Sorrindo, olhou o garoto a admirá-lo. Era negro, de cabelos crespos e pernas esmirradas. O lugar era como qualquer outro. Às vezes as construções eram monumentais, noutras épocas, apenas pequenas choupanas. Para Ele, todas iguais. Todas frágeis brinquedos para os seres que outrora caminharam no mundo.
Sua corda estava no chão, o nó desfeito. O garoto continuava com os olhos castanhos arregalados e o queixo caído como um idiota. Mas não era. Idiotas não resolvem o nó, pensou.
Não era a primeira criança que desvendara o enigma. Como todas as outras, certamente tinha uma inteligência aguçada. Crianças eram seus segundos mestres preferidos. Perdiam, apenas, para os idosos.
“Garoto, belo garoto, você sabe o que sou? A menos que todo sonho tenha desaparecido deste mundo, histórias ainda devem ser cantadas sobre a minha espécie”.
O menino continuou imóvel, admirando a belíssima figura a sua frente. Sua pele era marrom e o corpo musculoso. A voz era diferente de tudo o que ouvira. Desde pequeno era obcecado por línguas. Sozinho, desvendara o inglês que ouvia no rádio e compreendera o francês de um velho livro da biblioteca escolar. Mesmo o nó que havia desfeito não passava da linguagem matemática oculta por voltas elegantes. Oculta. Percebeu rapidamente que havia algo escondido no português que Ele falava. Uma língua escondida dentro de uma língua. Uma voz secreta. Voz de fogo. Ele nasceu no fogo, soube sem dúvida alguma, como sempre soube que os peixes nasciam na água.
“Não seja tímido. Se os homens esqueceram o significado da esperança, eu te ensinarei.”
Os olhos da criatura faiscaram e o coração do menino fez o mesmo.
“Sou seu servo por quatro vezes” disse, e era verdade. Como os desejos, havia também quatro regras que Sua espécie precisava seguir e informar a quantidade de serviços era a primeira.
“Será possível que não tem o dom da fala? Que tal corrigirmos isso com meu primeiro serviço?”
E então, diante da trágica possibilidade de ter um desejo perdido, a inércia cessou.
“A… achava que eram três desejos”
O gênio gargalhou.
“Este equívoco não é de hoje, criança. Sempre desconfiei que sua gente era melhor contando histórias do que contando números. São quatro desejos e enquanto você solicitá-los, eu os atenderei.”
“Nossa, é tanta coisa, eu nem sei…”
“Se apresse, criança! Não pense demais. Vocês pensam demais neste mundo. Seu verdadeiro desejo está no coração, não na cabeça”, aconselhou.
“Se eu pedir para ser rico?”, perguntou afoito.
O gênio sorriu.
“Transformei o homem mais pobre de Ur no homem mais rico de toda Mesopotâmia. Basta desejar, criança.”
O menino começou a falar, mas parou. Ao seu redor, os amigos brincavam de futebol, uma idosa caminhava para frente tanto quanto suas pernas aguentavam e Jorge alto, que na verdade era baixo, mexia nas plantações de cebola. Jorge baixo, que na verdade era alto, não estava em lugar nenhum para ser visto.
“Ninguém está te enxergando?”
“Só quem resolveu o nó pode me ver, criança. Vamos, garoto. Cada segundo que desperdiça é um infinito distante de seus sonhos. Riqueza, então?”
O guri olhou para seu próprio barraco.
“Minha mãe está doente”, disse. “Você pode ajudá-la?”
“Enquanto estiverem no reino dos vivos, posso curar qualquer um. Quando passam para o outro lado, está fora de minha competência”, disse o gênio e era verdade, porque era uma das quatro regras.
“Ela ainda está viva!”, respondeu contente. “Está, sim senhor. Pode curá-la?”
“É este seu desejo?”
“Sim!”
O gênio estalou os dedos. Se entediou quando o menino correu para casa e o abandonou ali. Mas foi por pouco tempo.
“Ela está melhor, senhor, está sim!”
O gênio riu um trovão.
“Você deseja e eu sirvo, jovem.”
As crianças se acostumam com tudo tão rápido. Se entregam tão verdadeira e corajosamente. São o contrário dos idosos, sempre cuidadosos. Por isso amava servir ambos. Era um senhor de extremos.
“Seu próximo desejo? Quer sua riqueza?”
O garoto pensou por um instante.
“Não. Quero ajudar os outros”, disse. “Quero ser um super-herói”.
“Um super-herói?”, perguntou confuso.
O garoto balançou a cabeça.
“Quero ser como o super-homem!”, disse decidido.
Os olhos Dele faiscaram, vasculhando o infinito. Então, sorriu o maior e mais perverso sorriso de todos.
“Diga seu desejo novamente, pequeno senhor.”
“Quero ser como o super-homem!”, repetiu. E, rindo uma tempestade, o gênio obedeceu.
Foi uma das crianças que apontou para o menino quando ele começou a levitar. Jorge alto soltou o saco de cebolas da mão e um palavrão da boca. A senhora acelerou o passo.
Todos ouviram os ossos estalando quando as juntas de seu corpo se torceram.
Joelhos, cotovelos, pulsos, tornozelos, em um segundo estavam ao contrário. A espinha produziu um som grotesco quando as costas se quebraram e sua nuca tocou os pés. Possuído pela dor, o garoto gritou. Mas era apenas a primeira dobra.
E muitas estavam por vir.
Quase todos correram para suas casas. As crianças rezaram. Pediram para Deus que, fosse o que tivesse pegado o menino, não os pegasse também. Jorge alto fez o mesmo. E talvez tenha funcionado, porque o gênio nunca cruzou seus caminhos.
