EntreContos

Detox Literário.

O Farol (M. A. Thompson)

O Alto Comando da Marinha me designou para investigar um sargento que tomava conta de um farol. Havia relatos do desaparecimento de pessoas por lá e a Marinha decidiu iniciar uma investigação interna.

A investigação preliminar identificou um patrimônio incompatível com o soldo e eu presumi, erroneamente como veremos, que o sujeito estivesse envolvido com contrabando, o que não é novidade na Marinha.

Campanando o militar em uma das suas idas ao Continente, flagrei-o conduzindo uma linda jovem ao cais.

Demorei para encontrar um barco disponível e ao chegar no farol, para minha surpresa, não havia sinais da jovem. Para onde teria ido? O que teria acontecido?

Os jornais divulgaram o desaparecimento sem muito alarde, mas foi preciso esse episódio para eu realmente me interessar pelo caso.

A folga do sargento era semanal. Momento em que ele navegava até o continente, adquiria suprimentos, bebia e gastava dinheiro com mulheres.

Em sua primeira folga após o episódio ele retornou ao farol sem levar alguém. Na outra semana também. E na outra também não. Observando o histórico de desaparições foi possível identificar um padrão coincidindo com a noite de Lua nova.

A próxima folga do sargento coincidiria com a Lua nova e seria possível confirmar a suspeita.

Na manhã da quinta-feira o céu azul deu lugar a nuvens cinzentas. À noite, um uivante vento Norte e um céu sem estrelas prenunciava mais um dia fatal para alguma jovem imprudente.

Sexta-feira, oito da manhã. O sargento deixava a ilha em uma pequena embarcação. Seguia em direção ao Continente. Mais uma jovem puta talvez estivesse condenada a morrer.

Não desta vez.

Decidi espera-los na ilha. Não havia dormido e nem conseguido repousar durante o dia. A ansiedade me consumindo. Precisava estar preparado, sem saber exatamente para quê e nem o que me aguardava. Procurei por pistas, corpos, terra revolvida indicado sepultamento, poços. Nada. Toda busca era em vão. Se os corpos eram jogados ao mar, o mar não os devolvia. Só me restava esperar.

Exatamente às 17h50h chega o sargento conduzindo uma alegre jovem que bebeu demais. Aguardei próximo ao farol decidido a evitar que mais uma vítima padece-se. Mas precisava de provas, do flagrante. Precisava aguardar até o momento em que se caracterizasse o assassínio. Aguardei. Ouvindo risos, gargalhadas, música alta. Apesar de apenas a jovem e o sargento estarem no farol, havia a impressão de que eram muitos; uma festa cheia de gente. Invejei o casal.

Não resistindo ao cansaço dormi. Acordei com o silêncio. Por um momento pensei que o descuido colocara tudo a perder. Por um breve momento. Na areia da praia o sargento fazia sinal para o mar balançando um lampião antigo.

Passara por meu esconderijo sem perceber minha presença. Também havia bebido e estava com a coordenação motora alterada. A jovem, deitada na areia, estava desfalecida de tanto ingerir álcool.

O tempo fechado, frio, a Lua nova, um céu cinza chumbo. A neblina pairava sobre a ilha não deixando que nada fosse visto além de uns dois metros do nariz.

Me aproximei. O relógio marcando 23:59h. Eis que surge um barco de madeira, carcomido, conduzindo por uma figura impressionante, com uns dois metros de altura, esquelético, curvado, aparentemente pelo peso da idade.

Conclui que o sargento estava contrabandeando mulheres para serem prostituídas e dali seriam conduzidas pelo barco a remo até algum navio.

Fiquei o mais próximo que pude, escondido atrás das pedras. O barqueiro atracou sem o menor esforço. Pude perceber seu corpo coberto por uma vestimenta preta e surrada. Um capuz lhe cobria a cabeça e mangas longas cobriam-lhe os braços.

