Isabela brincava animada no jardim de sua casa. Corria pelas lajotas desgastadas entre os arbustos que mais pareciam trilhas perigosas de uma selva brutal e pulava entre as hortas de vegetais carnívoros, mas no fim sempre chegava ao destino. Equilibrava-se no estreito e pequeno muro que separava a floresta da escultural fonte de pedra para, então, balançar e molhar os pés sentada antes de mergulhar sua mente. Não era a primeira vez que percorria os jardins somente para chegar àquela fonte. Os empregados da casa sabiam onde a pequenina estaria quando, frente aos seus sumiços, ela voltava molhada dos pés à cabeça.
“Não vou avisar para sair daqui, Isabela”, ouvia de Cecílio.
A garota encontrava-se à deriva, em um mar causticante e agitado. Estava com Cecílio, seu elefante sorridente de pelúcia, e conseguia forças para nadar os pés entre o líquido gelado auxiliada das vozes alegres das orquídeas recolhidas na floresta. Elas até que serviam como boas amigas, gritando em coro incentivos à cansada pequenina. Eles buscavam a famosa ilha de esguichos d´água há metros de distância, numa tentativa sutil de se banharem. Porém, naquele dia em especial, estava toda arrumada em seu vestido azul turquesa. Iria viajar com seus pais para os típicos eventos da alta classe social, o que Isabela achava uma chatice, e a mãe fora bem específica na ordem de se manter limpa até o horário. Mas era difícil manter a menina quieta em algum momento, sem ao menos uma visitinha ao oceano do jardim de sua casa.
Parecia que ninguém a encontraria, quando Isabela ouviu o farfalhar dos arbustos atrás de si. Em um salto, tirou os pés d’água e encarou o gigante.
“O que está fazendo?”, perguntou Lauro, jardineiro da família. Suas feições irritadas e seu porte absurdamente grande deixavam claro para Isabelle que não gostava de gracinhas. De certa forma, porém, seus olhos eram tristes, quase chorosos e ele conseguia ser delicado com a natureza e com o carrinho de mão aos seus pés, cortando um pouco da imagem de agressivo. Mas Isabela sabia que ele era o gigante a qual precisava temer. “Sua mãe já lhe disse para não vir aqui”.
“Estou com Cecílio”, respondeu, acariciando a pelúcia do elefante no colo.
“Vamos, saia daí. Preciso trabalhar”.
Por um instante, Isabela percebeu Lauro levantando a enorme e estreita pá do carrinho para ameaçá-la. Calçou as sapatilhas, pegou Cecílio e saiu correndo, esbarrando novamente pelos arbustos da floresta e derrubando vários vasos das assassinas plantas carnívoras pelo caminho. Ouviu Lauro reclamar ao fundo, mas quando entrou na cozinha de casa não teve tempo para recuperar o fôlego.
“Onde você estava, Isabela?”, perguntou sua mãe, sentada à beira do balcão com seu pai. Os dois pareciam quase prontos para viajar.
“Estava lá fora”, a pequena começou. “Cecílio, as Lídias e eu nadávamos no oceano que o papai ensinou ontem… Atlântico, né? Aí só precisávamos de um pouquinho mais de flor para conseguir atravessar a grande ilha do cliclope…”
“Ciclope, filha”, Agildo a corrigiu.
“Então apareceu o gigante, aí…”
“E eu avisei para não se sujar”, a mulher ignorou, aproximando-se da menina e a analisando. “Olha isso, está toda imunda. Terá que tomar banho novamente.”
“Mãe…!”, Isabela reclamou, enquanto era levada até as escadas.
“Célia, pega leve”, disse Agildo. “Ela só estava se divertindo.”
“Uma coisa de cada vez.” Célia encerrou o assunto.
Guiou a filha escada a cima aos tropeços. Ao chegar ao banheiro, Isabela observava enquanto a mãe colocava água na banheira. Cecílio, sorrindo em seu colo, também fazia parte do conjunto da obra.
“Custava ficar dentro de casa até a hora de sairmos?”, perguntou a mãe, irritada, aos quatro ventos. “Vou terminar de arrumar nossas malas. Entre na banheira e se ensaboe. Eu volto já.”
Isabela bufou, mas obedeceu a mãe. Primeiro mergulhou, logo depois molhou Cecílio. Que sorte era a que a água morna do jeito que gostava. Isso a fazia se sentir acolhida, protegida. Se precisasse encarar mais um oceano e um gigante para estar ali quentinha de novo, gostaria de desobedecer a mãe mais umas dez vezes.
Estava entretida demais fazendo Cecílio mergulhar, mas ao notar o borrifador de sabão…
“Bolhas…”, falou consigo mesma, assoprando cada vez mais sabão.
“Você devia assoprar menos. Não vou avisar outra vez”, ouviu uma voz travessa outro lado da banheira. “E por que você me olha?”
“Cecílio!”, disse, assustada. O boneco de pelúcia nadando ao seu redor e esparramando água apenas foi capaz de sorrir. “Você não sabe que a mamãe não gosta que a gente suje o banheiro?”
“Sua mãe est…”
CAABUUUUUUUM! Sem precisar de aviso, Isabela notou a casa inteira começar a ruir sem uma explicação que a fizesse entender. No mesmo instante, pegou Cecílio e saíram da banheira, tentando se proteger daquela chuva de detritos caindo do telhado. Escondidos embaixo da pia, esperaram até a chuva diminuir.
“O que foi isso?!”, perguntou Isabela, tentada a sair do banheiro, quando notou seu estado encharcado.
“Melhor se vestir, minha querida”, disse o elefante, andando com suas pernas gordas e felpudas até a porta. Pulou três vezes tentando alcançar a maçaneta. “Não posso sair daqui sem você”.
“Já avisei que você é muito pequeno”, Isabela começou a rir enquanto terminava de se vestir.
Cecílio bramiu em desgosto, sem perder o sorriso. Quando saíram, Isabela tentou não chorar ao ver sua casa completamente destruída. Os corredores pegavam fogo e a fumaça os cegava. Os olhos da menina ardiam lentamente. A madeira do teto estava frágil, de modo que ela teve que se agachar para proteger Cecílio.
