O menino gostava do dia. Acordar cedo, lavar o rosto em água fria, — bruuuuu —, e então, de mãos dadas com o pai, sair para buscar o pão fresquinho na padaria. O menino gostava de pão. E de voltar para casa, um olho no pacote quente abraçado ao peito, o outro no chão, em busca de pequenos tesouros. Uma pedrinha aqui, uma moedinha acolá caída no meio fio. — Isso! — o menino falava assim. Era um “isso” para cada novo tesouro encontrado e, “oh-oh”, era o som que fazia ao perceber que amassara o pacote de pães inteirinho, ao se abaixar para pegar a moeda na calçada.
— Oh-oh.
O menino gostava da noite. Sentar com a mãe depois da janta, ela, olho nas notícias, ele, na lição. — Ish,matemática. — O menino gostava de matemática. Mas adorava dizer “ish”, só para chamar a atenção para si e mostrar o quanto era bom naquilo de somar e multiplicar. — Issssooo!— Era assim que omenino falava. Era um “issssooo”, acompanhado de um levantar de braços, as mãos fechadas em comemoração, para cada nova questão solucionada. — Oh-oh. — Naquelemomento, também lançava mão de seu “oh-oh”. O caderno fechado, já solucionada a lição, era hora de ir para a cama.Mas, não sem antes tomar o seu leite, quentinho… E com chocolate.
— Isso!
Costumava ser feliz aquele menino de “issos e oh-ohs”. Gostava de bola, e dos finaisdesemana, quando jogava contra o time dos mais velhos, no campinho daquele prédio onde agora passara a morar. O rosto suado, as bochechas pegando fogo, sentia forte a dor da bolada no estômago, segundos antes de agarrá-la firme com as duas mãos. — Ufffff… — Soltava o ar, baixinho, sem que nenhum dos mais velhos percebessem, pois não queria perder a sua posição. Gostava de ser o goleiro, e sentia-se orgulhosocom o pai olhando lá de cima, da janela, na hora em que vinha o grito. —Gooolllll. — Para o seu time, claro, porque o goleiro adversário era ótimo em levar para casa sempreum belode um frango.
— Oh-oh!
Não gostava de frango aquele menino feliz. Na casa da mãe, durante a semana, era vegetariano. Nesses dias, gostava de verde e de mato, como costumava desdenhar o pai. — Afff. — O menino repetia, pois achava graça em ver a mãe dizer assim, revirando os olhinhos toda vez que lembrava que o pai chamava a salada de mato. Então, não contava a ela que no final de semanacomera churrasco, pois sabia que se zangaria e, assim, nesse instante, seria responsável por um desencadear barulhento de tudo aquilo de que, definitivamente, não gostava.
Não gostava de brigas ou de gritos, tampouco de viver assim, ping-pong para lá e para cá. Ora com sua coleção de tesouros, ora não. Ora, proibido de comer carne, outras vezes, com medo da anemia anunciada, se continuasse sem proteína. Ora azul, ora rosa. Por vezes seu gato, em outras o peixinho.
Nessas horas…— Ahhhh… —Sentia-se ao meio e, se pudesse, se dividiria, ele mesmo, em dois. Um pedaço de menino para cada lado. Pois, se é que havia uma coisa de que realmente não gostava, era de ver dividida a vida que, até aquele dia, acostumara-se a chamar de família.
— Oh-oh!
— Ei, cuidado! Você não olha por onde anda?
Olhava, mas é claro que sim. Vivia à procura de seus tesouros por onde quer que andasse.Mas, naquela hora, não. Naquelemomento, estava concentradíssimo em encontrar um modo de não mais ser o que era. Não queria mais ser um menino, mas sim, dois. Quatro divididos por dois, igual a dois. Dois divididos por dois, igual a um.
— Isso!
Mas e o três? Como seria o três, se igualmente dividido por dois? O menino não sabia. Ainda.
— Oh-oh…
— Por que se preocupa tanto? Você é o i.
Uma voz fininha chamava-o para fora de suas reflexões.
— Pense comigo, família tem sete letras… Três para cá, três para lá, e ali está você, um i, bem no meio de todo o mundo.
—Fam+í+lia.
O menino achou graça do que dizia aquela voz. De onde vinha? Olhou para um lado, para o outro, e nada. Não havia ninguém com ele ali, no campinho do futebol.
— Ninguém, exceto eu.
A bola.
Estremeceu chutando-a em direção ao gol. Gostava de chutar bolas, gostava muito, apesar de ser goleiro e de detestar frango.
— Ei, cuidado.
Aproximou-se. A bola falava com ele. — Ohhhh. —Deixou escapar, sem querer. Na hora do espanto sempre dizia “ohhhh”. E aquela era uma hora de puro espanto. Não entendia,talvez já estivesse anêmico e delirasse, lembrava daquilo que o pai não cansava de repetir.Ser anêmicodevia ser algo realmente muito ruim, a julgar pela careta que este fazia ao dizê-lo.
— Acontece que eu não sou uma bola.
Aproximou-se ainda mais e…— Uau…— A bola não era bola, mas sim, outra coisa.
— Um tatu!
— Está enganado. — Aquele tatu tinha a voz realmente fininha. — Não sou um, mas, uma.
— Uma? — Aquele tatu, era menina. Tatu-fêmea, como logo descobriria.
— Está enganado número dois. Não sou uma menina, mas, sim, uma vovó.
Uma tatu-fêmea e bem velhinha, o menino aprendia depressa, mas, ainda mais uma vez, estava enganado. Esta não era uma tatu-fêmea bem velhinha. Não apenas uma, mas a. Esta era a tatu-fêmea bem velhinha, pois ela era a Vovó.
— Você é minha avó?
— Mas é claro que não. — A Tatu ria com um estranho som de “rsrsrsrrsrs”.
— Oh-oh…
— Eu sou a sua filha.
Filha? O menino agora estava realmente confuso, ou quem sabe, talvez, confusa estivesse aquela tatu velhinha que, não só dizia ser sua filha, como afirmava, também, que fora ele mesmo, no futuro, quem a mandara procurá-lo ali mesmo, no campinho.
— Filha?
— Minha nossa quantas perguntas… Você não me avisou que seria assim…
— Eu?
