não parecia ser dela.

-Fui eu mesma que fiz. Pegue mais um. – dessa vez Dorinha foi ainda mais rápida em aceitar. Comeu com gosto, mas nem bem terminou começou a sentir um pouco de sono. Antes de dormir ainda ouviu a voz da moça dizer:

-Durma, princesinha.

Acordou em uma cama e a primeira coisa que notou foi que aquele não era o seu quarto. Tudo tinha um cheiro de mofo, até os lenços que apesar de limpos aparentavam serem velhos. Ao levantar notou que estava sem uma de suas sapatilhas. Preferiu ficar descalça, não conseguiria andar somente com um calçado. Sentia que talvez logo tivesse que correr, pois era como se todo o ambiente lhe mandasse fugir rápido.

Esfregou os olhos querendo acordar. Aquilo devia ser um pesadelo. Como os que ela tinha em noites de tempestade. Queria poder correr para o quarto de seus pais como fazia nessas noites em que tinha medo.

Pensou que logo acordaria e descobriria que ainda estava no seu quarto. Mordeu os lábios para não chorar. Não conseguiu segurar o grito ao ver um pote de vidro com o que parecia ser um bebê ou uma boneca gelatinosa dentro. O pequeno ser  flutuava em um líquido.

-Vejo que já conheceu a minha primeira Maria.- disse a moça entrando no quarto e acariciando o porte de vidro. Ela não parecia mais tão amigável, apesar de ainda ter o seu sorriso intenso. Aquela aparência de fada de livro infantil começou a se modificar. A face dela começou a derreter e escorrer formando pequenas poças de um líquido viscoso no chão. O pânico não permitia que a pequena menina corresse ou gritasse. O rosto de Dorinha era puro horror.

Depois de quase todo seu rosto ter escorrido como cera, ela limpou o que sobrou com o avental. A nova pele que surgiu era amarelada e com aspecto um pouco esponjoso. O sorriso estava ainda mais intenso, pois os lábios rosados dela tinham ido embora. Era possível ver somente gengivas e dentes em um sorriso perpetuo.

-Que belos olhos você tem.- o elogio falado por aquela face e naquele lugar soava como se fosse ameaça.  Imagens assustadoras começaram a se formar na sua mente. Ao olhar para o pote começou a ver seus olhos flutuando no líquido. Piscou os olhos e a imagem continuava lá.  E logo mais olhos começaram a surgir dentro do recipiente. De forma semelhante a bolhas de sabão fazendo um barulho alto de quando elas estouram.

Algo estava errado… Aquelas imagens não vieram da sua imaginação. Aquela casa estava brincando com a mente dela.  

“Não é real. Não é real.”- repetiu para si mesma fechando os olhos. Da mesma forma que fazia quando ficava com medo de alguma coisa que acreditava se esconder no seu guarda-roupa. Queria que o seu ursinho estivesse por perto, ele poderia lhe ajudar.

Ao abri-los novamente os olhos tinham sumido do pote, porém o bebê gelatinoso continuava. Sabia que tinha que vestir sua capa invisível de coragem e encontrar uma saída daquele lugar estranho. Deixaria para ter medo quando estivesse na segurança do seu quarto, da sua casa.  Olhou ao redor e não viu nada que pudesse lhe ajudar. O sorriso intimidador continuava lhe encarando, dessa vez com um ar de crueldade. Como se dissesse que não tinha saída.

Um barulho seco invadiu o local.

-Acho que minha outra Maria está chamando.- disse a mulher assustadora agarrando o seu braço de forma repentina.  Dorinha tentou se soltar, mas ela era mais forte que ela e foi a arrastando por um corredor com cheiro sufocante. A mulher chutou uma porta que logo se abriu revelando um quarto com papel de parede rosa descascando.

-Maria essa é a Maria. – disse a mulher colocando Dorinha de frente para a menina estranha que tomava chá com bichinhos de pelúcia remendados e com a espuma saindo. Os brinquedos estavam sem os olhos ou com olhos a mais costurados ao longo do corpo. O líquido que estava dentro do bule de brinquedo e que era servido nas pequenas xícaras era semelhante ao que tinha dentro do pote de vidro e a medida que ia sendo derramado ia escurecendo e virando sangue.  Aquela visão lhe deixou tonta. Morria de medo de sangue. Sentiu a visão ficar turvar.

-Olá, Maria.- disse a menina se virando e sorrindo de forma assustadora. Naquele momento foi como se não lembrasse mais o porque de está naquele lugar e qual era seu nome de verdade.  – Se sente para tomar uma xícara de chá.

Cada célula do seu corpo lutava contra aquela ordem, mesmo que sentisse a casa querendo exercer a força sobre ela, Dorinha conseguiu ser mais forte. Sua aversão a sangue a ajudou a ter forças para correr porta a fora. Ouviu risadas logo atrás dela. Como se fosse isso que a mulher estranha e a garota esperassem que ela fizesse.

Viu-se diante de um corredor escuro com várias portas.

-Como é seu nome?- uma voz sussurrou no seu ouvido. Parecia vim de dentro e ao mesmo tempo de fora. Era como se a casa zombasse dela de dentro da sua mente. E o mais assustador era que o seu nome não vinha a sua memória. Sabia que ele estava escondido em algum lugar, porém não conseguia vim a sua boca.

-Seu nome… Qual seu nome?- quando mais a voz perguntava mais sentia sua mente embaralhar e o desespero apertar sua garganta que não conseguia emitir nenhum som que fosse.

Foi abrindo uma porta atrás da outra na esperança de encontrar a saída, mas a cada porta se via novamente de volta ao quarto com a mulher e a garota. Depois de perder as contas de quantas portas abriu caiu de joelhos totalmente cansada.  As figuras a sua frente lhe encaravam com ironia.

-Eu quero ir para casa.- disse finalmente deixando as lágrimas molharem o seu rosto.

-Você já está em casa, Maria. Não lembra disso?

-Aqui não é minha casa e esse não é o meu nome.

-Você está cansada, por isso está falando essas coisas. Porque não me deixa lhe colocar para dormir?- perguntou a mulher tentando se aproximar dela. A garota sabia que se ela dormisse naquela casa seria o fim. Quando despertasse não se lembraria de mais nada e terminaria como a menina tomando chá com os bichinhos bizarros.

