Bethlem, South London.
1937, Winter.
Silêncio… depois, tudo é loucura.
Que todos os livros sejam levados ao fogo, e mais precisamente o maldito volume Lugares Esquecidos, de Cayetano de Languedoc, França, 1826, que se fazendo semelhante a uma tola fraude, levou muitas vidas à ruína, pois havia em suas páginas um desejo malicioso de nos conduzir aos mais terríveis horrores do Inferno.
Exultei-me ao vê-lo na vitrine de um Antiquário em Londres. Era uma obra belíssima, impressa na remanescente tipografia de Aldus Manutius, em antigos tipos móveis. Acautelado pela oferta de baixo preço, procurei por Cayetano de Languedoc no Livro dos Editores e nada encontrei. Na Seção III do Almanach de Gotha, 1863 — condes do Sacro Império Romano-Germânico —, encontrei apenas um tal Gaytano Langdoque, conde de Castelul Grabduisi, que falava de linhagens e títulos, embora nada houvesse acerca de livros ou arqueologia. Essa busca infértil insinuava que a obra de Languedoc seria de fato um livro malicioso, mas, ainda assim, curioso, comprei-o como fonte de estudos acerca de lugares esquecidos.
Depois de algum enfado com a leitura das páginas iniciais, fixei-me no que era revelado acerca da cidade mítica de Vinland: os textos de Cayetano de Languedoc traziam com eles um fragmento de mapa que localizava aquela cidade a Nordeste do Canadá, num frágil posicionamento geográfico, indicando que Vinland estaria entre dois braços de mar, como fiordes a invadirem o litoral.
Levado à universidade em que eu tinha as Cátedras de Antropologia e Arqueologia, ficamos surpresos quando descobrimos que o livro confirmava antigas pesquisas acerca de Vinland, e, não obstante haver a possibilidade de o livro ser realmente uma fraude, aquele pequeno mapa apresentava ainda mais detalhes do que dispúnhamos, fazendo-nos acreditar que a Vinland de Languedoc estaria na península Cumberland nas Ilhas Baffin, território de Nunavut, no Canadá (1).
Seguiram-se estudos mais detalhados que tornaram aceitável despender tempo e dinheiro naquela linha de pesquisa, sendo autorizada pela Universidade uma expedição até a Vinland indicada no livro. Após um ano de preparativos, tomamos um navio em Liverpool e seguimos até Boughton Island, no Canadá. De lá, fomos até Fox Island, depois a Pangnirtung, onde desembarcamos e seguimos a pé até o sítio indicado pelo mapa. Em poucas semanas já dominávamos aquele local, que era inóspito ao extremo, tal como gostariam os nórdicos para ali construírem uma cidade, talvez Vinland, não fosse tudo um grande engano.
Estabelecemo-nos sobre uma planície entre duas montanhas por onde passava um rio em lento degelo de início de Primavera, límpido, espelhando um céu imaculado. Passamos seis meses percorrendo locais pedregosos, vivendo sob um clima hostil, com longas estradas brancas criadas pela neve que descia lentamente das montanhas. A umidade extrema dava ao ambiente um tom azulado, vestindo os olhos de um pó diáfano de névoa.
Próximo ao final do sétimo mês acreditei haver encontrado Vinland, embora tudo se confundisse com um amontoado de pedras e madeiras em ruínas, parecendo um repositório do Oceano Ártico para todo lixo que flutuasse na região, levado até ali pelas correntes marítimas. Se aquilo fora um dia uma cidade, agora estava reduzida a destroços, sujeira e restos de naufrágios que o mar devolvera à terra. Muitas pedras, algumas imensas, desenhavam contornos sutis de antigas edificações em ruas surpreendentemente estreitas.
Distante dos meus companheiros, caminhei entre os contornos imprecisos daquilo que parecia revelar uma cidade destruída pelos Elementos. A organização e o corte das pedras, sua arte, permitiram-me associar o lugar a sítios arqueológicos que encontrei no Peru, na Bolívia e no México, embora ali fosse tímida a escala e extrema a desordem que o movimento das águas do oceano, o degelo e os ventos constantes causaram às edificações. Aquela cidade parecia haver emergido do esquecimento, arruinada pelo Tempo, não me permitindo saber de algo capaz de assombrar um arqueólogo com a minha experiência.
A contínua exploração me levou a encontrar, mais adiante, outro sítio cuja preservação vencera os anos e a franja destruidora do mar. Foi onde encontrei estátuas sobreviventes da permanente erosão, e todas me fizeram intuir que aquele povo infeliz adorava deuses horrendos, disformes, torturados, inimagináveis; e vê-los ali, lavrados em pedra, era a prova absoluta da loucura a que todos haviam chegado naquele lugar.
Estátuas disformes e enlouquecidas dividiam espaços com cândidas e belas criaturas. Todas finamente esculpidas com arte, perfiladas como se a lucidez e a loucura se alternassem numa tensa dualidade de suas almas. Eles amavam deuses perfeitos e demônios assombrosos. Aquelas estátuas, todas, separadas por distâncias quase exatas, expressavam felicidade e dor; desespero e fé; espíritos em perpétuo combate.
Vinland revelava ter a alma dividida: o horror abominável e a beleza extrema. Fiz o sinal da cruz ao concluir que tudo ali merecera a justa destruição, onde o mar, como um Anjo Vingador do Senhor, fez descer sobre a cidade a Sua oitava praga trazida pela fúria das águas geladas, pondo fim à loucura daquela gente.