— Ah, deixa para lá, vamos, no caminho eu explico tudinho. Você não tem tempo a perder.
— Tempo?
— Vai repetir tudo o que eu digo?
— Sim, não, quer dizer… Onde vamos?
— Encontrar a árvore que divide o mundo, onde mais?
Árvore?
O menino continuava confuso, mas a seguiu. Correu atrás da tatu chamada Vovó, que dizia que ele, no futuro, também um velhinho, com 30 anos, seria veterinário e a resgataria do caminhão de um homem muito, mas muito mau.
— Isso!
O menino, agora, sentia-se herói. E um herói, ele sabia, tudo podia. Encontraria a tal árvore que dividia o mundo e, de algum modo sentia, descobriria um jeito de não mais ser um i no meio do mundo. Seguiria Vovó por onde quer que ela fosse, e, no fim da jornada, inventaria um modo de unir dia e noite, céu e terra, carnes e saladas, feriados e finais de semana, peixinhos e gatos. Bem, estes, talvez não… Mas o resto todo, sim. Tudo junto. Tudo um. E seria feliz, para sempre.
— Não vai dar.
— Oh, oh…
— Sério, sério, não vai dar.— A tatu parecia confusa.
A jornada nem começara e a coisa já parecia tão complicava. Que caminho tomar? Vovó não se lembrava. E rolava para cá e para lá em busca de uma pista que, certamente, não estava ali. No campinho do prédio onde morava nos finais de semana, não havia árvore alguma. Não. Ali, apenas um gramado pequenino, servia de local para os cães fazerem xixi. Mas, Vovó não era um cachorro. E o menino, por mais que insistisse com a mãe, não tinha um cão de verdade, mas sim, e apenas, um cãozinho de pelúcia, além de seu peixe, o agitado SenhorBeta. No apartamento do pai, por outro lado, tinha um gato. Um bichano gordo e de olhos brilhantes.Mas os gatos, como todos sabem, nem sempre se dão bem com os cachorros.
— Nossa menino, calma… Você pensa demais,assim me desconcentra… Deixe-me ver…O caminho deve estar por aqui. Sim, por aqui em algum lugar.
— Mas onde?
— Ei, essa pergunta é minha… Onde?
Não sabia por onde começar aquele caminho que entendia onde terminaria, na árvore que dividia o mundo. Quem sabe se começassem pela garagem. O menino gostava da garagem. Era para lá que ele e seus amigos se dirigiam quando queriam viver uma aventura. Sim, no estacionamento do edifício havia cantos misteriosos e escondidos dos olhos dos adultos, sempre atentos e prontos a proibir suas peripécias. E era lá, nesse esconderijo, que sua viagem com Vovó começaria.
Então, entraram no elevador.Quem os visse assim, desejariaum bom final de tarde ao menino tentando apertar o botão no painel, sem soltar sua bola, embaixo do braço.
— Oh-oh! A garagem fica para baixo.
— Eu sei. Acontece que precisamos alcançar o céu. A árvore que divide o mundo é muito alta, e, se formos por baixo, se cavarmos…
— Mas não é isso que os tatus fazem?
— Se cavarmos, ficaremos presos no labirinto de raízes.
O menino gostava de labirintos. Comprava revistinhas com a mãe, no caminho de volta da escola. Adorava pegar a caneta e passear pelos espaços, tentando encontrar uma saída, enquanto vivia incríveis histórias imaginadas.
— Ei, cuidado! Pisar em estrelas dói. Elas são pontiagudas…
— Estamos no céu?
— Eu não sei. Foi você mesmo quem me deu o mapa.
— Ui.
— Eu avisei…
— Pisar em estrelas dói. — O menino repetia o que acabara de aprender com Vovó. Mas, aquilo não doía, na verdade, o toque das estrelas em seus pés causavam-lhe riso e cócegas. — Uaha-ha-ha-ha-ha — Era assim que fazia o menino quando ria.
Olhou para baixo. — Uau! — A cobertura do prédio era mesmo muito alta. Dali, podia ver o mundo todo. A padaria, a fumaça saindo pela chaminé, sua casa com a mãe em dias de semana, bem mais próxima do apartamento do pai que imaginara, e, bem no meio do caminho entre elas, sua escola. Algumas árvores, nenhuma delas, porém, tão alta quanto deveria ser aquela pela qual procurava.
— Oh-oh.
Olhou para cima. — Uau… — O menino gostava daquilo, estrelas, cometas, constelações cintilavam ao seu redor. A luz que via, aprendera na escola, vinha de um tempo muito distante. Muitas daquelas estrelas, naquele dia, talvez já nem mais existissem. No meio de tudo, bem no centro das galáxias, algo, no entanto, chamou a atenção de ambos. Duas imensas estrelas verdes acompanhavam cada um de seus movimentos.
Para lá.
Para cá.
Piscando, vez por outra, preguiçosamente, e…
— Miau.
— Miau?
Era esse o som de seu gato. Era assim que soava o Senhor Bichano, ao encontrar a lagartixa que caçava todas as noites no vão da parede.
— Miau.
O menino gostava muito do Senhor Bichano, mas ali, naquele momento…
— Oh-oh…
— Não, isso não é bom…
—Definitivamente, não.
— Seu mapa, Menino, devo dizer, está mesmo muito errado. Nós não estamos no céu, mas, dentro.
— Dentro?
— Dentro da árvore…
— Dentro?
—Viemos parar bem no centro dela.
— Ahhhhhhhh. — Era assim que soava o menino enquanto caía do céu, por dentro do tronco da árvore. O menino não gostava de cair. Mas a Tatu, talvez sim, pois o som que ela emitia ao gritar era exatamente o mesmo que fazia ao gargalhar. — Rsrsrsrsr.
E caíram. “Ahhhhs e rsrsrsr” ecoando juntos, bem no centro do oco daqueletroncomonumental, até que, finalmente, “ploft”, caíram ambos em algo fofinho. O menino gostava de coisas fofinhas. Gatos, cachorros, mesmo os de pelúcia, nuvens, almofadas recheadas de bolinhas de isopor e algodões-doces, eram seus fofinhos preferidos.
— Ei, cuidado! Podemos ficar perdidos para sempre no emaranhado de raízes.