-Fique longe de mim.- disse recuando alguns passos. Mas ao invés de sentir a parede na sua costa sentiu alguma superfície mole. Gritou ao olhar para trás e ver um clone da mulher assustadora. Que se aproveitou da sua surpresa para lhe agarrar com seus braços gelados como o esquecimento.

-Então como é o seu nome? Se me falar o seu nome me convenço de que talvez tenha pego a menina errada e não a minha Maria. Se esse for o caso pode voltar para sua suposta casa.

-Não acredito em você.

-Lhe dou minha palavra, pequena Maria. – Falaram as três criaturas ao mesmo tempo e no tom delas soube que não tinha a menor chance de se lembrar do seu nome. – Mas terá apenas três chances.

Um momento de silêncio se seguiu após isso. Naquela ausência de palavras sentia o clima ficar mais pesado. Seria tudo ou nada.

-Qual o seu nome?- perguntou a menina ainda sentada na sua estranha mesa de chá.

Esforçou-se para lembrar. Imagens borradas até surgiram na sua mente, de pessoas que sabia que amava, mas que não lembrava nome e nem rosto. Elas a chamavam por um nome que não conseguia compreender, pois era como se falassem em outra língua.

-Não entendo o meu nome.- acabou falando em voz alta o que disse para si. Percebeu em desespero que perdeu uma das suas preciosas chances.

-Dois. Qual o seu nome?- perguntou o clone da mulher.

Ficou em silêncio, se esforçando para lembrar. Não queria desperdiçar mais essa chance. Seus pés começaram a bater de forma involuntária no chão devido ao nervoso.  Olhou ao redor em um último esforço. Pensando que talvez algum desses objetos lhe fizesse lembrar. Olhou na direção dos ursinhos de pelúcias remendados e notou um que não combinava com o ambiente. Ele estava novo e tinha até uma capa feita de tecido.

Aquele objeto lhe era semelhante, mas não conseguia lembrar se era seu ou de alguma daquelas pessoas sem rosto das suas lembranças. Aqueles olhos fofos lhe encaravam e pareciam querer lhe dizer alguma coisa. Um nome.

“Ele vai lhe ajudar a vencer monstros”- a voz pareceu vim de dentro daquele olhar, de um dos rostos do seu passado.

-Seu tempo acabou. – disse a mulher má se aproximando ainda mais- Três. Qual o seu nome?

Começou a escorrer um suor frio que se misturava com lágrimas. Sua mente chamava por nomes que não lhe diziam nada. O mesmo olhar do ursinho. Um nome sussurrado bem baixo dentro da sua mente. Em uma parte que a casa ainda não tinha conseguido alcançar.

-Dora.- repetiu aquele nome para si mesma, em voz alta sem reparar. Tremeu ao notar que  usou sua última chance. Algo mudou, as paredes começaram a se dissolver assim como o teto. Os braços da criatura se afrouxaram ao redor dela. Sentia que a casa não queria lhe deixar ir, mas algo a obrigava a cumprir a promessa.  Seu olhar se cruzou com o do ursinho e ela sussurrou um breve agradecimento.

Acordou assustada. Olhou ao redor e estava dormindo em um dos bancos da escolinha. Os detalhes do pesadelo iam se apagando. Seu ursinho de pelúcia especial estava bem perto dela, mesmo que Dorinha tivesse certeza que não tinha o trazido para a escola. Achou aquilo meio estranho, porém o abraçou muito aliviada. O carro de seus pais não demorou a chegar.  Suas tias a levaram até o carro. Depois de tudo queria apenas ir para casa.

Eles se desculparam pelo atraso. Ainda se desculpavam quando pararam no semáforo perto de uma escola. Dorinha viu a falsa fada do pesadelo se aproximando da entrada do local. A criatura fez sinal de silêncio e se virou. Mesmo de costas Dorinha sabia que ela estava sorrindo enquanto ia buscar outra criança que tinha ficado até tarde esperando os pais lhe buscarem.

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21 comentários em “O Sorriso da Falsa Fada (Ana Carolina Machado)

  1. Leandro Soares Barreiros
    15 de junho de 2019

    Resumo: Menina é atormentada por uma bruxa que sequestra crianças cujos pais se atrasam para buscar na escolinha

    Protagonista/Herói: Dorinha – Nota: 1,2 de 2

    Sabemos pouco de Dora. A narrativa inicia pincelando um pouco sobre sua personalidade ao decidir enfrentar a mão para dar ao urso uma capa. Descobrimos no gesto que ela tem certa personalidade geniosa, que acredita em suas fantasias e que tem o objeto como totem de proteção.

    Depois da cena, contudo, Dorinha se torna mais ou menos genérica diante das ações da falsa fada que a captura.

    Toda a trama se desenvolve em torno da possível perda da identidade dela (é o que representa a perda do nome), mas não a conhecemos bem o suficiente para que isso funcione.

    Antagonista/Vilão: Falsa fada – Nota: 1,2 de 2

    A falsa fada funciona enquanto vilã estética. As cenas em que aparece são bastante cinematográficas. Não sabemos, contudo, muito a seu respeito.

    Ela parece funcionar, justamente, como uma vilã de contos infantis. Cumpre aqui seu papel, embora não destaque a narrativa por si só.

    Mudança de Valor – Nota 1,7 de 3.

    A mudança de valor é exatamente o que o nome sugere. A transição entre acontecimentos positivos e negativos que acontecem durante a história, gerando tensão no leitor.

    A mudança de valor nessa história funciona através do binômio segurança/perigo. O autor demonstra preocupação em inverter essas polaridades com frequência (Dora diante do desconhecido, Dora com Maria no chá, fuga de Dora, etc), o que mantém a tensão em um nível interessante.

    Mas há outros problemas que enfraquecem a tensão da história:

    O que a história queria, o que a história fez: 1,3 de 3.

    Bom, vamos lá, lembrando que essa parte é, acima de tudo, palpite meu.
    A história se constrói a partir da tensão de perigo que Dorinha está passando. O autor investiu pesadamente nas imagens das cenas e a maioria ficou ótima, mas a dinâmica da cena em si não funcionou muito bem.

    Senti uma pegada muito mais próxima a um roteiro (onde as imagens seriam exploradas da maneira mais efetiva) do que de um conto em si.

    Além disso, há uma problematização sobre identidade que não é de fato tocada pelo autor, ficando apenas no campo da perda de nome.