O sargento se aproximou e uma mão esquelética ostentou um pequeno saco, de onde ele tirou e começou a contar moedas douradas. Neste momento corri até a praia, arrastei a moça para a segurança das pedras e me preparei para confrontá-lo.

O sargento, ao perceber a ausência da mulher na praia, ficou desesperado. Tentou se afastar, mas o barqueiro o segurou. Neste momento travou-se uma luta entre os dois, fazendo com que as moedas se espalhassem pela areia.

Na luta o rosto do barqueiro ficou a descoberto. Não havia um rosto, havia ossos e dois buracos no lugar dos olhos.

Apesar de os esforços para se desvencilhar, a embarcação começou a volta para o mar, levando — e eu finalmente entendi — mais uma alma para o inferno.

Passei algum tempo sentado na areia. Recolhi e contei as moedas. Sete lindas moedas de ouro. A fonte das regalias do sargento.

O dia amanheceu. Vera, a jovem a qual eu salvara da morte certa, não acreditou na história e riu. Foi levada até a ilha tão bêbada que achava que eu é fora quem a levou. Nos despedimos e voltei para casa. Precisava repousar.

Mais um caso encerrado e eu merecia umas férias. Havia um mês que não dormia direito.

No relatório para a Marinha precisei mentir. Não havia como escrever que um condutor de almas levara o sargento para o mar. Convenceram-se com a explicação de que ele se embebedou e caiu nas águas. Pedi para ficar com a vaga.

—Me afeiçoei a tranquilidade do lugar e queria morar no farol., menti.

O tempo passou. Hoje é sexta-feira de Lua nova. Sigo remando para o farol. Em minha companhia, uma linda jovem…

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21 comentários em “O Farol (M. A. Thompson)

  1. Priscila Pereira
    3 de junho de 2019

    Olá, Autor(a)! Eu gostei do seu conto! Está bem escrito, (acho que só tem alguns errinhos que uma revisão mais detalhada resolveria), as frases curtas e diretas soam naturais e dá pra ver que houve uma pesquisa. Acho que não foi bem pela falta de mais terror, ficou muito fraquinho, o que para mim, ficou perfeito, já que detesto terror… O final foi surpreendente! Não esperava mesmo que o narrador fosse se corromper, ainda mais vendo o que aconteceu com o anterior… Parabéns pelo conto e continue participando!

    • M. A. Thompson
      17 de junho de 2019

      Obrigado por seus valiosos comentários. 🙂

  2. Momo Blair
    26 de maio de 2019

    Conto: O Farol
    Autor: Marujo Velho

    Resumo: Um homem que trabalha da marinha foi designado, pelo alto comando, para investigar desaparecimentos que estava acontecendo em uma ilha quase deserta que só tinha um farol e era habitada por um sargento da marinha, que acabou se tornando suspeito. Ao longo da investigação, o investigador cria várias hipóteses sobre contrabando, já que era uma coisa comum em seu meio, porém descobre que o sargento estava levando mulheres embriagadas para a ilha e logo depois elas eram tomadas como desaparecidas, nunca mais voltavam a ser vista. De tocaia na ilha, o investigador tem uma grande surpresa, o sargento na verdade vende as almas dessas mulheres para um condutor de almas que chega de barco na ilha. Antes que pudesse ser concluída a venda daquele dia, o investigador discretamente esconde a vítima que estava jogada em um canto da areia da praia. Quando a mulher não é encontrada pelo sargento, o condutor de alma leva o próprio sargento com ele. O investigador salva a vítima, mente para a marinha sobre a investigação e pede para ser o próximo morador do farol e começa ele mesmo a vender almas de mulheres inocentes.