— Estamos nas raízes?
— Eu já disse, eu não sei. É você o dono do mapa.
— Mapa?
— O do labirinto…
— Labirinto?
— Lá vem você com essa mania de repetir tudo o que eu digo.
Um labirinto. Embora ainda confuso, o menino, de algum modo, sabia o que fazer. Olhou para baixo, um emaranhado de fios se enroscando como macarrão em um imenso prato fundo. O menino gostava de macarrão. A Tatu não. Mas ambos estavam com fome. “Ronc”, era esse o som de seus estômagos, agora que lembravam que tinham fome. Ele pensava no delicioso macarrão de sua mãe. E Vovó, em ração, pois, embora fosse uma tatu-fêmea, acostumada a comer insetos na floresta, aprendera com o menino já velho de 30 anos lá do futuro, que, para ela, era saudável e saboroso comer ração. “Ronc”.
O menino sabia que não seria fácil encontrar o final de um labirinto de macarrão. Cada um dos espaguetes enrolados no prato tem uma ponta, e, para cada uma delas, há outra, do lado oposto. Realmente, pensava demais aquele menino que gostava de macarrão. Mas, a Tatu, não. Ela esperava pacientemente, que seu pai menino chegasse a uma conclusão. Em meio ao molho, nadando, o menino pôde avistar o Senhor Beta. — Blu-blu-blu. — Faziam suas nadadeiras ao deslizar na água.
— Isso!
Tinha mesmo muitas ideias, porém, mais que isso, sabia queaquele não era um labirinto de macarrão, mas sim, de raízes. O menino gostava de ciências, assim, entendia que todas as raízes, cada uma delas, os levaria a um único lugar. O início do tronco da árvore. Mas, não o da árvore que dividia o mundo, e sim, agora percebia, o daquela que dividia o aquário de seu peixinho.
— Oh-oh…
Nadaram, nadaram e nadaram… Era madrugada quando chegaram à superfície, respirando nas bolhas de ar produzidas pelo rastro do Senhor Beta. Noite de semana, era dia de ficar com a mãe. E foram recebidos, Menino e Tatu, pelo cachorro a abanar o rabo. Mesmo de pelúcia, aquele era um cachorro muito amigo.
De volta à casa. Não a do pai, mas, agora, a da mãe, o menino estava pensativo.
— Ela não existe, não é?
— Quem?
— A imensa árvore que divide tudo.
— Ora, se foi você quem me deu o mapa, menino. Mas agora, ele está todo molhado… Apagou.
Apagou.
E acordou com a mãe apressando-o, era hora de ir para a aula.
— Mas cadê a Vovó?
A mãe achou graça daquela história de que ficaria velhinho aos 30 anos, e que, sendo veterinário, teria uma tatutambém bem velhinha e de nome Vovó. Seu filho gostava muito de imaginar e jurava que, aquela, era sim uma história real.
Ou não?
Com o tempo, até o menino duvidava. Já não sabia se vivera, de fato, tudo o quanto contara à mãe. Não sabia. Osanos passavam depressa e logo acostumou-se ao vai e vem de ping-pong, para lá e para cá. Na verdade, agora, até gostava. Ali, amigos jogando futebol, lá, outros, brincando de encontrar tesouros, depois de salada mista, em seu tempo, saindo juntos para o cinema, para festas.
O menino gostava de ter amigos.
E estava crescendo.
— Isso!
Também com o tempo, aprendeu contas ainda mais difíceis do que aquelas de dividir. Aprendeu que era possível descobrir a parte de uma parte, que, proporcionalmente, fazia a diferença no todo das coisas. O menino crescia e gostava de achar graça da aventura vivida quando pequeno, imaginada ou não, em busca da divisão da vida.
Crescia. Mas, jamais deixou de ser como sempre foi. Um menino curioso que gostava muito de pensar no significado de todas as coisas. Divisão, diferença, saudade, separação, amor. Todas as coisas da vida, aos poucos entendia, eram feitasde dois lados.
— Quem vive na água, jamais poderá morar na terra… — Um dia, ao lembrar de seu antigo peixinho, chegou à conclusão de que a árvore jamais existira.
E começou, ele mesmo, já adulto, a fazer as próprias malas. Gostava muito da namorada, o menino já grande. Mas, preferia viver dividido que em guerra, brigando com ela o tempo todo. Desde pequeno, jamais gostara de gritos.
— Oh-oh… Mas quem ia ficar com Vovó?
E foi então, ao olhar no fundo dos olhos de sua filha, uma tatu que resgatara do caminhão de um homem mau, uma velhinha que sabia amar do jeito como ama uma criança, que finalmente entendeu. Jamais encontraria a árvore, aquele menino crescido, pois era ele. Ele mesmo, a própria árvore. Era ele, não o que dividia, mas sim, quem unia todos aqueles mundos, tocando com suas raízes, caules e folhas, o céu e a terra, o dia e a noite e, é claro, seu pai e sua mãe.
Afinal, ele era o i, letra sem a qual, a palavra família jamais estaria completa.
—Fam+í+lia.
E foi feliz.
Aquele menino árvore de 30 anos gostava muito de ser feliz.
…………………………………
Texto atualizado em 15/08/2019
Oi, querido,
Mas não era um sonho… De onde você tirou isso? ahahahah
Obrigada pela leitura carinhosa.
Beijos
Paula Giannini
RESUMO Um garoto de “Issos” e “Oh-ohs” vive dividido entre a casa da mãe, durante a semana, e do pai, no final de semana. Esse garoto encontra sua filha tatu que lhe diz que ele é o “i” de “família” e o leva para uma jornada em busca da árvore que divide o mundo. Porém, não consegue encontrá-la naquele momento, somente anos depois, pois percebe que ele mesmo é a árvore.
CONSIDERAÇÕES A história tem uma beleza inocente e com um final arrebatador. Apesar disso, o uso das expressões do protagonista ficaram um pouco repetitivas (compreendo a intenção de destacar essa particularidade dele). A relação entre o menino e a tatu foi muito bem elaborada e divertida.
NOTA 3,8
Ola, Gustavo, Obrigada pela leitura e comentário.