    Síntese: Uma história competente na criação de imagens de terror, mas cuja dinâmica não funciona tão bem. Penso estar mais adequado a um roteiro.
    Nota final: 2,7

  2. Fil Felix
    15 de junho de 2019

    Uma garotinha acaba sendo pega por uma espécie de bruxa, que quer transforma-la em uma de suas Marias. Num último teste, ela é salva pelo seu ursinho.

    Apesar do tom de terror nas cenas da bruxa, é um conto infantil interessante que traz várias mensagens típicas das fábulas, como não falar com estranhos, a bruxa carente que continua atrás de outras crianças, o esquecimento de si mesma. Me lembrou um pouco de Coraline. Tem alguns errinhos de gramática, uma revisão já melhora. Também gostei do uso do ursinho, talvez fosse mais interessante ter abolido um pouco do terror em prol de trabalhar mais o uso dos brinquedos e sua importância para as crianças.

  3. Fabio Baptista
    15 de junho de 2019

    —————————
    RESUMO
    —————————
    Falsa fada busca menina na escola e mostra a ela seu lar de perversidades, querendo transformá-la em boneca (já vi isso em algum lugar…).
    Ao lembrar-se do nome, menina consegue escapar, despertando. pensa que foi só um sonho, mas vê a fada indo buscar outra criança desfortunada.

    —————————
    ANOTAÇÕES AUXILIARES
    —————————
    – menina faz capa para o urso
    – mãe vem contar história
    – pais se atrasam para buscá-la na escola
    – uma estranha com aspecto de fada chega para pegá-la (seria o “falsa fada” do título um spoiler?)
    – Após suas palavras que soaram com tanta sinceridade sua saída foi liberada… (isso aí, segurança em primeiro lugar! kkkkk)
    – a “fada” começa a dar doces para a criança (João e Maria feelings, sim ou com certeza?)
    – ih, o bombom tava batizado…
    – o conto muda para uma pegada de terror, com bebês flutuando em potes de vidro e tal
    – cena tipo Toy Story, quando eles vão para a casa daquele moleque que destrói os brinquedos
    – a fada, o clone da fada e uma menina bizarra tomando chá tentam descobrir o nome da menina
    – Lembrou o nome Dora e venceu
    – Era só um pesadelo
    – Não era!

    —————————
    TÉCNICA
    —————————
    A leitura é até fluída, mas recheada de problemas gramaticais (listados abaixo) que acabaram prejudicando.

    – Fez para o *seu* querido ursinho uma capa de super-herói usando um pedaço da *sua* blusa. Sabia que *sua* mãe não iria gostar, mas achava que o *seu* amiguinho merecia. Ele era um bichinho muito especial. *Sua* mãe lhe disse
    >> cuidado com essas repetições de seu/sua… alguns podem ser limados, tornando o texto mais fluido

    – parecia está mais cansada
    >>> estar

    – pensando que tinha escapada
    >>> escapado

    – brincando com seus brinquedos
    >>> meio repetitivo e redundante

    – Seus amigos foram embora, as crianças que vão de transporte
    >>> cuidado para não misturar os tempos verbais (foram / vão)

    – fez o boneco Pinóquio acredita que
    >>> acreditar

    – até os lenços que apesar de limpos
    >>> lençóis?

    – correr porta a fora
    >>> afora

    – Parecia vim de dentro
    – conseguia vim a sua boca
    >>> vir

    – quando mais a voz perguntava
    >>> quanto

    – sentir a parede na sua costa
    >>> nas suas costas

    —————————
    TRAMA
    —————————
    O conto aborda os dois temas do desafio (pelo menos encarei assim), mas, infelizmente, não consegue cativar em nenhum deles.
    A ambientação/descrição do lar da “fada” é assustadora e foi a melhor parte do conto, mas foi pouco. Achei o jogo de dizer o nome um pouco confuso, além de já ser um pouco batido.
    O final, vendo a vilã ir buscar uma nova vítima, foi legal, me lembrou o filme “A Tempestade do Século”.

    —————————
    SALDO FINAL
    —————————
    Problemas gramaticais e uma trama que não se decidia entre o terror e o infantil, resultaram num conto irregular.

    NOTA: 3

  4. rsollberg
    14 de junho de 2019

    O Sorriso da Falsa Fada (Dorinha)

    Resumo: Dorinha é esquecida na saída da escola. Diante desse descaso parental entra em uma “paranoia” que mescla fantasia e realidade paralela, no lugar estranho diante de uma falsa fada, é salva pelo seu bichinho especial.

    Antes de tudo, esse título mata metade do suspense do conto!

    O texto começa como uma atmosfera de contos de fada infanto juvenil, mas em determinado momento dá uma guindada para um terror infanto-juvenil. O autor adaptou alguns clichês do gênero, abrandando alguns aspectos, obviamente visando algo mais infantil. Usou a famigerada técnica do doce para o sequestro, os não tão originais potes com “olhos e fetos”, presentes em 9 de 10 cenários gores de hollywood e o tal lance do nome para voltar ao status quo. O chamamento da memória para o retorno ao lar. Se tivesse colocada algumas baratas e uma frase em latim poderia até gritar “Bingo”. Ainda que o estilo seja muito cru, com pouca fluidez, sem elipses necessárias e muitas repetições, a história entretém.

    Frase destaque: Sentia que talvez logo tivesse que correr, pois era como se todo o ambiente lhe mandasse fugir rápido.

    Anotações:
    Resta claro que faltou uma grande revisão antes de enviar para o desafio. Assim sendo, destaco alguns deslizes; “parecia está mais cansada do que ela” – parecia estar

    “Naquele momento foi como se não lembrasse mais o porque de está naquele lugar – estar
    “os olhos pensando que tinha escapada do provável “ – escapado
    “Você conhece mesmo essa moça, Dora? Ela já foi sua babá mesmoo?” – mesmo
    “Parecia vim de dentro e ao mesmo tempo de fora” parecia vir
    “porém não conseguia vim a sua boca” conseguia vir
    “a voz pareceu vim de dentro” – pareceu vir
    “sentir a parede na sua costa” – costas
    “disse a moça entrando no quarto e acariciando o porte de vidro” – pote de vidro
    “. Era possível ver somente gengivas e dentes em um sorriso perpetuo” perpétuo

    Algumas repetições travam a leitura, exemplos são “ela, dela, face” Destaque para esses trechos; “Ela estava com o mesmo vestido azul, tinha os mesmo cabelos encaracolados da figura do livro e o mesmo sorriso que fez o boneco”

    “Ao olhar para o pote começou a ver seus olhos flutuando no líquido. Piscou os olhos e a imagem continuava lá. E logo mais olhos começaram a surgir dentro do recipiente.