Procurei por toda parte a Cruz do Senhor que lhes serenasse a alma e não a encontrei. Não eram cristãos, concluí: estavam, portanto, fadados a infinitos tormentos. Eram monstros infernais e belezas pagãs, e, desse modo, todos monstros, alguns mascarados de anjos vivendo sob o céu azul de Deus.
Comuniquei minhas descobertas aos companheiros de expedição e logo nos mudamos para uma área mais próxima. Trabalhamos dias e noites na elaboração de uma cartografia que nos orientasse, nosso fotógrafo iniciou uma minuciosa documentação e cada uma daquelas estátuas foi catalogada. Permanecemos por ainda mais alguns meses e completamos toda documentação possível, com mapas, maquetes, fotografias.
Tudo naquele lugar nos consumia por sabermos do horror vivido por aquela gente, fazendo-nos acreditar que aquela cidade, dotada de vontade própria, se havia construído e destruído ao longo dos séculos, e nada ali deixava lembrar algo de humano, o mais puro humano, nem mesmo a benevolência indelével de Deus.
Assim, pusemos em perspectiva retornar a Londres sem qualquer observação antropológica a revelar ao mundo, apenas o grande mistério dos monólitos esculpidos como legado que entregaríamos à Universidade.
Contrariado e ainda esperançoso de novas descobertas, incursionei de forma errática por aquela grande região. Por dias caminhei solitário na vastidão branca das planícies, sujeito aos ventos e ao frio sem qualquer sucesso. Iniciado um mês de rigor invernal, afastei-me ainda mais, percorrendo caminhos além da nossa conhecida cartografia, e na base de uma enorme montanha de granito sanguíneo, divisei uma passagem larga que me permitiu entrar. Essa entrada se dividiu em outras; muitas. Atravessei bolsões de vazio de pedra que formavam abóbadas gigantescas, assemelhadas a cavernas, permitindo-me imaginar que ali houvesse finalmente o engenho da mão humana ou a suprema magnificência de Deus. Quando toquei as paredes percebi que eram mornas, fazendo desaparecer o frio absoluto da região. Concluí que estava sobre uma formação vulcânica que fazia chegar calor às paredes.
Meu corpo estava aquecido e o ar era limpo e fresco. Caminhar se tornou agradável, e, descendo perpetuamente por túneis que se conectavam, notei que eles se tornavam mais regulares, e pude ver canaletas lavradas na pedra por onde a água ressudada das paredes era recolhida a um veio d’água subterrâneo. Em locais mais perigosos havia corrimãos talhados na pedra, e por todo o caminho era nítido que haviam perfurado janelas tubulares que atravessavam longamente a rocha trazendo luz do exterior.
Ainda descendo por aqueles túneis intermináveis, encontrei um imenso salão assemelhado a uma primitiva embora magnífica catedral, e nele evidenciou-se a presença humana — quase humana —, e ali eu era um Jonas no ventre de uma baleia, e para meu desespero, fiquei diante de um ser que parecia ter abandonado a forma de uma daquelas estátuas de pedra para corporificar-se em carne, pelos e asas.
Vindo num voo silencioso da parte mais assombrosa e escura, Aquilo se colocou diante de mim, sobre um pedestal, bem no centro do lugar. Todo meu corpo tremia. Seu tamanho era surpreendente — mais de duas vezes a minha altura —, de corpo assemelhado ao de um homem, embora simiesco, suas asas feitas de ossos e pele eram imensas, e se camuflaram em suas costas em sucessivas dobras, e, ao fazê-lo, transformou-se num animal imenso — um monstro! —, e de enorme corcunda, como uma gárgula nascida no alto das catedrais em anos góticos. Era uma imagem titânica, imoral, trágica e sórdida.
Com o coração aos pulos, senti que a morte se aproximava: Aquilo era uma aberração e eu era a sua presa. Eu havia descido ao fundo do Inferno e rezava com todas as minhas forças para que o bom Deus viesse em meu auxílio; que permitisse a morte do meu corpo, mas que salvasse a minha pobre alma.
Então Aquilo revelou-me que vivera por anos sobre as grandes catedrais do mundo sob a forma de um enorme homem corcunda, mas que finalmente retornara à sua gente. Queria estar com seu povo, com aqueles que, como ele, tinham a mesma condição, ou ainda piores, condenados ao confinamento naquela montanha.
Ainda em pânico, perguntei-lhe sobre a tal condição, e foi quando Aquilo fez um sinal com a mão e luzes vindas dos orifícios das paredes iluminaram feericamente o lugar. Petrificado, vi que nos rodeavam milhares de outros seres, alguns como ele, outros que não se assemelhavam a nada conhecido neste mundo. Eram seres belíssimos, figuras monstruosas, agônicas, informes, desformes. À rigor, muitos deles me eram indescritíveis, imponderáveis: eram entes alados, rastejantes, purpúreos, transparentes ou de muitas cores, ígneos, gélidos, névoas, sopros, alguns como sons e outros como silêncios vivos, todos ali como se nascidos da mente de um deus poderoso e delirante, alucinado pelo poder que tinha de criar a vida, alheio a qualquer regra sob a harmoniosa benevolência do Senhor: nada neles espelhava a imagem do nosso Deus. Meus sentidos torturados me levaram ao desmaio, e um daqueles seres, uma brisa espessa, me invadiu as narinas e me fez retornar à lucidez.
Todos eram as imagens que eu havia encontrado naquele sítio próximo, eram os deuses e os demônios esculpidos naquelas pedras, agora despertos por suas insanas e inapeláveis vontades. Tive o impulso louco de correr e fui detido instantaneamente por um volume, uma massa, que se deslocou de um ponto distante e me atingiu como um raio, engolfando-me, imobilizando-me. E aquilo era apenas carne sem forma. Não o fez com fúria, mas expressando o desejo de que eu continuasse onde estava.