Beijos
Paula Giannini
Resumo
Menino extremamente imaginativo, ao fazer amizade com uma tatu, parte junto com ela numa jornada em busca da “árvore que divide o mundo” na expectativa de que, ao encontrá-la, pudesse juntar as partes da sua própria vida, dividida com a separação dos pais.
Aplicação do idioma
Neste texto o autor demonstra ótimo domínio do idioma, sem erros aparentes e com onomatopeias bem colocadas
Técnica
Técnica acima da média, com estilo narrativo personalizado, capaz de definir, indiretamente, o perfil do personagem e bastante apropriado ao gênero infantil.
Título
Título muito bom, cumprindo com louvor o propósito de “vender” o conto ao apelar para a curiosidade dos potenciais leitores.
Introdução
De imediato, o autor mostra seu estilo próprio e apropriado, plástico, colorido, audível, palpável…
Enredo
O enredo cumpre praticamente todos os preceitos de um bom enredo, é original, criativo e apresenta complexidade adequada ao gênero infantil, faltando, no entanto, mais força à trama primária, ou seja, àquela que concerne diretamente à aventura do menino e da tatu.
Conflito
Diria que há aqui dois conflitos, um secundário, implícito e que diz respeito aos “problemas” da criança filho de pais separados. O primeiro, mais explícito e básico e pertinente à aventura do menino é narrado de forma excessivamente leve, incapaz de inspirar ansiedade ou expectativa.
Ritmo
O ritmo é bom, ajudado pelo estilo e verve narrativa, no entanto prejudicado pela regularidade da narrativa que, em nenhum momento, assume um tom mais grave ou tenso.
Clímax
Entendendo-se que há dois conflitos paralelos, haveria de se esperar dois clímax, dois desfechos. No entanto, para ambos os conflitos, o clímax é tênue, quase inidentificável.
Personagens
Apesar dos personagens humanos positivamente estereotipados – positivamente no sentido de que muitos leitores mirins poderiam ali identificar a si mesmos, bem como aos próprios, ou aos colegas com seus respectivos -, a falta de especificidade (um corte de cabelo, um tipo físico, um jeito de sorrir, etc.) torna os personagens um tanto “opacos” e os distancia do “mundo real”. Faltam cores e outros aspectos literalmente concretos, físicos.
Tempo
O tempo é bem manuseado, incialmente com fantasiosas alusões ao futuro do personagem e, posteriormente, migrando o cenário para a vida adulta do menino (levando alguns de nós a pensar se não seria o menino o próprio narrador). No entanto, também falta alguma especificidade temporal capaz de atritbuir um caráter mais “real” à história.
Espaço
O mesmo pecado, falta especificidade, cor, dimensão, massa. O autor não é hábil em reportar-nos a cenários concretos.
Valor agregado
A proposta é excelente. A efetividade, questionável. Abordar o “drama” da separação parental sob a ótica da criança, bem como a busca da própria identidade na infância, é uma excelente sacada. No entanto, mesmo em se tratando de um conto voltado ao público infantil, as conclusões deveriam ser menos diretas e ficar mais a encargo do leitor.
Adequação ao Tema
Absolutamente afinado com o gênero infantil e enriquecido pelas nuances de realidade dividas com a fantasia.
Obrigada, Cirineu, pelo carinho com que fez sua leitura e comentários.
Beijos
Paula Giannini
RESUMO Um garoto que vive dividido entre a casa de sua mãe e de seu pai encontra uma tatu que o leva a uma curta jornada. Isso!
CONSIDERAÇÕES A história tem uma beleza inocente e com um final arrebatador. Apesar disso, o uso das expressões do protagonista ficaram um pouco repetitivas (compreendo a intenção de destacar essa particularidade dele). A relação entre o menino e a tatu foi muito bem elaborada e divertida.
NOTA 3,8
Resumo: Um menino que gostava de falar “oh-oh” sonha o quanto gostaria de poder se dividir em dois. Encontra uma tatu-fêmea que diz que ele do futuro pediu que o encontrasse para encontrarem uma árvore. Depois de uma aventura, o menino descobre que está sonhando e que na verdade a árvore foi sonho.
Comentários sobre a história: legal a abordagem do sonho de infância e como isso influenciou na vida do menino. Foi uma boa história.
Comentários sobre a narrativa: no início, não achei que fosse um sonho. O fato de ser um sonho fez completo sentido, apesar de não gostar do início e achar uma bagunça. Gostei da sua parte em que fala de um menino triste pela situação de separação dos pais e o modo sucinto como explicou isso. Jogou associações uma com a outra.
Comentários sobre a gramática: houve um excesso de vírgulas e excesso de repetições que incomodou um pouco. Não sei se foi proposital, mas incomodou.
Olá, Estela,
Obrigada por seus comentários e leitura.
Sim, a repetição é uma marca de meu trabalho, sobretudo no infantil.
Ao contrário do clichê da maioria que os refuta, creio neles como algo que agrega sonoridade ao texto.
Beijos
Paula Giannini
A Árvore que Divide o Mundo (Tolypeutes tricinctus)
Resumo: Um menino achou uma tatu velhinha que diz ser sua filha, vinda do futuro para ajudá-lo a encontrar a árvore que divide o mundo, eles vivem uma grande aventura que, no dia seguinte, se mostra ser fruto de sua imaginação. Quando já adulto, quando resgata uma tatu de um cara mau, entende que ele era a árvore que procuravam, aquele que unia os mundos de suas famílias.
Olá, Autor(a), que conto mais fofo! Tão mimoso na forma da escrita! Você desenhou o menino e seus mundos muito bem, tudo com leveza e brilhantismo! Tenho quase certeza da autoria, rsrsrsr vamos ver se acerto… É um conto infantil raiz, graças a Deus sem nenhum terror no meio! Cheio de aventuras e lindamente desenhado em nossa imaginação. Gostei muito! Parabéns! Até mais!!
Querida Priscila,
Parabéns pela vitória!!!
Obrigada pela leitura carinhosa e sincera de sempre.
Beijos
Paula Giannini
Um menino que antes estava feliz, fica confuso e triste quando os pais se separam.
Um dia no campinho onde jogava bola com os amigos ele encontra uma tatu que vem do futuro para ajudá-lo a encontrar uma árvore que divide o mundo.