*
Não havia muita luz no quarto, mas isso não atrapalhava seus olhos. No chão, seu nó desfeito. Nas paredes, instrumentos de corda e sopro. Um músico, pensou.
A cabeça da mulher era careca, exceto aqui e ali, onde tufos brancos escapavam. O nariz carcomido exigia oxigênio com um barulho desagradável e cada vez que respirava, seu tórax estalava. Nunca vira um humano tão velho. Por isso ficou feliz.
“Anciã, boa anciã! Você deve saber o que sou, pois quem vive muito tempo acumula todo tipo de sabedoria”.
Ela encarou-o muda. Então sorriu.
“Faz muito tempo que não escuto nada. Como isto é possível?”
Ele riu.
“As palavras de minha espécie não tocam os ouvidos, mas os corações. Você sabe o que sou, anciã?”
Ela balançou a cabeça.
“Sim. Eu sei o que você é”
“Então não percamos tempo. Irei te servir quatro desejos.”
Mas a idosa divagava em seus próprios pensamentos.
“Anciã, boa anciã. Não há o que temer. Me diga o que deseja e eu lhe entregarei sem demora.”
“Para que a pressa?”, ela perguntou.
“Para satisfazê-la. Servi muitas pessoas e aprendi que as mais felizes são as que desejam do coração, sem deixar que a mente envenene sua verdadeira vontade. Quero apenas sua alegria. Por exemplo, se sente falta de sua audição, posso restaurá-la. Melhor, posso devolver-lhe a juventude, para sempre”, tentou-a.
Mas ela não desejou.
“Quem criou vocês?”, perguntou.
Ele riu.
“Posso responder qualquer pergunta, mas o preço é um desejo. Gostaria de saber o nome de quem criou a mim e toda minha espécie?”
Silêncio.
“Anciã, boa an…”
“Por que me chama assim?”
“O que?”
“Se é meu servo, deve me chamar de mestra.”
O sorriso desapareceu.
“É esse seu desejo?”
Desta vez ela foi rápida.
“Não. É uma correção. Sua espécie não é antiga como o tempo? Quer dizer que sempre foram burros assim? Se é meu servo, devo ser sua mestra.”
Os músculos se contraíram por um segundo. Então ele se forçou a sorrir.
“É verdade, mestra. Peço desculpas. Gostaria que agora te contasse o nome de meu criador?”
“Não.”
“Não?”
Ela coçou o nariz onde a carne estava exposta.
“Se ouvisse o nome minha cabeça explodiria, certo? Ou talvez ficasse maluca. Imagino que seria um nome tão perfeito que minha alma não suportaria a beleza, não é?”
Agora ele não tentava disfarçar o olhar de desprezo.
“Se quiser que eu responda essa…”
Ela levantou a mão.
“Sim, um desejo. Eu sei. Como sei que, caso aceitasse a juventude eterna, você provavelmente me transformaria em um eterno bebê.”
“Talvez sim, talvez não”, respondeu. “Não sou responsável por desejos mal formulados. Se não quer gastar seu desejo com uma pergunta, pode escolher outra coi…”
Ela riu.
“Vocês são todos iguais. Haverá uma pergunta, sim. Mas não agora”.
Ele vacilou.
Vocês são todos iguais.
“Quem é você?”
Ela riu novamente. Ossos estalando.
“Eu posso responder”, disse a velha, “mas terá que me dar um desejo”
A pele marrom borbulhou. Tornou-se rosada e, então, pura vermelhidão. Os músculos ficaram moles como gelatina e ele se transformou em uma perfeita massa esférica.
“Concederei um desejo extra”, disse finalmente.
“Deve ser horrível ter todo o conhecimento dentro de si e não poder tocá-lo. Mudei de ideia. Não me interessam mais serviços.”
Novas borbulhas. Vapores lentamente ganhavam o ar.
“Você não sabe com que forças está lidando, velha anciã. Faça seu desejo e descobrirá rápido”, disse sombrio.
“Não sou velha. E se já terminou com as ameaças, direi meu desejo.”
A esfera brilhou.
“Quero um livro com a localização de outros três da sua espécie, aqueles que eu consiga encontrar com o menor esforço possível. O livro deve explicitar todos os perigos que encontrá-los terá para mim e uma maneira simples de evitá-los, além de instruções para resolver seus enigmas. O tomo deve ser simples de manipular e entender, contendo, no máximo, trinta páginas. Materialize-o naquela bancada e não sobre a minha cabeça. Além disso, ninguém mais deve ter conhecimento dele.”
Pela primeira vez em sua existência, Ele conjecturou negar um pedido. Bastou isso. Um tênue brilho azul piscou em seu interior e a dor de um milhão de sóis se apagando consumiu seu corpo, enquanto um pequeno pedaço de sua matéria caia no chão.
Sua raça devia servir, porque era essa a terceira regra.
Assim, o livro surgiu.
“Antes disso acabar, você vai se arrepender de ter cruzado meu caminho”, prometeu o gênio.
A mulher foi até a bancada. Inspecionou o livro, mas foi com outro almanaque que retornou.
A revista era repulsivamente macia e colorida. A história de um garoto que se tornou herói. Era quase inspiradora, mas a cada página, independente do diálogo heroico, do romance, do ápice da batalha, a expressão do protagonista era sempre a mesma: puro horror. Os olhos castanhos brilhavam apavorados em cada folha. E as outras cores, ahhh, ela sabia. Carne, sangue, ossos, veias, couro cabeludo e bílis. Queria estar enganada, mas quando queimaram sua alma a esperança foi banida de sua consciência. Só a vingança persistia. E, levando em conta o compositor da música que ouvira há cinco anos, isso fazia todo o sentido.
“É você quem vai se arrepender.”