Reduziram-se as luzes e eu afundei em meus medos. Então, o monstro simiesco disse-me que todos ali eram o povo de Vinland. Quis saber dele sobre as imagens que vira em outro sítio e soube que haviam construído um lugar de lembrança aos seus. Não era uma cidade, pois Vinland era aquela montanha, cavada por aqueles que excretavam uma resina capaz de dissolver a pedra e moldá-la como se ela fosse apenas areia. Disse-me que eram Seres Antecedentes, que estavam ali antes da Terra que conhecemos, e que viver infinitos milênios os degenerou, que todos que ali eu podia ver, eram filhos dessas heranças, fadados a gerações que se destruíam:
“Por incontáveis milênios estivemos sós neste mundo. Num ponto da nossa história começamos a perceber que entre nós começaram a surgir irmãos elevados e irmãos estranhos. Mesmo assim nos mantivemos fieis ao que éramos, pois os primeiros elevados eram superiores, e suas habilidades nos tornavam superiores a tudo. Em algum tempo descobrimos que os elevados eram intratáveis, estéreis, às vezes loucos, e os estranhos, esses, peculiares e prolíficos”.
Nesse ponto imaginei-os como as mais terríveis aberrações do Inferno mais profundo; sua gênese. Após uma pausa, continuou:
“Não nos transtornamos, pois tínhamos os elevados entre nós, mas logo descobrimos que a Natureza — mesmo essa nossa Natureza — sabe que o esperado é específico e o inesperado traz consigo o imponderável, às vezes o bizarro; então se avolumaram os estranhos, aqueles que não se reconhecem, híbridos como eu, e os elevados, esses, desapareceram”.
Em luta com meu pavor diante de tantas aberrações, imaginei dar a eles uma visão clarificada do mundo, do meu bom Deus — que tolice a minha! —, mas, o que eu saberia daqueles Demônios? Seus olhos me diziam que eu seria um desafortunado miserável se acerca deles pronunciasse algo. Ele continuou:
“Nossas fêmeas cruzaram com elfos, grifos, sílfides, minotauros, anjos, gárgulas, djinns, e até com o Demônio, mas nada adiantou. Nossos machos fertilizaram ninfas, lâmias, valquírias, sereias, parcas, salamandras, e até com a Empusa, mas nada nos fez retornar ao que fomos em essência e forma, o que éramos há milhões de anos, o verdadeiro povo de Vinland.
“Há muitos séculos demos início ao cruzamento com aqueles da tua espécie e veja o que sou, ou o que pareço: meu pai foi um homem assemelhado a ti, e minha mãe, ela mesma, não reconhecia a sua origem, pois descendia de uma linhagem perdida em infinitas transformações.
“Entre nós se avolumam seres de todas as formas. Somos ígneos, transparentes, voláteis… monstros… beldades… tantos… ou apenas alguém como eu, indecifrável a mim mesmo; todos estranhos. Nossa raça beira ao colapso”, completou.
Nossa conversa se estendeu por horas que não pude saber, mas não serei mais específico do que já fui, pois escrevo aqui apenas o que me foi dado conhecer.
Quando a mínima luz daquele lugar se apagou, tomaram-me sopros e cores indizíveis que se corporificaram diante de mim, e levantado por centenas de mãos pegajosas, ásperas, lisas, úmidas, e asas de pele, pelos e ossos, me ascenderam ao cume daquela magnífica montanha para que lá eu morresse solitário na imensidão gelada.
Tempos depois, fraco e muito doente, retornei ao acampamento, e todos haviam sido mortos — Sigmund, Spitta, Radestock, Maury, Tissé… — por aqueles demônios; seus corpos dilacerados e espalhados, habitações destruídas. Todos os registros que fizemos, mapas, fotografias e maquetes foram consumidos pelo fogo, pela água, e pelo ácido corrosivo expelido por alguns daqueles seres. Desesperado, imaginei o horror que meus companheiros puderam sentir quando uma horda odiosa e insana chegou para exterminá-los, sem chance para suas vidas.
Abriguei-me sob uma daquelas imensas estátuas e adormeci imaginando que o vento cortante e o frio inclemente logo me dariam o benefício da morte na inconsciência, mas fui desperto por um ruflar de asas e seguro por garras, quando iniciei um voo sobre o oceano de volta à Europa. Prendia-me em seus pés aquele líder, e em torno dele voavam outros infelizes. Havia mais, havia aqueles que flutuavam como nuvens, borrões sem forma, os que se assemelhavam a sons, a cores, ao movimento furtivo da luz.
Quis gritar para insultá-los pela morte de tantos companheiros, mas percebi que não havia em mim uma voz que jorrasse da minha boca, nunca mais, pois com pavor e pânico, descobri que em meu corpo agora habitava um daqueles monstros na forma de um silêncio vivo.
Fui deixado na borda do mar, sobre uma imensa falésia próxima a Silver Strand, na Irlanda, álgido pela inóspita manhã. Pude vê-los, todos, de retorno à Vinland, mas o que via realmente eram apenas nuvens, borrões, asas, sons e cores sobre o mar infinito tomando a direção do Oeste.
(1) 1976: Parque Nacional Auyuittuq (N.E.)