Juntos percorrem um caminho onde vemos aspectos da vida dele com a mãe e outras com o pai.
O menino então vai crescendo e um dia percebe que ele era a árvore que procurava na aventura de criança, e que ele era quem unia a família.
Um conto muito bonito! Gostei dessa descrição das expressões de surpresa ou alegria do menino! Ficou um jeito legal de colocar elas durante a história sem ficar repetitivo.
Outro ponto interessante foi mostrar os momentos e diferenças que ele vivia na casa da mãe e do pai. O trecho que mostra como ele estava triste e confuso com a situação da separação e que ficou muito bem construído, foi quando ele começa a pensar em se dividir em dois meninos fazendo contas de matemática.
Para mim a única parte que ficou um pouco confusa foi quando ele e a tatu querem achar o topo da árvore que divide o mundo.
No trecho em que estão no elevador e depois estão no céu vendo as galáxias, as estrelas e tudo o mais. Não entendi por que era mau as duas estrelas verdes, o que elas representavam?
Achei excelente também a parte em que mostra ele crescendo e que vai gostando de outras coisas, como as festas, cinema, amigos e a namorada, ficou muito interessante também. E o desfecho maravilhoso quando ele percebe que era ele quem unia a família.
Uma história leve, tocante e bonita tratando de um assunto sério, ficou excelente.
Querida Sarah,
Obrigada por sua leitura e comentário carinhoso.
As estrelas verdes eram os olhos do gato, mas, vou rever isso, pois se a imagem não passou, talvez deve ficar mais clara.
Beijos
Paula Giannini
Uma história infantil contando a vida de um menino enquanto vai descobrindo a Vida. Gostei do jogo de palavras e acho bem difícil conectar as ideias, tornando a frase coerente. Muito bom.
Obrigada, querido!!!
A experiência de uma criança ao passar pela experiência de divórcio dos pais.
Adorei os sons do texto. A introdução já começa em movimento, e como uma brincadeira, o texto vai se movimentando de um lado para o outro, para cima e para baixo, jogando bola e se aventurando com o Senhor Beta.
Achei uma ótima interpretação da criança que não compreende na sua totalidade o motivo de uma separação, se sente perdida e jogada de um pai para o outro.
Obrigada Shay, pela leitura carinhosa.
Beijos
Paula Giannini
Olá, Tolypentes Tricintus , boa sorte no desafio. Eis minhas impressões sobre seu conto.
Resumo: Menino que gosta de acordar cedo, comprar pão quentinho na padaria e catar pequenos tesouros pela rua. Vivia de lucubrações e manias. Entre tantas, a de criar interjeições, como “issos”, “ohs” e “ish”, de dividir todas as coisas, entre mil imaginações. E a principal, encontrar a árvore que dividia o mundo.
Gramática: Uma leitura fluida, gramática limpa sem percalços que a desabone.
Tema/Enredo: Um enredo bastante inteligente, cheios de recursos linguísticos e trama muito bem urdida. Jogando toda criação da história ao sabor de inventividade da personagem. Cujas situações, encontradas em todas as crianças. Assim como os diálogos interiores; as perguntas, das quais eles mesmos respondem. É o conversar com as coisas que os cercam. As falas invisíveis aos simples adultos. Um conto infantil sofisticado, como tem que ser; não era… É!
Querido Paulo,
Obrigada pelo carinho de sempre.
Beijos
Paula Giannini
Oiiii. Um belo conto sobre um garotinho que se ver dividido entre o pai e a mãe, entre finais de semana com um e dias com o outro, entre churrascos e saladas, entre dois mundos cada um com suas diferenças. Um certo dia ele se encontra com uma tatu-fêmea chamada Vovó que diz ser sua filha que veio do futuro, a partir desse momento eles vivem uma aventura e uma jornada para encontrar a tal árvore que divide o mundo. Não encontram a árvore e ele acorda com sua mãe lhe chamando para a escola. Já maior por fim ele entende que a árvore que dividia aqueles dois mundos era ele. A narrativa foi bem trabalhada e mostrou bem como crianças podem usar a imaginação para lidar com grandes mudanças envolvendo a rotina e a família, no caso a separação dos pais e os dias alternados entre eles. E foi interessante como no final mostrou que a experiência da infância trouxe sabedoria para a vida adulta. As crianças podem aprender valiosas lições usando a imaginação. Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.
Querida Ana Carolina,
Obrigada pela leitura carinhosa.
Beijos
Paula Giannini
Menino lida com a situação de separação dos pais. Aos poucos sabemos que ele sofre com isso. Certo dia, encontra uma tatu fêmea velhinha enviada do futuro com a qual vive uma aventura e passa a suportar melhor a situação. Quando faz trinta anos, o menino enfim compreende que as vezes a separação é o melhor remédio para relacionamentos não satisfatórios.
A história começa bem, revelando aos poucos a situação de conflito vivida pelo menino que, pouco-silábico e interjeitivo, é bem caracterizado e me cativou.
O encontro com a tatu fêmea, cuja concepção evoca o coelho da Alice, surpreende e as explicações sobre a origem dela são apresentadas de uma forma intrigante mas ao mesmo tempo clara. Gostei de como isso foi feito na narrativa. Quando a jornada começa, entretanto, a narrativa me pareceu perder um pouco da força, talvez pelo acúmulo de interferências explicativas do narrador.
Sobre o desfecho, na primeira leitura me pareceu um pouco abrupto e pouco adequado para uma história infantil, talvez pelo fato de o menino ter avançado muito na idade para compreender, etc. Na segunda leitura, assimilei melhor.
Um conto com muitos pontos positivos. Parabéns e sucesso!
Querida Elisa,
Parabéns pela vitóriaaaaa!!!!
Vou rever o final. Este conto deve virar um livro, então, todo apontamento feito por aqui é de ótima ajuda.
Beijos
Paula Giannini
Resumo: A Árvore que Divide o Mundo (Tolypeutes tricinctus)
Um conto interessante, mas para mim um tanto quanto confuso para um infantil. A história se trata de um menino que recebe a visita inesperada de uma tatu fêmea avó que na verdade é sua filha vinda de um futuro não tão longínquo assim… O menino parte em busca de uma árvore que divide o mundo (adorei isso) e nessa aventura de auto descobertas ele viaja por lugares interessantes de seu subconsciente (as analogias são ótimas, mas achei confuso para crianças e simples demais para jovens). No final o menino estava sonhando, mas com o tempo ele descobre que na verdade toda aquela experiência era para que ele descobrisse que ele era aquela árvore, o “i” que une a família…. Um bom texto!
