EntreContos

Detox Literário.

A Lenda da Árvore Cantante (Caliel Alves)

Os deuses concederam um propósito ao povo Jatenã, eles protegeriam a Árvore Cantante. Sumé, “o Emissário dos Deuses”, deu uma única ordem: nenhum dos Jatenã comeria dos seus frutos ou permitiria que outros os comessem, ou as consequências seriam terríveis. Pindorama já era uma terra cheia de pessoas e criaturas maléficas.

Kurana era o morubixaba, e Negali, seu irmão mais velho, o pajé. O número de ataques a tribo não cessava, e a discordância entre os dois também. Kurana respeitava os deuses e nunca sequer ousou tocar na Árvore Cantante, aquela que sussurrava o nome de todas as coisas vivas e mortas.

O sacerdote tinha outras intenções. Ele se sentia abandonado pelos deuses. Era sábio, testemunho de muitos verões. Mas seus poderes de xamã e curandeirismo eram limitados.

Cada dia mais o seu coração se envolvia em sombras pegajosas. Negali achava que se ultrapasse a condição humana, seu povo não morreria mais.

Kurana sentia seu irmão ficar cada vez mais estranho, distante como as estrelas. O guerreiro, as vezes, sentia-se culpado.

O morubixaba nasceu dois anos depois de Negali, mas seu físico era muito mais forte do que o do irmão, e por isso, foi escolhido como novo líder. Seu apático irmão não demonstrou desconforto com a decisão. O jovem não desejava a guerra, ao contrário, ansiava a paz. Dedicou-se a pajelança, aprendendo os segredos dos espíritos, dos elementos e das ervas.

Sua ânsia de conhecimento o levou até as portas dos abismos, lugares onde só os baixos espíritos rastejam.

Negali era tão respeitado e influente quanto seu irmão, e suas ideias, já estavam criando ecos no subterrâneo daquela sociedade. Não demorou muito até que essas vozes distorcidas chegassem aos ouvidos de Kurana. Ele se entristeceu e reuniu o conselho de notáveis. Seu irmão e seus asseclas eram uma ameaça.

Diante do júri, sob a regência do morubixaba, Negali e seus seguidores foram julgados.

— Meu irmão, pela primeira vez me arrependo de não ter assumido meu posto como morubixaba — disse Negali balançando a cabeça.

— Você renegou o título de sucessão, não me culpe pelas suas escolhas — disse Kurana com os olhos turvados por lágrimas. — As águas que já correram não podem nos banhar novamente. Eu esperava que se você não quisesse respeitar a memória do nosso pai, ao menos que respeitasse o mandamento dos deuses.

— Os deuses? Seu tolo! Sumé vem aqui apenas para colher os frutos da Árvore Cantante e só. Será que não entende? Somos fantoches nas mãos deles.

— Os deuses nos incumbiram de um grande dever — retrucou seu irmão caçula. — Você esqueceu o rosto dos seus ancestrais.

— Kurana meu irmão, escute sim, nosso dever é morrer nas mãos de assassinos e monstros — argumentou Negali —, já imaginou o porquê? Os frutos da Árvore Cantante concedem aquilo que os deuses reservam para si: a imortalidade — disse o pajé sussurrando.

— As flores das trevas brotaram em seu coração, que você seja exilado junto com os seus, aqueles que estiverem a favor, votem comigo — decretou o morubixaba decidido.

E todos acompanharam o voto de Kurana. Ele sabia que aquele levava a sentença de morte, mas não desejava manchar suas mãos com o sangue de seu irmão. Os guerreiros escoltaram os réus para fora do conselho, mas antes que saísse, Negali fez uma ameaça:

— Eu juro irmão, pela aurora e pelo crepúsculo, eu vou derrubar a Árvore Cantante. Se nós não pudermos comer dos seus frutos, os deuses também não terão direito.

#

Durante três dias a tribo chorou como se estivesse de luto. Até a Árvore Cantante gemeu uma canção de tristeza pelo exílio de Negali. Por um breve período, o povo Jatenã se desesperou pela ausência do pajé. E atendendo aos pedidos da tribo, Sumé pediu para que escolhessem um jovem para consagrá-lo pajé, e para isso, foi escolhido o primogênito de Kurana, Tenhopá.

Ele nasceu um verão após a saída de seu tio. Não conhecia seu nome ou rosto, pois Negali virou um tabu na sua comunidade. Durante um tempo, com o crescimento de Tenhopá e suas habilidades, o povo se esqueceu do antigo pajé.

Certo dia, quando Tenhopá completou quinze verões, Sumé o levou para conhecer a Árvore Cantante de perto pela primeira vez. O rapaz seguiu-o. Ele tinha dois metros de altura, tatuagens sagradas pelo abdômen e ombros. Na sua cabeça, um enorme penacho de penas de arara-vermelha e azul.

A árvore era rodeada por uma barreira de espinhos e uma cerca alta, feita em varas. Ao redor dela, guerreiros armados de lanças, e arco e flecha. Ao verem o Emissário dos Deuses, fizeram uma reverência e abriram passagem.

A área era restrita e guardada dia e noite pelos guardiões.