Oiiiii.Um conto que mostra como alguns lugares é melhor que não sejam procurados. Tudo começa com um mapa para uma cidade perdida. Uma expedição vai até o local, um dos membros se afasta e encontra estátuas assustadoras. Quando estavam cogitando voltar, ele mais uma vez se afasta e é quando encontra com Aquilo, ou melhor o Aquilo encontra ele. E em um show de horror se encontra também com uma versão ao vivo e em cores das formas representadas nas estátuas. No fim ele descobre que é o único sobrevivente, pois todos da sua expedição foram mortos e pior descobre que um daqueles seres habita dentro dele na forma de um silêncio vivo, talvez para que ele não conte para ninguém o que ele viu. A narrativa foi bem construída assim como toda a mitologia em torno das criaturas e como tinham de todas as formas e até Aquilo que era um mistério para ele mesmo. O lugar misterioso me lembrou um pouco algumas lendas que tem sobre as estátuas da ilha de Pascoa. Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.
RESUMO Um grupo de pesquisadores saem em busca da misteriosa cidade de Vinland. Seres grotescos e indescritíveis são encontrados nesse local; seres que matam todos da expedição, menos um, que permaneceu vivo, mas foi silenciado para sempre.
CONSIDERAÇÕES Lembrou-me bastante os contos de Lovecraft e os seres indescritíveis. Está bem escrito.
NOTA 4,3
Resumo
Instigado por referências encontrados em um livro antigo, outrora tido como maldito, um arqueólogo reúne equipe e parte da Europa rumo ao Canadá em busca de uma cidade lendária, denominada Vinland. Tendo supostamente encontrado a cidade após seus companheiros terem morrido, ele se depara em seus arredores com criaturas monstruosas e místicas, os antigos moradores de Vinland.
Aplicação do idioma
Não obstante, inicialmente o autor, ao situar a história no espaço e tempo, cite local “South London” e data aproximada “1937, Winter” em inglês – ao meu ver desnecessariamente – e logo adiante repita o advérbio “acerca” em frases subsequentes, a narrativa demonstra bom domínio do idioma, num estilo totalmente adequado ao narrador protagonista.
Técnica
Estilo classicista, pouco original, igual a tantos outros escritores da velha guarda. Apesar disso, é eficaz, não permite que a narrativa penda para o enfado. É deveras objetiva, focando os fatos em demasia e sem investir em detalhes que poderiam caracterizar secundários de forma mais concreta. Há apenas vagas alusões aos colegas de jornada, bem como ao acampamento, apetrechos e realidade cotidiana do fantástico mundo da arqueologia.
Título
Título bom, objetivo, conciso e capaz de despertar a curiosidade do leitor (aquilo, o quê?)
Introdução
A menção em inglês ao local e momento, bem como a suposta citação soam como prenúncio de um texto empolado e chato, o que não é o caso.
Enredo
Apesar da eficácia da narrativa, a história é pouco original e criativa (reporta a romances e contos bastante conhecidos), De pouca complexidade. Pouco ou nada é deixado à capacidade intelectual do leitor, mas tudo é revelado passo a passo.
Conflito
Há um mistério a ser resolvido e as descobertas incitam a imaginação do leitor. Diria que o conflito é eficaz.
Ritmo
Ritmo contínuo, linear, sem quebras que poderiam gerar ansiedade, distrair o leitor do mistério acerca de Vinland. Apesar disso, o autor demonstra boa verve narrativa e consegue manter o interesse do leitor.
Clímax
Também aqui o autor investe pouco no clímax. A narrativa é pouco visual e o argumento de que o protagonista tivesse sido devolvido à Europa tendo atravessado o Atlântico suspenso nas garras de criaturas aladas parece pouco aceitável, pois não obstante o caráter fantasioso do conto, o personagem continuou humano. Esperava-se que, no arremate, se revelasse um personagem adicional a quem o narrador conta sua aventura.
Personagens
A narrativa confere ao arqueólogo a circunspecção que a nacionalidade inglesa lhe concede, no entanto, lhe falta um tanto de humanidade, fraqueza e medo. Ademais, os personagens secundários, seus companheiros, são subestimados e mesmo os monstros, seus antagonistas, mereceriam alguma individualidade.
Tempo
A rigor, bem contextualizado no tempo.
Espaço
Os cenários são bem descritos, ainda que à parte do elemento humano, com descrições diretamente inseridas na narrativa.
Valor agregado
De forma geral, um conto que entretém, mas que não incita maiores reflexões.
Adequação ao Tema
Pretensamente um conto de horror, mas ineficaz em despertar sensações similares no leitor.
RESUMO A busca por Vinland e os tormentos que esse lugar esconde.
CONSIDERAÇÕES Lembrou-me bastante os contos de Lovecraft e os seres indescritíveis. Está bem escrito.
NOTA 4,3
Conta a busca da cidade de Vinland, do livro Lugares Esquecidos de Cayetano de Languedoc. Em um mapa, ele se refere à “cidade de horror abominável e beleza extrema” e o narrador, junto de seus compareiros, procura durante meses tal local desconhecido. Durante vários dias, o protagonista caminha solitário quando encontra, em uma caverna, o monstro humanoide gigantesco chamado de Aquilo.
Uma história muito, mas muito bem escrita. De considerações estéticas e linguísticas, não há nada a se contra-argumentar. Realmente, você escreve muito bem. Possui muito vocabulário. O problema do conto foi o excesso de informações, a quantidade enorme de nomes e lugares, que deixam a história como se fosse um fragmento histórico ou documental. Isso deixou a narrativa densa, pesada, cansativa demais. Porém, ainda há a beleza natural por si, pela qualidade técnica que demonstrou.
Aquilo (Edward Prendick)
Resumo: Um arqueólogo encontra um livro que mostra o caminho para uma cidade perdida, vai explorá-la e se depara com uma caverna onde encontra seres de diferentes formas e cores, que estão vivendo na terra há muito mais tempo do que os humanos, a história desses seres é contada e todo o acampamento do arqueólogo e seus colegas, destruídos e o arqueólogo é levado embora de volta para casa com um desses seres alojado em si como um silêncio vivo.