    Algumas frases são confusas ou não fazem sentido:
    “Deixaria para ter medo quando estivesse na segurança do seu quarto, da sua casa.” Ora, o medo não é racional, não segue nossa vontade e não aparece nos momentos de conforto.
    “mas ela era mais forte que ela” – muito confuso

    Sugestões:
    Todos os erros acima apontados são de fácil correção, basta ler um pouco mais e se esmerar na revisão. Ou seja, isso serve para qualquer escritor. Contudo, sugiro ao autor arriscar mais na criatividade, seja na história ou no estilo de contar. Não há problema em condensar um apanhado de clichês do gênero desde que seja original no contar, no estilo, em como você vai passar. Do mesmo jeito que não há problema em contar com um estilo simples uma história inovadora, com ideias únicas e singulares. O que é um equívoco, na minha opinião, é não arriscar na criatividade e nem no estilo.

  5. Catarina Cunha
    14 de junho de 2019

    Opa! esqueci o principal. Sugiro tirar a palavra “falso” do título. Entrega o ouro. Só “o sorriso da fada” já levanta desconfiança.

  6. Catarina Cunha
    14 de junho de 2019

    O que entendi: Uma menina, que tem um urso de pelúcia de estimação, é sequestrada por uma fada do mal na porta da escola. Os pais se atrasaram em busca-la. Ela passa o maior perrengue com a fada e uma tal de Maria, menina que toma chá do capeta. Consegue lembrar o próprio nome com a ajuda do ursinho, o que a salva. Depois acorda, foi um pesadelo. Mais ou menos, porque ela avista a fada em frente à escola procurando outra criança.

    Técnica: O terror está muito bem construído. Quem tem filho, e lê um troço desses, nunca mais vai se atrasar para pegar a criança na escola.

    Criatividade: Boa. Foi uma boa escolha a interpretação dos acontecimentos serem através da visão lúdica da menina.

    Impacto: Pleno. A consciência de que nossos filhos estão a mercê de fadas e bruxas em nossa ausência é simplesmente petrificante.

    Destaque: “Depois de quase todo seu rosto ter escorrido como cera, ela limpou o que sobrou com o avental. A nova pele que surgiu era amarelada e com aspecto um pouco esponjoso. O sorriso estava ainda mais intenso, pois os lábios rosados dela tinham ido embora. Era possível ver somente gengivas e dentes em um sorriso perpetuo.” – Caramba… que horror!!!

    Sugestão: cabe revisão e enxugada no começo.

  7. Daniel Reis
    13 de junho de 2019

    Resumo: Dorinha fez uma capa para seu ursinho de estimação com um pedaço da sua blusa. A mãe sempre conta histórias para ela à noite, e percebe que a filha estragou a blusa. Dormiu e na manhã seguinte esqueceu o ursinho em casa. Ao final do dia, seus pais demoravam a chegar para buscá-la na escola, quando uma mulher (a fada do título) aparece dizendo ter sido babá dela. Foi com a estranha no carro dela até ser sedada, e levada a um lugar dos horrores, onde havia um bebê num pote de vidro e outra criança prisioneira. A moça se transforma num monstro, encontra outra menina também prisioneira e entre num astral de “Alice no País das Maravilhas”. Surgem clones da fada, que exigem que ela diga que é Maria. Nisso vê o seu ursinho de pelúcia no meio do cenário, mantém seu nome Dora. Acorda assustada e percebe que agora o urso estava com ela, e que tudo não passara de um pesadelo. Quando os pais chegam, vê de relance a “fada”, que seria uma espécie de lenda urbana que busca crianças na escola.
    Premissa: terror com abordagem infantil. O pesadelo de ser sequestrada e afastada de seus pais.
    Técnica: a narrativa é um tanto confusa, a impressão que tive é que o texto foi se desenvolvendo à medida em que era escrito. Os diálogos, em alguns momentos surreais como na obra de C.S. Lewis, em outros são apenas opressivos e não explicam a razão da tortura. Numa eventual revisão, começaria por aí.
    Voz Narrativa: A voz é adequada ao conto, porém se ressente do “dorme/acorda” da história.

  8. Gustavo Araujo
    13 de junho de 2019

    Resumo: menina é esquecida pelos pais na escola; uma estranha chega e se apresenta como babá, que está ali para buscá-la. As professoras liberam a menina e ela acorda, algum tempo mais tarde, numa casa horrenda, onde crianças se transformam em zumbis, para deleite da suposta babá, que agora se revela um monstro de múltiplas presenças. No final, desafiada a lembrar o próprio nome, a menina diz qual é, pondo fim ao pesadelo. De volta a escola, é apanhada pelos pais, mas ao longe a suposta babá lhe dá um sinal.

    Impressões: é uma boa história, bem montada, bem arquitetada. Apesar de usar alguns dos clichês do gênero (crianças, torturas, monstro à espreita ainda no final), a trama se desenvolve bem e tem sucesso em causar repugnância e indignação. Dorinha é uma boa protagonista – talvez inspirada na homônima do Mágico de Oz – de modo que conduz o leitor por esse labirinto claustrofóbico que a aprisiona. Cheguei a pensar que ela ficaria presa eternamente ali, enquanto a capa do ursinho balançava a esmo, com o nome dela bordado, inútil. Mas, o autor preferiu o final feliz, com aquele “aviso” de que o monstro permanece de olho – uma escolha que se deve respeitar, ainda que não tenha me agradado. O ponto fraco da trama – diametralmente oposto à qualidade da história em si – foi a gramática. Há muitos, muitos erros, não só de digitação, mas também de ortografia, de sintaxe; o verbo “vir”, por exemplo, é torturado diversas vezes. Uma boa revisão faria um bem danado a este texto. É, repito, uma boa história. Com um polimento atento poderá ficar ainda melhor. Parabéns e boa sorte no desafio.

  9. Tikkun Olam
    11 de junho de 2019

    O Sorriso da Falsa Fada – Dorinha

    O início é o que cativa. O meio é o que sustenta. O final é o que surpreende. O título é o que resume. O estilo é o que ilumina. O tema é o que guia. E com esses elementos, junto com meu ego, analiso esse texto, humildemente. Não sou dono da verdade, apenas um leitor. Posso causar dor, posso causar alegria, como todo ser humano.