Dentro da cerca, o garoto ficou bem próximo a árvore. Estava maravilhado. A árvore era imensa, com um tronco robusto. A sua casca parecia uma sobrepele orgânica. As suas folhas eram translúcidas e emitiam um brilho fluorescente. Quando caíam, secavam e se tornavam um pó brilhante que ascendia ao céu. O jovem perguntou:

— O senhor me falou da Árvore Cantante, mas não compreendo sua função — disse Tenhopá alisando a árvore.

— A Árvore Cantante é o presente dos deuses, é o pilar dos mundos, aquela que une o Céu, a Terra e o Submundo — falou Sumé com voz trovejante. — Suas raízes representam as origens ancestrais, o tronco é o tempo, os galhos são as raças, as folhas, cada vida que existe nesse mundo…

— E porque as folhas caem? — perguntou o garoto sem entender.

— Representam aqueles que desencarnam — disse o mensageiro divino. — A Árvore Cantante dia e noite mantém o equilíbrio através de suas melodias. Nascer, viver, envelhecer e morrer, essa é a essência do universo.

— Eu escuto a Árvore Cantante, mesmo em meus sonhos ou quando estou longe — disse o garoto.

— É normal que aqueles com maior consciência em relação ao ciclo da vida se tornem mais próximos da força do equilíbrio — retrucou o guerreiro.

— Às vezes eu escuto a voz dos abismos…

Sumé pousou sua mãozorra em cima dos ombros do pequeno pajé e disse:

— Se afaste delas, muitos se perderam nas sombras graças aos chamados do Submundo, você entendeu Tenhopá?

O garoto ficou assustado com a reação de Sumé, sempre contido. O mensageiro o fez prometer que jamais daria ouvido aquelas vozes de novo. E ele obedeceu.

#

Durante muitas luas, os Jatenã viveram no sossego dos seus lares. Os ataques a três verões vinham diminuindo, e durante aquelas semanas, não houve nenhum. Kurana estava feliz, seu novo filho havia nascido e era uma menina.

Quem estava inquieto era Tenhopá. As vozes dos abismos ficavam cada dia mais altas. Visões terríveis o atormentava no mundo dos sonhos. Ele não revelou nada ao seu pai, não queria estragar sua felicidade, nem trazer temor ao seu povo num período de paz. Mas seus instintos estavam corretos.

Num dia sem luar, invasores atravessaram a fronteira. Os guerreiros a postos tentaram revidar o ataque, mas o contingente foi insuficiente. Os inimigos estavam em maior número e muito bem organizados. Bestas e feras lutavam lado a lado com tribos adversárias dos Jatenã. Algo inédito. Um guerreiro jatenãno tocou a trombeta de guerra, mas já era tarde demais, os invasores já haviam avançado no perímetro.

Contando com o efeito surpresa e a escuridão, os inimigos ganharam terreno. Tenhopá se uniu ao seu pai na luta. O velho guerreiro estava munido de uma borduna de ferro dada por Sumé. O pajé usava de seus encantos e litanias para atacar os seus oponentes e curar os feridos.

Os dois exércitos se enfrentaram, a batalha seguiu feroz até o líder dos invasores se identificar. Foi um choque para Kurana. Do alto de um gorjala, estava Negali, com as marcas daqueles tocados pelo Submundo, comandando as forças caóticas. Ambos se colocaram de prontidão para a luta, mas Negali não se deu o trabalho de descer.

Kurana atacou o gigante negro em vão. Com seus membros potentes, ele conseguia provocar abalos na terra, desestabilizando o guerreiro em suas investidas. A luta seguiu até o ponto em que o gorjala conseguiu capturá-lo e trazê-lo perto de Negali.

— Lembra-se da minha promessa meu querido irmão? Eu vim cumpri-la.

— Eu me arrependo muito de não tê-lo executado — respondeu o morubixaba.

— Uma vez alguém me disse: “As águas que já correram não podem nos banhar novamente” — retrucou o velho pajé.

O gorjala arremessou Kurana longe após uma ordem de Negali. O ancião soltou uma gargalhada crocitante, mas se decepcionou. Seu irmão mais novo flutuava no ar. Com o auxílio dos espíritos dos ventos, Tenhopá dobrou as massas de ar e fez seu pai aterrissar em segurança no chão.

— Pai, o senhor está bem?

— Acho que sim — disse Kurana tentando não preocupar o filho, mas já sentindo as costelas quebradas perfurarem o pulmão. — Filho, fuja agora! Salve o nosso povo.

Tenhopá não parecia escutar mais nada, seu coração batia descompassado. A Árvore Cantante soava em alta voz em seus ouvidos, mas as vozes do Submundo provocavam uma desconfortável ressonância em sua alma.

Eles não precisaram se apresentar. Ambos já se conheciam. Negali saltou do gorjala e encarou seu sobrinho.

— Então, esse é o novo pajé da tribo Jatenã? Parece-me que possui algum talento.

— Sumé me ensinou bem — respondeu o garoto ousado.

— O velho Sumé… onde ele está agora enquanto seu povo morre nas mãos de capelobos e quibungos? — indagou o velho pajé. — É a esses seres que você serve? Não seja tolo como seu pai, junte-se a mim e fundaremos uma nova ordem. Sem dependência dos deuses. Sem hierarquias. Sem dor ou choro…

— Do mesmo jeito que está fazendo agora? — desafiou o jovem.