Olá Autor(a), pra mim seu conto não foi aterrorizante, ponto pra você, não gosto de terror…. rsrsrsr Está bem escrito e muito bem ambientado, dá pra perceber que você fez uma boa pesquisa. A história do conto é interessante e instiga a curiosidade, a aparência dos monstros foi bem explorado e o final foi bem condizente com o conto. Gostei do silêncio vivo vivendo dentro do personagem, achei poético! Parabéns pelo conto! Até mais!
Um arqueólogo encontra um livro que julga ser uma fraude. Em certa parte dele há um mapa de um local onde estaria uma cidade antiga.
Ele consegue ir estudar as redondezas junto com uma equipe da univercidade. Descobrem as ruinas da tal cidade, observam e catalogam as estátuas e tudo o mais que encontram.
Em dado momento o arqueólogo caminha até uma montanha e adentra por túneis descendo por eles e encontram um salão com uma criatura monstruosa.
Esta revela a ele a existência de outras criaturas, conta a história de seu povo e no final os companheiros do arqueólogo são mortos por esses seres.
O homem é o único que resta e é levado de volta para sua cidade perdendo a fala.
Interessante a descoberta da cidade, a montanha e o clima deixam a situação meio sombria. O que me chamou a atenção foram as observações do arqueólogo dizendo que a cidade devia mesmo ter sido destruída, ele parecia estar julgando aquela civilização. Tanto que na hora que ele encontra o primeiro ser no interior da montanha, imaginei que ele seria punido por ter pensado tudo aquilo antes.
Fiquei surpresa com o final também, pois imaginei que as criaturas fossem matar ele e a equipe voltaria pra casa com um membro a menos e com todas as pesquisas que fizeram. Mas foi o contrário.
Não achei o início do conto interessante, talvez pelo trecho que fala mais sobre o antigo livro que ele encontrou, mas depois quando a equipe chega no local das pesquisas, senti que desse ponto em diante o conto prendeu minha atenção.
Gostei também da variedade de adjetivos pra explicar como eram as criaturas, fazer a descrição dos lugares e também os pensamentos do arqueólogo. Por outro lado, não consegui me conectar com o personagem e me envolver tanto na história quanto poderia. Agora, um outro aspecto que gostei foi esse detalhe dele perder a fala. Achei genial, parece outra forma de punição.
Li algo parecido em algum lugar, sobre um explorador buscava encontrar uma cidade perdida. Vinland, a Terra das Vinhas, foi mencionada pela primeira vez pelos Vikings. Existem muitas histórias sobre cidades e nações perdidas, Atlântida, El Dorado, Ofir, etc. No brasil existe a história da cidade perdida da Bahia, procurada e encontrada por Robério Dias, o Muribeca. Mas isso já é uma outra história. Achei um bom conto, uma boa ideia muito bem construída. Só tive a impressão de que aqui são duas histórias que o autor juntou formando uma. É só uma impressão, talvez eu esteja enganado.
Um homem começa uma pesquisa que o leva a um país distantante onde encontra morte e monstros.
Impossível não fazer um paralelo entre esse texto e o meu do desafio anterior, com uma simpática diferença em que a minha coisa não era tão sanguinária haha
Achei ótimo que mesmo sendo um texto de “época” a leitura foi interessante e cativante, não senti o peso da idade das palavras. A história inicial me lembra um pouco a peça fictícia citada em o Rei de Amarelo.
O enredo se desenvolve bem, acho que por gosto mesmo a história me prende. O texto traz descrições das paisagens e acompanhar o pesquisador em sua jornada acaba sendo uma tarefa fácil.
Senti a reação do personagem um pouco contida quando descobre o acampamento arruinado.
O desfecho ficou com um tom meio poético e um tanto morno. Não consegui decidir como me caiu haha
Olá, Edward Prendick , boa sorte no desafio. Eis minhas impressões sobre seu conto.
Resumo: Depois de adquirir antiquíssimo livro, catedrático, (estudioso arqueológico) empreende uma expedição a uma mística e esquecida cidade nas geleiras canadenses. Ao se desmembrar do grupo e ficar só, e ao fim de muita peregrinação pelas inóspitas planícies, depara-se com estranhos seres. Que se disseram ser remanescente de uma geração de seres anteriores aos humanos da terra. Por fim, ao voltar para sua base, encontra seus companheiros todos mortos.
Gramática: A leitura flui bem, nada percebi de falha gramática.
Tema/Enredo: É um conto mais para a fantasia/fantástica do que propriamente um terror, ao mesmo tempo aterrorizante. Acredito ter custado um bom tempo de pesquisa, no mínimo para engendrar nomes um tanto incomuns, se não reais. Estranhos seres pré-históricos vivem reclusos numa inóspita região canadense que, a princípio parecem indivíduos agressivos, visto pela forma, mas que no fundo são amistosos, quando passam a narrar à saga de sua espécie, achei um tanto estranho esse enfoque do enredo, pois até uma carona o protagonista arrumou para voltar a Europa, um desfecho um tanto feliz para quem viveu instantes de terror. Mas um bom trabalho, imaginação ao autor foi o que não faltou.