    – Resumo: Dora é uma menina doce e criada com muito amor. Um dia, depois da escola, seus pais não aparecem para buscá-la. Uma moça, bem bonita, que aparece no lugar deles. Aceitando ir com ela, a inocente garota não sabe que está entrando numa terrível armadilha e acaba caindo nas presas de uma criatura surreal e terrível. Como ela poderá escapar dela? Quem será seu herói?

    – Início: Infantil. Pensei que estava diante um conto infantil. Um toque bem leve, bem inocente, mas com uma narrativa um tanto adulta, em alguns momentos, principalmente em algumas reações de Dora, o que deu um tom um pouco inverossímil para a personagem.

    – Meio: Montanha-russa de surpresas. Fui surpreendido, quase no início da metade do conto, com uma grata novidade: era um conto de terror! Gostei muito disso. No entanto, outra surpresa me esperava… O autor não é tão bom assim. Perdeu-se na escrita e no enredo, criando situações absurdas e fazendo personagens genéricos e incoerentes (Dora, por exemplo, tinha reações bem maduras para uma criança de sua aparente idade).

    – Final: Fraco. A solução de todos os problemas é simplista demais. Apenas o nome? E depois, acordou de um sonho e pronto? O autor se perdeu no decorrer da escrita.

    – Título: Direto. Simples, mas meio desconexo com a característica mais forte do conto. O sorriso da bruxa não foi tão marcante assim.

    – Estilo: Afobado demais. O autor demonstrou grande poder criativo. Mas se perde na hora de organizar suas ideias. Era um absurdo atrás de absurdo, com soluções simples e personagens sem desenvolvimento ou marco. Se o foco dele for escrever, terá bastante sucesso no futuro, mantendo esse poder criativo. Tem muito potencial. Escrever bem, de fato, qualquer um aprende. Criatividade é algo além de aprendizado. É uma inteligência difícil de aprimorar.

    – Tema: Misto. Gostei do toque infantil do início, mudando completamente para o horror surreal.

    – Conceito: Bronze.

  10. Marco Aurélio Saraiva
    11 de junho de 2019

    Dorinha sofre com o atraso dos pais, que demoram em buscá-la na escola. Ao invés disso ela é buscada pela Bruxa da Floresta Negra que, de alguma forma, continua viva após seu encontro com João e Maria nas fábulas. A bruxa “coleciona Marias”, faz elas esquecerem de seu nome e as mantém cativas para sempre. Dorinha, porém, resiste aos encantos da bruxa e consegue fugir, ajudada por seu ursinho de estimação.

    Esta é a segunda tentativa que eu vejo de mesclar os dois temas do desafio. Os temas sempre são muito contrastantes, de modo que eu considero quase impossível fazer uma mescla decente. Infantil com terror? Acho muito difícil. Isso sim seria um desafio surpreendente. Infelizmente, o seu conto não fugiu das minhas expectativas e não conseguiu entregar nem um conto infantil interessante nem uma história assustadora. Há inocência em Dora e uma linguagem simples é usada na narrativa para tentar passar um clima infantil, mas isso é mesclado com uma tentativa de terror que, no meio da história “fofa” que é exibida antes, não acha um lugar para ficar. O conto não assusta, nem apaixona.

    Os pais de Dorinha são rasos e a própria Dora é linear demais. Por outro lado temos a Bruxa, que é o personagem mais interessante da história e uma excelente vilã. A ideia de fazer todas as crianças que ela rapta acharem que são “Marias” e fazê-las esquecer-se dos próprios nomes foi muito boa e muito bem apresentada. Uma nova “fábula” é criada também, com a Bruxa agora raptando criancinhas cujos pais negligenciam e demoram para buscar nas escolas, o que é bem interessante.

    O conto, porém, sofre muito com erros de português, de digitação e de pontuação. O conto precisa de uma revisão urgente. Frases como “…mas ela era mais forte que ela…” e “Parecia vim de dentro e ao mesmo tempo de fora” preenchem o conto, distraem a leitura e, no geral, passam uma imagem de desinteresse do autor pela própria obra.

  11. Ricardo Gnecco Falco
    10 de junho de 2019

    Olá Dorinha; tudo bem?
    O seu conto é o décimo segundo trabalho que eu estou lendo e avaliando.

    ————————————-
    O QUE ACHEI DO SEU TEXTO
    ————————————-

    Bem… Para começar, devo confessar que, ao ler o título assim meio que de relance, pensei por um segundo que houvesse viajado no tempo e pulado para o futuro, mais precisamente para o próximo Certame, cuja cacofonia constante no título de seu trabalho (Fal…sa…Fada) 😮 se faria mais… digamos… metafórico(?!) Enfim… “Ah, essa fadinha!” Rs!
    Dito isso, e já constatado que não viajei no tempo e que a sua história também não possui essa ‘pegada’ mais hot que o próximo Certame terá, vamos então ao que interessa, que é a analise da sua história no presente Desafio…
    Gostei da premissa do seu conto! Gosto de histórias oníricas, que se passam dentro do inconsciente humano. É um manancial riquíssimo e traçar as rotas, fazer os caminhos através das conexões com o mundo real torna-se um atrativo a mais.
    O texto está bem escrito no geral e os poucos erros percebidos não chegaram a atrapalhar a imersão na trama descrita. O conto resultou em boas imagens mentais e certamente daria um ótimo episódio de alguma série de terror na tv.

    Parabéns pelo bom trabalho! E boa sorte no Desafio! 🙂

    Bem, pra finalizar… As regras do Certame exigem que eu faça um resuminho do trabalho avaliado, para comprovar minha leitura. Então vamos lá:

    ——————————
    RESUMO DA HISTÓRIA
    ——————————

    Menina tem um terrível pesadelo — envolvendo uma fada má que a sequestra e tenta mantê-la presa em uma casa ameaçadora — enquanto aguarda a chegada de seus pais, que se atrasam para buscá-la na saída do colégio, sendo salva ao final por seu brinquedo predileto, que a faz lembrar-se de seu nome verdadeiro e, assim, libertar-se dos horrores a que estava submetida em seu sonho.

  12. Leo Jardim
    7 de junho de 2019

    🗒 Resumo: uma menina fica até tarde na escola, quando uma fada aparece para levá-la. Era, na verdade, uma falsa fada, que sequestrava crianças e levava para sua casa pare viver com ela como uma Maria sem memória. No fim, o ursinho de pelúcia dela acaba salvando-a e os pais chegam para levar ela pra casa.