Homens e monstros se digladiavam, e já não era possível saber quem era quem.

— São efeitos colaterais, nada disso será preciso quando derrubarmos a Árvore Cantante — disse o ancião.

— Só passando por cima do meu cadáver — decretou Tenhopá.

Buscando o poder dos espíritos da terra, ele amoleceu o solo onde os inimigos pisavam e os prendeu até o joelho, impedindo seu avanço. Os jatenãnos comemoraram, porém, cedo demais. Conjurando os espíritos sombrios aos quais servia, Negali fez com que as sombras dos seus guerreiros ganhassem vida própria e quebrassem o solo. Clamando ainda a esses mesmos espíritos, ele fez com que as chamas ascendessem ao céu em forma de esfera e atingissem a Árvore Cantante.

Tenhopá clamou aos espíritos dos rios, e formou uma onda gigante para apagar as chamas. E ele teria conseguido se não fosse por um dardo venenoso tê-lo acertado no ombro. Ali, incapacitado para batalha, ele viu a derrocada de sua tribo.

Cordas de cipó foram envolvidas na árvore. Gorjalas e labatutes puxavam. Capelobos, lobisomens e guerreiros cortavam as raízes com machados de pedras. Pela manhã, aconteceu o inevitável. O eixo da existência tombou. Do enorme buraco onde a árvore ficava, subiu um odor nauseabundo, como se cem urnas funerárias tivessem sido abertas.

E sob uma cacofonia mefítica, ascenderam do Submundo sete terríveis seres. Cada um com um nome blasfemo aos deuses e aparência horripilante.

O primeiro foi Teju Jagua. Tinha o corpo de um enorme jacaré, com sete longos pescoços com cabeças de cachorro, cada uma apontada em uma direção.

Depois dele veio Mboi Tu’i, uma gigantesca serpente com escamas listradas, sua cabeça era desproporcional ao resto do corpo, possuía penas e um bico de papagaio. Sua língua era vermelha e bifurcada.

O terceiro nesse desfile de horror também era uma serpente, Moñai. Seu extenso corpo era de um vermelho-sangue, sua cabeça grandiosa ostentava dentes serrilhados que teimavam em sair da mandíbula. Na cabeça, dois chifres, seus olhos hipnotizavam como a morte.

Jaci Jaterê foi mais sutil, surgiu como um corpo de luz, e ocultou sua verdadeira forma como um homem de cor branca e cabelos ruivo ondulados. Possuía um cajado cheio de joias preciosas que provocavam ilusões.

Kurupi saltou do abismo. Era pequeno, com uma cabeça achatada e orelhas enormes. Olhos negros sem íris, corpo ossudo e nenhum pelo.

Heichó tinha poderes sobre a morte. Tinha aparência simiesca, com garras afiadas e barbatanas nas mãos e pés. Os olhos eram vermelhos como chamas.

O último a ascender do fosso foi Anhangá, “Aquele que traz a desgraça”. Seu corpo era luminoso, de um branco leitoso iridescente. Tinha a forma de um grande veado. Seus olhos eram opacos. Na testa, estava a marca de uma cruz negra invertida. Seus chifres pareciam feitos de cristal. Anhangá tomou a frente dos monstros e disse a Negali numa voz gutural:

— Huohuohuo, você cumpriu o nosso acordo, abriu os portões do Submundo para que as entidades renegadas pelos deuses voltassem a Terra e mais uma vez cumprissem o seu papel, instituir o caos — disse o demônio. — Agora tome o seu despojo!

— Sim — disse Negali tomando um fruto da Árvore Cantante em sua mão.

De repente, desceu um clarão do céu. E do raio, surgiu Sumé, o justiceiro de Tupã.

— Você cometeu muitos pecados. E agora cometerá mais um erro, pare agora! — ordenou.

— Dane-se você e seus deuses inúteis — respondeu o velho pajé.

E comendo o fruto, ele pensou ter conseguido a tão sonhada imortalidade. Mas ao invés disso, a energia contida no fruto começou a deformar o seu corpo, aumentando a fauna de criaturas grotescas ali reunidas. Negali gritava de dor. Era tanta dor e vergonha que ele fugiu. Sumé tomou o fruto em sua mão e o estendeu aos demais:

— A função da Árvore Cantante vai além de manter o equilíbrio da existência — disse Sumé esmagando o fruto de polpa leitosa. — Suas raízes sugavam o poder dos sete demônios dos abismos e as materializava em frutos. Enfraquecendo-os para que nunca fugissem. Eu os levava até os deuses e eles os purificavam com seus poderes. E agora, ainda assim desejam experimentar o fruto da sua perdição?

Ninguém ousou, todos respeitavam Sumé.

— E quanto a vocês demônios, fujam enquanto podem.

Os sete demônios fugiram quando ele assim ordenou. O guerreiro místico deu ordem para que tapassem a entrada do Submundo, para que não fugisse mais nenhuma monstruosidade de lá. E pediu para que ocultassem o local. Depois disso, Sumé foi até Tenhopá. Ergueu-o em seus potentes braços. Os guerreiros se aproximaram.