“Eu não consigo enxergar”, disse ela, segurando no único ponto que lhe dava a certeza de que não estava sozinha. Em seus olhos, só uma coisa via: aquele sorriso.
“Eu consigo”.
Isabela foi guiada durante todo o caminho pela pelúcia. Ela não ousava abrir os olhos, mas ouvia seus agudos bramidos e o som de um esguicho lhe davam a sensação de que era ele quem estava afastando o fogo do trajeto. Ele cantarolava uma música suave que ela não entendia.
Saíram da casa completamente em ruínas e entrou no jardim. O céu mudava de cor e assumia um tom âmbar. Porém, nada foi capaz de assustar mais a menina do que a cena do gigante acorrentando seus pais em uma das pilastras da fonte. Estavam desacordados e o sangue escorria lento de seus rostos não dava tanta certeza de que sobreviveriam com muita memória. As cabeças pendiam num sono tranquilo. Sentiu seu vestido ser levemente puxado e abaixou o olhar àquele sorriso. Ela, ao contrário, não exibiu nada além de inexpressão. Era um convite de bom grado a prestigiar a cena.
“Não vou avisar para sair daqui”.
Por alguma razão, Isabela não gritou ao chegar ao centro do jardim.
“Suma daqui, menina”, gritou Lauro. “Por que não foi esmagada junto com sua casa? Seria um grande favor”.
“Solte os meus pais primeiro”. Ela permaneceu imóvel.
“Não”, ele disse, terminando de amarrar as vítimas à pilastra. “Vá embora enquanto ainda pode. Não quero te machucar, princesa”.
“Solta. Os. Meus. Pais”.
A garota sentia a pelúcia do elefante aos seus pés. Ambos assistiam a cena silenciosa esperando algum passo do jardineiro. Não havia mais do que uma testa franzida e um olhar desconfiado em seu rosto suado. Mas Isabela permaneceria ali, não ia sair.
“Agora”.
Não abriu mais que um centímetro a boca quando sangue, clarão e fogo refletiram nas retinas de Lauro ao estridente som do clamor agudo, doloroso. Ácido, incomodou repentinamente a paciência e a fúria do jardineiro e ele se aproximou da menina. Porém, Isabela percebeu o desequilíbrio em seu olhar e manteve-se ao lado de Cecílio, gritando. A pelúcia sorria para o jardineiro, sua trompa balançando de forma casual apenas para acariciar a mão estática da garota. Cantarolava os versos da Hey, Jude enquanto aguardava a cena. Ambos notaram naturalmente as lágrimas de sangue irromperem dos olhos do homem. Mas somente Cecílio observou o olhar de Isabela cada vez mais negro em seu rosto.
Lauro se aproximou o suficiente para que seus joelhos encontrassem com um arbusto, fazendo tropeçar e cair em cima da menina e da pelúcia. Não houve contestação, Isabela apenas caiu e migrou seu olhar à Cecílio, acima deles. Lágrimas pingavam na garota, mas o sorriso mantinha-se.
“Não vou avisar”.
Deitados no chão, o gigante pareceu ter mais de cinco metros.
“Eu já disse que não quero machucá-la”.
Lauro a imobilizou antes de levantarem, quando sentiu suas mãos grudadas. Isabela segurava seu pulso de maneira sutil, não mais forte que ele, mas potencialmente atraente. A pele esbranquiçada ganhava vida em seu corpo de criança, numa transparência e fragilidade singular. O vestido contrastava. Peles fundidas, Lauro sentia não só seus olhos exsudarem, mas a pele. Em cada pelo de si cresciam gotículas negras de sangue. O susto lhe fez empurrar Isabela, fazendo a garota se arrastar pela grama há alguns metros. Cortaram-se as mãos.
“O que… você… fez comigo?!”, caiu de joelhos ao chão.
Notara tarde demais a dor em seus braços, pois Isabela levantou da grama e se aproximava. Seu rosto parecia disforme, pálido, mas não havia mais boca. As fendas de seus olhos completamente negras contrastando com a pele da menina, que também transpirava sangue lentamente. Encarou a pelúcia e no exato instante, encontrou com o sorriso.
“Não soltou meus pais antes, vai ter que soltar agora”, ouviu Isabela comentar.
“Isabela, não vou avisar para sair daqui…”
Menina e elefante encontraram no olhar o entendimento mútuo de parceria. Cecílio consentiu com graciosidade antes de migrar seu olhar e amabilidade ao jardineiro. Novamente, ambos contemplaram imóveis ao corpo que evaporava. Som do berro não era grotesco o suficiente para nenhuma expressão de pena. O elefante, no entanto, ergueu sua doçura à Isabela.
“Saia daqui”.
“Eu quero os meus pais”.
A pelúcia continuou caminhando enquanto observava a face pálida e as fendas negras da menina. Ele sabia que ela insistiria, apesar de manter-se lívido, doce, cada passo de tecido de encontro ao chão ensanguentado de minutos atrás, indo em direção à fonte. A cada segundo, Isabela mantinha-se mais decidida ao seu lado.
Era corpo pálido e degradado em face que não sorria. Nada sorria.
Dificilmente ela conseguiria chegar à fonte se não estivesse movida pela cortesia singular e particular de Cecílio. Até que ele simplesmente lhe sumira. Seus olhos estavam nublados, um fino pano cinza a frustrava. Mal sentia seus pequenos pés dentro da lama do antigo jardim, assim como sabia que o vestido azul turquesa, outrora belo, grudava em seu corpo miúdo e cansado. Respirar doía, como doía. O coro das orquídeas não passava de avisos para que se afastasse, súplicas desesperadas acompanhadas dos lamentos das plantas carnívoras.
Mas ela buscava a famosa ilha naquela fonte. E podia ouvir a voz de seu pai, pendurado na pilastra, antes de simplesmente aquietar-se. Então aproximou-se da fonte.
Nada havia se não um líquido negro e sem cor. Mas o sorriso de Cecílio estava lá, boiando com seu corpo maltrapilho e rasgado numa água serena. Qualquer aspecto de melancolia não mais existia do que aquela emanada do tecido sorridente. A simpatia do sadismo.