Num geral realmente um conto muito intrigante, mas que em minha opinião não teve de fato a característica para entreter as faixas etárias a ele destinadas. Há passagens excelentes, mas a confusão que causa em busca de reflexão é muito mais profunda, quase como a animação “Divertidamente” que surpreende em conteúdo e infelizmente para os pequenos não foi tão eficaz.
Avaliação:
Infantil/ Infanto Juvenil: de 1 a 5 – Nota 3 (Um conto bom)
Gramática – de 1 a 5 – Nota 5 (Não vi nada de errado)
Narrativa – de 1 a 5 – Nota 5 (Não é a narrativa que entusiasma, que convida o leitor, é um pouco mecânica, mas é condizente com o que o autor(a) propõe.)
Enredo – de 1 a 5 – Nota 3,5 (Achei bem, coerente, contudo complicado demais para faixa etária)
Personagens – de 1 a 5 – Nota 5,0 (Bons personagens!)
Título – de 1 a 5 – Nota: 5,0 (Um bom título para a história)
Total: 26,5 pts de 30,0 pts
Oi, Sydney,
Sabe por que isso aconteceu? Porque você não e criança. 😉 rsrs
Beijos
Paula Giannini
Resumo
O conto fala sobre um menino que aprecia as coisas simples da vida, como qualquer criança, mas se vê confuso diante do fato de ter seus pais separados e precisar se dividir entre um e outro. Imagina que seria bom se dividir em dois e acredita que seria o i da palavra família, ficando no meio de tudo, unindo tudo e fazendo a família ter sentido. Um dia, o menino conhece um tatu, com o nome Vovó, que descobre ser a sua filha, resgatada de um caminhão no futuro, quando ele tinha 30 anos. O menino e a tatu saem juntos à procura de uma árvore que dividia o mundo. Após uma longa jornada, o mapa que seguiam se apaga e o menino é acordado pela mãe, voltando para a vida real. Ele não sabe se tudo aquilo não passou de um sonho. Quando adulto, ele encontra o tatu e percebe que ele próprio era a árvore capaz de unir tudo e todos que ele amava.
Comentário
O conto é bom, bem escrito. Entendi que o menino sente-se dividido principalmente por causa da separação dos pais, mas não sei se é realmente isso porque não está muito explicito. E é justamente isto que me incomoda no conto, porque eu acredito que em um texto infantil fatos como este precisam ficar mais claros, precisam ser mais diretos para serem bem compreendidos. É a minha opinião apenas.
Gramática
Uso excessivo de vírgulas, como nos exemplos abaixo:
Gostava de bola, e dos finais de semana
Gostava de ser o goleiro, e sentia-se orgulhoso, com o pai olhando lá de cima
revirando os olhinhos toda vez que, lembrava que o pai chamava a salada de mato.
Então, não contava a ela que, no final de semana comera churrasco
O menino, não sabia
apesar de ser goleiro, e de detestar frango
E anêmico, devia ser algo realmente muito ruim
no estacionamento do edifício havia cantos misteriosos, e escondidos dos olhos dos adultos
Tinha mesmo muitas ideias e sabia que, aquele não era um labirinto de macarrão
Em alguns casos, notei a falta da vírgula:
Muitas daquelas estrelas, naquele dia (vírgula) talvez, já nem mais existissem.
Por vezes seu gato, em outras (vírgula) o peixinho.
Para o seu time, claro, porque o goleiro adversário era ótimo em levar para casa era (tirar o era) um belo de um frango.
Falta do acento grave:
Vivia a (à) procura
contara a (à) mãe
Este trecho ficou um pouco truncado com a explicação no meio do diálogo:
— Eu sou a sua filha.
Filha? O menino agora estava confuso, ou, quem sabe, talvez, confusa estivesse aquela tatu velhinha que, não só dizia ser sua filha, como afirmava, também, que fora ele mesmo, no futuro, quem a mandara procurá-lo ali, no campinho.
— Filha?
chamou a atenção de ambos. Duas imensas estrelas verdes acompanham (acompanhavam) cada um de seus movimentos.
Lá vem você com essa mania de repetir tudo (o) que eu digo.
Neste trecho também achei que ficou confuso. Acho que ficaria melhor primeiro vir uma resposta da mãe, depois este parágrafo resumindo uma conversa posterior entre mãe e filho.
— Mas cadê a Vovó?
A mãe achou graça daquela história de que ficaria velhinho, e, sendo veterinário, teria uma tatu chamada Vovó. Seu filho gostava muito de imaginar e jurava que, aquela, era sim uma história real. Ou não?
Não gostei deste parágrafo. Ficou apressado e faltou coesão:
O menino já não sabia se vivera tudo o quanto contara a mãe. Os anos passavam depressa e logo acostumou-se ao vai e vem de ping-pong, para lá e para cá. Na verdade, agora, até gostava. Ali, amigos jogando futebol, lá, outros, brincando de encontrar tesouros, depois de salada mista, com o tempo, saindo juntos para o cinema, para festas. O menino gostava de ter amigos. E estava crescendo.
Também não fez sentido para mim esta relação entre lembrar-se do peixe e chegar à concluso de que a árvore jamais existira:
— Quem vive na água, jamais poderá morar na terra… — Um dia, ao (se) lembrar de seu peixinho, chegou enfim à conclusão de que a árvore jamais existira.
Frase perdida, sem contexto e sentido:
E começou, ele mesmo, já adulto, a fazer as próprias malas.
Querida Fernanda,
Obrigada pela análise cuidadosa.
Dizem que o revisor aponta erros e o autor acata ou não. Foi o caso por aqui. Corrigi muitas coisas graças a você, gratidão.
Outras, fazem parte de meu estilo, então, por pura teimosia, ficarão.
Beijos e até o próximo desafio.