— Dê-nos o corpo de Tenhopá e faremos um enterro digno de um herói — disseram eles.

— Toda a morte é inglória… os deuses têm seus próprios planos para Tenhopá.

Depois disso, um raio riscou o céu e desabou sobre a Terra, abalando toda a sua estrutura. Quando o clarão sumiu, Sumé não estava mais lá. Depois disso ele nunca mais foi visto entre os homens.

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18 comentários em “A Lenda da Árvore Cantante (Caliel Alves)

  1. Gustavo Araujo
    29 de março de 2019

    Resumo: o embate entre os irmãos Kurana e Negali, da tribo Jatenã, sobre consumir ou não o fruto da árvore proibida. Negali, o pajé, é proscrito pelo irmão mais novo, que é o morubixaba; depois de se aliar a seres demoníacos, o velho pajé retorna para uma batalha derradeira e vence o confronto, comendo, enfim, o tal fruto. Nesse instante, chega Sumé, o “emissário dos deuses”, e assiste à derrocada do infiel, desaparecendo em seguida.

    Impressões: é um conto muto bem escrito, bem montando, bem arquitetado, com personagens bem construídos e enredo definido. O autor demonstra um claro domínio das palavras e passeia bem pela cultura indígena, com seus nomes e crenças. O mito da árvore proibida é aqui revisitado — confesso que devido à habilidade do autor, somada à minha ignorância, parece realmente crível que haja uma lenda assim entre os nativos brasileiros. Temos o embate entre o certo e o errado e as consequências sobre escolher entre um e outro. O interessante é que mesmo com Negali figurando como vilão da história eu me afeiçoei muito mais a ele do que ao “certinho” Kurana ou ao intragável Tenhopá. Isso porque as razões demonstradas por Negali se aproximam muito mais do tipo de contestação à autoridade e aos mitos (cristãos ou não) que me deixam nauseados. Por isso, talvez, o final tenha me decepcionado um tanto, já que caminhou para o clichê do “quem tudo quer, tudo perde”, com direito a lição de moral e tudo mais. Outra coisa de que não gostei foi do excesso de descrições, especialmente das bestas (do apocalipse?) que despertam com a chegada de Negali – dispensáveis e enfadonhas. De todo modo, como eu disse, o conto é muito bem escrito e se destaca entre os textos do desafio. Vejo muito potencial no autor. Parabéns e boa sorte no desafio.

  2. LUCIANO DO NASCIMENTO ALVES
    27 de março de 2019

    RESUMO : Uma árvore que, ao que parecia, era o que mantinha o equilíbrio do universo e que estava aos cuidados de um povo indígena – Jatenã – da terra de Pindorama.
    Kurana e Negali líderes do povo vivem em conflito e após uma revolta, um deles é exilado e posteriormente retorna liderando umas casta de bestas do submundo.
    Come o fruto da Árvore cantante, e ao invés de tornar-se imortal, como esperava, vira uma besta informe como as que o acompanham no regresso.
    Sumé, uma espécie de profeta guerreiro, retorna e salva o povo afugentando as bestas e alertando a todos e num raio desaparece junto com o corpo de Tenhopa, por propósitos divinos.

    CONSIDERÇÕES:
    Introdução bem apresentada, enredo envolvente. Foge da definição de marcação de tempo comum. Gostei da ideia de criar um cenário indígena com nomes semelhantes aos nomes Tupis, apesar de não definir a localização. Mesmo o retorno de Negali um pouco esperado, o seu fim teve mais surpresa. O desfecho ficou bacana.

  3. Shay Soares
    27 de março de 2019

    A Lenda da Árvore Cantante – Numa tribo indígena um homem decide que o fruto proibido trará imortalidade para si e proteção para seus seguidores. É expulso de sua tribo, mas retorna anos depois para atacar e roubar o fruto.

    Eu estava mesmo curiosa para ler algo que trouxesse justamente os deuses indígenas 🙂 Parabéns! Eu gostei do texto, achei que está bem escrito, tem uma boa narrativa e não vi grandes problemas no enredo.

    O que me incomodou mesmo, foi que eu senti que foi muita informação para um conto. Muitos personagens, muitos nomes de sonoridade não habitual, muitos cenários, muitas características específicas.

    Considerando ainda que as histórias dos deuses indígenas não são tão conhecidas, pressupõe-se que o leitor não está familiarizado ao conteúdo, a partir do momento que você enche o conto com informações rasas, fica muito cansativo acompanhar tudo o que está acontecendo.

    Do meu ponto de vista o ideal mesmo para esse texto seria mais espaço, mais tempo para apresentar os costumes, os personagens, etc.

  4. Gustavo Azure
    25 de março de 2019

    RESUMO: Em uma tribo, a divergências entre dois irmãos acabam em acontecimentos graves para todos.

    CONSIDERAÇÕES: Um conto interessante, remete muito aos mitos antigos. Entretanto, a história me pareceu um pouco corrida e, em algumas parte, clichê. Os monstros do Submundo, que deveriam ser uma ameaça terrível já que a própria Árvore os prendia, nada fazem além de punir quem os libertou, entendo, porém, que isso revela a força sublime de Sumé, mas não deixou de ser um “Deus ex machina”. Os seres místicos e o universo criado achei muito interessante e criativo, muitas coisas podem sair daí.