Isabela não teve reação. Apenas um abutre, sereno, pousou na mesma pilastra onde estavam os pais da garota. “Eu vou avisar”.
Resumo: Menina com imaginação fértil busca fugir da realidade e, aparentemente, é capaz de modificá-la. Isso é sugerido durante uma crise na qual a criança deve salvar os pais.
Protagonista/Herói: Isabela – Nota: 2 de 2.
A personagem é definida de maneira bem competente como uma criação de imaginação fértil. Mais do que isso, Isabela não gosta da realidade em que vive, criando seus mundos fantásticos para escapar do cotidiano de classe alta.
Seu amigo imaginário, o elefante sorridente, parece ser uma projeção do seu próprio estado de espírito, uma vez que encara o mundo com certa alegria e otimismo.
Antagonista/vilão: Lauro –Nota: 1 de 2.
Por um instante pensei que o autor colocaria a própria realidade como antagonista da história, primeiro de maneira falsa (fuga das obrigações sociais) e então com a revelação de que a menina estaria morta (imaginei que seria o caso quando a casa começou a ruir), fugindo da própria realidade da morte.
Mas, aparentemente, o autor optou por um desfecho mais tradicional, elencando um vilão um tanto superficial para uma trama que se pauta na imaginação. Posso estar viajando aqui, porque tenho a impressão de que deixei algumas coisas passarem (mas já reli a história), mas não temos uma motivação por parte de Lauro, qual era seu plano, o que esperava… nada.
Mudança de Valor – Nota 2 de 3.
A mudança de valor é exatamente o que o nome sugere. A transição entre acontecimentos positivos e negativos que acontecem durante a história, gerando tensão no leitor.
Nessa história, as mudanças de valor se iniciam com a possibilidade de Isabela ter que aceitar sua posição social ou poder vivenciar suas fantasias.
A explosão na casa, contudo, muda o rumo da narrativa e a tensão passa a ser criada pelo binômio segurança/perigo, representado pelo vilão Lauro. Interessante que os próprios elementos da narrativa se tornaram mais sombrios, evidenciando a mudança na tensão.
A resolução do conflito, contudo, me pareceu meio deus-ex… eu pelo menos não pesquei nenhum elemento anterior que a justificasse, o que, acredito, enfraqueceu um pouco essa troca de valor.
Mas de todo modo a tensão foi competente.
O que a história queria, o que a história fez: 1,5 de 3.
Bom, vamos lá, lembrando que essa parte é, acima de tudo, palpite meu.
Primeiro, admito que fiquei meio confuso com o desfecho, então não sei se há algo por trás da história. De todo modo, tive a impressão de que o autor buscou uma transformação na psique da personagem (do elefante para o abutre) e a revelação de que ela possuiria poderes especiais.
Para que tudo desse certo, alguns elementos poderiam ser abordados de forma mais extensa, mas acredito que não houve espaço por conta dos limites de palavras. Dentre os elementos destaco uma sugestão maior da capacidade de alterar a realidade e, talvez, um sugestão anterior de que haveria algo vingativo na menina.
Curiosidade: a personagem me lembrou a “nanika”
Síntese: Uma história que possui uma personagem carismática, mas que não consegue desenvolver seu antagonista com a maestria que desenvolveu a heroína.
Nota final: 3,3
Uma garotinha vive numa espécie de mundo da fantasia, com seu amigo elefante de pelúcia, mas acaba tendo que enfrentar a realidade quando seus pais são mortos, a transformando em outra coisa.
O conto começa de maneira mais infantil e vai se transformando num terror. Achei um pouco confuso (ou não entendi direito) algumas das cenas e principalmente a da morte dos pais. Gostei bastante do início, de como a menina lida com as coisas ao redor, até o momento que a casa desmorona e ela precisa enfrentar essa realidade. É um pouco de Labirinto do Fauno, também, imaginei que estivessem em meio a guerra. Os paralelos com o Ciclope e a mitologia também foram boas, mas o conflito e briga dela com o gigante achei um pouco confuso.
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RESUMO
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Menina brinca com seu elefante de pelúcia no quintal de casa e, principalmente, na fonte.
O que parece ser apenas fruto da imaginação da garota, se revela realidade (ou após o ataque continuou sendo imaginação de uma menininha que não queria tomar banho? #ficaADúvida).
Seus pais estão aprisionados por um gigante (o jardineiro da casa). Ela trava uma batalha e vence.
O final é meio bizarro, mas pra ser honesto eu não entendi muito bem.
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ANOTAÇÕES AUXILIARES
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– menina perambula por uma mansão (pelo menos imaginei isso, mas talvez seja só meu espírito ostentador falando mais alto), até chegar à fonte
– ela está com um elefante de pelúcia que aparentemente fala com ela (esquizofrenia ou só mais um conto infanto-juvenil?…)
– típicos eventos da alta classe social (ah, era mansão, sabia!)
– deixavam claro para Isabelle (não era Isabela?)
– surge um “gigante”, empregado da familia (hipótese da esquizofrenia ganha força…)
– a menina conta as imaginações e a mãe não dá muita bola, mais preocupada com a arrumação do vestido
– na banheira, a menina percebe a casa cair (literalmente) e se esconde junto com o elefante (será um ataque de guerra? Que conto estranho, meu Deus… mas estranho bom, tô gostando… :D)
– ao sair da casa destruída com a ajuda do elefante (ela saiu da casa com ajuda do elefante, não o elefante ajudou a destruir a casa), se depara com os pais acorrentados pelo gigante (mano, essa menina tá muito loka?)
– eles travam um tipo de luta com o gigante… não estou entendendo muito bem qual é a do elefante…
– a menina meio que está se transformando…
– meu, que coisa doida…
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TÉCNICA
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Com exceção ao uso demasiado de adjetivos (prefiro evitar), é muito boa, consegue prender o leitor e isso é o principal.
Apenas alguns apontamentos:
– há metros de distância,
>>> à metros
– escada a cima
>>> acima
– Saíram da casa completamente em ruínas e entrou no jardim
>>> entraram
– sua trompa balançando
>> ia fazer a piadinha “de falópio?”, mas deixa pra lá
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TRAMA
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Senti mais ou menos como se estivesse lendo uma história do Neil Gaiman. Para o bem e para o mal.