Resumo: Aquilo (Edward Prendick)
Um conto que fala sobre a procura de um homem, um personagem até interessante se não divagasse tanto e às vezes sem uma linearidade, sem um propósito, ao menos eu senti isso. Bem, esse persona encontra um local onde descobre criaturas estranhas, feias, ou belas demais, sei lá e de repente não acontece muita coisa, nem terror nem nada, apenas mais uma explicação sobre a origem e o motivo dessas criaturas estarem naquele local escondidas. Aquilo então nada mais é que essa primeira criatura que ele encontra, ou todas elas.
assemelhado a uma primitiva embora magnífica catedral, – vírgula antes de embora
eram imensas, e se camuflaram em suas costas em sucessivas dobras, e, ao fazê-lo, transformou-se num animal imenso – imenso/imensas logo depois… e de enorme corcunda / a forma de um enorme homem corcunda adjetivos demais às vezes em algumas passagens, uns se repetindo.
Avaliação: (Para os contos da Série A-B não considerarei o título, as notas serão divididas por 5 para encontrarmos a média. Porém teremos uma ordem de peso para avaliação caso tenha empates… Categoria/ Enredo / Narrativa / Personagens / Gramática.
Terror/infanto juvenil: de 1 a 5 – Nota 2 (Não é terror e nem infanto para mim, é uma tentativa de unir os dois, eu acho)
Gramática – de 1 a 5 – Nota 3 (Alguns equívocos passaram batidos)
Narrativa – de 1 a 5 – Nota 4 (Gostei da narrativa, é boa, pensei em certo momento ser um texto da Fátima ou do Ângelo, sei lá… nunca acerto!)
Enredo – de 1 a 5 – Nota 3,5 (O Enredo é bom, mas a história se prolonga e não temos de fato um desfecho interessante para toda ela, ou seja, o miolo, a ideia é boa, mas a execução nem tanto)
Personagens – de 1 a 5 – Nota 2,5 (Por mais que tenha lido duas vezes, senti o personagem meio vazio, deslocado, o texto é salvo pela ideia e principalmente pela desenvoltura quanto a narrativa do autor(a)
Total: 15,0 / 5 = 3,0
Um antropólogo relata em primeira pessoa a descoberta, a partir das pistas fornecidas por um livro malicioso, de uma cidade mítica de nome Vinland. Ao encontrar a cidade mítica, depara-se com monstros terríveis com consequências desagradáveis para ele próprio é para os companheiros de expedição.
Aqui temos uma história de horror que evoca seres mitológicos e tradições cristãs.
O ponto forte são as descrições dos seres monstruosos e o suspense gerado a partir da expectativa com descoberta da cidade mítica. O desenvolvimento da trama é satisfatório e a linguagem está bem adequada ao estilo de narrativa.
Infelizmente não é o estilo de narrativas de terror que eu mais aprecio, mas de qualquer forma trata-se de um trabalho bem executado.
Parabéns pelo trabalho e sucesso! Um abraço.
Resumo:
Ao encontrar um livro em um antiquário em Londres, um antropólogo e arqueólogo o acha curioso e o compra. Após iniciar a leitura e perceber que há um mapa indicando uma cidade desconhecida, ele leva o livro á universidade e resolve fazer uma expedição até o local descrito no livro. No sétimo mês de expedição, encontraram a cidade e, nela, sítios arqueológicos e estátuas estranhas que revelavam horror e beleza. Não satisfeito com as descobertas que na realidade não representavam nenhum descoberta arqueológica importante, o protagonista dá seguimento à sua viagem e acaba chegando a uma imensa catedral, onde encontra os seres retrados nas estátuas. Quando retonou ao acampamento, os amigos haviam sido mortos, e ele foi levado pelas criaturas até o mar. De lá, ele pôde vê-los retornando à cidade.
Comentário:
O conto é bastante criativo e bem escrito. Mas me pareceu mais uma fantasia do que um terror. O início do texto parecia que me levaria a algo mais assustador, mais de terror, mas me decepcionei um pouco quando percebi que foi mais para o lado da fantasia. Achei que o livro citado no início do texto se perdeu no desenrolar da trama, poderia ter sido mais explorado.
Achei esse trecho um pouco confuso, precisei ler algumas vezes para entender:
Em poucas semanas já dominávamos aquele local, que era inóspito ao extremo, tal como gostariam os nórdicos para ali construírem uma cidade, talvez Vinland, não fosse tudo um grande engano.
Primavera, Elementos, Tempo, Inferno e Demônio – não entendi pq iniciam em caixa alta
não me permitindo saber de algo capaz de assombrar um arqueólogo com a minha experiência. (talvez a construção mais correta seria: não me permitindo saber, com a minha experiência, de algo capaz de assombrar um arqueólogo.
Senti falta de algumas vírgulas:
Quando toquei as paredes (vírgula) percebi que eram mornas
Meu corpo estava aquecido (vírgula) e o ar era limpo e fresco
Ainda descendo por aqueles túneis intermináveis, encontrei um imenso salão assemelhado a uma primitiva (vírgula) embora magnífica (vírgula) catedral
foram consumidos pelo fogo, pela água, (tirar a vírgula) e pelo ácido corrosivo expelido por alguns daqueles seres.
Não entendi esta parte (ao fazê-lo)
suas asas feitas de ossos e pele eram imensas, e se camuflaram em suas costas em sucessivas dobras, e, ao fazê-lo, transformou-se num animal imenso
Sinopse: Um pesquisador toma conhecimento de um raro tomo, Lugares Esquecidos, de Cayetano de Languedoc. O livro taxado de maldito leva o protagonista a desejar conhecer a mítica cidade de Vinland, uma cidade costeira que fica localizada no Canadá. Mergulhado em horror cósmico, o conto nos leva a conhecer o mais repudiado do desconhecido: o outro.