  5. Cirineu Pereira
    24 de março de 2019

    Resumo
    Conto ao estilo lenda em que os irmãos Kurana e Negali são respectivamente o morubixaba e pajé da tribo Jatenã, povo ao qual os deuses incumbiram de guardar a “Árvore Cantante”. No entanto, Negali revolta-se contra os deuses e, expulso da tribo juntamente com seus seguidores, se une a entidades malignas a fim de vencer o próprio irmão e profanar à árvore sagrada.

    1. Aplicação do idioma
    Bom domínio do idioma escrito, vocabulário enxuto, objetivo, claro, sem falhas perceptíveis.

    2. Técnica
    Não obstante a boa verve narrativa, o autor não utiliza de maiores expedientes da técnica literária. É o típico embate entre o bem e o mal, sem recursos que o possam elevar para além de uma boa lenda.

    3. Título
    O título faz jus à natureza lendária, fabular, do conto.

    4. Introdução
    Início clássico, condizente com a temática, interessante e fluído.

    5. Enredo
    Uma história similar a outras tantas, com elementos do folclore indígena e alusões ao Gênesis (Caim e Abel e a Árvore do Conhecimento).

    6. Conflito
    Conflito claro, eficiente, porém pouco original.

    7. Ritmo
    Apesar da narrativa fluída, todo o conto parece ser um preâmbulo a convergir para o clímax, pouca ênfase em conflitos menores, como se o autor tivesse um desfecho em mente e todo o restante fosse apenas “um mal necessário”.

    8. Clímax
    Desfecho previsível, politicamente correto. O autor não foi eficaz na narrativa do embate, apesar da grandiosidade deste.

    9. Personagens
    Clássicos e estereotipados, polarizados, o que concede ao conto o caráter “ingênuo” das fábulas.

    10. Tempo
    Pouco explorado. O tempo não é contato, mas dividido entre o passado histórico do povo Jatenã, o passado recente dos irmãos e o embate entre ambos, num arranjo linear e subestimado.

    11. Espaço
    Apesar de dispor de um cenário supostamente fantástico, ou seja, a floresta com todas as suas riquezas de flora e fauna, além de habitantes exóticos, o autor subestima as descrições estéticas e plásticas.

    12. Valor agregado
    O enredo e os personagens remetem a conceitos éticos elementares, por vezes ingênuos, como a infalível punição do mal.

    13. Adequação ao Tema
    Fantasioso como as lendas em geral, totalmente adequado ao gênero.

  6. Paulo Luís
    22 de março de 2019

    Olá, Felipe Takashi, boa sorte no desafio. Eis minhas impressões sobre seu conto.

    Resumo: Um povo indígena vive sob o poder de uma grande árvore. Cujo poder mítico é motivo de discórdia entre dois irmãos. Um o morubixaba o outro o pajé. Em que resulta em batalhas entre tribos e irmãos.

    Gramática: Quanto à leitura em si é fácil a narrativa, flui perfeitamente bem. Sem nada que a desabone. Exceção feita para alguns vocábulos um tanto eruditos, o que vem a tirar um pouco o ritmo da leitura, embora reconheça ser inerente a este tipo de narrativa.

    Tema/Enredo: O mau do tema fantasia é essa enxurrada de situações e personagens que não tem fim. Questões mitológicas, guerras cheia de deuses e heróis. Nós pobres mortais é que ficamos a sofrer em dar um norte aos nossos sentidos críticos. — no meu caso — E como fazer isso? Se não se tem a mínima noção do que se trata todo o engendrado enredo? O que eu posso dizer é que não deixa de ser uma bela escrita, uma riqueza de simbolismos míticos e muita lenda para pensar sobre, mas não passa disso, pois não compreendo todas as nuances da história. Haja imaginação a criar tantas situações escatológicas. E é o que não faltou neste autor. E para complicar um pouco mais, essas duas assertivas me pareceram contraditórias: quem nasceu depois de quem? “Kurana era o morubixaba, e Negali, seu irmão mais velho, o pajé.” “O morubixaba nasceu dois anos depois de Negali”.

  7. Cicero
    18 de março de 2019

    Kurana é o chefe e Negali o pajé da tribo dos Jatenãs. Sumê os encarregou de proteger a árvore cantante. Negali se rebela contra essa missão e Kurana o exila e elege o seu filho Tenhopá para assumir a pajelança. Passado um tempo vem a guerra, um grande exército comandado por Negali ataca e apesar de toda bravura e luta os Jatenã são derrotados. Negali cumpre sua promessa e derruba a árvore cantante desencadeando a abertura dos submundos e fazendo surgir sete criaturas demoníacas. Para derrotar o mal Sumê retorna e coloca a ordem no barraco.

    Considerações: O conto faz a criação ou recriação – (não sei ao certo), de uma lenda indígena, a eterna luta do bem contra o mal, está presente como também estão os muitos clichês desse tipo de narrativa. O que posso destacar é que, ainda que de forma incipiente, o autor fez bem a defesa de pontos de vistas, colocando as razões de cada uma das partes o que confere força aos personagens antagonistas.