Para o bem, porque as coisas são criativas, a história é bem escrita e possui um tipo de fantasia fora do convencional.
para o mal, porque com tanta criatividade, nada surpreende. Tipo, quando tudo é surpresa, nada é surpresa. Quando tudo pode acontecer e se resolver num passe de mágica, o efeito de criar tensão se perde.
Também não saberia exatamente onde enquadrar esse conto nos temas do desafio. Começa infantil e termina mais para o terror, mas acabou meio nem lá, nem cá.
O final ficou bem obscuro pra mim, mesmo após uma releitura.
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SALDO FINAL
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Um conto com uma temática diferente e bem escrito.
NOTA: 4
O Sorriso do Elefante (Passarinha)
Resumo: Garota e seu elefante de brinquedo enfrentam uma força maligna em uma odisseia que mistura realidade e imaginação.
Então, antes de iniciar meu comentário peço desculpas por ter a certeza de não ter compreendido grande parte deste conto. Ache bem interessante trazer a perspectiva fantástica da protagonista sobre as mais variadas e ordinárias coisas do cotidiano. Durante a primeira metade, consegui acompanhar a história, embora a construção de algumas frases tenha exigido sobremaneira minha concentração, porém, na metade final me perdi por completo. Confesso que não entendi a trama, o objetivo, tampouco o final do conto. Para ser sincero, no meu entendimento, a linguagem confusa e a pontuação peculiar ajudaram a criar a confusão generalizada na minha cabeça
Deixo aqui, alguns exemplos das frases que martelaram minha cabeça:
“Saíram da casa completamente em ruínas e entrou no jardim”- e entraram?
“e o sangue escorria lento de seus rostos não dava tanta certeza de que sobreviveriam com muita memória” – que não dava tanta certeza? Sobreviveriam com muita memória?
“sua trompa balançando” – sua tromba?
“Isabela apenas caiu e migrou seu olhar à Cecílio, acima deles. Lágrimas pingavam na garota, mas o sorriso mantinha-se.” Acima de quem, dos olhos ou dos dois que caíram?
”Isabela segurava seu pulso de maneira sutil, não mais forte que ele, mas potencialmente atraente” ????
“O susto lhe fez empurrar Isabela, fazendo a garota se arrastar pela grama há alguns metros. Cortaram-se as mãos.” ???
“Encarou a pelúcia e no exato instante, encontrou com o sorriso.” – procurou com um sorriso, foi ao encontro do sorriso?
“Novamente, ambos contemplaram imóveis ao corpo que evaporava’ – um vírgula aqui vai bem.
“Som do berro não era grotesco o suficiente para nenhuma expressão de pena..” Silogismo, quanto mais grotesco o berro maior a expressão de pena?
“O elefante, no entanto, ergueu sua doçura à Isabela.” Ergueu sua doçura?
“Era corpo pálido e degradado em face que não sorria” – deu nó aqui.
“Dificilmente ela conseguiria chegar à fonte se não estivesse movida pela cortesia singular e particular de Cecílio. Até que ele simplesmente lhe sumira. – o que lhe sumira?
“Qualquer aspecto de melancolia não mais existia do que aquela emanada do tecido sorridente.” – misericórdia!!
Peço mais uma vez desculpas pelo meu parco entendimento. Sinto que deixei passar ao largo muita coisa desse texto. Minha mente limitadíssima não alcançou o objetivo deste conto e resolveu me presentear com uma terrível dor de cabeça.
De qualquer modo, boa sorte no desafio.
O que entendi: Uma menina imaginativa, acompanhada de seu elefante de pelúcia, desbrava o fantástico mundo de seu jardim e lar. Lá pelas tantas eu fico confusa. Não sei mais se é realidade ou não. Os pais se ferram, o jardineiro vira monstro e é derrotado pela menina e o elefante.
Técnica: O começo é muito interessante. O crescimento da trama também empolga, mas senti que houve um descontrole no clímax.
Criatividade: Além da conta. Embora eu tenha adorado as viagens alucinadas da menina.
Impacto: Relativo. Se eu interpretar que houve a perda da inocência de forma figurada, então o impacto é grande; mas não estou certa disso.
Destaque: “Cecílio, as Lídias e eu nadávamos no oceano que o papai ensinou ontem… Atlântico, né? Aí só precisávamos de um pouquinho mais de flor para conseguir atravessar a grande ilha do cliclope…” – Delícia!
Sugestão: Gosto de finais abertos, mas se tratando de um conto de terror infantil acho que pede algum tipo de conclusão.
Resumo: Isabela vive num mundo de fantasia com seu elefante de pelúcia, Cecílio, enfrentando desafios imaginários no quintal, como o jardineiro/ciclope Lauro. Como se sujou antes de sair para viajar, teve que entrar na banheira, onde se imaginou brincando num oceano. Até que a casa inteira desmoronou. Mesmo assim, a menina andou pelos escombros. Saiu para o jardim, onde o gigante acorrentava seus pais na pilastra da fonte. Lauro avisa que ela vá embora, e ela o enfrenta. Ele abusa dela (numa insinuação metafórica) e finalmente a menina se aproxima da fonte, onde está o elefante de pelúcia maltrapilho. Na pilastra, pousa um abutre, com o enigma: “Eu vou avisar”.
Premissa: Uma história que começa infantil, vai para o terror e se torna metafórica.
Técnica: acredito que a linha de condução da narração, com dois momentos bem distintos (antes e depois do desmoronamento) quebra bastante a expectativa do leitor. Mas o que me incomodou mesmo foram os excessos de adjetivos e alguns detalhes, como a cor do vestido azul turquesa (ela estava no banho?), “líquido negro e sem cor” e o “CAABUUUUM” do desabamento.
Voz Narrativa: o tom muda abruptamente, e a narrativa se torna confusa e repetitiva (várias vezes o gigante avisando para parar). Acho que há uma boa história aí, principalmente pelas simbologias ocultas (a tromba do elefante, a fonte, o gigante, etc) mas que precisa ser reescrita e seus excessos aparados. O bloco de pedra é bom, precisa aperfeiçoar o entalhe.