Comentário: gostei muito do clima lovecraftiano. Do modo da escrita, da ambientação e informes geográficos, da profunda expectativa em primeira pessoa. Eu só acho que pra ficar ainda mais aterrorizante, e isso Lovecraft fazia a perfeição, é deixar o leitor com pontos cegos. Foi muito aberto a experiência do personagem, ao ponto de não sentir mais medo e começar a sentir empatia pelos monstros, me identificar com sua causa, mas no todo, o conto está muito bom
A Árvore que Divide o Mundo – NOTA: 1,0
Amarga Travessia – NOTA: 5,0
Aquilo – NOTA: 4,5
Capitão Ventania – NOTA: 4,0
Demasiado Humano – NOTA: 4,5
Lobo Mau, A Garota da Capa Vermelha e os 3 Malvados – NOTA: 1,9
Magnum Opus – NOTA: 4,0
O Fim de Miss Bathory – NOTA: 5,0
O Jardim da Infância – NOTA: 5,0
O Ônibus, a Estrada e o Menino – NOTA: 3,5
O Parque – NOTA: 1,0
Penumbra – NOTA: 1,5
Prisão de Carne – NOTA: 3,5
Rato Rei – NOTA: 3,0
Seus olhos – NOTA: 4,0
Troca-troca Estelar – NOTA: 5,0
Variante Amarela – NOTA: 1,0
Vim, Vi e Perdi – NOTA: 1,0
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Melhor técnica: Aquilo
Conto mais criativo: Amarga Travessia
Conto mais impactante: O Jardim da Infância
Melhor conto: Troca-Troca Estelar
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Bom diaaa! Tudo bem por ai?
Resumo: o conto é relatado em primeira pessoa por um arqueologo que, inspirado pela descoberta de um livro, se lança numa expedição para descobrir uma cidade perdida no Canadá. No ápice da expedição, encontra a cidade no interior de uma montanha, morada de seres terríveis que relatam sua história para ele.
Comentário:
Você tem um conto bastante curioso, aqui. O clima de suspense que é criado em torno da cidade perdida me manteve interessado na leitura do início ao fim. Acho que esse clima de suspense que você construiu bem é o ponto forte do conto.
A descrição dos locais e monstros também é eficiente, criando boas imagens na mente durante a leitura. Senti uma pegada meio Lovecraft, com esses monstros indescritíveis e que vão além da compreensão humana.
Por outro lado, achei a linguagem excessivamente formal, dando uma atrapalhada na leitura. Pensei, inicialmente, que se trataria de um documento oficial, algo que o homem tivesse redigido ao fim da viagem e encaminhado para as autoridades, justificando o uso da linguagem. Não se confirmando essa teoria, achei que a linguagem meio que atrapalhou a fluidez da leitura, pois em vários momentos precisei parar e reler para entender.
Talvez a falta de diálogos, transformando o conto apenas num relato em forma de monólogo, também tenha causado essa leitura mais travada.
O clímax do conto, no encontro da caverna, é muito bom. Porém, o final me deixou um pouco confuso. Fiquei na dúvida do motivo de as criaturas terem matado todos os membros da expedição, menos o protagonista. Talvez (e essa é minha teoria principal, e me parece uma ideia bem interessante), fosse a necessidade de serem ouvidos, depois de tanto tempo isolados e se deteriorando. Acho que eles só queriam um pouco de atenção, rsrs.
Enfim, um bom conto, interessante e curioso, mas com linguagem um pouco formal e rebuscada demais. Parabens e boa sorte no desafio!
RESUMO:
Catedrático compra um livro em um antiquário e resolve estudar suas palavras e o mapa que o acompanhava. Segue em uma aventura em busca de Vinland (no Canadá) e se depara com estátuas de monstros e deuses. Encontra uma passagem no pé de uma montanha e atravessa sentindo-se aquecido, cruza túneis e mais túneis até que Aquilo chega. Aquilo parecia-se com um monstro “de enorme corcunda, como uma gárgula nascida no alto das catedrais em anos góticos”. Aquilo conta a sua história e o homem é largado no cume da montanha. Sobrevive, volta ao acampamento e percebe que seus companheiros foram mortos. Novamente é levado pelas garras e asas das estranhas criaturas, até a Irlanda, onde se vê transformado em um deles.
AVALIAÇÃO:
Conto de terror que se desenvolve por meio de muitas descrições e menos ações. Muito bem escrito, não apresenta falhas consideráveis de revisão. No entanto, o ritmo da narrativa sofre com o ralentar dos detalhes apresentados como forma de apresentar ao leitor o quadro geral da trama. Nota-se um trabalho cuidadoso quanto à apresentação dos fatos relatados, como uma espécie de manual de História. Pode se tornar um pouco cansativo para o leitor, mas sem dúvida, o texto apresenta alta qualidade.
Não sei se imaginei demais, mas pensei que Aquilo fosse afinal o corcunda de Notre-Dame que encontrou seu pouso em uma igreja gótica na Europa. Talvez um corcunda/monstro da Irlanda?
Boa sorte no desafio!
Um antropólogo, instigado por um livro antigo, parte em expedição para um local costeiro e inóspito no Canadá onde descobre uma civilização de seres fantásticos diversos em Vinland. Ao adentrar em catacumbas um desses seres revela o passado muito remoto de sua existência e porque estão refugiados naquele lugar. No retorno, sua expedição foi chacinada e as provas destruídas, restando somente o protagonista que foi levado de volta a Europa, hospedando um ser.
Não gostei dos termos em inglês no início, mas o conto é bem envolvente e a narração no estilo lovercraftiano bem executada e a história e revelações ficaram boas. Gostei Bastante!