    Opinião: Achei a história muito bem escrita, o autor escreve muito bem e gostei muito da forma como ele descreve as coisas, porém a história em si eu achei bem superficial, muito simplória e bem longe de ser considera terror, o fato de ter um personagem que é um condutor de almas não torna a história terror e o autor podia ter dado mais profundidade aos personagens, mais características e mais diferenciações. Sobre o final da história, deveria ter tido uma explicação maior do porque o investigador do caso aderiu a mesma causa que o sargento, apenas pelo ouro? Ficou um pouco confuso e incoerente, o autor tem que convencer o leitor daquela escolha, não pode ser uma coisa que simplesmente acontece sem precedentes. Apesar de todas essas observações negativas, eu gostei muito do estilo de escrita do autor.

    • M. A. Thompson
      17 de junho de 2019

      Obrigado por seus valiosos comentários. 🙂

  3. Amanda Gomez
    25 de maio de 2019

    Olá,

    Um oficial é encarregado de investigar um sargento que era suspeito de assassinato. Jovens e belas mulheres sumiam misteriosamente depois de passar uma noite com ele. O Oficial vigia o homem e descobre um padrão, toda lua nova ele levava uma mulher ao farol. Certo dia ele vigia e descobre o que acontece. O homem entregava as mulheres para um ”demônio” um embarcador de almas para o inferno. No fim ele acaba gostando dessa ideia e fica no lugar do sargento que foi morto.

    É um conto interessante, rápido a leitura foi ok, sem entraves.Pode ser confundindo com uma simplicidade demais também. Aqui não sei classificar o gênero ainda… não é terror, um pouco de suspense talvez… não há cenas que causem impacto, tudo é contado de forma automática, acho que faltou aquela questão de ”mostrar” a cena do barqueiro chegando e da luta poderia ter ganhando mais detalhes pra dar um impacto maior. Gostei do final.

    Boa sorte no desafio.

    • M. A. Thompson
      17 de junho de 2019

      Obrigado por seus valiosos comentários. 🙂

  4. Paulo Cesar
    24 de maio de 2019

    Neste conto o autor narra um episodio que se desenrola em
    um farol, onde um marinheiro faz a guarda do local. Um
    observador percebe que em determinados dias do mês, uma jovem
    é morta, então investiga sobre a veracidade do fato.
    Olá Velho Marujo, aprendi uma coisa e preciso melhorar
    muito, mas acho que ajudaria você também. Sua história é
    interessante, contudo, parece fora do conto e mais uma narrativa.
    Há, se você observar mais atentamente, erros de português,
    não sou bom em ortografia. E a leitura ajuda nos a melhorar. Boa
    sorte.

    Sucesso.

    (Comentário recebido por e-mail, postado pela moderação)

    • M. A. Thompson
      17 de junho de 2019

      Obrigado por seus valiosos comentários. 🙂

  5. Vera Marta Reis.
    23 de maio de 2019

    O farol( Marujo Velho)
    Designado para verificar um farol, seus acontecimentos estranhos.
    Um sargento com patrimônio incompatível com seu salário.
    Desaparecimento de pessoas.Sem que o mar os devolvesse.
    Começa a investigar, primeiro o vê levar um linda moça, numa sexta feira de Lua nova, que não retorna.
    Numa outra sexta-feira, lua nova, enquanto o capital vem do continente trazendo outra moça e faz sinal comum lampião para o mar. Vê um ser esquelético chegar num barco e entregar moedas de ouro.
    Retira a moça e a esconde, vê desespero do sargento ao ver o desaparecimento, tenta se afasta do barqueiror e é levado. As moedas de ouro ficam na praia. Envia no relatório que enviará a marinha que o vira cair no mar. Ficando com a vaga.

    • M. A. Thompson
      17 de junho de 2019

      Obrigado por seus valiosos comentários. 🙂

  6. Antonio Stegues Batista
    23 de maio de 2019

    O conto tem uma narrativa muito boa, escrita e tudo mais. Não encontrei erros. Porém o final não foi nada impactante, nada surpreendente. Personagens que tomam o lugar do assassino ou monstro, é bem comum. Aconselho evitar os clichês.De qualquer forma, é uma boa história. Boa sorte no próximo tema.

