Além de uma pequena vila, havia uma bela casa, junto de uma represa, cercado por pastagens e onde crescia um imenso coqueiral, uma estradinha seguia até a entrada do portão, ladeada por frondosas mangueiras cheias de frutos. Uma menina, que era criadora de porcos, estava a derrubar as mangas maduras para alimentar os animais. Assustada, viu o patrão chegar a cavalo em grande algazarra, seguido de vários cavaleiros. Apressada, tocou-os do caminho para os lados, mas tão rápido estavam eles que, ela mal teve tempo de pular tentando subir na árvore. Era ainda criança, pequena, delgada, belo rostinho com olhos doces e meigos.
Mas os homens a galope e, por pura por maldade, atiçaram os cães nos porcos que correram em disparada pelo pasto, fazendo a pobrezinha cair no meio dos animais em uma poça de lama.
– Que cena mais engraçada – disse o mais velho dando risada.
– E o seu rosto está coberto de lama – acrescentou o outro.
– Agora é uma porquinha também – diziam rindo até não poder mais.
– Uma porquinha magrinha demais – concluiu o velho.
Os cachorros latiam. Assustada a pobrezinha derrubava grossas lágrimas soluçando sem parar.
Enquanto a menina ficava tentando se levantar, um jovem vendo a cena não achou graça nenhuma, conseguiu segurá-la, era o filho de um fazendeiro que pretendia comprar terras por aqueles arredores, estava participando da caminhada para conhecer as terras junto ao pai.
Pobre criança – disse o moço – desculpando-se pelo o que lhes disseram levantou-a do chão. Não conseguindo limpar seu rosto, por causa da lama, recolocou o lenço no bolso, tirou uma flauta e lhe tocou uma linda canção. Sabia que os valentões ainda pagariam pelo mau comportamento.
Seguiram todos em direção a casa, foram recebidos pelos empregados que os esperavam com uma grande festa regada a cerveja e vinho . O jovem foi chamado ao salão para tocar sua flauta; como se recusava, pediram para trazer a menina dos porcos ao salão, quem sabe estava apaixonado por ela?
Preocupado que trouxessem a pobrezinha para servir de zombaria, resolveu a contra gosto atendê-los. Mais tarde, o patrão bêbado mandou servir vinho em um penico a um dos seus funcionários, e acharam a brincadeira engraçada, veio o baralho, perdeu como de costume mais uma vara de porcos.
José e Benjamim por fim saíram do casarão, que o pai chamou de lugar impróprio para um jovem como o filho frequentar.
No quintal a pequena criadora de porcos o cumprimentou agradecida. Estava limpa e trocada, a beleza de Dandara então foi notada pelo jovem Benjamim, que se encantou com sua pele queimada do sol e lindos cabelos negros e encaracolados.
Passaram-se os anos, a velha mangueira floresceu e se encheu de frutos por quatro vezes mais, e naquela casa tudo acabou mal com os jogos e festas, o fazendeiro teve que vender a propriedade a um nobre que, não era outro senão o pai do flautista.
José, era um homem honrado e trabalhador, que ao tornar-se o dono da terra não permitiu que fizessem desfeita aos empregados. A menina cresceu, frequentando a escola que o patrão levantara na vila, e a esposa que era professora, ensinava crianças e adultos, contribuindo com a mudança de vida de tantos em Mangueiral do Norte.
Benjamim casou-se com a bela jovem Dandara. A casa passou por reformas, e nas terras plantaram um grande mangueiral, tornado-se um lugar cheio de flores e felicidades. Um pintor fez o quadro da linda esposa e sua família.
E na casa grande nunca mais houve qualquer destrato aos servidores, que recebiam sua parte na criação dos animais e nas plantações.
O velho era honrado e respeitador, a família querida e festejada por todos na região. E o tempo passou muito depressa para tanta felicidade.
O bisneto, agora dono da casa e médico formado na capital, ao passar pelo salão faz um momento de silêncio, depois toca em sua flauta uma música suave e apaixonada, que foi composta pelo avô para a linda morena que sorri agradecida no quadro da sala.