“Era você a velha que caminhava em nossa direção quando atendi ao desejo do garoto. Sim, agora me lembro.”
“Não sou velha”, ela repetiu. “Você chama isso de atender a um desejo? Não há salvação para vocês.”
Todo o porão vibrou quando o gênio riu.
“Ele pediu para ser como um super-herói. E está feito.”, disse. “Você tem ainda seus pedidos e se te trouxer satisfação, deseje a minha morte. Não percamos tempo, pois sua cara me enche de repugnância.”
Ela deu de ombros.
“Poetas e músicos escrevem desde tempos antigos sobre a inveja que os deuses têm de nossa mortalidade. Hoje isso é um clichê. Mas não uma mentira. A morte seria uma libertação para você.”
Mais vapor.
“Mas você está certo. Já é hora do próximo desejo. Como prometi, será uma pergunta. Diga-me, com toda sinceridade, qual é seu maior medo?”
A esfera foi tomada por uma tonalidade azul opressiva e mais pedaços de sua geometria maldita caíram no chão. Então sua forma retornou ao normal. Ou quase isso, pois o vermelho já não parecia tão vivo e a esfera estava longe da perfeição.
“Continuar existindo para sempre, sem nunca mais realizar um desejo nos mundos que habito.”
“Só isso?!”, questionou surpresa.
“Acredito que todas as coisas existam para cumprir seu propósito. Proibir meus serviços para sempre é proibir que o fogo queime. É negar o propósito da existência e a possibilidade de adquirir um sentido novo. É condenar…”
“Basta. Entendi. O próximo desejo é bem simples. Preparado? Desejo que pelos próximos dez minutos você experimente a certeza da eternidade vivendo seu maior medo.”
Por uma eternidade ele sofreu.
Por dez minutos ela esperou.
Quando o tempo passou, a forma esférica era apenas uma memória. Derretia, incapaz de se sustentar. Nem sua cor preservava, tornando-se puro cinza.
“Piedade”, pediu, “Farei qualquer coisa, sem corromper nada, basta pedir e eu farei.”
Ela riu, mas suas cordas vocais sangraram e ela cuspiu no chão.
“Fizemos isso com você, não é? É esse o motivo de suas ações. Diga-me o que aconteceu e reverterei a situação, ou peça-me para condenar aquele que fez isso. Tenho este poder.”
A mulher suspirou.
“Ele me sugeriu ouvir a mais bela música da existência. Sabe quem a compôs?”, perguntou.
“Aquele que concede seis desejos. Lúcifer. Depois de sua queda.”, ele respondeu, agora duvidando de poder acalmar sua ira.
Ela balançou a cabeça.
“É linda. Mais bela do que tudo na Criação. Mas é também horrenda. Solitária. Carregou minha alma, minha juventude, minha audição. Não, criatura. Não quero nada de volta. Perdi minha humanidade e, sendo agora outra coisa, não consigo desejá-la. Também não permitirei que seja pelas suas mãos a danação do primeiro de sua espécie com quem me deparei. Eu mesma farei isso quando encontrá-lo. Agora, ouça com atenção meu último desejo.”, disse, apertando em cólera a revista.
“Por favor”, o gênio implorou.
“Por favor”, o almanaque replicou.
Assustada, soltou a revista no chão.
“Que truque está tentando agora?”
“Não fiz nada”, disse o gênio confuso.
“Por favor”, a revista repetiu.
Incrédulo, ele compreendeu.
“O menino aprendeu a língua do coração”, explicou o gênio.
“Ele ainda está vivo?!”
“Sim”, respondeu, como se isso fosse óbvio. E então se apegou à esperança: “Está vivo e sofrendo. Quando o segurou sentiu que lhe apertavam as terminações nervosas. Mesmo sozinho a menor brisa parece mil agulhas sobre os órgãos”, disse, meio orgulhoso de si. Uma brasa vermelha cintilando. “Mas posso salvá-lo, menina. Posso sim. Deixá-lo perfeito. Sem truques. Basta desejar.”
A fúria irrompeu no rosto dela.
“Eu já perdi a compaixão há muito tempo, criatura. Só há vingança em mim.”
“Por favor”, pediu o gênio amorfo, as brasas se apagando.
“Por favor”, entoou o almanaque de herói.
Furiosa, ela mordeu o lábio até o sangue escorrer pelo queixo.
E fez seu último pedido.
*
O garoto poderia ser salvo em outro momento. Na hora certa, o próximo gênio ofereceria toda barganha que pudesse. Cada segundo até lá seria uma tortura eterna. Era um preço alto, mas pagável. A salvação viria com o tempo.
O garoto poderia ser salvo em outro momento. Mas ainda assim…
O menino a seguia com insistência, mesmo depois de tê-lo mandado voltar para sua família.
“Minha mãe está bem. Aquilo a curou antes de me transformar”, ele respondia toda vez, sem mover os lábios. Como era bom escutar alguém.
“Não é uma viagem para crianças”, ela murmurava sempre. “Se algo der errado, você pode se machucar de novo. Pode ser ainda pior”.
O garoto dava de ombros.
“Não tem jeito. Não posso deixar que eles machuquem você ou outras pessoas”, ele respondia com o coração.
Um dia, enquanto acampavam, ela sussurrou:
“Sabe, acho que você nunca precisou daquele segundo desejo”
Mas o garoto já tinha dormido.
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Resumo: um gênio surge de nós especiais que são desfeitos. Ele é meio perverso, sempre interpretando de outra maneira os desejos das pessoas. É confrontado por uma senhora ao final, que consegue manipular ele.