  8. Virgílio Gabriel
    18 de março de 2019

    O conto aqui trata de dois irmãos, um pajé e um morubixaba. O primeiro é banido da tribo por querer comer do fruto da árvore cantante. O filho do morubixaba se torna o novo pajé. Um dia o irmão exilado volta, e após grande batalha consegue derrubar a árvore e matar o novo pajé envenenado. Ocorre que no local onde a árvore estava, saem diversas bestas. E pós o irmão maligno comer do fruto, começa a se deformar. É explicado que a razão disso, é que a árvore aprisionava os seres das trevas, sugando suas energias e levando para os frutos. Os Deus simplesmente purificavam. A tribo pede o corpo do pajé do bem morto, para enterrá-lo. Mas o mensageiro dos deuses diz que há outros planos para ele entre os divinos.

    Conto bem escrito, pois o(a) autor(a) demonstra grande conhecimento sobre o tema. Durante ele, pensei que com a grande quantidade de elementos, não conseguiria dar um bom desfecho, mas me enganei. Tudo aqui está muito bem desenvolvido, mas se fosse para encontrar um ponto negativo, achei a história em grande parte clichê. Parecia estar lendo uma versão de Senhor dos Anéis tupiniquim.

    Mas fez um trabalho excelente, parabéns!

  9. Sidney Muniz
    14 de março de 2019

    Uma lenda interessante, o final é até bonito, mas a leitura não fluiu muito para mim… repetições demais de “pajé” e “Tenhopá”, não sei, mas faltou mais controle da narrativa.

    Senti que o autor(a) forçou demais nos diálogos deixando eles muito presos, como um dançarino que vive pisando no pé da pobre acompanhante.

    A língua pátria está bem aplicada. também achei que a ideia é meio clichê, mas é uma ideia.

    Gosto de histórias aqui no Brasil, criadas nesse cenário, gosto de contos com a raiz que você tentou incorporar, mas sinto de verdade que faltou me conquistar mais, desenvolver melhor o cenário e não só contar, faltou o equilíbrio entre mostrar e contar.

    Espero, na próxima oportunidade ver algo mais bem lapidado, mas desejo ainda assim muita sorte no certame!

  10. Ana Carolina Machado
    10 de março de 2019

    Oiiii. Um conto sobre uma árvore cantante mágica que esconde os segredos do passado, presente e do submundo. Sendo que cada parte dela tem um significado. Uma tribo recebe a missão de a defender. Enquanto um irmão chamado Kurana respeita a missão o outro chamado Negali tem a ambição de comer o fruto da árvore, isso gera um conflito e a expulsão dele, mas ele promete que um dia vai destruir a árvore. E ele realmente volta e a tribo e o novo pajé Tenhopá lutam contra ele, mas no fim a árvore e destruída e o portal para o submundo é aberto deixando escapar várias criaturas macabras. Quando Negali prova o fruto descobre que ele não é o que pensava e foge, assim como as outras criaturas depois que o lendário guerreiro ordena. O conto é muito interessante por falar sobre a mitologia indígena e criar toda uma ambientação muito boa. E no final fica no ar o mistério sobre o que eram os planos para Tenhopá, talvez ele fosse virar algum tipo de ser lendário também. Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.

  11. Rocha Pinto
    10 de março de 2019

    Uma árvore deveria ser protegida segundo indicações dos deuses. Dois irmãos discordavam entre si e um deles era visto como ameaça. Julgava que a árvore concederia imortalidade. Os irmãos enfrentaram-se com seus exércitos e quem buscava imortalidade provou o fruto mas teve de fugir com dor e vergonha. O justiceiro apareceu para afugentar os demónios que rodeavam a árvore.

    Imaginativo nalgumas partes mas um pouco confuso noutras.

  12. André Gonçalves
    10 de março de 2019

    Resumo: O texto conta a história da saga do povo Jatenã e sua relação com um ícone sagrado, a Árvore Cantante. Nesse contexto, os personagens Kurana e Tenhopá, assim como a entidade divina Sumé, vão antagonizar com Negali, um sacerdote deserdado que pretende alcançar a imortalidade a partir da destruição da árvore mágica. Tempos depois de Negali ser banido, o que permitiu a ascensão de Tenhopá como novo pajé, retornou para exigir vingança, abrindo as portas do submundo para permitir que viessem feras do abismo para disseminar o mau. Negali foi derrotado pela intervenção de Sumé, ao comer o fruto da Árvore Cantante.