  7. Estevão Kinnek
    23 de maio de 2019

    Resumo: militar vai a um farol investigar a ocorrência de desaparecimentos na área. Descobre que o sargento é realmente o culpado e que as vítimas viram oferendas pro coisa ruim aquático. Depois acaba ficando com a “vaga”, em todos os sentidos.

    Comentários: a primeira coisa que pensei foi “oba, esse é curtinho, ainda bem”. Mas o tiro saiu pela culatra. O motivo do conto ser curto foi por falta de desenvolvimento. Uma pena, porque a premissa é até interessante, apesar de me fazer pensar: “se tinha gente desaparecendo ali, mulheres, no caso, não era melhor que a polícia tomasse a frente da coisa?” Afinal, quem era esse narrador-personagem investigador, pra ser designado pelo alto comando da Marinha, para investigar tal coisa? Não se diz nada sobre ele, a única coisa que supus sobre ele é que é um péssimo investigador, além de um péssimo ser humano, volúvel demais e ganancioso demais. Ficou no lugar do outro por umas moedinhas, é isso mesmo? E se as jovens desapareciam assim, bem na época da folga do tal sargento, quando ele ia ao continente, bebia e gastava dinheiro por lá, já não era para suspeitarem do cara? Agora, a cena da praia. Que cena mal escrita, desculpe aí. Não tinha espaço pra um desenvolvimento melhor? Mandou correndo, no último segundo? E a parte em que o investigador corre até a praia, pega a moça e arrasta para o seu esconderijo, caramba, que sangue frio, bicho. E não muito verossímil também. Quanto ao final, “me afeiçoei à tranquilidade do lugar e queria morar no farol, menti”, jura que ninguém vai desconfiar a hora em que começar a desaparecer pessoas novamente? E outra coisa, como assim “caso encerrado”? Porque ele só
    trouxe a Vera de volta, mas e os outros desaparecidos? “No relatório para a Marinha precisei mentir. Não havia como escrever que um condutor de almas levara o sargento para o mar. Convenceram-se com a explicação de que ele se embebedou e caiu nas águas.”, convenceram-se com uma explicação que é apenas sobre o que aconteceu com o sargento. E não deveriam abrir uma investigação para ver se era isso mesmo?

    Que confusão!

    Toques gramaticais:

    “Foi levada até a ilha tão bêbada que achava que eu é fora quem a levou.” >>>> “…que achava que eu é QUEM A TINHA LEVADO ATÉ LÁ”.

    “Decidi espera-los na ilha.” >>>> “esperá-los”.

    “Exatamente às 17h50h”, “O relógio marcando 23:59h” >>> Quanto à hora, você pode usar 17h50min, ou apenas 17h50. Se vai usar a forma 23:59, use sem “h”. Mas é bom padronizar. Se vai usar de uma forma, use apenas dessa forma.

    Finalizando: Sinceramente, de terror seu conto nada tem. É um policial sem verossimilhança. Se quiser investir nessa história, implode tudo e começa do zero. E não estou dizendo isso para desmerecer seu texto. É que realmente há muitos problemas na narrativa, caso ele realmente seja um conto policial. E se era para ser um conto de terror, falta o básico: terror. De qualquer forma, agradeço pela
    oportunidade de ler seu conto e pelo aprendizado resultante disso. Boa sorte pra você e boas escritas futuras!

  8. Thiago Barba
    16 de maio de 2019

    Homem investiga desaparecimento de pessoas, quando se depara que os desaparecimentos são causados por uma espécie de ceifador de almas.
    A linguagem é bem simples, texto de fácil entendimento, acredito que o maior problema do texto seja essa linguagem simples mesmo. Não que não existam leitores para este tipo de escrita, mas mesmo os leitores mais leigos, também gostam (mesmo que inconscientemente) de textos um pouco mais trabalhados.
    O gênero é de terror, mas tem um forte traço de policial, investigativo, eu até diria que ele se enquadraria mais neste outro gênero, inclusive até suspense, que ao gênero de terror. Ele tem um elemento do terror, neste condutor de almas, mas não diria propriamente que o gênero do contos seria o terror.