Considerações: Uma história legal, não estava esperando algo com gênios no desafio. Então foi uma surpresa boa, saindo um pouco dos reinos fantásticos. A ideia do gênio de querer passar a perna nas pessoas não é nova, mas a abordagem foi boa e interessante. Não sei se entendi muito bem a ideia do super homem e a morte do menino, acho que deixei escapar algo. Um outro ponto que ficou estranho é de onde surgiu toda a raiva da mulher, parecia até que ela era uma investigadora já. Gosto de contos com diálogos e retóricas, o conto consegue se destacar nessa parte, principalmente nas cenas finais.
Oi, Felix!
Obrigado pela leitura e pelo comentário.
Basicamente o gênio aproveitou o desejo do menino para transformá-lo em uma revista em quadrinhos de super-herói. A mulher fora enganada por outro gênio, sendo induzida a ouvir uma música composta pelo Diabo, o que meio que a amaldiçoou. A partir daí saiu em busca de vingança contra a espécie.
Abraços!
Resumo: quem nunca ouviu falar de gênios da lâmpada? Aqui temos um gênio do Nó. Mais do que apenas um esfregão, parece ser necessária alguma perícia incomum para desatar um nó como o narrado. Essa é a parte mais segura, entretanto, visto que o real perigo está escondido nas palavras, na sagacidade de um servo e em sua tendência sádica ao realizar os desejos humanos. No conto narrado, temos um garoto que queria ser super-herói para ajudar os outros, cai na armadilha do gênio e uma mulher que consegue se sobressair à esperteza secular da criatura.
Técnica: não consegui achar nenhum problema ortográfico no texto, foi revisado com esmero. A narrativa prende a atenção do princípio ao fim, com imagens sugestivas e um jeito próprio de amarrar cada parágrafo ao seguinte. Há um tom de mistério que perpassa as histórias da mulher e do servo, e o tempo levado para esclarecer tudo é trabalhado com maestria.
Conjunto da obra: até agora, é o conto que mais gostei de ter lido. Traz elementos fantásticos, aborda clichês, mas sem se deixar cair na zona de conforto. Em outras palavras, reinventa a fantasia – dosando bem as porções do conhecido e do novo.
Parabéns, bom trabalho!
Wender, obrigado.
Seu comentário me deixou bastante feliz!
Abraços
Pelo que entendi, tinha um nó bizarro, super difícil de desatar, mas que foi desatado por um menino pobre e negro. Depois surge um gênio – em vez de lâmpada, nó – e ele tinha direito a quatro desejos. Ele pediu para ficar rico, mas não tinha certeza, então pediu a cura da mãe. O gênio aceitou e o menino verificou que a mãe estava bem. Depois ele deseja ajudar as pessoas, ser como o super-homem, então o gênio atende. Na segunda parte do texto, o gênio encontra-se com uma velha (que não é velha!) que destrói sua vida, manipulando-o psicologicamente, então ela deseja saber de onde ele vem, onde mais pode encontrar outros gênios, depois deseja que o gênio perca sua função, destruindo totalmente o cara. Ao final, retorna-se ao primeiro garoto, concluindo que ele nem ao mesmo queria o segundo desejo.
Você são melhores contando histórias do que contando números, gostei muito dessa ideia.
Gostei bastante do conto.
É o desejo que envolve os personagens de Stalker, e nele você acaba sendo vítima de seus próprios anseios.
Eu achei a inserção do gênio no início do conto feita de forma muito abrupta, direta, mas é uma estrutura possível dentro do universo de histórias de gênios, obviamente, mas senti falta de uma introdução que levasse ao gênio. Ao substituir a lâmpada pelo nó, nota-se uma simbologia interessante que abre portas para várias interpretações, saindo do lugar comum. A segunda parte, da velha, foi muito tensa, muito mesmo, pois ocorre uma discussão psicológica – feitiço contra o feiticeiro – que traz muita reflexão. Na última parte do conto, voltando ao menino, por ser muito curta, passa uma sensação aberta a interpretações livres, um tipo de texto que não se encerra, deixa o pensamento fluir a respeito, juntando peças.
Veja, o Super-Homem, como representação de Cristo (dizem, dizem…), na hora que o menino escolhe ser o tal herói, absorve todo o sofrimento humano para ele, morrendo para salvar a todos, e há o contraponto da velha, que diz que na verdade foi Lúcifer – ou seja – o gênio, que colocou Cristo na Terra, sendo assim, é uma sacada bíblica, uma comparação do menino querer ajudar os outros e a velha questiona a coisa toda, muito bacana mesmo.
Oi, Felipe.
Muito obrigado pela leitura e comentário.
Eu adorei a sua interpretação da história!
Abraços.
A história de uma mulher que, quando enganada por um gênio, tomou como missão de vida vingar-se de todos eles e de seus desejos enganosos. Muito inteligente e já tendo visto e ouvido o próprio diabo, nada parece impedi-la de seguir o seu caminho.
É um conto incrível. Criativo, inovador, inteligente, bem escrito… é completo. Acho que ganha nota máxima. Do início ao fim desperta a curiosidade, e eu realmente acho ele muito criativo. O bizarro é que eu escrevi uma história MUITO PARECIDA mas que nunca publiquei… uma onde uma espécie de gênio concedia apenas um desejo à pessoa que pedia, e uma pergunta respondida poderia ser um desejo. Bem interessante!!!
Sua escrita é fenomenal. Envolvente e autoral. Olha, esta foi uma das melhroes leituras que fiz na série B. Parabéns!!!
Destaque para o trecho:
“Por uma eternidade ele sofreu.
Por dez minutos ela esperou.”
Obrigado, Marco! Fico muito contente com os elogios e apontamentos.