Paula Giannini
Sinopse: Um garoto vive aproveitando o seu dia a dia, indo à escola, jogando bola e coletando tesouros, moedas achadas ao acaso voltando da padaria. Esse mesmo garoto vive dividido graças a separação dos seus pais. Um certo dia ele vive uma incrível experiência através de uma busca: onde estaria a Árvore que Divide o Mundo?
Comentário: Não dei nota zero porque não podia, damos notas de 1 a 5, podendo fazer uso de decimais. E digo com razão, o autor fez do conto uma miscelânea de coisas que no todo nada contribuem para a leitura e compreensão do texto. Se o autor tivesse optado por uma linha, talvez teríamos uma obra mais prolífica. Por um momento eu achei que a coleção de tesouros seria um modo de valorizar as pequenas coisas lhes dando novos significados, ou que o autor trabalharia a visão de uma criança sobre o divórcio dos pais, aí tudo termina num sonho lisérgico sobre tatus em aquários com aquelas mensagens moralistas bem piegas estilo: “Eis a moral da história…”. Como infantil não me convenceu.
A Árvore que Divide o Mundo – NOTA: 1,0
Amarga Travessia – NOTA: 5,0
Aquilo – NOTA: 4,5
Capitão Ventania – NOTA: 4,0
Demasiado Humano – NOTA: 4,5
Lobo Mau, A Garota da Capa Vermelha e os 3 Malvados – NOTA: 1,9
Magnum Opus – NOTA: 4,0
O Fim de Miss Bathory – NOTA: 5,0
O Jardim da Infância – NOTA: 5,0
O Ônibus, a Estrada e o Menino – NOTA: 3,5
O Parque – NOTA: 1,0
Penumbra – NOTA: 1,5
Prisão de Carne – NOTA: 3,5
Rato Rei – NOTA: 3,0
Seus olhos – NOTA: 4,0
Troca-troca Estelar – NOTA: 5,0
Variante Amarela – NOTA: 1,0
Vim, Vi e Perdi – NOTA: 1,0
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Melhor técnica: Aquilo
Conto mais criativo: Amarga Travessia
Conto mais impactante: O Jardim da Infância
Melhor conto: Troca-Troca Estelar
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Oi querido,
Sabe por que não o convenci? O conto era para crianças. rsrsrs
Beijos
Paula Giannini
Boa tarrrde! Tudo bem por ai?
Resumo: menino sonhador, vivendo entre a casa dos pais separados, embarca numa viagem onírica em que busca a “árvore que divide o mundo”, árvore que seria capaz de juntar os pais e sua vida, hoje dividida. Ao fim, já adulto, entende que ele é a propria arvore, capaz de unir esses dois mundos.
Comentário:
Você tem um belo conto infantil aqui! A história é cativante, e foi muito bom viajar pelo fantástico mundo que o garotinho criou em sua mente. Acredito que toda a viagem tenha sido algo criado pela mente pele para justificar a situação de divisão que ele vivia.
Acho que as crianças tem essa tendência a criar mundos e histórias para amenizar os sofrimentos que passam na vida. E você soube retratar muito bem essa situação.
Os personagens do garoto e da vovó tem um certo carisma. Gostei.
O fim é bom e traz uma bela mensagem!
A única ressalva que eu faço é sobre o uso excessivo e até incorreto de vírgulas, dando uma travada na leitura. O conto é super fluido e a história é leve e de leitura fácil, mas as vírgulas mal colocadas acabam dando uma travada nesse ritmo. Exemplo:
“Não gostava de frango aquele menino feliz. Na casa da mãe, durante a semana, era vegetariano. Nesses dias, gostava de verde e de mato, como costumava desdenhar o pai. — Afff. — O menino repetia, pois achava graça em ver a mãe dizer assim, revirando os olhinhos toda vez que, lembrava que o pai chamava a salada de mato. Então, não contava a ela que, no final de semana comera churrasco, pois sabia que se zangaria e, assim, nesse instante, seria responsável por um desencadear barulhento de tudo aquilo de que, definitivamente, não gostava.”
Dá uma olhada nesse parágrafo, nele, temos vários exemplos disso.
Enfim, um conto muito agradável e bonito, que merece um trabalho melhor de pontuação.
Parabéns e boa sorte!
Oi querido,
Verdade!!!
Abusei das vírgulas tentando disfarçar meu estilo. Além de não conseguir, ainda errei feio. rsrsrsr
Obrigada pela leitura carinhosa.
Vou revisar e republicar.
Paula Giannini
Bravo, Tolypeutes! Bravíssima, eis que afinal é uma Tatu vovó. Sabe quando a gente encontra uma história que a gente queria ter escrito? Pois é. Ei-la aqui. Este seu conto infantil está excelente. Gostei demais dele, Entrei na narrativa, você conta muito bem. Eis aí um conto campeão. Parabéns tudo ótimo. Irretocável. Uma curiosidade. Já havia escrito para crianças? Grande abraços felizes por ter lido a sua história.
Oi Fernando,
Obrigada pelo entusiasmo!!! Amei.
Beijos
Paula Giannini
A Árvore que Divide o Mundo
Menino vive em guarda compartilhada e quer unir seus dois ambientes familiares, usando uma árvore mágica. Ele recebe a ajuda da tatu Vovó, que veio do futuro onde ele é veterinário. Quando ele cresce o tatu chamada vovó o faz relembrar da infância.
A ideia do menino que vive em guarda compartilhada e queria unir os dois ambientes que compunham o seu mundo ficou coerente tanto para o mundo infantil quanto para o adulto. Ficou bem construído, contudo o “oh-oh” que o menino protagonista solta a todo momento não consegui visualizar e/ou entender o que é isso. O que não atrapalha a apreciação do conto. Achei no geral tudo bem amarrado, como na maioria dos bons contos as ideias se juntam num todo harmonioso. Bom conto!
Oi Davenir,
Oh, oh = essa não = ish.
ahahahha
Obrigada pelo carinho.
Beijos
Paula Giannini
Que lindo esse conto infantil.
Amei.
Meus parabéns a você autor(a)
Valeu, minha amiga!!!!
O conto conta a história de um menino cujos pais são separados e que cria um mundo inteiro de aventuras pra fugir do mundo real.