    Comentário: O enredo do conto me pareceu um tanto quanto superficial já que parece passar a ideia de que está em velocidade 2x. Me deu a todo tempo a sensação de estar vendo um trailer da Marvel (nenhum demérito aqui) onde o foco é na ação e em momentos de clímax. Assim, o texto vai pulando de um clímax a outro e não dá tempo de respirar e conhecer um pouco mais os personagens, os quais, por isso mesmo são rasos. E não é por falta de material, porque os personagens têm muito potencial. Em meu entendimento o que ocorreu aqui foi que você estava contando uma história maior do que o seu conto (limite de palavras), daí teve que cortar só para as partes importantes (o que gerou o efeito trailer). Daí então, ao invés de sacrificar os personagens (me refiro aqui a lhes dar um pouco mais de personalidade), acho que eu sacrificaria fatos, acontecimentos, condensando-os em eventos mais sintéticos. Mas isso é bem pessoal de minha parte, porque valorizo muito a capacidade do escritor em nos colocar dentro da cabeça dos personagens. Do meio para o fim as cenas de ação ficaram bem gráficas, achei massa as descrições. Palmas, muitas, para a abordagem do tema fantasia com base na mitologia indígena brasileira, para mim foi o ponto mais significativo do texto. A narrativa recorre ao bordão Bem x Mal, com um vilão banido que retorna para exigir vingança e tal… Não sou contra o uso dos clichés de maneira alguma, mas acredito que deve ser usado como um recurso, pontualmente, e não como mote de todo o texto. Aqui não há surpresa, o leitor parece ler uma mesma história com personagens diferentes (talvez até tenha em despertado a identificação com as histórias de super-heróis).

    Forma: Percebi um problema recorrente no uso das crases: “Ataque a tribo”; “O guerreiro, as vezes, sentia-se culpado”; “Dedicou-se a pajelança” são só alguns exemplos, sugiro uma revisão criteriosa nesse quesito. Tem uma impropriedade na passagem “Era sábio, testemunho de muitos verões” acho que pode ser até erro de digitação mas acho que deveria ser “testemunha” não? Tem também um engano no trecho “Os ataques a três verões..”, aqui deveria ser “há” e não “a”.

    Parabéns pelo seu texto. Boa sorte no desafio.

  13. Sarah Nascimento
    3 de março de 2019

    Dois irmãos guerreiros se separam, após um deles ter ligações com espíritos do mal.
    O povo de origem de ambos tinha a função de proteger uma árvore, cujos frutos eram levados pelos deuses.
    O guerreiro tem um filho que luta bravamente ao lado do pai, quando muitos anos depois, o exército do mal retorna. Este liderado pelo tio.
    O objetivo das ordas do caus era derrubar a árvore cantante. Eles conseguem e libertam entidades malignas.
    Um dos deuses surge após o líder das forças do mal ter sua punição. Este deus explica a verdadeira função dos frutos e desaparece levando o corpo do jovem guerreiro Tenhopá.

    Criativo, diferente, o título já me deixou com expectativas. Comecei a ler e vi que seria uma história das boas.
    Gostei muito do trecho que compara o distanciamento do irmão como “tão longe quanto as estrelas”, ficou perfeito!
    Outro ponto interessante é se passarem terras brasileiras, com índios e tudo o mais, parabéns!
    Gostei muito da ligação entre a árvore e os mundos, me lembrou um pouco a Yggdrasil.
    Uma coisa que me incomodou um pouco, pois eu nunca lembrava quem era quem, eram o Kurana e o Sumé.
    Fiquei triste com a parte em que a árvore é derrubada, e apesar de interessante, acho que o conto ficou com nomes estranhos demais. Digo, já temos nomes diferentes e indígenas para os personagens, e depois mais um monte para as criaturas?
    Ainda assim, é um conto excelente!
    A explicação final sobre os frutos e o desaparecimento do corpo do Tenhopá, levado por um dos deuses, ficaram muito legais! Esse último acontecimento deixando a gente curioso pra saber o que os deuses fizeram depois.
    Maravilhoso conto.

  14. jetonon
    28 de fevereiro de 2019

    A LENDA DA ÁRVORE CANTANTE
    RESUMO
    Tribo; uma árvore enigma; intrigas entre os irmãos, um chefe da tribo outro o pajé; um julgamento; assassinato do pajé, o irmão mais velho; guerra entre poderosos de uma tribo com seus deuses; aparição de sete divindades malignas vindo de um submundo subterrâneo; morte do jovem pajé; salvação da tribo por tupã; o reconhecimento, pela tribo, do jovem pajé; normalidade.
    COMENTÁRIOS
    O conto lendário é bastante intrigante, bem enredado e bem escrito. O autor conseguiu estreitar as relações com cada personagem, isso deu clareza.
    Faz prender a atenção do leitor e o leva a imaginar como tudo aquilo aconteceu aparecendo as sete divindades malignas.

  15. Paulo Cesar dos Santos
    27 de fevereiro de 2019

    2 – A lenda da arvore cantante
    Resumo; este conto tem uma brasilidade muito própria em suas palavras, nomes, entes das florestas, a mística de respeitar sempre a voz da experiência, muito bom, parabéns.
    Considerações; é um conto rico em seus detalhes, muito bem elaborado, uma historia mais comum, no cotidiano do Brasil, com seus lobisomens, capelobos, pajés e outros. Parabéns.