Resumo: menina que gosta de brincar na fonte do jardim de sua casa tem como melhor amigo um elefante de pelúcia; tem também medo do jardineiro, que imagina ser um tipo de monstro. Certo dia, antes de sair, está tomando banho, quando sua casa vem a baixo. Quando ela sai dos escombros, com o elefante, vê os pais presos a pilastras por obra do jardineiro. Ela exige que ele os solte, mas o jardineiro a ataca, sem saber que ela tem uma espécie de poder escondido, que o tira de combate. No final, a menina volta à fonte, onde o elefante está boiando.
Impressões: achei o conto muito bem escrito. Transita muito bem entre o universo infantil e o de terror, misturando com competência os dois gêneros. Aliás, dentre os contos que li até agora foi o que conseguiu esse efeito com o melhor resultado. De fato, há pureza no início, reforçada pela maneira cândida e até certo ponto inovadora da narração; depois do banho, porém, as cores se alteram, com a trama ganhando sombras (no bom sentido da expressão), mas não sabemos se tudo não se trata da imaginação de Isabela ou se as coisas realmente aconteceram. Boa estratégia do autor em deixar essa porta aberta – embora para mim, tudo tenha sido fruto da mente criativa da menina. Gostei do estilo, gostei das palavras escolhidas, gostei da maneira com que foi narrada a história. Um trabalho competente. Parabéns e boa sorte no desafio.
O Sorriso do Elefante – Passarinha
O início é o que cativa. O meio é o que sustenta. O final é o que surpreende. O título é o que resume. O estilo é o que ilumina. O tema é o que guia. E com esses elementos, junto com meu ego, analiso esse texto, humildemente. Não sou dono da verdade, apenas um leitor. Posso causar dor, posso causar alegria, como todo ser humano.
– Resumo: Isabela é uma menina com imaginação viva e fértil. Em seu jardim, explora inúmeros mundos. Quando volta pra casa, naquele fatídico dia, e toma seu banho, algo horrível acontece: tudo começa a ruir. Ajudada pelo seu amigo, Cecílio, que é um elefante de pelúcia, ela foge e encara o causador de tudo. Revelações e sangue!
– Início: Doçura. Um conto bem doce à princípio. A narrativa fluida ajudou a prender minha atenção, mesmo o enredo inicial se mostrando sem graça.
– Meio: Reviravolta. Surpresa! De um conto doce, com alto teor infantil, acabou se tornando numa aventura! Seria interessante, sim, se não fosse um plot twist confuso e absurdo. O autor se enrolou magistralmente.
– Final: Sem noção. Sinceramente, o início me cativou um pouco, esperava algo leve, mas o tom da narrativa denunciou que vinha algo mais adulto. Fiquei pensando que o autor tinha se perdido na narrativa, inclusive. Mas quando tudo começou a ruir, fiquei torcendo para ser uma história na cabeça da Isabela, pois a mudança foi brusca demais e sem preparação alguma. Não era. Terminou como se tudo aquilo tivesse realmente acontecido. Parece o trecho de algo muito maior, sei lá, algo incompleto. E isso é muito ruim, sinceramente.
– Título: Bom. Combina com um dos fatores que o autor se esforçou em destacar. Não foi tão bem sucedido, para mim, pelo menos, mas o esforço vale muito.
– Estilo: Excelente. O autor sabe escrever. E melhor ainda: possui um tom meio poético. Isso valoriza a história. Não achei o enredo bom, mas ele revela que quem escreveu tem boa criatividade, às vezes, só não sabe trabalhar com ela direito.
– Tema: Confuso. Não sei… Pareceu infantil, pareceu infanto-juvenil, mas não foi nenhum dos dois, ao mesmo tempo. Talvez o autor tentou emendar todos os temas. Se foi isso, aqui vai um conselho: melhor conquistar um tema de forma impecável do que tentar executar três temas de forma medíocre.
– Conceito: Bronze.
Isabela tem um amigo imaginário (a princípio, ao menos) chamado cecílio, um elefante de pelúcia. Ambos travam uma batalha contra Lauro, o jardineiro da família que tentou matar a todos em uma trama que eu, sinceramente, não entendi quase nada.
O conto a princípio é bem escrito mas depois dá para notar a confusão na tentativa do autor de passar algo inteligível. Entre palavras bonitas e parágros bem estuturados há uma miscelânea de ideias tão grotesca que, no final, não dá para entender nada! Além disso, do meio do conto para o final começam a aparecer muitos erros de digitação e de concordância.
O conto é, no geral, sem emoção. Eu esperava que alguém tentasse a difícil missão de mesclar infantil com terror, mas esta tentativa foi bem fraca. O conto não tem muito nexo e nem inspira muito medo; não se encaixa bem em nenhum dos dois temas. Os personagens são rasos; Isabela não tem nenhuma evolução, nem cecílio ou mesmo Lauro. Acho que há muito o que trabalhar aqui, e eu começaria em tentar fazer com que suas ideias fossem um pouco mais acessíveis ao leitor em geral.
Olá Passarinha; tudo bem?
O seu conto é o décimo terceiro trabalho que eu estou lendo e avaliando.
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O QUE ACHEI DO SEU TEXTO
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Gostei do formato dado à obra, trazendo um peso inerente à trama na narrativa. Gostei da exploração da fantasia existente na mente da criança, ajudando no entendimento da carga dramática do texto, sob a leitura dos olhos da protagonista.
Houve uma boa projeção para o universo da história, de modo a congregar os dois mundos: o ‘real’ e o da imaginação da personagem. Soma-se a este par a aniquilação da terceira dimensão espaçotemporal (o mundo/realidade do leitor) e… Voilà! A tríade se transforma em um buraco negro que suga sem chance de escapatória a imersão do leitor na história.
Não encontrei arestas ou erros ortográficos/sintaxe que atrapalhassem a leitura.
É isso! Parabéns pelo trabalho! E boa sorte no Desafio! 🙂
Pra finalizar… As regras do Certame exigem que eu faça um resuminho do trabalho avaliado, para comprovar minha leitura. Então vamos lá:
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RESUMO DA HISTÓRIA
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Menina de classe alta, muito agitada e criativa, costuma passar os dias visitando os jardins da mansão onde mora com sua família e, sempre junto de seu fiel ‘escudeiro’ (um elefantinho de pelúcia), vive em sua imaginação grandes aventuras.