    📜 Trama (⭐⭐⭐⭐▫): gostei bastante da historinha contada, uma mistura de contos de fada com terror. Alguns acontecimentos ficaram um pouco forçados ou sem explicação devida, mas acabou que tudo no fim funcionou muito bem. A trama ficou amarradinha e bem redonda.

    Só citando os pontos de melhoria que, como disse, não chegaram a afetar tanto a avaliação final: em alguns momentos, a menina parecia mais esperta que a idade que tinha; a decisão dela ir com a fada poderia ser explicada com mágica também, porque acabou meio forçada a menina aceitar ir com um desconhecido e depois dizer q negava doces de estranhos; a parte da casa acabou ficando grande demais, com vários elementos que não foram tão importantes à trama, como o feto no vidro, por exemplo; o texto deu a entender que eram várias Marias, mas só uma foi apresentada.

    📝 Técnica (⭐⭐▫▫▫): apesar de narrar bem e contar uma boa história, acredito que o texto carece de bastante revisão para remover os diversos erros de pontuação e ortografia e para remover o excesso de repetições de palavras próximas. Coisas não tão difíceis de serem removidas, mas que atrapalham bastante a leitura.

    ▪ Depois de amarrar o pedaço de tecido que simulava a capa *vírgula* foi para a cama

    ▪ Enquanto a leitura ocorria *vírgula* a mente da menina trabalhava

    ▪ Mesmo pequena *vírgula* a menina notava o cansaço

    ▪ Na correria para chegar a tempo *vírgula* acabou esquecendo

    ▪ *às* vezes isso ocorria

    ▪ Mas conforme o tempo passava *vírgula* foi nascendo uma vontade de chorar

    ▪ Seus olhos molhados estavam fixos no portão *vírgula* por isso foi a primeira a ver

    ▪ a achou semelhante *à* fada azul

    ▪ Ao olhar novamente *vírgula* notou que não era apenas semelhante *vírgula ou dois pontos* era idêntica

    ▪ fez o boneco Pinóquio *acreditar* que poderia ser um menino de verdade

    ▪ Ela já foi sua babá *mesmo*

    ▪ Após suas palavras *vírgula* que soaram com tanta sinceridade *vírgula* sua saída foi liberada

    ▪ até os lenços que *vírgula* apesar de limpos *vírgula* aparentavam serem velhos

    ▪ Ao levantar *vírgula* notou que estava sem uma de suas sapatilhas

    ▪ Ao olhar para o pote *vírgula* começou a ver seus olhos flutuando no líquido

    ▪ *ela* era mais forte que *ela* (repetição do pronome para pessoas diferentes; poderia remover o segundo)

    ▪ Maria *vírgula* essa é a Maria

    ▪ e *à* medida que ia sendo derramado *vírgula* ia escurecendo e virando sangue

    ▪ Sentiu a visão ficar *turva*

    ▪ não lembrasse mais o *porquê* de *estar* naquele lugar

    ▪ Parecia *vir* de dentro

    ▪ seu nome não vinha *à* sua memória

    ▪ não conseguia *vir* *à* sua boca

    ▪ *quanto* mais a voz perguntava *vírgula* mais sentia sua mente embaralhar e o desespero apertar sua garganta *vírgula* que não conseguia emitir nenhum som que fosse

    ▪ Depois de perder as contas de quantas portas abriu *vírgula* caiu de joelhos

    ▪ As figuras *à* sua frente

    ▪ disse *vírgula* finalmente deixando as lágrimas

    ▪ Mas *vírgula* ao invés de sentir a parede na *suas costas* *vírgula* sentiu alguma superfície mole

    ▪ Se esse for o caso *vírgula* pode voltar

    ▪ a voz pareceu *vir* de dentro daquele olhar

    ▪ Mesmo de costas *vírgula* Dorinha sabia 

    Obs. 1: Sobre pontuação no diálogo, escrevi um artigo explicando a regra mais comum: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/5330279

    Obs. 2: Um bom site para avaliar se o texto está com muita repetição próxima (o que acaba empobrecendo o texto) é o http://www.repetition-detector.com/?p=online

    🎯 Tema (⭐⭐): infantil e terror [✔]. Gostei do fato de o texto ter conseguido se adequar bem aos dois temas do desafio (algo que eu tentei também, mas temo não ter conseguido).

    💡 Criatividade (⭐⭐▫): não é um mote totalmente criativo, mas também não chega a ser clichê.

    🎭 Impacto (⭐⭐⭐▫▫): gostei do texto no geral, da história infantil de terror, da resolução e do final. Não foi daqueles grandes impactos, mas foi bastante satisfatório.

    Se tivesse trabalhado melhor a revisão e a técnica, seria um dos fortes candidatos, na minha opinião.

  13. Regina Ruth Rincon Caires
    5 de junho de 2019

    O Sorriso da Falsa Fada (Dorinha)

    Resumo:

    Dorinha mergulha num sonho (ou vive um pesadelo), onde é sequestrada por uma falsa fada (má). Depois de muita agonia, foge do cativeiro e regressa para o seu mundo com a ajuda do ursinho (para o qual havia feito uma roupinha). Voltando para casa, sã e salva, vê a fada má entrando em outra escola e conclui que ela certamente irá “sequestrar” outra criança.

    Comentário:

    Um conto de terror com crianças. O enredo tem uma sequência lógica, mas é uma narrativa bem atribulada. Tudo é contado em ritmo acelerado. Daí, talvez, vieram os deslizes de escrita. Existem frases que ficariam mais claras se fossem pontuadas corretamente, se fossem escritas de forma direta, sem inversões. Falhas de crases, de colocações pronominais, de grafia. Enfim, é um conto criativo, de muita imaginação, mas peca pelo desordenamento. Gostei da ideia, da brincadeira entre o real e o imaginário. Tenho certeza de que, com uma revisão apurada, este texto será um belo conto.

    Parabéns pela criatividade, Dorinha!

    Boa sorte no desafio!