O lance da pergunta vi em mais de um lugar quando pesquisei histórias com eles, também. A fórmula é sempre muito parecida: seres poderosos, tentam deturpar os desejos, é preciso ser mais esperto do que eles. Acho que é basicamente isso rsrs
abraços
Resumo: O encontro de um garoto que desatou o nó e o gênio que surgiu em razão desta façanha. Os quatro desejos oferecidos e peça pregada. Um segundo encontro do gênio com uma anciã onde os papeis se invertem. Uma reviravolta e uma última jornada.
Antes de tudo, cumpre ressaltar que esse é um dos títulos mais instigantes deste desafio. E mais, já traz consigo uma curta história.
Percebemos que a figura é uma espécie de Deus, o uso das maiúsculas pelo autor não deixam dúvidas sobre isso. Um trabalho eterno onde também exerce o seu sadismo, ele que nasceu do fogo. Em sua abordagem, desaconselha sempre o pensar, refletir, optando pelo desejo, vontade. Em um trecho conseguimos entender em parte esse tipo de comportamento “Poetas e músicos escrevem desde tempos antigos sobre a inveja que os deuses têm de nossa mortalidade. Hoje isso é um clichê. Mas não uma mentira. A morte seria uma libertação para você.”
A história tem uma ligação com os números, a predominância do 4 e a própria matemática, evidenciada neste trecho “Mesmo o nó que havia desfeito não passava da linguagem matemática oculta por voltas elegantes.” Sem contar a materialização esférica da entidade.
O garoto transformado em super-herói dentro de uma revista em quadrinhos foi uma sacada de gênio, perdão pelo trocadilho.
Esse trecho também é muito bom “Desejo que pelos próximos dez minutos você experimente a certeza da eternidade vivendo seu maior medo.”
Por uma eternidade ele sofreu.
Por dez minutos ela esperou.” Pois apesar de conter um caráter didático, também enxergamos certa vingança e sadismo, um tempo curto, mas que poderia ser bem menor obtendo o mesmo efeito. Na verdade, a sensação de ser eterna por si só já bastaria ainda que durasse segundos.
O texto se sustenta basicamente por diálogos, bons diálogos, onde conseguimos enxergar as características dos personagens, sem prejuízo a história que continua seu rumo. A escolha das aspas como recurso de estilo não traz grandes dificuldades, especialmente se compararmos com Cortazar ou Saramago, afinal Rubem Fonseca abusa disso.
O dinamismo da narrativa favoreceu muito, tudo ficou com aquela cara de fábula, mas sem o pedantismo usual das lições. Curti bastante.
Por fim, tenho dois desejos e espero que o autor não receba como manifestação do meus sadismo. São eles:
1 – Essa frase ficou um pouco estranha “Ela encarou-o muda”.
2 – Também não curti muito a repetição desta frase (2x) “O garoto poderia ser salvo em outro momento”, não encarei com um recurso de estilo.
Parabéns e boa sorte!
Obrigado, Rafael!
Me traz muita alegria uma análise tão trabalhada. Mais ainda por você ter gostado.
Vou levar em conta as considerações.
Abraços.
O conto narra a história de um gênio que concede quatro desejos a quem decifra seu enigma.
Este foi um conto me deixou com bastante dúvidas se eu entendi, ainda assim achei um bom conto. Está bem escrito, e a narrativa dá um bom clima a história e cria boas imagens. No entanto, fiquei confuso em muitas partes. O menino foi colocado dentro de uma revista em quadrinho? Foi por isso que ele se contorceu todo e seus ossos foram quebrados, para que ele pudesse “caber” dentro de uma revista? E por que o gênio fez isso com ele? Será porque só existem super-heróis em revistas em quadrinhos? E os gênios existem? Não entendi também quem era a “velha” que caça os gênios. Ficou tudo muito obscuro para mim. Acho que atrama deveria ser modificada, para a ideia que você quis passar pudesse ser entendida mais facilmente. Boa sorte no desafio.
Oi, Jowilton!
Bacana a ideia dele ter sido colocado dentro de uma revista. Minha ideia foi que o próprio garoto se transformasse na revista. Uma espécie de Urigami humano. Aparentemente é má ideia fazer um pedido a um gênio, pelas fábulas, a maior parte deles é um tanto quanto sádica.
Obrigado pelas sugestões!
Abraços!
BREVE RESUMO: Menino libera um gênio ao resolver um nó, sendo que seriam concedidos a ele quatro desejos. Como primeiro, optou pela cura da mãe. Mas ao fazer o segundo, ser como o super-homem, o gênio o dobrou e quebrou – o gênio do mal. Na segunda parte, uma anciã enfrenta o gênio-demônio, primeiro regateando com uma pergunta, depois ganhando um desejo adicional. Depois, exigindo conhecer os outros três (seriam os quatro cavaleiros?). A partir daí, surge um livro e o desafio final, se ela deseja ou não a morte dele, mas a certeza da eternidade. Daí, parece que o menino era o livro, sofrendo, e ela se vinga com o último desejo – que, para mim, não fica claro como o menino passou a voltar para casa com ela.
PREMISSA: a premissa do gênio do mal, que usa seu poder não para servir, mas para castigar quem o invoca, é bem interessante e deu o tom até ¾ da história. Porém, na parte final, uma série de alegorias e fantasias começaram a complicar o andamento da história.
TÉCNICA: Justamente nisso, aí das alegorias, parece que a história foi entrando num pântano, tornando-se cada vez mais lenta. E, ao invés de misteriosa, foi se tornando incompreensível.
EFEITO: um excelente conto que, infelizmente, foi se deteriorando ao longo da leitura. Acho que vale ao autor revisitá-lo, principalmente reescrevendo a parte final.
Valeu pela leitura, Daniel! Vou levar em conta as sugestões.