🗒 Resumo: Isabela vive suas aventuras imaginárias com um elefante de pelúcia. Quando está tomando banho pra uma festa, sua casa desaba e ela é salva pelo amiguinho. O jardineiro da família prende os pais e a menina exige que ele os solte. Depois disso, ele começa a sangrar até evaporar por completo.
📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫): achei simplesmente fantástica a forma como o autor soube navegar entre as coisas imaginárias que ocorriam na cabeça da menina e o mundo real. Isso funcionou muito bem até mesmo após a casa desabar e ela conseguir sair com vida.
O problema, na verdade, foi o final, quando ela ameaçou o jardineiro e eles começaram a sangrar. À partir dali, não entendi muito bem o que de fato ocorreu. Reli umas três vezes essa parte e continuei confuso. Faltou, para esse final funcionar, a motivação do jardineiro, que não ficou tão clara e, principalmente, a explicação desse “poder” da menina. Mais ainda: o que aconteceu com ela no final? Mesmo com várias leituras, os últimos parágrafos ficaram totalmente nebulosos para mim.
📝 Técnica (⭐⭐⭐▫▫): muito boa, escrita firme, quase profissional. Soube conduzir a narrativa e me fez mergulhar de cabeça no mundo contado. Pareceu a mim que o autor quis trabalhar cada frase para deixá-la bonita. Algumas, entretanto, soaram estranhas e, outras, de difícil compreensão. Acho que o caminho é esse mesmo, só tomar um pouco de cuidado com a escolha das palavras e no entendimento do texto.
▪ Que sorte era a que a água morna do jeito que gostava (está faltando uma palavra, talvez um “estava” depois de “água”)
▪ o sangue escorria lento de seus rostos não dava tanta certeza de que sobreviveriam com muita memória (outra frase estranha, que precisava de pontuação ou palavra de ligação, ex.: o sangue, que escorria lento de seus rostos, não dava tanta certeza)
▪ sua *tromba* balançando
▪ arrastar pela grama *há* alguns metros (“há” é usado para tempo passado, aqui caberia “a” ou, ainda melhor, “por”)
▪Até que ele simplesmente lhe sumira (ele quem? Cecílio? “Lhe sumira” é uma expressão que não sei se compreendi o significado)
🎯 Tema (⭐⭐): o conto se enquadra muito bem no tema infantil, principalmente na primeira parte [✔]. Na segunda, acredito que o autor tentou transformá-lo num texto de terror. Não sei se ficou muito boa essa transformação. Poderia ter continuado narrando a forma como a criança vê o mundo.
💡 Criatividade (⭐⭐▫): mesmo que essa relação criança / bichinho de pelúcia não seja novidade (desde Calvin e Haroldo), acredito que o autor conseguiu dar bastante personalidade ao mote.
🎭 Impacto (⭐⭐⭐▫▫): gostei muito da relação da criança com o bichinho, do sorriso eterno no rosto do elefante… mas não consegui entender muito bem o final e isso acabou me frustrando um pouco. Não o suficiente para estragar o texto, mas ainda assim, frustrou.
Resumo: O Sorriso do Elefante (Passarinha)
Um conto interessante, muito bem escrito, por enquanto acho que esse pode ser o da Cláudia, mas ainda não terminei as leituras, então posso estar enganado… ou não. Escrita impecável. Um conto que tende para o terror, mas com fortes traços de infantil, apenas os detalhes e personagens, nada mais, pois é terror. Gostei da condução, da forma como a história se projeta se cria e se desfaz, a casa em ruinas, fico pensando que tudo pode ter sido a mente da menina, uma brincadeira ou não, mas é um conto interessante. Gostei!
Avaliação: (Para os contos da Série A-B não considerarei o título, as notas serão divididas por 5 para encontrarmos a média. Porém teremos uma ordem de peso para avaliação caso tenha empates… Categoria/ Enredo / Narrativa / Personagens / Gramática.
Infantil/terror: de 1 a 5 – 3,5 (Infantil – 2, terror 1,5)
Gramática – de 1 a 5 – Nota 5,0 (Perfeita)
Narrativa – de 1 a 5 – Nota 5,0 (Sem ressalvas)
Enredo – de 1 a 5 – Nota: 5,0 (Muito bem criado.)
Personagens – de 1 a 5 – Nota 5,0 (Achei ótimos, o gigante, o elefante e a menina… principalmente estes.)
Total: 23,5 / 5 = 4,7
RESUMO: Isabela gosta de se divertir com o seu elefante de pelúcia, Cecílio. Uma das principais brincadeiras é atravessar o jardim e alcançar a fonte, para o desconforto do jardineiro Lauro. É num dia como esse que seus pais a esperam para que possa viajar e, de volta à casa, encharcada, é repreendida pela mãe e encaminhada ao banheiro. É quando a casa desmorona. Fora dela, vê Lauro aprisionar seu pai e sua mãe, entrando em um embate do qual o jardineiro sai desintegrado. Os pais já estavam mortos. Chegavam os abutres. Cecílio tinha a acompanhado durante o trajeto e, observando-a, vê uma menina diferente daquela que havia brincado com ele na fonte.
COMENTÁRIO: É um conto interessante, a autora primeiro nos inserindo em um contexto um tanto quanto familiar, daquela criança danada que resiste aos códigos elitistas da própria família. Por isso, vê-la se sujando toda em seu imenso jardim, pega por um dos funcionários da casa, pareceu-me uma cena típica. Isto, no entanto, não retirou em nada o mérito da leitura, especialmente pela opção de se utilizar da perspectiva infantil, as conclusões e interpretações que a menina faz da vida real bastante verossímeis as de uma criança.