  9. Prometeu
    16 de maio de 2019

    O conto narra uma investigação de um sargento da marinha que supõe-se estar envolvido com contrabando. O desaparecimento de uma garota faz o investigador ficar ainda mais interessado no caso. Ele descobre que o homem rapta uma menina a cada lua nova. Esperando pegar o sequestrador em flagrante, o investigador faz uma campana na ilha. Assim, escondido, ele vê o sargento chegar com uma moça. Ele acaba adormecendo e quando desperta, vê a marinheiro levar a moça desacordada até a praia. Um barco aparece. Nele, uma enorme figura vestida de negro, como a morte. O sargento conversa com a criatura. Enquanto isso, o investigador arrasta o corpo da garota para longe de seu algoz. Quando o sargento percebe o sumiço da garota, ele tenta ir atrás dela, mas a criatura não permite. Eles lutam, mas o bizarro ser leva o sargento no lugar da moça. Tendo salvado a jovem e relatada o desaparecimento do sargento, o investigador, que também é da marinha, pede para ficar trabalhando no farol. E a cada lua nova, uma garota continua a desaparecer.

    Eu gostei do conto. Apesar de estar escrito de forma muito resumida e um pouco amadora. O enredo é bem interessante. Mas como eu disse, você resumiu demais. Faltaram alguns detalhes. Você poderia ter explicado no final se tratava-se realmente da morte ou que? Podia ter dito se a criatura aparecia ali mesmo que não houvesse ninguém ou se havia um motivo por trás. O português é razoável. Só esse “padece-se” não entendi. Padecesse. Apesar de você ter explicado que o investigador estivesse muito cansado, ele ter dormido parece um tanto inverossímil.

  10. Fabio Monteiro
    12 de maio de 2019

    O Farol (Marujo Velho)

    Um soldado que fora designado pelo alto comando da marinha a investigar um sargento que cuidava de um velho farol. Por causa dos inúmeros desaparecimentos que ocorreram, o soldado deveria descobrir as causas e onde as possíveis vítimas pudessem estar. Sigilosamente ele se coloca a espreita do local, observa com facilidade os acontecimentos. Faz uma busca nas redondezas e não encontra os possíveis corpos das vítimas. Descobre se que o sargento sempre saia e voltava com uma jovem mulher nas noites de lua cheia, sempre bêbadas e possivelmente com os sentidos entorpecidos a ponto de não saberem onde estavam indo. Eis que surge uma barca com um ser coberto por um capuz negro. Ele paga ao sargento pelas suas vítimas deixadas. Cada vez que ele aparece uma jovem alma é levada. Ao final o então espião acaba por se tornar o guardião do lugar dando continuidade às obras do antigo sargento que provavelmente estava a oferecer as almas.

    Ponto forte: Narrativa bem condensada. Bons tópicos de descrição quanto ao local, ao clima e a escuridão deixada pelas noites de lua nova.
    Ponto fraco: Uso de uma narrativa comum e bem conhecida sobre o barqueiro da morte. Embora, deva admitir que a mudança de cenário chame bem a atenção do leitor tornando o farol o centro de tudo.

    Comentários:

    (Foi levada até a ilha tão bêbada que achava que eu é fora quem a levou)
    (Relatario)
    (Por um momento e após Por um breve momento).

    Alguns pequenos erros de português e o uso de por um momento e por um breve momento na mesma frase. Tomar cuidado com repetições que possam ser cansativas.

    No mais a história em si é excelente.

  11. neusafontolan
    7 de maio de 2019

    Eita! Um pescador de almas perdidas

    Parabéns pelo conto

    • M. A. Thompson
      17 de junho de 2019

      Obrigado por seus valiosos comentários. 🙂

  12. José Leonardo
    5 de maio de 2019

    Olá, Marujo Velho.