O que entendi: Um gênio que habita um nó concede 4 desejos para quem o liberte. Um menino pede para salvar a mãe doente e ser o super-homem para salvar as pessoas. Não chega a pedir os outros dois, pois ao se transformar em super-herói sua vida fica ferrada. Uma anciã saca o truque e desmoraliza o sub-capeta fazendo-o enfrentar seus medos e, de quebra, reverte o segundo pedido do menino com o seu último.
Técnica: O texto flui bem e nos oferece uma leitura leve e enxuta.
Criatividade: Não está na premissa da história e sim no manuseio dos valores dos personagens; bem executado.
Impacto: Embora não pareça ser um conto com esse objetivo (impactar) há a salvação do menino como estratégia de virada de mesa.
Destaque: “Pela primeira vez em sua existência, Ele conjecturou negar um pedido. Bastou isso. Um tênue brilho azul piscou em seu interior e a dor de um milhão de sóis se apagando consumiu seu corpo, enquanto um pequeno pedaço de sua matéria caia no chão.”
Sugestão: Por que a velha insistia em dizer que não era velha? Será que não entendi algo? Enfim, se eu entendi certo, achei que esse segredo bacana poderia ser melhor explorado.
Oi, Cat.
Ela era nova. Foi enrolada por um gênio antes desse e perdeu um monte de coisas, dentre elas, a juventude. Mas tecnicamente tinha trinta e poucos anos rs
Obrigado pela leitura e comentário!
Abraços
O que dizer? Bravo! Bravíssimo!!!!!!
Que riqueza o seu conto! Que profundidade!
Encantou-me e ao le-lo novamente o encantamento se fez maior. Faz ja um razoavel tempo que nao lia algo tao bonito. Sera muito dificil que haja no desafio um conto tao bom! Serie A pra voce. Meu abraco.
Obrigado pelas palavras, Fernando. Fiquei muito contente com seu comentário aqui e também no grupo do face.
Abraços!
A história de um garoto que encontra um gênio e faz o pedido errado. Em seguida, uma velha encontra o mesmo gênio e perpetra contra ele um plano de vingança usando de suas próprias artimanhas.
Eu confesso que não esperava gênios no desafio, então foi uma surpresa agradável. Além disso, gostei de como o autor explorou bem as lendas originais, trazendo elementos interessantes para a trama. A figura da velha também é interessante. Acho que sua busca por outros gênios daria uma boa história em quadrinhos ao estilo dos anos oitenta.
Valeu, Evandro. Estava há muito tempo querendo escrever uma história com um gênio e também uma história com alguém que tivesse ouvido uma soneta do diabo. Desisti de vários contos para esse desafio e decidi escrever sobre o gênio!
Abraços
Olá Daniel.
Resumo da história: menino resolve o enigma de um nó e libera um gênio maligno, cujos desejos causam o mal e a dor. Uma senhora que tbm resolve o enigma maliciosamente manipula o gênio e descobre a sua natureza e origem.
Prós: é uma boa história de terror. Lembra um pouco um conto do Clive Barker, de Livros de Sangue. A leitura é ágil, os personagens foram bem desenvolvidos, a escrita foi segura.
Contras: Algumas vezes os diálogos ficaram um pouco confusos.
Nota: 4.0
Valeu, Rubem! Você lembra qual conto? O Barker é sempre uma das minhas inspirações.
Resumo: gênio concede a garoto os três, ou melhor, quatro desejos, apenas para punir (?) o menino realizando o segundo deles ao pé da letra, transformando o piá, que queria ser um super-herói, numa figura de papel. Depois encontra uma mulher velha que se revela muito mais esperta do que ele e acaba com sua carreira de maldades, juntando-se, ao final, como menino-de-papel.
Impressões: é um conto interessante, que tem aquela aura de história com significados ocultos. É o tipo de trama que exige do leitor atenção mais do que o normal, pois a todo tempo parece haver um detalhe, uma observação sagaz, um mistério lógico acima do padrão, mas ainda assim essencial para a compreensão do todo. Confesso que isso me cansou um pouco, já que em todo o diálogo entre o gênio e a velha há uma certa arrogância, um querendo parecer mais esperto do que o outro. Em outras palavras, creio que faltam ao conto personagens cativantes. Nenhum dos que foi apresentado – nem mesmo o menino – gera empatia. Não consegui me afeiçoar a eles, não consegui me identificar com eles. Na realidade, me senti como uma criança de cinco anos lendo aqueles livros do Malba Tahan, em que as soluções matemáticas eram explicadas como se o leitor fosse pós-graduado pela Nasa. Enfim, sei que não é nada disso, mas a falta de empatia dos personagens realmente fez com que a minha leitura saísse prejudicada. Nada contra o estilo do autor, que evidentemente escreve bem e sabe transmitir suas ideias. Contudo, tendo a preferir personagens mais humanos, mais reais no sentido psicológico e não gente que parece ter um ás escondido na manga pronto para surpreender o adversário. Enfim, peço que me desculpe, mas apesar da sua evidente habilidade como escritor, o tema não conseguiu me fisgar. Espero que outras pessoas possam apreciar melhor a sua obra. De todo modo, boa sorte no desafio.
Que desculpas, Gustavo. Um comentário tão verdadeiro como o seu só ajuda.
Eu tentei criar empatia com a figura do menino e torci para que a moça ao final possibilitasse alguma, após abandonar a vingança pelo bem do outro.
Obrigadão pela leitura e comentário!
Caro Leandro, relendo meu comentário agora sinto ainda mais vergonha kkkk Creio que li seu conto em um dia não muito propício. Ainda que houvesse críticas a fazer, eu poderia ter sido um tanto mais educado. Não fui. Não deixa de ser um aprendizado para mim. Fico contente que vc tenha subido para a série A. Só temos a ganhar com alguém do seu quilate. Bem vindo mesmo!