    Abraços…

  14. Sidney Muniz (@SidneyMuniz_)
    3 de junho de 2019

    Resumo: O Sorriso da Falsa Fada (Dorinha)

    Olha, sinceramente, complicado essa sala mista aqui… O conto fala de uma, ah sei lá, fala de tanta coisa… de uma fada, de uma menina, depois aparecem três criaturas, a fada parecia ser a fada do Pinóquio, mas estava mais para brucha… e no final a menina estava apenas dormindo, ou sei lá, não estava… tá, tem mais coisa “mas” caramba, quantos “mas” tem nesse conto, era… “era”??? tem muitos eras também! São 15 “mas” e 21 “era”… mas também temos
    18 “mais”… pense em um texto onde certas coisas se repetem, tente melhorar isso para próxima, caro autor(a). Não ficou bom não, infelizmente, dessa vez, não curti!
    Algumas observações:
    disse sua mãe que parecia está mais cansada do que ela – disse sua mãe que parecia estar mais cansada do que ela

    Ao olhar novamente notou que não era apenas semelhante era idêntica. – Ao olhar novamente notou que não era apenas semelhante(,) era idêntica.
    tinha os mesmo cabelos encaracolados – os mesmos
    que fez o boneco Pinóquio acredita que – acreditar
    passando.Tentaram para o pai. – falta de espaço após o ponto…
    mas sabia que essa não era uma delas. Mas sentia que podia confiar nela. – repetição de “Mas”
    até os lenços que apesar de limpos – lençóis
    Sentiu a visão ficar turvar. – turva
    o porque de está naquele – estar
    aversão a sangue a ajudou a ter forças para correr porta a fora. – “a” em excesso nesse trecho!
    Parecia vim de dentro e ao mesmo tempo de fora. – vir
    não conseguia vim a sua boca – vir?
    Porque não me deixa lhe colocar para dormir? – Por que
    a voz pareceu vim de dentro daquele – vir

    Avaliação: (Para os contos da Série A-B não considerarei o título, as notas serão divididas por 5 para encontrarmos a média. Porém teremos uma ordem de peso para avaliação caso tenha empates… Categoria/ Enredo / Narrativa / Personagens / Gramática.

    Infantil/terror: de 1 a 5 – 1,0 (Nem um e nem outro)

    Gramática – de 1 a 5 – Nota 1,5 (Tem potencial para melhorar, revise melhor, use o corretor do word)

    Narrativa – de 1 a 5 – Nota 3,0 (Dá para ver que tem potencial, falta apenas amadurecimento, ler mais, escrever mais)

    Enredo – de 1 a 5 – Nota: 2,0 (Achei que o autor(a) não defendeu sua própria história, precisa ser mais certo do que quer contar, aqui você abordou muito, alongou muito e não soube dosar os acontecimentos e situações.)

    Personagens – de 1 a 5 – Nota 2,0 (Não senti muito dos personagens, devido ao enredo)

    Total: 7,5 / 5 = 1,9

  15. Pedro Paulo
    21 de maio de 2019

    RESUMO: Dorinha é protegida pelo seu ursinho de pelúcia, que tem até mesmo uma capa. Em uma tarde na qual infelizmente não está acompanhada de seu protetor, seus pais atrasam para buscá-la e uma conhecida fada a encontra, reivindicando ser uma velha amiga. Depois disso, Dorinha acorda numa casa-pesadelo, onde há apenas ela, a bruxa e uma garotinha transformada em “Maria”, possivelmente tendo sido raptada igualmente a Dora. Encurralada, Dorinha é obrigada a dizer seu nome, embora não se lembre, e é só a imagem do seu protetor que a permite se recordar e então fugir dali, de volta ao conforto dos seus pais.

    COMENTÁRIO: Foi uma boa opção aproveitar a temática infantil para enganar o leitor. O enredo ser passado na perspectiva de uma criança faz dessa iniciativa ainda mais efetiva, dado que a inocência e a imaginação nos convencem de estarmos lendo um conto infantil, algo que muda radicalmente com a chegada da fada. Algo muito positivo é que o ponto de vista de Dorinha parece mesmo o de uma criança, de modo que o seu desespero é articulado em raciocínios mais impulsivos e não tão estratégicos, como o ímpeto de correr, a fuga sendo seu único recurso. Além de ser verossímil, também contribui para o assombro da situação.

    Enquanto a caracterização está certa, há alguns problemas gramaticais. Seguem abaixo:

    “a menina se virando e sorrindo de forma assustadora. Naquele momento foi como se não lembrasse mais o porque de está naquele lugar”

    O certo seria: “o porquê de estar”. “Por quê”, quando usado como substantivo, é junto e com circunflexo e o verbo estar precedido pelo “de”, fica no infinitivo. Eu tenho uma teoria para o motivo de ser assim, mas confesso que não posso precisar a razão gramatical do “está” ser errado. O mesmo problema se repete com o verbo “vir” mais adiante.

    “Aquele objeto lhe era semelhante, mas não conseguia lembrar se era seu”

    Semelhante talvez não seja a melhor palavra, a não ser que tivesse o indicado como semelhante a “alguma coisa” que Dorinha estivesse reconhecendo, considerando o contexto. Acho que “familiar” seria melhor.

    As figuras a sua frente lhe encaravam com ironia.

    O certo seria “a encaravam”. O “lhe” só serve quando o verbo pede preposição. É um erro repetido ao longo do conto. É tudo questão de revisão, não atrapalhando a leitura, cujo efeito de choque e terror ainda se produzem.

    Boa sorte!

  16. Paula Giannini
    18 de maio de 2019

    Olá, EntreContista,

    Tudo bem?

    Resumo:

    Uma menina é sequestrada por uma entidade maligna e só poderá se livrar dela, ao lembrar do próprio nome.

    Meu ponto de vista:

    Um conto de terror bem estruturado, com elementos que levam o leitor a acompanhar toda a narrativa com tensão e interesse.

    A questão do medo, explorado do ponto de vista de uma criança esperando os pais na escola é crível e muito pertinente. Algo que toda criança sente neste momento de espera. Um medo com vias de mão dupla, pois os pais também temem por estranhos levando seus filhos. Assim, o(a) autor(a) explora uma situação cotidiana, a partir do viés do terror.

    Ponto forte a se destacar é o trabalho bem estruturado na construção da personagem central. O fato de ela precisar se recordar do próprio nome é algo aparentemente simples, porém, carrega em si toda a história pregressa da criança, claramente amada o suficiente, ou melhor, muito amada, já que são suas próprias referências que a fazem voltar para casa.