  16. Estela Goulart
    25 de fevereiro de 2019

    A lenda da árvore cantante

    Resumo: Na primeira fase, Kurani e Negali são os irmãos que comandam a tribo de Jatenã, mas discordam de seus ideais sobre a Árvore Cantante e sobre Sumé. Negali, o mais novo, apoia a destruição da Árvore e é julgado pelo próprio irmão a se afastar da tribo. Faz uma ameaça a eles dizendo que a Árvore seria um dia destruída. Na segunda fase, Tenhopá, filho de Kurana, ocupa o lugar do tio para comandar a tribo e proteger a Árvore. Um dia, Negali reaparece cumprindo a promessa e provocando uma guerra que desola toda a tribo Jatenã.

    Comentários sobre a história: muito legal, gostei bastante, apesar de subestimar a imagem quando a vi. No início, fiquei receosa com o tanto de nomes indígenas que apareceram, o que dificultou um pouco a leitura, mas depois de acostumar com os nomes, fluiu tranquilamente. Não foi um conto que me frustrou, na verdade, foi na medida do que esperar de um conto clássico. Gostei do embate entre Negali e Kurani, um contrariando os deuses e outro defendendo seus princípios divinos. Fiquei surpresa com o desfecho da Árvore Cantante. Estava aguardando o clichê de um final feliz, mas gostei também. Um bom conto.

    Comentários da narrativa: sucinta, apesar de alguns pontos que poderiam ter sido poupados. Algumas descrições ficaram perfeitas e outras em nada ajudaram, um exemplo foi na parte dos monstros que saíram da árvore, mas é só minha opinião. Tem uma boa progressão, diria que até com narrativa infanto-juvenil. Um bom conto para crianças, usufruindo bastante da Fantasia e do universo indígena.

    Comentários da gramática: nada a reclamar, apesar de sempre aconselhar uma revisão antes de postar os contos nos desafios. Aqui, percebi o quanto os mínimos erros não modificaram em nenhum momento o entendimento e a interpretação do leitor. Parabéns.

  17. fernanda caleffi barbetta
    22 de fevereiro de 2019

    O povo Jatenã recebeu dos deuses a missão de proteger a árvore cantante, sendo proibido de comer seus frutos. Dois irmãos, com pensamentos muito diferentes, ocupam posições importantes na tribo. O mais novo assumiu a liderança e o mais velho se tornou o pajé, nunca reivindicando o posto de líder. Porém, acreditando que os deuses usufruíam dos frutos da árvore cantante para manter sua imortalidade, o pajé se rebelou e acabou exilado e esquecido. O filho do líder foi nomeado novo pajé. Ele era capaz de ouvir a árvore constantemente, inclusive vozes do submundo. Um dia, um povo adversário ataca a tribo. Durante o ataque, descobrem que o antigo pajé era o líder dos invasores. O velho pajé e o novo se enfrentam. O novo pajé morre. A árvore foi derrubada pela tribo invasora, abrindo as portas do submundo, Surgiram 7 seres horripilantes. Um deles entregou um fruto ao velho pajé, mas antes que o comesse, surgiu o justiceiro que tentou impedi-lo, sem sucesso. Ao comer o fruto, o velho pajé não alcançou a imortalidade, mas teve seu corpo todo deformado e fugiu. O justiceiro explicou sobre a importância da árvore a todos da tribo e ameaçou os sete demônios, que fugiram. Preparando um enterro digno ao novo pajé, o justiceiro avisou que os deuses tinham planos para ele Depois, o justiceiro sumiu, nunca mais sendo visto.

    Comentário
    O ponto alto do conto é a criatividade. Gostei da ideia da árvore e da sua relação com o submundo e os deuses.
    Sobre a fluidez, achei que os primeiros parágrafos ficaram um pouco truncados, sem coesão.
    Os termos indígenas, como morubixaba poderiam ter sido explicados logo no início. Por exemplo, morubixaba, o líder da tribo.
    Negali é chamado de pajé, depois de sacerdote, sem que houvesse uma explicação clara, o que atrapalhou um pouco a leitura.
    Gostaria que tivesse explorado mais a questão do novo pajé ouvir a árvore e as vozes do submundo. Não entendi o porquê desse poder.

  18. Elisa Ribeiro
    20 de fevereiro de 2019

    Uma potente fantasia baseada em elementos da nossa matriz indígena em cujo enredo surgem desavenças entre irmão, combates, elementos da mitologia indígena. Muito bom encontrar esse tipo de narrativa por aqui.

    Algumas cenas muito bacanas como a do pai flutuando graças aos poderes do filho pajé, os guerreiros enterrados até os joelhos e em seguida as sobras quebrando o solo. Sem falar dos sete seres demoníacos, descrições curtas mas capazes de iluminar a imaginação da leitora aqui.

    Só percebi uma única falha de revisão (visões terríveis o atormentava).

    No geral é um texto muito bom, com destaque para o capricho do autor na construção da trama, na imaginação e na capacidade de conectar elementos da cultura brasileira em uma narrativa épica. O problema é a previsibilidade do caráter dos personagens, que, sem contradições, apenas representam valores negativos e positivos, como é comum nesse gênero de narrativa.

    Por fim, reconheço que você entregou um excelente trabalho e só me resta parabenizá-lo pelo conto impecável, amigx entrecontista.

    Sorte! Um abraço.

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Informação

Publicado às 17 de fevereiro de 2019 por em Liga 2019 - Rodada 1, Série C-Final, Série C1 e marcado .
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