O meu maior medo em relação a esse desafio, sobretudo nos contos infantis, era encontrar histórias “bobas”. Começamos bem porque não foi o caso aqui. Em primeiro lugar, o(a) autor(a) mostrou que domina muito bem o gênero, e fez uso de diversas construções próprias dele, como o uso de repetições e de palavras no diminutivo. A parte da história também é interessante já que traz consigo muitas reviravoltas inesperadas como a bola que é tatu, a “jornada entre as estrelas” (sic) e o cair na árvore. O final acaba por ser bem impactante, e o(a) autor(a) consegue caminhar na linha bem tênue e criar algo especial. Eu sinto que um pouquinho para o lado e poderia ter estragado todo o conto com uma conclusão bem cafona. Isso não aconteceu e tudo deu certo no final.
Oi Evandro,
Obrigada pelas belas palavras. 😉
Beijos
Paula Giannini
A narrativa retrata, sob o ponto de vista de um menino, o divórcio dos pais e consequente divisão de sua vida. Ele procurou uma forma de juntar as duas partes que a família se tornou, simbolicamente representada pela árvore do título, e só com o tempo entendeu que o ponto de união seria ele próprio. A imagem escolhida é sugestiva, assim como o título.
Parece-me que o conto é mais escrito sobre uma criança e dirigido aos adultos, responsáveis por ela do que um texto criado para ser lido por uma criança ou adolescente. Trata-se da amostragem do cotidiano do garoto, com leves pitadas de fantasia e humor aqui e ali, em busca de compreender a divisão família, com certo ar poético embutido, bastante reflexivo. Bem escrito, suave, e ritmado, repleto de onomatopeias, flui muito bem, apesar de faltar mais conflito, aventuras, ação, uma trama mais dinâmica e rápida, que é o que atrai o leitor mais jovem. O conto é emocionante, cativante, mas é complexo para uma criança, e um jovem não se identificaria com o estilo, com a linguagem com que foi desenvolvido.
Parabéns pelo trabalho sensível. Boa sorte na Liga. Um abraço.
Querida Fátima,
Obrigada pela leitura e comentários gentis e sensíveis de sempre.
Pensei neste conto para a faixa de 12 anos+, mas, vou refletir, pois ele deve virar livro.
Beijos
Paula Giannini
A Árvore que Divide o Mundo
Tolypeutes tricinctus, paz e bem.
O conto fala sobre um menino que tem dúvidas na vida, pois sua família está separada e para evitar brigas, trata o pai de um jeito e a mãe de outro. Ele sai a busca de respostas para se encontrar no meio dessa separação, onde ele é o “i” no centro da palavra família dividida. Com isso o menino viaja em um mundo fictício com um tatu fêmea, chamada “vovó” que o ajuda a ir atrás de uma árvore que divide o mundo. Por fim o menino cresce e descobri que não existe árvore nenhuma, e que ele é a árvore que une todos os mundos divididos em sua volta.
Gramaticalmente, você é bastante claro em suas colocações e não encontrei erros de escrita.
O seu conto traz um assunto que faz parte da realidade de muitas famílias.
Achei a história interessante, um diálogo dinâmico e de fácil interpretação e nos faz refletir sobre as nossas próprias agonias causadas pela separação.
Boa sorte.
Olá, querido,
Obrigada pela leitura carinhosa.
Beijos
Paula Giannini
RESUMO:
Um menino, filho de pais separados, divide-se entre a casa da mãe e a casa do pai. Gosta do dia, gosta da noite, gosta de futebol, gosta mesmo é de ficar em paz com os pais. Um dia, no campinho de futebol, encontra uma bola que fala (sonho?). Mas não era uma bola, era um tatu, ou melhor uma tatu-avó, que conta ao menino que é, na verdade, sua filha. No futuro, aos 30 anos, já um veterinário, o menino salvará a tatu de um caminhão ( de contrabandistas de animais?). Começa então uma aventura em busca da árvore que divide o mundo. O menino descobre que ele não é um I no meio da palavra família, sendo puxado pelos dois lados, mas sim o elo entre os mundos (pai/mãe, dia/noite, etc). Acaba sendo um adulto realizado que gosta de ser feliz.
AVALIAÇÃO:
Conto infantil, fofo. O texto está bem escrito e não encontrei falhas de revisão que gritassem aos olhos(ainda bem, pois acho que meus olhos sãos surdos).
A história é bem elaborada, mas confesso que a parte da aventura atrás da árvore me deixou com um ar de ” e daí?”. É como se o menino e a tatu-bola-avó-filha dessem muitas voltas e não chegassem a lugar algum.
O lance do I no meio da palavra “família” ficou muito bom, assim como o contraste entre os elementos – mãe/pai, dia/noite, peixe/gato, etc.
Gostei principalmente do menino se descobrir inteiro, e parte importante da família, alguém que não tem o papel de dividir, mas sim de unir mundos aparentemente tão diferentes.
Conclusão após a leitura do conto: o importante é ser feliz e aceitar as diferenças. 🙂
Boa sorte no desafio!
Oi, Cláudia,
Obrigada pela leitura e carinho.
Beijos
Paula Giannini
Resumo:
O autor (a) relata a rotina lúdica de um menino que gostava de pão, dos estudos, de jogar futebol… Mas também, tinha umas coisas que o menino não gostava: as divisões de mãe ou pai, carne ou verdura, futebol ou estudo – pensou que a solução seria ele se dividir em dois. Enquanto pensava o menino começa a ouvir uma voz. O que parecia ser a sua bola de futebol, se diz na verdade sua avó, depois sua filha e é este ser indefinido quem o conduz numa viagem mágica em busca da árvore que divide a vida. A viagem era somente um sonho e o menino cresceu para descobrir que ele era a própria árvore que divide ou une a vida.
Considerações:
É uma obra muito poética; de muita imaginação; um personagem cativante e bem construído, bons diálogos, uma mensagem inspiradora… Só não gostei da solução de encerrar a viagem do menino utilizando um velho clichê – era um sonho! O autor (a) poderia ter embarcado e apostado na fantasia. Sem dúvida, uma belíssima obra.
Oi querido,
Obrigada pela leitura carinhosa.
Só uma coisa, não era m sonho… ahahaha De onde você tirou isso?
O menino dorme, só para passar “de fase”. Não há sonho algum na solução. 😉
Beijos
Paula Giannini