🗒 Resumo: um menino consegue resolver o enigma de um nó, oq acaba despertando um gênio que lhe concede 4 desejos; muito altruísta, ele pede a cura da mãe doente e transformar-se em um super-herói. O gênio, cruel, transforma ele numa revista em quadrinhos. Ele acaba se unindo a uma senhora que prometeu vingança contra todos os gênios, após perder a audição por causa de um pedido.
📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫): é uma história bem elaborada, dividida de dois atos. Gostei, no geral, da vingança da velha, mas senti falta de ver mais como ela ocorreu, já que o texto não diz qual foi o último desejo dela. Ficou claro pra mim que ela resolveu se juntar ao garoto para se vingarem de todos os gênios, mas foi meio cruel da parte dela deixar o garoto continuar sofrendo. Acabei não me apegando tanto à anciã, pois ela me pareceu muito segura de si. Acho que poderia trabalhar melhor ela para que embarquemos mais na sua vingança. E, talvez, mostrar antes o resultado do pedido do menino, para que possamos passar mais tempo sentindo ódio do gênio. Enfim, são apenas dicas e minha percepção como leitor.
📝 Técnica (⭐⭐⭐⭐▫): a técnica não chega a se destacar por si própria, mas faz o trabalho muito bem de construção de imagens e diálogos.
🎯 Tema (⭐⭐): gênios e desejos [✔]
💡 Criatividade (⭐⭐▫): os gênios foram usados com cerca personalidade, quebrando alguns de seus clichês, mas ainda assim sobrou aquele dos pedidos mal elaborados. Ainda assim, é bom ver uma história que fuja da fantasia clássica.
🎭 Impacto (⭐⭐⭐▫▫): o texto agradou bastante, principalmente no início. No fim, acabou perdendo um pouco a força pelos motivos já apresentados. Um bom conto, apesar da crítica excessivamente técnica.
Obrigado pelo comentário, Leo.
Deduzi errado, achei que você tinha detestado hehe
O último desejo da velha (que não era velha) foi de fato salvar o menino. No fim, o gênio escapou e a moça que era só vingança começa a recuperar a humanidade perdida.
Abraços!
Ih, boiei mesmo no final. Desculpe. Mas gostei do texto. Abraços.
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RESUMO
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Garoto é trapaceado por gênio e acaba se tornando um personagem 2D.
Uma caçadora de gênios aparece e acaba salvando o garoto.
Os dois partem juntos na caçada.
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ANOTAÇÕES AUXILIARES DO RESUMO DURANTE A LEITURA:
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Criança desata um nó (algum enigma) e chega à presença de alguma criatura fantástica
Algum tipo de gênio, ou Efreeti
4 desejos (não eram 3?), 4 regras
A… achava que eram três desejos… putz, o moleque pensou a mesma coisa! kkkkkkkk
amigos brincavam de futebol… engraçado, estava imaginando um cenário totalmente diferente. Uma caverna, ou algo assim.
Menino pede para ser super-herói e o gênio quebra sua espinha?
Gênio agora é evocado por uma velha.
A velha é tipo uma caçadora de gênios.
o moleque virou uma HQ, agora entendi. Não saquei muito bem a relação da música.
A velha teve alguma treta com Lúcifer, que era um gênio…
dilema do último desejo… salva o moleque, ou… ???
Salvou o moleque
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SOBRE A TÉCNICA:
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Achei legal a fluidez da história, a tensão e expectativa causada pelos diálogos. Achei que pecou um pouco na ambientação, não consegui me situar muito bem no tempo e espaço da narrativa.
– disse o gênio confuso
>>> há mais de um caso, esse é um exemplo. Eu separaria com vírgula: disse o gênio, confuso
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SOBRE A TRAMA
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Provavelmente votarei nesse como conto mais criativo (já li quase todos).
Gostei muito dessa pegada da história, o lance de usar os desejos pra ferrar o gênio e tal. No entanto, assim como a ambientação, não me ficou muito claro qual seria o último desejo, por exemplo. E se o garoto conseguia falar a língua do coração, porque não usou seus dois últimos pedidos, já que estava próximo ao gênio?
São detalhes que podem ser melhor trabalhados.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Gostei muito do conto, cativou minha curiosidade o tempo todo. Alguns elementos podem ser melhor trabalhados, mas é uma ótima história.
Se eu já não soubesse de antemão os inscritos (as autorias confesso que esqueço a maior parte e é até melhor assim), apostaria que esse conto era do Thales Soares, um participante antigo que vinha com umas histórias bem criativas assim.
NOTA: 4,5
Obrigado, Fabio. Adorei suas anotações hahaha
Por conta do tamanho eu tive que sacrificar algumas coisas na história, como a passagem do nó de um dono para o outro. Mas eu tenho preferido explicar de menos do que explicar de mais, e tenho gostado de histórias nessa pegada.
Olá, autor(a),
Tudo bem?
Resumo:
Partindo da premissa do gênio que realiza desejos ao pé da letra, o(a) autor(a) nos traz o ótimo texto investigando do bem e do mal, a partir da experiência de um
menino e de uma velha, em confronto com a entidade.
Meu Ponto de Vista:
Este é um daqueles contos que rendem horas de análise. Tudo nele instiga. A questão do bem e do mal, no modo como o gênio pode fazer tanto o bem, quanto o mal, levando à questão “cuidado com o que desejas”, o sofrimento desse mesmo mal quando ele é quem está em situação vulnerável, e por aí vai.
Como leitora, no entanto, não me cabem análises psicanalíticas. O gênio é um arquétipo da via de duas mãos que é o campo dos desejos humanos, e ponto, porém, o(a) autor(a), como se tal premissa já não fosse boa o suficiente, vai além, criando cenas impressionantes, como a do menino sendo dobrado em livro. Terror puro que vai além do sangue e de monstros. Muito bom.