Cenário montado, tudo é subvertido. A casa desmorona e é o próprio Cecílio, uma pelúcia, que em enigmático bom-humor conduz a fuga dos escombros. O conto adquire o tom de um realismo fantástico e sombrio, as descrições não mais evocam beleza, mas um ambiente sinistro. No embate com o jardineiro isto é mais evidente, a inquebrantável felicidade da pelúcia agora sendo inquietante, tal como o desdobramento do fato, Isabela agora silenciosa, transfigurada em uma menina perversa e de poder indecifrável, mas perigoso, como foi exemplar o fim do Lauro. As descrições fizeram bem, tal como as escolhas para os momentos em que os personagens falariam e o que falariam. Deu equilíbrio e abriu ao leitor compreender o que acontecia, mesmo num cenário caótico e de sucessivas surpresas.
Em contrapartida, nada é verdadeiramente explicado e resta a dúvida se tudo se trata de um desdobramento da imaginação de Isabela, dado que algumas coisas que permeavam o seu imaginário aparecem materializadas no cenário: o potencial ameaçador e vilanesco de Lauro, a fonte como um ponto central e, principalmente, Cecílio como companheiro ativo. Parece ser a interpretação mais acertada, mas o conto se encerra abruptamente, os pais mortos e nenhuma explicação efetiva para o caso e até para a sua realidade (embora eu aqui tome como ponto de partida que foi tudo real). Acredito que o conto tenha sido encaminhado dentro do infanto-juvenil, suas nuances macabras encaixando-o para o lado do terror, o que deu em uma boa junção.
Em suma, para mim o conto peca em seu final, sem oferecer verdadeira conclusão, apesar de ter ali juntos os seus principais elementos. Talvez tenha sido este o destinatário de uma reclamação parecida que fizeram no grupo do Facebook.
Boa sorte!
O Sorriso do Elefante (Passarinha)
Resumo:
Isabela e seu sorridente elefante de pelúcia (Cecílio) brincavam num mar (oceano do jardim imaginário????) que ficava adiante dos jardins da casa, depois da floresta. Lauro era o jardineiro gigante, aterrorizava os pequenos. Isabela viajaria com os pais, e enquanto tomava banho, a casa desmoronou. Ela e o amigo elefante conseguiram sair ilesos, mas quando chegaram ao jardim, os pais da menina estavam amarrados e seriam mortos pelo jardineiro. Isabela e Lauro se confrontaram, ela soltou sangue, clarão e fogo pela boca (???), e ele, num tropeço, caiu sobre a menina e as peles se fundiram. Isabela ficou com a pele esbranquiçada, coberta de fendas negras. Lauro teve as mãos decepadas e seu corpo evaporou. A menina voltou para a fonte, queria molhar os pés, boiar em suas águas. Mas só havia um líquido negro. “Mas o sorriso de Cecílio estava lá, boiando com seu corpo maltrapilho e rasgado numa água serena.” – “A simpatia do sadismo.” . Acho que é isso.
Comentário:
Um conto de terror/infantil. Achei confuso, ou seja, além do meu entendimento. Quanto à correção do texto, acho que a revisão foi rápida e há equívoco até mesmo no nome da personagem (Isabela, Isabelle).
“Mas Isabela sabia que ele era o gigante a qual precisava temer.”
“Que sorte era a que a água morna do jeito que gostava”
“ouviu uma voz travessa outro lado da banheira”
“Saíram da casa completamente em ruínas e entrou no jardim.”
Acho difícil (impossível) avaliar qualquer outro aspecto do texto quando restam dúvidas sobre o enredo. Falo como leitora, que é o que sou. Avalio parcialmente.
Desculpe-me, Passarinha, mas a história está além do meu entendimento.
Espero que tenha sucesso no desafio.
Abraços…
Olá, EntreContista,
Tudo bem?
Resumo:
Menina vive uma vida aparentemente normal com seu elefantinho de pelúcia, até o dia em que seu mundo entra em colapso, transformando a tudo e a todos ao seu redor, inclusive a ela mesma.
Meu Ponto de Vista:
Seu conto traz imagens interessantes e “belas”. Ao dizer belo, aqui, refiro-me às imagens que remetem a um conto de terror, os jardins com suas plantas carnívoras, o casarão, enfim. Para mim, pintaram-se cenas em sephia ou cinza, com uma fonte no meio do jardim, um típico cenário de filme.
O enredo começa leve, com a menina em sua vidinha de menina, e, muda drasticamente após o tremor de terra no banho da personagem. A partir daí, confesso, perdi-me um pouco. O texto, deste ponto em diante, parece tomar ares de surrealismo, de sonho talvez.
Tal sensação, talvez proposital por parte do(a) autor(a), me passou a sensação de que o(a) escritor(a) tem uma extrema criatividade, com um excesso de ações para desenvolver nesta história especificamente, porém, com um limite relativamente pequeno de palavras para utilizar no desafio e contar sua história.
Parabéns por escrever.
Beijos
Paula Giannini
Olá, Passarinha.
Resumo da história: acompanhamos a viagem imaginária de Isabela e seu elefante de pelúcia, Cecílio, através dos “perigos” de seu jardim com um jardineiro gigante. Certo dia, ao voltar de outra tarde de aventuras, a mãe a faz tomar banho e durante o banho a casa desaba e Isabela vê seus pais feridos e presos pelo gigante Lauro. Isabela é ajudada por Cecílio enquanto o gigante – que não a deseja ferir – tenta evitar que a menina resgate os pais.
Prós: história que mescla conto infantil com conto de horror surreal. Algumas passagens são bonitas e poéticas.
Contras: há alguns erros de escrita e algumas passagens muito estranhas:”entre o líquido gelado auxiliada das vozes alegres das orquídeas recolhidas na floresta.”. O enredo parece se perder e vira um pesadelo surreal a partir do desabamento da casa, tornando tudo de difícil entendimento.
Boa sorte no desafio!
O SORRISO DO ELEFANTE- e a história de Isabela, uma menina que gosta de brincar no jardim como se estivesse num mundo de fantasias. Junto com seu elefante de pelúcia, ela trava uma batalha como jardineiro, um gigante naquele mundo. Na realidade o jardineiro ataca os pais dela e depois ela.