Uma menina que cria porcos e é maltratada por todos. Conhece um jovem rico que se apaixona por ela. Passa um tempo e os jovens se casam e vivem felizes.
***
Eu achei um plot parecido com novela da Globo, mas sem o tempo para desenvolver a história. Isto deixou o texto raso, o enredo é quase jogado ao leitor, ou seja, este não tem tempo para criar vínculo com os personagens ou tirar suas próprias conclusões. Sugiro ao autor levar o desenvolvimento de personagem e história em consideração num próximo texto. Boa sorte.
A CIRANDA DO CORPO E DA PAREDE
RESUMO
O menino joga um vídeo game bem confuso; as passagens no jogo não são claras; para quem as joga talvez, mas para quem as lê, não; apesar de jogos de vídeo game serem rápidos para quem os joga, quando se expressa contando alguém, a imaginação do leitor remete às imagens contadas.
COMENTÁRIOS
Creio que, para quem joga vídeo games com frequência seja uma leitura legal pelo dinamismo. Mas o texto é bastante confuso.
Resumo: Uma menina que jogada à lama por homens rudes. A moça é ajudada por um rapaz que passava para comprar terras por ali, como a moça estava suja o rapaz não vê seu rosto. Mais tarde, na casa dos valentões, o rapaz é convidado a tocar sua flauta. Ao sair, encontra a moça e percebe quão linda ela é. Depois, o flautista casa-se com a moça.
Considerações: Achei uma estória muito simples com enredo mais ou menos. Não vi terror, mas achei-a bem singela e agradável de ler. O enredo faltou um pouco mais de capricho, alguns trechos parecem vagos. Tem alguns problemas na revisão.
RESUMO: Uma jovem criadora de porcos, próxima a uma bela casa, é surpreendida com a chegada do patrão e outros cavaleiros, que espantam os porcos e zombam da menina ao vê-la cair na lama. Um dos integrantes da comitiva compadece-se da jovem e toca uma canção em sua flauta para ela. Depois de alguns anos, o dono da casa, mau patrão, após se atolar em dívidas, vende a propriedade para o pai do jovem flautista, e este se casa com a criadora de porcos. As gerações desta família colhem bons frutos das boas ações do patriarca, propiciando que um dos seus bisnetos, agora dono da casa, médico formado na capital, desfrute, ao som de sua flauta, do belo quadro da família na sala.
CONSIDERAÇÕES: Achei o conto curto, dando a impressão de que o escritor/a escritora estava com pressa. O autor/A autora poderia ter aproveitado para acrescentar detalhes e esclarecer alguns pontos. Exemplo: os nomes de dois personagens foram jogados no meio do conto sem contextualização, apenas mais adiante consegui decifrar quem eram. Consegui identificar no desfecho, embora muito secamente desenvolvido, uma meiguice e ar interessante do olhar do personagem para o quadro da família na sala. Mas, apesar do potencial latente que essa cena possui, não teve grande impacto na leitura, uma vez que foi descrita, assim como o conto todo, muito rapidamente e sem detalhes necessários que arrebatassem o leitor. Eu gostei da ideia/história do conto, porém, na minha opinião, ela não teve o desenvolvimento que merecia.
Boa sorte na competição. 🙂
Resumo: Uma garotinha sofre bullying… um rapaz vem acudí-la. Eles vão numa festa. O dono do local é meio sacana, ele perde tudo, o pai do jovem que acudiu vira o novo dono, a menina casa com o rapaz que a acudiu e vivem felizes para sempre.
Originalidade:
Tem bem uma pegada das histórias infantis. Apesar de utilizar várias situações comuns de outras histórias, achei que ela conseguiu ter uma identidade própria, em nenhum momento senti como se fosse só ‘mais uma’.
História:
A história é bem simples. É um conto de fadas da garota que conhece o seu príncipe. Não é meu tipo de história favorita, mas eu gostei. Só achei que a história podia ter aquela clássica ‘moral da história’, tanto que quando acabou eu fiquei surpreso ‘mais já?’.
Manja das letras:
Sim! A história está muito bem contada. Agradável de ler, não percebi erros. O texto é fluído e interessante.