Destaco também a linguagem e o modo como o texto é conduzido, guiando o leitor pela história, interrompendo cenas em momentos ápice e transformando a leitura em algo extremamente agradável.
Parabéns pelo belo texto.
Beijos
Paula Giannini
Obrigado, Paula.
É claro que cabem análises psicanalíticas como leitora. Interpretações únicas são maravilhosas.
Abraços
Oi, Leandro,
rsrsrs
Uma leitora imaginativa demais.
Obrigada pelo carinho.
Beijos
Paula Giannini
RESUMO: Menino desata nó misterioso e com isso aciona uma espécie de gênio que lhe concede 4 desejos. Ele pede para que sua mãe seja curada e como segundo desejo, quer se transformar em Super-Homem. A transformação é dolorosa, sendo aprisionado a um gibi (pelo que entendi). Uma senhora que acompanhou tudo, desata também o nó e entra em disputa com o gênio, torturando-o e indagando a razão de suas atitudes. Consegue libertar o menino e juntos acampam. Ela diz a ele que ele já era um super-herói antes mesmo de desejar isso.
AVALIAÇÃO: Conto com um jeitão de terror, mas que caminha pela trilha da fantasia. Logo percebi que o tal gênio não era dos mais legais, mas isso não tirou a surpresa da trama. O enrendo desperta a atenção e prende o interesse até o fim. Não encontrei erros que mereçam apontamento. Os diálogos bem pontuados agilizam a narrativa e tornam a leitura mais prazerosa. As palavras são bem trabalhadas formando imagens que revelam a criatividade e o talento do(a) autor(a).
Até a próxima rodada! Boa sorte!
Obrigado pela gentileza, Cláudia. Nem todo mundo chegou a mesma interpretação que eu no final, mas tivemos a mesma ideia rs
RATO (Resumo, Adequação, Texto, Ordenação)
R: Tem certa camada poética embutida, mas o autor soube dosar bem. Resumindo, temos três personagens principais: um garoto, um gênio maligno e uma velhinha frágil. A melancolia e ternura inicial logo são substituídas pela premissa básica da história: cuidado com o que você deseja. Quem tem poder para isso pode muito bem ocultar o que é. Pelo que entendi, a velhinha volta no tempo e salva o garoto, mas alguns desejos ainda “valem” (a mãe curada). Seguindo a premissa básica dos paradoxos temporais, creio que a “figura” ainda está por aí, bem viva, atazanando outros, mesmo que agora esteja sendo caçado pela própria velinha.
A: Diferente, bem diferente, mas dentro do tema. O suspense cresce e melhora até a volta final. Gostei das imagens provocativas e da ironia embutida. – 4,0
T: Um texto bem escrito e cativante, embora o final tenha ficado um tantinho nebuloso. Começa terno e transforma-se no horror de repente. Ousado. Pena que depois meio que volta à normalidade. Contudo, as reviravoltas compensam. – 4,0
O: Deu um salto gigante da primeira parte para a segunda, mas, apesar da marcação visual, acho que o novo início poderia ser mais específico, valendo-se dos conhecidos “enquanto isso…”, “não muito longe dali”, etc. Claro que isso é opinião pessoal. A escrita como um todo me agradou. Sugiro trabalhar melhor a conclusão, pois o texto vinha desenhando algo bem inteligente, mas que acabou se perdendo em algumas passagens quase puladas diretamente para o futuro. – 4,0
[4,0]
Obrigado, Victor. Leitura bem interessante a que você fez. Abraços
-Garoto encontra o famoso Gênio da Lâmpada, o mítico Djimm. Após desejar curar sua mãe, é sacaneado pelo gênio ao pedir ser um “Super-Homem”. Depois o gênio atende uma anciã, que descobre ser a mãe do menino e esta entra em um duelo mental, jogando com as regras do gênio para destruí-lo.
– Quando entendi que era um conto sobre o gênio da lâmpada o conto me interessou muito. Gostei da forma como foi feito, honrou a ideia da entidade ser muito cruel e jogar com os desejos das pessoas para fazê-las sofrer. O diálogo da velha com o gênio foi espetacular e muito bem bolado. Gostei muito do conto. Parabéns!
Valeu, Davenir. Pesquisei outros contos com a temática e as fábulas e via de regra a fórmula é sempre parecida, gênios que sacaneiam e a necessidade de ser mais esperto que eles
Olá Daniel; tudo bem? 😉
O seu conto é o sexto trabalho que eu estou lendo e avaliando. Muito boa a sua história! Gostei bastante da forma descrita do ‘Gênio’, numa mistura de luz e sombra meio que amorfa e geométrica, ao mesmo tempo. Ficou bem bacana isso!
COMENTÁRIOS GERAIS: Curti o clima de tensão que fica no ar durante o tempo todo da leitura. Transformar o Lulu em um “gênio do nó” também foi uma ótima sacada! A personagem da velha conseguiu ficar mais macabra do que o próprio Gênio. E a cena contorcionista do pobre garoto sendo transformado em uma revistinha de carne e ossos ficou bem legal, também! Parabéns pela ideia e pelo bom desenvolvimento! Boa sorte no Desafio!
E, cumprindo as regras…
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RESUMO DA HISTÓRIA:
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Menino encontra o ‘Gênio da Lâmpada’ (numa nova e interessante abordagem) que, claro, acaba ferrando com ele. Uma testemunha do ocorrido, tempos depois, desperta o mesmo Gênio, porém pondo em prática um audacioso plano para não apenas vencê-lo, mas também a outros de sua raça.
Obrigado, Ricardo.
Como sempre, um comentário muito gentil.