    SINOPSE:
    O narrador, um militar, é encarregado de investigar o sargento que guardava um farol. Há suspeitas de envolvimento dele em alguns desaparecimentos que estão ocorrendo no local. Algumas incongruências são constatadas; o narrador está sempre à espreita. Às vezes, o sargento vai ao farol acompanhado de mulheres, as quais não retornavam. Investigação exaustiva; expectativa daquilo que o passo seguinte reservará ao narrador, como se na iminência da solução do mistério e imputabilidade do sargento nos desaparecimentos. Mas onde vão parar as mulheres? Numa noite crucial, mesmo bêbado, o narrador percebe algo fora do normal. Primeiras hipóteses levantadas. Um barqueiro de rosto cadavérico tem de levar uma alma, apesar de a moça da vez ter saído da presença do sargento. Ao final, o narrador ficou com a vaga do investigado, e quiçá com seus mesmos hábitos.

    ANÁLISE:
    A meu ver, o enredo está desenvolvido de forma bem sucinta, com o único fito de transmitir os acontecimentos acerca da investigação do sargento, as constatações feitas e a conclusão montada pelo narrador. Não há excessos, o que, para um conto, é tido como positivo dada a sua natureza. No entanto, a maneira seca e direta de narrar, por vezes, subtrai da ação aquilo que poderia proporcionar ao leitor, sobretudo o impacto gerado no clímax da história, na descoberta do narrador e no desfecho do sargento. Os parágrafos são diretos como os elaborados num relatório. Em outras palavras, poderia dizer: “senti a ausência de sentir o texto”, o que pode parecer truncado, mas demonstra a falta de “sentir”, parágrafo após parágrafo, cada etapa de uma narrativa cujo mote foi muito bem pensado.

    Em que pese o descrito anteriormente, ressalto que são impressões individuais de leitura; outros leitores certamente absorverão a atmosfera pretendida e “sentirão” o fluxo narrativo como eu gostaria de tê-lo experimentado. Ademais, observa-se o pleno domínio do autor quanto à Língua e a surpresa reservada no desfecho. Há grande talento na sua prosa.

    Desejo a você boa sorte neste desafio.

  13. Leide Pereira
    4 de maio de 2019

    Eis que encontro neste texto o barqueiro de Hades, e me sinto no cais da Arca da Barca do Inferno, 502 anos se passaram e Gil Vicente continua inspirando autores. Conto com um leve toque de mistério, seu final foge ao lugar comum e surpreendende pela leveza.

  14. Sidney Muniz
    3 de maio de 2019

    Resumo: O Farol (Marujo Velho)

    Trata-se de um conto que narra a vinda de um investigador para o farol, onde ele acredita que o responsável está contrabandeando, mas na verdade é o Caronte, ou outro barqueiro levando as almas para o inferno, então ele salva uma moça e se apaixona por ela, depois do sargento ser levado por Caronte ele pede ao chefe para ficar por lá e leva a mulher para perto dele.

    Um conto legal, mas que para mim não é terror e nem infantil, mas vale a leitura.

    Avaliação:

    Terror: de 1 a 5 – Nota 0,5 – (Não vi terror, fora uma tentativa com relação ao barqueiro)

    Gramática – de 1 a 5 – Nota 5 (Não encontrei nenhum erro)

    Narrativa – de 1 a 5 – Nota 4 (Uma boa narrativa, diga-se de passagem)

    Enredo – de 1 a 5 – Nota 3 (Nada demais, a meu ver, bem mediano, mas completo, início, meio e final.

    Personagens – de 1 a 5 – Nota 4 (Bons personagens, principalmente o investigador)

    Título – de 1 a 5 – Nota 5 (Excelente título, mas apenas me enganou, esperei um conto melhor)

    Total: 21,5 pts de 30 pts

    • M. A. Thompson
      17 de junho de 2019

      Obrigado por seus valiosos comentários. 🙂

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Publicado às 1 de maio de 2019 por em Liga 2019 - Rodada 2, Série C2 e marcado .
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