    O estilo lembra um pouco o Peter Pan, Alice no País das Maravilhas, e outras histórias que trabalham com a mesma premissa da identidade de uma criança.
    Parabéns.

    Beijos
    Paula Giannini

  17. Antonio Stegues Batista
    12 de maio de 2019

    O SORRISO DA FALSA FADA- é a história de Dorinha, uma menina que vai para o colégio e quando as aulas acabam, ela fica esperando o pai que não chega. Quem aparece é uma mulher que se diz babá dela e a leva para casa. No caminho Dorinha é dopada e quando acorda está num lugar desconhecido, onde a mulher se revela como sendo uma bruxa. Ali há outra menina prisioneira e a bruxa diz para Dorinha se ela não s lembrar do nome, também ficará prisioneira. Ela lembra que tem um ursinho de pelúcia e consegue lembrar o próprio nome e escapa da bruxa.

    O conto é um conto infantil com tema de terror, como alguns contos clássicos da literatura mundial, tanto para assustar crianças como adultos. O texto é bom mas tem algumas frases com pequenos problemas de redundância e também ao usar o verbo VIR, como na frase; “Sabia que ele estava escondido em algum lugar, porém não conseguia vim a sua boca”. O certo seria; “…vir à sua boca”. Em outra frase o mesmo erro; “ A voz pareceu vim de dentro”. O certo seria, “vir de dentro”.
    O resto está bom, uma boa narrativa, com começo, meio e um bom final. Boa sorte no próximo tema.

  18. Rubem Cabral
    12 de maio de 2019

    Olá, Fada Dorinha.

    Resumo da história: Dorinha é uma menina e tem um ursinho de pelúcia que ela acredita ser um super-herói, combatendo os monstros sob sua cama. Certo dia, esquece o urso em casa e seus pais não aparecem para buscá-la. Uma mulher misteriosa, muito semelhante à Fada Azul de Pinóquio, que a mãe havia lido para a filha na véspera, se apresenta e convence as professoras e a menina que pode levar a criança consigo. Dorinha dorme depois de comer um doce e acorda no covil da fada, que não é bela e mantém um bebê num frasco cheio de líquido e outra menina sequestrada. Enfim, Dorinha desperta na escola ao lado do seu ursinho e é levada por seus pais normalmente. Contudo, a menina nota a presença da falsa fada, buscando alguma criança cujos pais se atrasaram.

    Prós: história de horror com elementos novos/reciclados, que transmite bem a mensagem a contar. A situação de sequestro de uma criança por um ente maligno sempre logra em causar empatia de quem lê.

    Contras: há um bocado de clichês: “Cada célula de seu corpo…”, alguns erros ao trocar “estar” por “está” e outras besteirinhas. O conto termina com um tremendo Deus ex machina, um pesadelo e, outro clichê de filmes de terror, insinua que a fada existisse de verdade. As poucas falas da menina não estão lá muito naturais; ora ela parece uma garota pequena, que faz capa de super-herói pro ursinho, e ora parece bem mais velha.

    Boa sorte no desafio!

  19. Fernando Cyrino.
    9 de maio de 2019

    Dorinha, uma linda menina, recorta sua blusa para fazer a capa de herói do seu ursinho, para leva-lo à escola. Só que o esquece pela manhã, dia em que todas as crianças deveriam levar o seu brinquedo favorito. Ao final do dia seus pais se atrasam e ela é levada por uma falsa fada que vive sorrindo e que depois se fica sabendo não existe, eis que tudo não passou de um pesadelo. Nessa casa para onde é levada ela é chamada de Maria e se sente condenada a morrer caso não consiga se lembrar do próprio nome. Enfim consegue e é libertada. Acorda no banco da escola e logo seus pais vão buscá-la se desculpando pelo atraso. A história tem um bom desenrolar e engana o leitor na medida em que tudo não passa de um tremendo pesadelo da menina. Enredo bem narrado e traçado de maneira linear. Interessante que o começo da história me fez pensar em que estava diante de um conto infantil. Mais um engano. Ponto para você, autor. Sim, boa criatividade em sacar a história. No entanto, você talvez não teve o tempo requerido para fazer uma revisão no seu conto. Ele ficou cheio de erros que clamam para serem acertados. Faça isto ao final do desafio. Dê uma olhada com calma que os irá perceber. Eles saltam os olhos. Um conto que me surpreendeu duas vezes. Isto é mérito do autor. Parabéns. Meu abraço fraterno, Fernando.

  20. neusafontolan
    8 de maio de 2019

    Uma bruxa disfarçada de fada.
    Ainda bem que Dorinha lembrou o nome.
    Parabéns por escrever

  21. Angelo Rodrigues
    5 de maio de 2019

    O Sorriso da Falsa Fada

    Resumo:
    [Terror infantil com viés de suposto abandono]
    Menina fica além do horário na escola. Os pais não a vêm buscar. Uma mulher-fada-monstro se apodera dela e ela tem que cumprir o enigma da esfinge: diga seu nome ou te devoro. Ela diz seu nome, Dora, a casa se dissolve e ela acorda num banco da escola. Logo em seguida chegam seus pais para levá-la em segurança para casa. É quando ela vê a mulher-fada-monstro indo buscar outra criança na escola para jogar nela o enigma da esfinge.

    Comentários:
    Cara Dorinha,
    O tema não é novo, a abordagem também não, embora o final tenha me encantado, pois passou a perna no chavão do evento sonho, que normalmente explica tudo.
    Gostei do seu conto e pouco tenho a registrar, salvo alguma revisão na redação de palavras que ficaram incompletas, conjugações verbais, tal como:
    “Parecia vim de dentro e ao mesmo tempo de fora.”, quando deveria ser “vir”. O mesmo ocorre com “[…]porém não conseguia vim a sua boca.”, quando também deveria ser “vir”, além do problema da crase (que dizem alternativa).
    Gostei da virada. Acho equivocados os contos, sob qualquer tema, que acabam por se revelando um sonho. Ora, se foi um sonho, por que me fariam imaginar que não o era logo de início. Acho que uma aventura que se revela um sonho acaba por fragilizar a verossimilhança da narrativa. O conto, entretanto, salvou-se disse, quando a pequena Dora, desperta e voltando para casa, consegue ver a mulher-fada-monstro caminhando pelas ruas em busca de alguma criança em outra escola – talvez outra escola.
    Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.

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Publicado às 1 de maio de 2019 por em Liga 2019 - Rodada 2, Série B e marcado .
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