O conto é uma história com tema infantil, mas para adulto. Algumas frases têm palavras estranhas que formam sentidos surreais, cenas de sonhos, ou mesmo, pesadelos. É o que acontece com a menina, a narrativa é um misto de realidade e imaginação. Tudo indica que ela é atacada e morta pelo jardineiro. É uma leitura difícil pelo conjunto de palavras usadas em algumas frases. Prejudicou a compreensão em algumas partes, porquanto algumas frases ficaram com duplo sentido. Por exemplo; ”… não dava conta que sobreviveriam com muita memória”.
Memória é a capacidade do ser humano de guardar lembranças e ideias. O que tem a ver as lembranças com a sobrevivência de alguém? Outra fase estranha: “ Era um convite de bom grado a prestigiar a cena”. Convite é o pedido que alguém faz para outra estar num evento, aniversário, por exemplo. Bom grado é conceder algo sem pedir nada em troca. Prestigiar significa conceder importância pela presença num evento. Quer dizer, a expressão da menina era um convite, sem esperar nada em troca, a valorizar a presença na cena, ou algo parecido.
Uma escrita simples teria tornado o texto melhor compreendido e melhor valorizado. Às vezes a preocupação com um rebuscamento na escrita só atrapalha.
Boa sorte no próximo tema.
Ei, Passarinha, que história estranha você me traz. Presumo que faz um experimento de linguagem. Bem, conta-me que uma menina de classe alta, Isabela, tem no jardim e nele em uma fonte que considera mágica, os seus momentos de deleite e de fugir da dura realidade. Ela e seu elefante de pelúcia, o Cecílio. Um dia em que precisava estar limpa, eis que iriam viajar, ela se suja toda no seu lugar mais querido. Vai tomar banho e, durante esse banho com Cecílio a casa desmorona. Ela escapa agachada e vai para o jardim agora enlameado. Então vê o jardineiro gigante amarrando seus pais já bem feridos. Em seguida ela também é ferida e caminha perdida pelo jardim ciceroneada por Cecílio, até que se perde dele. E na pilastra o abutre pronto a avisar da tragédia… O conto que parece começar para ser uma narrativa infantil (somente o detalhe das plantas carnívoras assassinas sugerem o terror nesse primeiro momento) e que vai se tornando tenso na medida em que caminha. O final, bem aberto dá margem a mim, leitor da história, a várias interpretações. Em um determinado momento da história Isabela se torna Isabelle. Acho que vale acertar isto. O enredo da sua história me pareceu um tanto quanto confuso para o meu pobre entendimento, Passarinha. Tive dificuldades de entender os ferimentos de Isabela, por exemplo, e a função de Cecílio nessa hora. Também o que possa ter acontecido aos pais. Uma história criativa, sem dúvida, você vem me apresentar. Achei que quis fazer uma experiência de linguagem na sua história. Assim, achei várias frases confusas e algumas mesmo sem sentido para mim. Em vários momentos a história pede uma revisão. Dou-lhe alguns exemplos: auxiliada das vozes alegres: acho que aqui seria pelas vozes alegres. O gigante a qual seria: não seria o qual? Escada a cima: acho que seria escada acima. Saíram da casa e entrou no jardim: seria entraram no jardim. Imóveis o corpo e não ao corpo… Esses e vários outros pontos prejudicaram a fluidez da história. Uma história que parece ser bem interessante, mas que se perde em alguns enganos na linguagem. Não foi uma história que me fisgou. Talvez, depois de ser melhor trabalhada… Meu abraço fraterno, Fernando.
Que pena, mas não entendi seu conto.
boa sorte no desafio.
Resumo:
[Terror infantil com elefante de pelúcia tipo Freddy Bear e viés lisérgico]
Menina de nome Isabela, que vive aprontando pelos jardins da sua casa, se dá mal quando ouve um tremendo Cabum e a casa vem a baixo. Começa uma saga com os pais acorrentados nas pilastras do jardim. Seu ursinho de pelúcia de nome Cecílio a ajuda a enfrentar o monstrão do jardineiro de nome Lauro.
Comentários:
Cara Passarinha,
Conto legal de ler. Há algumas passagens que precisam ser melhor trabalhadas, mas tudo bem. Tem um viés mitológico com os pais da garota sendo amarrados às pilastras do jardim pelo jardineiro Lauro, transmutado em monstrão. Lembrou-me quando Andromeda foi acorrentada num rochedo, sendo salva por Perseu, que consegue derrotar o monstro Cetus após matar a Medusa (eventos distintos).
O conto tem alguns problemas de verossimilhança, dado que não explica o porquê de Lauro, o jardineiro que se transmuta num monstrão, querer afastar Isabela do perigo se estava dando um couro em seus pais, acorrentando-os – problemas salariais? É possível. Depois ele se vira contra ela e o bicho pega.
Achei algumas coisas muito despropositais, coisas que vão ocorrendo sem que se justifiquem, como se tudo se resumisse a um melting fisiológico, cerebral, um ácido lisérgico estivesse coletivamente afetando todo mundo e as coisas acontecendo num surrealismo doidaço, com um elefante de pelúcia conduzindo a menina, balançando a tromba e cantando Hey, Jude de boas. Isso não é ruim, só precisa ser melhor amarrado, quebrando, em certos pontos, o despropósito desassuntado.
Teve um momento que eu não entendi: “Cortaram-se as mãos.” Será que mãos foram decepadas?
O conto tem passagens interessantes quando oscilantes, dado que uma frase como “Dificilmente ela conseguiria chegar à fonte se não estivesse MOVIDA PELA CORTESIA SINGULAR e particular de Cecílio.” O mundo em volta estava derretendo e o Freddy Bear Cecílio tinha uma cortesia singular. Achei isso bem legal, um elefante e tanto, capaz de desconsertar aquele que esperava uma leitura sisuda nesse conto de terror.
Gostei do conto. Da loucura melting-lisérgica-anfetamínica-cracuda do conto, onde tudo é possível e não precisa dar nem deve dar explicação a ninguém. A doideira é livre. Bem, mas, em literatura, a doideira precisa estar bem amarrada, e é isso que eu proponho.
Recomendaria ao ilustre participante dar uma caprichada na escrita, tornar o conto mais arrumado, sem tirar as loucuras que ele tem. Resumindo, acho que o conto precisa ser melhor arranjado.
Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.