Leria pro filho?:
Sim! Só senti falta da lição de moral que comentei ali em cima. Mas é sim uma história infantil!
Veredito final:
Um ótimo texto. Simples, porém agradável. O texto está muito bem feito e dentro da tema do desafio. O pior de se escrever um texto infantil aqui é que ele será avaliado por adultos, então fica difícil a gente fazer um texto realmente infantil, pelo menos eu senti isso, mas você conseguiu criar um conto que tranquilamente pode ser apreciado por todas as idades.
Um conto simples, mas com uma bela mensagem; A vida não é só dramas, derrotas, desencantos e tragédias. A felicidade também está nas coisas simples.
Um bom conto
você escreveu um conto singelo e gostoso de se ler. Achei que algumas partes precisavam de maior verossimilhança, mas, de repente, isto se deu apenas por conta dos meus olhos chatos. Receba o meu abraço fraterno, Fernando.
Resumo:
Moça criadora de porcos sofre com bullyng. Aparece um príncipe encantado, tocador de flauta e filho de nobres, que a trata bem e se apaixona. Quando o pai do flautista compra a fazenda onde ela trabalhava os dois vivem felizes para sempre.
Comentários:
Um conto de fada talvez fosse a intenção. Boa intenção, uma espécie de conto de fadas à brasileira. Porém, parece haver pressa em contar a história. Não se desenvolvem os personagens, e ninguém faz nada durante ela, as coisas acontecem as personagens. A criadora de porcos sofre e é recompensada, inclusive com um casamento, ao que parece. O tocador de flauta é filho de alguém, este sim, o pai nobre, faz algo que é comprar uma fazenda de alguém que quebrou. Há os personagens e um desfecho, mas não há os outros elementos de uma narrativa.
Conclusão:
O ponto central já disse anteriormente, os personagens nessa história não agem, isso tira o interesse, já que eles não fazem nada, só são passivos as ações dos outros, não posso torcer ou esperar que um bom desfecho aconteça. Num conto infantil tenho muitas ressalvas sobre isso, e não ia querer contar essa história para os meus filhos.
Resumo: A Criadora de Porcos e o Tocador de Flauta (Miranda Raja)
Um conto infantil ou infanto juvenil que tenta passar uma lição sobre Bullying e sobre diferenças sociais, mas que peca pelos excessos, também pelo excesso de personagens em um curto espaço de tempo, infelizmente. Começa com uma menina sofrendo bullying por ser cuidadora de porcos, mas que conhece seu “salvador” o filho de um homem que procurava novas terras para comprar, entretanto temos uma quebra de cena estranha quando o menino e a menina de repente estão em um ambiente cheio de cervejas? Isso pegou mal, para um infantil ou juvenil. Bem, mas depois temos uma série de atropelos e tropeços que infelizmente não fecham o enredo fazendo uma verdadeira salada mista, por exemplo a flauta que em nada combina com o ritmo da história, acho que poderia ser outro instrumento, sei lá…
Quanto a gramática encontrei esses possíveis deslizes:
Mas os homens a galope e, por pura por maldade – por pura maldade
derrubava grossas lágrimas – tentei imaginar isso, pode ser culpa minha, mas o “grossas” não caiu bem, mas reitero, pode ser por minha culpa.
Enquanto a menina ficava tentando se levantar – Enquanto a menina tentava se levantar
resolveu a contra gosto – contragosto
Avaliação:
Infantil ou infanto juvenil: de 1 a 5 – Nota 1 (Falhas muito grandes para mim, principalmente a cerveja e a repentina inclusão de um ambiente adulto antes da resolução, o conto poderia seguir a linha inicial e ter uma linearidade)
Gramática – de 1 a 5 – Nota 3 (Alguns erros e opções do autor incomodam, conforme trechos separados acima)
Narrativa – de 1 a 5 – Nota 3 (Ainda é uma narrativa crua, carecendo de uma maior lapidação, nota-se que o autor(a) sabe contar uma história, mas precisa de mais tato, ler mais para conseguir isso, talvez tenha sido a escolha do gênero, eu mesmo senti bastante dificuldade, mas também sou teimoso também, nem esquente, não está sozinho nessa)
Enredo – de 1 a 5 – Nota 2 (A ideia tinha tudo para ser boa, como A Menina e o Porquinho, mas infelizmente as escolhas do autor(a) não foram as melhores e o conto se perdeu)
Personagens – de 1 a 5 – Nota 2 (Para mim, mas uma vez pelo excesso de personagens, nem mesmo o menino e a menina chegam a cativar, a menina pouco fala e o menino que é o mais personagem mais forte não sustenta a história e narrativa sozinho.