A história de um sujeito que vai atrás de uma cidade perdida com uma expedição e encontra uma raça de seres estranhos e disformes com os quais tem uma longa conversa.
O conto tem seus méritos e deméritos. Algumas passagens me parecem bastante arrastadas e falta-lhes certo dinamismo. Me parece que o autor opta por uma perspectiva narrativa lovecraftiana, no entanto, vejo que falha ao colocar os horrores no holofote. Talvez esse seja o maior problema. Os monstros aparecem demais. Eles poderiam estar menos presentes na trama e isso concederia melhor efeito em relação a suas presenças. Apesar de tudo isso, o autor demonstra um claro domínio da linguagem, além de ser capaz de compor belas imagens por meio de suas descrições.
Bem diferente este conto.
achei interessante.
Parabéns.
Um arqueólogo descobre uma legião de seres de todas as formas (a que se refere o título): “Somos ígneos, transparentes, voláteis… monstros… beldades… tantos… ou apenas alguém como eu, indecifrável a mim mesmo; todos estranhos. Nossa raça beira ao colapso”, que matam todos da expedição, um habita o seu corpo e é levado de volta para a Europa.
A história apresenta uma série de situações identificáveis ao leitor. Nessas cenas, o ritmo calmo e constante usado não confere tanto impacto e tenho a sensação de ver a intenção de emotividade, mas não chego a sentir. Contudo, traz algum envolvimento, mais por ser um tema que desperta o sobrenatural de cada um e remete ao bem X mal, anjos X demônios e até aos deuses-astronautas e a questões filosóficas: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?
A revelação final vem de forma mansa, sem surpresas e com certa previsibilidade.
Resumindo: conto bom, identificável, reflexivo, bem escrito, mas um tanto pretensioso, pelo vocabulário rico, pelas frases de efeito, pelo estilo grandiloquente, pelas referências religiosas e históricas, pela ambientação.
Essas falhas gramaticais me incomodaram: “À rigor” – rigor é uma palavra masculina, sem a crase; “,me invadiu a” – não se inicia oração com pronome oblíquo átono.
Parabéns pelo trabalho. Boa sorte na Liga. Abraço.
Edward Prendick, paz e bem.
O conto narra a aventura de arqueólogo, que adquiriu um livro em um antiquário com o intuito de estudar lugares esquecido. Ao iniciar a leitura achou o livro tedioso, depois fixou no que fora revelado sobre uma cidade mística, inclusive encontrou um mapa. Ficou um ano na preparação do projeto em uma universidade, depois tomaram um navio que partiu da Inglaterra em direção ao Canada. Até que chegaram ao local indicado pelo mapa, sendo que o local era inóspito. Enfim estabeleceram-se no local. Então o arqueólogo se afastou dos amigos e vagou sozinho pelas ruínas de uma cidade com arquitetura Inca. Depois encontrou estatuas horrorosas e outras de beleza estrema. Voltou ao acampamento e avisou os companheiros, em seguida se instalaram nas imediações do sitio. Mais uma vez o arqueólogo vagou e entrou por uma fresta em outra parte fora dos mapas e encontrou uma espécie de catedral. Desta vez um monstro voando veio em sua direção, uma espécie de gárgula e o arqueólogo começou a entrevistar o monstro peludo. Então o arqueólogo já com medo viu milhares de outras formas de vida, que após tocarem nele o enfraqueceram, em seguida mataram todos seus amigos. Por fim levaram para a Irlanda, apenas o arqueólogo preso nas garras de uma das criaturas, ele estava vivo, olhava para o céu e via apenas sombras.
Não encontrei erros na estrutura do conto.
Achei o começo parecido com o filme Viagem a Ilha Misteriosa e apesar da ideia inicial ser a mesma, seu conto é completamente diferente do filme, inclusive achei sua ideia original e bem narrada. Seu enredo também pode se tornar um belo filme, tem ação, isso é bem legal de assistir, imagino todas as criaturas descritas por você no cinema.
Boa sorte!
RESUMO:
Um mestre em antropologia investiga através de um livro raro, escrito em 1826 a cidade mítica de Vinland.
Após um ano de estudos e preparativos, uma expedição é formada, saindo de Liverpool até o Canadá.
Ao final do sétimo mês o arqueólogo acredita ter encontrado Vinland reduzida a destroços. Se aprofundando nessas ruínas descobre estátuas que ele presume sejam deuses daquela antiga civilização – deuses horrendos, mas também encontra em paralelo estátuas de seres belíssimos. Conclui que Vinland tinha a alma dividida entre o horror e a beleza.
A partir daí, o personagem que conduz a narrativa traz impressões religiosas e julgamento de valores, ideias não condizentes com um sujeito que declaradamente estuda civilizações.
O explorador descobre uma caverna e dentro dela encontra AQUILO uma criatura monstruosa e simiesca que esclarece que todos ali eram o povo de Vinland. Um povo ancestral a vida na terra que transou com todo tipo de criatura, inclusive humanos. O explorador ao invés de ficar encantado com sua descoberta se abriga em Deus e espera a morte. A morte que alcança seus companheiros de expedição, todos destroçados, todas as provas destruídas. Somente ele sobrevive e é levado por AQUILO de volta a Europa.
CONSIDERAÇÕES:
A escrita é maravilhosa. Não sei se por estilo, ou propositadamente, a narrativa se aproxima de uma linguagem próxima daqueles escritores clássicos e antigos. Não é uma crítica, que fique bem claro! O reparo que faço é, (somente por questões pessoais), o maniqueísmo explícito da narrativa; os deformados são demônios, pagãos e sem Deus cristão para os iluminar. Tirando essa opinião pessoal o texto é ótimo!