Título – de 1 a 5 – Nota 3 (Não curti o título, talvez apenas “A Criadora de Porcos” mas realmente a flauta não bateu, para mim ficou um casamento ruim com o estilo da narrativa e ambiente. Pode ser preconceito meu.
Total: 14,0 pts de 30 pts
Resumo = Um grupo de cavaleiros maltratam uma menina, criadora de porcos, que encontram. Um jovem tocador de Flauta, filho do futuro dono das terras, a defende. Quando ela cresce os dois se casam e vivem felizes para sempre.
Comentário = Um bom conto para crianças, onde a bondade reside e os bons valores são ressaltados e brindados com coisas boas.
As maldades serão punidas com o tempo. Sem contar que ressalta a queda pelo abismo daqueles que são viciados em jogos de azar.
Uma pequena cuidadora de porcos é ridicularizada e desrespeitada por cavaleiros, que se divertem às suas custas. Dentre eles, um jovem flautista e seu pai saem em defesa da garota. Com o passar do tempo, pai e filho se tornam poderosos, a despeito daqueles que atacavam a cuidadora de porcos.
A história remonta à tradição dos contos de fadas, aos tempos de nobres e seus vassalos. Uma narrativa que tem potencial para cativar o público alvo das histórias infantis. Sugiro ao autor, ou à autora, uma revisão mais apurada no texto. Não tanto por questões gramaticais, mas, sobretudo, por estilo. Há frases longas, confusas e cuidados que podem deixar seu texto mais elegante.
Resumo: Dandara é uma menina que cria porcos. Ao passar por um humilhação, é salva por Benjamin, flautista e filho de um fazendeiro. Eles acabam se casando, e tendo filhos e netos.
Sobre o texto: Gosto de ver construções clássicas, isso foi um acerto. Como conto infantil, acho que não funcionou. Veja bem, não ficaria claro para uma criança se jogos e festas são ruins ou não (” tudo acabou mal com os jogos e festas”, e depois, “a família querida e festejada por todos”), e muito menos se Dandara e Benjamim tem idades próximas ou não (Benjamim chama Dandara de “pobre criança”, como isso é possível?). Quem é José, e qual seu papel na história também não fica claro, tendo em vista um público infantil (um parágrafo começa assim: “O velho …” que velho?). Tudo isso causa uma confusão dos diabos. Acho que vale rever estes pontos. Para adultos também não funciona, visto que não temos elementos fantásticos e nem mensagens mais sofisticadas, como em “O sobrinho do Mago”, do Lewis.
Sua narrativa é boa e muito elegante em algumas passagens, mas faltou um olhar além. Vale a pena investir.
Bom desafio!
Olá, autor! Resumo: menina criadora de porcos é humilhada por um grupo encabeçado por seu patrão, numa fazenda. O lugar é vendido para um homem bondoso, cujo filho se casa com a menina, agora crescida. O novo proprietário trata bem os empregados e investe na educação deles. Todos ficam felizes.
A escrita tem clareza e a revisão é boa. O problema é que falta um toque mais literário: na maior parte do tempo a impressão é de que se trata de uma sinopse de um romance. Também não me parece existir um conflito, algo a ser superado, além do incidente logo no início. Tampouco há descrições de ambientes, sentimentos, ou diálogos. Assim, é até uma leitura leve, agradável, mas falta trama e emoção.
Dicas de revisão e gramática: homenspor pura por maldade – por pura maldade.
Parabéns e boa sorte!